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UNIVERSIDADE LUSIADA DE ANGOLA

FACULDADE DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


FINANÇAS PÚBLICAS E DIREITO FINANCEIRO
2.º ANO DO CURSO DE DIREITO

• SUMÁRIO:
• CAPITULO I – NOÇÕES FUNDAMENTAIS
• 1.1- Breve abordagem sobre as acepções do
Estado
• 1.2- O Estado e as Finanças Públicas. O
Modelo das Finanças Neutras ou liberais
• 1.3- O Estado e as Finanças Públicas. O
Modelo das Finanças Intervencionistas ou
keynesiano
• 1.4- O Estado e as Finanças Públicas. O
Modelo das Finanças Neoliberais ou
1- O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS.DIFERENTES
CONCEPÇÕES DE ESTADO

• “O Estado é um mal”

• “O Estado é um mal necessário”

• “O Estado é necessário”
1- O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS.DIFERENTES
CONCEPÇÕES DE ESTADO

• O Estado é um mal:
–Teoria anarco-capitalista - que
considera que todas as formas de
governo são prejudiciais e
desnecessárias, incluindo (ou
especialmente) as relacionadas com a
justiça e a segurança.
1- O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS.DIFERENTES
CONCEPÇÕES DE ESTADO

O Estado é um mal necessário:


–Teoria Minarquista - Defendem um
capitalismo do tipo laissez- faire em que
a acção do Estado devia se limitar às
tarefas de segurança pública, justiça,
diplomacia, criação legislativa e baixos
impostos ( nunca superiores a 6%)
1- O ESTADO E AS FINANÇAS PÚBLICAS.DIFERENTES
CONCEPÇÕES DE ESTADO

• O Estado é necessário:
– reconstruir, fortalecer em novas bases, regular,
introduzir experiências de gestão do sector privado
adaptando-as às especificidades do sector público
1.2- AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ESTADO. O MODELO DAS FINANÇAS
NEUTRAS (LIBERAIS)

• As Finanças Neutras ou Liberais - corresponde


ao período do liberalismo económico (sec. XIX
ao início do sec. XX). Está ligada à concepção
de Estado defendida por economistas
clássicos, com destaque para Adam Smith,
Jean – Baptiste Say, David Ricardo
PENSADORES CLÁSSICOS

ADAM SMITH JEAN- BAPTISTE


(1723-1790) DAVID RICARDO
SAY(1767- 1832)
(1772-1823)
1.2.1-Princípios caracterizadores das finanças neutras ou liberais:

• a)O Estado devia abster-se de intervir no


domínio económico para permitir que as
iniciativas individuais dos cidadãos, a
concorrência e as leis do mercado se
desenvolvessem livremente;
• b)Um sector público reduzido – limitando-se a
actividade estadual à uma gestão
administrativa, à segurança pública, justiça e
diplomacia ( regra do Estado mínimo)
1.2.1- AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ESTADO. O MODELO DAS
FINANÇAS NEUTRAS (LIBERAIS)

• c) Os impostos constituíam as receitas típicas


do período liberal;
• d) Observância rigorosa do principio do
equilíbrio orçamental;
• e)O Estado só deveria recorrer ao empréstimo
público ou a emissão de moeda em
circunstâncias excepcionais (v.g grave
calamidade natural, guerras, fome, etc.)
1.2- AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ESTADO. O MODELO DAS FINANÇAS
NEUTRAS (LIBERAIS)

• 1.2.2- A Crise do Liberalismo Clássico

• A derrocada do liberalismo clássico remonta ao


final do século XIX quando começou a declinar
lentamente. Com a quebra da Bolsa de Valores
de Nova York, em 1929, e a subsequente
Grande Depressão, a queda foi vertiginosa.
1.2.2- A CRISE DO LIBERALISMO CLÁSSICO

• Nesta altura ganharam força teorias de que


assentavam numa maior intervenção do
Estado na economia
• As ideias de Keynes, expressas no seu livro “
Theory of Employment, interest and money”
foram aplicadas, quase simultaneamente, pelo
plano do New Deal do presidente norte-
americano Franklin Roosevelt e pelo governo
Nacional Socialista da Alemanha de Hitler.
1.2- O Estado e as Finanças Públicas. O Modelo das Finanças
Intervencionistas ou keynesiano

