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ACÓRDÃO Nº 08620/2019 - Tribunal Pleno

PROCESSO : 18274/17
MUNICÍPIO : GOIÂNIA
ÓRGÃO : PODER EXECUTIVO
GESTOR : IRIS REZENDE MACHADO (PREFEITO)
CPF : 002.475.701-25
ASSUNTO : PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO.


CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OBSERVÂNCIA
A LEI 8.745/93. EXCEPCIONAL INTERESSE
PÚBLICO. LEGAL
1. A contratação temporária deve ser
precedida da comprovação de situação de
excepcional interesse público, sob pena de
ser considerada ilegal, conforme disposto no
inciso IX, do artigo 37 e na Lei 8.745/93.

Tratam os autos da análise do procedimento de Processo Seletivo


Público, objeto do Edital 001/2017, realizado pela Secretaria Municipal de
Assistência Social do Município de Goiânia, cujo objeto é a contratação de pessoal
para exercer os cargos analista, especialista, assistente e agente.

ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios do


Estado de Goiás, reunidos no Plenário desta Corte, acolhendo as razões expostas
no voto do Relator em:

I. MANTER a MEDIDA CAUTELAR deferida pelo Pleno desta


Corte de Contas, por meio do Acórdão nº. 05245/18, posteriormente retificado pelo
Acórdão 02933/2019, no que se refere à determinação de realização de concurso
público até 31.12.2019, devendo o Prefeito Municipal de Goiânia, Sr. IRIS
REZENDE MACHADO, CPF: 002.475.701-25, e o Secretário de Administração, Sr.
AGENOR MARIANO DA SILVA NETO, CPF: 526.598.871-87, se absterem de
realizar novas contratações precárias a partir de dezembro de 2019;
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II. No mérito, considerar LEGAL o processo seletivo simplificado


objeto do Edital n. 001/2017, realizado pelo Poder Executivo de Goiânia para a
Secretaria Municipal de Assistência Social, tendo em vista a necessidade de
continuidade do serviço público de natureza continuada, destacando-se que a
autuação do processo administrativo nº 78897821/2019 e demais providências
tomadas pelo responsável, com vista à realização de concurso público, por ora, são
suficientes à legalidade da presente seleção;

III. DETERMINAR à Superintendência de Secretaria que em


atendimento RA nº 90/18, bem como com vistas à organização processual, seja
autuado processo para FASE DE CUMPRIMENTO DO ACÓRDÃO, fazendo juntar
cópia integral do volume 3 dos presentes autos, ocasião em que devem os
responsáveis, Prefeito e Secretário Municipal de Administração – SEMAD, no prazo
de 20 (vinte) dias:

a) Comprovar as providências necessárias à realização de concurso


público (contratação de banca, elaboração do edital, publicação,
realização de provas, conclusão do certame com divulgação do
resultado e homologação) e nomeação do pessoal efetivo aprovado
e classificado no certame para as mesmas funções ofertadas pelo
Edital de Processo Seletivo nº 001/2017 e outros que se façam
necessários, para comporem o quadro de pessoal da Secretaria
Municipal de Assistência Social;

b) Atentar às disposições da IN nº 10/15 quanto aos procedimentos


e prazos para protocolo, no TCMGO, de processos dessa natureza;

c) Abster de realizar novas contratações precárias a partir de


dezembro de 2019;

d) Promover a imediata rescisão dos contratos temporários ao findar


do referido prazo, mediante nomeação de pessoal efetivo em
substituição às contratações precárias;

IV. ALERTAR o Sr. IRIS REZENDE MACHADO, CPF:


002.475.701-25, e o Secretário de Administração, Sr. AGENOR MARIANO DA

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SILVA NETO, CPF: 526.598.871-87 que, descumprido o Acórdão, serão


penalizados nas formas previstas em lei, com a responsabilização individual das
condutas, devendo estes arcar com as consequências de eventual descontinuidade
do serviço público perante a sociedade goiana, servindo os presentes autos como
prova do dolo;
V. ALERTAR o Controlador-Geral do Município, Sr. JULIANO
GOMES BEZERRA, CPF: 004.613.061-66 que a sua omissão dolosa no papel de
fiscalizar o cumprimento das medidas a serem adotadas ao cumprimento do
Acórdão nº 02933/2019 enseja a sua responsabilização solidária, nos termos do art.
74, § da CF/88 e do art. 59 da Lei 15.958/07 – Lei Orgânica deste Tribunal.

VI. ALERTAR os interessados municipais, que caso não atendidas


as determinações expedidas por este Tribunal, os mesmos estarão sujeitos à
imputação de multas, nos termos do artigo 47-A, da Lei Orgânica do TCM/GO;
VII. ALERTAR que as conclusões registradas nesta Decisão não
elidem responsabilidades por atos não alcançados na presente análise e por
constatações de procedimentos fiscalizatórios diferenciados, tais como inspeções,
outras denúncias ou tomada de contas especiais, sem prejuízo das cominações já
impostas ou as que eventualmente forem aplicadas em outros processos atinentes
ao mesmo período.
TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE GOIÁS, 27 de
novembro de 2019.

Presidente: Joaquim Alves de Castro Neto

Relator: Nilo Sérgio de Resende Neto.

Presentes os conselheiros: Cons. Daniel Augusto Goulart, Cons. Fabricio Macedo


Motta, Cons. Francisco José Ramos, Cons. Joaquim Alves de Castro Neto, Cons.
Nilo Sérgio de Resende Neto, Cons. Sérgio Antônio Cardoso de Queiroz, Cons.
Valcenôr Braz de Queiroz, Cons. Sub. Flavio Monteiro de Andrada Luna, Cons. Sub.
Irany de Carvalho Júnior, Cons. Sub. Vasco Cícero Azevedo Jambo e o
representante do Ministério Público de Contas, Procurador Regis Gonçalves Leite.

Votação:
Votaram(ou) com o Cons.Nilo Sérgio de Resende Neto: Cons. Daniel Augusto
Goulart, Cons. Francisco José Ramos, Cons. Sérgio Antônio Cardoso de Queiroz,
Cons. Valcenôr Braz de Queiroz.
Declararam impedimento/suspeição: Fabricio Macedo Motta (Impedimento) .

