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Direito Empresarial p/ MP-CE (Promotor de Justiça)

Lucas de Abreu Evangelinos

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DIREITO EMPRESARIAL – MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO


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DIREITO EMPRESARIAL – MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DO CEARÁ

Sumário

SUMÁRIO .................................................................................................... 1

CONTEÚDO DESTE “PDF” ............................................................................ 6

Divisão: teoria e prática .............................................................................. 6

Atualizações ............................................................................................... 6

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS EMPRESARIAIS ....................................... 7

1. Edital ................................................................................................... 7

2. Introdução ........................................................................................... 7

3. Princípios informadores ....................................................................... 8

4. Classificação dos contratos ................................................................ 10


4.1. Questões de Alta Indagação ............................................................. 12
4.1.1. Magistratura ................................................................................ 12
4.1.1.1. Princípio da autonomia da vontade como pedra angular do campo
do Direito Empresarial ......................................................................... 12

COMPRA E VENDA EMPRESARIAL.............................................................. 13

1. Edital ................................................................................................. 13

2. Legislação de leitura essencial ........................................................... 14

3. Conceito ............................................................................................. 14

4. Características ................................................................................... 14
4.1. Questões de Alta Indagação ............................................................. 15
4.1.1. Quando o imóvel alienado servir à composição de capital social exige-se
escritura pública para sua transferência no Cartório de Registro de Imóveis? 15

5. Elementos essenciais ......................................................................... 15

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5.1. Questões de Alta Indagação ............................................................. 16


5.1.1. As condições suspensiva e resolutiva são elemento formador do
contrato de compra e venda? .................................................................. 16

6. Questões de Alta Indagação .............................................................. 16


6.1. O que é o contrato de fornecimento? .................................................16
6.2. Do que se trata o contrato de compra e venda de empresa? .................17
6.3. Peculiaridades da venda com reserva de domínio no Direito Falimentar e
Recuperacional ......................................................................................... 17
6.4. Em que consiste o right of stoppage in transitu? Esse direito aplica-se em
caso de falência do comprador? .................................................................. 19
6.5. Hedging/Hedge ............................................................................... 19

AGÊNCIA, DISTRIBUIÇÃO, REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA,


MANDATO E COMISSÃO MERCANTIL ......................................................... 21

1. Edital ................................................................................................. 21

2. Legislação de leitura essencial ........................................................... 21

3. Introdução ......................................................................................... 21

4. Agência e Distribuição (Agência-distribuição) ................................... 22


4.1. Distinções: (i) distribuição; (ii) agência; (iii) representação comercial; (iv)
comissão mercantil; (v) mandato e; (vi) concessão mercantil .........................22
4.2. Classificação ................................................................................... 24
4.3. O agente pode ser uma pessoa jurídica? ............................................25
4.4. O agente ou distribuidor são empresários? .........................................25
4.5. Elementos essenciais ....................................................................... 26

5. Representação comercial autônoma (Agência-representação) .......... 26


5.1. O contrato de representação comercial é modalidade distinta do contrato
de agência-distribuição? ............................................................................. 27
5.2. O representante comercial autônomo pode ser uma pessoa jurídica? .....27
5.3. O representante comercial autônomo é empresário? ............................27

6. Mandato ............................................................................................. 27

7. Comissão Mercantil ............................................................................ 28


7.1. O que é cláusula del credere? ........................................................... 28

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA ................................................... 29

1. Edital ................................................................................................. 29

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2. Legislação de leitura essencial ........................................................... 29

3. Introdução ......................................................................................... 29
Método Tosco de Memorização (MTM) .........................................31
3.1. O que se entende por cessão fiduciária? .............................................32

4. Posse direta e Posse indireta ............................................................. 33

5. Transferência do bem dado em garantia ............................................ 33

6. Inadimplemento ................................................................................ 33

7. Questões de Alta Indagação .............................................................. 34


7.1. O objeto da alienação fiduciária em garantia são apenas bens móveis? ..34
7.2. A alienação fiduciária em garantia é negócio jurídico exclusivo de
instituições financeiras? ............................................................................. 35
7.3. A comprovação da mora do fiduciante exige protesto ou notificação
pessoal? ................................................................................................... 36
7.4. É possível a constituição de alienação fiduciária de bem imóvel para
garantia de operação de crédito não relacionadas com o Sistema Financeiro
Imobiliário? .............................................................................................. 36

CONTRATO DE CÂMBIO ............................................................................. 37

1. Edital ................................................................................................. 37

2. Conceito ............................................................................................. 37

3. Contrato de Câmbio X Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) ... 38

4. Questões de Alta Indagação .............................................................. 38


4.1. O crédito do ACC submete-se aos efeitos da recuperação judicial e da
falência? .................................................................................................. 38

LEASING (ARRENDAMENTO MERCANTIL) ................................................. 39

1. Edital ................................................................................................. 39

2. Legislação de leitura essencial ........................................................... 39

3. Introdução ......................................................................................... 40
Método Tosco de Memorização (MTM) .........................................40
3.1. Existe regulamentação legal do arrendamento mercantil (leasing)? .......40

4. Procedimento ..................................................................................... 41
Método Tosco de Memorização (MTM) .........................................41

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4.1. A arrendadora pode ser pessoa física? ...............................................41

5. Posse direta e Posse indireta ............................................................. 42

6. Modalidades ....................................................................................... 42
Método Tosco de Memorização (MTM) .........................................43

7. Categorias.......................................................................................... 44

8. Questões de Alta Indagação .............................................................. 45


8.1. O que se entende por self leasing? .................................................... 45
8.2. Qual a natureza jurídica do leasing? ..................................................45

FRANQUIA (FRANCHISING) ...................................................................... 46

1. Edital ................................................................................................. 46

2. Legislação de leitura essencial ........................................................... 46

3. Introdução ......................................................................................... 46
3.1. O contrato de franquia é um negócio jurídico típico? ............................46

4. Procedimento ..................................................................................... 47
Método Tosco de Memorização (MTM) .........................................47
4.1. A venda de produtos pelo franqueador ao franqueado é essencial para
configurar o contrato de franquia? ............................................................... 47

5. Organização Empresarial ................................................................... 47

6. Circular de Oferta de Franquia (COF) ................................................. 48

7. Registro ............................................................................................. 49

8. Questões de Alta Indagação .............................................................. 49


8.1. Qual a natureza jurídica do contrato de franquia? ................................49
8.2. Há responsabilidade solidária entre o franqueador e o franqueado pelos
danos decorrentes da inadequação dos serviços prestados em razão da franquia?
50
8.3. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor à relação jurídica existente
entre o franqueador e o franqueado? ........................................................... 50
8.4. A cláusula de eleição de foro no contrato de franquia deve ser observada
em todos os casos por se tratar de uma relação empresarial? .........................50

FACTORING (FATURIZAÇÃO OU FOMENTO MERCANTIL) ........................... 52

1. Edital ................................................................................................. 52

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2. Introdução ......................................................................................... 52
2.1. Existe regulamentação legal do contrato de factoring? .........................52

3. Partes ................................................................................................ 53
3.1. A faturizadora (empresa de factoring) é uma instituição financeira?.......53
3.2. A faturização é atividade privativa de instituição financeira? .................53

4. Objetivos ........................................................................................... 54

5. Modalidades ....................................................................................... 54

6. Questões de Alta Indagação .............................................................. 54


6.1. À relação entre a faturizada e a faturizadora aplica-se o Código de Defesa
do Consumidor? ........................................................................................ 55
6.2. A faturizadora (empresa de factoring) é parte legítima para figurar em
demanda revisional de crédito que lhe foi cedido? .........................................55
6.3. Qual é o negócio jurídico que permite a transferência dos títulos de crédito
da faturizada à faturizadora (empresa de factoring)? .....................................55
6.4. A faturizada responde quando o crédito repassado à faturizadora não é
adimplido? ............................................................................................... 56
6.5. Admite-se a estipulação de garantia em favor da empresa de factoring no
caso de inadimplemento dos títulos cedidos? ................................................57
6.6. Qual a diferença entre o contrato de factoring e o contrato de desconto
bancário? .................................................................................................57
6.7. Exige-se que a empresa de factoring seja registrada no Conselho Regional
de Administração para exercer o fomento mercantil? .....................................58

ENCERRAMENTO DA AULA ........................................................................ 59

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 60

QUESTÕES OBJETIVAS .............................................................................. 61

1. Lista de Questões Sem Comentários .................................................. 61

2. Gabarito Sem Comentários ................................................................ 74

3. Lista de Questões com Gabarito Comentado ...................................... 89

4. Análise das Questões Objetivas ....................................................... 128

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Conteúdo deste “pdf”

Divisão: teoria e prática

Parte Número de Páginas

Teórica1 52

Questões Objetivas2 68

Atualizações

Qualquer alteração legislativa ou jurisprudencial que


ocorra durante o curso ou inclusão de assunto novo será avisada
por meio de fórum de recados, bem como incluída(o) no “pdf”
correspondente à matéria.

1
Cálculo do número de páginas considera o intervalo do primeiro tópico de teoria até o tópico
“Encerramento da Aula”.
2
Cálculo do número de páginas considera os tópicos “Questões Objetivas” e “Análise das Questões
Objetivas”.

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Teoria Geral dos Contratos Empresariais

1. Edital

Edital do último certame: 4. Contratos mercantis.

2. Introdução

Com a unificação do Direito Obrigacional, a matéria contratual


empresarial, à exceção do contrato de transporte marítimo e dos
previstos em leis extravagantes, passou a ser regida pelo Código Civil
de 2002.
No entanto, como bem aponta RICARDO NEGRÃO:
Doutrina: “(...) a unificação obrigacional não milita em desfavor da
manutenção da autonomia do Direito Empresarial, pois, como bem afirma
Paula Castello Miguel (2006:67), ‘não há como tratar de forma idêntica os
contratos firmados por pessoas comuns, a fim de regular uma ou outra
relação obrigacional, com os contratos firmados entre empresários no
exercício de sua atividade econômica’.” (Ricardo Negrão)

Nessa linha, HAROLDO MALHEIROS DUCLERC VERÇOSA afirma


que os contratos podem ser divididos em 3 (três) classes:
Doutrina: “(...) (i) contratos submetidos ao Direito do Consumidor; (ii)
contratos civis estrito senso; e (iii) contratos comerciais ou empresariais.
Os primeiros [contratos submetidos ao Direito do Consumidor] são aqueles
nos quais está presente uma relação de consumo, conforme definida pelo
Código de Defesa do Consumidor e, consequentemente, sujeitos à disciplina
especial que ele estabelece.
Os contratos civis estrito senso, por sua vez, caracterizam-se como aqueles
nos quais as duas partes não são empresários, mas sim particulares ou
prestadores profissionais de serviços intelectuais (não concretamente
enquadrados na condição de elemento de empresa), encontrando-se em
situação de igualdade econômica e jurídica, em tese. Estes contratos estão
fora dos objetivos deste volume, em princípio.
Já os contratos empresariais são aqueles nos quais uma das partes é
empresário (ou sociedade empresária) no exercício de sua atividade e a
outra parte também é empresário ou pessoa não caracterizada como
consumidor. (...) De forma esquemática pode-se dizer que, excluídos os
contratos submetidos ao direito do consumidor, são contratos empresarias
todos os que dizem respeito ao exercício de uma atividade econômica
organizada, exceto os de natureza intelectual (assim considerados os afetos
à atividade científica, intelectual ou artística) a não ser que os mesmos

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contratos sejam celebrados para a realização de atividade secundária ao


objeto de uma empresa, como seu elemento.
A qualificação de um contrato como de natureza empresarial não exige que
dos dois lados da relação se encontrem exclusivamente empresas. Em tese e
tendo em vista uma necessária precisão metodológica essencial, será
empresarial um contrato entre empresário ou sociedade empresária e
pessoa natural que, ao contratar, não se qualifique como consumidor,
especialmente pela não qualificação deste último como destinatário final do
bem ou do serviço objeto do acordo.” (Haroldo Malheiros Duclerc
Verçosa)

Quanto aos contratos empresariais, no mesmo sentido:


Doutrina: “Empresariais: são contratos firmados entre empresários, isto é,
entre pessoas que exercem profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, diversa
da profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística.”
(Ricardo Negrão)
Doutrina: “Nos contratos comerciais (mercantis ou empresariais), os
contratantes são todos empresários, isto é, exercem profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou
serviços.” (Fábio Ulhoa Coelho)

3. Princípios informadores

Como bem aponta RICARDO NEGRÃO:


Doutrina: “A doutrina não adota uma uniformização na exposição dos
princípios informadores do contrato.
Há, entretanto, unanimidade quanto a serem fundamentais os princípios da
autonomia da vontade, do consensualismo, os da força obrigatória e da
relatividade dos efeitos do contrato, fundados na teoria histórica e
reproduzidos ao longo de séculos de sedimentação da tecnologia dos
contratos.
Mais modernamente, sobretudo após a promulgação do Código Civil de
2002, outros três princípios passaram a ser compreendidos como essenciais
à relação contratual: a boa-fé e probidade, na sua conclusão e execução; o
equilíbrio econômico, a permitir a revisão contratual se constatada
onerosidade excessiva; e a função social do contrato.” (Ricardo Negrão)

Por sua vez, apesar da relevância no campo empresarial, é


certo que esses princípios são estudados de forma mais aprofundada
na disciplina de Direito Civil, de maneira que, neste tópico, vamos
apenas sistematizá-los:

Princípio Conceito e informações relevantes

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“No primeiro quadro evolutivo do direito


dos contratos, é fundamental a proteção
à autonomia da vontade, no
pressuposto de que todos são livres
para contratar ou não, para escolher
com quem contratar e para estipular,
em comum acordo, as cláusulas do
contrato (pacta sunt servanda).” (Fábio
Ulhoa Coelho)
“O Código Civil de 2002 apresenta dois
dispositivos que expressam a liberdade
de contratar: o primeiro, limitando essa
Princípio da Autonomia da Vontade liberdade à função social do contrato
(art. 421) e o segundo, declarando lícita
a estipulação de contratos atípicos, isto
é, os que não foram regulados pela lei,
desde que observadas as normas gerais
nele estabelecidas (art. 425). Essas
formulações legais restringem a
liberdade dos contratantes e se somam
aos casos de proibição de contratar por
violação da ordem pública e dos bons
costumes, como, por exemplo, a fixação
de juros usurários (Decreto n. 22.626/
33) e a exploração de casa de
prostituição.” (Ricardo Negrão)

“O art. 421 do Código Civil


expressamente dispõe um
sobreprincípio ao princípio clássico da
autonomia da vontade: “a liberdade de
contratar será exercida em razão e nos
Princípio da Função Social do Contrato limites da função social do contrato”.
Acresce-se ao contrato, pois, uma nova
função limitadora a ser observada,
somando-se à função econômica
perseguida pelas partes contratantes.”
(Ricardo Negrão)

O princípio da boa-fé possui tripla


função: interpretativa, supletiva e
corretiva.
“Orlando Gomes (2008: 44-45) propõe
a classificação do princípio da boa-fé
Princípio da Boa-Fé Objetiva
objetiva segundo suas três funções: (a)
interpretativa, conforme previsto no art.
113 do Código Civil: “Os negócios
jurídicos devem ser interpretados
conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração”; (b) supletiva93,

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quando se refere aos deveres inerentes


ao contrato, mesmo quando não
expressos em cláusula contratual,
como, por exemplo, no contrato de
mútuo bancário, o sigilo é inerente,
como também ocorre nos negócios
empresariais; a colaboração nos
contratos assim chamados, v. g., o
contrato de franquia; (c) corretiva, isto
é, como diretriz na revisão de cláusulas
abusivas.” (Ricardo Negrão)

“Em regra, os contratos modernos são


consensuais, isto é, a simples
concordância das partes é suficiente
para aperfeiçoá-los. Lembremos,
entretanto, que todos os contratos
Princípio do Consensualismo
exigem o consentimento das partes
contratantes; quando esse for capaz de
estabelecer o contrato, sem outra
formalidade, diz-se consensual.”
(Ricardo Negrão)

“Fundado na segurança jurídica, o


princípio da força obrigatória destaca a
intangibilidade do conteúdo do contrato
e sua irretratabilidade, significando dizer
Princípio da Força Obrigatória (pacta que, uma vez aperfeiçoado e obediente
sunt servanda) ao que dispõe a lei, não se possibilita a
alteração de suas cláusulas ou a
resilição por uma das partes sem o
consentimento da outra.” (Ricardo
Negrão)

Este princípio relativiza a força


obrigatória dos contratos ao autorizar
Princípio do Equilíbrio Econômico
sua revisão, notadamente nos contratos
de prestação continuada.

