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Data: 29 e 30/10/2019
Local: Salas de reuniões do 8º andar (29/10) e do 20º andar (30/10) do Edifício-Sede do Banco Central do
Brasil – Brasília – DF
Horário de início e de término das sessões: 29/10: 10h03 – 12h58; 14h38 – 18h13
30/10: 14h00 – 18h06
Presentes:
Membros do Copom
Roberto Oliveira Campos Neto – Presidente
Bruno Serra Fernandes
Carolina de Assis Barros
Fernanda Feitosa Nechio
João Manoel Pinho de Mello
Maurício Costa de Moura
Otávio Ribeiro Damaso
Paulo Sérgio Neves de Souza
Os membros do Copom analisaram a evolução recente e as perspectivas para a economia brasileira e para
a economia internacional, no contexto do regime de política monetária, cujo objetivo é atingir as metas
fixadas pelo Conselho Monetário Nacional para a inflação.
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Banco Central do Brasil 226ª Reunião do Copom
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A menos de menção explícita em contrário, esta atualização Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a
leva em conta as mudanças ocorridas desde a reunião do cotação média da taxa de câmbio R$/US$ observada nos cinco
Copom em setembro (225ª reunião). dias úteis encerrados na sexta-feira anterior à reunião do
Copom.
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Banco Central do Brasil 226ª Reunião do Copom
favoráveis resulta da ampliação do grau de estímulo 16. No que tange à conjuntura internacional, os
monetário, do ambiente externo relativamente membros do Copom avaliaram que o cenário segue
favorável para economias emergentes e das relativamente favorável para economias emergentes.
perspectivas de melhoria dos fundamentos da Por um lado, bancos centrais de diversas economias,
economia brasileira, como resultado da agenda de incluindo algumas centrais, têm provido estímulos
reformas e ajustes necessários na economia. Essa monetários adicionais, o que contribui para o
distensão das condições financeiras vem se refletindo afrouxamento das condições financeiras globais. Por
de maneira mais nítida na dinâmica dos mercados de outro lado, os membros do Copom avaliam que os
crédito livre e de capitais, que crescem a taxas robustas riscos associados a uma desaceleração da economia
neste momento do ciclo econômico. global e a conflitos de natureza geopolítica
permanecem. As incertezas no cenário externo
13. Os membros do Copom debateram, também, implicam riscos para ativos cuja precificação dependa
fatores que poderiam influenciar a atividade sobremaneira de um cenário com taxas de juros globais
econômica, no contexto dos profundos ajustes baixas e manutenção do ritmo de crescimento
necessários na economia brasileira, especialmente os econômico recente. Nesse contexto, os membros do
de natureza fiscal. Em contexto de espaço fiscal Copom voltaram a destacar a capacidade que a
limitado, enfatizaram a relevância da aprovação da economia brasileira apresenta de absorver revés no
Reforma da Previdência pelo Congresso Nacional, mas cenário internacional, devido ao seu balanço de
reforçaram a importância da continuidade do processo pagamentos robusto, à ancoragem das expectativas de
de reformas e ajustes que gerem sustentabilidade da inflação e à perspectiva de continuidade das reformas
trajetória fiscal. Ao reduzirem incertezas fundamentais estruturais e de recuperação econômica.
sobre a economia brasileira, essas reformas tendem a
trabalhar no mesmo sentido da política monetária e, 17. Os membros do Copom discutiram as projeções
portanto, estimular o investimento privado. Esse recentes para a inflação e os níveis de diversas medidas
potencial efeito expansionista deve contrabalançar de inflação subjacente. Avaliaram que estas últimas
impactos de ajustes fiscais correntes sobre a atividade encontram-se em níveis confortáveis. As estimativas e
econômica, além de mitigar os riscos de episódios de projeções de curto prazo indicam que a inflação
forte elevação de prêmios de risco. acumulada em doze meses ainda deve ter recuado em
outubro, para níveis ao redor das mínimas observadas
14. O Copom reiterou o entendimento de que uma durante o regime de metas para a inflação, voltando a
aceleração do ritmo de retomada da economia para se elevar ao longo dos últimos meses do ano. Essa
patamares mais robustos também dependerá de outras trajetória de curto prazo reflete uma inflação abaixo do
iniciativas e reformas microeconômicas que visam ao esperado pelo Copom em setembro e revisão, também
aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior para baixo, da projeção referente ao mês de outubro.
flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de Para o último bimestre deste ano, foram revistas as
negócios. Esses esforços são fundamentais para a projeções de alguns preços administrados, que, por sua
retomada da atividade econômica e da trajetória de vez, compensaram aquelas surpresas desinflacionárias,
desenvolvimento da economia brasileira. Iniciativas na mantendo a projeção de inflação estável em relação à
agenda estrutural do Banco Central (Agenda BC#) da reunião anterior, no cenário com trajetória para a
contribuem para esse processo. taxa Selic extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio
constante.