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1. RELATÓRIO

Tratam os autos da análise do procedimento de Processo Seletivo


Público, objeto do Edital 001/2017, realizado pela Secretaria Municipal de
Assistência Social do Município de Goiânia, cujo objeto é a contratação de pessoal
para exercer os cargos analista, especialista, assistente e agente.
Encaminhados os autos à Secretaria de Atos de Pessoal foi emitido o
Despacho nº. 4902/2017 (fls. 76/79, Vol. 01/03) pelo qual a unidade técnica
manifestou-se pela abertura de vista aos responsáveis para esclarecimento de
questões levantadas pela unidade técnica e apresentação de documentos.
Concedida a abertura de vista ao Jurisdicionado foram juntados aos
autos os documentos de fls. 082/345. Vol. 01/03, conforme informação constante no
Despacho nº. 10923/17 (fls. 346, Vol. 01/03).
Devolvido os autos à Secretaria de Atos de Pessoal foi emitido o
Despacho nº. 5343/17 (fls. 347/349, Vol. 01/03) através do qual a unidade técnica
solicitou nova abertura de vista ao Jurisdicionado para apresentação de
documentos/informações complementares.
Ato contínuo, mediante o Despacho nº. 0121/18 (fls. 436, Vol. 01/03),
foram juntados aos autos o processo número 19270/17 (fls. 352/435, Vol. 01/03) que
trata da análise do mesmo objeto dos presentes autos.
Concedida a abertura de vista ao Jurisdicionado foram juntados aos
autos os documentos de fls. 413/579, Vol. 01/03, conforme informação constante no
Despacho nº. 966/18 (fls. 580, Vol. 01/03).
Na sequência, foram juntados aos autos os documentos de fls. 01/231,
Vol. 02/03, conforme autorização da Secretária da Secretaria de Atos de Pessoal,
Paula Pereira da Cunha.
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Analisados todos os documentos juntados foi emitido o Certificado nº.


1317/18 (fls. 232/235, Vol. 02/03) através do qual manifestou-se pela legalidade do
processo seletivo além da indicação de ressalva no sentido de o gestor abster-se de
realizar novas contratações precárias por processo seletivo simplificado.
Em seguida, manifestou-se o Ministério Público de Contas através do
Parecer nº. 1808/2018 (fls. 236/238, Vol. 02/03) no sentido de conceder medida cautelar
para determinar ao Prefeito do Município de Goiânia para, no prazo improrrogável,
de 90 dias deflagrar concurso público para os cargos constantes no edital do
processo seletivo, além de sugerir a abstenção do Município em não realizar novas
contratações precárias e que a contratação dos candidatos aprovados no presente
processo seletivo somente será admitida até o dia 31.12.18.
Encaminhados os autos ao Gabinete do Conselheiro Relator, Cons.
Daniel Goulart, foi emitido Voto (fls. 239/250, Vol. 02/03) no sentido de considerar legal
o processo seletivo simplificado objeto do Edital nº. 001/2017.
No dia 03.07.18 foram os autos a julgamento e após leitura da
proposta de voto pelo Cons. Relator, Daniel Goulart, a Cons. Maria Teresa Garrido
solicitou vista dos autos.
Foram em seguida os autos ao Gabinete da Cons. Maria Teresa
Garrido que, após análise dos autos, emitiu Voto (fls. 257/267, Vol. 02/03) manifestando-
se pela expedição de medida cautelar para que o Prefeito do Município de Goiânia
adotasse, até 31.01.19, providências necessárias para a realização de concurso
público para os cargos apresentados no edital do Processo Seletivo Público
001/2017, além de determinar que o Gestor não desse continuidade às contratações
precárias objeto do presente processo, além de outras.
Por unanimidade dos presentes foi o Voto da Revisora aprovado na
sessão plenária do dia 15.08.18, conforme consta no Acórdão nº. 05245/2018 (fls.
269/275, Vol. 02/03).
Notificados os Gestores quanto aos termos da decisão exarada e
escoado o prazo da notificação não houve manifestação ou juntada de documentos
pelos responsáveis nos autos, conforme consta no Despacho nº. 8764/18 (fls. 287,
Vol. 02/03).
Posteriormente, com a autorização da Cons. Maria Teresa Garrido,
foram juntados aos autos os documentos de fls. 288/361, Vol. 02/03.

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Encaminhados os autos à Secretaria de Atos de Pessoal foi emitido o


Certificado nº. 232/19 (fls. 362/367, Vol. 02/03) pelo qual a unidade técnica manifestou-
se pela legalidade do processo seletivo simplificado objeto do Edital 001/2017, pela
convalidação em decisão definitiva a medida cautelar concedida, pela retificação do
prazo limite para as providências do Acórdão nº. 05245/2018, passando-se para
180 dias para a realização de concurso público, e por fim pela revogação da parte
da medida cautelar que determinou a vedação de continuidade das contratações
precárias e prorrogações até 31.01.19.
Ato contínuo, o Ministério Público de Contas manifestou-se através do
Parecer nº. 511/19 (fls. 368/372, Vol. 02/03) pela ilegalidade do processo seletivo
simplificado objeto do Edital 001/2017, pela conformação da medida cautelar nos
termos em que foi proferida no Acórdão nº. 05245/2018, além do reconhecimento
de que a autoridade responsável, Sr. Iris Resende Machado, se encontra em mora
perante esta Corte, em razão do descumprimento da medida cautelar concedida.
Em seguida, com autorização da Cons. Maria Teresa Garrido, foi
juntado aos autos os documentos de fls. 373/414, Vol. 02/03, dessa forma foram os
autos encaminhados à Secretaria de Atos de Pessoal para análise da
documentação juntada, conforme se verifica dos termos do Despacho nº.
0171/2019-GCMT (fls. 412, Vol. 02/03).
Recebidos os autos na Secretaria de Atos de Pessoal e analisados os
documentos juntados a Secretaria de Atos de Pessoal manifestou-se através do
Certificado nº. 1589/19 (fls. 413/419, Vol. 02/03) ratificando seu posicionamento
anterior.
Na sequência foram juntados aos autos, com autorização da Cons.
Relatora, os documentos de fls. 419/458, Vol. 02/03.
Enviados os autos ao Gabinete da Cons. Relatora foi emitido Voto (fls.
459/484, Vol. 02/03) no sentido de manter a medida cautelar concedida, no que se
refere à determinação de realização do concurso público, retificando apenas o prazo
para que ele seja realizado até 31.13.2019, além de sugerir a aplicação de multa
aos Gestor.
Foram os autos à votação na sessão plenária do dia 24.04.19 e por
unanimidade aprovaram o Voto da Relatora, conforme consta no Acórdão
02933/2019 (fls. 489/493, Vol. 02/03).

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Concedida a abertura de vistas ao Jurisdicionado para conhecimento


do inteiro teor do Acórdão e escoado o prazo para manifestação nenhum
documento/informação foi juntado nos autos, conforme consta no Despacho nº.
03461/19 (fl. 531, Vol. 02/03).
Devolvido os autos à Secretaria de Atos de Pessoal foi elaborado o
Despacho nº. 1957/19 (fls. 532/533, Vol. 02/03) pelo qual a unidade técnica manifestou-
se pela abertura de vista ao Jurisdicionado para que fosse apresentada em qual
etapa se encontrava a deflagração do concurso público determinado no Acórdão
02933/2019 (fls. 489/493, Vol. 02/03).
Concedida a abertura de vista foram juntados aos autos os
documentos de fls. 001/075, Vol. 03/03, conforme consta no Despacho nº.
4813/2019 (fls. 76, Vol. 03/03).
A Secretaria de Atos de Pessoal em sua análise conclusiva emitiu o
Certificado nº. 3687/19 (fls. 77/83, Vol. 03/03) manifestando-se pela convolação da
medida cautelar concedida em decisão definitiva no que se refere à determinação
do concurso público até 31.12.19, devendo os responsáveis de se absterem de
realizar novas contratações precárias a partir de dezembro de 2019, também
sugeriu por considerar LEGAL o processo seletivo simplificado objeto do Edital
01/17, tendo em vista a continuidade do serviço público, além de determinações e
alertas.
Ato contínuo, foram os autos ao Gabinete do Cons. Relator, Cons.
Fabrício Motta, que se manifestou impedido de atuar nos presentes autos os
encaminhando para a Presidência para redistribuição.
O Gabinete da Presidência mediante o Despacho nº. 3581/2019 (fls.
086, Vol. 03/03) redistribuiu o presente processo ao Cons. Nilo Resende, conforme
redistribuição automática, via sistema de Tramitação.
Recebido os autos no Gabinete do Cons. Nilo Resende foram os autos
remetidos ao Ministério Público de Contas para análise conclusiva.
Por fim, o Ministério Público de Contas manifestou-se através do
Parecer nº. 5601/2019 (fls. 88/90, Vol. 03/03) pela ilegalidade do processo seletivo
simplificado objeto do Edital nº. 01/17, pela confirmação da medida cautelar nos
termos em que foi exarado pelo Pleno desta Corte no Acórdão 02933/2019 (fls.
489/493, Vol. 02/03), além da imputação de multa ao Prefeito do Município de Goiânia.

