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CAPITULO 3

Gestão do Tempo
Otimizar Comportamentos, Gerir E Organizar Tarefas

3.1. I NTRODUÇÃO
O planeamento e a gestão do tempo são muito importantes na vida de qualquer estudante. Se
olharmos com atenção para estas questões, apercebemo-nos facilmente de que o que gerimos, na
realidade, são as nossas prioridades, o esforço e dedicação que pomos numa determinada tarefa. - o
tempo é aquilo que fazemos dele. A ilustração perfeita desta frase é o caso do escritor e advogado
Scott Turow, que tem 11 livros publicados, e que escreveu a primeira novela durante as suas viagens
de metro. Aproveitando 10 minutos matinais, Scott tirou partido de um tempo normalmente,
desperdiçado.

É frequente ouvirmos os estudantes do Técnico queixarem-se de que não têm tempo suficiente para
realizarem todas as tarefas académicas que lhes são propostas, ou mesmo exigidas, e no entanto
uma observação mais atenta revela que esta não é uma realidade universal para todos os
estudantes. Adicionalmente, para quem está de fora, parece que os estudantes vivem muitas vezes
os seus primeiros tempos no Ensino Superior como se lhes sobrasse muito tempo, um tempo que
mais tarde lhes faltará. Nesta situação, fácil de constatar, reúnem-se dois aspectos diferentes mas
complementares – o desejo (legítimo) de festejar um momento de grande realização pessoal e a
necessidade de manter os níveis de sucesso académico a que os estudantes se habituaram durante o
ensino secundário (prioridades diferentes e nalguns casos incompatíveis); e ainda um pensamento
excessivamente optimista em relação à avaliação das disponibilidades de tempo ao longo do
semestre (e dizemos optimista porque muitas vezes baseada no referencial errado – i.e. o da taxa de
esforço exigida do estudante no ensino secundário).

Santos e Almeida (2001) referem que o desenvolvimento pessoal dos estudantes é um indicador
importante na adaptação dos alunos à realidade do Ensino Superior, pelo que precisamente nem
todos os estudantes vivem com uma noção permanente de falta de tempo – assim, ao longo do seu
percurso académico, todos os estudantes acabam por aprender a gerir o seu tempo de forma
autónoma, através do confronto sucessivo com as tarefas académicas e da sua auto - avaliação em
relação aos objectivos a que se tinham proposto inicialmente.

Neste artigo, pretende-se que seja possível ao estudante adquirir um conjunto de estratégias e
relacionadas com a gestão do tempo, que poderão descomplicar a rotina académica. Este texto
subdivide-se em três partes: gestão do tempo; lidar com a procrastinação e métodos de estudo.

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3.2. GESTÃO DO TEMPO
Perder tempo a aprender coisas que não interessam priva-nos de descobrir coisas interessantes

Carlos Drumond de Andrade

Utilizar estratégias de gestão do tempo eficazes favorece a melhoria da performance académica e


por norma, é um dos objectivos mais relatados pelos estudantes universitários, como sendo um dos
mais desejados de ser alcançado, no âmbito das competências transversais/soft skills (Newport,
2007).

Prioridades e Objetivos

A questão central é “o que quero atingir?” (no ano letivo, no semestre, ao longo do mês ou do dia).

Todo o estudante precisa de ponderar os objetivos que precisa de atingir na elaboração de um


exame ou de um trabalho, de um projeto ou de uma tese, sobretudo porque todos devem ser
concluídos em períodos de tempo limitados.

A um nível superior de autonomia corresponde também uma maior exigência em termos de


responsabilidade. Organizar o tempo, fazer escolhas em função do tempo disponível e estruturar a
aprendizagem em função das prioridades e do que é possível em cada momento são exigências
próprias do quotidiano de qualquer estudante, exigências que se podem tornar excessivas em
momentos de maior pressão, em que o cansaço limita a rentabilidade que o estudante tira do
estudo.

Não estamos sempre a trabalhar a 100%, na verdade o nosso máximo esforço deve ser reservado
para as tarefas que consideramos prioritárias e as que não o são, devem ser eliminadas ou realizadas
no menor tempo possível.

Ao organizar os seus objetivos consegue ter uma noção mais clara daquilo que realmente tem de
fazer para chegar ao objetivo principal.

Então, como traçar um bom objetivo?

