Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
BELO HORIZONTE – MG
2019
FACULDADE ISEAT/IPEMIG
BELO HORIZONTE – MG
2019
RESUMO
INTRODUÇÃO...................................................................................................5
CONCLUSÃO ..........................................................................................................17
Introdução
Assim como a sociedade sofreu importantes transformações ao longo dos anos em sua
história e política, também a educação especial no Brasil passou por um processo de evolução.
Muitas conquistas foram alcançadas, porém a discriminação e preconceitos lamentavelmente
marcaram presença na vida de muitas pessoas na história da Educação Especial Brasileira.
Conhecer um pouco dessa história se faz necessário para compreendermos como e quando
surgiu a necessidade do preparo profissional para lidar com os desafios que se tornaram
constantes ao longo dos tempos.
Pessoas com algum tipo de “deficiência viveram por muitos anos a margem da
sociedade sendo rejeitadas muitas vezes por seus próprios familiares, quase sempre viviam
escondidas, trancadas em suas casas sem nenhum tipo de ajuda da sociedade sofrendo o
preconceito e discriminação, mas a partir do século XIX, no Brasil, a história começa a mudar
com a organização de grupos de pessoas que atendiam pessoas que apresentavam deficiências
como a cegueira e a surdez, mas o atendimento educacional a essas pessoas somente veio a ser
iniciado em meados do século XX .
dos Deficientes da Visão, que foi atrelada ao instituto Benjamin Constant no Rio de Janeiro,
seis anos mais tarde, também no Rio de Janeiro apoiada pelo Ministro da Educação e Cultura
da época, Pedro Paulo Penido, foi fundada a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação
de Deficientes Mentais onde era promovido nacionalmente um trabalho efetivo voltado para a
educação, o treinamento, a reabilitação e a assistência educacional às crianças com deficiência
mental. Um avanço importante na legislação específica aconteceu em 1971, com a aprovação
da lei de nº. 5.692 que previa em seu artigo 9º um tratamento especial aos “excepcionais” e, a
partir daí, várias ações foram desenvolvidas com o intuito de implantar as novas diretrizes e
fases para o ensino fundamental e médio. Dois anos mais tarde, foi criado o Centro Nacional
de Educação Especial - CENESP, que tinha como objetivo promover a expansão e a melhoria
do atendimento aos alunos com necessidades educacionais específicas, extinguindo a
Campanha Nacional de Educação de Cegos e a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação
de Deficientes Mentais. Em 1986, este centro é transformado na Secretaria de Educação
Especial - SESP, mas mantém a mesma estrutura e competência do CENESP, porém sua
localização é transferida do Rio de Janeiro para Brasília. Em 15 de março de 1990, a SESP é
extinta e as atribuições da Educação Especial passam a ser da Secretaria Nacional de Educação
Básica – SENEB, passando o IBC e o INES a serem vinculados a esse novo órgão. Em 1996 a
LDB concretiza a obrigatoriedade da inclusão nas escolas do Brasil, temos aí o início de uma
nova etapa onde se inicia um processo de democratização do ensino especial no Brasil, mas que
vem com um grande desafio que é o de estar preparado para dar atendimento de qualidade a
todos os alunos.
8
Além dos Decretos e Leis mencionados no capítulo anterior não podia ser deixado de
relacionar as demais legislações de caráter fundamental que alavancou um novo capítulo na
história da Educação Especial.
o Banco Mundial. A finalidade desse documento é garantir legalmente que os alunos com
necessidades educacionais específicas sejam incluídos em toda a Educação Básica, sendo
necessário que as instituições educativas se estruturem tanto no que diz respeito à infraestrutura
física, quanto curricular, isto é as escolas devem se preparar para receber ampla variedade de
alunos. Também é essencial destacar que, em 2003, o Ministério da Educação deu origem ao
“Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade”, que tem como prioridade transformar as
unidades educativas em unidades inclusivas promovendo a formação de gestores e educadores
nas cidades do Brasil. As escolas regulares com orientação para educação inclusiva são o meio
mais eficaz no combate às atitudes discriminatórias, propiciando condições para o
desenvolvimento de comunidades integradas, base da construção da sociedade inclusiva e
obtenção de uma real educação para todos (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p. 09
apud STOBÄUS; MOSQUERA, 2003, P.21)
Em 2005 são organizados centros de referências para os alunos com altas habilidades e
superdotação. Esses centros passam a ser implantados em todos os estados brasileiros e no
Distrito Federal como o objetivo de orientar famílias e promover a formação continuada para
garantir o acesso e a permanência desses alunos na rede pública de ensino. Também nessa
década, documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a
Declaração de Salamanca (1994) passam a influenciar a formulação das políticas públicas da
educação inclusiva. Já em 2007 é lançado o Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) que
busca por meio de eixos superar a dicotomia entre educação especial e educação regular.
Conferência Nacional de Educação –CONAE/ 2010, a Lei nº 13.005/2014, que institui o Plano
Nacional de Educação –PNE, no inciso III, parágrafo 1º, do artigo 8º, determina que os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios garantam o atendimento as necessidades específicas na
educação especial, assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e
modalidades. Com base neste pressuposto, a meta 4 e respectivas estratégias objetivam
universalizar, para as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, na faixa etária de 04 a 17 anos, o acesso à educação básica e ao
atendimento educacional especializado. O AEE é ofertado preferencialmente na rede regular de
ensino, podendo ser realizado por meio de convênios com instituições especializadas, sem
prejuízo do sistema educacional inclusivo.
