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“Vocês estão comprando uma fraude”, diz filha de Olavo de Carvalho

A filha de Olavo de Carvalho, Heloisa de Carvalho, vai lançar um livro sobre o pai no dia
15 de janeiro. A obra “Meu Pai, o Guru do Presidente – A Face Ainda Oculta de Olavo de
Carvalho”, da Kotter Editorial, pretende escancarar o passado da família com a qual ela
não tem mais contato.

Heloisa já deu entrevistas falando sobre o “abandono intelectual” ao qual foi submetida
pelo pai ainda na infância. Ela cursou a primeira série do ensino fundamental aos sete
anos, tendo passado os seis seguintes longe da escola, assim como seus outros dois
irmãos, então em idade colegial. Segundo conta, o “abandono intelectual” a que o pai lhe
submeteu foi o único motivo para sua falta de ensino durante a infância. Foi só em 1983,
quando tinha 12 anos, que voltou a estudar, ao deixar a casa do escritor para morar com
uma tia materna, que tomou a decisão de colocar a sobrinha na escola. Já os outros
irmãos, que dependeram apenas de Olavo e da mãe para estudar, não passaram da
quarta série até hoje, afirma Heloisa.

Também coloca na conta do guru de Jair Bolsonaro a tentativa de suicídio da mãe, por
depressão profunda. O motivo seria o casamento com Olavo de Carvalho, que se
relacionava com outras mulheres sem tentar esconder. “A situação estava muito difícil
para ela. A gente estava sem dinheiro, prestes a sermos despejados por falta de aluguel,
e meu pai constantemente se envolvia com outras pessoas”, relata a filha. O casamento
chegou ao ponto do insustentável. Olavo saiu de casa. Na sequência, o resto da família
foi despejada. Sem opção, a mãe e os filhos foram morar nos fundos da Escola Júpiter,
onde Olavo dava aulas de astrologia.

A saúde psíquica da mãe foi se deteriorando. Num certo dia, foi Heloisa quem primeiro viu
a mãe na banheira, a água vermelha com seu sangue, e gritou por socorro. Antes que a
colocassem na ambulância, no entanto, o escritor decidiu ensinar uma lição aos filhos.
“Ele pegou dois dos meus irmãos pelos braços e levou para o lado da maca onde estava
minha mãe, com dois panos empapados de sangue em volta dos pulsos. Eles estavam
chorando muito, muito chocados, eram novinhos, o mais velho tinha sete anos. O Olavo
disse, ‘Olhem bem pra ela! Vejam porque é preciso ser forte, está na hora de virarem
homens!'”

Heloisa fala sobre a face oculta do pai que quer desvendar com o livro. “É o lado confuso
e desonesto do guru. As pessoas compram como ele se pinta hoje, mas, no passado, ele
se pintava de outras maneiras. Foi dançando de acordo com a música. O objetivo dele
sempre foi ter muita influência e poder. Eu nunca achei que conseguiria. De repente, ele
conseguiu, e eu me vi em uma questão pessoal e moral de falar: “Peraí, vocês estão
comprando uma fraude”. O cara fez tudo o que fez com a família, deu golpe financeiro em
amigos, na editora que editava os livros dele. Ele diz que era da tariqa [organização
esotérica islâmica], mas que não era muçulmano. Como não? Montou uma comunidade
islâmica com 30 pessoas dentro de casa, tinha várias esposas. Eu fui casada no
islamismo quando tinha 16 anos. Tive que me converter para ser do grupo. Era a
comunidade que meu pai montou dentro de casa. Tem uma postagem dele dizendo que
nunca saiu da Igreja Católica. Como assim?”, declarou.

O autodeclarado filósofo Olavo de Carvalho alcançou os holofotes que sempre perseguiu.


Espécie de guru do presidente eleito Jair Bolsonaro e de vários de seus assessores, o
astrólogo de formação indicou dois ministros para postos influentes na Esplanada dos
Ministérios: Ernesto Araújo nas Relações Exteriores e Ricardo Vélez Rodríguez na
Educação.

Olavo de Carvalho figura na extrema-direita do espectro político. No campo dos


costumes, define-se como um “profundo conservador”, além de cristão praticante. No
documentário de 2017, “Jardim das Aflições”, Carvalho aparece em missas católicas nos
Estados Unidos, ora antes das refeições com a mulher e filhos e desfia um rosário de
ideias em defesa da família, do amor e da fé. Como se vê no filme, ele compreende o
cristianismo – o catolicismo em especial – “como uma verdade e não como uma crença.”

Conhecer um pouco da história do “filósofo” serve para decifrar suas obsessões atuais. A
defesa da perseguição a professores e o desapreço pelo ensino formal não são
novidades em sua vida, conforme relata sua filha Heloisa de Carvalho.

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