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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA

VARA DO JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PETROLINA – PE.

ANA CATARINA MEDRADO RAMOS, brasileira, solteira, assistente de sala,

portadora da Cédula de Identidade de nº 8142927 SDS/PE, inscrita no CPF/MF sob o n°

082.799.114-21, residente e domiciliada na Rua Antonio de Santana, nº 608, Centro, CEP

56302-300, na cidade de Petrolina, estado da Pernambuco, por intermédio de sua advogada

ao final assinada, mediante instrumento procuratório em anexo, vem, mui respeitosamente, à

presença de V. Exa., propor a presente:

AÇÃO INDENIZATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E


DANOS MORAIS

Em face de DINDA/EDEN COMERCIO ELETRONICO DO BRASIL LTDA,

pessoa jurídica, CNPJ 12.805.240/0004-95, com sede em Rua Josepha Gomes de Souza, nº

298, GALPAO 03, Distrito Industrial Pires II, Extrema-MG, CEP 37640-000, telefone de

contato: (11) 4130-3970, sítio eletronico: www.dinda.com.br, e-mail: sac@dinda.com.br,

pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

I. DOS FATOS

A Autora comprou em um site, com endereço eletronico www.dinda.com.br,

diversas roupas de bebê com o intuíto de presentear seu filho.

No dia 03 de Maio de 2019, a autora realizou sua primeira compra no site acima

(PEDIDO AE76AB27), no valor total de 389,09 em 3x parcelas de 129,70, conforme


documento comprobatório em anexo (doc. 04 páginas 01 a 04), realizada no cartão de

crédito com numeração final 1941, o qual insta ressaltar, está hoje com a numeração final

0563, porém pode-se confirmar que se trata do mesmo cartão por meio das faturas anexas

com as devidas parcelas da compra debitádas (doc. 05). Ocorre que quando o PEDIDO

AE76AB27 chegou na residencia da autora estava faltando um dos produtos da compra,

qual seja: a legging montaria 1° Passos rosa claro- Costão ( tam2), a qual foi solicitado o

estorno do produto, no valor de R$ 24,16 confome documento anexo, tendo seu estorno

aceito (doc. 04 páginas 05 e 07), bem como veio um produto com defeito, o conjunto

1°Passos azul mar e chumbo- sonho mágico (tam 1), no valor de R$ 65,50 referente ao

valor do produto e frete conforme (doc. 04 páginas 15), o qual foi solicitado sua

devolução (Protocolo#0000321920) (doc. 04 páginas 08 a 11), e enviado via código de

postagem 1242154679 (doc. 04 páginas 12 e 13 ). Ficando um valor total de estorno de R$

89,66 (R$ 24,16 + R$ 65,50) desta compra, referente aos dois produtos acima narrados (doc.

04 páginas 14 e 16).

No dia 30 de maio de 2019, antes do ocorrido com a primeira compra acima

narrada, a autora realizou sua segunda compra no mesmo site (PEDIDO BCBE47D7), no

valor total de R$ 155,26 em 3x parcelas de 51,75 conforme documento comprobatório em

anexo (doc. 06 páginas 01 a 03), feita no cartão de crédito com numeração final 8449, o

qual está hoje com a numeração final 7599, confirmando-se que se trata do mesmo cartão

pelas faturas anexas com as devidas parcelas da compra debitádas (doc. 07). A segunda

compra chegou a sua residencia, e coincidentimente, assim como a primeira, veio faltando

um dos produtos da compra, qual seja: a babuche Centro bebê raposa framboesa- Plugt

(tam23/24), o qual foi solicitado o estorno do produto, no valor de R$ 48,17 confome

documento anexo, tendo seu estorno aceito (doc. 06 páginas 05 e 07), bem como veio um

produto com defeito, o tênis bebê café e tabaco- kello (tam19), o qual foi solicitado sua

devolução (Protocolo# 0000360460) (doc. 06 página 04) no valor de R$ 45,99 não obtendo

desde então mais nenhum retorno da Ré. Ficando um valor total de estono referente à

segunda compra de R$ 94,16 (R$ 48,17 + R$ 45,99).

