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Marcelo Assis Rivarolli.

Bacharel em Direito pela Universidade Cidade de São


Paulo – UNICID, pós-graduado em Direito Previdenciário pelas Faculdades
LEGALE, e formado no MBA em Direito da Seguridade Social pelas Faculdades
LEGALE em parceria com o Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL).

Área do Direito: Direito Previdenciário.

O ATO ADMINISTRATIVO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO

Resumo: A Administração Pública é movida por atos. Tais atos, sejam quais forem,
são especiais em relação aos praticados pelos particulares. Estes últimos, para
serem praticados, não necessitam seguir regras e normas previstas em Lei, basta
uma vontade que os impulsione, que o ato pode ser executado, cometido ou
realizado. Já, ato administrativo, para ser realizado, executado ou cometido, precisa
cumprir e obedecer requisitos, há Lei que o defina, que dá parâmetros, validade e
ditames. Tudo precisa seguir padrões legais, constitucionais ou infraconstitucionais,
para não serem eivados de vícios e/ou erros. Um ato administrativo viciado ou com
erro, é nulo desde sua origem, modificando situações que, muitas vezes, perduram
por anos, e, somente quando identificados tais vícios e/ou erros, geram efeitos
pretéritos na grande maioria das vezes, ou, dependendo do caso e da situação, a
partir da descoberta de tal vício e/ou erro. Ato administrativo previdenciário,
infelizmente muito comum no dia a dia, gera efeitos desde sua origem, pois é um ato
viciado, que interfere na questão da qualidade de vida de pessoas que, já são
debilitadas, seja pelo tempo de serviço, por doenças incapacitantes, ou por
quaisquer dos motivos apontados ou elencados pela Lei, pois, se houve erro no
cálculo do benefício, seja de qual espécie for, isso acarreta perda patrimonial e
prejuízo na qualidade de vida do segurado, desde o ato concessório, ou seja, desde
sua origem. Utilizou-se como base para o presente estudo, pesquisas feitas de
inúmeros atos concessórios de benefício, dentre os quais, 98% continham e contém
erros na origem, na forma de cálculo, na contagem do tempo, gerando direito ao
segurado, de corrigir tal ato, desde sua formação.

Palavras-chave: Ato administrativo previdenciário. Ato viciado. Ato nulo. Efeitos


pretéritos.
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Abstract: Public administration is driven by acts. Such acts, whatever, are special
with those charged by private individuals. The latter, to be charged, need not follow
rules and regulations laid down by law, just a will that boost, that the act may be
executed, made or done. Already, the administrative act to be done, executed or
committed, must comply and obey requirements, no law that defines it, which gives
parameters, validity and dictates. Everything must follow legal standards,
constitutional or infra, not to be riddled with defects and / or errors. An administrative
error or addict, is void from its inception, changing situations that often last for years,
and only when such vices identified and/or errors, generate effects in the vast
majority of bygone times, or depending on the case and situation, from the discovery
of such defect and/or error. Administrative act pension unfortunately very common in
everyday life, generates effects from its origin, it is an act addict, which interferes with
the question of the quality of life of people who are already weakened, either by
length of service, for disabling diseases, or for any of the reasons given or listed by
the Law, because if there was error in the calculation of the benefit, is what species it
is, it causes financial losses and loss of quality of life of the insured, provided the
concession, ie, from its origin. Was used as the basis for this study, surveys of
numerous acts concessional benefit, among which 98 % contained and contains
errors in origin, in the calculation, the timing generating entitled to the insured, to
correct such act, since its formation.

Keywords: Administrative act pension. Act addict. Act null. Effects bygone.

Sumário: Introdução. 1. Previsão legal. 1.1. Aspectos normativos constitucionais.


1.2. Aspectos normativos infraconstitucionais. 2. Do ato administrativo de benefício
previdenciário. Conclusão. Referências.