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É o relatório.

2. DA MANIFESTAÇÃO DA SECRETARIA DE SECRETARIA DE


ATOS DE PESSOAL.

A Secretaria de Atos de Pessoal, através do Certificado nº. 3687/19 (fls. 77/83,


Vol. 03/03) manifestou-se nos seguintes termos:

“(...)
II – FUNDAMENTAÇÃO
2.1 Da tempestividade
Preliminarmente, cabe ressaltar que o prazo para a apresentação de Editais de
processo seletivo simplificado e documentação essencial perante esta Corte em
meio físico é de 03 dias úteis após a primeira publicação oficial do Edital, nos
termos do art. 7º, IV, da IN 10/15.
In casu, observou-se que a protocolização em meio físico do edital deu-se
tempestivamente, em 10/11/2017, porquanto fora publicado no Diário Oficial
Eletrônico do Município na data de 07/11/2017 (f.08).
2.2 Dos documentos essenciais
Tendo em vista o rol de documentos essenciais para formalização de processos
desta natureza, de acordo com o previsto no art. 7º, parágrafo único, inciso VI, da
IN 10/15 desta Casa, verifica-se que o requerente apresentou toda a documentação
exigida.
2.3 Da lei que estabelece os casos de excepcional interesse público
A contratação temporária de excepcional interesse público do Município de
Goiânia está prevista pela Lei nº 8546/07 (fl. 38-42).
Constata-se que a Lei em análise não estabelece a possibilidade de contração
temporária especificamente para as funções ofertadas no certame, ferindo o art. 1º,
inciso I, da Resolução Normativa 007/05 c/c Instrução Normativa 10/15.
Contudo, o responsável aponta o art. 2º, inciso VI, da Lei n. 8546/07 (fl.38-42)
como base legal que autoriza o Decreto em comento a declarar a excepcionalidade
para as contratações temporárias.
A Lei em destaque fixa a duração máxima dos contratos para os casos elencados no
inciso VI em 1 (um) ano, podendo ser prorrogado, desde que o prazo total não
exceda 2 (dois) anos (art. 2º, parágrafo único, inciso IV, da Lei n. 8546/07).
2.4 Da necessidade temporária de excepcional interesse público e do ato que
declara a excepcionalidade
Em sede de análise preliminar, esta Secretaria verificou as justificativas
empregadas pelo município para a realização da seleção.
O Secretário Interino de Assistência Social expediu a Portaria n. 051/17 (fl. 36-37),
a qual declara e demonstra a situação de excepcional interesse público e utiliza
como fundamento a ausência de servidores, bem como ausência de cadastro de
reserva em processo seletivo simplificado.
O Secretário Municipal de Assistência Social à época, por meio do Ofício nº
2554/17 (fl. 01-07) justificou déficit de cerca de 30% da necessidade mínima para a
prestação dos serviços sócio assistenciais nas unidades descentralizadas.
Informou ainda que a Secretaria Municipal de Assistência Social foi criada em
decorrência da extinção da Fundação Municipal de Desenvolvimento Comunitário
– FUMDEC e que a mesma não possuía quadro próprio de servidores, contando

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com um número insuficiente de servidores efetivos, além de comissionados e


prestadores de serviços autônomos.
Além disso, considerou a precariedade de recursos humanos na SEMAS desde a sua
criação, como também o aumento considerável da quantidade de suas atribuições.
Explicou que necessita de equipe técnica para realizar os serviços traçados pelo
Ministério do Desenvolvimento Social no âmbito dos programas sócio assistenciais
(ex: PAIF e PAEFI), de modo que é imprescindível a contratação de Psicólogos,
Assistentes Sociais e Pedagogos.
Do mesmo modo, a contratação de Auxiliares na administração do Banco de
Alimentos e de profissionais de nutrição para a Casa de Acolhida Cidadã e
Residencial Niso Pego. Enquanto que as funções de Educador, Assistente
Administrativo e Agente de Apoio Administrativo, constituem a equipe de apoio
para possibilitar o desenvolvimento dos serviços prestados à população, em
especial, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Programa Bolsa
Família, entre outros.
Por fim, trouxe à baila a Resolução do CNAS nº 17/16, quando prevê que Estados,
Distrito Federal e Municípios poderão utilizar a totalidade dos recursos do FNAS
no programa dos profissionais integrantes das equipes de referência do SUAS:
Art. 1º Os Estados, Distrito Federal e Municípios poderão utilizar até 100% (cem
por cento) dos recursos oriundos do Fundo Nacional de Assistência Social,
destinados a execução das ações continuadas de assistência social, no pagamento
dos profissionais que integrarem as equipes de referência do SUAS, conforme art.
6º-E da Lei 8742/93.
Parágrafo único. A utilização na integralidade dos recursos oriundos do
cofinanciamento federal para o pagamento de profissionais nos termos do caput
não deverá acarretar prejuízo à qualidade, à continuidade e ao funcionamento das
ações de assistência social em observância às normativas do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS.

Ressaltou, ainda, que foi autuado um processo visando à realização de concurso


público, dependendo de autorização do Prefeito e Estimativa do Impacto
Orçamentário e Financeiro.
Diante disso, esta Secretaria emitiu análise conclusiva por meio do Certificado nº
1317/18, no qual se manifestou pela legalidade do edital com alerta para que o
município adotasse as medidas necessárias para a realização de Concurso Público,
visando ao provimento efetivo de pessoal.
Na sequência, o Ministério Público de Contas divergiu desta Especializada e
sugeriu Medida Cautelar para que o município deflagrasse concurso público, no
prazo de 90 dias, e se abstivesse de realizar novas contratações precárias. (Parecer
nº 1808/18, fls. 236-238).
A Conselheira Relatora acatou parcialmente a sugestão do Parquet, sugerindo o
prazo de até 31 de janeiro de 2019 para a conclusão do concurso público, e nesse
sentido, o Pleno desta Casa exarou o Acórdão nº 05245/2018 (fls. 270-272).
Escoado o prazo da intimação, a Relatora autorizou, em caráter excepcional, a
juntada de documentos. Em síntese, o responsável elencou as razões do não
cumprimento da medida cautelar no que concerne à realização do concurso público
(fls.288-295).
Primeiramente, esclareceu-se que a homologação do processo seletivo simplificado
se deu em 08/03/2018 e que a maioria dos contratos com vigência de 12 (doze)
meses se encerram em 15/04/2019. Para tanto, anexou os documentos
comprobatórios de folhas 296-340, vol.II.

