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MATEMÁTICA A MANUAL DO
PROFESSOR
Daniela Raposo
Luzia Gomes
MANUAL CERTIFICADO
FACULDADE DE CIÊNCIAS
DA UNIVERSIDADE DO PORTO
DE ACORDO COM
NOVO PROGRAMA E
METAS CURRICULARES
VOL. 1
PREFÁCIO
Assim, procurando ir ao encontro das Metas Curriculares definidas para este ano de esco-
laridade, surge um manual que pretende ajudar os alunos a construir de forma bem cimentada
as bases para um Ensino Secundário de sucesso. Acreditamos que todos são capazes!
A nossa experiência de sala de aula reforça a convicção de que o aluno deve ser o principal
agente neste complexo processo de aprendizagens. Desta forma, este manual caracteriza-se
por uma componente prática muito forte, com:
– uma bateria de exercícios, na rubrica Aprende Fazendo, que permitirá aos alunos a mobi-
lização de conhecimentos de factos, de conceitos e de relações, bem como a seleção e apli-
cação adequada de regras e procedimentos, anteriormente estudados e trabalhados;
O Manual foi desenvolvido em articulação com o Caderno de Exercícios e Testes, que inclui
exercícios adicionais para todos os conteúdos e permite a simulação de momentos de avaliação.
Antes de terminar não podemos deixar de agradecer à Professora Doutora Cláudia Mendes
Araújo, pela disponibilidade, a troco apenas do sentido de colaboração construtiva, à Faculdade
de Ciências da Universidade do Porto, nas pessoas das Professoras Doutoras Gabriela Chaves
e Lucinda Lima, pela forma dedicada e profissional com que trabalharam no processo de avalia-
ção e certificação do Manual, ao Professor Doutor Filipe Carvalho, muito mais do que revisor
científico, indispensável na própria elaboração deste manual, à Dra. Alexandra Queirós, incansável
parte desta equipa e aos nossos colegas que tiveram sempre uma palavra de apoio.
Por último, mas não menor agradecimento, às nossas famílias que nos apoiaram incondi-
cionalmente e sem as quais este livro não teria sido possível.
As Autoras
APRESENTAÇÃO
temas Funções reais de variável real e Observa os dilemas do Raposo no vídeo “Mulheres
que sabem o que querem”.
1.º dilema
Vídeo
“Mulheres que sabem o
que querem.”
2.º dilema
Nesse mesmo dia, a Rebeca contou ao Raposo que ela, a Vanessa e a Sara vestem sempre
saia ou calças e têm três regras que não podem ser quebradas:
DESAFIOS
• Sempre que a Sara leva saia, a Vanessa leva calças.
• A Sara leva saia se e só se a Rebeca levar calças.
• A Vanessa e a Rebeca nunca vão as duas de calças.
Finalmente, a Vanessa diz ao Raposo que uma das três amigas usou saia na segunda-feira,
CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA
NOTAS enquadramento histórico
dos assuntos tratados
20 21
RECORDA EXERCÍCIOS
dos conteúdos
trabalhados na página
TEMA IV Funções reais de variável real UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real
Texas TI-nspire 2. Determinar valores aproximados dos zeros de uma função Texas TI-84 Plus
Pressiona a tecla ON e escolhe a opção adicionar Gráficos. Representa graficamente a função:
Considera a função f definida por:
f(x) = x3 + x2 – 4x – 4
De seguida, digita a expressão analítica de f na janela f1(x) =:
Determina os seus zeros, com recurso à calculadora.
Carrega para a direita no cursor, uma vez e depois outra, de forma a encontrar os outros
Pressiona ENTER novamente:
seguintes modelos: Texas
zeros:
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
universais em R.
pelo qual se substitui a variável x transforma a condição numa proposição falsa. a) x = 3 … x2 = 9
36 Justifica que: b) (x – 1)(x – 2) = 0 … x = 1
b) x2 = 9 … x = 3
a) em N, x2 + 2x = 0 é Repara que:
c) x = 3 … x4 = 81 c) x2 = 9 … x = 3 ∨ x = –3
uma condição
• para x = 1, 12 – 2 = 0 é uma proposição falsa; d) x > 3 … x2 > 9
DEFINIÇÕES
b) universal; numa proposição falsa.
1. x2 = –3 mente a condição “(x – 1)(x – 2) = 0”.
c) impossível. a) x2 = 1 ⇔ x = 1
fácil identificação
3
c) x2 + 1 =0 e) “|x + 3| < 2 ⇒ x + 3 < 2” é uma condição universal em R, pois toda a con-
Obtemos uma condição impossível em R. CADERNO DE EXERCÍCIOS
d) –x < 0 cretização da variável x que satisfaz a condição “|x + 3| < 2” verifica igual- E TESTES
4. x ≠ x mente a condição x + 3 < 2. Pág. 6
Classifica cada uma das
condições em N, Z e R. Exercício 13
Esquematizando / Resumindo
Soluções
46. a) ⟹
A classificação de condições num dado universo pode ser sintetizada no seguinte
b) ⟸
Soluções esquema: Erro típico c) ⟺
Universais – todas as concretizações das variáveis
37. Por exemplo: d) ⟹
dão origem a uma proposição verdadeira.
a) R e) ⟺
Possíveis Um erro muito comum na resolução da alínea a) do exercício anterior é escrever
b) ]–∞, 5[ 47. a) –1∈R e (–1)2 = 1 ⇔ –1 = 1
c) {5, 7, 10}
Não universais – se pelo menos uma x > 2 ⇔ x2 > 4 é uma proposição falsa.
concretização das variáveis der origem a uma
38. Expressões proposição verdadeira e uma concretização
b) –2∈R e (–2)4 = 16 ⇔ –2 = 2 é
a) É universal em N, Z e R. proposicionais der origem a uma proposição falsa. Erro! uma proposição falsa.
ou condições
b) É impossível em N e é c) –4∈R e (–4)2 > 9 ⇔ –4 > 3 é
Repara que “x > 2 ⇔ x2 > 4” não é uma condição universal em R. Se fizermos
possível em Z e R. uma proposição falsa.
c) É impossível em N, Z e R. Impossíveis – todas as concretizações das a concretização de x por –3, obtemos a proposição –3 > 2 ⇔ (–3)2 > 4, que é d) –1∈R e |–1 – 1| = 2
d) É universal em N e é possível
variáveis dão origem a uma proposição falsa. uma proposição falsa, uma vez que (F ⇔ V) ⇔ F. ⇔ –1 – 1 = 2 é uma proposição
em Z e R. falsa.
34 41
REMISSÕES PARA
O “APRENDE FAZENDO”
E PARA O CADERNO
DE EXERCÍCIOS E TESTES
SOLUÇÕES
exclusivas da Edição do Professor,
surgem no fim de cada página
NO FINAL
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos Itens de construção
Aprende Fazendo
• Soluções
p: “O Afonso usa óculos.” a) “52 × (p – 3)”
q: “O Afonso usa chapéu.” b) “ 1 + 1 = 1 ”
3 3 6
a) Em linguagem simbólica, a proposição “O Afonso usa óculos ou chapéu” pode escrever-se como:
c) “17 é um número primo.”
(A) p ∧ q (B) p ∨ q (C) ∼p ∨ q (D) ∼p ∧ ∼q
d) “O triângulo de vértices A, B e C.”
b) Em linguagem simbólica, a proposição “O Afonso não usa óculos nem chapéu” pode escrever-se
como: e) “Há triângulos no plano com dois ângulos retos.”
APRENDE FAZENDO
(A) p ∧ q (B) p ∨ q (C) ∼p ∨ q (D) ∼p ∧ ∼q f) “√∫3 > p + 1”
g) “–5 ∈N”
Soluções: a) Opção (B) b) Opção (D)
h) “{1, 2, 3}”
conjunto de exercícios
i) “{1, 2, 3, 6} é o conjunto dos divisores naturais de 6.”
2 Sabe-se que a ⟺ b é uma proposição falsa. Então, acerca dos valores lógicos das proposições a e b,
podemos concluir que: j) “Existe um número primo que é par.”
(A) a e b são ambas verdadeiras. Soluções: São designações: a), d) e h). São proposições: b), c), e), f), g), i) e j)
de aplicação e consolidação;
(B) a e b são ambas falsas.
15 Indica o valor lógico das proposições do exercício anterior.
(C) a e b têm valor lógico diferente.
Soluções: b), e), f) e g) são proposições falsas. c), i) e j) são proposições verdadeiras.
(D) nada se pode concluir.
Nas atividades
16 Considera as proposições:
p: “Eu gosto do verão”.
3 Das expressões seguintes, considerando x um número real, qual delas não é uma expressão proposi- q: “Eu não gosto do inverno”.
r: “Eu gosto da primavera”.
assinaladas com
(A) “O dobro de x é 7.” (B) 2x + 7 Traduz em linguagem corrente as seguintes proposições.
d) ~q ∨ r e) ~(p ∨ r) f) ~p ∧ ~r
de dificuldade devidamente
Solução: Opção (B)
4 Considera os conjuntos A, B e C:
Soluções: a) “Eu gosto do verão e não gosto do inverno.” b) “Eu não gosto do inverno ou gosto da primavera.” c) “Eu não
gosto do verão e gosto do inverno.” d) “Eu gosto do inverno ou da primavera.” e) “Não é verdade que eu goste do verão ou
da primavera.” f) “Eu não gosto do verão nem da primavera.” este símbolo não
identificado
A = {1, 2}, B = {2, 1} e C = {n ∈N: n2 ≤ 9}
escrevas no manual.
17 Determina o valor lógico das proposições p e q, sabendo que a proposição:
Qual das opções seguintes é verdadeira?
a) p ∧ q é verdadeira; b) p ∨ q é falsa; c) ~p ∧ q é verdadeira.
(A) A = B = C (B) A = B e C ⊂ A (C) B = C (D) A = B e A ⊂ C
Soluções: a) p e q são proposições verdadeiras. b) p e q são proposições falsas. c) p é uma proposição falsa e q é uma
Solução: Opção (D) proposição verdadeira.
62 65
ÍNDICE
Apresentação ....................................................................................................... 03
TEMA I
TEMA II
Álgebra
1. Radicais ............................................................................................................. 76
1.1. Monotonia da potenciação ............................................................................... 76
1.2. Raízes de índice n ∈N, n ≥ 2 ........................................................................... 79
ÍNDICE
TEMA III
Geometria analítica
1. Geometria analítica no plano ....................................................................... 154
1.1. Referenciais ortonormados ............................................................................ 154
1.2. Distância entre dois pontos no plano ............................................................. 155
1.3. Coordenadas do ponto médio de um segmento de reta ................................. 157
1.4. Equação / inequação cartesiana de um conjunto de pontos ........................... 161
1.5. Inequações cartesianas de semiplanos ......................................................... 162
1.6. Mediatriz de um segmento de reta ................................................................. 167
1.7. Circunferência e círculo ................................................................................. 170
1.8. Elipse ............................................................................................................. 176
Aprende fazendo ...................................................................................................... 182
ÍNDICE
2.º dilema
Nesse mesmo dia, a Rebeca contou ao Raposo que ela, a Vanessa e a Sara vestem sempre
saia ou calças e têm três regras que não podem ser quebradas:
• Sempre que a Sara leva saia, a Vanessa leva calças.
• A Sara leva saia se e só se a Rebeca levar calças.
• A Vanessa e a Rebeca nunca vão as duas de calças.
Finalmente, a Vanessa diz ao Raposo que uma das três amigas usou saia na segunda-feira,
calças na terça-feira, e que está apaixonada por ele.
Consegues descobrir qual das três amigas está apaixonada pelo Raposo?