No exemplo que se segue, vamos referir-nos a uma mnemónica criada para nos ajudar a memorizar
as características de um objectivo que se revele produtivo, na medida em que, em si mesmo e pela
forma como está formulado, aumenta a probabilidade de o conseguirmos alcançar.
Apropriadamente, as siglas SMART lembram a inteligência inerente a definir objectivos que nos
ajudem a focarmo-nos na solução e a desvalorizar o problema. O’ Neil (2000) refere que a
construção de metas específicas e mensuráveis “é uma das estratégias mais promissoras no que se
refere à melhoria do rendimento académico”. A sigla, que abaixo passamos a descodificar,
corresponde em inglês às seguintes características de um objectivo (Specific, Measurable, Attractive,
Realistic, Time Bound).

a) Específico (Specific)

Um objetivo deve conter informação que funcione como um guia, desta forma é importante que
não seja formulado de modo vago, é importante que contenha detalhes (e.g: ser aprovado a 5

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Unidades Curriculares – UC, com uma média de x valores). Este grau de especificidade acaba por
ser imprescindível para a componente de auto - avaliação que se segue ao esforço: Alcancei o
meu objectivo? Fiquei aquém? Fiquei além? Num próximo momento, saberei se para alcançar
um determinado resultado precisarei esforçar-me um pouco mais, um pouco menos ou igual.

b) Mensurável (Measurable)

A motivação é um ótimo motor para o sucesso! Se objetivos formulados forem passíveis de ser
medidos no final do período de execução da tarefa, será mais fácil compreender se o rumo escolhido
conduz ao cumprimento da meta (ou não). Frequentemente fixamos objectivos de resultado – “ter
aprovação a 5 UC, com uma média de x valores”, mas esquecemo-nos que não se põe uma pizza
inteira na boca, come-se em fatias – ou seja, além dos objectivos de resultado, é imprescindível
identificar também objectivos de processo. “Frequentar 90% das aulas”; “realizar pelo menos 80%
dos exercícios propostos nas aulas práticas ”; “frequentar os horários de dúvidas 1 vez por semana”
são tudo exemplos de objectivos de processo, que concorrem para o objectivo final. A divisão de um
objectivo de resultado em “fatias” de processo ajuda-nos a manter a motivação ao longo do tempo
(a cada dia estou mais próximo do sucesso final) e também a não desencorajar quando a tarefa nos
parece demasiado grande, como uma barreira intransponível.

c) Atractivo (Attractive)

Os objectivos (de processo e de resultado) definidos devem ser intrinsecamente atractivos – i.e. se
me proponho a fazer três UC num semestre em que sou suposto concluir cinco UC, o meu objectivo
contém em si já uma derrota, e por isso poderei considerá-lo secretamente pouco motivador. Mas
então isso significa que apenas o rendimento académico conta? Não – um estudante pode decidir,
num determinado ano, fazer apenas três UC num determinado semestre para poder dedicar-se mais
a cuidar de uma avó doente, ou para poder trabalhar para ajudar a pagar as propinas, ou ainda para
participar no campeonato mundial de surf. Tudo depende das prioridades que definiu para si, e
como todos somos diferentes, os objectivos também diferem de pessoa para pessoa, e até em
diferentes momentos da vida dessa pessoa. O que se pretende salientar é a necessidade de cada
estudante ter o cuidado de escolher objectivos que tenham em si a centelha da motivação! O facto
de traçar um objetivo em consonância consigo, permite-lhe trabalhar a tempo inteiro para algo que
realmente sabe que pode/deve/quer alcançar. (e.g: “aprovação a todas as UC’s em que me inscrevi)

d) Realista (Realistic)

Um dos principais propósitos de estabelecer objectivos realistas é reduzir, ao máximo, a frustração


adjacente ao facto de traçar objetivos sem critérios e pouco ajustados à realidade envolvente.
Algumas pessoas fazem auto – sabotagens inconscientes ao definirem objectivos que sabem que, à
partida, dificilmente conseguirão alcançar. Muitas vezes sustentamos estas decisões irrealistas numa
ideia de que “trabalhamos melhor sob stress” – isso poderá ser verdade para algumas pessoas em
alguns momentos, contudo, mesmo quando existe sucesso, este é pouco consistente e no fim sobra
a sensação de que o que se adquiriu deste modo depressa se desvanece com o tempo. Noutros
casos, a pessoa estabelece objectivos irrealistas e a contra - relógio porque, se falhar, pode sempre

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invocar a desculpa de que não teve tempo suficiente para se preparar – o problema com este
“método” é que ao fim de um tempo a pessoa perde toda a confiança em si mesma.