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O requerente salientou que a Assistência Social tem uma dinâmica diferente dos
demais órgãos quanto à necessidade de servidores e pormenorizou como são
compostas as equipes de trabalho. (fls. 289-290)
Informou, ainda, que a SEMAS possui 50 (cinquenta) unidades e que carece de um
diagnóstico complexo e árduo que demanda tempo e técnicos para equalizar as
normas com as necessidades.
Consta dos autos o levantamento de cargos e vagas que atendem as necessidades da
SEMAS atualmente (fls. 292-293). Segundo o defendente, tal levantamento foi
encaminhado à Secretaria Municipal de Administração, que instaurou o processo nº
77077461/2019 para sequenciamento dos atos relacionados ao concurso.
Ocorre que a SEMAD verificou a impossibilidade de se realizar concurso para o
quantitativo requerido, tendo em vista a necessidade de alterações de leis para
criação de cargos e modificação da quantidade de vagas.
Diante do cenário relatado, o responsável solicitou prorrogação de prazo para
realização do concurso; autorização para a prorrogação dos contratos vigentes;
autorização de chamamento de cadastro reserva em caso de distrato; e
chamamento para lotação na nova unidade da SEMAS (f. 295).
Da análise realizada pela SAP, verificou-se que o Acórdão nº 05245/2018, que
determinou a realização do concurso público até 31 de janeiro 2019, fora exarado
em 15 de agosto de 2018, logo, a SEMAS teve aproximadamente 5 (cinco) meses
para realização do certame.
Sabe-se que o concurso público é procedimento que se desenvolve mediante uma
série encadeada de atos administrativos, que, segundo melhor doutrina, equivale a
“um conjunto de atos administrativos interligados e realizáveis segundo certa
cronologia previamente estabelecida, destinados à obtenção de um só resultado
final: a seleção, dentre outros vários candidatos, daqueles que melhor possam
atender ao interesse público1”.
Assim, pode-se dizer que o procedimento de concurso público é decomposto, pelo
menos, em duas fases: a interna e a externa.
A fase interna é etapa de planejamento do certame, ocasião em que se verificam a
existência de vagas, a necessidade de criação de novos cargos, as disponibilidades
orçamentárias, designação de comissão, bem como a contratação de empresa que
executará o certame e elaborará o edital.
Já a fase externa é inaugurada quando da publicação do edital, momento a partir
do qual se faz o chamamento dos candidatos interessados em concorrer aos cargos
listados no ato convocatório, mediante inscrição, desde que atendam aos requisitos
para provimento. Incorpora também a etapa de realização das provas, apreciação
de eventuais recursos e homologação do concurso.
Nesse sentido, tendo em conta a avultada estrutura da SEMAS e a complexidade
dos trâmites inerentes a feitura de um concurso público de grande porte na capital,
é razoável que a fase interna demande alguns meses para se concretizar, ainda mais
se tratando das peculiaridades da referida Secretaria.
Não obstante, após 5 (cinco) meses da determinação, somente em janeiro de 2019 a
SEMAD emitiu parecer informando os quantitativos de vagas que possuem respaldo
legal, conquanto a municipalidade deveria, ao menos, estar executando a fase
externa do concurso.
Ademais, em 08/11/2017, por meio do Ofício nº 2554/2017/GAB/SEMAS (f.06), foi
nos informado acerca da autuação do processo nº 70013959 com a finalidade de
realizar concurso público.
1GASPARINI, Diogenes. Concurso Público – Imposição constitucional e operacionalização. In: MOTTA, Fabrício (coord.).
Concurso público e Constituição: Fórum, 2007.

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Fls.

Nota-se que o referido processo fora autuado pela SEMAS em 28/04/2017, não
sendo crível que a Administração delongue por quase 2 (dois) anos os
procedimentos para realização de concurso público.
Como bem asseverou o Órgão Ministerial desta Casa, o tempo e o histórico de
publicações demonstram que o município de Goiânia está se valendo da previsão
legal para desvirtuar o instituto da contratação por tempo determinado e,
acrescenta esta Unidade Técnica que diante aos fatos, mesmo após o deferimento
de medida cautelar, o município parece protelar o provimento efetivo dos cargos,
razão pela qual não merece acolhida a justificativa do responsável.
Por outro lado, consta dos autos que as convocações dos candidatos já ocorreram
(f. 222, vol.2) e, embora o gestor tenha se furtado de cumprir os prazos
estabelecidos no Acórdão 05245/2018, entendeu a SAP que as medidas até então
tomadas – destacando-se a autuação do processo nº 70013959, com vista à
realização de concurso público, eram suficientes à legalidade do presente processo
seletivo público.
Razão porque essa Especializada reiterou, em nova análise conclusiva, que
restavam demonstradas a necessidade temporária e o excepcional interesse público
para as contratações decorrentes do presente processo seletivo simplificado.
O Ministério Público de Contas, por sua vez, tornou divergir desta Especializada,
opinando pela ilegalidade do presente processo seletivo (fls. 368-372, vol2).
Na oportunidade, o Parquet trouxe à baila o Acórdão nº 428/18, exarado pelo TCU
nas prestações de contas do Fundo Municipal de Assistência de Goiânia, que
constatou contratação de pessoal em desacordo com os normativos específicos e
atentou para a necessidade de as equipes serem compostas por pessoal efetivo. Por
fim, se posicionou pela confirmação da Medida Cautelar, nos termos em que fora
exarada mediante o Acórdão nº 05245/18.
Na sequencia, a Conselheira Relatora autorizou a juntada de documentos, em
caráter excepcional. (f.373) Da nova documentação juntada aos autos, o município
comunica a nomeação do novo Secretário Municipal de Assistência Social, Mizair
Jefferson da Silva, a partir de 12/02/2019. (f.375)
O novo Secretário cientifica esta Corte sobre o Autorizo do Prefeito para realização
do concurso público, no dia 28/02/2019, bem como a juntada do Autorizo nos autos
correspondentes junto à SEMAD.
Nesse sentido, tornou a ressaltar a necessidade de renovações das contratações
temporárias que finalizam a partir do dia 15/04/2019, até a posse dos efetivos do
concurso que está em andamento no processo nº 77017461, em atenção à
continuidade do serviço público. Para tanto, fez juntar documentos das diversas
unidades pertencentes à Secretaria, demonstrando a necessidade de renovação dos
contratos. (fls. 387-411, vol.2)
Por fim, colacionou aos autos planilha que especifica todos os contratados
temporários oriundos do presente processo seletivo e a respectiva data de
vencimento dos contratos. (fls. 406-411)
Do compulsar da documentação juntada em caráter excepcional, percebeu-se que a
vedação de prorrogação dos contratados temporários provocaria o colapso na
prestação de serviços públicos assistenciais no Município de Goiânia, vez que a
Secretaria ficaria quiçá totalmente desguarnecida.
Desta feita, a documentação corrobora o entendimento já enunciado por esta
Unidade Técnica, que ao sopesar a relevância da continuidade na prestação de
serviços, se manifestou pela autorização de prorrogação dos contratos temporários
pelo prazo de 180 dias, até a conclusão do concurso público.
Em seguida, foi proferido o Acórdão nº 02933/2019 que manteve a Medida

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Fls.

