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VIA GUSTATIVA
- Gosto Azedo
O gosto azedo é causado pelos ácidos, isto é, pela concentração do íon
hidrogênio, e a intensidade dessa sensação é aproximadamente proporcional ao logaritmo
da concentração do íon hidrogênio, isto é, quanto mais ácido o alimento, mais forte se
torna a sensação de azedo.
- Gosto Salgado
O gosto salgado é provocado por sais ionizados, principalmente pela
concentração de íons sódio. A qualidade do gosto varia ligeiramente de um sal para outro
porque alguns sais provocam outras sensações gustatórias além do salgado. Os cátions
dos sais, especialmente o sódio, são os principais responsáveis pelo gosto salgado, mas
os ânions também contribuem, mesmo que em menor grau.
- Gosto Doce
O gosto doce não é induzido por categoria única de substâncias químicas.
Alguns tipos de substâncias que provocam este gosto são: açúcares, glicóis, álcoois,
aldeídos, cetonas, amidos, ésteres, alguns aminoácidos, algumas proteínas pequenas,
ácidos sulfônicos, ácidos halogenados, e sais inorgânicos de chumbo e berílio. Deve-se
ressaltar que a maioria das substâncias que induzem o gosto doce é orgânica. É
especialmente interessante o fato de que pequenas alterações na estrutura química, tais
como a adição de radical simples, podem frequentemente mudar a substância de doce
para amarga.
- Gosto Amargo
O gosto amargo, assim como o gosto doce, não é induzido por tipo único de
agente químico. Neste caso, novamente as substâncias que provocam o gosto amargo
são quase exclusivamente substâncias orgânicas.
Duas classes particulares de substâncias destacam-se como indutoras das
sensações de gosto amargo: (1) substâncias orgânicas de cadeia longa, que contêm
nitrogênio e (2) alcalóides. Os alcalóides incluem muitos dos fármacos utilizados como
medicamentos, como quinina, cafeína, estricnina e nicotina. Algumas substâncias que
inicialmente têm gosto doce induzem no final um gosto amargo. Isso ocorre com a
sacarina. O gosto amargo, quando ocorre em alta intensidade, faz com que
frequentemente a pessoa ou o animal rejeite o alimento. Essa é, sem dúvida, função
importante da sensação de gosto amargo porque muitas toxinas letais, encontradas em
plantas venenosas são alcaloides, e quase todas elas provocam gosto amargo intenso, não
raro, seguido pela rejeição do alimento.
- Gosto Umami
Umami é uma palavra japonesa (que significa “delicioso”) para designar a
sensação de gosto prazerosa que é qualitativamente diferente do azedo, do salgado, do
doce ou do amargo. Umami é o gosto predominante dos alimentos que contêm L-
glutamato, tais como caldos de carne e queijo amadurecido, e alguns fisiologistas o
consideram como categoria separada, a quinta categoria de estímulo primário do paladar.
O receptor gustatório para o L-glutamato pode estar relacionado a um dos receptores
sinápticos para o glutamato que também são expressos nas sinapses neuronais do cérebro.
- Botão Gustatório
OLFATO
B. A via gustativa
VIA OLFATÓRIA
A. Receptores olfatórios
Neurônios I –
são as próprias células olfatórias, neurônios bipolares localizados na mucosa
olfatória (ou mucosa pituitária), situada na parte mais alta das fossas nasais (Figura 29.6).
Estes neurônios são renovados a cada 6 a 8 semanas, através de proliferação
celular, sendo este um dos poucos exemplos de proliferação neuronal em adultos. Os
prolongamentos centrais dos neurônios 1 são amielínicos, agrupam-se em feixes
formando filamentos que, em conjunto, constituem o nervo olfatório.
Estes filamentos atravessam os pequenos orifícios da lâmina crivosa do osso
etmoide e terminam no bulbo olfatório, onde suas fibras fazem sinapse com os
neurônios II.
Neurônios II –
são as chamadas células mitrais, cujos dendritos, muito ramificados, fazem
sinapse com as extremidades ramificadas dos prolongamentos centrais das células
olfatórias (neurônios 1), constituindo os chamados glomérulos olfatórios (Figura 29.6).
Os axônios mielínicos das células mitrais seguem pelo trato olfatório e ganham
as estrias olfatórias lateral e medial. Admite-se que os impulsos olfatórios conscientes
seguem pela estria olfatória lateraP e terminam na área cortical de projeção primária para
a sensibilidade olfatória situada no úncus, correspondendo ao chamado córtex piriforme.
Este tem projeção para o tálamo que, por sua vez, projeta-se para o córtex
orbitofrontal (giros reto e olfatórios), também responsável pela percepção olfatória
consciente.
Estudos de ressonância magnética funcional no homem mostraram a existência
de projeções olfatórias para o sistema límbico, o que explica situações em que os
odores são associados a emoções diversas como a aversão (amígdala) ou o prazer (núcleo
accumbens).
A via olfatória apresenta as seguintes peculiaridades:
a) possui apenas os neurônios I e II;
b) o neurônio I localiza-se em uma mucosa e não em um gânglio;
c) impulsos olfatórios conscientes vão diretamente ao córtex sem um relé
talâmico;
d) a área cortical de projeção é do tipo alocórtex e não isocórtex, como nas demais
vias;
e) é totalmente homolateral, ou seja, todas as informações originadas nos
receptores olfatórios de um lado chegam ao córtex olfatório do mesmo lado.
Alucinações olfatórias podem ocorrer como consequência de crises epilépticas
focais originadas no córtex olfatório, as chamadas crises uncinadas, nas quais as
pessoas sentem cheiros que não existem naquele momento.