No final deste tema voltaremos a estes problemas. Rogério Martins
TEMA I
Introdução à lógica bivalente e
à teoria dos conjuntos
1. Proposições
2. Condições e conjuntos
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Introdução
Tarefa resolvida
Um prisioneiro encontrava-se numa cela com duas saídas, cada uma delas com
um guarda. Cada saída dava para um corredor diferente, um dos quais conduzia à
liberdade e o outro a um fosso com crocodilos. Só os guardas sabiam qual era a saída
certa, mas enquanto um deles dizia sempre a verdade o outro mentia sempre. O pri-
sioneiro não sabia qual era a saída certa nem qual era o guarda que dizia a verdade.
Sugestão de resolução
O estudo deste tema, que vamos agora iniciar, pretende estruturar o pensamento
e desenvolver o raciocínio abstrato dos alunos. No final desta unidade deverás re-
conhecer a importância da linguagem formal (simples e rigorosa) na construção de
uma teoria matemática e na elaboração de análises objetivas e coerentes, enquanto
que a linguagem corrente está muitas vezes sujeita a duplos sentidos e contradições.
12
UNIDADE 1 Proposições
UNIDADE 1
Proposições
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
Exemplos Pág. 4
Exercícios 1 e 2
1. “p é um número irracional.”
Soluções
2. “4 + √∫3 – 1 = 3 + √∫3”
1. a) Designação.
3. “4 é o número real cujo dobro é 10.”
b) Proposição.
4. “O mínimo múltiplo comum entre 3 e 16 é 19.” c) Proposição.
d) Designação.
e) Proposição.
2. b) Proposição falsa.
Repara que proposições são afirmações às quais tem sentido atribuir um dos valores ló- c) Proposição verdadeira.
gicos, “verdadeiro” ou “falso”, e que se costumam representar por V ou F, respetivamente. e) Proposição falsa.
13
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
LTC10_1.2 Nos exemplos apresentados na página anterior, as duas primeiras proposições são ver-
LTC10_1.4 dadeiras e as duas últimas são falsas.
As relações lógicas entre proposições são o objeto de estudo da lógica proposicional.
Admitem-se neste estudo os princípios que seguidamente apresentamos.
Definição
Equivalência de proposições
Duas proposições, p e q, dizem-se equivalentes se tiverem o mesmo valor lógico. Sim-
bolicamente, escreve-se frequentemente p ⇔ q para afirmar que p e q são equivalentes.
Observa que o sinal ⇔ significa apenas que são iguais os valores lógicos das proposi-
ções em questão, ou são ambas verdadeiras ou são ambas falsas, não se referindo ao sig-
nificado das mesmas.
14
UNIDADE 1 Proposições
O valor lógico da negação de uma proposição pode ser obtido a partir do valor lógico
LTC10_1.5
da proposição dada, o que pode ser facilmente resumido na seguinte tabela, habitual-
mente designada por tabela de verdade da negação:
p ~p
Nota
V F Uma proposição verdadeira
(ou falsa) pode ser também
F V
representada por V (ou F)
sempre que esta notação
Assim, sendo V uma proposição verdadeira e F uma proposição falsa, temos que: não for ambígua.
(∼V) ⇔ F e (∼F) ⇔ V
15
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
LTC10_1.6
Conjunção
Definição
5 Sejam p e q as O valor lógico da conjunção pode ser obtido a partir dos valores lógicos das proposições
proposições:
p e q dadas, como se encontra resumido na seguinte tabela de verdade:
p: “As rosas são
vermelhas.” p∧q ou:
q: “As margaridas são
p q V F p q p∧q
brancas.”
Traduz em linguagem V V F V V V
corrente as seguintes
proposições. F F F V F F
a) p ∧ q
b) (~p) ∧ q F V F
F F F
6 Considerando as Assim, sendo V uma proposição verdadeira e F uma proposição falsa, temos que:
proposições p e q do
exercício anterior, traduz (V ∧ V) ⇔ V (V ∧ F) ⇔ F (F ∧ V) ⇔ F (F ∧ F) ⇔ F
simbolicamente:
Exemplos
a) “As rosas são vermelhas
e as margaridas não são 1. p: “Os ovos moles são típicos de Aveiro.”
brancas.”
q: “Os moliceiros são típicos de Aveiro.”
b) “Nem as rosas são
p ∧ q: “Tanto os ovos moles como os moliceiros são típicos de Aveiro.”
vermelhas nem as
margaridas são Como as duas proposições são verdadeiras, a conjunção das duas é também uma pro-
brancas.” posição verdadeira.
2. p: “Chanel foi um importante matemático.”
q: “Picasso foi um importante matemático.”
Soluções
p ∧ q: “Quer Chanel, quer Picasso foram importantes matemáticos.”
5.
Como as duas proposições são falsas, a conjunção das duas é também uma proposição falsa.
a) “As rosas são vermelhas e as
margaridas são brancas.” 3. p: “2 é um número ímpar.” q: “2 é um número primo.”
b) “As rosas não são vermelhas p ∧ q: “2 é um número ímpar e 2 é um número primo.”
e as margaridas são brancas.” Como uma das proposições é falsa, a conjunção das duas é uma proposição falsa.
6.
a) p ∧ (~q) 4. p: “32 > 4” q: “|–3| < 3” p ∧ q: “32 > 4 ∧ |–3| < 3”
b) (~p) ∧ (~q) Como uma das proposições é falsa, a conjunção das duas é uma proposição falsa.
16
UNIDADE 1 Proposições
Disjunção LTC10_1.7
F V V
F F F
Assim, sendo V uma proposição verdadeira e F uma proposição falsa, temos que:
(V ∨ V) ⇔ V (V ∨ F) ⇔ V (F ∨ V) ⇔ V (F ∨ F) ⇔ F 8 Indica o valor lógico de
todas as proposições
Exemplos consideradas no exercício
anterior.
1. p: “2 é um número ímpar.” q: “2 é um número primo.”
p ∨ q: “2 é um número ímpar ou 2 é um número primo.”
APRENDE FAZENDO
Como uma das proposições é verdadeira, a disjunção das duas é uma proposição verdadeira.
Págs. 65 e 68
2. p: “–32 > 4” q: “|–3| < 3” p ∨ q: “–32 > 4 ∨ |–3| < 3” Exercícios 16 e 25
Como as duas proposições são falsas, a disjunção das duas é também uma proposição falsa.
Soluções
3. p: “7 ∈N” q: “7 > p” p ∨ q: “7 ∈N ∨ 7 > p”
Como ambas as proposições são verdadeiras, a disjunção das duas é uma proposição 7.
a) “7 é um número racional ou
verdadeira. 1
é um número inteiro.”
3
Repara que em linguagem corrente e num contexto não matemático, a palavra “ou” por
b) “7 não é um número racional
vezes tem uma interpretação diferente desta que acabamos de definir. Por exemplo, 1
ou é um número inteiro.”
quando dizemos “ou vou à praia ou vou ao cinema”, está implícito que as situações não 3
c) “7 não é um número racional
podem ocorrer em simultâneo (disjunção exclusiva). 1
ou não é um número inteiro.”
Num contexto matemático, a disjunção exclusiva é menos utilizada. Assim, quando fa- 3
8. p; p ∨ q e (~p) ∨ (~q) são
lamos em disjunção ou simplesmente utilizamos a palavra “ou” estamos a considerar a
proposições verdadeiras.
disjunção conforme definida acima, isto é, uma disjunção de duas proposições é verda- q e (~p) ∨ q são proposições
deira quando pelo menos uma delas é verdadeira. falsas.
17
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
f) p ∧ F
g) p ∨ F Sugestão de resolução
10 Indica o valor lógico de c) ~p ∨ q é uma proposição verdadeira, visto ser a disjunção de uma proposição
cada uma das seguintes verdadeira (∼p) com uma proposição falsa (q).
proposições.
a) “15 é um número primo
e ímpar.” 2. Indica o valor lógico de cada uma das seguintes proposições.
b) “Tanto 2 como 5 são a) “222 é múltiplo de 3 e 3 é um número par.”
divisores de 100.”
c) “16 é múltiplo de 5 ou b) “222 é múltiplo de 3 ou 3 é um número par.”
de 6.”
c) “7 é menor ou igual a 7.”
d) “p > 3,14 ∨ –1 < –2”
Sugestão de resolução
APRENDE FAZENDO a) A proposição “3 é um número par“ é falsa, logo, a conjunção das duas, “222
Pág. 65 é múltiplo de 3 e 3 é um número par”, é uma proposição falsa.
Exercício 17
b) A proposição “222 é múltiplo de 3“ é verdadeira, logo, a disjunção das duas,
Soluções “222 é múltiplo de 3 ou 3 é um número par”, é uma proposição verdadeira.
9. c) A proposição “7 é igual a 7“ é verdadeira, logo, a disjunção das duas, “7 é
a) Proposição verdadeira.
menor ou igual a 7”, é uma proposição verdadeira.
b) Proposição falsa.
c) Proposição verdadeira.
d) Proposição falsa.
e) Proposição falsa.
f) Proposição falsa. Erro típico
g) Proposição verdadeira.
10.
a) Proposição falsa.
Um erro comum consiste em considerar que a afirmação “7 é menor ou igual a
b) Proposição verdadeira. 7” é uma afirmação falsa. Contudo, como acabámos de verificar na alínea c) do
c) Proposição falsa. exercício resolvido anterior, a afirmação “7 é menor ou igual a 7” é verdadeira.
d) Proposição verdadeira.
18
UNIDADE 1 Proposições
Algumas das propriedades que já conheces sobre operações com números também se 11 Constrói uma tabela de
aplicam às operações sobre proposições. verdade para as seguintes
Sejam p, q e r proposições que assumem qualquer valor lógico, V uma proposição ver- proposições.
dadeira e F uma proposição falsa. a) ~p ∨ q b) ~(p ∨ q)
c) p ∧ ~q
Propriedades Conjunção Disjunção
Nota
Comutatividade (p ∧ q) ⇔ (q ∧ p) (p ∨ q) ⇔ (q ∨ p) Chama-se tautologia a
uma proposição composta,
Associatividade ((p ∧ q) ∧ r) ⇔ (p ∧ (q ∧ r)) ((p ∨ q) ∨ r) ⇔ (p ∨ (q ∨ r))
que é verdadeira quaisquer
Existência de (p ∧ V) ⇔ (V ∧ p) ⇔ p (p ∨ F) ⇔ (F ∨ p) ⇔ p que sejam os valores
elemento neutro V é o elemento neutro F é o elemento neutro lógicos das proposições
elementares que a formam.
Existência de (p ∧ F) ⇔ (F ∧ p) ⇔ F (p ∨ V) ⇔ (V ∨ p) ⇔ V
elemento absorvente F é o elemento absorvente V é o elemento absorvente 12 Constrói uma tabela de
verdade para provar que a
Idempotência (p ∧ p) ⇔ p (p ∨ p) ⇔ p
seguinte expressão é uma
Distributividade da tautologia.
conjunção em relação (p ∧ (q ∨ r)) ⇔ ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r)) p ∨ (~p ∨ q)
à disjunção
APRENDE FAZENDO
Distributividade da
disjunção em relação (p ∨ (q ∧ r)) ⇔ ((p ∨ q) ∧ (p ∨ r)) Págs. 66 e 68
Exercícios 18 e 26
à conjunção
Soluções
A demonstração de cada uma destas propriedades pode ser feita recorrendo a tabelas 11. a) p q ~p ~p ∨ q
de verdade ou mostrando que as proposições assumem o valor lógico V (ou F) exatamente
V V F V
nas mesmas situações. A título de exemplo, vamos demonstrar: V F F F
1. Propriedade comutativa da conjunção F V V V
F F V V
Começamos por considerar todas as possibilidades de sequências de valores lógicos
que p e q podem assumir: b)
p q p ∨ q ~(p ∨ q)
p q p∧q q∧p
V V V F
V V
V F V F
V F F V V F
F V F F F V
F F c)
p q ~q p ∧ ~q
Para cada uma das possibilidades determina-se o valor lógico de p ∧ q e de q ∧ p:
V V F F
V F V V
p q p∧q q∧p
F V F F
V V V V F F V F
V F F F 12.