11
MITTLER (2003) vem nos dizer que a inclusão não diz respeito a colocar as crianças
nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades
de todas as crianças; diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade
quanto à aprendizagem de todas as crianças nas suas escolas e prepará-los para ensinar aquelas
que estão atualmente excluídas por qualquer razão.
A Educação Inclusiva exige um novo olhar, uma nova escola e, sobretudo um educador
preparado que saiba olhar para as competências dos alunos e não apenas para suas limitações,
um educador que entende que cada aluno é único e tem o seu tempo para o desenvolvimento e
aprendizagem. Para isso é mister que haja uma formação inicial e continuada conectados com
a realidade de seus alunos na sua diversidade.
Como relatado nos capítulos anteriores o sistema educacional brasileiro passou por
grandes e importantes mudanças nos últimos anos e tem conseguido cada vez mais respeitar a
diversidade, garantindo a convivência e a aprendizagem. Para isso o sistema conta com as redes
de apoio existentes que são compostas pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) e
pelos profissionais da educação especial (intérprete, professor de Braille, etc.) da saúde e da
família, tornando-se um sistema de suporte permanente e efetivo para os alunos especiais
incluídos, bem como para seus professores, pois a Educação Especial não é mais vista como
um sistema educacional paralelo ou segregado, mas como um conjunto de recursos que a escola
regular deverá dispor para atender à diversidade de seus alunos.
Não diferente da escola tradicional, o papel do educador sempre foi intervir nas
atividades que o aluno ainda não tem autonomia para realizar proporcionando meios para que
ele venha a se desenvolver sozinho, ajudando o estudante a se sentir capaz de realizá-las.
Dado à diversidade da turma e que cada estudante tem sua característica e necessidades
próprias, alguns estudantes poderão requerer apoio e recursos diferenciados, tornando o
processo mais lento. Com essa compreensão o educador precisa respeitar os diferentes ritmos
de aprendizagem e utilizar dos meios existentes para compensar ou suprir a deficiência do aluno
especial, pois os conteúdos escolares são objetos da aprendizagem e aos alunos cabe atribuir
significados e construir conhecimentos e o professor assume a função de mediar esse processo
12
proporcionando meios para que se possa efetivar. É com essa dinâmica que o professor
seleciona procedimentos de ensino e de apoio para compartilhar, confrontar e resolver conflitos
cognitivos levando-se em conta os diferentes estilos, ritmos e interesses de aprendizagem de
cada um.
Durante muito tempo aprendemos que era preciso identificar o que os alunos não sabiam
e quais eram as limitações. Quando conhecemos as características de determinadas deficiências
reconhecemos suas restrições. Sabemos, por exemplo, que o aluno com deficiência visual não
acessará as aulas pela visão, pois sua condição restritiva é sensorial. Muitas vezes, identificar
13
as limitações pode ter um efeito paralisante. Por outro lado, se identificamos as competências,
encontramos alternativas de ensino e condições favoráveis à participação nas aulas e à
aprendizagem.
Agora outro ponto crucial neste processo é a formação continuada do professor que
possibilita a ele a atualização e a transformação de sua prática profissional. O acesso ao
conhecimento e o exercício da reflexão permitem a “ressignificação” dos princípios e a
possibilidade de mudar os paradigmas já
Pesquisas apontam que as lacunas presentes nos cursos de formação podem deixar a
prática dos professores desconectada da realidade dos alunos. Vale destacar que a metodologia
dos programas de atualização deve considerar a prática, as experiências e o saber fazer do
professor. Quer dizer, é preciso considerá-lo protagonista no contexto em que atua. Uma boa
alternativa para a atualização profissional é a implementação de espaços de discussão em que
se valorize a observação, análise e reflexão crítica sobre a própria prática, com a participação
de toda a equipe na própria unidade escolar.
No entanto, cabe ressaltar que a formação dos futuros professores, e não apenas daqueles
já atuantes, também deve ser discutida. Voltando-se especificamente à educação especial,
observa-se a necessidade que sejam estabelecidas diretrizes claras nos cursos de pedagogia e
licenciaturas sobre os conteúdos mínimos a serem oferecidos, de modo que sejam formados
professores com habilidades para lidar com a inclusão da diversidade na sala de aula. Além da
inserção de disciplinas que abordem as questões da educação especial, uma alternativa
interessante para enfatizar o vínculo com a atividade prática seria que algumas disciplinas dos
cursos, que tradicionalmente tratam apenas dos alunos ditos "normais", também incluíssem no
seu corpo de conteúdos aspectos relacionados aos alunos com necessidades educacionais
especiais.
16
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÉGLER, M. T. Inclusão Escolar: O que é? Por que? Como Fazer? São Paulo: Moderna, 2003,
2006. (Coleção Cotidiano Escolar).
MITTLER, Pete r. Educação inclusiva: Contextos Sociais. São Paulo: Artmed, 2003
19