“Em regra os contratos geram efeitos


somente entre as partes contratantes.
Princípio da Relatividade dos Efeitos do Terceiro alheio ao negócio jurídico não é
Contrato atingido, não pode ser credor ou
devedor de obrigações nele
estipuladas.” (Ricardo Negrão)

4. Classificação dos contratos

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De acordo com FÁBIO ULHOA COELHO, os contratos podem ser


classificados:
Doutrina: “(...) a) segundo a estrutura dos contratos, que os separa em
unilaterais ou bilaterais, sinalagmáticos oudíspares, comutativos ou
aleatórios, gratuitos ou onerosos; b) de acordo com a forma, em que são
divididos em consensuais, formais ou reais; c) a partir da execução, como
instantâneos ou contínuos; d) pela tipicidade, que conduz às classes dos
típicos, atípicos ou mistos; e) em função da liberdade das partes, quando
são extremados em voluntários ou necessários; (...).” (Fábio Ulhoa
Coelho)

Vamos então sistematizar as referidas classificações:

Critério de Espécies de Contratos


Classificação

Unilaterais: apenas Onerosos: Comutativos: Sinalagmáticos: são


um dos contratantes ambas as as prestações contratos bilaterais em que
tem obrigações. partes dos há equivalência entre as
auferem contratantes obrigações dos contratantes.
Bilaterais: todos os
vantagem. são de
contratantes têm Díspares: são contratos
antemão
obrigações. Gratuitos: bilaterais em que não há
conhecidas.
apenas uma equivalência entre as
Estrutura das partes Aleatórios: a obrigações dos contratantes.
aufere prestação de
“Essa classificação não é
vantagem. uma das
usual na doutrina, que
partes não é
tradicionalmente considera o
precisamente
sinalagma presente em
conhecida.
todos os contratos
bilaterais.” (Fábio Ulhoa
Coelho)

Consensuais: “São os Formais (ou Solenes): Reais: “São reais os


contratos para cuja “São os contratos para contratos que se
constituição não se exige cuja constituição exige a constituem mediante a
nada além do encontro de lei, além do tradição da coisa móvel.
vontade dos contratantes. consentimento das partes, Não basta somente o
A generalidade dos a forma escrita. Não consenso e eventual
Forma de Constituição
contratos insere-se nessa admitem, por isso, a formalização. Enquanto
categoria.” (Fábio Ulhoa contratação oral.” (Fábio um contratante não
Coelho) Ulhoa Coelho) entrega a coisa ao outro, o
vínculo obrigacional não se
constitui.” (Fábio Ulhoa
Coelho)

Instantâneos: “Os contratos Contínuos (ou de duração): “são os


instantâneos são os que se cumprem por que se cumprem por uma sucessão de
Forma de Execução
um único ato de cada parte.” (Fábio atos de pelo menos um dos
Ulhoa Coelho) contratantes.” (Fábio Ulhoa Coelho)

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Típicos: “são contratos Atípicos: “são os Mistos: “são os contratos


sujeitos à disciplina da lei celebrados com cláusulas atípicos inspirados, total
que os regula e lhes dá definidas pelos ou parcialmente, em
denominação própria. O contratantes, conforme a contratos típicos, como
Código Civil define vinte e necessidade negocial, sem ocorre com os que regem
três contratos típicos, obediência a um as locações em shopping
havendo outros tantos em regramento legal center.” (Ricardo
leis extravagantes.” específico, inexistente Negrão)
Previsão Legal
(Ricardo Negrão) para o caso concreto. A
(Tipicidade)
permissão para esses
contratos decorre da
aplicação do princípio da
autonomia da vontade,
encontrando fundamento
legal no art. 425 do
Código Civil.” (Ricardo
Negrão)

Liberdade de Voluntários: as partes têm a alternativa Necessários: a contratação é


Contratar de contratar ou não. obrigatória.

4.1. Questões de Alta Indagação

LOCALIZAÇÃO: Teoria Geral dos Contratos Empresariais >>


4.Classificação dos contratos >> 4.1.Questões de Alta
Indagação >> 4.1.1.Magistratura >> 4.1.1.1.Princípio da
autonomia da vontade como pedra angular do campo do
Direito Empresarial

4.1.1. Magistratura

4.1.1.1. Princípio da autonomia da vontade como pedra


angular do campo do Direito Empresarial

Conforme já destacou o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, a


autonomia privada, embora modernamente tenha cedido espaço para
outros princípios (como a boa-fé e a função social do contrato),
apresenta-se, ainda, como a pedra angular do sistema de direito
privado, especialmente no plano do Direito Empresarial:
Jurisprudência: “(...) 2. O controle judicial sobre eventuais cláusulas
abusivas em contratos empresariais é mais restrito do que em outros
setores do Direito Privado, pois as negociações são entabuladas entre
profissionais da área empresarial, observando regras costumeiramente
seguidas pelos integrantes desse setor da economia. 3. Concreção do

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princípio da autonomia privada no plano do Direito Empresarial, com maior


força do que em outros setores do Direito Privado, em face da necessidade
de prevalência dos princípios da livre iniciativa, da livre concorrência e da
função social da empresa. 4. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. [Trecho do
corpo do acórdão:] A autonomia privada, embora modernamente tenha
cedido espaço para outros princípios (como a boa-fé e a função social do
contrato), apresenta-se, ainda, como a pedra angular do sistema de direito
privado, especialmente no plano do Direito Empresarial. (...) Neste sentido,
Fábio Ulhoa Coelho (O futuro do direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2011,
p. 166) chega a reconhecer a vigência, neste campo do direito, do princípio
da “plena vinculação dos contratantes ao contrato”, ou seja uma especial
força obrigatória dos efeitos do contrato (pacta sunt servanda), em grau
superior ao do Direito Civil, cujo afastamento somente poderia ocorrer em
hipóteses excepcionais. Efetivamente, no Direito Empresarial, regido por
princípios peculiares, como a livre iniciativa, a liberdade de concorrência e a
função social da empresa, a presença do princípio da autonomia privada é
mais saliente do que em outros setores do Direito Privado. O controle
judicial sobre eventuais cláusulas abusivas em contratos empresariais é mais
restrito do que em outros setores do Direito Privado, pois as negociações
são entabuladas entre profissionais da área empresarial, observando regras
costumeiramente seguidas pelos integrantes desse setor da economia.”
(STJ, REsp 1409849/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/04/2016, DJe
05/05/2016)
Jurisprudência: “(...) 3. O princípio do pacta sunt servanda, embora
temperado pela necessidade de observância da função social do contrato, da
probidade e da boa-fé, especialmente no âmbito das relações empresariais,
deve prevalecer. (...).” (STJ, REsp 1413818/DF, Rel. Ministro RICARDO
VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/10/2014,
DJe 21/10/2014)
Jurisprudência: “(...) Concreção do princípio da autonomia privada no
plano do Direito Empresarial, com maior força do que em outros setores do
Direito Privado, em face da necessidade de prevalência dos princípios da
livre iniciativa, da livre concorrência e da função social da empresa.
Reconhecimento da contrariedade aos princípios da obrigatoriedade do
contrato (art. 1056 do CC/16) e da relatividade dos efeitos dos pactos,
especialmente relevantes no plano do Direito Empresarial, com a
determinação de que o cálculo dos prêmios considere a realidade existente
na data em que deveriam ser pagos. Doutrina. (...).” (STJ, REsp
1158815/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 07/02/2012, DJe 17/02/2012)

Compra e Venda Empresarial

1. Edital

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Edital do último certame: Compra e venda.

2. Legislação de leitura essencial

Código/Diploma Dispositivos

Código Civil Art(s). 481/482.

3. Conceito

A definição de compra e venda está prevista no art. 478 do


Código Civil:
Legislação: “Art. 481 do CC. Pelo contrato de compra e venda, um dos
contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a
pagar-lhe certo preço em dinheiro.”

Nessa linha, o contrato pode ser classificado como: consensual,


bilateral e oneroso.

4. Características

De acordo com RICARDO NEGRÃO:


Doutrina: “A compra e venda é contrato consensual, bilateral e oneroso,
isto é, opera-se, em regra, a partir do simples consentimento das partes
(consensualidade) quanto ao objeto e ao preço (onerosidade), resultando
para ambas as partes direitos e obrigações (bilateralidade): o vendedor
obriga-se a transferir o domínio de certa coisa e o comprador, a pagar certo
preço em dinheiro.
O contrato pode, ainda, exigir mais do que a simples anuência
(consensualidade) e impor certa solenidade, como ocorre com a
obrigatoriedade de escritura pública na venda e compra de imóveis (CC, art.
108).
Em geral o contrato é comutativo, isto é, refere-se a coisas certas e
determinadas, podendo, entretanto, estabelecer-se como aleatório, voltado
a transferir o domínio de coisa desconhecida e incerta. O contrato aleatório
envolve riscos assumidos conscientemente pelas partes que, sujeitando-se a
fato desconhecido (álea, sorte, incerteza), ignoram, quando de sua
celebração, os contornos da coisa a ser transferida ou paga.” (Ricardo
Negrão)

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Esquematizando:

Consensual ou
Solene

Bilateral
Compra e
Venda
Oneroso

Comutativo ou
Aleatório

4.1. Questões de Alta Indagação

4.1.1. Quando o imóvel alienado servir à composição


de capital social exige-se escritura pública para sua
transferência no Cartório de Registro de Imóveis?

R: Não, se o imóvel servir à composição do capital social, a certidão


da Junta Comercial referente aos atos de constituição ou de alteração
societária é documento hábil para sua transferência, por transcrição
no registro imobiliário.
Ou seja, uma vez aceito e aprovado o seu registro pela Junta
Comercial, o contrato social ou a sua alteração será hábil para
proceder a transferência da propriedade no Cartório de Registro de
Imóveis (art. 64 da Lei nº 8.934/94 c/c o art. 1.245 do CC e art. 167,
item 32, da Lei nº 6.015/73).
Doutrina: “Quando a venda referir-se a bens imóveis a escritura pública é
essencial à validade (CC, art. 108). Entretanto, se o imóvel servir à
composição do capital social, a certidão da Junta Comercial referente aos
atos de constituição ou de alteração societária é documento hábil para sua
transferência, por transcrição no registro imobiliário (Lei n. 8.934/ 94).”
(Ricardo Negrão)

5. Elementos essenciais

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De acordo com o próprio art. 482 do Código Civil, a compra e


venda empresarial tem 3 (três) elementos formadores:
(a) a coisa;
(b) o preço e;
(c) o consentimento.

5.1. Questões de Alta Indagação

5.1.1. As condições suspensiva e resolutiva são


elemento formador do contrato de compra e venda?

R: Há divergência.

Carvalho de Mendonça, Código Civil,


Fábio Ulhoa Coelho
Ricardo Negrão e Waldirio Bulgarelli

SIM NÃO

“(...) comprador e vendedor devem Na linha do art. 482 do Código Civil, os


acertar quanto às condições do elementos formadores do contrato de
contrato, isto é, os fatos que postergam compra e venda empresarial são
a exigibilidade das obrigações (condição apenas: coisa, preço e consentimento.
suspensiva) ou as desconstituem
(resolutiva).
(...)A compra e venda forma-se assim
que comprador e vendedor concordam
relativamente a coisa, preço e
condições.” (Fábio Ulhoa Coelho)

6. Questões de Alta Indagação

6.1. O que é o contrato de fornecimento?

R: O contrato de fornecimento é uma espécie de contrato de compra


e venda mercantil que envolve uma série de aquisições:
Doutrina: “No contrato de fornecimento, comprador e vendedor
estabelecem de comum acordo uma ou mais condições para a realização de
uma série de compras e vendas. Seu objetivo é garantir o suprimento de

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insumos (para o comprador) e o mínimo de demanda de produtos (para o


vendedor).
(...) No fornecimento, uma das partes se obriga a vender e a outra a
comprar a coisa objeto de contrato, como em qualquer outra compra e
venda. A nota particular do fornecimento é a prévia definição, pelo acordo
de vontade dos contratantes, de uma ou mais condições de negócio.
(...) A função do contrato de fornecimento é estabilizar determinados
aspectos da relação negocial, poupando as partes de renegociações
periódicas sobre eles e possibilitando o cálculo empresarial relativamente ao
suprimento de insumos (para o comprador) ou garantia de demanda (para o
vendedor). Não há nenhuma condição negocial da compra e venda que se
encontre forçosamente em todo fornecimento; ao contrário, as condições
negociais estabilizadas variam de contrato para contrato porque dependem
apenas dos interesses convergentes dos contratantes. Assim, o fornecimento
pode ser celebrado por prazo determinado ou indeterminado, com ou sem
exclusividade, definindo ou não preço, procedimentos, periodicidade,
quantidade e demais condições.” (Fábio Ulhoa Coelho)

6.2. Do que se trata o contrato de compra e venda de


empresa?

R: Segundo FÁBIO ULHOA COELHO:


Doutrina: “A compra e venda de empresas tem, na verdade, por objeto
participação societária, que pode consistir em quotas de sociedades
limitadas ou ações de companhias. Para se configurar a compra e venda da
empresa, deve-se transferir a titularidade de participação societária em
percentual suficiente para que o comprador se torne o novo detentor do
poder de controle da sociedade empresária.
[Portanto,] a compra e venda de empresas tem por objeto a participação
societária (quotas de sociedade limitada ou ações de anônimas) em
percentual apto a transferir o poder de controle para o comprador.

Quando o objeto do contrato é o estabelecimento empresarial, a compra e


venda é conhecida como trespasse, negócio jurídico distinto [da compra e
venda de empresa] (...). Há um ponto em comum entre eles: tanto no
trespasse como na compra e venda de empresa, as preocupações dos
potenciais adquirentes relativamente ao passivo dos alienantes são
semelhantes, porque nas duas hipóteses aqueles podem vir a ser
responsabilizados por dívidas destes.” (Fábio Ulhoa Coelho)

6.3. Peculiaridades da venda com reserva de domínio no


Direito Falimentar e Recuperacional

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Conforme aponta RICARDO NEGRÃO, no Direito Concursal


existem algumas peculiaridades a respeito do contrato de venda e
compra com reserva de domínio:
Doutrina: “Desde o processamento do pedido de recuperação judicial ficam
suspensas as ações de cobrança ou de recuperação da coisa dada com
reserva de domínio, pelo prazo de 180 dias, contados da publicação do
despacho de deferimento (LREF, arts. 6º e 52). Nesse prazo os bens
essenciais à atividade do devedor não podem ser objeto de venda ou de
retirada do estabelecimento empresarial do comprador. Decorrido esse
prazo, o vendedor pode exercer livremente seu direito, escolhendo a via que
melhor lhe atender, sem necessidade de habilitar-se no concurso de
credores (LREF, art. 49, § 3º).
(...) Na falência, o contrato de venda e compra com reserva de domínio não
se resolve, competindo ao administrador judicial, ouvido o Comitê de
Credores, decidir pelo prosseguimento ou pela entrega do bem ao vendedor
(LREF, art. 119, IV). No silêncio do administrador, depois de notificado pelo
credor, cabe, ainda, a favor deste ação de restituição, cumulada com
indenização, com curso no juízo falimentar (LREF, arts. 85 e 117, § 2º).”
(Ricardo Negrão)

No entanto, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA possui


entendimento de que, mesmo superado o prazo de 180 (cento e
oitenta) dias (art. 6º, § 4º, da Lei nº 11.101/05), demonstrado que o
objeto do litígio envolve bens de capital essenciais à atividade
empresarial, afasta-se a exceção contida no § 3º do art. 49 da Lei
11.101/05, prevalecendo a exceção da exceção constante da parte
final do mesmo dispositivo legal.
Legislação: “Art. 49, § 3º, da Lei nº 11.101/05. Tratando-se de credor
titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de
arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel
cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou
irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário
em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se
submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de
propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação
respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que
se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do
estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade
empresarial.”