15. O Comitê discutiu ainda as características do atual
ciclo econômico, com menor participação do Estado na 18. No horizonte relevante para a política monetária, o
economia, e suas possíveis implicações para a atuação cenário com taxa Selic extraída da pesquisa Focus e
da política monetária. Alguns membros do Copom taxa de câmbio constante produz inflação abaixo da
destacaram que as mudanças no mercado de crédito e meta para 2020 e ligeiramente abaixo da meta para
na intermediação financeira, como o maior papel 2021. Em relação à reunião do Copom de setembro, os
desempenhado pelo crédito com recursos livres e pelo condicionantes tiveram efeitos opostos sobre a
mercado de capitais, podem impactar a transmissão da inflação para 2020. Por um lado, o estímulo monetário
política monetária. Os membros do Copom também adicional advindo de taxas de juros mais baixas
refletiram sobre a sensibilidade de variáveis contribuiu para a elevação da inflação ao longo do
macroeconômicas à política monetária, uma vez que horizonte relevante. Por outro lado, a antecipação de
faltam comparativos na história brasileira para o atual alguns reajustes de preços administrados para 2019 e a
grau de estímulo. Tendo em vista que a política redução nas expectativas de inflação da pesquisa Focus
monetária opera com defasagens sobre a economia, constituíram um vetor na direção oposta, que terminou
especialmente sobre o nível de preços, os fatores por preponderar. Para 2021, em relação à reunião do
avaliados tendem a aumentar a incerteza sobre os Copom de setembro, os principais fatores para a queda
canais de transmissão da política monetária. da projeção foram a propagação da inflação mais baixa
projetada para 2020 e revisão em preços
administrados.
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Banco Central do Brasil 226ª Reunião do Copom
19. O Copom avalia que a conjuntura econômica com convergência da inflação para a meta no horizonte
expectativas de inflação ancoradas, medidas de relevante para a condução da política monetária, que
inflação subjacente em níveis confortáveis, cenários inclui o ano-calendário de 2020 e, em menor grau, o de
com projeções para a inflação abaixo ou ligeiramente 2021.
abaixo da meta para o horizonte relevante de política
monetária e elevado grau de ociosidade na economia 25. O Copom reitera que a conjuntura econômica
prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com
taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Os membros taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
do Copom avaliam que as atuais taxas de juros reais ex-
ante têm efeito estimulativo sobre a economia. 26. O Copom avalia que o processo de reformas e
ajustes necessários na economia brasileira tem
20. O Comitê reitera sua visão de que a continuidade avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo
do processo de reformas e a perseverança nos ajustes é essencial para permitir a consolidação da queda da
necessários na economia brasileira são essenciais para taxa de juros estrutural e para a recuperação
permitir a consolidação da queda da taxa de juros sustentável da economia. O Comitê ressalta ainda que
estrutural, para o funcionamento pleno da política a percepção de continuidade da agenda de reformas
monetária e para a recuperação sustentável da afeta as expectativas e projeções macroeconômicas
economia. O Comitê ressalta ainda que a percepção de correntes.
continuidade da agenda de reformas afeta as
expectativas e projeções macroeconômicas correntes. 27. Na avaliação do Copom, a evolução do cenário
básico e do balanço de riscos prescreve ajuste no grau
21. Na sequência, os membros do Copom avaliaram a de estímulo monetário, com redução da taxa Selic em
decisão de política monetária adequada, tendo em vista 0,50 ponto percentual. O Comitê avalia que a
a evolução do cenário básico e do balanço de riscos consolidação do cenário benigno para a inflação
desde sua reunião em setembro (225ª reunião). Todos prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de
concluíram pela redução da taxa Selic para 5,00% a.a. igual magnitude. O Copom entende que o atual estágio
do ciclo econômico recomenda cautela em eventuais
22. O Copom debateu, então, a conveniência de novos ajustes no grau de estímulo. O Copom reitera
oferecer alguma perspectiva sobre possíveis cenários que a comunicação dessa avaliação não restringe suas
para a política monetária. Decidiu comunicar sua próximas decisões e enfatiza que os próximos passos
avaliação de que a consolidação do cenário benigno da política monetária continuarão dependendo da
para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste evolução da atividade econômica, do balanço de riscos
adicional, de igual magnitude, no grau de estímulo e das projeções e expectativas de inflação.
monetário. Em seguida, o Comitê discutiu os benefícios
de oferecer alguma sinalização para além da próxima 28. Votaram por essa decisão os seguintes membros
reunião. Os membros do Copom decidiram reforçar que do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (Presidente),
o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros,
em eventuais novos ajustes no grau de estímulo. Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello,
Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e
23. Tendo em vista sua preferência por explicitar Paulo Sérgio Neves de Souza.
condicionalidades sobre a evolução da política
monetária, o que melhor transmite a racionalidade
econômica que guia suas decisões, o Copom julgou ser
fundamental reiterar que a comunicação dessa
avaliação não restringe suas próximas decisões e
enfatizar que os próximos passos da política monetária
continuarão dependendo da evolução da atividade
econômica, do balanço de riscos e das projeções e
expectativas de inflação.