FRANKLIM ROOSEVELT ADOLF HITLER


JHON KEYNES
1.2- AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ESTADO. O MODELO
DAS FINANÇAS INTEVENCIONISTAS (ACTIVAS)

• As Finanças Intervencionistas (activas) – têm a


sua génese nas teorias keynesianas dos anos
30 do sec. XX que defendiam politicas
económicas com vista a construção de um
Estado de “Bem Estar Social” – Well Faire
State / Estado Escandinavo
1.2- AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ESTADO. O MODELO DAS
FINANÇAS INTEVENCIONISTAS (ACTIVAS)

• 1.3-Princípios fundamentais das finanças


intervencionistas:

• a) A regra do mínimo é substituída pela regra do


Estado óptimo – o Estado procura, com a sua
intervenção directa, suprir as falhas do mercado;

• b) Alargamento do sector público, motivado pelas


novas funções assumidas pelo Estado;

c) O Estado passa a intervir directamente na


economia, abandonando o seu papel
1.2- AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ESTADO. O MODELO DAS
FINANÇAS INTEVENCIONISTAS (ACTIVAS)

• IMPACTO DAS POLITICAS KEYNESIANAS NA


ECONOMIA

• No ano de 1944, os países ricos celebraram


os acordos de Bretton Woods e
estabeleceram regras intervencionistas para
a Economia Mundial

• A adopção das metas dos acordos de


Brettom Woods e do modelo keynesiano
1.2- AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ESTADO. O MODELO DAS
FINANÇAS INTEVENCIONISTAS (ACTIVAS)

• 1.2.1- CRISE DO • 3- Taxas de lucrativamente


MODELO continuamente decrescentes
KEYNESIANO e um mercado de acções
moribundo nos Estados
Unidos; associados a uma
• 1- No fim da década de alta contínua de inflação nos
1960 começa a manifestar- países desenvolvidos
se uma instabilidade que
descambou numa forte crise ( ESTAGFLAÇÃO)
na década de 70, causada
por dois choques sucessivos
nos preços mundiais do
petróleo

• 2- O endividamento
1.4- O Estado e as Finanças Públicas. O Modelo das
Finanças Neoliberais ou neoclássicas

• 1- O “neoliberalismo” teve o seu inicio com a


queda do muro de Berlim em 1989. Foi
promovida pelo FMI, por economistas liberais
como MILTON FRIEDMAN, pela escola de
Chicago e por fundamentalistas de livre
mercado.
• 1.3-Princípios fundamentais das
finanças Neoliberais:

3. Propunham como solução para a crise a


redução gradativa do poder do Estado, com
uma diminuição generalizada dos impostos,
a privatização das Empresas Públicas, bem
como, a limitação do poder do Estado de
fixar ou “autorizar” preços;

5 A diminuição ou neutralização da força dos


sindicatos;

3- Opunham-se ao Salário Mínimo, pois,


consideravam que o mesmo excluía a mão
1.4- O Estado e as Finanças Públicas. O Modelo das
Finanças Neoliberais ou neoclássicas

• GOVERNOS NEOLIBERAIS

1- O Chile governado por Augusto Pinochet foi


o primeiro país a adoptar o Neoliberalismo
com a implementação de um Plano
económico designado por “ El Ladrillo”.

2- De seguida, os governos de Margareth


Tatcher na Inglaterra ( Tatcherismo) e de
Ronald Reagan nos EUA ( Reaganismo ou
• CRITICAS AO NEOLIBERALISMO

• 1- Pesquisas mais actualizadas no campo da teoria


económica, como as de Stiglitz, deixam claro que a mão
invisível defendida pelos neoliberais, que asseguraria uma
distribuição eficiente dos recursos no sistema produtivo só
funciona em determinadas condições ideais.