Jurisprudência: “(...) 1. Via de regra, o credor titular da posição de


proprietário fiduciário ou detentor de reserva de domínio de bens móveis ou
imóveis não se sujeita aos efeitos da recuperação judicial (Lei 11.101/2005,
art. 49, § 3º). 2. No caso dos autos, porém, o Juízo da Recuperação Judicial
informa que o objeto da busca e apreensão em trâmite no Juízo Comum ‘são
bens essenciais às atividades da Recuperanda’. 3. Nos moldes da
jurisprudência da eg. Segunda Seção desta Corte, demonstrado que o objeto
do litígio envolve bens de capital essenciais à atividade empresarial, afasta-
se a exceção contida no § 3º do art. 49 da Lei 11.101/2005, prevalecendo a

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exceção da exceção constante da parte final do mesmo dispositivo legal. 4.


Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg no RCD no CC 134.655/AL,
Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
14/10/2015, DJe 03/11/2015)”

6.4. Em que consiste o right of stoppage in transitu?


Esse direito aplica-se em caso de falência do comprador?

R: O right of stoppage in transitu trata-se de um direito previsto no


art. 495 do Código Civil:
Legislação: “Art. 495 do CC. Não obstante o prazo ajustado para o
pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o
vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução
de pagar no tempo ajustado.”

No entanto, como lembra RICARDO NEGRÃO, esse direito não


se aplica no caso de falência do comprador em razão de especial
disposição contida na Lei nº 11.101/05:
Doutrina: “Para o contrato de compra e venda empresarial, essa disposição
encontra regramento específico no diploma falimentar. Decretada a falência,
situação que corresponde no campo empresarial à expressão ‘cair em
insolvência’, prevista no art. 495 do Código Civil, o ‘vendedor não pode
obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o
comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem
fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transportes, entregues ou
remetidos pelo vendedor’ (LREF, art. 119, I).
Vale dizer que, na venda a prazo e estando a coisa em trânsito para ser
entregue, a decretação da falência do comprador permite ao vendedor
interromper a entrega, reavendo seu conteúdo. Esse direito, denominado
right of stoppage in transitu, não é absoluto: se o comprador as tiver
revendido antes da decretação de sua falência, não há como o vendedor
impedir a entrega. Nesse caso o único direito do vendedor é o de restituição,
não da própria coisa (porque já revendida pelo comprador), mas de seu
valor de avaliação (LREF, art. 86, I).” (Ricardo Negrão)

6.5. Hedging/Hedge

Segundo RICARDO NEGRÃO, tal contrato:


Doutrina: “Incide em operação de compra e venda, com vistas à cobertura
de riscos de oscilações de preços. São operações realizadas pelo investidor
na comercialização de produtos no mercado futuro (derivativos —
commodities, juros, câmbio, ações, dívidas), visando à proteção de seu

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investimento contra riscos de variações, e se resumem a contra-ações em


sentido contrário ao do investimento.” (Ricardo Negrão)

Na mesma linha, WALDIRIO BULGARELLI:


Doutrina: “Trata-se de operação que economicamente consiste numa
cobertura contra os riscos das variações e oscilações dos preços (...).”
(Waldirio Bulgarelli)

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Agência, Distribuição, Representação Comercial Autônoma,


Mandato e Comissão Mercantil

1. Edital

Edital do último certame: Mandato mercantil.

2. Legislação de leitura essencial

Código/Diploma Dispositivos

Código Civil Art(s). 653/654.

3. Introdução

Segundo FÁBIO ULHOA COELHO, os contratos de agência,


distribuição, representação comercial autônoma, mandato e comissão
mercantil fazem parte do gênero contratos de colaboração:
Doutrina: “Contratos de colaboração empresarial relacionados ao
escoamento de mercadorias são aqueles em que um dos contratantes
(empresário colaborador) se obriga a criar, consolidar ou ampliar o mercado
para o produto do outro contratante (empresário fornecedor).” (Fábio
Ulhoa Coelho)

FÁBIO ULHOA COELHO ainda divide os contratos de colaboração


em duas formas: por intermediação e por aproximação:

Contratos de Colaboração por Contratos de Colaboração por


Intermediação Aproximação

Um dos empresários contratantes (o O colaborador busca empresários


colaborador) compra, em circunstâncias interessados em adquirir as mercadorias
especiais, a mercadoria fabricada ou fabricadas ou comercializadas pelo
comercializada pelo outro (o fornecedor) fornecedor.
para revendê-la.

Mandato, comissão mercantil, agência e


Distribuição e concessão mercantil.
representação comercial autônoma.

“Na colaboração por intermediação, o “Já na colaboração por aproximação, o

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colaborador ganha o lucro gerado pela colaborador tem direito a remuneração,


atividade de comercialização dos a ser paga pelo fornecedor. Geralmente
produtos adquiridos do fornecedor. O o seu valor é proporcional ao preço das
distribuidor, por exemplo, paga pela mercadorias nas vendas por ele
mercadoria preço inferior ao que cobra viabilizadas e, por isso, denomina-se
na revenda. A diferença deve cobrir os comissão. O comprador paga o preço ao
seus custos e proporcionar-lhe lucro. O fornecedor, que (por assim dizer)
distribuído não o remunera pela repassa uma parte ao colaborador.
colaboração. Em igual situação Assim, o colaborador encaminha ao
encontram-se concedente e fornecedor a proposta de compra dos
concessionário: este último ganha ao produtos deste último e, caso esta seja
lucrar na exploração da atividade aceita e o contrato concluído, tem
econômica objeto de concessão e não direito de receber um percentual do
recebe nenhuma remuneração daquele.” valor da venda.” (Fábio Ulhoa Coelho)
(Fábio Ulhoa Coelho)

“O elemento comum a qualquer espécie de contrato de colaboração é a


subordinação da empresa do colaborador à do fornecedor.” (Fábio Ulhoa Coelho)

4. Agência e Distribuição (Agência-distribuição)

Segundo RICARDO NEGRÃO:


Doutrina: “Agência é o contrato oneroso, em que alguém assume, em
caráter profissional, não eventual, e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outrem, a realização de certos negócios,
em determinado território ou zona de mercado.
A obrigação do agente é promover a realização de negócios, isto é, o objeto
se cumpre na simples aproximação de clientes ao representando, sem a
obrigação de concluir acordos. O contrato pode prever, contudo, ampliação
desse objeto — promover e concluir acordos —, concedendo ao agenciado
poderes para também finalizá-los.” (Ricardo Negrão)

O contrato de distribuição diferencia-se do contrato de agência


pelo fato de o distribuidor ter à sua disposição a coisa a ser
negociada.

4.1. Distinções: (i) distribuição; (ii) agência; (iii)


representação comercial; (iv) comissão mercantil; (v)
mandato e; (vi) concessão mercantil

Contrato Conceito

Distribuição “Na distribuição, o agente tem a sua disposição a coisa a

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ser negociada, mas a oferta à clientela é realizada à conta


do proponente.” (Ricardo Negrão)
“O Código Civil definiu ‘distribuição’ como sendo a
modalidade do contrato de agência em que o agente tem
a posse das mercadorias para cujo escoamento colabora
(art. 710). Pareceu relevante ao legislador distinguir a
hipótese em que o proponente deposita em mãos do
colaborador os produtos que pretende ver negociados por
meio da atividade de aproximação deste. Haveria, neste
caso, um grau maior de confiança entre os contratantes a
justificar a designação específica.” (Fábio Ulhoa Coelho)
“[N]a distribuição, conforme se extraiu do próprio art.
710, os produtos são adquiridos pelo distribuidor, que os
revende para uma rede de clientes situados em uma zona
demarcada.” (Arnaldo Rizzardo)
Previsão legal: arts. 710/721 do CC.

“No contrato de agência, a aproximação se faz sem que o


agente disponha da coisa à sua disposição para ser
negociada. Por exemplo: agente que oferece mercadorias
Agência por catálogos fornecidos pelo fabricante, sem dispor dos
produtos.” (Ricardo Negrão)
Previsão legal: arts. 710/721 do CC.

“Se a agência é de cunho empresarial, temos a figura do


representante comercial autônomo que se define como
pessoa física ou jurídica ‘que desempenha, em caráter
não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a
Representação mediação para a realização de negócios mercantis,
Comercial agenciando propostas ou pedidos para transmiti-los aos
representados, praticando ou não atos relacionados com a
execução dos negócios’ (Lei n. 4.886/65, art. 1º).”
(Ricardo Negrão)
Previsão legal: Lei nº 4.886/65.

“Na comissão mercantil, o comissário adquire ou vende


bens em seu próprio nome, à conta do comitente (CC, art.
693). O comissário não atua em nome do comitente, mas
por conta do comitente e, assim, somente ele, comissário,
é que se obriga perante a pessoa com quem contrata (CC,
art. 694), não respondendo, contudo, por sua solvência
Comissão Mercantil perante o comitente (CC, art. 697), salvo se agir com
culpa ou o contrato estipular cláusula del credere (CC, art.
698).” (Ricardo Negrão)
É um contrato muito parecido com o mandato, “(...) a
ponto de o legislador eleger o regime aplicável ao
mandato como subsidiário ao da comissão (CC, art.
709).” (Fábio Ulhoa Coelho)

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“Conceitua-se a comissão mercantil como um contrato em


que uma pessoa adquire ou vende bens, em seu próprio
nome e responsabilidade, mas por ordem e conta de
outrem, em troca de uma remuneração, brigando-se para
com terceiros com quem contrata.” (Arnaldo Rizzardo)
Previsão legal: arts. 693/709 do CC.

“No contrato de mandato, o mandatário recebe poderes


de outrem, para, em seu nome, praticar atos ou
administrar seus interesses (CC, art. 653). A distinção
entre mandato e agência é facilmente percebida: na
agência o contrato envolve relacionamento duradouro,
Mandato sem a necessidade de poderes inerentes ao mandato,
visando à aproximação indeterminada de clientes ao
representado. No contrato de mandato, há determinação
de certos atos no instrumento de procuração, a serem
praticados pelo mandatário.” (Ricardo Negrão)
Previsão legal: arts. 653/691 do CC.

“A concessão mercantil (ou comercial) é o contrato de


colaboração empresarial por intermediação em que um
empresário (concessionário) se obriga a comercializar os
produtos fabricados por outro (concedente). Nota-se
prontamente, por esse conceito, que a concessão é
contrato muito próximo ao de distribuição (...). A
diferença, como já referida, encontra-se no maior grau de
ingerência, notável no contrato de concessão, do
fornecedor (no caso, o concedente) na organização da
empresa do colaborador (o concessionário), quando
comparado com o peculiar à distribuição (...). Essa maior
interferência faz-se necessária se for do interesse do
empresário fornecedor acompanhar e controlar mais
intensamente as relações que o colaborador mantém com
Concessão Mercantil
os consumidores dos produtos escoados. Se, por
exemplo, esse último assume a obrigação contratual de
prestar assistência técnica aos consumidores das
mercadorias fabricadas pelo fornecedor, será mais
interessante o contrato de concessão do que o de
distribuição. Essa diferença, contudo, não é significativa
em muitos casos, e, salvo na hipótese de comercialização
de veículos automotores terrestres (em que a concessão é
contrato típico e obrigatório), o nome que as partes
atribuem ao instrumento, a rigor, não interessa. É
relevante, basicamente, o conteúdo das cláusulas
pactuadas para definir-se o conjunto de obrigações que
fornecedor e colaborador devem prestar um ao outro.”
(Fábio Ulhoa Coelho)

4.2. Classificação

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- Agência, (Promotor
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De acordo com RICARDO NEGRÃO:


Doutrina: “A natureza contratual do contrato de agência (aqui no seu
sentido genérico, que abrange as três subcategorias — agência, distribuição
e representação empresarial autônoma) — emerge de seu conceito: (a)
onerosidade porque a intermediação do agente se faz mediante retribuição
pecuniária; (b) intransferibilidade (‘ alguém assume’), em razão de se exigir
exercício pelo agente ou distribuidor; (c) bilateralidade que decorre do fato
de ambos os contratantes assumirem obrigações.
Trata-se, assim, de contrato oneroso, intransferível e bilateral.
Além dessas características gerais, há, ainda, outras três bem específicas:
(a) a aproximação inter alios, porque o agente age no interesse de outrem;
(b) a autonomia, em razão de atuar sem subordinação ou vínculo de
dependência com o agenciado. Leia-se independência quanto à subordinação
de caráter funcional, mas não quanto ao aspecto jurídico, uma vez que o
agente age por conta do proponente, submetendo-se, neste ponto, às
instruções recebidas deste (CC, art. 712); (c) a estabilidade contratual, ou
intuito duradouro, que decorre da expressão ‘não eventual’ (CC, art. 710),
indicando haver, entre os contratantes, uma relação que se estende a certo
período, não se caracterizando por uma operação negocial isolada.”
(Ricardo Negrão)

4.3. O agente pode ser uma pessoa jurídica?

R: Há divergência:

Ricardo Negrão e Carlos Alberto Rubens Requião


Hauer

SIM NÃO

Não há vedação legal, e o art. 719 do Do art. 719 do Código Civil extrai-se
Código Civil só tem pertinência quando que somente pessoas físicas podem
o agente for pessoa natural, “mas daí desempenhar a função de agente.
concluir que somente as pessoas
naturais podem ser a parte ativa deste
contrato é uma demasia” (Carlos
Alberto Haurer).

4.4. O agente ou distribuidor são empresários?

R: Nem sempre:

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Doutrina: “O agente, entretanto, em todas as modalidades contratuais,


pode ou não exercer essa atividade econômica de forma organizada porque
nada há que o impeça de prestar o serviço ‘pessoalmente, sem contratação
de mão de obra, investimento de capital significativo, desenvolvimento ou
aquisição de tecnologias com alguma sofisticação (Coelho, 2006:121)’.”
(Ricardo Negrão)

4.5. Elementos essenciais

Segundo RICARDO NEGRÃO, são elementos essenciais ao


contrato de agência e de distribuição:
(a) Definição do objeto contratual;
(b) Profissionalidade do agente;
(c) Determinação de uma zona de atividade;
(d) Retribuição pelos serviços prestados.

5. Representação comercial autônoma (Agência-


representação)

Se o contrato de agência versar sobre negócios jurídicos


empresariais voltados ao agenciamento de propostas, está-se diante
da representação empresarial autônoma.
Doutrina: “Representante empresarial autônomo é, portanto, o agente
contratado para promover a realização de certos negócios empresariais,
agenciando pedidos ou propostas para transmiti-los ao proponente.”
(Ricardo Negrão)

Na mesma linha, esclarece FRAN MARTINS:


Doutrina: “Entende-se por contrato de representação comercial aquele em
que uma parte se obriga, mediante remuneração, a realizar negócios, em
caráter não eventual e sem vínculos de dependência, em favor de outra e
em zona determinada. A parte que se obriga a agenciar propostas ou
pedidos em favor da outra tem o nome de representante comercial ou
agente; aquela em favor de quem os negócios são agenciados é o
representado ou agenciado. O contrato de representação comercial é
também chamado contrato de agência, donde representante e agente
comercial terem o mesmo significado. O agente não tem a coisa a ser
vendida em seu poder, apenas faz a intermediação para que o agenciado
entregue posteriormente a mercadoria ao cliente.” (Fran Martins)

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5.1. O contrato de representação comercial é


modalidade distinta do contrato de agência-distribuição?

R: Não, trata-se de espécie do gênero agência-distribuição, segundo


RICARDO NEGRÃO, ALFREDO DE ASSIS GONÇALVES NETO,
ORLANDO GOMES e FRAN MARTINS.

5.2. O representante comercial autônomo pode ser uma


pessoa jurídica?

R: Sim, em razão de autorização legal prevista no art. 1º, caput, da


Lei nº 4.886/65:
Legislação: “Art. 1º da Lei nº 4.886/95. Exerce a representação
comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de
emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou
mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis,
agenciando propostas ou pedidos, para, transmití-los aos representados,
praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.”

