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Em face da VOE CERTO S/A., pessoa Jurídica de Direito Privado, (CNPJ), podendo ser
citado na (Rua), (nº.), (Bairro), (Cidade) – (UF), (CEP), o que faz com fulcro no Código
de Processo Civil (Lei 13.105/15) e no Código de Defesa do Consumidor (Lei N°
8.078/90), pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Inicialmente, requer a concessão dos benefícios da justiça gratuita de acordo com a Lei
1.060/50 e suas posteriores alterações, pois o autor não possui condições de arcar com as
custas processuais e demais despesas inerentes ao presente processo, bem como
honorários de advogado, dentre outros, uma vez que se assim o fizesse comprometeria
seu sustento e de sua família.
FATOS
No mês de abril de 2018 o promovente viajou a trabalho para cidade de São Paulo com
retorno previsto para um sábado à noite, pela empresa promovida. No domingo pela
manhã, o promovente teria o batizado de seu filho de 01(um) ano de idade. Ocorre que,
já no aeroporto de Guarulhos, a companhia aérea comunicou-lhe que tinha ocorrido
overbooking na aeronave, de modo que o seu retorno só ocorreria no outro dia à noite. A
mesma não deu mais satisfações na ocasião, nem tampouco assistência material de
hospedagem e alimentação, apenas determinando que o promovente retornasse ao
aeroporto no dia seguinte. Sem quaisquer outras opções, assim procedeu o autor, somente
chegando na cidade de João Pessoa na madrugada do domingo para a segunda.
A partir desse atraso, o promovente teve gastos com alimentação e hospedagem que foram
realizados durante a noite do sábado e durante todo o dia do domingo. Já o batizado de
seu filho teve de ser adiado às pressas, incorrendo na perda do sinal que havia dado a um
restaurante para uma pequena comemoração do ato, deixando um sentimento de muita
indignação, ultrapassando o mero aborrecimento e acarretando desvios de seus
compromissos, atrapalhando-o, lhe gerando transtornos, angústia, estresse constante e
abalo de ordem moral e material para o autor e sua família.
Assim sendo, vem através desta via judicial buscar a justa reparação pelo dano moral
sofridos e pleitear a medida necessária para dar fim ao indevido abalo de crédito
promovido pela Ré.
DO DIREITO
Insta frisar, inicialmente, que a presente demanda deve ser julgada a face do que
determina o Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as partes fazem parte
de uma relação de como já dito, apesar de promovente não obteve êxito no saneamento
do vício apresentado pelo serviço oferecido, configurando, claramente, dano de ordem
moral.
A moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais
a devida proteção, inclusive, estando amparada pelo art. 5º, inc. V da Carta Magna/88,
senão vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele
que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Ocorre que o dano moral, como sabido, deriva de uma dor íntima, uma comoção interna,
um constrangimento gerado naquele que o sofreu e que repercutiria de igual forma em
uma outra pessoa nas mesmas circunstâncias.
Desta feita, o dano moral está configurado, eis que, o fato do autor ter sido submetido a
uma situação de constrangimento e de desrespeito que perdura até a presente data,
configura sem sombra de dúvidas em abalo a ordem psíquica e moral do mesmo.
Tem sido esse o entendimento uníssono da Jurisprudência, sobre tudo Neste sentido,
vejamos:
Ante o exposto, não restam dúvidas quanto ao direito do autor de ser ressarcido pelos
danos morais, devido aos atos ilícitos praticados pela ré, os quais deverão ser fixados no
importe de R$ 7.000,00 (dez mil reais), tendo em vista a capacidade contributiva da ré,
bem como a extensão do dano.
DO DANO MATERIAL
Como já exposto nos fatos, o autor teve que arcar com despesas inesperadas e indevidas,
além do cancelamento do batizado do seu filho, diante do atraso do voo. Conforme os
recibos descriminados e acostados aos autos, o promovente teve despesa com alimentação
e diária extra no estacionamento no domingo, o qual tinha diária programada e paga até
o sábado (o atraso acabou gerando a necessidade de pagamento de uma diária a mais),
totalizando o importe de R$ 1.000,00 (hum mil reais) mais R$ 100,00 (cem reais) valor
de uma diária no Estacionamento do Aeroporto. Quanto ao batizado, este teve que ser
adiado, tendo o autor perdido o valor do sinal contratado para a ocasião no valor de R$
2.000,00 (dois mil reais), além de ter custeado o valor total de R$ 3.000,00 (três mil reais)
com a celebração em outro lugar.
Uma vez configurada a relação de consumo, deve-se ser assegurado ao consumidor o rol
dos direitos básicos estabelecidos no CDC, especialmente, o que tange à inversão do ônus
da prova.
O art. 6º, VIII, relata que é direito básico do consumidor “a facilitação da defesa de seus
direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências”.
Assim, a lei consumerista garante ao consumidor a inversão do ônus da prova quando
presente, alternativamente, qualquer um dos seguintes requisitos: verossimilhança das
alegações ou hipossuficiência da parte.
No presente caso, verifica-se que estão presentes os dois requisitos, o que certamente
culminará com a decretação da inversão do ônus da prova pelo presente Juízo.
DOS PEDIDOS
(a) deferir a gratuidade judiciária, nos termos do art. 98 do NCPC e da Lei n.º 1.060/50,
por não possuir meios de arcar com as despesas processuais e com os honorários
advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família;
(b) decretar a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;
Atribui-se à causa o valor de R$ 13.100,00 (treze mil e cem reais), para fins de alçada.
Nestes Termos,
ADVOGADO
(OAB/PB) (NÚMERO)