Manter o foco na situação e ajustar o objetivo à medida que o tempo vai passando, reduz com
eficácia a desilusão e a frustração de não alcançar um objetivo inicial, incapaz de ser alcançado
devido a uma mudança no contexto. Muitos estudantes apercebem-se ao longo do semestre que se
inscreveram a demasiadas UC (ou porque começaram a estudar demasiado tarde, ou porque
subestimaram a taxa de esforço exigida numa dada UC, ou ainda porque tiveram acontecimentos
pessoais que os impediram de frequentar as aulas de uma determinada UC), mas por várias razões,
acham preferível adiar a decisão a respeito do que ainda é possível fazer, ou do que é preciso deixar
para trás num determinado momento. O ditado popular “mais vale um pássaro na mão do que dois
a voar” é muitas vezes pouco relevante para alunos habituados a triunfar, mas a verdade é que
muitas vezes a ânsia de “ganhar tudo” nos barra a possibilidade de “ganhar o que é possível ganhar”.

e) Limitado no tempo (Time Bound)

Os objetivos devem ser bem definidos em termos de duração/prazos, não apenas porque todos os
recursos são limitados – e o tempo, quase por definição, é-o frequentemente, mas também porque
tendemos naturalmente a trabalhar mais intensamente nas tarefas que têm um prazo limite para
serem cumpridas (e por vezes há penalização para quem não cumpre o tempo definido). Geralmente
temos tendência a adiar (procrastinar) mais facilmente as tarefas que não têm um prazo definido
para o seu cumprimento. Nestes casos, a melhor opção é definir-lhes um prazo e depois levá-lo a
sério. Registar o tempo que cada tarefa demora também é importante, uma vez que numa próxima
oportunidade de realizar uma tarefa semelhante, torna-se mais fácil estimar quanto tempo será
necessário, sem criar situações de stress perto do prazo de entrega. Algumas pessoas preferem
terminar as tarefas algumas horas ou mesmo dias antes do prazo de entrega, para terem tempo de
rever todo o trabalho e detectar/corrigir eventuais erros ou insuficiências (e.g: é possível repartir o
estudo para o Exame de Álgebra Linear por etapas e matérias, recorrendo ao horário de dúvidas no
final de cada etapa; deste modo, perto da época de exame, em que os horários de dúvidas estão
frequentemente cheios, torna-se possível discutir com o Professor apenas os problemas de mais
difícil resolução, e não todos os conteúdos – pode abrir-se uma “janela de oportunidade” enquanto
para algumas pessoas, menos prudentes, se pode “fechar uma porta” numa altura crucial do
semestre.

Que objetivos estabelecer para o semestre?

Somos constantemente confrontados com várias oportunidades e opções do que fazer com o nosso
tempo. Quando pensar nos seus objetivos para o semestre procure que estes sejam bem
organizados num esquema global, ou seja, deve partir de um objetivo mais geral que se vai
subdividindo em objetivos mais específicos (ver exemplo na Fig.1).

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Ter Sucesso no
1º ano

1º Semestre 2º Sementre

Cálculo
Sistemas
Diferencial e Química ... ...
Digitais
Integral 1

Testes Exame Exame

Fig. 1 - Exemplo de como subdividir um objetivo geral, em objetivos concretos e que organizam as tarefas.

Os objetivos específicos geram tarefas, que apenas podem ser realizadas quando colocamos em
prática alguma organização e estabelecemos prioridades. Um bom plano de gestão e organização do
tempo de estudo deve ser elaborado tendo em conta as suas prioridades. Estabelecer prioridades
não é mais do que distinguir o que é importante do que é urgente.

Fig. 2 - Adaptado de “The Habits of Highly Effective People” Stephen Covey (1989)

Stephen Covey (1989) desenvolveu uma matriz de dupla entrada (ver Fig. 2), em que no eixo das
abcissas colocou o grau de urgência e no eixo das ordenadas colocou o grau de importância. É uma
matriz que desde aí tem sido usada com frequência para ajudar todas as pessoas que pretendem
aumentar a sua eficácia na gestão do tempo a considerar, não apenas a urgência das tarefas (mais
saliente), mas também a sua importância (algumas tarefas sem prazo limite, ou que exigem um
esforço continuado e repetitivo ao longo do tempo são menos salientes mas muitas vezes cruciais
para o alcançar do objectivo final).