F V F F p q ~p ~p ∨ q p ∨ (~p ∨ q)
F F F F V V F V V
V F F F V
Observa-se que as colunas correspondentes às proposições p ∧ q e q ∧ p são iguais. F V V V V
Logo, (p ∧ q) ⇔ (q ∧ p). F F V V V
19
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
p p ∨V
13 Prova, através de uma
tabela de verdade, a V V
propriedade distributiva da
conjunção em relação à F V
disjunção.
(p ∧ (q ∨ r)) Observa-se que a coluna correspondente à proposição (p ∨ V) é constituída apenas pelo
⇔ ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r))
valor lógico V. Logo, (p ∨ V) ⇔ V.
Recorda
Princípio do terceiro Tradução simbólica dos princípios do terceiro excluído e de não contradição
excluído
Dada uma proposição p, tem-se que:
Uma proposição ou é
verdadeira ou a sua (p ∨ ∼p) ⇔ V Princípio do terceiro excluído
negação é verdadeira, isto (p ∧ ∼p) ⇔ F Princípio de não contradição
é, verifica-se sempre um
destes casos e nunca um
terceiro.
Exercício resolvido
Princípio de não
contradição Considera as proposições p e q. Simplifica as seguintes proposições e indica, sempre
Uma proposição não pode
que possível, o respetivo valor lógico.
ser simultaneamente
verdadeira e falsa. a) ∼p ∨ (p ∨ q)
b) ∼p ∧ (p ∨ q)
14 Considera as proposições
p e q. Simplifica as
seguintes proposições e Sugestão de resolução
indica, sempre que
possível, o respetivo valor a) ∼p ∨ (p ∨ q)
lógico. ⇔ (∼p ∨ p) ∨ q (propriedade associativa da disjunção)
a) p ∧ (~p ∧ q)
⇔V∨q (princípio do terceiro excluído: (∼p ∨ p) ⇔ V)
b) p ∨ (~p ∨ q)
⇔V (V é o elemento absorvente da disjunção)
c) p ∧ (~p ∨ q)
b) ∼p ∧ (p ∨ q)
15 Prova, utilizando tabelas ⇔ (∼p ∧ p) ∨ (∼p ∧ q) (propriedade distributiva da conjunção em relação
de verdade, a seguinte lei à disjunção)
de De Morgan. ⇔ F ∨ (∼p ∧ q) (princípio da não contradição: (∼p ∧ p) ⇔ F)
~(p ∨ q) ⇔ (∼p ∧ ~q)
⇔ ∼p ∧ q (F é o elemento neutro da disjunção)
Soluções Observe-se que não é conhecido o valor lógico desta proposição, que vai de-
14. a) Proposição falsa. pender dos valores lógicos das proposições p e q.
b) Proposição verdadeira.
c) p ∧ q
20
UNIDADE 1 Proposições
LTC10_1.13
Primeiras leis de De Morgan
Dadas duas proposições p e q, tem-se que: Contextualização histórica
Demonstração de 1.
Observa-se que as colunas correspondentes às proposições ~(p ∧ q) e ∼p ∨ ∼q são iguais. 16 Considera as proposições
Logo, (~(p ∧ q)) ⇔ (∼p ∨ ∼q), como queríamos demonstrar. p, q e r. Escreve o mais
simplificadamente possível
Constatamos que: proposições equivalentes à
negação das seguintes
proposições.
Dizer que a negação da conjunção de duas proposições é verdadeira é equivalente a) p ∨ ∼q
17 Sejam p e q as
Exemplo
proposições:
Dizer que a proposição “~(√∫2 = 1 ∧ √∫2 = 2)” é verdadeira é o mesmo que dizer que a p: “A Ana é escritora.”
afirmação “(∼√∫2 = 1) ∨ (∼√∫2 = 2)”, ou, de forma equivalente, que a afirmação “√∫2 ≠ 1 ∨ q: “A Ana é famosa.”
21
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Utiliza as primeiras leis de De Morgan para encontrar proposições cujo valor lógico
18 Sejam p, q e r as
seja o oposto do das seguintes:
proposições:
p: “O João gosta de a) “O Pedro é músico ou é matemático.”
Matemática.”
q: “O João faz muitos b) “1 é simultaneamente positivo e negativo.”
exercícios.”
c) “7 é maior ou igual a 7.”
r: “O João não tem bons
resultados.”
a) Utilizando operações Sugestão de resolução
lógicas entre p, q e r,
escreve as seguintes Sabemos que:
proposições em
linguagem simbólica. (∼(p ∧ q)) ⇔ (∼p ∨ ∼q) e (∼(p ∨ q)) ⇔ (∼p ∧ ∼q)
i. “Se o João faz muitos Assim, aplicando as primeiras leis de De Morgan, obtemos as seguintes pro-
exercícios, então
posições cujo valor lógico é o oposto das do enunciado:
gosta de Matemática.”
ii. “Se o João tem bons a) “O Pedro não é músico nem é matemático.”
resultados, então faz
muitos exercícios.” b) “1 não é positivo ou 1 não é negativo.”
22
UNIDADE 1 Proposições
O valor lógico da implicação pode ser obtido a partir dos valores lógicos das proposi- 19 Sejam p e q duas
ções p e q dadas, como se encontra resumido na seguinte tabela de verdade: proposições tais que
p ⇒ q é falsa. Indica o
p⇒q ou:
valor lógico de cada uma
das seguintes proposições.
p q V F p q p⇒q a) p
V V F b) ∼q
V V V
c) p ∨ q
F V V V F F d) ~p ∨ q
e) p ∧ ~q
F V V
f) q ⇒ p
F F V g) ~q ⇒ ~p
Assim, sendo V uma proposição verdadeira e F uma proposição falsa, temos que:
(V ⇒ V) ⇔ V (F ⇒ V) ⇔ V (F ⇒ F) ⇔ V (V ⇒ F) ⇔ F
Expressões como “para se ser feliz é necessário ter dinheiro” ou “se encontrar emprego
então vou ser feliz” podem ser traduzidas em linguagem formal, através de uma impli-
cação.
No entanto, o sentido que damos a estas expressões no dia a dia é muitas vezes diferente
daquele que a implicação tem na definição aqui dada. Repara que quando alguém diz
“se amanhã estiver sol então vou à praia” leva-nos a pensar que se não estiver sol então
não irá à praia. Com esta interpretação, a proposição não pode ser traduzida por uma
implicação, tal como a definimos.
Apesar de ser possível traduzir proposições da linguagem corrente para a linguagem Nota
formal e vice-versa, esta tradução deverá ser feita com muito cuidado. Para evitar cometer A proposição p ⇒ q tam-
erros, é importante perceber devidamente cada um dos conceitos. bém pode ser escrita como
q ⇐ p, mantendo o mesmo
significado.
Quando a partir de duas proposições p e q construímos uma proposição composta O símbolo ⇐ lê-se “… é
p ⇒ q não estamos a afirmar que esta é verdadeira ou falsa, nem sequer a dizer que as implicado por…”, “… se…”,
proposições p e q estão relacionadas. “… desde que… ”, “… con-
tando que…” ou ainda “…
é condição necessária
A proposição p ⇒ q é apenas uma proposição que, em função dos valores lógicos de para…”.
p e de q, toma um valor lógico de acordo com a definição apresentada.
APRENDE FAZENDO
Pág. 64
Exercício 10
Exemplo
Soluções
É verdade que a proposição “a Terra não é um planeta” implica a proposição “ 1 + 1 = 3”, 19.
pois ambas as proposições são falsas e, como vimos, (F ⇒ F) ⇔ V. a) Proposição verdadeira.
b) Proposição verdadeira.
No entanto, em linguagem corrente, esta afirmação é desprovida de sentido, já que c) Proposição verdadeira.
“1 + 1 = 3” não é uma consequência de a Terra não ser um planeta. d) Proposição falsa.
e) Proposição verdadeira.
Em geral, quando se usa esta relação em linguagem corrente pretende-se estabelecer uma f) Proposição verdadeira.
relação de causalidade entre as proposições envolvidas. g) Proposição falsa.
23
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
p q p⇒q ~p ~p ∨ q
22 Utilizando a linguagem V V V F V
corrente, nega a seguinte
proposição: “Se 10 é um V F F F F
número par, então é
divisível por 2”. F V V V V
F F V V V
23 Considera as proposições
p, q e r. Escreve o mais Repara que as colunas que dizem respeito a p ⇒ q e ~p ∨ q são iguais, ficando assim
simplificadamente possível provado o que se pretendia.
proposições equivalentes à
negação das seguintes
proposições. Negação da implicação
a) p ⇒ ∼q Dadas duas proposições p e q, tem-se que:
b) ∼p ⇒ q (~(p ⇒ q)) ⇔ (p ∧ ∼q)
c) (p ∧ q) ⇒ r
d) p ⇒ (q ∧ r)
A proposição ~(p ⇒ q) é verdadeira exatamente quando p ⇒ q é uma proposição falsa.
Por sua vez, p ⇒ q é falsa quando p é uma proposição verdadeira e q é uma proposição
falsa, ou seja, quando tanto p como ~q são proposições verdadeiras. É precisamente nesta
Soluções
situação que a proposição p ∧ ~q é verdadeira. Provamos desta forma que ~(p ⇒ q) é equi-
21. (p ∨ q) ⇔ (∼p ⇒ q)
valente a p ∧ ~q.
22. “10 é um número par e não
é divisível por 2.”
23.
Implicação contrarrecíproca
a) p ∧ q
b) ∼p ∧ ∼q Sendo p e q duas proposições, tem-se que:
c) p ∧ q ∧ ~r (p ⇒ q) ⇔ ((∼q) ⇒ (~p))
d) p ∧ (~q ∨ ~r)
24
UNIDADE 1 Proposições
A demonstração desta propriedade pode ser feita recorrendo a tabelas de verdade. 24 Considera as proposições
Começamos por considerar todas as possibilidades de sequências de valores lógicos que p e q. Simplifica as
p e q podem assumir e, para cada uma das possibilidades, determina-se o valor lógico de seguintes proposições e
p ⇒ q e de ~q ⇒ ~p: indica, sempre que
possível, o respetivo valor
lógico.
p q p⇒q ∼q ∼p ∼q ⇒ ∼p
a) p ⇒ (p ∨ q)
V V V F F V b) p ⇒ (p ∧ q)
c) (p ∧ q) ⇒ (p ∨ q)
V F F V F F
F V V F V V
F F V V V V
Repara que as colunas que dizem respeito a p ⇒ q e ~q ⇒ ~p são iguais, ficando assim
provado o que se pretendia.