• 2- No livro intitulado “Flat World, Big Gaps ( Um mundo


Plano, grandes disparidades), editado por Jomo Sundaram,
Secretário Geral adjunto da ONU para o desenvolvimento
económico e pelo economista Jaques Baudot, conclui-se
1.5 – O Estado e as Finanças Públicas. O Modelo das
Finanças Neokeynesianas /Novo -desenvolvimentismo

• O Novo – Desenvolvimentismo tem diversas


origens, entre as quais a visão de Keynes e de
economistas neokeynesianos contemporâneos,
como Paul Davidson e Joseph Stiglitz de
complementaridade entre Estado e Mercado,
procurando compatibilizar um crescimento
económico sustentável com uma melhor
distribuição da renda
• PRINCIPIOS CARACTERIZADORES :

• 1- Defende-se a ideia de uma economia social de


mercado, assente na busca de um meio termo
entre o mercado criador e o Estado regulador e
interventor ou seja, é uma economia mista que
visa simultaneamente manter altos índices de
crescimento económico, baixa inflação, baixo
desemprego, boas condições de trabalho,
segurança social e serviços públicos mediante a
aplicação controlada da intervenção estatal.
• CONCLUSÃO: Ideia a Reter

• O Estado moderno deve procurar ser um ente


eminentemente social, um regulador eficiente
e implacável do mercado e dinamicamente
intervencionista.
• SUMÁRIO:
1- FINANÇAS PÚBLICAS E DIREITO FINANCEIRO
• A ACTIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
• NECESSIDADES INDIVIDUAIS E
NECESSIDADES COLECTIVAS.OS BENS
PÚBLICOS.AS EXTERNALIDADES
• 1- ACTIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

• A actividade financeira do Estado é aquela


que corresponde à uma actuação
instrumental do Estado que compreende a
arrecadação, a gestão, o dispêndio e o
controlo dos dinheiros públicos visando a
satisfação das necessidades colectivas
• NECESSIDADES INDIVIDUAIS E NECESSIDADE
COLECTIVAS.

• Necessidades individuais ou activas - são aquelas


em que para a sua satisfação o consumidor do
bem necessita de praticar uma acção concreta.
Por exemplo: a necessidade de alimentação,
vestuário, habitação;

• Necessidades de colectivas ou passivas –


corresponde ao tipo de necessidades que para a
sua satisfação o utilizador do bem não necessita
de desenvolver qualquer actividade directamente.
Exemplo: havendo o “bem exercito” num
• CARACTERISTICAS DAS NECESSIDADES
INDIVIDUAIS

3. Princípio da exclusão ou da excluíbilidade – o


produtor do bem (ex: alimento) exige ao
consumidor o pagamento de um preço pela
utilização do seu produto, logo, o preço é um meio
de exclusão dos que não querem ou não podem
pagar – lo.
4. Princípio da rivalidade – significa que a utilização
de um bem por parte de um consumidor inviabiliza
o seu consumo por parte de outros.
5. Princípio da irrivalidade – nos casos em que o
1-PRINCIPIO DA EXCLUSÃO

NECESSIDADES 2 – PRINCIPIO DA RIVALIDADE


INDIVIDUAIS

3-PRINCIPIO DA IRRIVALIDADE
• CARACTERISTICAS DAS NECESSIDADES
COLECTIVAS

3. -Princípio da inexcluibilidade - na medida em


que os consumidores não estão obrigados a
pagar qualquer preço pelo consumo dos bens,
como por exemplo: o bem defesa do território,
ordem pública, estabilidade macroeconómica,
etc

5. Principio da indivisibilidade – é corolário do


principio anterior, significando que o consumo
do bem não pode ser repartido pelos seus
utilizadores;
PRINCIPIO DA INEXCLUIBILIDADE

• NECESSIDADES PRINCIPIO DA INDIVISIBILIDADE


COLECTIVAS

PRINCIPIO DA IRRIVALIDADE
• OS BENS PÚBLICOS. OS BENS SEMI – PÚBLICOS. AS
EXTERNALIDADES

• OS BENS PÚBLICOS

5. Consideram-se bens públicos aqueles que são


produzidos por colectividades públicas visando a
satisfação de necessidades colectivas . Exemplo:
segurança pública

7. Bens semipúblicos: são aqueles que satisfazem as


duas ordens de necessidades. Por exemplo: o serviço
da administração da justiça.

