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INTRODUCAO Logo, esquecerés tudo; logo, todos te esquecerao. Marco Aurétio Joos -) Numa cena do filme Terra das sombras, 0 personagem do uma wegen] historiador inglés C. S. Lewis pergunta a um colega de univer- sidade se ele feliz. O colega responde: “Eu s Flogme,@ \ € 0 que é. O que isso tem a ver com Filme respeito-ao amor. Lewis estava apaixonado pela poetisa ameri- cana Joy Gresham, e 0 colega ignorava o que era amar. Na 4 TEens HS seqiiéncia, Joy morre inesperadamente de cancer. O sofrimento imenso ea moral do filme é clara: sem amor estamos % amputados de nossa melhor parte. A vida pode até ser mais nail Mom, 9 Finer paz de cinzas, como a do colega de Lewis. Nada substitui » aontufrfelicidade ers © Amor Ron! * tied torrespondido. Diante dele tudo empalide como cor GAY que engrandece perde a razio de ser. ge EXisErer>- Esta imagem do amor, tipica do romantismo, nos é€ total- /\ mente familiar. Ela domina o imagindrio no qual o amor erético WE &o signo do supremo Bem. Entretanto, apesar do enorme ____ prestigio cultural, o amor deixou de ser um puro momento de encanto para se tornar uma corvéia. Quando é bom nao dura e quando dura j4 ndo entusiasma. “Os fins do Ser e a Graga entressonhada”, de Elizabeth Browning/Manuel Bandeira, pa- recem distantes como conto de fadas. Na pratica, muitos come- am a se convencer de que “amar é sofrer” ¢ quem nao quiser re de dores quando nao amamos. Mas trata-se de , sem ele, atéo SEM FRAUDE NEM FAVOR 1a ce reparar amores infelizes foi posta em marcha €, pouco a pouco, cresce o nimero dos. que gravitanrém toro dela; clientes, funcionarios, Proprictarios, gestores, ideblogos, “garotos/garotas-propaganda” e assim por dient. Desde as ligdes de vida oferecidas pelas personagens de elena: velas, passando por conselhos patemnos savantes de sicanalistas, psicélogoscogni tas, Psicofarmacologistas, neurocientistas,religiosos, eartomantes, astrélogos e centenas de outros peritos, tudo e todos parecem querer resolver um “problema” cada vez mais rebelde ao ades- tramento. - Os artigos deste livro nao pretendem oferecer solugses—se € que existem ~ para os dilemas do amor. Pretendem, simples. mente, sugerir outro modo de pensar sobre esta veneranda questo. A sugestio é que tentemos desfazero monétono péndu- lo que oscila entre a culpabilizagao dos individuos pelos “fracas- sos” de amor e a condenagao da paixdo amorosa como desvario institucionalizado. Ao contrario disso, penso que o amor nem & uma impostura, como querem alguns, nem é 0 sagrado profana- do por nossa “impiedade narcfsica", como querem outros. 0. amor é uma erenga emocional e, como toda crenga, pode ser* mantida, alterada, dispensada, trocada, melhorada, piorada ou 1 amor foi inventado como fogo) a roda, o casamento, ina, 0 fabrico do pio, a arte erética chinesa, o computa dor, 0 cuidado com o préximo, as heresias, a democrac nazismo, os deuses e as diversas imagens do universo. Nenhum de scus constituintes afetivos, cognitivos ou conativos ¢ fixo por natureza. Tudo pode ser recriado, se acharmos que assim deve ser, em fungi do que julgarmos melhor paratodos ecada um de nés, Para isso, entretanto, € preciso mostrar que nossas convic- gOes amorosas podem ser aperfeigoadas, qualquer que seja 0 sentido que venhamos dar ao termo perfecti Nesta introdugdo e nos textos que compdem o volume, procuro analisar algumas das mais tenazes “intuigdes” sobre 6 INTRODUGAO amor. Vejamos cada ui im deles isoladamente. e Em primeiro lugar, tomemosacrenga nauniversalidadeena @ haturalidade do amor. O argumento que dé suporte&crena diz @ mais ou menos 0 segt temos testemunhos da inte: em todas as culturas conhecidas presenga do amor-paixao, Isso prova que ele € um dom gratuitamente oferecido pela mie