Exercício resolvido
25
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
(continuação)
b) (a ⇒ ~b) ⇒ b
25 Sejam p, q e r as
proposições: ⇔ (~a ∨ ~b) ⇒ b (relação da implicação com a disjunção e negação)
p: “A Ana vai à festa.” ⇔ ∼(~a ∨ ~b) ∨ b (relação da implicação com a disjunção e negação)
q: “A Berta vai à festa.”
r: “O Carlos vai à festa.” ⇔ (a ∧ b) ∨ b (lei da dupla negação e lei de De Morgan)
a) Utilizando operações ⇔ (a ∧ b) ∨ (V ∧ b) (V é o elemento neutro da conjunção)
lógicas entre p, q e r,
⇔ (b ∧ a) ∨ (b ∧ V) (propriedade comutativa da conjunção)
escreve as seguintes
proposições em ⇔ b ∧ (a ∨ V) (propriedade distributiva da conjunção em relação
linguagem simbólica. à disjunção)
i. “A Ana vai à festa se e
⇔b∧V (V é o elemento absorvente da disjunção)
só se o Carlos vai à
festa.” ⇔b (V é o elemento neutro da conjunção)
ii. “A Berta vai à festa se
Observe-se que não é conhecido o valor lógico desta proposição.
e só se o Carlos não
vai à festa.”
b) Traduz em linguagem
corrente as seguintes
proposições.
Equivalência
i. r ⇔ (p ∧ q)
ii. (p ∨ ~r) ⇔ q A equivalência surge com frequência na linguagem corrente através da utilização das
expressões “… é equivalente…” ou “… se e só se…”, “… é condição necessária e sufi-
ciente… ”.
Já falámos da equivalência entre proposições, ou seja, da afirmação de que duas pro-
posições têm o mesmo valor lógico. Podemos também utilizar a equivalência para cons-
truir uma proposição composta a partir de duas proposições. O símbolo utilizado em
Convenção ambas as situações é o mesmo, pelo que elas se distinguem de acordo com o contexto
A expressão “se e só se” pode onde aparecem. Apesar destes dois conceitos serem diferentes, eles estão relacionados.
ser abreviada para “sse”. De facto, como poderás verificar na definição de equivalência enquanto operador lógico,
a nova proposição é verdadeira exatamente nas situações em que as proposições que são
utilizadas para a criar são equivalentes, de acordo com a definição de equivalência defi-
nida anteriormente.
Consideremos as proposições: “Cristiano Ronaldo recebeu a Bola de Ouro em 2013”.
“Cristiano Ronaldo foi o melhor jogador de futebol do
mundo para a FIFA, em 2013”.
A equivalência entre estas proposições é uma nova proposição: “Cristiano Ronaldo re-
Soluções
cebeu a Bola de Ouro em 2013 é equivalente a Cristiano Ronaldo foi o melhor jogador
25. de futebol do mundo para a FIFA, em 2013”.
a)
i. p ⇔ r Definição
ii. q ⇔ ∼r
b)
A equivalência entre duas proposições, p e q, é uma nova proposição que é verda-
i. “O Carlos vai à festa se e só se
a Ana e a Berta vão à festa.”
deira quando as duas proposições têm o mesmo valor lógico e é falsa se têm valores
ii. “A Ana vai à festa ou o Carlos lógicos diferentes. Esta proposição representa-se por “p ⇔ q” e lê-se p é equivalente a
não vai se e só se a Berta vai à q ou p se e só se q.
festa.”
26
UNIDADE 1 Proposições
O valor lógico da equivalência pode ser obtido a partir dos valores lógicos das propo-
LTC10_1.11
sições p e q dadas, como se encontra resumido na seguinte tabela de verdade:
p⇔q ou:
26 Sejam p e q duas
p q V F p q p⇔q proposições tais que p é
verdadeira e p ⇔ q é falsa.
V V F V V V Indica o valor lógico de
cada uma das seguintes
F F V V F F proposições.
a) q
F V F b) p ∨ q
c) p ∧ q
F F V
d) p ⇒ q
e) ~(p ∧ ~q)
Assim, sendo V uma proposição verdadeira e F uma proposição falsa, temos que:
f) ~p ⇒ q
(V ⇔ V) ⇔ V (F ⇔ F) ⇔ V (V ⇔ F) ⇔ F (F ⇔ V) ⇔ F g) p ⇔ (~q)
Exemplos
1. p: “p = 3”
q: “1 é número primo”.
p ⇔ q: “p = 3 se e só se 1 é número primo”.
A afirmação acima é uma proposição verdadeira, pois tanto p como q são proposições
falsas.
2. p: “2 – 2 = 0”
q: “p é um número racional”.
p ⇔ q∶ “2 – 2 = 0 se e só se p é um número racional”.
A afirmação acima é uma proposição falsa, pois p é uma proposição verdadeira e q é
uma proposição falsa.
3. p: “3 é ímpar”.
q: “Faro é uma cidade”.
p ⇔ q: “3 é ímpar se e só se Faro é uma cidade”.
A afirmação acima é uma proposição verdadeira, uma vez que p e q são ambas pro-
posições verdadeiras.
Claro que a afirmação “3 é ímpar se e só se Faro é uma cidade” não faz sentido em lin-
guagem corrente. Mas a equivalência num contexto matemático afirma apenas uma re-
lação entre os valores lógicos das proposições e, de facto, (V ⇔ V) ⇔ V. APRENDE FAZENDO
Págs. 64 e 69
Exercícios 9, 30 e 31
Propriedades da equivalência e suas relações com outras operações
Soluções
lógicas
26.
a) Proposição falsa.
b) Proposição verdadeira.
Princípio da dupla implicação c) Proposição falsa.
Sejam p e q duas proposições que assumem qualquer valor lógico. Tem-se que: d) Proposição falsa.
e) Proposição falsa.
(p ⇔ q) ⇔ ((p ⇒ q) ∧ (q ⇒ p)) f) Proposição verdadeira.
g) Proposição verdadeira.
27
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
27 Considera as proposições
Demonstração
p e q. Prova, utilizando as A demonstração desta propriedade pode ser feita recorrendo a tabelas de verdade.
propriedades das
Começamos por considerar todas as possibilidades de sequências de valores lógicos que
operações lógicas, que:
p e q podem assumir e, para cada uma das possibilidades, determina-se o valor lógico de
(p ⇔ q)
⇔ ((p ∧ q) ∨ (∼p ∧ ∼q)) p ⇔ q e de (p ⇒ q) ∧ (q ⇒ p):
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V
Sugestão de resolução
29 Considera as proposições 2. Sejam p e q duas proposições sobre as quais se sabe que p e p ⇔ q são verdadeiras.
p e q. Simplifica a Indica o valor lógico de cada uma das seguintes proposições.
proposição: a) ~p ∧ q b) (~p ∧ q) ⇒ p
(p ⇔ q) ⇒ p
Sugestão de resolução
28
UNIDADE 1 Proposições
Esquematizando / Resumindo
Numa expressão com várias operações lógicas, à semelhança do que fazes nas
operações numéricas, deves efetuar, por esta ordem:
• a negação;
• a conjunção e a disjunção;
• a implicação e a equivalência.
APRENDE FAZENDO
Pág. 63
Exercício 5
Erro típico
CADERNO DE EXERCÍCIOS
Observa um erro comum na resolução do exercício anterior: E TESTES
Págs. 4, 5 e 6
p ⇒ p ∧ (q ∧ ∼p) Exercícios 3, 6, 7, 8, 9,
10, 11 e 12
⇔ (∼p ∨ p) ∧ (q ∧ ∼p)
Erro!
Testes interativos
– Proposições I.
⇔ V ∧ q ∧ ∼p – Proposições II.
⇔ q ∧ ∼p
Soluções
O erro consistiu no desrespeito pelas prioridades das operações lógicas. Repara 30.
que foi efetuada uma implicação antes da conjunção. Esta seria uma resolução a) a ⇒ b ∨ c
b) (a ⇒ b) ∨ c
correta se o enunciado fosse (p ⇒ p) ∧ (q ∧ ∼p) e não p ⇒ p ∧ (q ∧ ∼p), que se
c) (a ⇔ b) ⇒ ∼c
convencionou ser o mesmo que p ⇒ (p ∧ q ∧ ∼p). d) a ∨ (b ∧ ∼c) ⇔ a
e) (∼a ⇒ b) ∧ c
29
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
UNIDADE 2
Condições e conjuntos
30
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Definição LTC10_2.1
Esquematizando / Resumindo
Repara que os cinco operadores lógicos estudados atrás (negação, conjunção, dis-
junção, implicação e equivalência) permitiram formar novas proposições a partir de
proposições mais simples, e da mesma maneira permitem criar novas expressões
proposicionais partindo de expressões proposicionais mais simples.
4. x ≥ 5 ∧ x < 8
6. x ¥ y = 0 ⇔ x = 0 ∨ y = 0
APRENDE FAZENDO
Pág. 62
Regras a ter em consideração quando se substitui variáveis por constantes Exercício 3
• Caso uma variável apareça mais do que uma vez, esta deve ser substituída pelo mesmo
Solução
objeto todas as vezes que aparecer.
32. As expressões
• Variáveis distintas podem ser substituídas pelo mesmo objeto ou por objetos diferentes. proposicionais são: a), b), d) e f)
31
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
32
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Consideremos, em R, a condição x2 – 2 = 0.
Como sabes, a variável x presente na condição acima pode ser concretizada por qual-
quer número real.
Recorda
Se substituirmos x por √∫2 (concretização da variável) obtemos (√∫2)2 – 2 = 0, que é uma
proposição verdadeira. N = {1, 2, 3, …} é o
conjunto dos números
Diz-se, neste caso, que √∫2 verifica a condição ou que √∫2 é solução da condição. naturais.
Z = {…, –2, –1, 0, 1, 2, …}
Se substituirmos x por 2 obtemos 22 – 2 = 0, que é uma proposição falsa. Logo, 2 não
é o conjunto dos números
verifica a condição e, como tal, não é solução da condição. inteiros.
Z–0 = {0, –1, –2, …} é o
conjunto dos números
inteiros não positivos.
Z– = {–1, –2, –3, …} é o
Condições possíveis conjunto dos números
inteiros negativos.
Em R, a condição x2 – 2 = 0 é possível, por admitir números reais (√∫2 e –√∫2) como soluções. Z+0 = {0, 1, 2, …} é o
conjunto dos números
inteiros não negativos.
Definição Z+ = N = {1, 2, 3, …} é o
conjunto dos números
Uma expressão proposicional ou condição diz-se possível, num determinado uni- inteiros positivos.
verso, se existe pelo menos uma concretização das variáveis que a transforma numa Q = Z ∪ {números
fracionários} é o conjunto
proposição verdadeira.
dos números racionais.
R = Q ∪ {números
irracionais} é o conjunto
Consideremos, em R, a condição x2 ≥ 0. dos números reais.
Esta condição transforma-se numa proposição verdadeira, qualquer que seja o número
1
real pelo qual se substitui a variável x. 1 N 2 Z 2 Q R
1 π
–1 0 3 √∫2
Expressões proposicionais deste tipo dizem-se universais. e
Definição
3. x + 1 > x
4. x = x
33
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
2. x + 1 < x
3. x2 + 2x + 3 = 0
Resolvendo a equação, vem:
38 Considera as seguintes
condições: x2 + 2x + 3 = 0 ⇔ x = –2 ± √∫4∫ ∫–∫ 4
∫ ∫¥
∫ ∫3
∫
2
a) (x – 1)(x + 1) = x2 – 1
b) x2 = 0 ⇔ x = –2 ± √∫–∫8
3
c) x2 + 1 =0
Obtemos uma condição impossível em R.
d) –x < 0
4. x ≠ x
Classifica cada uma das
condições em N, Z e R.
Esquematizando / Resumindo
34
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
(V ∧ V) ⇔ V
Considera, em N, as condições:
(V ∧ F) ⇔ F
p(n): “n é divisível por 2.” e q(n): “n é divisível por 5.” (F ∧ V) ⇔ F
(F ∧ F) ⇔ F
Se ligarmos as duas condições p(n) e q(n) através do operador lógico “∧” obtemos uma
nova condição:
p(n) ∧ q(n): “n é divisível por 2 e n é divisível por 5.” 39 Considera as variáveis x e
y que têm domínio R.