Em suma, fora feito duas compras no site da Ré em datas diversas, nas quais

ambas virem sem um dos produtos da compra, os quais foram solicitados e aceitos os

estornos conforme documetos comprobatórios anexos, e um dos produtos da compra com


defeito sendo ambos solicitados suas devoluçoes e respectivos estornos, totalizando

quatro produtos estornados correspondente a um valor total de R$ 183,82 (cento e oitenta

e três reais e oitenta e dois centavos) (R$ 89,66 (R$ 24,16 + R$ 65,50) referente à primeira

compra + R$ 94,16 (R$ 48,17 + R$ 45,99) referente à segunda compra).

Após a troca de e-mails tentando a devolução da segunda compra a Ré parou de

responder a Requerente sumiu. Ademais, seu site entrou em “manutenção há meses”, os

estornos não foram realizados nas faturas que se seguiram conforme faturas anexas (doc

05 e 07), nem a Requerente conseguiu localizar a Ré pelo seu telefone de contato.

Ora Excelência, está visivelmente demonstrado que várias foram as tentativas

amigáveis intentadas por esta Requerente, de maneira a tentar evitar a esfera judicial

como meio de solução desse conflito, sendo estas todas ignorada pelo Réu, sendo esta a

única maneira que sobrou como tentativa de resolução do problema.

Assim, resta comprovado que a própria Ré reconhece a abrigação de estornar as

devoluçoes e produtos não enviados, requer assim, Execelência, o pagamento pelos

produtos não adquiridos.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

II. 1 – DA RELAÇÃO DE CONSUMO

É notório que a relação contratual em destaque configura uma relação

consumerista, conforme art. 2º e art. 3º, todos do Código de Defesa do Consumidor.

Portanto é imprescindível a aplicação de normas que procuram restabelecer o

equilíbrio contratual, ora deturpado pela Requerida, conforme se destacam o art. 1º e 4º, I,

dentre outros, do Código de Defesa do Consumidor.

Inicialmente, importante destacar a responsabilidade da parte Ré pela falta na

prestação do serviço, que é objetiva, nos termos do art. 12, CDC.

Outro aspecto de suma relevância é a inversão do ônus da prova, que confere

à parte Ré o ônus de afastar sua responsabilidade, conforme art. 6º, VIII,

CDC.

Segundo o artigo 2º do CDC, “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que

adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”, enquanto que para o art. 3º

do mesmo Código: “fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
desenvolve a distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”.

Claramente se vê que a relação estabelecida entre as partes, se encaixa

perfeitamente nos artigos acima citados, restando configurada a relação de consumo e a

incidência clara do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Um dos principais

princípios que norteia o CDC é o princípio da transparência, evidenciado no artigo 4º,

caput, do referido código. Segundo o artigo 4º, III, as relações de consumo devem sempre

observar a boa-fé e o equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores. Ocorre

que, momento algum foi observado o princípio da boa-fé e da transparência pelo

requerido, eis que não houve posicionamento concreto quanto aos estornos solicitados.

No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão do ônus da

prova ante a verossimilhança das alegações, conforme disposto no artigo 6º do Código de

Defesa do Consumidor:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus


direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, seguindo as regras ordinárias de expectativas.

Desse modo, cabe ao requerido demonstrar provas em contrário ao que foi exposto

pela autora. Resta informar ainda que algumas provas seguem em anexo. Assim, as

demais provas que se acharem necessárias para resolução da lide, deverão ser observadas

o exposto na citação acima, pois se trata de princípios básicos do consumidor. Diante

disso, configurada a relação de consumo, fica evidente, diante do exposto, o desrespeito a

dois pilares da relação consumerista.

II.2 – DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS

A dignidade da pessoa humana é um dos corolários mais importante a ser

resguardado:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana;

Ocorre que o Réu, negligenciou os direitos da Autora em viabilizar, da melhor

maneira possível, omitindo-se com relação aos danos materiais e morais.


II.3 – DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DA RESPONSABILIDADE CIVIL

OBJETIVA

O Réu disponibilizou no seu sítio eletrônico a oferta dos produtos, restando sua

obrigação pela publicidade, conforme art. 30, CDC.