9. Externalidades ou efeito externo – ocorre nas


circunstâncias em que o acto de produção ou de
MEIOS DE FINANCIAMENTO DO ESTADO

• Sob o ponto de vista jurídico, os meios de


financiamento do estado são:

• 1 – Receitas Voluntárias (cujo montante é


voluntariamente estabelecido):

• a) Receitas Patrimoniais – resultantes dos


preços negocialmente estabelecidos que o
Estado recebe pela venda do seu domínio
privado e pela prestação de alguns serviços
ou bens semipúblicos
• 2- Receitas Coactivas ( cujo valor é fixado
coactivamente) :

• a) Impostos: prestações pecuniárias que o Estado


cobra sem dar especificamente nada em troca a
quem as paga

• b) Taxas: prestações que o Estado cobra


oferecendo em contrapartida a quem as paga a
utilização de um bem público ou o acesso a um
serviço público.
CAPÍTULO II – O ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO

• SUMÁRIO : NOÇÃO , ELEMENTOS E


FUNÇÕES DO ORÇAMENTO GERAL DO
ESTADO
• Conceito de Orçamento do Estado : é o
documento onde se prevêem as receitas e as despesas
públicas, competentemente autorizadas, para
vigorarem durante um determinado período
financeiro.
• Ver art. 2º n.º 1 da Lei 9/97, de 17 de Outubro
• Elementos do Orçamento Geral do Estado :

• a) Previsão (elemento económico) – significa que o


orçamento se constitui num mapa de previsão de receitas
que o Estado irá cobrar e de despesas que irá realizar. As
receitas e despesas inscritas no OGE não se referem ao
passado nem ao presente mas sim ao futuro;

• b) Limitação no tempo ( elemento jurídico) – Tal


como na generalidade da actividade económica das
empresas e dos indivíduos, os Estados também organizam
a sua contabilidade no decurso do período de 1 ano
• c) Autorização ( elemento politico ) – significa que a
cobrança de receitas e a realização de despesas por parte do
Estado carecem de autorização prévia dos representantes do
povo ( deputados).
• - Este procedimento teve inicio na Inglaterra com o “Bill Of
the Rights” em que se estabeleceu o principio de que os
impostos tinham de ser consentidos pelos representantes
daqueles que tinham de pagar;
• A revolução francesa de 1789 veio consagrar o mesmo
principio
• A constituição angolana de 1975 conferia a competência para
aprovação do OGE ao Conselho da Revolução
• Actualmente a competência para aprovar o OGE é exclusiva da
Assembleia Nacional ( art. 88, d) )
• FUNÇÕES DO OGE

• 1) Funções económicas :
• a) Relacionar as receitas com as despesas – na medida em
que o Estado ao orçar (prever) as suas receitas deve assegurar-
se que estas bastem para cobrir as suas despesas ( art. 5º n.º 1
da Lei 9/97);
• b) Fixação das despesas – significa que o total das despesas
do OGE é a soma dos gastos de todos os serviços do Estado,
ficando, deste modo, fixada uma previsão de gastos que os
serviços não poderão ultrapassar ( art. 1º n.º 2 )
• Exposição do plano financeiro do Estado – é por
intermédio do OGE que se fica a saber quanto o Estado
se propõe a gastar com organização e funcionamento de
cada um dos seus serviços; com a previsão das receitas fica
demonstrado qual o contributo de cada um dos meios de
financiamento para os cofres do Estado
• 2- Funções Politicas :
• a) Garantia dos Direitos Fundamentais dos cidadãos :
assegura-se por intermédio do OGE que os rendimentos dos
cidadãos são tributados para cobrir gastos públicos mediante
autorização dos representantes (deputados) dos titulares destes
rendimentos ( trabalhadores, proprietários, capitalistas , etc.)