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Esta matriz, bastante intuitiva, pretende sensibilizar – nos para a necessidade de canalizar o melhor
do nosso esforço no quadrante II, que é o que tem maior potencial de impacto nos nossos objectivos
(as actividades são de importância, mas não urgentes). Os quadrantes III e IV ocupam muitas vezes
uma grande fatia do nosso tempo (que muitas vezes só aparentemente está livre), porque nos
surgem (caso do quadrante III) como uma imposição exterior marcada pela urgência ou como um
elevado grau de atractividade interna (tanto maior, curiosamente, quanto mais difícil for a tarefa
que estamos a procrastinar, consciente ou inconscientemente). Poderemos questionar-nos: mas
então, mais uma vez, não é legítimo ter objectivos fora da área académica? O desporto não é
importante? O lazer é sempre irrelevante? Se os meus pais precisam de alguma coisa com urgência,
devo dizer-lhes que não posso? Mais uma vez, a vantagem desta matriz é que a mesma é construída
pelo próprio. Possivelmente praticar desporto ou ioga será uma atividade de quadrante II, e se
calhar ver as séries favoritas de TV depois de ter estudado oito horas nesse dia, produtivamente,
também. Mas as mesmas horas de TV ou até de desporto, se forem realizadas em substituição ou
como fuga às actividades que se encontram no quadrante II, devem ser alocadas ao quadrante IV.
Uma das ideias mais inovadoras que se retira desta matriz é a ideia de que “o urgente está sempre a
roubar tempo ao que é importante”, da qual se deduz a sugestão de que se deve imprimir urgência
ao que é importante, através de um planeamento cuidadoso do quotidiano, em que os verdadeiros
tempos de lazer também são incluídos, como um prémio resultante da sensação de “dever
cumprido”. Resumidamente, e tendo por base a Fig.2, as pessoas eficazes caracterizam-se por…

 Gastarem o mínimo tempo possível no quadrante III e praticamente eliminando o tempo


gasto no quadrante IV uma vez que o retorno do tempo aí investido é quase nulo;
 Reduzirem ao máximo o impacto do quadrante I, para evitar o enfoque excessivo na gestão
de crises (o que também se consegue através da prevenção – i.e. pela realização das tarefas
em tempo útil e continuadamente) – evitar o cansaço excessivo de trabalhar correndo
contra o prejuízo e evitar o stress do trabalho realizado à última hora, sem tempo para lidar
com imprevistos, também permite economizar energia para os (inevitáveis) momentos em
que existe uma verdadeira urgência;
 Concentrarem a sua energia no quadrante II, usando muito do seu tempo nas actividades
deste quadrante, e procurando guardar as horas do dia de maior produtividade para dedicar
a estas tarefas, muitas vezes de especial complexidade; este quadrante é muitas vezes
apelidado de “janela de oportunidade” na medida em que as pessoas que não estão todo o
tempo ocupadas com actividades dos quadrantes I e III, mas sobretudo IV, têm tempo “de
sobra” para se envolverem em projectos e iniciativas que, não sendo nunca urgentes,
podem constituir uma mais - valia em termos profissionais.

Desafiamos todos os estudantes a desenharem a sua própria matriz de prioridades e a


distribuírem pela mesma as várias actividades que planeiam/desejam realizar ao longo do
semestre.

3.3. Planear com Eficácia


Não há ventos favoráveis para os que não sabem para onde vão Seneca

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No seguimento da definição de objectivos e prioridades para o semestre, cada um desenvolverá
um plano, seguindo as orientações da Matriz apresentada na Fig. 2, respeitando os seus hábitos,
desenvolvendo novos hábitos e operacionalizando uns e outros num horário semanal, que será,
por assim dizer, o “escravo” dos seus objectivos e prioridades. Alguns estudantes sentem que é
muito limitativo ter de cumprir um horário de trabalho com muitas horas de esforço diário, e
também consideram uma planificação demasiado detalhada como uma imposição inaceitável à
sua liberdade pessoal. Convidamos quem assim pensa a reflectir no seguinte: quem se revela
incapaz de alcançar os seus próprios objectivos, não por incapacidade mas por falta de
organização e auto – disciplina, poderá verdadeiramente considerar-se livre? Na verdade,
sabemos que traçar um objectivo, acreditar que é possível atingi-lo, planificar o que é preciso
fazer para o alcançar e cumprir esse plano, é quase todo o caminho que é necessário percorrer
para o sucesso. E quase todas as pessoas conseguem, a dado momento e se persistirem nos seus
esforços, alcançar uma rotina semanal produtiva – depois de atingido este objectivo, manter a
rotina torna-se fácil (como nos é fácil adormecer quando nos deitamos durante um ano sempre
à mesma hora e nos levantamos à mesma hora, e com um intervalo razoável de tempo entre os
dois momentos) e pequenos incrementos de esforço são possíveis.