5.3. O representante comercial autônomo é empresário?

R: Sim, como aponta FÁBIO ULHOA COELHO a partir dos


ensinamentos de RUBENS REQUIÃO, ORLANDO GOMES e FRAN
MARTINS:
Doutrina: “A representação comercial autônoma é contrato
interempresarial, isto é, constituinte de vínculos obrigacionais entre
empresários. O representante comercial, por mais exígua que a sua empresa
seja, é empresário (Requião, 1983:25/35; 1986:298; Gomes, 1959:410;
Martins, 1961:339/340).” (Fábio Ulhoa Coelho)

6. Mandato

No contrato de mandato, o mandatário, a partir de uma


procuração, recebe poderes de outrem para, em seu nome, praticar
atos ou administrar seus interesses:

Mandato Procuração

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“Instrumento do ato jurídico praticado


pelo representado ao conceder poderes
Trata-se da relação contratual.
a seu representante.” (Ricardo
Negrão)

Portanto, segundo RICARDO NEGRÃO:


Doutrina: “Verificamos, assim, tecnicamente, o mecanismo do contrato de
mandato: (1) alguém outorga poderes, (2) instrumentalizando-os em uma
procuração, (3) dando origem a um contrato entre elas denominado
mandato com representação.” (Ricardo Negrão)

7. Comissão Mercantil

Na comissão mercantil, uma das partes (comissário) se obriga a


praticar atos por conta da outra (comitente), mas em nome próprio.

Comissão Mercantil Mandato

O colaborador age em nome do


O colaborador age em nome próprio. fornecedor, representando-o na compra
e venda.

“Desse modo, se o escoamento das mercadorias se faz por meio de mandatário,


quem adquire os produtos realiza negócio com o fornecedor; se, por outro lado, é
feito por meio de comissário, o adquirente contrata com este, com o colaborador,
e, na maioria das vezes, nem sequer conhece o fornecedor.
Essa distinção é de grande importância, relativamente ao sujeito de direito contra
o qual poderá o comprador reclamar o cumprimento das obrigações de vendedor.
Na hipótese de contratar a compra e venda com o fornecedor, representado no ato
pelo mandatário, o comprador tem direitos contra o primeiro [fornecedor]. O
colaborador, nesse caso, foi mero portador da vontade do fornecedor. Pelo
contrário, se contratar a compra e venda com o comissário, será o comprador
titular de direitos em face deste empresário colaborador [comissário], e não
perante o comitente fornecedor.” (Fábio Ulhoa Coelho)

7.1. O que é cláusula del credere?

R: A comissão pode ser celebrada com a cláusula del credere,


hipótese em que o risco de descumprimento das obrigações do
comprador transfere-se do comitente para o comissário.
Doutrina: “Na comissão del credere, o comissário é obrigado a indenizar o
comitente, na hipótese de inadimplência ou insolvência do terceiro com

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quem contratou (CC, art. 698). Por essa razão, costuma ser mais elevada a
comissão cobrada pelo comissário nessa modalidade de contrato, na medida
em que embute também a garantia contra parte dos riscos do negócio
(Farina, 1983:404). (...) É claro que, mesmo na comissão del credere, os
riscos não relacionados ao cumprimento da obrigação pelo comprador ainda
permanecem sob a conta do comitente. Se a mercadoria apresentar vícios e,
por esse motivo, o comprador rescindir a compra e venda ou exigir redução
proporcional do preço, arcará o comitente com os encargos correspondentes,
inclusive o pagamento integral da comissão convencionada com seu
colaborador.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Alienação Fiduciária em Garantia

1. Edital

Edital do último certame: Alienação fiduciária em garantia.

2. Legislação de leitura essencial

Código/Diploma Dispositivos

Decreto-Lei nº 911/69 Art(s). 1º/7º-A

Lei nº 9.514/97 Art(s). 17/26, 27/33

Código Civil Art(s). 1.361/1.368

3. Introdução

Segundo FÁBIO ULHOA COELHO:


Doutrina: “Por alienação fiduciária entende-se aquele negócio em que uma
das partes (fiduciante), proprietária de um bem, aliena-o em confiança para
a outra (fiduciário), que, por sua vez, se obriga a devolver-lhe a propriedade
do mesmo bem nas hipóteses previstas em contrato.” (Fábio Ulhoa
Coelho)

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FIDUCIANTE
ALIENAÇÃO
aliena/transfere um
FIDUCIÁRIA
bem em

Que se obriga a
Em favor do devolver a propriedade
FIDUCIÁRIO do bem nas hipóteses
previstas no contrato.

A alienação fiduciária tem natureza instrumental, pois ela é


sempre um negócio-meio, vocacionado a criar condição para a
realização do negócio-fim pretendido pelas partes:
Doutrina: “A função econômica do contrato [de alienação fiduciária],
portanto, pode estar relacionada à viabilização [i] da administração do bem
alienado, [ii] da subsequente transferência de domínio a terceiros ou, em
sua modalidade mais usual, [iii] à garantia do pagamento de dívida do
fiduciante em favor do fiduciário.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Nesse contexto, a alienação fiduciária em garantia, espécie do


gênero alienação fiduciária, cuida-se dessa última hipótese (“garantia
do pagamento de dívida do fiduciante em favor do fiduciário”), sendo:
Jurisprudência: “(...) instrumento que serve de título para a constituição
da propriedade fiduciária, a qual consubstancia a garantia real da obrigação
assumida pelo alienante (devedor fiduciante) em prol do adquirente (credor
fiduciário), que se converte automaticamente em proprietário e possuidor
indireto da coisa até a extinção do pacto principal pelo pagamento total do
débito. (...).” (STJ, REsp 1302734/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 03/03/2015, DJe
16/03/2015)

Exemplificando, RICARDO NEGRÃO registra que:


Doutrina: “Em regra, o credor — também chamado financiador [fiduciário]
— empresta determinada importância ao devedor — denominado financiado
[fiduciante] — que, por sua vez, com o dinheiro obtido dessa operação,
adquire um bem (pode também tê-lo adquirido anteriormente) e, ato
contínuo, o transfere, em garantia da primeira operação, a seu financiador
[= alienação fiduciária em garantia].” (Ricardo Negrão)

E, quando do integral pagamento da importância emprestada,


deve o credor-fiduciário devolver o bem. Por isso diz-se também que

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há uma propriedade resolúvel quanto ao bem transferido em


garantia:
Doutrina: “A expressão ‘propriedade resolúvel’ justifica-se porque fica
desconstituída logo que desaparecer a obrigação que garantia, tornando
para aquele que a transferiu.
(...) Por isso, embora o fiduciário passe a ser dono dos bens alienados pelo
fiduciante, a propriedade não é plena, mas restrita e resolúvel, constando
prevista a causa de extinção. Há uma condição resolutiva, que se opera no
momento em que perde a função, quando da integralização total do
pagamento, regressando, então, o domínio ao primitivo titular.
Isto em virtude da função da aquisição: o fiduciário adquire a propriedade
tão somente para garantir seu crédito. O negócio é translativo de direito
real, mas vinculado a uma obrigação, em que a eficácia fica subordinada ao
adimplemento do encargo assumido pelo fiduciante.
Daí se afirmar que o fiduciário é proprietário sob condição resolutiva.
Assume ele o dever de restituir o bem uma vez paga a dívida. O pagamento
atua como condição resolutiva, pondo termo à propriedade resolutiva.”
(Arnaldo Rizzardo)

Por fim, importante destacar que a alienação fiduciária em


garantia possui diversas regulamentações legais:

Diploma Âmbito de aplicação

Aplicada quando a alienação fiduciária


em garantia é celebrada no âmbito do
Lei nº 4.728/65 mercado financeiro ou de capitais ou em
garantia de créditos fiscais ou
previdenciários.

Decreto-Lei nº 911/69 Norma processual.

Aplicada quando a coisa alienada é bem


Lei nº 9.514/97
imóvel.

Aplicada quando a coisa alienada é bem


Código Civil
móvel.

Método Tosco de Memorização (MTM)

Quando pensar em alienação fiduciária, lembre-se do ALF. E lembre-


se também de sua natureza instrumental (“guitarra” =
instrumento).

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ALienação Fiduciária

FIDUCIANTE
aliena/transfere um
bem em

Que se obriga a
Em favor do
devolver a propriedade
FIDUCIÁRIO
do bem

Dúvidas quantos aos termos “FIDUCIANTE” e “FIDUCIÁRIO”?


Lembre-se que o fiduCIÁRIO, na alienação fiduciária em garantia, é
o banCÁRIO. E o fiduciANTE é o alienANTE do bem ao fiduciário.

3.1. O que se entende por cessão fiduciária?

R: Nas palavras de FÁBIO ULHOA COELHO, trata-se da alienação


fiduciária em garantia que tem como objeto direitos creditórios ou
títulos de crédito:
Doutrina: “Enfim, quando tem por objeto direitos creditórios ou títulos de
crédito, o contrato é denominado na lei de cessão fiduciária (Lei n.
9.514/97, art. 17, II, e art. 66-B, § 4º, da Lei n. 4.728/65).” (Fábio Ulhoa
Coelho)

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4. Posse direta e Posse indireta

Na alienação fiduciária em garantia, a posse do bem dado em


garantia divide-se em direta e indireta, como aponta ARNALDO
RIZZARDO:
Doutrina: “Na hipótese em exame, o devedor exerce a posse direta e o
credor a indireta, por ser concedido ao primeiro o direito de uso.
Em síntese, o credor fiduciário, isto é, as empresas de crédito, financiamento
e investimento, considera-se possuidor indireto do bem alienado
fiduciariamente. O devedor (...) mantém a posse em nome de terceiro, não
como simples detentor.” (Arnaldo Rizzardo)

5. Transferência do bem dado em garantia

Quanto à forma de transferência/alienação do bem dado em


garantia, destaca ARNALDO RIZZARDO:
Doutrina: “Efetiva-se a transferência ou transmissão de domínio pela
transcrição, quanto aos imóveis; e pela tradição, relativamente aos móveis.
A tradição é real ou simbólica. Opera-se a primeira pela entrega efetiva da
coisa alienada ao adquirente. A última consiste não na entrega e apreensão
material do bem, mas em sinais representativos desses atos, que sintetizam
a entrega. Esta é a situação da alienação fiduciária, porquanto é da essência
do negócio fiduciário a retenção do bem pelo transmitente. Não se opera
efetivamente a tradição, ou não se faz a entrega da coisa a quem a
adquiriu.” (Arnaldo Rizzardo)

6. Inadimplemento

O desfecho do inadimplemento do fiduciante depende da


natureza jurídica do objeto da alienação fiduciária em garantia.

Bem Móvel Bem Imóvel

A mora ou o inadimplemento do “Quando a alienação fiduciária em


fiduciante acarreta a pronta garantia tem por objeto bem imóvel,
exigibilidade das prestações vincendas e não é o caso de busca e apreensão ou
possibilita ao fiduciário requerer em depósito. Os direitos do credor fiduciário
juízo a busca e apreensão do bem tornam-se efetivos por meio da
objeto do contrato. consolidação, em seu nome, da
propriedade. Essa consolidação decorre
da falta de emenda da mora, perante o

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Registro de Imóveis, pelo devedor


regularmente intimado (Lei n. 9.514/97,
art. 26).” (Fábio Ulhoa Coelho)

Não havendo integral pagamento de


todo o valor devido pelo fiduciante em 5
dias após a execução da ordem judicial
liminar de busca e apreensão, a
propriedade sobre o bem objeto de
contrato consolida-se no patrimônio do
credor fiduciário com vistas a tornar
efetiva a sua garantia. Para reverter a
consolidação da propriedade no
patrimônio do credor não basta a
purgação da mora, exigindo a lei que o
devedor pague a totalidade do valor
financiado ainda em aberto.

“Faculta então a lei a venda da coisa


independentemente de leilão, avaliação
prévia ou interpelação do devedor.
Justifica-se a prerrogativa em virtude de
titularizar o credor o domínio resolúvel
da coisa alienada em garantia, ou seja,
o bem alienado fiduciariamente integra
desde sempre o patrimônio do credor.”
(Fábio Ulhoa Coelho)

Se o bem alienado fiduciariamente não


for encontrado ou não se achar na
posse do devedor, fica facultado ao
credor requerer, nos mesmos autos, a
conversão do pedido de busca e
apreensão em ação executiva.

7. Questões de Alta Indagação

7.1. O objeto da alienação fiduciária em garantia são


apenas bens móveis?

R: Não, como bem aponta ARNALDO RIZZARDO:


Doutrina: “Acentuava Antônio Chaves que o objeto da alienação fiduciária
em garantia será sempre de um bem móvel, em razão do art. 66 da Lei nº
4.728. Esta Lei ‘regula apenas o mercado de capitais. Não contém uma
disciplina geral da alienação fiduciária. Todavia, o negócio fiduciário, como
figura geral, tem um campo de aplicação muito mais amplo, abrangendo a

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alienação de bens móveis, de direitos reais, de direitos sobre coisas


imateriais e a assunção de obrigações abstratas. Cumpre, no entanto, em se
tratando de objetos que se fabricam em série – automóveis, máquinas de
escrever, de costura etc. –, que contenham elementos individualizadores,
mesmo porque ao fiduciário, mediante certas restrições, é garantida a
possibilidade de aliená-los’.
O Código Civil igualmente disciplinou apenas a propriedade fiduciária de
coisas móveis, segundo está no art. 1.361, o que não afasta a extensão em
outras espécies de bens, especialmente de imóveis, e direitos creditórios.
Exemplo de alienação fiduciária envolvendo imóveis está na Lei nº 9.514, de
20.11.1997, a qual trata do Sistema Financeiro Imobiliário, cujo art. 17, inc.
IV, expressamente contempla essa garantia. Já o art. 22 conceitua a
transferência via alienação fiduciária: ‘A alienação fiduciária regulada por
esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o
escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da
propriedade resolúvel de coisa imóvel’. Opera-se a transferência da
propriedade ao credor, a qual retorna ao financiado depois de adimplida a
obrigação. Em suma, aplica-se o regime da Lei nº 4.728, de 14.07.1965,
com as modificações do Decreto-lei nº 911, de 1º.10.1969, com algumas
variantes no tocante ao procedimento, como o prazo de quinze dias para o
adimplemento, contado da notificação, e a possibilidade da execução
extrajudicial, dentro das normas dos arts. 26 e 27.” (Arnaldo Rizzardo)

7.2. A alienação fiduciária em garantia é negócio


jurídico exclusivo de instituições financeiras?

R: Há divergência:

Fábio Ulhoa Coelho e Nestor José PAULO SERGIO RESTIFFE


Foster

NÃO SIM

“Tenho por melhor entendimento sobre É indispensável a qualidade de


o assunto, contudo, que o contrato não instituição financeira para contratar, em
é exclusivo de banco, podendo qualquer garantia de mútuo, a alienação
credor garantir-se por esse fiduciária de bem do mutuário.
instrumento.” (Fábio Ulhoa Coelho)
“Pela alienação fiduciária em garantia o
devedor, denominado alienante,
transfere ao credor, chamado
adquirente, ou, em termos genéricos,
‘fiduciante’ e ‘fiduciário’, a propriedade
de bem móvel, na forma de nossa
legislação, em garantia de obrigações,
que podem ser da natureza mais
diversa, tais como contratos de

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empréstimo em conta-corrente
celebrado com instituição financeira,
contrato de mútuo, contrato de câmbio,
contrato de compra e venda de
automóvel, ou de quaisquer outros bens
móveis, e uma infinidade de outros.”
(Nestor José Foster)

7.3. A comprovação da mora do fiduciante exige


protesto ou notificação pessoal?

R: Não.
Jurisprudência: “(...) 2. Nos termos da orientação jurisprudencial firmada
por este Superior Tribunal de Justiça, em caso de alienação fiduciária, a
mora pode ser comprovada por meio de notificação extrajudicial realizada
por intermédio do cartório de títulos e documentos a ser entregue no
domicílio do devedor, sendo dispensada a notificação pessoal ou protesto do
título. Precedentes. (...).” (STJ, AgInt nos EDcl no AREsp 792.444/MS,
Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
03/05/2018, DJe 11/05/2018)

7.4. É possível a constituição de alienação fiduciária de


bem imóvel para garantia de operação de crédito não
relacionadas com o Sistema Financeiro Imobiliário?