Portanto, com a efetivação das compras, ficou configurado, independente da

espécie de contrato firmado entre as partes, o princípio da obrigatoriedade, o qual é o mais

importante efeito decorrente de uma relação contratual, que deve ser observado por

ambas as partes, conforme se destaca do art. 481, CC, ademais, diante de tal falha,

configurou-se o inadimplemento daquela, conforme art. 389, CC.

O CDC em seu artigo 20 protege a integridade dos consumidores:

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os


tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente
capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas
regulamentares de prestabilidade.

Neste sentido tem-se o artigo 14 do mesmo código:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.

Assim é indiscutível que o Réu feriu os direitos do consumidor ao agir com total

descaso, desrespeito e negligencia, configurando má prestação de serviço:

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,


apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua
livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,


apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Desse modo, amparado pela lei, doutrina e jurisprudência pátria, a consumidora

deverá ser indenizada pelos danos que lhe foram causados, bem como ser restituído no

valor pago pelos produtos, haja vista não querer mais os produtos pois não confia mais

no Réu.

II.4 – DO DANO MATERIAL e REPETIÇÃO DO INDÉBITO

A Requerente como já descrito anteriormente, após realizar a compra da

mercadoria, e efetuar o pagamento, e mesmo após manter diversos contatos com o

Requerido não recebeu os estorno dos produtos que não chegaram bem como dos que

vinheream com defeito e foram devolvidos. O valor dos estornos destas compras foi de

R$ 183,82 (cento e oitenta e três reais e oitenta e dois centavos) (doc. 04 e 06). Aplica-se ao

fato em espécie, a previsão legal contida no artigo 42, parágrafo único do CDC, que assim

reza:

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

A jurisprudência é pacífica em albergar o direito do consumidor esculpido na

norma acima transcrita. Senão vejamos:

RECURSO INOMINADO. (...) COMPRA DE MERCADORIA PELA INTERNET -


PAGAMENTO DA PRIMEIRA PARCELA MEDIANTE BOLETO BANCÁRIO -
AUSÊNCIA DE ENTREGA DO PRODUTO - DANO MATERIAL CONFIGURADO
- RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO VALOR INDEVIDAMENTE PAGO -
OBSERVÂNCIA AO ART. 42, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CDC. DANO MORAL
CONFIGURADO - APLICAÇÃO DO
ENUNCIADO 8.1 DESTA TRU. (TRU – PR - Recurso Inominado nº. 2010.0009596-
3/0. Relator: Juiz Leo Henrique Furtado Araújo) grifo nosso.

Os fatos narrados impingem ao Requerido a culpa por este dissabor experimentado

pela Requerente, cabendo-lhe, por conseguinte, a responsabilidade pelo ressarcimento em

dobro dos valores pagos. O ressarcimento destes valores deve ser por óbvio realizado em

dobro, acrescido de atualização monetária, que visa manter o capital hígido, e de juros

moratórios no percentual previsto em lei.


Assim, a Autora efetuou o pagamento referente a compra dos produtos por meio

de cartão de crédito (doc. 05 e 07), logo, a Autora requer a devolução do valor pago em

dobro. O dano material ocorreu ante ao pagamento do montante de R$ 183,82 (cento e

oitenta e três reais e oitenta e dois centavos), referente a legging montaria 1° Passos rosa

claro- Costão( tam2) no valor de R$ 24,16 que não veio, ao conjunto 1°Passos azul mar e

chumbo- sonho mágico(tam 1) no valor de R$ 65,50 que veio com defeito e foi devolvido,

ao babuche Centro bebê raposa framboesa- Plugt (tam23/24) no valor de R$ 48,17 que não

veio e ao tênis bebê café e tabaco- kello (tam19) no valor de 45,99 que veio com defeito e

foi solicitado estorno, totalizando em dobro R$ 367,64 (trezento e sessenta e sete reais e

sessenta e quatro centavos), referente a compra dos produtos acima citados.

O valor quitado pelo Sra. Catarina deverá ser devolvido em dobro à luz do que

prescreve o artigo 884 do Código Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores
monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a
recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se
fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.

O artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor também esclarece:

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.