Bryson (2011), fazendo a distinção entre pensamento estratégico e planeamento estratégico,


apresenta um conjunto de sugestões para o planeamento eficaz das tarefas do dia – a – dia:

Conselhos para a realização de um plano eficaz:

Afastar as atividades de estudo das atividades de lazer: estas atividades deverão ser bem
delimitadas para permitirem um melhor resultado, funcionando melhor, regra geral, tornar as
segundas uma consequência natural das primeiras;

Programar as atividades em função dos seus objetivos e urgência;

Não adiar tarefas menos interessantes (procrastinação): estar sempre a adiar só torna essas
atividades ainda mais urgentes e desagradáveis, obrigando posteriormente a uma atenção mais
cuidada e uma maior pressão. Tendemos a procrastinar o que nos assusta ou o que nos é
desagradável e contudo essas tarefas são as que devemos realizar primeiro: tê-las pendentes
rouba-nos energia e mina a nossa autoconfiança;

Não ser excessivamente flexível: algumas das nossas atividades dependem de outros, pelo que
devemos ter em conta a sua velocidade de trabalho e decisão e deixar espaço para que
eventuais atrasos e erros não ponham em risco o resultado final. É importante que seja
simpático com os seus colegas, mas também deverá ser firme relativamente à pontualidade, à
preparação e à entrega atempada de trabalhos. Deve aprender a ser assertivo (ver, no Capítulo 4
deste livro algumas sugestões mais específicas relativas ao Trabalho em Equipa);.

Aproveitar todos os momentos: poderá estudar e ler nos autocarros e comboios, ou apenas
planear o seu dia. Se aproveitar todas as oportunidades para utilizar o tempo de forma eficiente
poderá ter uma vida mais fácil e agradável;

Antecipar o que for possível: muitas vezes já sabemos o que irá acontecer, isto é, alguns
imprevistos não o são verdadeiramente. Depois de sermos informados de uma alteração, uma
reação mais rápida da nossa parte só irá beneficiar a realização dos trabalhos que temos para

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fazer e reagimos tanto mais rapidamente quanto mais tivermos desenvolvido um “plano B” para
lidar com imprevistos no fundo previsíveis;

Encarar um plano com ceticismo: os planos não devem ser seguidos escrupulosamente, pois
alterações pontuais poderão ser necessárias para que tenha um melhor resultado. Uma
planificação demasiado rígida não é desejável, contudo uma fidelidade total ao plano mesmo
quando o mesmo se torna irrealista, também não o é. O segredo é levar o plano a sério desde o
primeiro momento e revê-lo em tempo útil logo que o mesmo se revele obsoleto;

Por vezes, as estratégias devem ser encaradas como visões amplas, nem sempre bem articuladas
e fundamentadas, para que se possam adaptar ao meio que nos rodeia, que está em contante
mudança Bryson (2011);

Autoavaliação: ao longo do tempo é necessário avaliar o que está a fazer para atingir os teus
objetivos e rever o seu plano se necessário. Procure sempre encontrar formas de otimizar o seu
tempo – a gestão do tempo e do esforço é uma competência que, tal como todas as outras,
melhora com a prática.

Preparar o
Criar um
plano:
Esquematizar plano de
as depois de contingência:
Determinar Enumerar estabelecer as
prioridades: não
objetivos: atividades: atividades
após sobrecarregue
para exames para evitar prioritárias,
observação alguns dias
e trabalhos, esquecimentos, registe-as num
das com
contemplando incluir as tarefas, horário com
características atividades, pois
as respectivas horas de sono, cores ou
do plano, é cansativo e é
datas. refeições e lazer. sublinhados: o
estabelecer difícil fazer as
recurso à
prioridades. alterações
memória é
necessárias.
falível.

Fig. 3 – Resumo de um planeamento eficaz.

Existem diferentes tipos de planeamento e cada um serve propósitos distintos e pode ajudar de
forma diferente. Um plano, para ser útil e eficaz, terá que se adequar às características e
objetivos de cada pessoa.