R: Sim, conforme entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA:
Jurisprudência: “(...) 1. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível a
constituição de alienação fiduciária de bem imóvel para garantia de operação
de crédito não relacionadas com o Sistema Financeiro Imobiliário, ou seja,
desprovida da finalidade de aquisição, construção ou reforma do imóvel
oferecido em garantia. 2. A lei não exige que o contrato de alienação
fiduciária de imóvel se vincule ao financiamento do próprio bem, de modo
que é legítima a sua formalização como garantia de toda e qualquer
obrigação pecuniária. (...).” (STJ, AgInt no REsp 1630139/MT, Rel.
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 04/05/2017, DJe 18/05/2017)

Em breve síntese, da sistemática prevista na Lei nº 9.514⁄97,


que dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e
institui a alienação fiduciária em garantia de coisa imóvel, extrai-se a
dinâmica da operação: o devedor (fiduciante) aliena o imóvel ao
credor (fiduciário) a título de garantia, ficando a propriedade do

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imóvel adquirida em caráter resolúvel, vinculada ao pagamento da


dívida.
Nesse contexto, a princípio, concluiu-se que o instituto da
alienação fiduciária em garantia de bens imóveis somente poderia ser
utilizado em crédito destinado à aquisição, edificações ou reformas do
imóvel oferecido em garantia. Isso porque, inicialmente, entendeu-se
que a finalidade da Lei nº 9.514⁄97 é proteger o sistema imobiliário e
o de habitação como um todo, de modo que a constituição de
garantia fiduciária sobre bem imóvel deveria estar em sintonia com o
objetivo da lei, que é o incentivo ao financiamento imobiliário.
Contudo, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA destacou que lei
não exige que o contrato de alienação fiduciária em garantia de
imóvel se vincule ao financiamento do próprio imóvel. Ao contrário, é
legítima a sua formalização como garantia de toda e qualquer
obrigação pecuniária, podendo inclusive ser prestada por terceiros.
Jurisprudência: “[Trecho do corpo do acórdão:] Muito embora a alienação
fiduciária de imóveis tenha sido introduzida em nosso ordenamento jurídico
pela Lei nº 9.514⁄1997, que dispõe sobre o Sistema Financiamento
Imobiliário, seu alcance ultrapassa os limites das transações relacionadas à
aquisição de imóvel. Resta indubitável, portanto, que a finalidade do
instituto é o de fomentar o sistema de garantias do direito brasileiro,
dotando o ordenamento jurídico de instrumento que permite sejam as
situações de mora, tanto nos financiamentos imobiliários, como nas
operações de créditos com garantia imobiliária, recompostas em prazos
compatíveis com as necessidades da economia moderna.” (STJ, REsp
1542275/MS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe 02/12/2015)

Contrato de Câmbio

1. Edital

Edital do último certame: Contrato de câmbio.

2. Conceito

De acordo com FÁBIO ULHOA COELHO:


Doutrina: “Contrato de câmbio é a compra e venda de moeda estrangeira.
O preço se paga na moeda nacional, e a coisa adquirida é a moeda

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estrangeira. Na maior parte das vezes, o câmbio é celebrado para


pagamento contra a entrega. O vendedor dá a moeda estrangeira, e o
comprador, no mesmo ato, entrega-lhe o equivalente em moeda nacional,
de acordo com a cotação praticada naquele momento pelo primeiro.” (Fábio
Ulhoa Coelho)

3. Contrato de Câmbio X Adiantamento de Contrato de Câmbio


(ACC)

Não se pode confundir o contrato de câmbio com o contrato de


adiantamento de contrato de câmbio (ACC).

Contrato de Câmbio Adiantamento de Contrato de


Câmbio (ACC)

Contrato de “(...) câmbio vem a ser a “O adiantamento sobre contrato de


troca de moeda estrangeira pela câmbio constitui antecipação parcial ou
nacional.” (Nelson Abrão) total por conta do preço em moeda
nacional da moeda estrangeira
comprada para entrega futura, podendo
ser concedido a qualquer tempo, a
critério das partes.” (Circular nº
3.691/13 do BACEN)
“A operação de adiantamento sobre
contrato de câmbio (ACC) possibilita ao
exportador a obtenção, junto ao banco,
de recursos necessários à aquisição de
matérias-primas e à produção de bens e
serviços para exportação; ou seja,
trata-se de financiamento concedido no
período anterior ao embarque da
mercadoria para exportação. A
liquidação da operação ocorre no
momento do pagamento pelo
importador no exterior.” (Gilberto
Gornati e Ivo Waisberg)

4. Questões de Alta Indagação

4.1. O crédito do ACC submete-se aos efeitos da


recuperação judicial e da falência?

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R: Não, conforme entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA, de modo que o crédito oriundo desse contrato deve ser
restituído ao credor:
Jurisprudência: “(...) A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de
que o crédito resultante de adiantamento de contrato de câmbio não se
submete aos efeitos da recuperação judicial, nos termos do art. 49, § 4º, da
Lei n. 11.101/2005. (...).” (STJ, AgRg no REsp 1444410/PR, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
27/10/2015, DJe 13/11/2015)
Jurisprudência: “(...) O art. 49, § 4º, da Lei nº 11.101/05, estabelece que
o crédito advindo de adiantamento de contrato de câmbio não está sujeito
aos efeitos da recuperação judicial, ou seja, tem preferência sobre os
demais, não sendo novado, nem sofrendo rateio. Para obter sua devolução,
cabe, todavia, ao credor efetuar o pedido de restituição, conforme previsto
no art. 86, II, da mesma norma, ao qual faz referência o mencionado art.
49. 2. (...).” (STJ, AgRg no Ag 1197871/SP, Rel. Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 11/12/2012, DJe
19/12/2012)
Jurisprudência: “(...) Constitui entendimento pacificado na Segunda Seção
do Superior Tribunal de Justiça que o adiantamento de contrato de câmbio,
por representar patrimônio do credor em poder da falida, e não bem da
Massa, não pode ser preterido em favor de créditos trabalhistas, cabendo
ser restituído ao banco titular, antes do pagamento daqueles. (...).” (STJ,
AgRg no REsp 1047458/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 03/09/2012)
Jurisprudência: “A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na
falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito.” (Súmula nº
307/STJ)

Leasing (Arrendamento Mercantil)

1. Edital

Edital do último certame: Arrendamento mercantil. Leasing.

2. Legislação de leitura essencial

Código/Diploma Dispositivos

Lei nº 6.099/74 Art(s). 1º.

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3. Introdução

Como bem aponta ARNALDO RIZZARDO:


Doutrina: “Embora a sistematização brasileira do instituto tenha
consagrado a denominação ‘arrendamento mercantil’, seu nome histórico e
natural é leasing, que acompanha, paralelamente, as diversas expressões
usadas nos países onde foi o mesmo adotado.” (Arnaldo Rizzardo)

E, como ensina FÁBIO ULHOA COELHO e FRAN MARTINS:


Doutrina: “O arrendamento mercantil é a locação caracterizada pela
faculdade conferida ao locatário (arrendatário) de, ao término do prazo
locatício, optar pela compra do bem locado. Em termos esquemáticos, o
leasing é a sucessão de dois contratos, o de locação e o de compra e venda,
sendo o último opcional.” (Fábio Ulhoa Coelho)
Doutrina: “Entende-se por arrendamento mercantil ou leasing o contrato
segundo o qual uma pessoa jurídica arrenda a uma pessoa física ou jurídica,
por tempo determinado, um bem comprado pela primeira de acordo com as
indicações da segunda, cabendo ao arrendatário a opção de adquirir o bem
arrendado findo o contrato, mediante um preço residual previamente
fixado.” (Fran Martins)

Por fim, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA já ressaltou a


natureza mista do contrato de arrendamento mercantil, que congrega
locação com compra e venda:
Jurisprudência: “(...) Tratando-se o arrendamento mercantil de contrato
peculiar, de natureza mista, em que se mesclam a locação com a compra e
venda do bem financiado, pertence à arrendatária, que detém a posse direta
do bem, a legitimidade passiva para a ação movida pela vítima que foi
agredida no trânsito. Precedentes.” (STJ, AgInt no REsp 1332589/SP,
Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
24/04/2018, DJe 02/05/2018)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Lembre-se que Leasing e ARrendamento mercantil são a mesma


coisa. Logo, LAR. Não confunda com o ALF.

3.1. Existe regulamentação legal do arrendamento


mercantil (leasing)?

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R: Não existe regulamentar legal como aponta FÁBIO ULHOA


COELHO.
Doutrina: “Na disciplina das relações de direito privado, isto é, no tocante
às obrigações que as partes assumem uma perante a outra, inexiste
tipificação legal do negócio. Assim, rege-se o arrendamento mercantil, nesse
âmbito, exclusivamente pelas cláusulas pactuadas entre os contratantes.”
(Fábio Ulhoa Coelho)

No entanto, há regulamentação infralegal como lembra FRAN


MARTINS:
Doutrina: “Tendo em vista a autorização contida na Lei nº 6.099, de
12.09.1974 (arts. 2º, § 1º, 6º, 7º, 8º, 9º, § 2º; 10, 16 e 23), o Banco
Central, através da Resolução nº 2.309, de 28.08.1996, e posteriores
alterações, consolida normas relativas às operações de arrendamento
mercantil, definindo a competência e regulando a atuação das sociedades
autorizadas à prática dessas operações.” (Fran Martins)

4. Procedimento

Segundo FRAN MARTINS:


Doutrina: “Verificam-se, assim, no contrato de arrendamento mercantil ou
leasing as seguintes ocorrências: a) o arrendatário indica à arrendadora um
bem que deverá ser por essa adquirido; b) uma vez adquirido o bem, sua
proprietária arrenda-o à pessoa que pediu a aquisição; c) findo o prazo do
arrendamento, o arrendatário tem a opção de adquirir o bem por um preço
menor do que o de sua aquisição primitiva. Caso não deseje comprar o bem,
o arrendatário poderá devolvê-lo ao arrendador ou prorrogar o contrato,
mediante o pagamento de alugueres muito menores do que o do primeiro
arrendamento.” (Fran Martins)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Dúvida sobre quem é o arrendatário? Lembre-se que o


arrendaTÁRIO nada mais é do que um locatÁRIO que em opção de
adquirir o bem ao final do contrato. Ainda está na dúvida? Bom, o
arrendatário é otário que paga para usar o bem que, ao final, pode
sequer adquirir.

4.1. A arrendadora pode ser pessoa física?

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R: Não, pois o art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 6.099/74, esclarece


que a arrendadora deve ser uma pessoa jurídica.
Legislação: “Art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 6.099/74. Considera-
se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico
realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física
ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o
arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações
da arrendatária e para uso próprio desta.”

5. Posse direta e Posse indireta

Assim como na alienação fiduciária, no leasing (arrendamento


mercantil), há uma divisão da posse. O arrendatário fica com a posse
direta, ao passo que o arrendante (pessoa jurídica arrendadora), com
a posse indireta.

6. Modalidades

O leasing (arrendamento mercantil) possui 3 (três)


modalidades: (a) Leasing Financeiro (Leasing Puro); (b) Leasing
Operacional (Renting); (c) Leasing Back (Leasing de Retorno).

Modalidade Cenário

“O leasing financeiro é aquele em que uma empresa se dedica habitual e


profissionalmente a adquirir bens produzidos por outros para arrendá-los, mediante
uma retribuição estabelecida, a uma empresa que deles necessite. Várias são as
características dessa operação.
Em primeiro lugar, a empresa arrendadora não é a produtora ou proprietária primitiva
do bem que vai ser arrendado. Esse bem é escolhido e indicado pela arrendatária,
que entra em contato com o vendedor, podendo até discutir o preço. Assim
acontecendo, é feita a indicação do bem à empresa de leasing, que o adquire e em
Leasing Financeiro seguida arrenda ao cliente que o indicou.
(Leasing Puro) A segunda característica do leasing financeiro é que, feito o arrendamento por tempo
determinado, expressamente ficará facultado no contrato que, findo este, o
arrendatário tem uma opção, irrevogável, de compra do bem. O valor dessa compra
é, em regra, fixado no contrato, podendo, entretanto, este [contrato] apenas dispor
sobre o modo de ser encontrado o valor do bem no momento da opção.
(...) Essa é outra característica do leasing: a obrigatoriedade do contrato no período
determinado para sua vigência. Assim, todas as prestações pactuadas serão devidas,
ainda que o arrendatário queira dar fim ao contrato, devolvendo o bem à arrendadora
antes de terminado o prazo contratual.

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(...) No leasing puro há, assim, uma operação de financiamento por parte da empresa
arrendadora, e por tal razão é que, em regra, as entidades que o praticam ficam
sujeitas às normas das operações bancárias.” (Fran Martins)

“Por leasing operacional entende-se aquele em que uma empresa, proprietária de


certos bens, os dá em arrendamento à pessoa, mediante o pagamento de prestações
determinadas, incumbindo-se, entretanto, o proprietário dos bens de prestar
assistência ao arrendatário durante o período do arrendamento. O que distingue
essencialmente o leasing operacional do leasing financeiro é o fato de que, enquanto
Leasing neste há sempre a cláusula da obrigatoriedade do contrato por todo o período do
Operacional arrendamento, no leasing operacional o contrato pode ser rescindido a qualquer
(Renting) momento pelo arrendatário, desde que haja um aviso prévio ou notificação. No
leasing operacional o proprietário do bem pode, havendo cláusula contratual, adquiri-
lo no fim da locação. Em regra, contudo, esses contratos são feitos por períodos
curtos, de modo a que o bem devolvido possa ser novamente arrendado. Os bens
devem ser devolvidos ‘em bom estado’, para poderem ser relocados.” (Fran
Martins)

“Nessa modalidade de leasing, o procedimento é mais complexo. Verifica-se ela


quando uma empresa é proprietária de um bem, móvel ou imóvel, e o vende a outra
empresa. Esta, adquirindo-o, imediatamente o arrenda à vendedora. Vê-se, assim,
que no lease-back há apenas duas empresas que se envolvem na operação, já que a
vendedora e, posteriormente, arrendatária já é possuidora do bem que vai servir de
arrendamento; não há, dessa forma, a aquisição a um terceiro do bem dado em
Leasing Back arrendamento.
(Leasing de Como acontece com o leasing financeiro, no lease-back o arrendatário, findo o prazo
Retorno) do contrato, tem direito de opção para a reaquisição do bem, pelo seu valor residual.
Destina-se essa operação às empresas que, tendo grande parte de seu ativo
imobilizado, desejam desafogar, desfazendo-se de uma parcela desse ativo para
utilizar o produto da venda como capital de giro. A empresa não fica desfalcada em
sua estrutura, pois continua a usufruir o bem para suas atividades. Apenas muda sua
condição de proprietária para arrendatária, submetendo-se, como tal, às mesmas
condições do arrendatário no leasing financeiro.” (Fran Martins)

Método Tosco de Memorização (MTM)

O Leasing (ARendamento mercantil) tem 3 modalidades.

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7. Categorias

Segundo FRAN MARTINS, o leasing possui duas categorias: (i)


leasing mobiliário e; (ii) leasing imobiliário.

Leasing Mobiliário Leasing Imobiliário

“categorias. O leasing mobiliário se “Já no leasing imobiliário, em regra, a


refere a qualquer objeto móvel, empresa de leasing não adquire um
naturalmente de valor apreciável – prédio construído; se o fizer, dá-lo-á em
máquinas, aparelhos especializados etc. locação desprovido de quaisquer
–, de fabricação ou venda de empresa equipamentos, a não ser o mobiliário
outra que não a arrendadora, e que, por indispensável para a utilização do
isso mesmo, deve ser por essa imóvel. O mais comum é a sociedade
adquirido para atender ao seu cliente, a arrendadora adquirir o terreno e custear
este cabendo a escolha do bem.” (Fran a construção do imóvel, segundo as
Martins) especificações do cliente, para depois
arrendá-lo. Essa espécie de leasing é
muito dispendiosa e o arrendamento é
feito geralmente por longos prazos, dois
ou até trinta anos. E há ainda casos em
que o arrendatário é proprietário do
terreno e a empresa de leasing cuida

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apenas da construção.” (Fran Martins)

8. Questões de Alta Indagação

8.1. O que se entende por self leasing?

R: Segundo RICARDO NEGRÃO:


Doutrina: “Self leasing ou arrendamento consigo mesmo é aquele em que a
arrendatária e a arrendadora confundem-se entre pessoas vinculadas de um
mesmo grupo econômico.” (Ricardo Negrão)

8.2. Qual a natureza jurídica do leasing?

R: Segundo FÁBIO ULHOA COELHO:


Doutrina: “No tocante à discussão sobre a natureza bancária do
arrendamento mercantil, é inequívoco que o exercício da opção de compra
caracteriza a operação como financiamento (mesmo que se trate de leasing
operacional); por outro lado, se o arrendatário não adquire o bem, inexiste
qualquer traço na relação contratual que sugira a natureza bancária. Daí a
dificuldade de se enquadrar a espécie entre os contratos bancários. A
discussão, contudo, não tem repercussões práticas de destaque, já que o
Banco Central reservou a exploração da atividade às sociedades anônimas
especificamente autorizadas (as “sociedades de arrendamento mercantil”) e
a determinadas instituições financeiras.” (Fábio Ulhoa Coelho)

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Franquia (Franchising)

1. Edital

Edital do último certame: Franquia.