natureza. © Portanto, tudo que ven Edesumano e ha a proibi looudesmoralizé-lo @ natural. Habituamo-nos a pensar dessa forma © qualquer afitmagao diferente aparece como contra-intuitivae © Carente de fundamento. Na verdade, esse raciocinio faz partedo aprendizado das “intuigdes indubitiveis” sobre nossos senti- mentos. Aprender a valorizar 0 amor como um bem desejavel & aprender, ao mesmo tei "mMpo, a ndo duvidar de sua universalidade ede sua naturalidade. S6 que a idéia da naturalidadee univers. lidade da experién mesma, Quando dizendo que sabemos Passadas semelhangas ou identidades com expetigncias amoro. amorosa nada tem de evidente por MOS que o amor é universal, estamos teconhecer em experiéncias emocionais ‘ ( ' Sas presentes. Mas a capacidade para reconhecet semelhangas ou diferengas em. fatos afastados no tempo e no espaco é énsinadae aprendida como qualquer outra. Quem nos énsina que ‘amor de Helena por por Marco Anténi Além disso, aprender aquilo que devemos Paris, de Romeu por Julieta, de Cleépatra solda é igual ao amor que nos fatos passados, o que icado com os tracosrelevantes dos: amores atuais. que os amores histéricos ou lendatios sio se con° algo grandioso, magico, que atravessa.o tempo e o espago com a forga de um bi em extra-humano e extramundano. Saber SEM FRAUDE NEM Favor © Contra-exemplo dessa descrigao pode ser dado, Sale da ments, pelas culturas nas quais.a “experiéneis unnec’ sal” do amor nao “opcionat”. Empregada no sentido de palavra “universal” te quando dizemos que compor ica lade universal dos humanos, “univer- nesta acepedo, nfo é o mesmo que “universal” numa frase que afirma a universalidade de nossa capacidade de regular a homeostase organica pela ingestio de alimentos. O que é virtual £opcional.é matéria de preferéncia e escolha; 0 que é virtual e Obrigatério é matéria de coerga0 inevitavel. Nao podemos escolher no respirar, sob ‘pena de morrermos, mas podemos decidir se vamos ou nao jogar futebol ou fazer miisica. Obvia- ‘mente, o que chamamos de opcional no depende exclusivamen- te de decisées intelectuais. Os habi sociais, as particularidades psico tos pessoais apodem agir como motivos coercitivos na determinagao das “*preferéncias. Mas tais condicionamentos, por mais fortes que sejam, nfo sfo légica ou empiricamente equi ardvels As deter- minagées dos fatos naturalmente compulsdrios. "Pode perguniar or aue no emprego a dios xegra so" pa do cho de ria que ests calegris esto ex nn rie eee entice aes como ser visto aan . fis hat EME D £0 INTRODUGAO Outra coisa é a “imposigio” do que Asobrevida. Accitamos sem problemas que precisamce Mao anlat€ aprender a falar porque sabemos que, sem isto, ‘nfoatualizaremosopotencial de humanizagdoquetemos convoy desde o nascimento. Dizer que todos temos de comer oud falar € diferente de dizer que todos temos de rezar ou acreditat ern discos voadores. Nao nos sentimos obrigados a adotar crengas OPpcionais, €, se formos foreados a assumi-las, sentitemoe a obrigago como um atentado & nossa independénciaeliberdade deescolha, A crenganauniversalidade do sentimento romantice € do tipo das crengas opeionai » ndo das crengas necessirias. Comaideiade “naturalidade” ocorre omesmodeslizamento de conceitos pertencentes a registros légicos diversos, observa do no caso daidéia de “universalidade”. Ao afirmar que o amor Gumsentimento natural, queremos dizer queelenioé construido {e forms histérico-culturale, portanto, preexistee i de ¢ Yontade ou de escolhas racionais. Entretanto, a oposigdo natuyal/ Cultural é fruto de uma disputa teérica que nao somos @ aceitar. Imaginar que 0 mundo se Ontol6gicos ineomensurdveis,o danaturezaeodacultura,é uma Crenga opcional. Sé quando acreditamos que existe um fosso eta el entre as “entidades naturai rrelevante, Todos os hal