Se consegue organizar rapidamente o seu dia, mas sente algumas dificuldades em se organizar a
longo prazo, deverá elaborar um plano mensal ou semanal (ver exemplos de planos semanais e
mensal) que lhe permita calendarizar as atividades e prazos a cumprir.

Se tiver uma boa noção dos prazos e datas dos testes, trabalhos ou projetos, mas não conseguir
organizar devidamente os seus dias, então deverá elaborar um plano diário.

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Em todo o caso, o que sugerimos é que realize um plano no início do ano escolar, com objetivos
a longo prazo e depois ao longo do ano poderá elaborar planos mais pequenos, mensais,
semanais ou até diários, segundo as suas necessidades e de acordo com o seu plano anual.
Apresentamos seguidamente algumas características desejáveis num plano:

Abrangente – inclui
atividades + períodos de
repouso e descontração

Realista – não aceite prazos


que à partida não serão Individualizado –
cumpridos e planeie as contempla o tempo que
atividades de acordo com as cada atividade demora a
suas prioridades e realizar para cada
capacidades pessoa

Características
dos planos

Flexível e ajustável – Ponderado –planeamento


deverá ser possível ajustar equilibrado que permite
o plano para comportar atingir os objetivos + ter um
acontecimentos quotidiano satisfatório
inesperados

Fig. 4 – Características dos planos.

Ciclo biológico diário

O nosso rendimento cognitivo varia ao longo do dia, sendo que competências como atenção,
memória e concentração atingem o seu máximo no início e até meio do dia, diminuindo
progressivamente ao longo do dia até atingirem os valores mais baixos à noite.

O que acontece então com as pessoas que são ‘mochos’ – i.e. que preferem trabalhar noite
dentro? – devem esforçar-se por ser ‘galos’ (i.e. estudar às primeiras horas da luz do dia)? Ou
por aproveitar para trabalhar nas horas que consideram mais favoráveis? Ambas as opções são
válidas, mas é importante que, quem tem exames pela manhã, não se habitue a estudar noite
dentro e a dormir toda a manhã, pois à hora do exame o seu cérebro terá a instrução ‘dormir’
disponível, o que naturalmente terá efeitos adversos sobre o seu rendimento.

O seu horário deve ter em conta (na medida do possível) as suas preferências, por isso procure
construir o seu horário diário de acordo com o seu ciclo biológico natural, dedicando as suas
horas mais produtivas aos trabalhos mais importantes.

Em todo o caso, essencial é mesmo dormir em média oito horas diárias. Um estudo da autoria
da Profª. Teresa Paiva, especialista em Medicina do Sono, envolvendo quase mil alunos do IST
(Visão, 20/03/2008) é inequívoco – os melhores alunos têm hábitos saudáveis de sono e tendem
a dormir, em média, oito horas por dia. Assim como investigações recentes (Chokroverty, 2010)
revelam que, embora ainda possa existir algum desconhecimento, o sono promove a

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restauração/recuperação cerebral, bem como promove o processo de aprendizagem estando na
base da consolidação da memória.

O facto da higiene do sono não ser mantida, segundo Vieira, Gomes e Marques (2012), converte-
se em algumas consequências, nomeadamente: alterações do humor, irritabilidade, ansiedade,
alterações de motivação e memória, redução da atenção, aumento da fadiga e acidentes. A Fig.
5 mostra o ciclo vicioso gerado por uma má higiene do sono.

Higiene do
Sono
Inadequada

Insónia + Insónia

Higiene do
Sono
Inadequada

Fig. 5 - Ausência de uma boa higiene do sono

O tempo que se passa no Ensino Superior é um tempo habitualmente rico, pleno de solicitações
e tarefas. Ter uma agenda pessoal (no telemóvel, no computador ou em papel) é importante
para que os seus planos e objetivos estejam sempre à mão e para que possa trabalhar com
prazer e divertir-se sem culpa. Na verdade, com organização, há tempo para muito mais coisas
do que se possa imaginar.

3.4. Procrastinação
A procrastinação é como o cartão de crédito: muito divertido até aparecer a conta [aparece sempre] Christopher Parker

O que é procrastinação?

A Procrastinação está associada a momentos em que devíamos estar focados na realização de


uma determinada tarefa, mas na realidade, acabamos por ceder e realizar tarefas que nos são
mais agradáveis (Costa, 2007).