Cautelar deferida pelo Pleno, por meio do Acórdão nº 05245/18, no que se refere à
determinação de realização do concurso público, todavia, alterando o prazo para
que até 31 de dezembro de 2019 o município adote TODAS as providências
necessárias à realização de concurso público e nomeação do pessoal efetivo,
vedadas novas contratações temporárias a partir dessa data. (fls. 489-493, vol.2)
Logo, em não havendo fato novo capaz de modificar o entendimento já proferido,
esta Especializada reitera a manifestação anterior, no sentido de que restam
demonstradas a necessidade temporária e o excepcional interesse público para as
contratações decorrentes do presente processo seletivo simplificado.

2.5 Do acompanhamento do cumprimento da determinação expedida


Preliminarmente, de acordo com a determinação contida no Acórdão nº
02933/2019, devem os gestores adotar todas as providências necessárias à
realização de concurso público para as mesmas funções ofertadas no presente
edital – contratação da banca, elaboração do edital, publicação, realização das
provas, conclusão do certame e nomeação do pessoal efetivo aprovado e
classificado – até a data limite de 31 de dezembro de 2019.
Destarte, a fim de acompanhar o cumprimento da determinação, esta Secretaria
solicitou aos responsáveis informações acerca da etapa que se encontra a referida
deflagração (fls. 532-533, vol.2). Notificados, os defendentes apresentaram os
esclarecimentos e documentações pertinentes, conforme se passa a analisar.
De plano, registra-se que compete à Secretaria Municipal de Administração –
SEMAD a administração dos recursos humanos e realização de concursos públicos
do Município de Goiânia, consoante preceitua a Lei Complementar nº 276/2015,
art. 23, inciso I.
Nesse sentido, o Secretário de Administração, Agenor Mariano, recém incluído no
rol de responsáveis, encaminhou o Ofício nº 1838/19 (f. 09, vol. 3), no qual anexa
informações acerca do andamento do concurso público. Aduz a equipe de Gestão
de Pessoas que, em virtude da demanda de outras Secretarias (SEDETEC,
AGETUL, SMPM e SME), fora autuado novo processo administrativo, sob o nº
78897821/2019, para realização de um concurso público conjunto, e não mais
exclusivo à SEMAS.
Informou-se, ainda, que o referido processo se encontra no Departamento de Folha
de Pagamento para cálculo do impacto financeiro e que já foi encaminhada
solicitação de proposta de preço às Instituições que realizam concurso público.
Por fim, os responsáveis juntaram o cronograma (f.10, vol.3), onde consta a
previsão de publicação do edital para o dia 26/11/2019, com a ressalva de que após
a referida publicação os trâmites inerentes ao concurso podem levar de 06 (seis) a
07 (sete) meses.
Quanto à Secretaria de Assistência Social – SEMAS, o atual Secretário Mizair
Jefferson, gestor da pasta desde 07 de março de 2019, apresentou defesa às folhas
29-42 vol.3, comprovando de forma minuciosa as providências tomadas pela
SEMAS, com vistas ao cumprimento das determinações desta Casa, e o esgotamento
da competência da Secretaria quanto aos atos necessários à realização do concurso
público, que conforme outrora esposado compete à SEMAD.
Em síntese, o gestor repisou a necessidade de excepcional interesse público para as
presentes contratações e discriminou os atos exercidos pela Secretaria no intuito de
promover o concurso público, como: quantificação de vagas convergentes com a
legislação, de modo a não carecer alteração legislativa e permitir a imediata
continuidade do procedimento; Autorizo do Prefeito, juntado ao processo

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Fls.

administrativo na SEMAD no mesmo dia que fora exarado e; repetidos ofícios


encaminhados à SEMAD para solicitação de informação quanto ao andamento do
concurso público.
Pois bem.
Da análise dos documentos colacionados pelo atual Secretário da SEMAS (fls. 29-
75), resta cabalmente comprovado o exaurimento da competência daquela
Secretaria no tocante à determinação deste Tribunal para realização de concurso
público, porquanto já fora repassado à SEMAD os cargos e quantitativos de vagas
necessários, assim como o Autorizo do Prefeito.
Por outro lado, no que concerne aos atos executados pela SEMAD, a despeito de
comprovado o andamento do procedimento, percebe-se pelo cronograma
apresentado que não haverá cumprimento do prazo estabelecido pelo Acórdão nº
02933/2019, porquanto a publicação do edital está prevista para 26/11/2019, prazo
inábil para que as nomeações dos aprovados ocorram até 31/12/2019.
Diante disso, para além da esfera da SEMAS, que ficará desprovida de pessoal vez
que os contratos temporários vigentes deverão ser rescindidos até 31/12/2019 e
novas contratações precárias estão vedadas pelo mencionado Acórdão, o
descumprimento do referido prazo implica assunto outro que extrapola a análise do
presente edital, qual seja o ano de 2020 ser ano eleitoral na esfera municipal e a
previsão de homologação adentrar os últimos 180 dias do mandato do Chefe do
Executivo.
Nesta senda, de acordo com a Lei das Eleições – Lei Federal nº 9.504/97, art. 73,
inciso V, alínea c – o agente público somente poderá nomear aprovados em
concursos públicos se a homologação ocorrer antes dos 3 (três) meses que
antecedem o pleito, ou seja, antes de julho de 2020.
Ainda, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), art. 21, II, dispõe ser nulo de pleno
direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e
oitenta dias anteriores ao final do mandato.
Destarte, em decorrência da análise conjunta da Lei das Eleições e da Lei de
Responsabilidade Fiscal, além da homologação ocorrer necessariamente antes de
julho de 2020, é necessário que a despesa tenha orçamento suficiente para que as
nomeações possam ocorrer nos últimos 180 (cento e oitenta) dias do mandato.
Nesse toar, faz-se imprescindível solicitar aos responsáveis, para além das
providências do Acórdão nº 02933/19, que apresentem a estimativa do impacto
orçamentário-financeiro bruto no exercício em que a despesa relativa ao concurso
público deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, bem como o demonstrativo
dos recursos para seu custeio, devendo evidenciar o impacto nas Despesas Totais
com Pessoal, de modo a demonstrar qual seria o índice caso todos os candidatos
classificados fossem nomeados.
Além disso, caso seja afetada a continuidade dos serviços públicos atinentes à
assistência social, em razão da mora da municipalidade em promover concurso
público dentro do prazo estabelecido por esta Corte, que inclusive concedeu
dilação maior que aquela postulada pela defesa nos autos apensados nº 18274/17
(postulou-se prazo até 16/04/2019), para que não houvesse pretextos ao
cumprimento, estando os responsáveis devidamente cientificados que, na hipótese
de não conclusão do certame até a data aprazada, estes deverão arcar com as
consequências perante a sociedade goiana, forçosa será a responsabilização
individual das condutas, sem que isso modifique, necessariamente, a legalidade do
presente edital.