Façamos algumas concretizações da variável n nas condições p(n), q(n) e p(n) ∧ q(n) e, Encontra, se possível, para
de seguida, estudemos os respetivos valores lógicos das proposições assim obtidas: cada uma das expressões
proposicionais seguintes,
exemplos de
concretizações das
n p(n) q(n) p(n) ∧ q(n) variáveis que as
transformem em
1 F F F proposições verdadeiras e
em proposições falsas.
2 V F F
a) “x é múltiplo de 2 ∧ x é
5 F V F múltiplo de 3.”
a) 2x + y = 0 ∧ –x + 2y = 5
10 V V V
… … … … Nota
De um modo geral, dados
dois números reais a e b,
escreve-se, de uma forma
Tendo em conta o que foi visto para a conjunção de proposições, conclui-se que:
mais simplificada:
x>a∧x<b⇔a<x<b
A conjunção de condições é verificada para todo o objeto n que verifique simulta- x≥a∧x≤b⇔a≤x≤b
x≥a∧x<b⇔a≤x<b
neamente as duas condições dadas, e apenas por esses objetos.
x>a∧x≤b⇔a<x≤b
Soluções
Exemplos
39. Por exemplo:
a) Se x = 6 a expressão
1. Em R, a conjunção das condições “x2
= 9” e “x < 0” é a condição “x2 = 9 ∧ x < 0”.
proposicional transforma-se
O único objeto que verifica a nova condição é –3. numa proposição verdadeira, e
se x = 4 transforma-se numa
2. Em R, a conjunção das condições “x > 2” e “x ≤ 5” é a condição “x > 2 ∧ x ≤ 5”.
proposição falsa.
Esta condição também pode ser escrita como “2 < x ≤ 5”. b) Se (x, y) = (–1, 2) a expressão
proposicional transforma-se
3. No universo dos polígonos, a conjunção das condições “X é um retângulo” e “X é um
numa proposição verdadeira, e
quadrado” é a condição “X é um retângulo e X é um quadrado”. se (x, y) = (0, 1) transforma-se
Os únicos objetos que verificam a nova condição são os quadrados. numa proposição falsa.
35
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Recorda
Disjunção de condições
(V ∨ V) ⇔ V
(V ∨ F) ⇔ V Considera, em N, as condições:
(F ∨ V) ⇔ V
p(n): “n é divisível por 2.” e q(n): “n é divisível por 5.”
(F ∨ F) ⇔ F
Se ligarmos, agora, as duas condições p(n) e q(n) através do operador lógico “∨” obtemos
Notas
uma nova condição:
36
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Como, para uma disjunção de condições se verificar para um determinado objeto, basta LTC10_2.3
que esse objeto verifique uma das condições que a compõem, podemos facilmente obter LTC10_2.5
41 Considera as condições,
no domínio dos números
Propriedade reais, x = x, x ≠ x, x ∈Z–,
A disjunção de qualquer condição com uma condição possível é uma condição possível. x ∈Q, x ∈∅ e x ∉∅.
a) Indica as que são
universais, as que são
Exemplo possíveis mas não
universais e as que são
“x2 – 2 = 0 ∨ x > 1” é uma condição possível em R, pois existe pelo menos um número impossíveis.
real que substituído na variável x transforma a condição “x2 – 2 = 0 ∨ x > 1” numa b) Para cada uma das
proposição verdadeira: condições seguintes, no
domínio dos números
• para x = √∫2, (√∫2)2 – 2 = 0 ∨ √∫2 > 1 é uma proposição verdadeira; reais, indica se é
universal, possível mas
• para x = –√∫2, (–√∫2)2 – 2 = 0 ∨ –√∫2 > 1 é uma proposição verdadeira.
não universal ou
Repara que todas as soluções da condição “x2 – 2 = 0” são soluções da condição impossível.
“x2 – 2 = 0 ∨ x > 1”. i. x = x ∧ x ∈∅
ii. x ∉∅ ∨ x ∈Q
iii. x ≠ x ∧ x ∈Z
–
Propriedade iv. x ∈Q ∨ x ∈∅
universal.
Recorda
(V ∨ V) ⇔ V
Exemplo
(V ∨ F) ⇔ V
“x2≥ 0 ∨ x < 0” é uma condição universal em R, pois qualquer que seja o número real
substituído na variável x transforma a condição “x2 ≥ 0 ∨ x < 0” numa proposição verdadeira.
APRENDE FAZENDO
Qualquer que seja a concretização da variável x na condição “x2 ≥ 0 ∨ x < 0”, obteremos Pág. 64
sempre a disjunção de uma proposição verdadeira com uma outra proposição, que será Exercício 12
37
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Exercício resolvido
(continuação)
Negação
38
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Propriedade
A negação de uma condição universal é uma condição impossível.
Seja p(x) uma condição universal. A concretização da variável x por um qualquer objeto
do seu domínio transforma a condição numa proposição verdadeira, pelo que não existe
nenhum objeto do domínio considerado que satisfaça a condição ~p(x). Podemos então
concluir que ~p(x) é uma condição impossível.
Propriedade
A negação de uma condição impossível é uma condição universal.
Seja p(x) uma condição impossível. A concretização da variável x por um qualquer ob- Recorda
jeto do seu domínio transforma a condição numa proposição falsa. Desta forma, qualquer
(V ⇔ V) ⇔ V
objeto do domínio considerado satisfaz a condição ~p(x). Podemos então concluir que
(F ⇔ F) ⇔ V
~p(x) é uma condição universal. (V ⇔ F) ⇔ F
(F ⇔ V) ⇔ F
8 F V F
APRENDE FAZENDO
12 V V V Pág. 66
Exercício 20
20 F V F
Soluções
… … … …
43.
a) Sim
Tendo em conta o que foi visto para a equivalência de proposições, conclui-se que: b) Sim
44.
a) Não
A equivalência de condições é verificada por todo o objeto n que transforma as con- b) Sim
dições dadas em proposições com o mesmo valor lógico e apenas por esses objetos. c) Não
d) Sim
39
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Exemplos
1 F F V
3 V F F
8 F V V
45 Averigua se as seguintes 12 V V V
condições são universais
em R. 20 F V V
a) x < 2 ⟹ x < 4
… … … …
b) x < 4 ⟹ x < 2
c) x = 1 ⟹ x2 = 1
Tendo em conta o que foi visto para a implicação de proposições, conclui-se que:
d) x2 = 1 ⟹ x = 1
Exemplo
40
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
a) “x > 2 ⇒ x2 > 4” é uma condição universal em R, pois toda a concretização 47 Mostra que as seguintes
da variável x que satisfaz a primeira condição “x > 2” verifica igualmente a condições não são
universais em R,
segunda x2 > 4.
indicando um número real
b) “(x – 1)(x – 2) = 0 ⇐ x = 1” é uma condição universal em R, pois toda a que substituído na variável
x transforme a condição
concretização da variável x que satisfaz a condição “x = 1” verifica igual-
numa proposição falsa.
mente a condição “(x – 1)(x – 2) = 0”.
a) x2 = 1 ⇔ x = 1
c) “x = 3 ⇒ x4
= 81” é uma condição universal em R, pois toda a concretiza- b) x4 = 16 ⇔ x = 2
ção da variável x que satisfaz a primeira condição “x = 3” verifica igualmente c) x2 > 9 ⇔ x > 3
a segunda “x4 = 81”. d) |x – 1| = 2 ⇔ x – 1 = 2
d) “x > 3 ⇔ x3 > 27” é uma condição universal em R, pois para toda a con-
APRENDE FAZENDO
cretização da variável x as condições “x > 3” e “x3 > 27” assumem o mesmo
Pág. 72
valor lógico. Exercício 45
e) “|x + 3| < 2 ⇒ x + 3 < 2” é uma condição universal em R, pois toda a con-
CADERNO DE EXERCÍCIOS
cretização da variável x que satisfaz a condição “|x + 3| < 2” verifica igual- E TESTES
mente a condição x + 3 < 2. Pág. 6
Exercício 13
Soluções
46. a) ⟹
b) ⟸
Erro típico c) ⟺
d) ⟹
e) ⟺
Um erro muito comum na resolução da alínea a) do exercício anterior é escrever
47. a) –1∈R e (–1)2 = 1 ⇔ –1 = 1
x > 2 ⇔ x2 > 4 é uma proposição falsa.
b) –2∈R e (–2)4 = 16 ⇔ –2 = 2 é
Erro! uma proposição falsa.
c) –4∈R e (–4)2 > 9 ⇔ –4 > 3 é
Repara que “x > 2 ⇔ > 4” não é uma condição universal em R. Se fizermos
x2
uma proposição falsa.
a concretização de x por –3, obtemos a proposição –3 > 2 ⇔ (–3)2 > 4, que é d) –1∈R e |–1 – 1| = 2
uma proposição falsa, uma vez que (F ⇔ V) ⇔ F. ⇔ –1 – 1 = 2 é uma proposição
falsa.
41
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
42
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Em linguagem corrente, o quantificador universal surge com frequência através da uti- LTC10_2.7
lização de expressões como “qualquer que seja…”, “para todo… ” “todos…”, “cada…” LTC10_2.9
ou “sempre…”.
50 Traduz em linguagem
corrente as seguintes
Notações
proposições e indica o seu
As notações usadas para o quantificador universal são: valor lógico.
• ∀ x ∈U, p(x) • (∀ x ∈U), p(x) • ∀x ∈U p(x) a) ∀ x ∈N, x + 1 ≥ 2
b) ∀ x ∈R, x + 1 ≥ 2
Esta proposição é verdadeira, uma vez que a condição x ∈N ⇒ x ≥ 1 se verifica para b) ∀ x ∈R, |x| ≥ x
43
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Exemplo
LTC10_2.19
CADERNO DE EXERCÍCIOS 2. Prova que é falsa a seguinte proposição: “qualquer número natural que seja múl-
E TESTES
Pág. 9 tiplo de 5 é múltiplo de 10”.
Exercício 21 Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano
Soluções
Sugestão de resolução
54. a) 3 é um número natural e
o seu quadrado, 9, não é um Para provar que a proposição é falsa, basta encontrar um número natural que
número par. seja múltiplo de 5 e que não seja múltiplo de 10.
b) 0 ∈R e não é verdade que
5 é um número natural que é múltiplo de 5 e não é múltiplo de 10. Assim,
0 > 0 ∨ 0 < 0.
c) 4 é divisor de 12 e não é provamos que a proposição é falsa. c.q.d
divisor de 6.
55. a) “Existe pelo menos um
número natural x tal que 3. Mostra que as seguintes afirmações são falsas, apresentando um contraexemplo.
x2 – 9 = 0.” – proposição
verdadeira a) Todos os quadriláteros do plano têm diagonais perpendiculares.
b) “Existe pelo menos um
número real x tal que x2 – 9 = 0.” b) ∀ x ∈R, x2 > 0
– proposição verdadeira
44
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
LTC10_2.4
LTC10_2.20
Sugestão de resolução
Sugestão de resolução
Quantificador existencial
num universo U, transforma uma condição p(x) em U numa proposição ∃ x ∈U: p(x),
CADERNO DE EXERCÍCIOS
a qual é verdadeira se a condição for possível (universal ou não universal) e é falsa se E TESTES
a condição não for possível. O quantificador existencial representa-se pelo símbolo ∃. Pág. 9
Exercícios 22 e 23
45
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Notações
As notações usadas para o quantificador existencial são:
• ∃ x ∈U: p(x) • (∃ x ∈U): p(x) • ∃x ∈U p(x)
Exemplos
CADERNO DE EXERCÍCIOS A relação entre os quantificadores de uma condição e a classificação dessa mesma
E TESTES
Pág. 7
condição pode ser resumida neste diagrama:
Exercícios 14 e 15
é uma proposição verdadeira. p(x) é uma condição universal.