inguisticas, incl , dormir, cons- colecionar borboletas cultura é “intrinsecalidade 4 lo mundo a (eoria representacionalista da lingu Imentais do sujeito quanto 2s puramente fsiologicas sto fate H Fepito. que nao existam difereneas entre elas que sea tn | Imoral. descrevé-las fsicalisticamente ou meniaisinaney Naturalzing Idealzations = Pragmatiom and ihe Inerprem exemplar fotocopiado: Ramberg. Bjorn. Post-Oniologiee! (. exemplar fotacopiado versus Davidson, 1997. inedit falando, sto, na maioria, J INTRODUGAG mais impetuosas paixdes, Passional incoercivel mas deve ser eleito como objet Amar é deixar-se levar pelo impulso sabendo “quem” ou “o que” pode ¢ 'o de amor. A imagem do amor trans. ‘mais uma pega do ideatio romantics cia de que os amantes, socialment sensatos, obedientes, conformistas, r sexual e afetivamente pc atragao contraria 9S goste + “raga”, religidio ou posigao econdm reed itl que limitam o rol dos que “merecem ser amados”.} Sressor ¢ livre de amarra destinada a ocultar a evidé 18 SEM FRAUDE NEM FAVOR Pode-se argumentar, no entanto, que 0 selo cultural nao anula o aspecto involuntario do amor. O impulso amoroso se acomoda, certamente, ao universo de objetos e valores ao redor do sujeito. Mas, nestes limites, continua sendo irracional, quan- do nio irrefreavel. E verdade. Entretanto, admitir a variagSo do que atrai ou excita eroticamente significa admitir que a emoga0 amorosa nao é culturalmente cega, surda ou muda. Como todo ideal, 0 amor tem enderegos nobres € salas de espera vip. Nao circula a esmo num vacuo de intengdes e propésitos. Ao contré- rio, produz hierarquias de desejos e objetos internalizadas no processo de formagao das subjetividades. O certificado de espontaneidade sentimental é uma mera vinheta de propaganda do produto ideolégico. Quanto mais espontineo, diz-se, melhor amor! Resta completar: desde que a espontaneidade nfo deixe a quadra gramada dos fortunate few! Em outros termos ¢ de maneira crua: amamos ideologicamente como fazemos filmes; escrevemos livros; viajamos; cozinhamos; divertimo-nos; tra- balhamos; rezamos ou filosofamos. Isso nao torna o amor irrelevante, torna-o apenas humano, perfeitamente humano, Em terceiro lugar, vem a questo mais delicada, a relagdo do amor com a felicidade. Mesmo admitindo que 0 amor nao é universal, natural ou espontaneo, podemos desejar manté-lo como ideal de felicidade. Quanto a isso, nao ha diividas. Até segunda ordem, seria insensato excluir 0 amor de nossas vidas, poisisso representaria, para muitos, trocar o sonho provavel pelo desencanto certo. Ideais culturais ndo sio trapos de papel. O romantismo amoroso foi e continua sendo uma das marcas registradas da cultura ocidental. Mas existem ideais e “ideais”. Alguns ideais so formados de modo a estarem ao alcance da maioria € a reverem suas injungdes no sentido do aperfeigoa- ‘mento; outros, além de germinar na escassez, resistem 4 mudan- ga reivindicando o direito de eternidade, nao obstante a contin- géncia do mundo. E 0 caso do romantismo amoroso. Acontece que a vida é infidelidade a normas e disso néo escapa nenhum ‘engenho humano. Insistindo em sero mesmo num mundo que se tornou outro, o ideal amoroso fez explodir contradigées latentes em sua historia cultural INTRODUGAO 19 O amor roméntico, quando se estabilizou como norma de conduta emocional na Europa, respondeu a anseios de autono- mia ¢ felicidade pessoais inequivocamente criativos € enriquecedores. Sua intima associagio com a vida privada burguesa o transformou em um elemento de equilibrio indispen- sivel entre 0 desejo de felicidade individual ¢ 0 compromisso com 05 ideais coletivos. No presente, o cenério mudou. O valor doamor foi hiperinflacionado e sua participagaio na dinamica do bem comum chegou quase ao pontozero. E, Amedida que refluia