Também, o mesmo Código aduz em seu artigo 6º a integridade moral dos

consumidores:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;

Ora Excelência, a Requerente pagou por algo que não recebeu, além dos que

recebeu com defeito, está evidente a má-fé do Requerido, que vendeu os produtos,

recebeu do consumidor, mais não lhe entregou o produto em seus conformes.

II.5 – DO DANO MORAL

É indubitável que o descumprimento contratual por parte do Requerido configura


fato do serviço, o que caracterizou abuso e desrespeito ao consumidor. Nessa esteira é o

entendimento jurisprudencial, da Douta Turma Recursal de Paracatu, senão vejamos:

DANOS MORAIS – COMPRA PELA INTERNET – PRODUTO NÃO


ENTREGUE. CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AQUISIÇÃO DE
CÂMERA FOTOGRÁFICA VIA INTERNET. PRODUTO NÃO ENTREGUE.
COBRANÇA INTEGRAL REALIZADA. DANO MORAL CONFIGURADO
TENDO EM VISTA OS DIVERSOS ABORRECIMENTOS CAUSADOS À PARTE
RECORRIDA, ALÉM DE FRUSTRAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DO
PRODUTO. VALOR DA INDENIZAÇÃO.
ADEQUAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. O só inadimplemento contratual por
uma das partes não gera danos morais indenizáveis, salvo casos excepcionais. No
caso dos autos, presente a excepcionalidade apta a gerar danos indenizáveis
visto que a autora demonstrou que, no dia anterior ao que celebrou contrato de
viagem turística, adquiriu a câmera fotográfica sendo crível, portanto, que
pretendia registrar momentos da viagem com ela, pretensão que restou frustrada
pela não entrega do produto. Some-se a isso o fato de que foram enviados
produtos completamente diversos do adquirido (um DVD e um pandeiro), a
recorrida teve de diligenciar para restituí-los, para tentar receber o que adquirira
e que, ainda, foi debitado em seu cartão de crédito a integralidade do preço do
produto não entregue. O valor da indenização por danos morais, prudente e
razoavelmente fixado, deve ser mantido. Recurso provimento negado. (Turma
Recursal / Paracatu. Boletim de Paracatu nº. 7 – Rec. 0470.10.02139-8. Rel. Maria
Augusta Balbinot. J. 26/04/10) Grifamos.

Demais disso, o descaso com o consumidor, acarretou dano extra-patrimonial a

Autora, eis que a mesma experimentou a angústia, o constrangimento, a frustração e

indignação anormal, que excede o que se entende como natural e regular por força da vida

em coletividade, fazendo jus a indenização, conforme se alinha à jurisprudência, vejamos:

CIVIL. CONSUMIDOR. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA AFASTADA.


PROPAGANDA. CUMPRIMENTO FORÇADO DA OFERTA ANUNCIADA.
DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO FIXADA EMCOMPASSO COM OS
PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. 1. A LIDE
DEVE SER JULGADA À LUZ DAS NORMAS E PRINCÍPIOS INERENTES AO
SISTEMA DE DEFESA DO CONSUMIDOR, PORQUANTO EVIDENTE A
EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO ENTRE AS P ARTES, NOS
TERMOS DO ART. 2º E 3º DO CDC. 2. NÃO HÁ QUE SE FALAR EM
INCOMPETÊNCIA SUPERVENIENTE DOS JUIZADOS ESPECIAIS EM RAZÃO
DE A CONDENAÇÃO TER SUPOSTAMENTE ULTRAPASSADO O VALOR DO
TETO DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS, QUE DEFINE A COMPETÊNCIA DOS
JUIZADOS ESPECIAIS, POIS A SUA DEFINIÇÃO, COMO REGRA GERAL, SE
DÁ NO MOMENTO EM QUE A AÇÃO É PROPOSTA (ART. 87, DO CPC).
3. O NÃO CUMPRIMENTO DA OFERTA OSTENSIVAMENTE DIVULGADA
PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, TRADUZ-SE EM DESRESPEITO ÀS
NORMAS E PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, O QUE,
COMO TAL, FAZ SURGIR O DIREITO DO CONSUMIDOR EM EXIGIR O
CUMPRIMENTO DA OFERTA OU A SUA CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS.
4. A P ARTE RÉ NÃO PODE SE EXIMIR DA RESPONSABILIDADE ADVINDA
DA OFERTA, ALEGANDO APENAS O DESCUMPRIMENTO DO CONTRATO
CELEBRADO COM OUTRA EMPRESA PARCEIRA. 5. MANTÉM-SE O VALOR
DA INDENIZAÇÃO, QUANDO EVIDENTE QUE A SUA FIXAÇÃO SE DEU
COM A OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. 6. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR
SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS, COM SÚMULA DE JULGAMENTO
SERVINDO DE ACÓRDÃO, NA FORMA DO ART. 46 DA LEI 9.099/95.
CONDENO A RECORRENTE AO PAGAMENTO DAS DESPESAS PROCESSUAIS
E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, FIXADOS EM 10% (DEZ POR CENTO)
SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO. (TJ- DF - ACJ: 30031720078070011 DF
0003003-17.2007.807.0011, Relator: ANA MARIA FERREIRA DA SILVA, Data de
Julgamento: 27/01/2009, SEGUNDA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO DF, Data de Publicação: 17/03/2009, DJ-e
Pág. 203) Grifo nosso.