• b) Garantia do Equilíbrio e Separação de Poderes –


decorre do mecanismo da autorização politica, a cargo das
Assembleias Parlamentares, que estas desempenham um papel
financeiro, mediante a autorização e à afectação dos recursos;
posteriormente, as contas orçamentais são fiscalizadas por um
órgão judicial ( Tribunal de Contas), para além do Parlamento
• 3- Funções Jurídicas:

• A) Limitação Jurídica da administração – os


poderes financeiros da administração devem ser
previamente autorizados pelos parlamentos, dai que
sejam limitados. Por outro lado, da eficácia jurídica do
Orçamento decorre diversa legislação limitativa dos
poderes financeiros dos gestores orçamentais.
REGRAS DE ORGANIZAÇÃO DO OGE

• 1- PRINCÍPIO DA ANUALIDADE – O OGE é


um documento anual ( n.º 2 do art. 3º ), coincidindo o ano
económico com o ano cível.
• a) Fundamento politico : necessidade de se assegurar uma
regularidade do controlo por parte do Parlamento sobre a
gestão dos dinheiros públicos;
• b) Fundamento económico: o facto de o ano civil ser
considerado o período natural para os cálculos
económicos, quer dos particulares quer do Estado.
• 2- PRINCÍPIO DA PLENITUDE ORÇAMENTAL –
todas as receitas e todas as despesas deverão constar de um
documento único. Concretiza-se em dois sub princípios : da
unidade e da universalidade, consagrados no n.º 1 do art. 3.º.
• a) Unidade – significa que o orçamento deve ser um
documento único
• b) Universalidade – significa que todas as receitas e todas as
despesas deverão estar previstas no orçamento
• Fundamento : com a adopção da regra da unidade impõe-se a
elaboração de um único documento, com o propósito de evitar-
se a multiplicidade de orçamentos ( desorçamentação), o que
provocaria uma fuga às autorizações parlamentares, bem como,
ao controlo administrativo ( na fase da execução) e à prestação
de contas.
• 3- PRINCÍPIO DA DISCRIMINAÇÃO
ORÇAMENTAL – deste principio decorrem três sub
princípios, designadamente: a) especificação; b) não
compensação; c) não consignação
• a) Especificação – significa que as receitas e as despesas
previstas no OGE devem estar suficientemente
individualizadas;
• Especificação das receitas ( art.º 7º SS) e das despesas ( art.º
10ss)
• Fundamento : assenta sobre requisitos de clareza, veracidade e
racionalidade financeira e controlo politico.
• b) Não compensação – significa que todas as receitas e
despesas devem ser inscritas sem quaisquer deduções ou
compensações, isto é, pelo seu valor em bruto e não pelo
valor líquido ( n.º 5 do art.º 6.º - quanto as receitas);

• c) Não Consignação – todas as receitas devem servir


para cobrir indiscriminadamente todas as despesas, e não
qualquer receitas afectadas à cobertura de despesas em
especial ( art.º 18º n.º 1 )
• 4- PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE – tratando-se
o OGE de um documento aprovado por LEI e sendo
que esta apenas entra em vigor após a sua publicação,
decorre logicamente a regra da Publicidade
( implicitamente art.º 1.º n.º 1) que obriga que a Lei do
Orçamento seja objecto de publicação na 1.ª Série do
Diário da República.
• 5- PRINCÍPIO DA EQUILÍBRIO
ORÇAMENTAL – Esta é a mais importante e
também a mais discutida e controversa regra
orçamental.
• - Traduz-se na igualdade entre todas as receitas e
todas as despesas; é desta forma que o orçamento é
elaborado, aprovado e executado, verificando-se
sempre um equilíbrio traduzido numa igualdade
contabilística formal entre as receitas e as despesas
• - art.º 5.º n.º 1 da Lei 9/97, de 17 de Outubro
• Se formalmente não há orçamentos desequilibrados,
porque razão é tão frequente falar-se em Deficit
Orçamental?