46
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Sugestão de resolução
a) • ∀ x ∈C, p(x) é uma proposição falsa, pois não é verdade que todo o ele-
mento de C seja um número irracional, ou seja, p(x) não é uma condição
universal em C.
60 Escreve a proposição
• ∃ x ∈C: p(x) é uma proposição falsa, pois não é verdade que haja pelo “∃ x ∈{1, 2, 3}: 3x é
menos um elemento de C que seja um número irracional, ou seja, p(x) é ímpar” na forma de
uma condição impossível em C. disjunções sucessivas e
indica o seu valor lógico.
• ∀ x ∈C, q(x) é uma proposição falsa, pois não é verdade que todo o elemento
de C seja um divisor de 10, ou seja, q(x) não é uma condição universal em C.
• ∃ x ∈C: q(x) é uma proposição verdadeira, pois existe pelo menos um ele-
mento de C que é divisor de 10 (o número 1, por exemplo), isto é, q(x) é
uma condição possível em C.
b) Pela alínea anterior, concluímos que p(x) é uma condição impossível em C
e q(x) é uma condição possível em C.
47
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
62 Utilizando as segundas Consideremos as proposições acima num contexto matemático, sendo A o universo dos
leis de De Morgan, alunos da turma:
escreve afirmações “∀ x ∈A, x gosta de Matemática.” “∃ x ∈A: x é disléxico.”
equivalentes à negação
das seguintes proposições. A negação destas proposições em linguagem simbólica é:
a) “Todos os americanos
gostam de comida de “∃ x ∈A: x não gosta de Matemática.” ”∀ x ∈A, x não é disléxico.”
plástico.”
Em linguagem simbólica podemos escrever:
b) “Existe pelo menos um
italiano que não gosta “~(∀ x ∈A, x gosta de Matemática) ⇔ ∃ x ∈A: x não gosta de Matemática.”
de massa.” “~(∃ x ∈A: x é disléxico) ⇔ ∀ x ∈A, x não é disléxico.”
c) “Há números naturais
cujo triplo é um Estas duas propriedades são designadas por segundas leis de De Morgan.
número primo.”
d) “Existe um número real
que é inferior à sua raiz”. Segundas leis de De Morgan
APRENDE FAZENDO Seja p(x) uma proposição num dado universo U. Tem-se que:
Págs. 63, 64, 67, 69 e 72 • ∼(∀ x ∈U, p(x)) ⇔ ∃ x ∈U: ∼p(x) • ~(∃ x ∈U: p(x)) ⇔ ∀ x ∈U, ~p(x)
Exercícios 7, 11, 22, 34,
35 e 46
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES Exercício resolvido
Págs. 7 e 8
Exercícios 16 e 20 Utilizando as segundas leis de De Morgan escreve afirmações equivalentes à nega-
ção das seguintes proposições.
Animação
a) “Todos os homens são mortais.”
Resolução do exercício 63.
b) “Existe pelo menos uma rapariga que não é vaidosa.”
Soluções
61. a) “∃ x ∈{1, 2, 3}: 3x não é
Sugestão de resolução
ímpar.” – proposição verdadeira
x
b) “∀ x ∈R, x + 3 ≠ .” a) Dado que a negação transforma o quantificador universal em quantificador
2
– proposição falsa
existencial, seguido da negação da expressão proposicional em causa, tem-se
c) “∃ x ∈N: x + 1 ≤ 0.”
– proposição falsa que a negação da afirmação é equivalente a: “Existe pelo menos um homem
62. a) “Existe pelo menos um que é imortal”.
americano que não gosta de
b) Uma vez que que a negação transforma o quantificador existencial em quan-
comida de plástico.” b) “Todos
os italianos gostam de massa”. tificador universal, seguido da negação da expressão proposicional em
c) “O triplo de qualquer número causa, tem-se que a negação da afirmação é equivalente a: “Todas as rapa-
natural não é um número primo.” rigas são vaidosas”.
d) “Todos os números reais são
superiores ou iguais à sua raiz.”
48
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
63 Considera o conjunto
Erro típico
U = {6, 7, 8, 10} e seja a(x)
a condição “x é um
Um erro comum na resolução da alínea a) do exercício anterior é considerar que: número composto” e b(x)
a condição “x admite resto
A negação de “Todos os homens são mortais” é “Todos os homens são imortais”. 3 na divisão por 6”.
a) Indica o valor lógico de
cada uma das seguintes
Erro! proposições.
∀ x ∈U, a(x)
O erro consistiu em não se ter trocado o quantificador. Repara que a resposta correta ∀ x ∈U, b(x)
é: “Existe pelo menos um homem que é imortal”. ∃ x ∈U: a(x)
∃ x ∈U: b(x)
b) Escreve proposições
equivalentes à negação
das proposições da alínea
Exercício resolvido anterior, começando com
um quantificador e
traduzindo-as também
Escreve proposições equivalentes à negação das seguintes proposições, utilizando em proposições
as segundas leis de De Morgan. equivalentes na
linguagem corrente.
a) ∃ x ∈Q: x2 = 3 c) Considera cada uma
das condições a(x), b(x),
b) ∀ x ∈N, x ≥ 1 ~a(x) e ~b(x). Indica se
é possível, impossível
ou universal em U.
Sugestão de resolução
64 Considera a proposição
a) ~(∃ x ∈Q: x2 = 3) b) ~(∀ x ∈N, x ≥ 1) “∀ x ∈{π, √∫2, 3}, x é natural”.
a) Escreve-a na forma de
⇔ ∀ x ∈Q, ~(x2 = 3) ⇔ ∃ x ∈N: ~(x ≥ 1)
conjunções sucessivas.
⇔ ∀ x ∈Q, x2 ≠ 3 ⇔ ∃ x ∈N: x < 1 b) Aplicando as primeiras
leis de De Morgan,
nega a proposição
obtida na alínea
anterior e escreve a
proposição assim obtida
Observação na forma quantificada.
Num universo finito, as segundas leis de De Morgan podem ser interpretadas como ge- Soluções
neralizações das primeiras leis de De Morgan. 63. a) Prop. falsa; prop. falsa;
prop. verdadeira; prop. falsa.
Repara que uma proposição definida por um quantificador universal (existencial) pode b) ∃ x ∈U: ~a(x) – “Existe pelo
ser escrita como uma conjunção (disjunção) sucessiva de proposições e, assim, a sua ne- menos um elemento de U que
não é um número composto”.
gação será uma disjunção (conjunção) sucessiva de proposições. ∃ x ∈U: ~b(x) – “Existe pelo
menos um elemento de U que
Finalmente, a disjunção (conjunção) sucessiva de proposições facilmente se poderá es- não admite resto 3 na divisão
crever utilizando um quantificador existencial (universal). por 6”. ∀ x ∈U: ~a(x) – “Todo o
elemento de U é um número
não composto”. ∀ x ∈U, ~b(x)
Exemplo – “Todo o elemento de U
admite resto diferente de 3 na
divisão por 6”. c) a(x) é possível
Considera a proposição “∃ x ∈{1, 2, 3}: x é primo” e a respetiva negação.
em U; b(x) é impossível em U;
~(∃ x ∈{1, 2, 3}: x é primo) ~a(x) é possível em U; ~b(x) é
!
universal em U.
⇔ ~(1 é primo ∨ 2 é primo ∨ 3 é primo) Primeiras Segundas 64. a) “p é natural ∧ √∫2 é natural
!
Exemplos
50
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Seja A o conjunto dos divisores inteiros não negativos de 12. Se enumerarmos explici-
tamente os elementos que o constituem, ou seja, se escrevermos A = {1, 2, 3, 4, 6, 12},
diz-se que estamos a definir o conjunto A em extensão.
Definição
dicados, nem o número de vezes que um dado elemento aparece, isto é, por exem- inteiros não negativos
de 18.
plo, {a, b, c} = {c, a, b} = {a, a, c, b}.
2. Em rigor, um conjunto com um número infinito de elementos não pode ser definido
em extensão. Nestas situações é comum o uso de uma notação que permita perceber
os elementos não expressos.
Exemplos
1. O conjunto dos quadrados perfeitos inferiores a 100 pode ser definido em extensão da
seguinte forma:
{1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81}
2. O conjunto dos números inteiros relativos pode ser definido em extensão do seguinte
modo:
Z = {…, –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, …}
Seja a ∈R:
Considera, no universo U dos números naturais inferiores a 8, a condição “x é ímpar”.
[a, +∞[ = {x ∈R: x ≥ a}
Verificam esta condição os números 1, 3, 5 e 7. ]a, +∞[ = {x ∈R: x > a}
O conjunto A de todos os números naturais inferiores a 8 que verificam a condição pode ]–∞, a] = {x ∈R: x ≤ a}
]–∞, a[ = {x ∈R: x < a}
ser definido em extensão por A = {1, 3, 5, 7}.
Uma outra forma de o definir é por meio da referida condição, que é verificada por
todos os elementos do conjunto e só por esses, e representa-se simbolicamente por
A = {x ∈U: x é ímpar}.
Definição
Soluções
Seja p(x) uma condição. 66.
{x: p(x)} representa um conjunto A tal que ∀ x, x ∈A ⇔ p(x). Designa-se por definição a) {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23,
em compreensão do conjunto A pela condição p(x) a igualdade A = {x: p(x)}. 29, 31, 37, 41, 43, 47}
b) {1, 2, 3, 6, 9, 18}
51
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
A = {x: p(x)} lê-se “A é o conjunto dos elementos x tais que p(x) ”. Está implícito nesta
LTC10_2.13
notação que a variável x varia num universo que se admite que contém todos os objetos
que satisfazem a condição p(x).
Definição
Seja p(x) uma condição e U um conjunto. O conjunto {x: x ∈U ∧ p(x)} diz-se o con-
junto definido por p(x) em U ou conjunto-solução de p(x) em U e representa-se por
{x ∈U: p(x)}.
67 Define em extensão os
Exemplos
seguintes conjuntos.
1. O conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} pode ser definido em compreensão por:
a) {2n – 1: n ∈N}
b) {5n: n ∈N}
{x ∈N: x < 10}
c) {n2: n ∈N ∧ 5 ≤ n ≤ 10}
2. O conjunto dos números primos inferiores a 20 pode ser definido em compreensão por:
{x ∈N: x é primo ∧ x < 20}
68 Define em extensão os
3. No universo dos números naturais, o conjunto dos naturais n que são quadrados dos
conjuntos definidos em N
por cada uma das números pares inferiores a 5 pode ser definido em compreensão pela condição:
seguintes condições. “n = x2, para algum x ∈N tal que x é par ∧ x < 5”
a) 2x2 +x–1=0
Pode-se representar este conjunto da seguinte forma, que é mais sugestiva:
b) x2 + x + 1 = 0
c) 2x – 4 < 6 {x2 ∈N: x é par ∧ x < 5}
d) |1 – 2x| < 4
Assim, num determinado universo, toda a condição admite um conjunto que lhe corres-
ponde – o conjunto dos valores do universo que a transformam numa proposição verdadeira
69 Averigua se as seguintes
– designado por conjunto de verdade, conjunto-solução ou conjunto dos valores que veri-
condições são
equivalentes em R. ficam a condição.