Introdução:
Não há dúvidas que o benefício previdenciário se trata de execução de ato
administrativo exercido pelo INSS.
Ora, para tal ato administrativo, a lei previu a forma de ser efetivado, bem
como todas as suas nuances, verificando diversas fases, especificamente aquelas
descritas na Lei nº 8.213/91, que trata da inscrição, filiação, qualidade de segurado e
sua manutenção, salário de benefício, as diversas modalidades de benefícios a
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serem concedidos, cada qual com sua especificidade e cabimento, salário de


contribuição, renda mensal inicial, dentre tantos outros.
Para que tenha validade o benefício previdenciário, que não deixa de ser um
ato administrativo, precisa se revestir de toda a legalidade prevista na legislação
pertinente, sob pena de ser um ato viciado ou nulo desde sua origem, gerando,
inclusive, a desconsideração da prescrição quinquenal dos benefícios
previdenciários.

1 – Previsão legal

1.1 - Aspectos normativos constitucionais


Por ter relação direta com direitos constitucionalmente previstos, como direito
à saúde, à proteção, dignidade da pessoa humana, integridade física e psicológica,
tem-se a Carta Magna como orientadora principal e inicial de todos os
procedimentos e forma de efetivação dos atos administrativos, em especial, no caso,
os atos administrativos previdenciários.

1.2 – Aspectos normativos infraconstitucionais


A norma legal infraconstitucional, que prevê e descreve todo o procedimento
administrativo de concessão do benefício previdenciário é a Lei nº 8.213/91,
complementada pelo Decreto nº 3.048/99, o qual regulamentou a Lei
supramencionada.
Ora, se a Lei e o Decreto preveem regras para o procedimento do ato
administrativo, consubstanciado no benefício previdenciário, mister é que, todas as
regras contidas em tais normas, anteriores à conclusão do ato administrativo, sejam
cumpridas.
Nas palavras no memorável Professor Hely Lopes Meirelles, em sua obra,
Direito Administrativo Brasileiro, 39ª edição, pág. 39, temos o seguinte, in verbis:

“A preterição de atos preparatórios ou a sua realização em


desconformidade com a norma legal que disciplina o procedimento
administrativo podem acarretar a nulidade do ato final, desde que se
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trate de operações essenciais ou de requisitos de legalidade do ato


principal”.

2 – Do ato administrativo de benefício previdenciário


Após a realização de todo o procedimento administrativo, para que o ato
administrativo de benefício previdenciário tenha validade e surtam os efeitos
necessários, mister é que sejam verificados os atributos do ato administrativo, em
especial, sua eficácia.
Ora, para que se opere de maneira integral o ato administrativo (concessão
de benefício previdenciário, no caso específico), a eficácia é considerada como a
idoneidade que deve ser reconhecida ao ato administrativo, para que produza seus
efeitos específicos. Em outras palavras, segundo o Direito Positivo vigente, é
necessário que todas as fases e operações necessárias à formação do ato final,
sejam ou tenham sido realizadas, nos exatos termos legais.
Especificamente no tocante à concessão de benefício previdenciário, o ato
administrativo que o origina é um ato vinculado, já que para sua realização e
consecução, como dito acima, a lei estabelece requisitos e condições, não havendo,
assim, liberdade do administrador, no caso, o analista do INSS, já que as imposições
legais absorvem-na quase que por completo, sendo que a ação deste fica totalmente
adstrita aos pressupostos estabelecidos pelas normas legais, para que tal ato tenha
validade.
Caso seja desatendido qualquer requisito, a eficácia do ato administrativo,
especialmente neste de concessão de benefício previdenciário, no presente caso,
fica comprometida sua eficácia, tornando-se passível de anulação ou de correção,
com efeitos ex tunc, ou seja, a correção desde sua origem, já que foi causada por
erro e/ou descumprimento de requisitos legais.
Mais uma vez recorrendo-se ao Ilustre Mestre Hely Lopes Meirelles, em sua
supracitada obra, vemos o mesmo raciocínio, in verbis:

“[...] Poderá assim, a Administração Pública atuar com liberdade,


embora reduzida, nos claros da lei ou regulamento. O que não lhe é
lícito é desatender às imposições legais ou regulamentares que
regram o ato e bitolam sua prática. Merece relembrada, aqui, a
advertência de Ranelletti de que a atividade administrativa é sempre
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livre nos limites do Direito, e até que uma norma jurídica lhe retire ou
restrinja essa liberdade.

Tratando-se de atos vinculados ou regrados, impõe-se à


Administração o dever de motivá-los, no sentido de evidenciar a
conformação de sua prática com as exigências e requisitos
legais que constituem pressupostos necessários de sua
existência e validade.