• Porque o conceito de Equilíbrio orçamental abrange


duas realidades contabilísticas distintas : 1.º -
Equilíbrio Orçamental em sentido formal; 2.º -
Equilíbrio Orçamental em sentido substancial
• 1.º -Equilíbrio Orçamental em sentido formal –
Traduz-se na circunstância em que há uma igualdade
absoluta entre todas as receitas e despesas previstas
no OGE (art.º 5.º n.º 1)

• 2.º - Equilíbrio Orçamental em sentido


substancial – afere-se a partir da relação entre
determinadas receitas e determinadas despesas (ex:
Receitas Correntes e Despesas Correntes – art.º 5º n.º
2), e não a partir da igualdade entre todas as receitas e
todas as despesas
• CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DO
EQUILIBRIO ORÇAMENTAL

• 1.º - Critério Clássico;


• 2.º - Critério do Clássico revisto;
• 3.º - Critério do activo de tesouraria;
• 4.º - Critério do Orçamento Corrente e Orçamento e
Capital ( Critério do património activo do Estado)
• Critério do Orçamento Corrente e Orçamento de
Capital

• Neste critério, faz-se a distinção entre receitas e


despesas correntes e de capital.
• 1) Receitas Correntes – São as que provêm dos
rendimentos gerados durante o período financeiro.
Ex: receitas patrimoniais, impostos e taxas, visto que
normalmente são pagos com os rendimentos dos
compradores ou dos contribuintes
• 2- Despesas Correntes – São aquelas que o Estado
faz em bens consumíveis durante o período
financeiro ( ex: água, luz, vencimento dos seus
funcionários), ou que se vão traduzir na aquisição de
bens consumíveis ( subsídios ao pobres ou bolsas de
estudo)
• Receitas Correntes • Despesas Correntes

• Receitas Patrimoniais • Bens Consumíveis


• Taxas • Transferências
• Impostos Correntes;
• Transferências Correntes • Quotas de
Amortização
• 1) Receitas de Capital – São aquelas que provêm do
aforro ou poupança. Por exemplo: os empréstimos que os
detentores de capital concedem ao Estado com o dinheiro
que poupam; ou o produto das vendas pelo Estado de
títulos de crédito privados ( acções e obrigações), que os
compradores, via de regra, também pagam com as suas
poupanças

• 2- Despesas de Capital – São aquelas que o Estado faz
em bens duradouros ( estradas, pontes , despesas com
edifícios públicos); que contribuem para a formação de
poupança ( reembolso dos empréstimos contraídos); ou
que se traduzem na aquisição de bens de investimento
( subsídios aos agricultores para aquisição de maquinaria
agrícola)
• Receitas de Capital • Despesas de Capital

• Quotas de Amortização • Bens Duradouros


• Transferências de Capital • Transferências de
• Reembolso dos Capital
Empréstimos Concedidos
• Reembolso dos
• Empréstimos a Contrair
Empréstimos
Contraídos
• Empréstimos a
conceder
O EQUILIBRIO ORÇAMENTAL COM BASE NO CRITÉRIO EM
ANALISE

– Receitas Correntes • Despesas Correntes


– Receitas Patrimoniais ------ 10 • Bens Consumíveis ………….. 130
– Taxas -------------------------- 10 • Transferências Correntes …….10
– Impostos --------------------- 150 • Quotas de Amortização ………10
– Transferências Correntes ---- 5 • -------------------------------------------
------------------------------------------- • 150
– 175
• Superavit -------------- 25
O EQUILIBRIO ORÇAMENTAL COM BASE NO CRITÉRIO EM
ANALISE

Receitas de Capital Despesas de Capital


Bens Duradouros ------------------- 20
Quotas de Amortização ---------- 10 Transferências de Capital ----- ----10
Transferências de Capital -------- 5 Reembolso dos empréstimos
Reembolso dos Empréstimos contraídos ---------------------------- 15
concedidos ------------------------5 Empréstimos a conceder ----------- 5
Empréstimos a contrair ------- --- 5 -----------------------------------
--------------------------------------------- 50
25