Í 1Í 3
a) Í x – Í = e
Í 2Í 2
fi
x2 – x – 2 = 0
b) x2 – 10 = 0 e x – √∫1∫0 = 0
Condição Conjunto
APRENDE FAZENDO
Págs. 67 e 70
Exercícios 23, 24, 37 e 38
Propriedades
Soluções Duas condições equivalentes definem o mesmo conjunto.
67. Duas condições não equivalentes definem conjuntos distintos.
a) {1, 3, 5, 7, 9, …}
b) {5, 10, 15, 20, 25, …}
fi
c) {25, 36, 49, 64, 81, 100}
68.
a) { } b) { } c) {1, 2, 3, 4} d) {1, 2} Condições Conjuntos
69. equivalentes iguais
a) Sim b) Não
52
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Exercício resolvido
Sugestão de resolução
⇔ x = 5 ± √∫2∫5∫ ∫–∫ 4
∫ ∫¥
∫ ∫1
∫ ∫¥
∫ ∫6
∫
2
⇔x=3 ∨ x=2
b) {1, 2, 3} = {2, 1, 3} = {2, 3, 1, 2, 3}, uma vez que não importa a ordem pela
qual os elementos estão indicados, nem o número de vezes que um dado
elemento aparece. Soluções
Como 3 ∉{1, 2, 2}, concluímos que este é um conjunto distinto de todos os 70.
a) {x ∈R: x2 + 3 = 4x} = {1, 3} =
outros.
= {n ∈N: n é ímpar ∧ n < 5}
b) {1, 2, 3, 4} = {2, 1, 3, 4} =
= {4, 2, 3, 1, 2, 3}
53
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Em particular:
1. O conjunto vazio pode ser definido em compreensão por uma condição impossível.
Por exemplo, ∅ = {x ∈R: x2 < 0} = {x: x ≠ x}.
Condição
impossível fi Conjunto
vazio
fi
71
√∫5, 5, 25}. Define em
Condição
Universo
extensão os seguintes universal
conjuntos.
a) A = {x ∈U: x ∈Z–}
b) B = {x ∈U: |x| < 3} Exercícios resolvidos
c) C = {x ∈U: x2 ∈U}
d) D = {x2: x ∈U} 1. Seja U = {–3, –√∫3, –1, 0, 1, √∫3, 3, 9}. Define em extensão os seguintes conjuntos.
a) A = {x ∈U: x ∈Z–}
54
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
LTC10_2.15
2. Define em compreensão cada um dos conjuntos que se seguem.
a) {2, 4, 6, 8, 10, …}
b) {–1, 1}
Sugestão de resolução
Sejam A e B conjuntos.
Diz-se que A está contido em B ou que A é um subconjunto de B ou A é uma parte
de B, e escreve-se A ⊂ B, se:
∀ x, x ∈A ⇒ x ∈B
Implicação
entre condições fi Inclusão
de conjuntos
55
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
LTC10_2.17 Exemplos
LTC10_2.18
1. Seja M2 o conjunto dos múltiplos de 2 e M10 o conjunto dos múltiplos de 10. Tem-se
73 Considera que A é um
M10 ⊂ M2, pois todo o múltiplo de 10 é também um múltiplo de 2.
subconjunto de B e que B 2. No universo dos quadriláteros, seja Q o conjunto dos quadrados e R o conjunto dos
é um subconjunto de C.
Considera ainda que
retângulos.
1 ∈A, 2 ∈B, 3 ∈C e que Tem-se Q ⊂ R, uma vez que todo o quadrado é também um retângulo.
4 ∉A, 5 ∉B e 6 ∉C.
Quais das afirmações
Considera, agora, os conjuntos N e Z+, conjunto dos números naturais e dos números
seguintes são
necessariamente inteiros positivos.
verdadeiras?
Repara que se verifica ao mesmo tempo que N ⊂ Z+ e Z+ ⊂ N, pois todo o elemento
a) 1 ∈B
de N é elemento de Z+ e todo o elemento de Z+ é elemento de N, o que significa que N
b) 2 ∈A
e Z+ são constituídos pelos mesmos elementos, isto é, N = Z+.
c) 3 ∉A
d) 4 ∈B
e) 5 ∉A
Princípio da dupla inclusão
f) 5 ∈C
Sejam A e B conjuntos.
g) 6 ∉B
A = B se e só se A ⊂ B e B ⊂ A.
56
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
U
Definição A B
Conjunção
de condições fi Interseção
de conjuntos
Exemplos Recorda
1. Sejam A = {2n – 1: n ∈N} e B = {5, 6, 7, 8, 9, 10}. Temos que A ∩ B = {5, 7, 9}. Dois conjuntos A e B
dizem-se disjuntos se a sua
2. Consideremos os intervalos de números reais ]–3, 2] e ]–1, 4[. interseção é o conjunto
vazio. Simbolicamente,
A ∩ B = { }.
–3 –1 0 2 4 x
57
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
LTC10_2.14 Definição
LTC10_2.16
U
A B Dados dois conjuntos A e B, chama-se reunião de A com B, e representa-se por A ∪ B,
ao conjunto de todos os objetos que satisfazem a condição de pertencer a pelo menos
A∪B um dos conjuntos A e B.
Simbolicamente, A ∪ B = {x: x ∈A ∨ x ∈B}.
74 Considera as seguintes
condições definidas em N:
Disjunção
de condições fi Reunião
de conjuntos
Soluções
fi
74. P = {2, 3, 5, 7}
Q = {3, 6, 9, 18} Negação Complementar
R = {1, 2, 3, 6, 9, 18, 4, 5, 7, 8} de condição do conjunto
S = {4, 5, 7, 8}
58
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
Exemplos
LTC10_2.16
x
–3 –1 0 2
U
Definição A B
Notas
Num dado universo U:
–
1. A\B = A ∩ B
–
2. A = U\A
3. Em geral, A\B ≠ B\A.
Exemplos
–10 –p –2 –1 0 2 x
59
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
h È 3 Èh
e) E ∩ (F ∩ G)= ]–∞, 4[ ∩ i –∞, –√∫2 ∩ Í –
j
] ] , +∞ Í i
Î 2 Îj
È 3 È
= ]–∞, 4[ ∩ Í– , –√∫2Í
Î 2 Î
Soluções
È 3 È 3 –√∫2 0 4 x
–
75. = Í– , –√∫2Í 2
Î 2 Î
a) ]–∞, 5]
b) ]–∞, +∞[
c) ]–∞, –p] 3 –√∫2 0 4 x
–
2
È 7 È –
d) Í – , 5Í
Î 2 Î f) E = ]–∞,– 4[ = [4, +∞[ E
È 7 È
e) Í – , –p Í
4 x
– È 3 –
Î 2 Î 0 2
È È 3È
f) ]5, +∞[ g) G = Í– , +∞ Í = Í –∞, – Í G
Î 2 Î Î 2Î
È 7È x
g) Í –∞, – Í 3 0 4
Î 2Î –
2
h) ]–p, 5]
i) ∅
60
UNIDADE 2 Condições e conjuntos
76 Considera os seguintes
conjuntos:
]
h) E\F = ]–∞, 4[\ –∞, –√∫2 ] A = {x ∈N: 1 – x > 0 ∨
= ]–√∫2, 4[ 3x – 6 < 12}
–√∫2 0 2 4 x B = {x ∈R: x2 – x – 2 = 0}
h È 3 Èh C = {x ∈R: |x – 2| > 1}
i) E\(F ∩ G) = ]–∞, 4[\ i –∞, –√∫2 ∩ Í–
j
] ] , +∞ Í i
Î 2 Îj Define em extensão ou na
forma de intervalo os
È 3 È
= ]–∞, 4[\Í– , –√∫2Í seguintes conjuntos.
Î 2 Î
a) A
È 3È 3 –√∫2 0 4 x b) B
= Í –∞, – Í ∪ ]–√∫2, 4[ –
2
Î 2Î c) A\C
d) A ∩ B
3 –√∫2 0 4 x e) B ∩ C
–
2
f) A ∪ B
Sugestão de resolução
⇔ x = 2 ± √∫4∫ ∫–∫ 4
∫ ∫¥
∫ ∫ (∫ ∫–∫8∫)
2
⇔ x = 2 ± √∫3∫6 ⇔ x = 4 ∧ x = –2
Testes interativos
2 – Condições e conjuntos I.
– Condições e conjuntos II.
61
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Aprende Fazendo
Itens de seleção
1 Sejam p e q as proposições:
p: “O Afonso usa óculos.”
q: “O Afonso usa chapéu.”
a) Em linguagem simbólica, a proposição “O Afonso usa óculos ou chapéu” pode escrever-se como:
b) Em linguagem simbólica, a proposição “O Afonso não usa óculos nem chapéu” pode escrever-se
como:
(A) p ∧ q (B) p ∨ q (C) ∼p ∨ q (D) ∼p ∧ ∼q
2 Sabe-se que a ⟺ b é uma proposição falsa. Então, acerca dos valores lógicos das proposições a e b,
podemos concluir que:
(A) a e b são ambas verdadeiras.
3 Das expressões seguintes, considerando x um número real, qual delas não é uma expressão proposi-
cional?
(A) “O dobro de x é 7.” (B) 2x + 7
4 Considera os conjuntos A, B e C:
A = {1, 2}, B = {2, 1} e C = {n ∈N: n2 ≤ 9}
Qual das opções seguintes é verdadeira?
(A) A = B = C (B) A = B e C ⊂ A (C) B = C (D) A = B e A ⊂ C
62
Itens de seleção
(B) ~(p ∧ q) ⇒ (p ∨ q)
(C) p ⇒ (p ∨ q)
6 Considera a proposição ∀ x, p(x) ⇒ q(x). Qual das seguintes proposições é equivalente à anterior?
(A) ∀ x, p(x) ∧ ~q(x)
(C) “Existe pelo menos uma criança que não acredita no Pai Natal.”
(D) “Existe pelo menos uma criança que acredita no Pai Natal.”
63
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Aprende Fazendo
Itens de seleção
9 Sabe-se que a ⟺ b é uma proposição falsa. Então, qual das proposições seguintes é necessariamente
verdadeira?
(A) a ∧ b (B) a ∨ b (C) ~a ∧ ~b (D) a ⇒ b
10 Sabe-se que p ⇒ (q ⇒ r) é uma proposição falsa. Então, acerca dos valores lógicos das proposições
p, q e r, podemos concluir que:
(A) p e q são falsas e r é verdadeira. (B) p e r são verdadeiras e q é falsa.
11 Considera a proposição ~(∀x, p(x) ⟹ q(x)). Qual das seguintes proposições é equivalente à anterior?
(A) ∃ x: p(x) ∧ ~q(x) (B) ∃ x: ~p(x) ⟹ ~q(x)
(C) (i) é falsa e (ii) é verdadeira. (D) (i) é verdadeira e (ii) é falsa.
13 Considera os conjuntos A, B e C, dos quais se sabe que A ⊂ B e B ⊂ C. Sabe-se ainda que a ∈A, b ∈B,
c ∈C e que d ∉A, e ∉B e f ∉C.
Qual das seguintes afirmações é necessariamente verdadeira?
(A) b ∈A (B) a ∈C (C) d ∈B (D) c ∉A
64
Itens de construção
Itens de construção
14 Das expressões seguintes, indica as que são designações e as que são proposições.
a) “52 × (p – 3)”
b) “ 1 + 1 = 1 ”
3 3 6
c) “17 é um número primo.”
f) “√∫3 > p + 1”
g) “–5 ∈N”
h) “{1, 2, 3}”
Soluções: São designações: a), d) e h). São proposições: b), c), e), f), g), i) e j)
Soluções: b), e), f) e g) são proposições falsas. c), i) e j) são proposições verdadeiras.