2. Legislação de leitura essencial

Código/Diploma Dispositivos

Lei nº 8.955/94 Art(s). 1º/9º.

3. Introdução

Segundo FÁBIO ULHOA COELHO:


Doutrina: “O contrato de franquia (franchising) corresponde a um dos
mecanismos mais aprimorados de prestação de tais serviços. Ele resulta da
conjugação de dois outros contratos empresariais. De um lado, a licença de
uso de marca, e, de outro, a prestação de serviços de organização de
empresa. Sob o ponto de vista do franqueador, serve o contrato para
promover acentuada expansão dos seus negócios, sem os investimentos
exigidos na criação de novos estabelecimentos. Sob o ponto de vista do
franqueado, o contrato viabiliza o investimento em negócios de marca já
consolidada junto aos consumidores, e possibilita o aproveitamento da
experiência administrativa e empresarial do franqueador.” (Fábio Ulhoa
Coelho)

3.1. O contrato de franquia é um negócio jurídico típico?

R: De acordo com FÁBIO ULHOA COELHO, embora tenha previsão


legal, não se trata de um contrato típico, pois a não define direitos e
deveres dos contratantes:
Doutrina: “A lei brasileira sobre franquias não confere tipicidade ao
contrato: prevalecem entre franqueador e franqueado as condições, termos,
encargos, garantias e obrigações exclusivamente previstos no instrumento
contratual entre eles firmado. Procura, apenas, a lei assegurar ao
franqueado o amplo acesso às informações indispensáveis à ponderação das

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vantagens e desvantagens relacionadas ao ingresso em determinada rede de


franquia. Em outros termos, o contrato de franquia é atípico porque a lei não
define direitos e deveres dos contratantes, mas apenas obriga os
empresários que pretendem franquear seu negócio a expor, anteriormente à
conclusão do acordo, aos interessados algumas informações essenciais.”
(Fábio Ulhoa Coelho)

4. Procedimento

Conforme esclarece FÁBIO ULHOA COELHO:


Doutrina: “(...) o franqueador autoriza o uso de sua marca e presta aos
franqueados de sua rede os serviços de organização empresarial, enquanto
estes pagam os royalties pelo uso da marca e remuneram os serviços
adquiridos, conforme a previsão contratual (cf. Farina, 1994:451/454;
Martins, 1961:583/596; Bulgarelli, 1979:486)” (Fábio Ulhoa Coelho)

Método Tosco de Memorização (MTM)

Dúvida quanto aos termos “franqueador” e “franqueado”? Lembre-se


que o franqueadOR promove a ORganização empresarial do
franqueado.

4.1. A venda de produtos pelo franqueador ao


franqueado é essencial para configurar o contrato de
franquia?

R: Não, o essencial a prestação do serviço de organização


empresarial.
Doutrina: “A venda de produtos, do franqueador para o franqueado, não é
requisito essencial da franquia, mesmo das comerciais; o elemento
indispensável à configuração do contrato é a prestação de serviços de
organização empresarial, ou, por outra, o acesso a um conjunto de
informações e conhecimentos, detidos pelo franqueador, que viabilizam a
redução dos riscos na criação do estabelecimento do franqueado
(Comparato, 1978:377).” (Fábio Ulhoa Coelho)

5. Organização Empresarial

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A organização empresarial fornecida pelo franqueador, em


regra, desdobra-se em 3 (três) contratos: (a) management; (b)
engineering; (c) marketing.

Relacionado com os sistemas de controle


Management de estoque, de custos e treinamento de
pessoal.

Pertinente à organização do espaço


Engineering (layout) do estabelecimento do
franqueado.

Conteúdo diz respeito às técnicas de


Marketing colocação do produto ou serviço junto
ao consumidor, incluindo a publicidade.

Por conta dessa ingerência empresarial, FÁBIO ULHOA COELHO


anota que há nítida e essencial relação de subordinação no contrato
de franquia:
Doutrina: “Entre as partes do contrato de franquia, estabelece-se nítida
relação de subordinação. O franqueado deverá organizar a sua empresa com
estrita observância das diretrizes gerais e determinações específicas do
franqueador. Essa subordinação empresarial é inerente ao contrato. Não
existe franquia sem tal característica. Ela é indispensável à plena eficiência
dos serviços de organização empresarial, que o franqueado adquire.” (Fábio
Ulhoa Coelho)

6. Circular de Oferta de Franquia (COF)

A Circular de Oferta de Franquia (COF) está prevista nos arts.


3º e 4º da Lei nº 8.955/94, sendo indispensável ao empresário que
tiver interesse na implantação de sistema de franquia empresarial,
devendo ser fornecida ao interessado em tornar-se franqueado no
mínimo 10 (dez) dias antes
(i) da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia;

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(ii) ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo


franqueado ao franqueador ou à empresa ou pessoa ligada ao
franqueador.

7. Registro

Por determinação legal (art. 211 da Lei nº 9.279/96), o


contrato de franquia deve ser registrado no INPI, embora FÁBIO
ULHOA COELHO aponte que não se trata de requisito de validade do
negócio jurídico:
Legislação: “Art. 211 da Lei nº 9.279/96. O INPI fará o registro dos
contratos que impliquem transferência de tecnologia, contratos de franquia e
similares para produzirem efeitos em relação a terceiros.
Parágrafo único. A decisão relativa aos pedidos de registro de contratos de
que trata este artigo será proferida no prazo de 30 (trinta) dias, contados da
data do pedido de registro.”

Doutrina: “Os contratos de franquia devem ser registrados no INPI, por


exigência da lei (LPI, art. 211). Esse registro não representa, contudo,
requisito de validade ou eficácia do ato, entre as partes contratantes. A
franquia não registrada é plenamente válida e eficaz entre o franqueador e o
franqueado, e a ausência da formalidade não pode ser invocada, por
qualquer um deles, a pretexto de descumprimento de obrigação contratual.
Mas o registro é condição para que o negócio produza efeitos perante
terceiros, em especial o fisco e as autoridades monetárias. Sem o registro da
franquia, não se admite a dedução fiscal dos royalties, pagos pela licença do
uso de marca, nem a remessa de dinheiro para o exterior.” (Fábio Ulhoa
Coelho)

8. Questões de Alta Indagação

8.1. Qual a natureza jurídica do contrato de franquia?

R: Trata-se de contrato de adesão de acordo com entendimento


doutrinário e jurisprudencial.
Jurisprudência: “Com fundamento em doutrina e em julgados do STJ,
acrescente-se que o contrato de franquia ou franchising é inegavelmente um
contrato de adesão.” (STJ, REsp 1602076/SP, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe
30/09/2016)

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8.2. Há responsabilidade solidária entre o franqueador e


o franqueado pelos danos decorrentes da inadequação
dos serviços prestados em razão da franquia?

R: Sim, conforme entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA:
Jurisprudência: “(...) ‘Cabe às franqueadoras a organização da cadeia de
franqueados do serviço, atraindo para si a responsabilidade solidária pelos
danos decorrentes da inadequação dos serviços prestados em razão da
franquia.’ (REsp 1.426.578/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/06/2015, DJe 22/9/2015). (...)’.” (STJ,
AgInt no REsp 1459155/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 16/05/2017, DJe 19/05/2017)

8.3. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor à


relação jurídica existente entre o franqueador e o
franqueado?

R: Não, de acordo com o entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA:
Jurisprudência: “(...) O contrato de franquia, por sua natureza, não está
sujeito às regras protetivas previstas no CDC, pois não há relação de
consumo, mas de fomento econômico. (...).” (STJ, REsp 1602076/SP,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
15/09/2016, DJe 30/09/2016)

8.4. A cláusula de eleição de foro no contrato de


franquia deve ser observada em todos os casos por se
tratar de uma relação empresarial?

R: Não, conforme entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA:
Jurisprudência: “(...) A jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no
sentido da possibilidade de se declarar a nulidade da cláusula de eleição de
foro estipulada em contrato de adesão de franquia, desde que configurada a
vulnerabilidade ou a hipossuficiência do aderente ou o prejuízo no acesso a
justiça. (...).” (STJ, AgRg no AREsp 576.977/DF, Rel. Ministro MARCO
AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/10/2014, DJe
20/10/2014)

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Factoring (Faturização ou Fomento Mercantil)

1. Edital

Edital do último certame: Faturização.

2. Introdução

Segundo FRAN MARTINS:


Doutrina: “O contrato de faturização ou factoring é aquele em que um
comerciante cede a outro os créditos, na totalidade ou em parte, de suas
vendas a terceiros, recebendo o primeiro [comerciante/empresário] do
segundo [comerciante/empresário] o montante desses créditos, mediante o
pagamento de uma remuneração.” (Fran Martins)

No entanto, como aponta RICARDO NEGRÃO, os créditos não


são oriundos apenas de vendas, mas também de prestação de
serviços e operações inclusive não empresárias:
Doutrina: “De fato, este [vendas] é o uso mais comum, devendo-se
acrescentar, contudo, que os créditos podem ter como causa subjacente
atividade mais ampla, como a prestação de serviços e operações não
mercantis.” (Ricardo Negrão)

Por fim, quanto à sua importância, destaca WALDIRIO


BULGARELLI:
Doutrina: “O factoring insere-se entre as novas técnicas utilizadas
modernamente na atividade econômica. Enquanto o leasing e o franchising,
por exemplo, dizem respeito a técnicas de comercialização, já o factoring
liga-se à necessidade de reposição do capital de giro nas empresas,
geralmente nas pequenas e médias.” (Waldirio Bulgarelli)

2.1. Existe regulamentação legal do contrato de


factoring?

R: Não.
Jurisprudência: “O contrato de factoring - o que, no direito comparado,
também é comum a maioria dos países - não tem disciplinamento
sistematizado em legislação específica, não sendo também conferido
tratamento específico ao contrato no Diploma Civil. Embora o contrato de

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factoring não se encontre sistematizado na legislação pátria, percebem-se


algumas referências em normas esparsas, merecendo relevo o disposto no
art. 15, III, d, da Lei n. 9.249⁄1995, que dispõe que factoring é ‘a prestação
contínua e cumulativa de assessoria mercadológica e creditícia, de seleção
de riscos, de gestão de crédito, de acompanhamento de contas a receber e
de outros serviços, conjugada com a aquisição de créditos de empresas
resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação de serviços,
realizadas a prazo’.” (STJ, REsp 1236701/MG, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/11/2015, DJe
23/11/2015)

3. Partes

O termo faturização refere-se ao contrato, ao passo que


faturizador (factor) e faturizado indicam suas partes intervenientes,
respectivamente, aquele que adquire os créditos (faturizador) e o os
aliena (faturizado).

3.1. A faturizadora (empresa de factoring) é uma


instituição financeira?

R: Não.
Jurisprudência: “[Trecho do corpo do acórdão:] Portanto, para logo se
conclui que as empresas de factoring não são instituições financeiras, visto
que as empresas que exercem atividade de fomento mercantil não se
amoldam ao conceito legal, tampouco efetuam operação de mútuo ou
captação de recursos de terceiros.” (STJ, REsp 938.979/DF, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 19/06/2012,
DJe 29/06/2012)

3.2. A faturização é atividade privativa de instituição


financeira?

R: Não, como detalha FÁBIO ULHOA COELHO:


Doutrina: “O Banco Central já considerou a faturização contrato bancário
no início dos anos 1980, mas desde 1989 liberou a atividade de fomento
mercantil a qualquer sociedade empresária, independente de prévia
autorização.” (Fábio Ulhoa Coelho)

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4. Objetivos

Segundo RICARDO NEGRÃO:


Doutrina: “(...)a empresa de faturização tem tríplice objetivo: (a) dar
assessoria (de crédito e mercadológica); (b) administrar (créditos e riscos e
a carteira de contas a pagar e a receber); (c) comprar direitos creditórios
resultantes de vendas ou de prestação de serviços.
Embora o objetivo principal seja o último mencionado, o contrato de
factoring traz as duas outras feições que somadas se traduzem numa só
palavra: trustee, “gestão financeira de negócios, por intermédio do
acompanhamento das contas a receber, das contas a pagar e da cobrança
de títulos de crédito” (cf. Rizzardo, 2004: 86).” (Ricardo Negrão)

5. Modalidades

Há duas modalidades de factoring: (a) conventional factoring;


(b) maturity factoring.

Conventional Factoring Maturity Factoring

Nele, “(...) a faturizadora garante o “(...) [N]o qual a faturizadora paga o


pagamento das faturas antecipando o valor das faturas ao faturizado apenas
seu valor ao faturizado.” (Fábio Ulhoa no vencimento.” (Fábio Ulhoa Coelho)
Coelho)
É “aquela em que os créditos
É “aquela em que os créditos negociados são pagos ao cedente
negociados são pagos ao cedente no quando do vencimento de tais créditos,
momento da cessão, ou seja, os ou seja, a faturização no vencimento é
respectivos valores são adiantados ou aquela em que as faturas
pagos antes do vencimento das faturas; representativas dos créditos do
esta modalidade é a que se aproxima faturizado são remetidas ao faturizador
mais de um desconto bancário (...).” e por ele liquidadas no vencimento
(Américo Luís Martins da Silva) destas; esta modalidade é caracterizada
pelo fato de a empresa faturizadora
realizar a cobrança do título e, se pago
no vencimento, repassa a quantia à
empresa faturizada, não havendo
qualquer adiantamento do valor dos
créditos que foram cedidos (...).”
(Américo Luís Martins da Silva)

6. Questões de Alta Indagação

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6.1. À relação entre a faturizada e a faturizadora aplica-


se o Código de Defesa do Consumidor?

R: Não, salvo se demonstrada situação de vulnerabilidade da


faturizada:
Jurisprudência: “A atividade de factoring não se submete às regras do
CDC quando não for evidente a situação de vulnerabilidade da pessoa
jurídica contratante.” (STJ, REsp 938.979/DF, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe
29/06/2012)

6.2. A faturizadora (empresa de factoring) é parte


legítima para figurar em demanda revisional de crédito
que lhe foi cedido?

R: Sim.
Jurisprudência: “(...) Se a empresa de factoring figura como cessionária
dos direitos e obrigações estabelecidos em contrato de compra e venda em
prestações, de cuja cessão foi regularmente cientificado o devedor, é
legítima para responder a demanda que visa à revisão das condições
contratuais. (...).” (STJ, REsp 1343313/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA,
QUARTA TURMA, julgado em 01/06/2017, DJe 01/08/2017)

6.3. Qual é o negócio jurídico que permite a


transferência dos títulos de crédito da faturizada à
faturizadora (empresa de factoring)?

R: Há divergência.

RAUL ARAÚJO, ANTONIO CARLOS


FERREIRA, MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, MARIA ISABEL
GALLOTTI, PAULO DE TARSO FRAN MARTINS, MARLON
SANSEVERINO, MARCO BUZZI, TOMAZETTE, LUIS FELIPE SALOMÃO
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
(prevalece)

Cessão de Crédito Cessão de Crédito ou Endosso

Apesar da divergência, aceita-se que o devedor oponha exceções pessoais à

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empresa de factoring (faturizadora), o que, a rigor, não é admitido no caso de


endosso: (a) “(...) No contrato de factoring, a transferência dos créditos não se
opera por simples endosso, mas por cessão de crédito, subordinando-se, por
consequência, à disciplina do art. 294 do Código Civil, contexto que autoriza ao
devedor a oponibilidade das exceções pessoais em face da faturizadora.
Precedentes. (...).” (STJ, AgRg no AREsp 592.779/SP, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 05/05/2016, DJe 17/05/2016); (b)
“(...) A orientação desta Corte é no sentido de que as exceções pessoais
originariamente oponíveis pelos devedores ao faturizado são oponíveis à
faturizadora, nova credora. Precedentes. (...).” (STJ, AgRg no AREsp
778.255/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 04/02/2016).