aceleradamente para o interior do privado, o romantismo assu- mia a forma de moeda forte da felicidade junto com 0 sexo € 0 consumo. Diga-se de passagem que, desde 0 inicio, 0 amor tendeu a monopolizar a felicidade, de um modo que parecia desmesurado a espiritos mais criticos da cultura, como Engels. Comentando a teoria moral de Feuerbach, Engels dizia: “Mas amor! — sim, com Feuerbach 0 amor est em toda parte e € sempre 0 maravilhoso deus trabalhador que nos ajuda a superar * todas as dificuldades da vida pritica —e isso numa sociedade dividida em classes, com interesses diametralmente opostos. Nesse ponto, os tiltimos vestigios de seu cardter revolucionario desaparecem da filosofia, deixando apenas a velha cangao: ‘Amai-vos uns aos outros; caiam nos bragos uns dos outros, independente de sexo ou propriedade — uma orgia universal de reconciliagao.”> O que nos fins do século XIX era uma fantasia social tratada, por Engels como um embuste, hoje parece ter se tornado realidade. O amor se tornou fantasmagoricamente onipotente, onipresente onisciente. Deixou de ser um meio de acesso & felicidade para tornar-se seu atributo essencial. Ashipéteses que explicam a mudanga sao intimeras. Podemos pensar que a perda de interesse pela vida piiblica, praticamente reduzida a questdes de mercado, provocou um enorme retraimento dos sujeitos para a vida privada, com a conseqiiente exaltagio das expectativas amorosas. Podemos também supor que a liberago e a emanci- "Engels. Friedrich, Ludwig Feuerbach and the End of Classical German Philosophy. equim. Foreign Languages Press. 1996. p. 37, 20 SEM FRAUDE NEM FAVOR ‘uals trouxe, para muitos, a speranca de realizagio amorosa, i ‘ar 0 que ocorreu com o amor centro imaginério do ideal de fel; Outros ideais afetivamente important tes, voltamo-nos para o . $6 que 0 Dillivio chegou Ultima azo do sujeito, de origem nfo péde mais garantir-Ihe 0 poder ideal de outrora. Cercado de violencia, competigao, frivolidade, Superfluidade, egoismo desenfreado e indiferenga, o amor ergueu-se como uma fronteits na core Wincheira entre 0 ‘sujeito moral e a barbarie do mercado. Mas, sitiado e fora do nicho ecolégico original, perdeu a perfeigao mitica que tinha. Enquanto foi emblema do cuidado com as geragbes, da harmoniaentre “sexos desiguais” eda familiacomo ‘icélula da sociedade”, guardou a transcendéncia que o protegia do tempo e do uso; quando se tornou um sentimento a mais na dieta dos prazeresaquilo, passoua ser vistocomo qualquercoiea ou pessoa na cultura do consumo: perdeu o interesse, lata do lixo! ‘Sem a retaguarda dos lagos culturais mais vastos, 0 amor tornou-se derrisério. Em vo quisemos fazer dele um sé eo mesmo passaporte para a “ilha dos prazeres” e para o céu das emogdes perenes. A operagao malogrou, Sem a moralidade tradicional, 0 amor mostra os pés de barro de toda paixto humana; coma moralidade tradicional, trazum rangodeascetismo que ninguém mais pode aceitar. Presos ao impasse, insistimos - = ee ITRODUGAD a, : Fitualictionrsaeyeit® £ odres novos. Continuamos invocando = ritualisticamente 0 amor. Mas como quem pede protecdo aos = deuses da chuva mandando e-mails com dados de satélites ee Foe he Okicos! Donde os inevitaveis quiproqués, Acusane e& nos de narcisistas, egoistas ¢ descomprometidos com 0 outro. e na NOS Perguntamos se 0 amor com que sonhamos pode sobreviverao desmoronamento damoral Patriarcale,sobretudo, 2.nossa paixZo pelo efémero. Em seu bergohistérico,. o armor fo; e gmbalado por adiamentos, reniincias, devancios, esperangas nog futuro ¢ “doces momentos do Passado”. Ele nasceu na “Era dos Sentimentos”, do gosto pela introspeceaoe por de apostas ganhas © perdidas. Hoje en Sensages”, sem memeériae sem historia historias sem fim. ramos na “Era das @& Nadanosparecemais bizarro ¢ tedioso