Deficit ------------------------ 25
O EQUILIBRIO ORÇAMENTAL COM BASE NO CRITÉRIO EM
ANALISE
• Com base no critério do orçamento corrente/de capital, estaremos
perante uma situação de equilíbrio orçamental, quando:

• 1.º Cenário : as receitas correntes forem suficientes para cobrir as


despesas correntes ( art.º 5.º n.º 1 e 2); e as receitas de capital forem
suficientes para cobrir as despesas de capital;

• 2.º Cenário : as receitas correntes forem suficientes para cobrir as


despesas correntes e o défice do orçamento de capital;

• 3.º Cenário : as receitas de capital forem suficientes para cobrir as


despesas de capital e o défice do Orçamento Corrente (legalmente
proibido pelo n.º 2 do art.º 5)
• IMPLICAÇÕES DA COBERTURA DO DÉFICE
CORRENTE E DE CAPITAL

• 1ª - Quando o Estado recorre ao Superavit do orçamento


corrente para financiar o Défice do orçamento de capital, diz-
se que está a INVESTIR, porque estará a aplicar rendimentos
( receitas correntes) em bens de investimento ( despesas de
capital);

• 2.ª Quando o Estado se socorre do Superavit do Orçamento de


Capital para financiar o Défice Corrente, estará a
DESINVISTIR, porque recorre à receitas derivadas de
poupança para cobrir despesas em bens de consumo.
O CICLO DE PREPARAÇÃO E ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO GERAL
DO ESTADO

1. Nos termos do art. 112,b) da Lei Constitucional angolana a


competência para elaboração do OGE é do Governo;
2. O processo de elaboração orçamental inicia-se com a publicação pelo
Ministério das Finanças das Instruções Anuais para sua elaboração pela
Direcção Nacional do Orçamento do MINFIN (art. 19.º a) e e) do
Decreto –Lei n.º 4/98, de 30 de Janeiro). Esta publicação é dirigida à
todas Unidades Orçamentais deve ser feita até ao dia 31 de Maio de
cada ano.
3. Até ao 31 de Agosto cada uma das Unidades Orçamentais deve enviar a
sua proposta orçamental à Direcção Nacional de Orçamento do
MINFIN.
4. Após a consolidação da proposta orçamental pela DNO, o Ministro
das Finanças submete-a ao Conselho de Ministros para efeitos de
exame e aprovação, até ao dia 30 de Setembro do ano em que teve
inicio a sua elaboração ( art. 19 da LQOGE)
5- Após a aprovação pelo Conselho de Ministros a proposta
orçamental é enviada à Assembleia Nacional até ao dia 31
de Outubro do ano anterior àquele a que o orçamento é
referente ( art. 20.º n.º 1);

6- A Assembleia Nacional deve proceder a votação da


proposta até ao dia 15 de Dezembro (art. 20 n.º 2)
DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO E CONSEQUÊNCIAS DA SUA NÃO
APROVAÇÃO TEMPESTIVA

1. Caso a AN não vote, ou votando não aprove a proposta


orçamental, reconduz-se o orçamento do ano anterior
( regime transitório – art.º 20º n.º 3)
2. Verificando-se a situação descrita acima, o Governo deve
apresentar ao Parlamento uma nova proposta de
orçamento no prazo de 90 dias a contar da data da
rejeição ( art.º 20º n.º 5)
3. Uma vez aprovado, o novo orçamento deve integrar a
parte do orçamento anterior reconduzido, já executada até
a data da sua entrada em vigor ( cessa o regime
transitório ) – art.º 20 n.º 6 da LQOGE
CAPÍTULO III – DESPESAS PÚBLICAS

• SUMÁRIO :
• NOÇÃO E ELEMENTOS DA DESPESA
PÚBLICA
• CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTAL DA
DESPESA PÚBLICA
• TIPOLOGIA DA DESPESA PÚBLICA

• NOÇÃO DE DESPESA PÚBLICA – é o gasto de
dinheiro ou dispêndio de bens por parte de entes
públicos para cobrir ou adquirir bens susceptíveis de
satisfazer necessidades colectivas. Exemplo:
pagamento a um funcionário público; o gasto com a
construção de uma estrada; a concessão de um
subsídio a uma empresa; aquisição de equipamento
militar, etc.