6.4. A faturizada responde quando o crédito repassado à


faturizadora não é adimplido?

R: Não. No contrato de factoring a faturizada não garante a solvência


do crédito, mas apenas sua existência.
Jurisprudência: “(...) 1. Em regra, a empresa de factoring não tem direito
de regresso contra a faturizada - com base no inadimplemento dos títulos
transferidos -, haja vista que esse risco é da essência do contrato de
factoring. Essa impossibilidade de regresso decorre do fato de que a
faturizada não garante a solvência do título, o qual, muito pelo contrário, é
garantido exatamente pela empresa de factoring. 2. Essa característica,
todavia, não afasta a responsabilidade da cedente em relação à existência
do crédito, pois tal garantia é própria da cessão de crédito comum - pro
soluto. É por isso que a doutrina, de forma uníssona, afirma que no contrato
de factoring e na cessão de crédito ordinária, a faturizada/cedente não
garante a solvência do crédito, mas a sua existência sim. Nesse passo, o
direito de regresso da factoring contra a faturizada deve ser reconhecido
quando estiver em questão não um mero inadimplemento, mas a própria
existência do crédito. (...).” (STJ, REsp 1289995/PE, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe
10/06/2014)

Doutrina: “Deve existir o crédito, ao ser realizada a operação de compra. É


o que estabelece o direito positivo vigente. Do contrário, falharia um dos
elementos da compra e venda, que é o objeto. (...) Deve o faturizado
realmente ser credor, sob pena de ser obrigado a ressarcir o faturizador pelo
valor recebido. Nestes termos ordena o art. 295 do Código Civil (art. 1.073
da lei revogada): ‘Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se
responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao
tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões
por título gratuito, se tiver procedido de má-fé’. (...) Extrai-se que o crédito
deve ser verdadeiro, isto é, deve ter uma origem, ou representar um
negócio. Se já extinto, pela prescrição, ou suspensa a exigibilidade, ou
dependente de condição, não podia ser objeto de transmissão. De outro

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lado, impõe-se que realmente pertença ao cedente, ou que era legítimo do


cedente, e não de outra pessoa. A titularidade é fundamental.” (Arnaldo
Rizzardo)

6.5. Admite-se a estipulação de garantia em favor da


empresa de factoring no caso de inadimplemento dos
títulos cedidos?

R: Em regra, não:
Jurisprudência: “(...) 1. Na linha dos precedentes desta Corte, não se
admite a estipulação de garantia em favor da empresa de factoring no que
se refere, especificamente, ao inadimplemento dos títulos cedidos, salvo na
hipótese em que a inadimplência é provocada pela própria empresa
faturizada, o que não é o caso dos autos. Precedentes. (...)” (STJ, AgInt no
AREsp 374.373/SC, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA,
QUARTA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe 11/12/2017)

Não se admite inclusive estipulação de garantia mascarada em


cláusula de recompra nos casos de inadimplemento:
Jurisprudência: “(...) 1. Na linha dos precedentes desta Corte, a empresa
faturizada não responde pelo simples inadimplemento dos títulos cedidos,
salvo se der causa à inadimplência do devedor. Assim, deve ser declarada
nula a cláusula de recompra, tendo em vista que a estipulação contratual
nesse sentido retira da empresa de factoring o risco inerente aos contratos
dessa natureza. (...).” (STJ, AgRg no REsp 1361311/MG, Rel. Ministro
ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em
20/11/2014, DJe 01/12/2014)

6.6. Qual a diferença entre o contrato de factoring e o


contrato de desconto bancário?

R: São basicamente 3 (três) diferenças: (a) no contrato de desconto


bancário, a instituição financeira tem direito de regresso contra o
descontário, não tendo o faturizador o mesmo direito em face do
faturazado; (ii) o desconto bancário é contato exclusivo de
instituições financeiras, ao passo que o factoring pode ser realizado
por qualquer sociedade empresária; (iii) a instituição financeira pode
cobrar juros superiores à taxa legal no contrato de desconto bancário,
o que é vedado a faturizadora.
Doutrina: “O contrato bancário assemelhado ao fomento mercantil é, sem
dúvida, o desconto. A principal diferença está no direito de regresso, na
hipótese de inadimplemento pelo terceiro devedor, que não existe na

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faturização, mas está presente no desconto. De fato, enquanto a


faturizadora garante o recebimento do valor faturizado, mesmo que
inadimplente ou insolvente o devedor, o banco descontador não fornece essa
garantia. Se, no vencimento, o devedor (consumidor ou adquirente) não
realiza o pagamento, o banco pode cobrar o devido, em regresso, do cliente
descontário, mas a faturizadora não tem nenhum direito contra o faturizado.
Abstraída, no entanto, a questão do regresso, o fomento mercantil e o
desconto apresentam igual função econômica, de modo que não é correto
considerar apenas um deles operação exclusiva de banco. De qualquer
modo, enquanto vigorar o entendimento, no âmbito do Banco Central, de
que a faturização não é atividade bancária, qualquer sociedade empresária,
limitada ou anônima, poderá oferecer ao mercado os serviços de fomento
mercantil, sem necessidade de autorização prévia da autoridade monetária.
Enquanto o contrato de fomento mercantil não for considerado bancário pelo
Banco Central, a faturizadora não pode cobrar, a título de juros, taxa
superior à legal.” (Fábio Ulhoa Coelho)

Jurisprudência: “(...) Tratando-se de empresa que opera no ramo de


factoring, não integrante do Sistema Financeiro Nacional, a taxa de juros
deve obedecer à limitação prevista no art. 1º do Decreto n. 22.626, de
7.4.1933. (...).” (STJ, REsp 489.658/RS, Rel. Ministro BARROS
MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 05/05/2005, DJ
13/06/2005, p. 310)

6.7. Exige-se que a empresa de factoring seja registrada


no Conselho Regional de Administração para exercer o
fomento mercantil?

R: Não.
Jurisprudência: “ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE
DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. EMPRESA DE FACTORING.
ATIVIDADE DESENVOLVIDA PELA EMPRESA DE NATUREZA EMINENTEMENTE
MERCANTIL. REGISTRO NO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO.
INEXIGIBILIDADE. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS, PARA QUE
PREVALEÇA A TESE ESPOSADA NO ACÓRDÃO PARADIGMA. (...).” (STJ,
EREsp 1236002/ES, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/04/2014, DJe 25/11/2014)

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Encerramento da Aula

Bom, por aqui encerramos a parte teórica desta aula, espero que tenham
gostado.
Sugestões, críticas e dúvidas: proflucasevangelinos@gmail.com
Grande abraço e bons estudos!

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Bibliografia

COELHO 3 , Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: contratos,


falência e recuperação de empresas - vol. 3. 15ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
NEGRÃO 4 . Ricardo. Curso de Direito Comercial e de Empresa –
Títulos de Crédito e Contratos Empresariais – vol. 2. 7ª ed. Saraiva:
São Paulo, 2018.
SILVA5, Américo Luís Martins da. Contratos Empresariais – vol. 1. 3ª
ed. Rio de Janeiro, 2016.
SILVA, Américo Luís Martins da. Contratos Empresariais – vol. 2. 3ª
ed. Rio de Janeiro, 2016.
VERÇOSA 6 , Haroldo Malheiros Duclerc. Direito Comercial: Teoria
Geral do Contrato - vol. 4. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito Comercial: Teoria
Geral do Contrato - vol. 5. 1ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

3
Advogado em São Paulo e Professor Titular de Direito Comercial da Faculdade de
Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
4
Foi Procurador de Justiça no Estado de São Paulo. Atualmente, é Desembargador
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Quinto Constitucional) e Professor.
5
Procurador Federal e Professor.
6
Advogado e Professor na Faculdade de Direito da USP.

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Questões Objetivas

1. Lista de Questões Sem Comentários

Q1º. Ano: 2018


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior
Um empresário firmou contrato de seguro com a instituição financeira X, sem que
ficasse previamente ajustado pelas partes o dia para pagamento de prestação do
prêmio. Considerando-se a hipótese apresentada, de acordo com o Código Civil de
2002, a(o)
(a) prévia constituição em mora do empresário pela instituição X será necessária, o
que será realizado mediante interpelação judicial ou extrajudicial, para que ocorra o
desfazimento do contrato.
(b) ausência de termo dispensa a prévia constituição em mora do contratante pela
seguradora, mediante interpelação judicial ou extrajudicial, para o desfazimento do
contrato
(c) mora só se constitui pela interpelação judicial, não havendo prévio ajuste para
o dia do pagamento de prestação de prêmio.
(d) ausência de termo para pagamento de prestação do prêmio acarreta a nulidade
do contrato firmado entre o empresário e a instituição X.
(e) desfazimento do contrato com a prévia constituição em mora do contratante,
na ausência de termo, só ocorre mediante interpelação extrajudicial.

Q2º. Ano: 2017 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
A respeito dos contratos empresariais, assinale a opção correta. (ADAPTADA)
(d) No contrato de distribuição, o distribuidor ou agente serão obrigatoriamente
remunerados pelos negócios realizados fora do seu espaço, em razão do
desrespeito à cláusula de territorialidade
(e) No contrato de compra e venda mercantil, o vendedor deve transferir o domínio
da coisa vendida, mas não se compromete a responder por evicção e por vício
redibitório.

Q3º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: PGE-SE
Prova: Procurador do Estado
Em relação aos contratos mercantis, julgue os itens a seguir.

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I O atraso longo e habitual no pagamento das parcelas do prêmio ajustado em


contrato de seguro é suficiente para a constituição da mora, ainda que não haja
notificação prévia da seguradora.

Q4º. Ano: 2015


Banca: FCC
Órgão: TCM-RJ
Prova: Auditor-Substituto de Conselheiro
Acerca do contrato de seguro de dano, considere:
I. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa
segurada, não declarado pelo segurado.
II. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento
do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice,
salvo em caso de mora do segurador.
III. Desde que expressamente contratada, a garantia prometida pode ultrapassar o
valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato.
IV. Na omissão do contrato, é vedado ao segurado transferi-lo a terceiro na
hipótese de alienação ou cessão do interesse segurado.
V. Na omissão do contrato, o seguro de um interesse por menos do que valha não
acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.

Q5º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-SE
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Quanto aos contratos mercantis e com base na legislação vigente e na
jurisprudência do STJ, assinale a opção correta.
(a) No seguro pessoal, há liberdade de contratação quanto ao valor segurado, mas
não quanto à contratação de mais de um seguro com diversos seguradores para
cobrir o mesmo interesse.
(b) Na representação comercial, em caso de falência do representado, os créditos
devidos aos representantes são quirografários, pois não há relação de emprego
entre as partes.
(e) No caso de acidente com morte que enseje pagamento de cobertura de seguro
de vida, a seguradora não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do beneficiário
contra o terceiro causador do sinistro.

Q6º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros

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Acerca dos contratos empresariais e dos títulos de crédito de fomento à atividade


empresarial, assinale a opção correta.
(e) De acordo com a jurisprudência do STJ, o contrato de seguro por danos
pessoais compreende os danos morais, independentemente de cláusula expressa de
exclusão.

Q7º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Assinale a opção correta com base em contratos bancários e títulos de crédito. (
(d) O STJ tem jurisprudência consolidada no sentido de que, dadas as
características e a natureza do contrato de mandato, não é possível responsabilizar
a instituição financeira que leva a protesto um título com vício formal recebido por
endosso- mandato.

Q8º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Juiz
A respeito dos contratos mercantis e da teoria geral dos contratos mercantis,
assinale a opção correta.
(a) Na comissão mercantil, o comissário poderá responder solidariamente com as
pessoas com quem tratar em nome do comitente, se do contrato constar a cláusula
del credere.
(b) Para que se caracterize uma compra e venda mercantil, é bastante que
estejam presentes os seguintes elementos básicos: a coisa móvel ou semovente
(res) e o consenso que aperfeiçoa a avença (consensum).
(d) Se o instrumento de mandato mercantil for silente em relação à autorização
para substabelecer, serão ineficazes perante o mandante os atos praticados por
delegação do mandatário.
(e) Por não haver vínculo de dependência entre as partes, não pode o proponente
impor ao agente mercantil que se abstenha de assumir perante outros proponentes
o encargo de tratar de negócios do mesmo gênero, na mesma zona.

Q9º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-PA
Prova: Juiz de Direito Substituto
Sobre contratos empresariais, é correto afirmar:
(a) no contrato de agência, o agente terá direito a ser remunerado pelos serviços
úteis prestados ao proponente, ainda que dispensado por justa causa, sem

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embargo do direito do proponente de pleitear perdas e danos pelos prejuízos


sofridos.

Q10º. Ano: 2013 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-MA
Prova: Juiz
Assinale a opção correta referente a contratos empresariais.
(a) Pelo contrato de representação comercial, uma pessoa assume, em caráter
eventual, a obrigação de promover a realização de certos negócios, tendo o
representante poderes para concluir os negócios em nome do representado.
(d) Tratando-se de mandato mercantil, o mandante é obrigado a pagar ao
mandatário a remuneração ajustada e as despesas da execução do mandato,
mediante comprovação de que a avença cumpriu os efeitos esperados.

Q11º. Ano: 2013


Banca: TRT 14R
Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC)
Prova: Juiz do Trabalho
Analise os itens abaixo, no que diz respeito ao representante comercial, e marque a
alternativa INCORRETA:
(a) Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato
mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da
legislação comercial
(b) Não pode ser representante comercial: (a) o que não pode ser comerciante; (b)
o falido não reabilitado; (c) o que tenha sido condenado por infração penal de
natureza infamante, tais como falsidade, estelionato, apropriação indébita,
contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com a perda de
cargo público; (d) o que estiver com seu registro comercial cancelado como
penalidade.
(c) Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou
quando este for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí
realizados, ainda que diretamente pelo representado ou por intermédio de
terceiros.
(d) A exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes
expressos.
(e) Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a eventual
retribuição pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de execução e
recebimento, terá vencimento 10 (dez) dias da data da rescisão, sob pena de
multa.

Q12º. Ano: 2012 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO

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Órgão: Caixa
Prova: Advogado
Caso um importador, na qualidade de pessoa jurídica, venha a adquirir produtos do
fabricante sediado no exterior, de forma habitual e com intuito de lucro, para fins
de revenda a estabelecimentos comerciais atacadistas, tem-se, nesse caso,
contrato de
(e) compra e venda mercantil

Q13º. Ano: 2012 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior-2012
O contrato pelo qual uma das partes se obriga a obter pedidos de compra e venda
de mercadorias fabricadas ou comercializadas por outra parte, sem que haja
vínculo empregatício entre as partes envolvidas, denomina-se
(d) representação comercial

Q14º. Ano: 2011 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal
A respeito dos contratos comerciais, assinale a opção correta.
(c) Caracteriza-se a distribuição no contrato de agência especialmente porque o
agente tem ao seu dispor a coisa negociada.

Q15º. Ano: 2010 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Profissional Júnior - Direito
Em qual dos contratos mercantis abaixo NÃO se aplicam as regras gerais previstas
em lei?
(a) Na compra e venda mercantil, o vendedor, além de transferir o domínio da
coisa vendida, também se compromete por vício redibitório e evicção.
(b) Na compra e venda mercantil, no que diz respeito à responsabilidade pelo
transporte da mercadoria transacionada, via de regra, cabem ao comprador as
despesas com a tradição.
(c) Na representação comercial, inexiste vínculo de emprego entre o representado
e o representante comercial autônomo, sendo que a subordinação deste àquele tem
caráter empresarial, para fins do exercício da atividade econômica.
(d) Na comissão mercantil, o comissário, em nome próprio, obriga-se a realizar
negócios mercantis por conta do comitente, assumindo, portanto, responsabilidade
pessoal perante terceiros pelos atos praticados.

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Q16º. Ano: 2007


Banca: CESPE
Órgão: TJ-TO
Prova: Juiz
Acerca de contrato de compra e venda mercantil, assinale a opção correta.
(a) Considera-se perfeita a compra e venda pura quando as partes acordam quanto
ao preço e ao objeto.
(b) É vedada a compra e venda sem fixação de preço.
(c) A compra e venda mercantil não pode ter por objeto coisa futura.
(d) Com relação a bens excluídos da comunhão, a lei veda a compra e venda entre
cônjuges.