do que aventuras sem orgasmos e sofrinentey 6 sem remédio & vista. Aprendemos a gozar com o fitil ¢ o Passageiro ¢ todo“além do principio do prazer” és6umviciode @ linguagem ou da inércia dos costumes. moral dupla: de um lado, a sedugo d saudade dos sentimentos. Queremos data de validade marcada: eis sua incor moderna vicissitude! Se pensarmos, no entanto, que as emogées nio habitam as cavernas ou as clareiras das “esséncias emocionais”, podemos an ovar Nossa gramatica emotiva sem abrir mo dos ideais de no oy due Yenhamos a reinventar. Isso nada tem de impossivel: Em suma, vivemosnuma “Este tpico & aprofunda 10 amor romantigo” 2 SEM FRAUDE NEM FAVOR € na sabedoria um valor. Mas ninguém é infeliz ou frustrado emocionalmente porque nfo segue os passos de Antigona, Ulisses, Péricles ou Sécrates. Da mesma forma, muitos continu- am vendo na religiéo 0 sentido da vida e da morte. Mas os suspiros dos misticos j4 néo despertam, na maioria de nés, nostalgia alguma de padecer na carne as voliipias do amor casto. Vendo 0 amor romantico com olhos de niortais que apostam, na vontade de agir, talvez possamos dizer o que Lionel Trilling dizia de Aristételes: ele no gostava de heréis; os herdis so sempre melhores do que os humanos. O mito dos herdis € heroinas amorosos que seqilestrou nossos espititos é “mais” € “menos” do que sabemos e podemos. “mais” se aceitarmos ser vitimas impotentes do fetiche amoroso; é“menos” se aceitarmos que a emogdo amorosa no nasceu pronta e acabada em algum lugar da mente € pode ser aperfeigoada por outros sentimentos, razdes e agdes. Nem crédulos, nem desconfiados, talvez a melhor pergunta sobre o amor seja aquela dirigida A nossa vontade de poténcia: como fazer da vida aquilo que queremos ¢ no a cépia do que quiseram por nés? Nao custa lembrar o que dizia Marco Aurélio sobre a vanidade das crengas que julgamos eternas: “Logo, esquecerds tudo; logo, todos te esquecerao.” MENS: UTOPIA SEXUAL, UTOPIA AMOROSA. Nada seria mais justo do que tomar o pensamento de Marcuse de Foucault como ponto de partida para abordar o tema da utopia sexual e amorosa. Comparar o que disseram sobre sexo, amor € utopia me pareceu uma boa maneira de refletir sobre os costumes. sexuais ¢ amorosos atuais EROS E SEXUALIDADE EM MARCUSE, Marcuse precedeu Foucault na critica aos habitos sexuais mo- dernos. Em Eros e civilizagdo, sua tese € de que Freud se ‘equivocou quando viu na culpa e na infelicidade o inevitavel tributo pago pelos individuos para se protegerem da destruigio miitua. Sema sublimagio das pulses e oadiamento do principio do prazer, dizia ele, nada pode defender os mais fracos da violéncia homicidadosmais fortes. Mas, medida que renuncia- mos a satisfagdo erdtica, renunciamos & gratificaco pulsional. O mal-estar da cultura é insuperdvel. Pior do que isso, sequer podemos saber se a represso do prazer resulta em preservagiio da vida em comum, pois, ao sublimar o eros, deixamos boa parte do terreno cultural liberado para as manifestagdes da pulsio de morte. Em suma, dessexualizamos as vidas individuais & custa de sublimacdo, repressio e culpabilidade e canalizamos a ener- gia do sexo para o trabalho produtivo eas relagdes pessoais nio- erotizadas. Além de insatisfeitos eroticamente, alteramos a "economia pulsional ¢ infletimos o equilibrio entre as pulsdes t | : f omit © 1998 Ses Frcs Cone Priel Brecitenesse no Bras Preps de rin TaURA Neves Ri de ani, mio Kes) CtP-Basi, Caslogaao-nefonte Sinaicato Nacional do Editors de Livios, RI Z 8735 Costa, andr Fst, 1944. de nem favor estudos sobre sorrento / ‘Juandic Feie Costa. ~ Ri de ater: Rocco, 1998 (Gist Prat) ISBN 85.325-0925-8 |. Amer. 2. Remsen, 1 Tit. Tuo: Estudos sobre o amor romiatc, cob - 306-7 98-1336 COU - 392.61

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