• No ordenamento jurídico – financeiro angolano a


noção de despesa está consagrada no art.º 10.º
LQOGE
• ELEMENTOS DA DESPESA PÚBLICA

• 1-TIPO DE OPERAÇÃO – a despesa corresponde na sua


essência à afectação de recursos correntes de que um sujeito
dispõe para uma determinada finalidade, sendo o dispêndio de
dinheiro a forma típica de realizar despesas.

• 2 – SUJEITO DA OPERAÇÃO - deve ser uma entidade


pública , o Estado ou outro ente dotado de poderes de
autoridade

• 3 – FINALIDADE - a despesa pública destina-se a satisfazer necessidades


colectivas
• CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTAL DA
DESPESA

• A classificação orçamental da despesa pública está


consagrada nos seguintes artigos da LQOGE:

• ART.º 11.º (classificação institucional)


• ART.º 12.º ( classificação funcional - programática)
• ART.º 13.º ( classificação económica)
• TIPOLOGIA DA DESPESA PÚBLICA

• Este critério de classificação decorre da natureza


económica das despesas e os efeitos que produzem.

• 1- Despesas de Investimento e Despesas de


Funcionamento
• 2- Despesa – Compra ou em Bens e Serviços e Despesas
Transferência.
• 3- Despesas Produtivas e Despesas Reprodutivas
• 1.1- Despesas de Investimento – são gastos
efectuados na formação do capital técnico do Estado (
ex: construção de uma estrada);

• 1.2- Despesas de Funcionamento – são os gastos


necessários para garantir o normal funcionamento da
máquina administrativa Estadual ( ex: pagamento de
salários);
• 2.1 – Despesas Compra/Bens e Serviços são gastos que
asseguram a criação de utilidades através da aquisição de bens e
serviços, tratando-se de despesas que contribuem para o
rendimento nacional no período em que são realizadas . Ex:
aquisição de um equipamento, material de consumo; etc.

• 2.2- Despesas – Transferência – São gastos que se limitam a


proceder uma redistribuição dos recursos, transferindo poderes
de compra a entidades públicas/privadas.
• Este tipo de despesa não implica qualquer contrapartida, nem
altera o nível da renda nacional, havendo apenas uma
deslocação de rendimentos ( ex: subsídios de desemprego)
• As despesas - transferência podem ser:

• a) Transferências de rendimento e de capital;

• b) Transferências Directas e Indirectas;

• c)Transferências Internas e Externas


• a1) Transferências de Rendimento – São aquelas
que não alteram a situação do património duradouro
da nação ( atribuição de uma bolsa de estudos);

• a2) Transferências de Capital – são aquelas que


alteram a situação do património duradouro da nação
( subvenção do Estado para construção de um imóvel
particular ou a realização de um investimento numa
empresa pública)
• b1) Transferências Directas – São gastos que
aumentam directamente os rendimentos disponíveis
( pagamento de uma bolsa de estudos);

• b2) Transferências Indirectas – consistem na


verificação de um benefício indirecto, traduzindo-se
num aumento das possibilidades de consumo ( ex:
subsídios aos preços de combustíveis)
• c1) Transferências Internas – são os gastos que se
fazem para o sector público administrativo, unidades
produtivas , pessoas singulares e entidades privadas
não lucrativas, existentes num determinado território,
não alterando o rendimento nacional

• c2) Transferências Externas – São aquelas que


beneficiam economias externas e ,por isso, diminuem
a renda nacional.
• 3.1- Despesas Produtivas – são aquelas que se
limitam a criar utilidades, tratando-se de gastos
simplesmente produtivos ( ex: gastos com o exército e
com a polícia);

• 3.2 – Despesas Reprodutivas – representam gastos


que contribuem para o aumento da capacidade
produtiva, gerando utilidades acrescidas no futuro ( ex:
investimentos em estradas, transportes, meios de
comunicação, saúde, educação, etc.).

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