16 Considera as proposições:
p: “Eu gosto do verão”.
q: “Eu não gosto do inverno”.
r: “Eu gosto da primavera”.
Traduz em linguagem corrente as seguintes proposições.
a) p ∧ q b) q ∨ r c) ~p ∧ ~q
d) ~q ∨ r e) ~(p ∨ r) f) ~p ∧ ~r
Soluções: a) “Eu gosto do verão e não gosto do inverno.” b) “Eu não gosto do inverno ou gosto da primavera.” c) “Eu não
gosto do verão e gosto do inverno.” d) “Eu gosto do inverno ou da primavera.” e) “Não é verdade que eu goste do verão ou
da primavera.” f) “Eu não gosto do verão nem da primavera.”
Soluções: a) p e q são proposições verdadeiras. b) p e q são proposições falsas. c) p é uma proposição falsa e q é uma
proposição verdadeira.
65
TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Aprende Fazendo
Itens de construção
18 Constrói uma tabela de verdade para cada uma das seguintes proposições.
a) ~p ∧ q b) ~(p ∧ q) c) p ∨ (~p ∧ q)
Solução:
a) b) c)
p q ∼p ∼p ∧ q p q p ∧ q ∼(p ∧ q) p q ∼p ∼p ∧ q p ∨ (∼p ∧ q)
V V F F V V V F V V F F V
V F F F V F F V V F F F V
F V V V F V F V F V V V V
F F V F F F F V F F V F F
19 Utilizando as primeiras leis de De Morgan, escreve afirmações equivalentes à negação das seguintes
proposições.
a) “p é um número irracional e é superior a 2.”
Soluções: a) “p não é um número irracional ou não é superior a 2.” b) “15 é um número par ou é um número primo.”
c) “O Joaquim não é um bebé e sabe falar.” d) “A Margarida não é um bebé ou sabe nadar.”
b) Escreve condições equivalentes à negação das condições dadas, sem utilizar o símbolo ~.
Soluções: a) p(x) é uma condição universal em N e possível em R; q(x) é uma condição impossível em N e impossível em
R; r(x) é uma condição possível em N e possível em R; s(x) é uma condição impossível em N e possível em R; t(x) é uma
condição universal em N e universal em R. b) ~p(x): 5x + 1 < 0; ~q(x): |x| ≥ 0; ~r(x): x(x – 2) ≠ 0; ~s(x): x(x + 2) ≠ 0; ~t(x): 2x2 < 0
c) (i) Condição impossível. (ii) Condição possível. (iii) Condição possível. (iv) Condição universal.
66
Itens de construção
(i) ∃ x: p(x) (ii) ∀ x, q(x) (iii) ∀ x, p(x) ∨ r(x) (iv) ∃ x: r(x) ∧ ~q(x)
(i) “Existe pelo menos um gato que não é malhado nem preto.”
Soluções: a) (i) “Existe pelo menos um gato malhado.” (ii) “Todos os gatos gostam de leite.” (iii) “Todos os gatos são malhados
ou são pretos.” (iv) “Existe pelo menos um gato preto que não gosta de leite.” b) (i) ∃ x: ~p(x) ∧ ~r(x) (ii) ∃ x: q(x) ∨ r(x)
(iii) ∀ x, q(x) ⇒ p(x) (iv) ∀ x, p(x) ⇔ ~r(x)
22 Utilizando as segundas leis de De Morgan, escreve afirmações equivalentes à negação das seguintes
proposições.
a) “Todos os homens são ambiciosos.”
Animação
b) “Existe um ator famoso que não tem formação em teatro.” Resolução do exercício.
Soluções: a) “Existe pelo menos um homem que não é ambicioso.” b) “Todos os atores famosos têm formação em teatro.”
a 1 a
23 Seja U = b1, –1, ,0, 5, 25b. Define em extensão cada um dos seguintes conjuntos.
c 5 c
a) {x ∈U: x ∈N}
b) {x ∈U: x ∈Z–}
d) {x ∈U: 2x ≤ 0}
24 Define em compreensão cada um dos conjuntos que se seguem (admitindo-se que os elementos não
expressos são os sugeridos pela sequência).
a) {3, –3}
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TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Aprende Fazendo
Itens de construção
25 Considera as proposições p, q e r:
p: “9 é um número primo.”
q: “p = 3,14”
r: “27 é múltiplo de 9.”
a) Escreve em linguagem simbólica as seguintes proposições.
Soluções: a) (i) ~q ∧ r (ii) ~p ∨ q (iii) q ⟹ ~r b) (iv) “9 é um número primo ou 27 não é múltiplo de 9.” (v) “Não é verdade
que 9 seja um número primo e que p = 3,14.” (vi) “Se 27 não é múltiplo de 9, então p ≠ 3,14 ou 9 é um número primo.”
c) p e q são falsas; r é verdadeira; (i), (ii), (iii), (v), (vi) são verdadeiras e (iv) é falsa.
26 Constrói uma tabela de verdade para cada uma das seguintes proposições e indica se alguma delas é
uma tautologia.
a) ~(p ⟹ ~q) b) p ⟺ (p ∨ q) c) (p ⟹ q) ⟺ (~p ∨ q)
d) ~p ∧ (p ∨ q) ∧ ~q e) p ∨ (~p ∧ q) ∨ ~q
e) p ⇒ (q ∨ r) f) (q ∨ r) ⇒ p g) (p ⇒ q) ∨ r h) p ⇔ ~q
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Itens de construção
30 Considera as proposições p e q tais que q é falsa e p ⇒ q é verdadeira. Indica o valor lógico de cada
uma das seguintes proposições.
a) p b) p ∨ q c) ~(p ∨ q) d) ~p ∧ ~q
e) ~p ∨ q f) ~q ⇒ p g) p ⇔ q h) ~p ⇔ q
Soluções: a) Proposição falsa. b) Proposição falsa. c) Proposição verdadeira. d) Proposição verdadeira. e) Proposição verdadeira.
f) Proposição falsa. g) Proposição verdadeira. h) Proposição falsa.
33 Para cada uma das expressões proposicionais seguintes, escreve expressões equivalentes à respetiva
negação e a implicação contrarrecíproca.
a) “Se um aluno está distraído, então a professora repreende-o.”
b) “x = 3 ⇒ x2 = 9”
Soluções: a) Negação: “Um aluno está distraído e a professora não o repreende.” Contrarrecíproca: “Se a professora não
repreende um aluno, então o aluno não está distraído.” b) Negação: “x = 3 ∧ x2 ≠ 9”; Contrarrecíproca: “x2 ≠ 9 ⇒ x ≠ 3” c)
Negação: “n é um múltiplo de 10 e não é um múltiplo de 5.” Contrarrecíproca: “Se n não é um múltiplo de 5, então não é
um múltiplo de 10.”
34 Utilizando as segundas leis de De Morgan, escreve afirmações equivalentes à negação das seguintes
proposições.
a) “Existe um número real x que é maior que o seu quadrado.”
Soluções: a) “Todos os números reais são inferiores ou iguais ao seu quadrado.” b) “Existe pelo menos um número real x
que não verifica x2 – 2x ≥ 0.” c) “Qualquer número natural x não é solução da equação x3 = 25.”
Soluções: a) ∃ x ∈R: x > x2; ∀ x ∈R, x ≤ x2 b) ∀ x ∈R, x2 – 2x ≥ 0; ∃ x ∈R: x2 – 2x < 0 c) ∃ x ∈N: x3 = 25; ∀ x ∈N, x3 ≠ 25
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TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Aprende Fazendo
Itens de construção
b) “Todos os números primos formados por dois algarismos têm os algarismos distintos.”
c) “∀ x ∈N, x2 – 2x ≥ 0”
Soluções: a) A proposição é falsa, pois, por exemplo, 3 e 5 são números primos e a sua soma, 8, não é um número primo.
b) A proposição é falsa, pois, por exemplo, 11 é um número primo formado por dois algarismos e estes não são distintos.
c) A proposição é falsa, pois, por exemplo, 1 é um número natural e não se verifica que 12 – 2 ¥ 1 ≥ 0.
Soluções: a) [2, +∞[ ∪ {0, 1} b) ]1, +∞[ c) {2, 3} d) ]2, 6] e) {3} f) R\{0, 1, 2, 3} g) ]–∞, 2] h) ]–∞, 1] ∪ ]6, +∞[ i) {0, 1, 2}
j) ]2, +∞[\{3} k) ]1, 6]\{3}
41 Sabe-se que (p ⇒ ~q) ∧ (~r ⇒ q) ∧ p é uma proposição verdadeira. Qual é o valor lógico de p, de q
e de r?
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano
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Itens de construção
43 a) Considera as proposições:
Soluções: a) ~q ⇒ p b) ~c ⇒ (a ⇒ ~b)
44 Considera uma operação lógica º, dita “ou exclusivo” ou “disjunção exclusiva” tal que, dadas pro-
posições p e q, p º q é verdadeira quando, e apenas quando, p e q têm valores lógicos distintos.
Resolve as seguintes questões.
a) Constrói uma tabela de verdade para p º q.
V V F Animação
Resolução do exercício.
V F V
F V V
F F F
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TEMA I Introdução à lógica bivalente e à teoria dos conjuntos
Aprende Fazendo
Itens de construção
45 Escreva cada uma das expressões proposicionais seguintes em linguagem simbólica, a partir de ex-
pressões mais simples e das operações lógicas.
a) “Ser mamífero é condição necessária para ser felino.”
b) “Ser múltiplo de 6 é uma condição suficiente para que um número seja múltiplo de 3.”
c) “É condição necessária e suficiente para que o produto de dois números reais seja nulo que pelo
menos um deles seja zero.”
b) Para todos os valores reais x e y tais que x > y, tem-se que x2 > y2.
Soluções: a) A proposição é falsa, pois, por exemplo, um retângulo é um quadrilátero que tem os ângulos iguais, e, no entanto,
não tem os lados iguais. b) A proposição é falsa, pois, por exemplo, –2 e –3 são valores reais tais que –2 > –3 e, no entanto,
não se tem que (–2)2 > (–3)2.
48 Demonstra, por contrarrecíproco, que se um número natural n não é divisível por 3, então não é di-
visível por 12.
49 Demonstra, por dupla implicação, que para todo o número natural n, n2 é par se e só se n é par.
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Desafios
Desafios
Revê novamente os problemas apresentados no vídeo “Mulheres que sabem o que querem” e que
também se encontram resumidos no início do capítulo (página 10).
1 Considera os seguintes conjuntos:
R = {Restaurantes} A = {Restaurantes bons} B = {Restaurantes baratos}
Observa como a proposição “restaurantes bons não são baratos!” pode ser apresentada sim-
bolicamente por ∀ x ∈R, x ∈A ⇒ x ∉B.
a) Representa, de forma análoga, a proposição “restaurantes baratos não são bons!”.
b) Usa a propriedade da implicação contrarrecíproca para mostrar que as duas proposições an-
teriores são equivalentes.
c) Escreve em linguagem corrente a proposição ∀ x ∈R, ~(x ∈A ∧ x ∈B)
d) Que relação existe entre a proposição da alínea anterior e a apresentada na alínea a)?
s v r ∼v ∼r s ⇒ ∼v s ⇔ ∼r v∨r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
c) Identifica as linhas da tabela anterior onde as três proposições da alínea a) são todas verdadeiras.
d) Vamos supor que todas as afirmações da alínea a) são verdadeiras e que há uma mulher que
levou calças num dos dias, saia noutro e que está apaixonada. Qual delas está apaixonada?
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