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Fls.

Contudo, conveniente que esta análise seja feita em autos apartados por
demandar instrução processual que extrapola a análise do excepcional interesse
público (ponto de controle dos presentes autos).
Desta feita, com vistas à organização processual, individualização e
responsabilização de condutas, que suplantam a feitura do edital nº 001/2017,
assim como melhor arranjo da matéria a ser explorada, sugere esta Especializada
seja autuada Fase de Cumprimento do Acórdão, nos termos da RA nº 90/18.
Com efeito, estando o processo maduro para julgamento —considerando não haver
elemento faltante para conclusão meritória da análise, exaustivamente
fundamentado por esta Secretaria nos despachos e certificados anteriores —, seja
então julgado legal o edital nº 001/2017 por restar comprovada a necessidade
temporária e o excepcional interesse público.
Corrobora a sugestão o fato de que a medida cautelar vigente não impede as
presentes contratações, mas tão somente determina a realização de concurso
público e que o responsável “se abstenha de realizar novas contratações precárias
a partir de dezembro de 2019”, como também “promova a imediata rescisão dos
contratos temporários ao findar do referido prazo, mediante nomeação de pessoal
efetivo em substituição às contratações precárias”.
Assim sendo, entende-se que mesmo ante ao descumprimento do Acórdão proferido
por esta Casa, a licitude do edital nº 001/2017 não seria atingida, pois existiu, à
época da realização do procedimento, o excepcional interesse público, tanto que as
contratações foram autorizadas por este Tribunal até 31/12/2019. Seria até mesmo
contraditório se o TCM julgasse ilegal o certame tendo ele próprio autorizado
contratações com prazo determinado.
Veja que, se não houvesse excepcional interesse público, não haveriam de ser
autorizadas as contratações e não haveria necessidade de deflagração de concurso
público, ao passo que, superada a legalidade do edital, compete à municipalidade,
imbuída pelo legítimo controle externo exercido por este Tribunal de Contas,
consubstanciado pelo Acórdão nº 02933/2019, promover os cargos públicos
efetivos, de modo a não desvirtuar o instituto excepcional em conduta rotineira.

2.6 Da publicidade
Diante aos presentes autos nota-se que foram anexados os documentos de folhas 08,
83 a 130 (vol.1) e 02 a 18 (vol.2), que comprovam a devida publicidade do certame
no Diário Oficial do Município e vários jornais e sites de grande circulação.
O termo de homologação fora publicado no DOM Eletrônico em 08/03/2018.

III – DISPOSITIVO
Ante o exposto, esta Secretaria manifesta seu entendimento no sentido:
I. preliminarmente, seja CONVOLADA EM DECISÃO DEFINITIVA A MEDIDA
CAUTELAR deferida pelo Pleno desta Corte de Contas, por meio do Acórdão nº
05245/18, no que se refere à determinação de realização do concurso público até
31 de dezembro de 2019, devendo o Prefeito Municipal de Goiânia, IRIS
REZENDE MACHADO; o Secretário Municipal de Assistência Social, MIZAIR
JEFFERSON DA SILVA; e o Secretário Municipal de Administração, AGENOR
MARIANO DA SILVA NETO, se absterem de realizar novas contratações
precárias a partir de dezembro de 2019;
II. no mérito, considerar LEGAL o processo seletivo simplificado objeto do Edital
n. 001/2017, realizado pelo Poder Executivo de Goiânia para a Secretaria
Municipal de Assistência Social, tendo em vista a necessidade de continuidade do
serviço público de natureza continuada, destacando-se que a autuação do processo
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Fls.

administrativo nº 78897821/2019 e demais providências tomadas pelo responsável,


com vista à realização de concurso público, por ora, são suficientes à legalidade da
presente seleção, sugerindo:
III. considerando a necessidade de se garantir o cumprimento das decisões, em
atendimento a RA nº 90/18, bem como com vistas à organização processual, seja
autuado – após o trânsito em julgado da decisão – pela Superintendência de
Secretaria, processo para FASE DE CUMPRIMENTO DO ACÓRDÃO, fazendo
juntar cópia integral do volume 3 dos presentes autos, ocasião em que devem os
responsáveis, Prefeito e Secretário Municipal de Administração – SEMAD, no
prazo de 20 (vinte) dias:

a) comprovar as providências necessárias à realização de concurso público


(contratação de banca, elaboração do edital, publicação, realização de provas,
conclusão do certame com divulgação do resultado e homologação) e nomeação do
pessoal efetivo aprovado e classificado no certame para as mesmas funções
ofertadas pelo Edital de Processo Seletivo nº 001/2017 e outros que se façam
necessários, para comporem o quadro de pessoal da Secretaria Municipal de
Assistência Social;

b) atentar às disposições da IN nº 10/15 quanto aos procedimentos e prazos para


protocolo, no TCMGO, de processos dessa natureza;

c) abster de realizar novas contratações precárias a partir de dezembro de 2019;

d) promover a imediata rescisão dos contratos temporários ao findar do referido


prazo, mediante nomeação de pessoal efetivo em substituição às contratações
precárias;

IV. seja ALERTADO os responsáveis IRIS REZENDE MACHADO, Prefeito,


MIZAIR JEFFERSON DA SILVA, Secretário de Assistência Social, e AGENOR
MARIANO DA SILVA NETO, Secretário de Administração que, descumprido o
Acórdão, serão penalizados nas formas previstas em lei, com a responsabilização
individual das condutas, devendo estes arcar com as consequências de eventual
descontinuidade do serviço público perante a sociedade goiana, servindo os
presentes autos como prova do dolo;
V. também, seja ALERTADO o Controlador-Geral do município, JULIANO
GOMES BEZERRA, que a sua omissão dolosa no papel de fiscalizar o
cumprimento das medidas a serem adotadas ao cumprimento do Acórdão nº
02933/2019 enseja a sua responsabilização solidária, nos termos do art. 74, § da
CF/88 e do art. 59 da Lei 15.958/07 – Lei Orgânica deste Tribunal.

Encaminhem-se os autos ao Conselheiro Relator para as providências que entender


cabíveis.

(...)”

3. MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS.

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Fls.

O Ministério Público de Contas via Parecer nº. 5601/2019 (fls. 88/90, Vol.
03/03) manifestou-se nos seguintes termos:

“Após análise dos autos, a Procuradoria de Contas diverge do exame efetuado pela
Secretaria de Atos de Pessoal, no sentido de convolar em decisão definitiva a
Medida Cautelar deferida pelo Pleno desta Corte de Contas, por meio do Acórdão
nº 05245/18, pelas razões abaixo esposadas.