Diante dos fatos acima relatados, mostra-se patente a configuração dos “danos

morais” sofridos pela Autora, conforme prescreve o Código de Defesa do Consumidor,

em seu artigo 30, que consagra o princípio da boa-fé que deve vigorar nas relações de

consumo desde a fase pré-contratual, visando tal norma coibir os abusos praticados por

intermédio do chamado marketing, obrigando o fornecedor a cumprir o prometido.

A responsabilidade do fornecedor é objetiva pelos danos que causar ao

consumidor, independente da existência ou não de culpa, na forma dos artigos 14 e 22,

do CDC, bastando para tanto a existência de nexo de causalidade entre o evidente defeito

do serviço prestado, e dano causado.

A moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas

legais a devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5º, incisos V e X, da Carta

Magna/1988, em que é assegurado o direito a indenização por dano material, moral ou à

imagem.

Outrossim, conforme a inteligência dos artigos 186 e 927, do Código Civil/2002:

“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito

e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, ficando

obrigado a repará-lo.

A consumidora se sentiu inútil, enganada, impotente perante a arbitrariedade e

abusividade do Requerido que a compeliu a pagar por um produto que não recebeu, e

por produtos recebidos com defeito, resultando, sem dúvida, no abalo psicológico,

impondo assim o dever de indenizar pelo dano moral causado a requerente.

E não se trata apenas disso, restou frustrada a pretensão da Requerente presentear

o seu filho. É de se destacar ainda que foram diversas as tentativas de uma resolução

amigável ao caso, porém o descaso do Réu serviu para ultrapassar o mero dissabor,
desconforto.

Insta ressaltar, que o fato em questão não pode ser tratado como mero

aborrecimento, expressão esta que enobrece o descaso e encoraja a atitude destemida de

maus fornecedores de produtos e serviços no mercado de consumo. O mercado de venda

de produtos online é comumente utilizado hoje, devendo sim seus proprietário

prestadores de serviços serem penalizados pelos seus serviços não prestados, afim de

demonstrar que o mercado de venda pela internet não é uma “terra sem lei”, como é o

caso em questão, de maneira que seus fornecedores tenham o instituto do dano moral

aplicado sobre eles uma penalização pedagógica.

Assim, evidenciados pressupostos para a responsabilidade civil da empresa

reclamada, o dano moral dispensa prova concreta para a sua caracterização, que origina o

dever de indenizar, eis que suficiente a prova da existência do ato ilícito, pois o dano

moral existe “in re ipsa”.

II.6 – DO “QUANTUM” INDENIZATÓRIO

Uma vez reconhecida à existência do dano moral, e o consequente direito à

indenização dele decorrente, necessário se faz analisar o aspecto do “quantum”

pecuniário a ser considerado e fixado, não só para efeitos de reparação do prejuízo, mas

também sob o cunho de caráter punitivo ou sancionatório, preventivo e repressor.

Essa indenização que se pretende em decorrência dos danos morais há de ser

arbitrada, mediante estimativa prudente, que possa em parte, compensar o "dano moral"

da Autora, no caso, a súbita surpresa que lhe gerou constrangimento e abalo moral.