Tais atos, estando estreitamente confinados pela lei ou regulamento,


permitem ao Judiciário revê-los em todos os seus aspectos, porque
em qualquer deles poderá revelar-se a infringência dos preceitos
legais ou regulamentares que condicionam sua prática. Certo é que
ao Poder Judiciário não é dado dizer da conveniência,
oportunidade ou justiça da atividade administrativa, mas, no
exame da legalidade, na aferição dos padrões jurídicos que
serviram de base à realização do ato impugnado, é dever da
Justiça esquadrinhar todos os ângulos em que se possa
homiziar a ilegalidade, sob o tríplice aspecto formal, material e
ideológico.

[...]”. (grifos nossos)

Portanto, o fim é sempre determinado e imposto pelas leis e regulamentos,


não podendo agir a Administração Pública, através de suas Autarquias, como o caso
do INSS, na concessão de benefício previdenciário, fora dos ditames legais.
Agindo fora dos ditames legais supramencionados, o ato administrativo de
concessão de benefício previdenciário torna-se nulo, viciado, defeituoso, uma vez
que este nasce já afetado de vício por ausência ou defeito substancial em seus
elementos constitutivos ou no procedimento formativo.
Em sendo nulo, viciado ou defeituoso, sua decretação pode ser dada pelo
Poder Judiciário, a requerimento do interessado, apesar de produzir todos seus
efeitos. Enquanto não declarado nulo, viciado ou defeituoso o ato ou a sua
invalidade, este se opera e gera efeitos como se perfeito fosse.
Para sanar o vício ou defeito do ato concedido, todas as alterações ou
procedimentos realizados para se corrigir o ato de concessão de benefício
previdenciário, opera efeitos ex tunc, ou seja desde sua origem, retroage às suas
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origens e alcança todos os seus efeitos passados, presentes e futuros em relação às


partes, só se admitindo, entretanto, exceção, para com os terceiros de boa-fé.
Na massacrante maioria dos casos, não se trata de terceiro de boa-fé, mas
sim, erro material cometido desde a origem da concessão do benefício, onde não se
opera qualquer prescrição, especialmente a quinquenal, muito aplicada aos
benefícios previdenciários.
Insta ressaltar ainda, que tal ato administrativo em que pese ser viciado desde
a origem, é um ato irrevogável, já que se tornou insuscetível de revogação, uma vez
ter produzido seus efeitos ou gerado direito subjetivo para o beneficiário.

Conclusão:
Portanto, conclui-se que tendo ocorrido vício ou defeito na concessão do ato
administrativo, no caso específico, de concessão de benefício previdenciário, não se
opera qualquer tipo de prescrição, especialmente a quinquenal, muito utilizada no
ramo do Direito Previdenciário, e que, é possível sua revisão a qualquer momento, já
que houve erro na origem, e quando de sua correção, para que siga em
conformidade com a lei, há o direito de se reaver toda e qualquer diferença de
valores entre o benefício anteriormente concedido e o novo alterado, devidamente
corrigidos monetariamente e acrescidos de juros nos termos legais, UMA VEZ QUE
ATO VICIADO OU COM DEFEITO NÃO INCIDE NEM CORRE PRESCRIÇÃO OU
DECADÊNCIA, E QUE SUA ALTERAÇÃO GERA EFEITOS EX TUNC.

Referências:
BRAGANÇA, Kerlly Huback. Direito previdenciário. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2009.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da
Previdência Social, e dá outras providências. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm.
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BRASIL. Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de


Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L8213cons.htm.
BRASIL. Lei nº 9.528 de 10 de dezembro de 1997. Altera dispositivos das Leis
nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, e dá outras providências.
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9528.htm
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de Direito
Previdenciário. 6. ed. São Paulo: LTr, 2005.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. Rio de Janeiro:
Impetus, 2011.
JÚNIOR, Miguel Horvath. Direito Previdenciário. 3. ed. São Paulo: Quartier Latin,
2003.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39. ed. São Paulo:
Malheiros, 2013.
RANELLETTI, Oreste. Le Guarentizie dela Giustizia nella Pubblica
Amministrazione. Milão, 1934.

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