Verifica-se que há fortes indícios de que a Medida Cautelar deferida pelo Pleno
desta Corte de Contas, por meio do Acórdão nº 05245/18, no que se refere à
determinação de realização do concurso público até 31 de dezembro de 2019 não
será cumprida, visto que conforme já suscitado pela SAP no aludido certificado “a
despeito de comprovado o andamento do procedimento, percebe-se pelo
cronograma apresentado que não haverá cumprimento do prazo estabelecido pelo
Acórdão nº 02933/2019, porquanto a publicação do edital está prevista para
26/11/2019, prazo inábil para que as nomeações dos aprovados ocorram até
31/12/2019”.

Na fase de discussões, quando da emissão do Acórdão Nº 02933/2019, o


Procurador Geral mudou o posicionamento emitido por escrito nos autos (parecer
nº 511/2019- fls. 368/372), concordando com a Relatora no sentido de prorrogar o
prazo para que a Prefeitura de Goiânia realizasse o concurso público para o
provimento dos cargos em questão, discordando, entretanto, quanto à convolação
da medida cautelar em definitiva por entender que tal decisão daria margem à
interposição de recurso ordinário, com efeito suspensivo, cuja análise demandaria
aproximadamente um ano.

Desta forma, este Parquet reitera seu posicionamento no sentido de que seja
mantida a Medida Cautelar, evitando-se, assim, a interposição de recursos com
fins meramente protelatórios.

Quanto ao Processo Seletivo Simplificado nº 001/17, tal procedimento se encontra


eivado de vícios, conforme já amplamente demonstrado no Parecer nº 1808/2018
(fls. 236/238 – vol. 2), uma vez que “não pode o gestor defender o caráter de
excepcional interesse público quando a própria administração lhe deu causa. O
tempo e o histórico de publicações demonstram que o município de Goiânia está se
valendo da previsão legal para desvirtuar o instituto da contratação por tempo
determinado”.

Agregue-se ao fato acima apontado o fato de que “no que tange ao exame do
processo seletivo, observa-se que foi utilizada uma forma de seleção precária e
subjetiva, dando margem à escolha discricionária por parte dos avaliadores. A
primeira fase consistia em uma análise de experiência e títulos e a segunda em uma
entrevista”.

Ressalte-se que a ilegalidade do processo seletivo gera penalidade ao responsável


que lhe deu causa, que, no presente caso, é o prefeito, já que cabe ao Chefe do
Poder Executivo determinar a realização do concurso público, restando
demonstrado nos autos que o Secretário Municipal de Assistência Social exauriu
todos os atos de sua competência para a efetivação do concurso, bem como há

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Fls.

notável inércia ou, quando muito, morosidade da administração na realização do


concurso público.

Demonstração cabal da inércia (ou mesmo morosidade) da Administração reside no


fato de que, em 08/11/2017, por meio do Ofício nº 2554/2017/GAB/SEMAS (f.06),
foi informado o TCMGO acerca da autuação do processo nº 70013959 com a
finalidade de realizar concurso público e o referido processo fora autuado pela
SEMAS em 28/04/2017, não sendo crível que a Administração demande quase 2
(dois) anos para ultimar os procedimentos para realização de concurso público,
ainda que seja necessário, para tanto, alterações de ordem legislativa.

Diante do exposto, este Ministério Público de Contas mantém seu posicionamento


exarado nos Pareceres nº 1808/18 e 0511/2019 (fls. 236/239 e 368/372 – vol. 2),
opinando da seguinte forma:

a) pela ilegalidade do Processo Seletivo Simplificado objeto do Edital nº


01/17, ratificando o Parecer Ministerial nº 1808/18;

b) pela confirmação da referida Medida Cautelar, nos termos que em fora exarada
pelo Pleno deste Tribunal, mediante Acórdão nº 05245/18, retificado pelo Acórdão
nº 02933/19, no que tange ao prazo para realização do concurso público;

c) pela manutenção da determinação de imputação de multa ao Prefeito, Sr. Iris


Rezende Machado, nos termos propostos no Acórdão nº 02933/19 (abertura de
processo apartado), ante o descumprimento da medida cautelar prevista no
Acórdão nº 05245/2018;

d) pela imputação de multa à autoridade responsável pela ilegalidade do processo


seletivo simplificado, o Sr. Iris Rezende Machado, Prefeito de Goiânia, fato que
caracteriza ato de gestão ilegal praticado pelo gestor, ensejando a aplicação de
multa, como fundamento no artigo 47-A, inciso VIII2, da LO-TCMGO, no
percentual de 10% sobre o valor constante no caput, do artigo 47-A, do referido
diploma legal

e) pela instauração da fase de cumprimento do Acórdão nº 05245/18.”

4. PROPOSTA DE VOTO DO RELATOR

Este Relator, após análise dos autos, converge parcialmente com as


manifestações da Secretaria de Atos de Pessoal e do Ministério Público de Contas.

Os autos tratam da análise do Processo Seletivo Simplificado objeto do


Edital 001/2017 do Município de Goiânia para a contratação de pessoal para a
Secretaria Municipal de Assistência Social – SMAS.

2Art. 47-A.
VIII - praticar ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico, de um a vinte e cinco por cento;

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Fls.

O prazo para apresentação de Editais de processo seletivo simplificado


em meio físico é de 03 dias úteis após a primeira publicação oficial do Edital,
conforme determina o artigo 7º, inciso IV, da IN 10/15.

Segundo consta nos autos a publicação oficial do Edital se deu em


07.11.17 e a protocolização em meio físico nesta Corte ocorreu em 10.11.17,
portanto de acordo com a exigência contida no artigo supracitado.

No que se refere ao previsto no artigo 7º, parágrafo único, inciso VI, da


IN 10/15, que estabelece os documentos essenciais para a formalização de
processo desta natureza, foi possível constatar que o Gestor apresentou toda
documentão exigida.

Com relação à Lei que dispõe sobre a contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público foi juntado aos autos a Lei Municipal 8.546/2007 às fls. 38/42, Vol. 01/03 que
trata da contratação temporária.

Apesar de que na referida lei não há previsão expressa da


possibilidade de contratação temporária especificadamente para as funções
ofertadas no presente processo seletivo simplificado, indo de encontro ao que está
disposto nos artigos 1º inciso I, da RN 007/05, há no artigo 2º, inciso VI, da Lei
Municipal que serve como base legal para declarar a excepcionalidade para as
contratações temporárias.

Além disso, consta na referida lei a duração máxima dos contratos em


01 (um) ano com possibilidade de prorrogação, desde que o prazo total não exceda
02 (dois) anos, conforme previsão no artigo 2º, parágrafo único, inciso IV, da Lei
Municipal.

Já com relação às justificativas da necessidade temporária de


excepcional interesse público e do ato que declarou a excepcionalidade esta
Relatoria acompanha o posicionamento da unidade técnica e diverge da exposição
do Ministério Público de Contas que entendeu não haver caracterizado a situação
de excepcional interesse público tendo em vista que a própria administração pública
municipal vem ao longo dos anos dando causa se valendo assim da previsão legal
para desvirtuar o instituto da contratação por tempo determinado.

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Fls.

Primeiramente concordo com a Secretaria de Atos de Pessoal de que


o processo seletivo simplificado objeto do Edital 001/2017 deve ser considerado
LEGAL.