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Segundo o psicólogo Professor Clarry Lay, um proeminente escritor sobre a procrastinação, a
procrastinação ocorre quando há "uma lacuna temporal entre comportamento intencional e
comportamento promulgado." Ou seja, a procrastinação ocorre quando há um período de tempo
significativo entre o momento em que se pretende realizar uma tarefa e o momento em que esta
tarefa é efetivamente realizada (Lay & Brokenshire, 1997)

Se perceber que está a procrastinar, o que deve fazer?

As razões pelas quais procrastina podem ser difíceis de identificar, mas caso este sintoma seja
severo, muito prolongado no tempo ou ocorra em simultâneo com sinais de depressão ou
ansiedade, poderá ser necessário consultar um especialista1. O mais frequente, contudo, é que a sua
procrastinação seja perfeitamente “normal” e decorrente de se estar a ajustar a um sistema de
ensino muito novo para si, a níveis de exigência a que não estava habituado, num ambiente que
ainda não é verdadeiramente acolhedor para si, e que, sejamos honestos, o assusta. Sempre que
algo nos assusta, ou quando receamos que constitua um desafio que podemos não conseguir
transpor, tendemos a “ganhar tempo” adiando o momento de começar. Ainda assim: adiar não é
opção, pela simples razão de que os níveis de exigência e o ritmo a que a matéria é apresentada nas
aulas, não são compatíveis com protelar o momento de iniciar o estudo. Vamos, pois, descrever
algumas técnicas que poderão ser úteis na estruturação de planos de trabalho que podem ser
traçados para evitar e combater a procrastinação. Estas dicas, fundamentam-se na experiência
adquirida ao longo de onze anos de trabalho, no âmbito da Tutoria no Técnico.

a) Aprender a reconhecer quando se está a procrastinar

Se tivermos a coragem de sermos honestos connosco mesmos, somos nós as pessoas mais indicadas
para compreender quando realmente procrastinamos. Seguem-se alguns indicadores úteis que
ajudarão a saber quando está a procrastinar:

 O dia é preenchido com tarefas de baixa prioridade nas nossas listas de tarefas;
 Leio e-mails, vou ao facebook/twiter/tumblr várias vezes sem iniciar o trabalho a que me
tinha proposto;
 Acabo de me sentar para iniciar uma tarefa prioritária, mas levanto-me repetidamente para
ir buscar material necessário, ou um copo de água, ou ir à casa de banho, etc.
 Há um item da minha lista de tarefas que nunca é realizado e que é manifestamente
importante;
 Estou à espera do "bom humor" ou do "momento certo" para enfrentar a importante tarefa
que tenho em mãos;

A procrastinação é um hábito - um padrão profundamente enraizado de comportamento. Isto


significa que a mudança comportamental não acontece do dia para noite. Comportamentos
padronizados, apenas deixam de ser hábitos quando deixam de ser executados com frequência,
deste modo, por vezes, o importante é usar múltiplas abordagens de modo a maximizar as
oportunidades de resistir a um comportamento indesejado. Não garantimos uma receita que resulte

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http://saude.tecnico.ulisboa.pt/

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a 100% com todos, no entanto ao explorar algumas destas técnicas poderá compreender qual a
melhor forma de evitar a procrastinação, chegando a um método pessoal de gestão e autocontrolo.

b) Como entrar no movimento da mudança?

 Criando as suas próprias recompensas. Por exemplo, prometa-se ir passear, jogar ou ver TV
após ter cumprido uma tarefa a que se propôs. Foque-se no sentimento de dever cumprido
que poderá sentir, e desfrute dele enquanto faz algo que lhe dá efetivamente prazer e não
está “minado” pela sensação de culpa, quase sempre associada a uma tarefa que tinha que
ser feita mas que não foi;
 Peça a alguém que o/a possa ajudar, numa fase inicial, a controlar o cumprimento, ou não,
das tarefas a que se propõe de modo a criar alguma pressão e sentimento de dever extra
para cumprir o planeado (p.ex. peça a um amigo para ir correr consigo de manhã, ou
marque um horário de estudo com os seus colegas na biblioteca);
 Identifique as consequências desagradáveis, inerentes à não realização da tarefa;
 Compare-se com colegas e identifique-se com métodos que deram resultado com outras
pessoas. Não custa tentar, e partilhar faz parte da aprendizagem. Sentir dificuldade em
entrar no ritmo da mudança é natural, no entanto não é desculpa para não acontecer
mudança. Grupos de estudo podem ser um bom ponto de partida, bem como a reflexão
sobre o que correu menos bem, numa tentativa de mudar hábitos comportamentais.

