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MEMORIAL DAS CINZAS

Oh! Pé de tamarindo no largo


Irmão do falecido “pé de figuinho”
Que ficava atrás do antigo jardim

Referencial único
Das lembranças do eu menino
Em seus galhos

Quando as mulas eram


Amarradas em seus ramos
Eu era mais feliz

Aos sábados nos dias de feira


Ainda quando todos eram vivos
A calçada da casa da minha tia-avó
Repleta de meus primos
As gargalhadas seguidas
Pela tosse de papai

Ai meu Deus!
Como pode ter findado tudo isso?
Eu deveria ter vivido mais ali

Sinto saudade de Verônica


Minha prima que não vejo há anos
Outro dia tive notícias de Fátima
E lembrei-me de seus longos cabelos negros

Oh! Brejo em minhas lembranças


Que as palavras não podem exprimir
Sentimento profundo e nostálgico

Fotografia das eras


Pelas minhas retinas
Fatigadas pela dura realidade
Há muito a cidade não é a mesma

Eu vi as cinzas da árvore atrás do antigo jardim


E duvidei que a vida houvesse passado tão rápido

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