Em que pese a manifestação do Ilustre Procurador de Contas de que


não restou caracterizada a situação de excepcional interesse público tendo em vista
que o próprio Gestor lhe deu causa, desvirtuando assim a legalidade das
contratações temporárias, entendo que a necessidade temporária e a
excepcionalidade do interesse público da contratação estão caracterizadas quanto
ao risco da não continuidade da prestação do serviço público, já que, conforme
amplamente discutido nos autos, a SEMAS opera com déficit de cerca de 30% da
necessidade mínima de pessoal para atendimento de suas funções assistenciais.

Outro aspecto que corrobora o entendimento da LEGALIDADE da


contratação temporária refere-se às providencias já tomadas pela Administração
Pública quais sejam: a atuação de processo administrativo para a realização de
concurso público (processo 78897821/2019) e demais providências tomadas pelos
responsáveis, conforme discorreu a unidade técnica em sua manifestação.

Portanto, concluo que pode o processo seletivo simplificado, objeto do


Edital nº. 01/2017 ser considerado LEGAL, nos termos acima exposto e de acordo
com a manifestação da Secretaria de Atos de Pessoal.

Quanto à medida cautelar convirjo com a manifestação do Ministério


Público de Contas referente à sua manifestação e não na sua convolação em
decisão definitiva, como sugeriu a unidade técnica, mantendo-se os demais termos
da decisão anteriormente dada através do Acórdão 02933/19.

A justificativa para a manutenção da medida da cautelar e não na sua


confirmação em decisão definitiva é simplesmente por razões processuais
práticas, como bem asseverou o Ministério Público de Contas, já que caso fosse
confirmada em decisão definitiva eventual recurso interposto, como é o caso do
recurso ordinário, poderia suspender a parte da decisão que determinou a
realização do concurso público e a não contratação de pessoal por tempo
determinado, o que na prática traria prejuízo tento ao Município quanto à sociedade.

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Dessa forma, em convergência ao Ministério Público de Contas


mantenho os termos da medida cautelar já deferida nos presentes autos, nos
mesmo termos do Acórdão 02933/19.

Quanto à sugestão de multa ao Prefeito do Município de Goiânia divirjo


de sua aplicação, conforme manifestado pelo Ministério Público de Contas,
considerando que desde a tramitação dos presentes autos a Municipalidade tem
realizado esforços a fim de solucionar o problema das contratações na SEMAS,
convergindo então com a manifestação da Secretaria de Atos de Pessoal.

Por fim, concordo com a determinação contida na manifestação da


unidade técnica de que seja aberto processo de CUMPRIMENTO DE ACÓRDÃO
com a finalidade de se acompanhar as determinações contidas no presente Voto e
no respectivo acórdão, onde nele serão discutidas questões que extrapolam a
análise da legalidade do presente certame, como o não cumprimento de prazos
fixados, realização do concurso, contratação de contratos temporários etc..

Portanto, acolhendo parcialmente as manifestações da Secretaria de


Atos de Pessoal e do Ministério Público de Contas, manifesto por:

VIII. MANTER a MEDIDA CAUTELAR deferida pelo Pleno desta Corte de Contas, por
meio do Acórdão nº. 05245/18, posteriormente retificado pelo Acórdão 02933/2019, no que se refere à
determinação de realização de concurso público até 31.12.2019, devendo o Prefeito Municipal de Goiânia, Sr.
IRIS REZENDE MACHADO, CPF: 002.475.701-25, e o Secretário de Administração, Sr. AGENOR
MARIANO DA SILVA NETO, CPF: 526.598.871-87, se absterem de realizar novas contratações precárias a
partir de dezembro de 2019;

IX. No mérito, considerar LEGAL o processo seletivo simplificado objeto do Edital n.


001/2017, realizado pelo Poder Executivo de Goiânia para a Secretaria Municipal de Assistência Social, tendo
em vista a necessidade de continuidade do serviço público de natureza continuada, destacando-se que a autuação
do processo administrativo nº 78897821/2019 e demais providências tomadas pelo responsável, com vista à
realização de concurso público, por ora, são suficientes à legalidade da presente seleção;

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Fls.

X. DETERMINAR à Superintendência de Secretaria que em atendimento RA nº 90/18,


bem como com vistas à organização processual, seja autuado processo para FASE DE CUMPRIMENTO DO
ACÓRDÃO, fazendo juntar cópia integral do volume 3 dos presentes autos, ocasião em que devem os
responsáveis, Prefeito e Secretário Municipal de Administração – SEMAD, no prazo de 20 (vinte) dias:

a) Comprovar as providências necessárias à realização de concurso público


(contratação de banca, elaboração do edital, publicação, realização de
provas, conclusão do certame com divulgação do resultado e homologação)
e nomeação do pessoal efetivo aprovado e classificado no certame para as
mesmas funções ofertadas pelo Edital de Processo Seletivo nº 001/2017 e
outros que se façam necessários, para comporem o quadro de pessoal da
Secretaria Municipal de Assistência Social;

b) Atentar às disposições da IN nº 10/15 quanto aos procedimentos e prazos


para protocolo, no TCMGO, de processos dessa natureza;

c) Abster de realizar novas contratações precárias a partir de dezembro de


2019;

d) Promover a imediata rescisão dos contratos temporários ao findar do


referido prazo, mediante nomeação de pessoal efetivo em substituição às
contratações precárias;

XI. ALERTAR o Sr. IRIS REZENDE MACHADO, CPF: 002.475.701-25, e o


Secretário de Administração, Sr. AGENOR MARIANO DA SILVA NETO, CPF: 526.598.871-87 que,
descumprido o Acórdão, serão penalizados nas formas previstas em lei, com a responsabilização individual das
condutas, devendo estes arcar com as consequências de eventual descontinuidade do serviço público perante a
sociedade goiana, servindo os presentes autos como prova do dolo;
XII. ALERTAR o Controlador-Geral do Município, Sr. JULIANO GOMES
BEZERRA, CPF: 004.613.061-66 que a sua omissão dolosa no papel de fiscalizar o cumprimento das medidas a
serem adotadas ao cumprimento do Acórdão nº 02933/2019 enseja a sua responsabilização solidária, nos termos
do art. 74, § da CF/88 e do art. 59 da Lei 15.958/07 – Lei Orgânica deste Tribunal.

XIII. ALERTAR os interessados municipais, que caso não atendidas


as determinações expedidas por este Tribunal, os mesmos estarão sujeitos à
imputação de multas, nos termos do artigo 47-A, da Lei Orgânica do TCM/GO;
XIV. ALERTAR que as conclusões registradas nesta Decisão não
elidem responsabilidades por atos não alcançados na presente análise e por

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constatações de procedimentos fiscalizatórios diferenciados, tais como inspeções,


outras denúncias ou tomada de contas especiais, sem prejuízo das cominações já
impostas ou as que eventualmente forem aplicadas em outros processos atinentes
ao mesmo período.

GABINETE DO CONSELHEIRO RELATOR, em Goiânia, aos 19 dias do mês de


novembro de 2019.

NILO RESENDE
Cons. Relator

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