Sobre o tema, forma-se o entendimento jurisprudencial mormente em sede de dano

moral, no sentido de que a indenização pecuniária não tem apenas cunho de reparação de

prejuízo, mas também de caráter PUNITIVO OU SANCIONATÓRIO, PEDAGÓGICO,

PREVENTIVO E REPRESSOR, pois a indenização não apenas repara o dano, repondo o

patrimônio abalado, mas também atua como forma educativa ou pedagógica para o

ofensor e a sociedade e intimidativa para evitar perdas e danos futuros.

Impende destacar ainda, que tendo em vista sendo direitos atingidos muito mais

valiosos que o bem e o interesse econômico, pois reportam à dignidade da pessoa

humana, a intimidade, a intangibilidade dos direitos da personalidade, pois abrange toda

e qualquer proteção à pessoa, seja física, seja psicológica. As situações de angústia, paz de
espírito abalada, de mal estar e amargura devem somar-se nas conclusões dos Juizes para

que este saiba dosar com justiça a condenação do ofensor.

Assim sendo, deve-se verificar o grau de censurabilidade da conduta, a

proporção entre o dano moral e o dano material e a média dessa condenação, cuidando-

se para não arbitrar tão pouco, para que não se perca o caráter sancionador. Assim, pelo

evidente dano moral que provocou a Requerida, diante das circunstancias

demonstradas, mostra-se justo e razoável impor-se a devida e necessária condenação,

com arbitramento de indenização a Requerente, no importe R$ 7.000,00 (sete mil reais).

III. DOS PEDIDOS

EX POSITIS, requer-se de Vossa Excelência:

a) Reconheça que a parte adversa deve compor a lide, em respeito ao Princípio do


Contraditório e da Ampla Defesa, efetuando a citação do Réu para tomar
conhecimento da presente para, querendo, no prazo legal contestá-la, sob
as penas dos artigos 285 e 319 do CPC;
b) condenar o réu, ao pagamento de uma indenização, de cunho compensatório,
punitivo e preventivo-pedagógico pelos danos morais causados a autora,
tudo conforme fundamentado, em valor pecuniário justo e condizente com o
caso apresentado em tela, qual, no entendimento do autor amparado em
pacificada jurisprudência, deve ser equivalente a R$ 7.000,00 (sete mil reais).
Ou então, em valor que esse D. Juízo fixar, pelos seus próprios critérios
analíticos e jurídicos;
c) condenar o requerido, nos termos do art. 42, parágrafo único do CDC, a
restituir em dobro a quantia paga pelo requerente, das duas compras dos
produtos, no importe de R$ 367,64 (trezento e sessenta e sete reais e sessenta e
quatro centavos), ou na forma simples R$ 183,82 (cento e oitenta e três reais e
oitenta e dois centavos) haja vista, não ter recebido os produtos conforme
enunciado, conforme artigo 35 , inciso III do Código de Defesa do Consumidor;
d) a procedência total da presente, com julgamento antecipado da lide com a
consequente condenação do Requerido ao pagamento em 20% de honorários
advocatícios e demais cominações legais;
e) a inversão do ônus da prova em favor da Autora, conforme autoriza Art.
6º, Inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor;
f) incluir na esperada condenação da Ré, a incidência juros e correção monetária
na forma da lei em vigor, desde sua citação;
g) que seja designada audiência de conciliação ou mediação, na forma no artigo
334 do NCPC;
h) requer pela produção de todos os meios de provas admitidos em lei, em
especial, a prova de caráter documental, e depoimento pessoal, dentre outras
que se fizerem necessárias ao deslinde da causa, sob pena de confissão.

Dá-se a presente causa, o valor de R$ 7.367,64 (sete mil trezentos e sessenta e sete

reias e sessenta e quatro centavos), equivalente ao valor da indenização pretendida

pelo Autor bem como a repetição do indébito.

Termos em que,

Respeitosamente pede e espera deferimento.

Petrolina, 23 de Dezembro de 2019.

MARIA CECILIA FERREIRA DA COSTA


Advogada – OAB/PE 42.511

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