c) No caso de estar a procrastinar porque tem pouca organização, seguem-se algumas dicas
mais específicas

 Mantenha activa a sua lista de tarefas, isto para que não existam esquecimentos por
conveniência. Organize-se para que os “gadgets” que usa lhe relembrem do que tem que
fazer e criem sentido de responsabilidade;
 Antecipe o dia seguinte e as tarefas. Por exemplo, planeie a semana, como já foi referido
anteriormente;
 Prepare-se com prazos objetivos: desta forma, não tem tempo para procrastinação!;
 Concentre-se numa tarefa de cada vez (o multi - tasking pode ser muito cansativo);
 Se está a adiar o início de um projeto, porque lhe parece que vai ser uma tarefa complexa, é
necessário inovar na abordagem. Seguem-se algumas dicas:

I. Divida o projeto num conjunto de tarefas menores, passíveis de melhor gestão


 Por norma, é uma técnica muito útil para criar planos de acção;
 Comece com tarefas mais rápidas de finalizar. A sensação de consolidação de trabalho,
irá servir de motivação. As tarefas mais “pesadas” surgem quando já se está com um
bom ritmo de trabalho, para que possa iniciá-las com perseverança;

II. Se a procrastinação surge pelo facto de a tarefa ser desagradável


 Primeira sugestão, experimente realizar a tarefa e evite preconceitos e ideias feitas;
 Mantenha presente as consequências mais diretas de não realização de uma
determinada tarefa, ou de a não realizar com tempo útil;

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 A recompensa, mais uma vez, é uma ótima forma de validar e reforçar “bons”
comportamentos;
 Se a tomada de decisão é algo difícil e pouco intuitivo, o primeiro passo é procurar
ajuda. Haverá sempre uma forma mais sábia de decidir. Há sempre um professor ou
colega que pode ajudar.

Quanto maior for o tempo gasto a procrastinar, menor será o tempo dedicado a romper com
comportamentos contraproducentes e que não favorecem a mudança e o crescimento pessoal.

3.5. Conclusão

Ao longo deste capítulo foi possível reunir um conjunto de estratégias que tornam exequível, caso
sejam implementadas, tornar a rotina de estudo mais prática e leve. Na base deste capítulo estão os
conceitos de organização e planeamento de algo na verdade pouco passível de ser controlado: O
Tempo. No entanto, com alguma organização, motivação e auto – disciplina, é possível mudar e
alcançar as metas a que se tenha proposto
Os princípios de organização e planeamento passam por deixar bem claro para si mesmo quais os
objetivos que tenciona alcançar, tendo em conta que estes objetivos devem ser tão detalhados
quanto possível, para que lhe pareçam como luzes na pista, a indicar o caminho para onde deve
conduzir o avião da sua vida.
O desenho da rota do avião, a manutenção do mesmo, e a monitorização (por radar) da sua posição
em cada momento, bem como a perícia do piloto para seguir o plano de voo são componentes
essenciais para uma viagem bem sucedida – muitos acidentes têm sido evitados, em momentos de
maior turbulência, pela adesão a estas regras simples. Na nossa vida não é diferente, a planificação e
adesão ao plano são componentes essenciais para que se possa alcançar, são e salvo, o destino final
– o nenhum piloto é excelente sem muitas horas de voo, e quem não pratica perde o brevet.
O ensino superior, como último ponto da transição para o mercado de trabalho e para a vida adulta,
não pode deixar de inspirar respeito e até temor a “pilotos em início de carreira”, por isso a vontade
de adiar o primeiro voo em autonomia é bem real, e até compreensível, mas a procrastinação, todos
sabemos, impede a progressão rumo à execução de tarefas que são prioritárias, mas nem sempre
“apetecíveis” de realizar.
Ainda assim, nenhum piloto é deixado a voar sozinho, e o seu voo depende da colaboração e
alinhamento de inúmeros actores, para além de que as tarefas foram sendo graduadas, ao longo do
percurso académico, de forma a que agora todos possam iniciar o seu voo em autonomia, e cada
voo bem sucedido convida a uma maior ousadia e a uma consolidação das novas metodologias de
planeamento e organização, essenciais para o domínio de uma tarefa complexa (ainda que
gratificante).

3.6. Bibliografia

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strengthening and sustaining organizational achievement. John Wiley & Sons, Vol.1.

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