Q17º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética, relativa às normas que
regem os contratos de compra e venda mercantil, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
Determinada indústria moveleira firmou contrato de compra e venda mercantil de
mercadorias para reposição de seu estoque. Nessa situação, a fixação do preço
pode ser deixada ao arbítrio de terceiro e, se este não aceitar o encargo, ficará sem
efeito o contrato.

Q18º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética, relativa às normas que
regem os contratos de compra e venda mercantil, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
A sociedade empresária Aniz Panificadora Ltda. adquiriu de Planeta Industrial S.A.
um aparelho refrigerador. Nessa situação, considera-se pactuada cláusula de
retrovenda, se for reservado à Planeta Industrial S.A. o direito de recobrar o
aparelho refrigerador no prazo máximo de três anos, reembolsando o preço
recebido e as despesas da compradora.

Q19º. Ano: 2006


Banca: FCC
Órgão: SEFAZ-SP

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Prova: Agente Fiscal de Tributos Estaduais


É característica própria dos contratos de agência, de distribuição e de
representação comercial a
(a) constituição de uma das partes como mandatária da outra, para que em
determinada região pratique atos de divulgação e propaganda dos produtos desta.
(b) prática de atos de intermediação de venda de produtos de uma das partes pela
outra, em região determinada e sob condição de exclusividade
(c) possibilidade de pactuação da cláusula del credere, por meio da qual os
negócios promovidos e não concretizados permanecerão de responsabilidade da
parte que os promoveu.
(d) realização de sucessivas operações de compra e venda entre as partes, até a
entrega das mercadorias produzidas por uma delas aos seus destinatários finais.
(e) prática remunerada de atos de promoção e estímulo de negócios de interesse
de uma das partes pela outra, em região determinada.

Q20º. Ano: 2015


Banca: FCC
Órgão: TJ-GO
Prova: Juiz Substituto
Acerca do contrato de franquia empresarial, é correto afirmar:
(a) O franqueado poderá requerer a sua anulação se não lhe tiver sido fornecida a
circular de oferta de franquia com a antecedência prevista em lei, ainda que não a
tenha requerido previamente por escrito ao franqueador.
(b) Deve ser escrito e assinado na presença de 2 testemunhas e só terá validade
depois de registrado em cartório ou órgão público.
(c) Estabelece vínculo empregatício entre franqueador e franqueado.
(d) A falsidade das informações contidas na circular de oferta de franquia entregue
ao franqueado o torna nulo de pleno direito, e não meramente anulável.
(e) Atualmente não é disciplinado por lei especial ou extravagante, sendo regido
exclusivamente pelo Código Civil.

Q21º. Ano: 2011


Banca: CESGRANRIO
Órgão: BNDES
Prova: Profissional Básico - Administração
A legislação que disciplina contratos de franquia empresarial estabelece que
(a) o contrato deve ser registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI) para produzir efeitos perante terceiros.
(b) os contratos encerram cessão do uso de marca ou patente e a venda com
reserva de domínio.
(c) a Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado
no mínimo 60 (sessenta) dias antes da assinatura do pré-contrato de franquia.

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(d) a Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a


franqueado no mínimo 30 (trinta) dias antes da assinatura do contrato de franquia.
(e) o franqueador cede ao franqueado o direito do uso da marca ou da patente,
mediante remuneração direta ou indireta, ficando caracterizado vínculo
empregatício.

Q22º. Ano: 2010


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado
Considere um contrato pelo qual o Contratante X cede ao Contratante Y o direito de
uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou
semiexclusiva de produtos ou serviços. Esse mesmo contrato, eventualmente,
também cede o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de
negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo Contratante X,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício. Nos termos da legislação em vigor, trata-se de um contrato
de
(a) agência.
(b) distribuição.
(c) comissão.
(d) franquia.
(e) representação comercial.

Q23º. Ano: 2014


Banca: TRT 3R
Órgão: TRT - 3ª Região (MG)
Prova: Juiz do Trabalho
O contrato de franquia deve conter indicação do que é efetivamente oferecido ao
franqueado pelo franqueador, no que se refere a itens abaixo arrolados, EXCETO:
(a) treinamento dos funcionários do franqueado.
(b) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia.
(c) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado.
(d) requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueador na operação e na
administração do negócio.
(e) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos.

Q24º. Ano: 2013


Banca: TRF - 3ª REGIÃO
Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal

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Marque a alternativa correta de acordo com os contratos empresariais e o Sistema


Financeiro Nacional:
(a) A exclusividade de contrato de representação comercial deve ser
expressamente prevista na forma escrita, sob pena de não sua não consideração.
(b) Consoante entendimento do STJ, o instrumento adequado para a discussão da
abusividade de cláusulas de contrato de alienação fiduciária em garantia é a ação
revisional e não como matéria de defesa em ação de busca e apreensão.
(c) Ao se pressupor como contrato de adesão considera-se inexistente a eleição de
foro prevista em contrato de franquia.
(d) De acordo com o STJ, o contrato de factoring pertence ao Sistema Financeiro
Nacional, razão pela qual não se lhe aplica a limitação de juros prevista na Lei de
Usura.
(e) Conforme entendimento do STJ é inerente à racionalidade econômica do
leasing financeiro a preservação de um valor mínimo em favor do arrendador pelo
produto financiado, a servir-lhe de garantia, a depender, no caso de não exercida a
opção de compra pelo arrendatário, do valor recebido com a venda do produto.

Q25º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Julgue os itens que se seguem, acerca da disciplina de contratos empresariais.
Considere a seguinte situação hipotética.
Robson contratou a sociedade Confort Móveis e Decorações Ltda., visando à
fabricação e à entrega de algumas mobílias. Acordaram que o preço seria quitado
em quatro parcelas iguais, garantidas por cheques pós-datados. Mesmo após
descontados os três primeiros cheques, Confort Móveis e Decorações Ltda. ainda
não havia promovido a entrega dos bens encomendados, razão pela qual Robson
sustou o pagamento do cheque remanescente. Porém, essa sociedade já havia
cedido todas as cártulas de cheques a uma sociedade de factoring. Em razão da
cobrança levada a efeito pela sociedade de factoring, Robson dirigiu-se ao PROCON
para solucionar a questão, ocasião em que Robson, um preposto da sociedade
Confort Móveis e Decorações Ltda. e outro da sociedade faturizadora decidiram que
a sociedade moveleira se responsabilizaria pelo pagamento do título em aberto.
Diante do descumprimento do acordo por Confort Móveis e Decorações Ltda., a
sociedade faturizadora promoveu ação de execução contra Robson. Nessa situação,
são oponíveis à sociedade faturizadora as exceções pessoais do devedor.

Q26º. Ano: 2015 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Prova: Juiz Substituto
A respeito de contratos mercantis, há alguma assertiva correta abaixo?

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(a) A denúncia imotivada, por parte do representado, do contrato de representação


comercial por prazo indeterminado celebrado há mais de três anos confere ao
representante o direito de aviso prévio e do recebimento de indenização prevista
em lei, com a ressalva do decote por compensação de quantias decorrentes da
cláusula del credere, desde que previamente ajustada entre os contratantes.
(b) O contrato de franquia, regularmente celebrado, tem sua validade entre partes
diferida para o momento do seu registro no INPI.
(c) As disposições da chamada Lei Ferrari, que rege a concessão comercial entre
produtores e distribuidores de veículos automotores de via terrestre, aplicam-se,
por analogia, aos demais contratos de concessão mercantil.
(d) No contrato de factoring, o faturizado transfere ao faturizador, em regra geral,
créditos pro solvendo.

Q27º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
A respeito dos contratos empresariais, assinale a opção correta.
(a) No contrato de franquia, o franqueador deve fornecer aos interessados a
Circular de Oferta de Franquia contendo, obrigatoriamente, as informações
essenciais da operação, conforme a legislação específica, sob pena de anulabilidade
do contrato.
(b) No contrato de fomento mercantil, as empresas faturizadoras não são
obrigadas a manter sigilo sobre as suas operações ativas e passivas e sobre os
serviços prestados.
(c) No contrato de arrendamento mercantil, só pode ter por objeto bem imóvel ou
móvel de produção nacional.
(d) No contrato de distribuição, o distribuidor ou agente serão obrigatoriamente
remunerados pelos negócios realizados fora do seu espaço, em razão do
desrespeito à cláusula de territorialidade
(e) No contrato de compra e venda mercantil, o vendedor deve transferir o domínio
da coisa vendida, mas não se compromete a responder por evicção e por vício
redibitório.

Q28º. Ano: 2008


Banca: FGV
Órgão: TJ-AP
Prova: Juiz
A respeito da alienação fiduciária em garantia, assinale a afirmativa incorreta.
(a) É nula a cláusula contratual que autoriza o credor fiduciário a ficar com a coisa
alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
(b) A mora do devedor fiduciante é considerada ex re, ou seja, caracteriza-se pelo
simples inadimplemento da obrigação pactuada no prazo avençado.

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(c) Na sentença que decretar a improcedência do pedido da ação de busca e


apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao pagamento de multa em favor do
devedor fiduciante, no valor equivalente ao originariamente financiado.
(d) O credor fiduciário poderá alienar a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública ou avaliação do bem, na hipótese de inadimplemento da
obrigação assumida pelo devedor fiduciante.
(e) De acordo com entendimento consolidado pelo STJ, a notificação destinada a
comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a
indicação do valor do débito.

Q29º. Ano: 2008


Banca: CESPE
Órgão: DPE-CE
Prova: Defensor Público
A propriedade fiduciária constitui-se pela simples autenticação em cartório do
contrato firmado entre Mauro e a instituição financeira.

Q30º. Ano: 2015


Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Prova: Defensor Público
Determinada sociedade empresária resolveu recorrer ao instituto da alienação
fiduciária em garantia, para aquisição de alguns bens móveis e imóveis.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
À vista do inadimplemento, quando se tratar de contrato de alienação fiduciária de
bem imóvel, a reversão do bem deverá ser processada pelo oficial do cartório de
registro de imóveis, independendo, portanto, de ação judicial para a satisfação
desse direito do credor.

Q31º. Ano: 2015


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho abaixo em conformidade
com o regime da alienação fiduciária estabelecido na Lei nº 9.514/97.
No prazo de ____ dias, a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário
fornecerá o respectivo termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor
deste, equivalente a ____ por cento ao mês, ou fração sobre o valor do contrato.
(a) cinco – dez.
(b) dez – cinco.
(c) quinze – um.

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(d) trinta – meio.

Q32º. Ano: 2016 (ADAPTADA)


Banca: CESPE
Órgão: TJ-AM
Prova: Juiz Substituto
Em relação aos contratos bancários, assinale a opção correta.
(b) O contrato de alienação fiduciária em garantia não pode ter por objeto bem que
já integrava o patrimônio do devedor.
(c) Denomina-se leasing o contrato de fomento mercantil.

Q33º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo
Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o
item a seguir.
Comumente, a doutrina apresenta três modalidades de contrato de arrendamento
mercantil, o leasing financeiro, o leasing back e o leasing operacional; no caso do
leasing operacional, o próprio fabricante ou importador do bem é o arrendante.

Q34º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo
Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o
item a seguir.
Entre as várias modalidades de factoring elencados na doutrina, destaca-se o
maturity factoring, que tem como característica a cessão de crédito mediante
adiantamento, pelo faturizador, dos valores que mais tarde serão pagos pelo
terceiro devedor.

Q35º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo
Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o
item a seguir.
Um dos princípios fundamentais que rege o contrato de franchising é a chamada
disclosure. Conforme esse princípio, o franqueador tem obrigação pré-contratual de

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fornecer todas as informações necessárias para que o candidato a franqueado


tenha condições de analisar com a antecedência necessária todas as nuanças do
negócio.

Q36º. Ano: 2012


Banca: CESPE
Órgão: STJ
Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária
Considere a seguinte situação hipotética.
A empresa X, que é uma sociedade de arrendamento mercantil, emitiu letras de
arrendamento mercantil no valor de dez mil reais cada uma. Uma dessas letras foi
recebida por Salomão, comerciante na cidade da sede da empresa, que endossou o
título em questão e o passou para Matias como pagamento de dívidas. A empresa
X, no momento da apresentação da letra, negou-se a fazer o pagamento alegando
problemas financeiros. Nessa situação, Matias não pode exigir que Salomão faça o
pagamento do montante total estipulado na letra, a não ser que haja estipulação
em contrário.

Q37º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Bimax Reproduções Fotográficas Ltda., fabricante de máquinas fotocopiadoras,
firmou contrato de arrendamento mercantil com Batista Advogados Associados,
sociedade simples prestadora de serviços advocatícios. A arrendadora se
comprometeu a fornecer as máquinas fotocopiadoras, bem como a prestar
assistência técnica especializada. Considerando essa situação hipotética, julgue os
itens subseqüentes, quanto à disciplina do contrato de arrendamento mercantil
(leasing).
O valor das parcelas a serem solvidas por Batista Advogados Associados não pode
ultrapassar 75% do custo do bem objeto do contrato de leasing.

Q38º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: Caixa
Prova: Advogado
Um dos mais importantes contratos mercantis é o contrato de franquia, que se
subdivide em duas modalidades: franquia de marca e de produto e business format
franchising. Se determinado empresário desejar explorar atividade de revenda de
combustíveis, sustentando bandeira já consolidada nesse ramo de atuação, deverá
firmar contrato de franquia de marca e de produto em que o franqueador ceda ao
franqueado o direito de uso da sua marca para a venda de produto de maneira
exclusiva e a ela relacionado.

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2. Gabarito Sem Comentários

Q1º. Ano: 2018


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior
Um empresário firmou contrato de seguro com a instituição financeira X, sem que
ficasse previamente ajustado pelas partes o dia para pagamento de prestação do
prêmio. Considerando-se a hipótese apresentada, de acordo com o Código Civil de
2002, a(o)
(a) prévia constituição em mora do empresário pela instituição X será necessária, o
que será realizado mediante interpelação judicial ou extrajudicial, para que ocorra o
desfazimento do contrato.
[CORRETA]
(b) ausência de termo dispensa a prévia constituição em mora do contratante pela
seguradora, mediante interpelação judicial ou extrajudicial, para o desfazimento do
contrato
[INCORRETA]
(c) mora só se constitui pela interpelação judicial, não havendo prévio ajuste para
o dia do pagamento de prestação de prêmio.
[INCORRETA]
(d) ausência de termo para pagamento de prestação do prêmio acarreta a nulidade
do contrato firmado entre o empresário e a instituição X.
[INCORRETA]
(e) desfazimento do contrato com a prévia constituição em mora do contratante,
na ausência de termo, só ocorre mediante interpelação extrajudicial.
[INCORRETA]

Q2º. Ano: 2017 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
A respeito dos contratos empresariais, assinale a opção correta. (ADAPTADA)
(d) No contrato de distribuição, o distribuidor ou agente serão obrigatoriamente
remunerados pelos negócios realizados fora do seu espaço, em razão do
desrespeito à cláusula de territorialidade
[INCORRETA]
(e) No contrato de compra e venda mercantil, o vendedor deve transferir o domínio
da coisa vendida, mas não se compromete a responder por evicção e por vício
redibitório.
[INCORRETA]

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Q3º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: PGE-SE
Prova: Procurador do Estado
Em relação aos contratos mercantis, julgue os itens a seguir.
I O atraso longo e habitual no pagamento das parcelas do prêmio ajustado em
contrato de seguro é suficiente para a constituição da mora, ainda que não haja
notificação prévia da seguradora.
[INCORRETA]

Q4º. Ano: 2015


Banca: FCC
Órgão: TCM-RJ
Prova: Auditor-Substituto de Conselheiro
Acerca do contrato de seguro de dano, considere:
I. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa
segurada, não declarado pelo segurado.
[CORRETA]
II. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento
do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice,
salvo em caso de mora do segurador.
[CORRETA]
III. Desde que expressamente contratada, a garantia prometida pode ultrapassar o
valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato.
[INCORRETA]
IV. Na omissão do contrato, é vedado ao segurado transferi-lo a terceiro na
hipótese de alienação ou cessão do interesse segurado.
[INCORRETA]
V. Na omissão do contrato, o seguro de um interesse por menos do que valha não
acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.
[INCORRETA]

Q5º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-SE
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Quanto aos contratos mercantis e com base na legislação vigente e na
jurisprudência do STJ, assinale a opção correta.

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(a) No seguro pessoal, há liberdade de contratação quanto ao valor segurado, mas


não quanto à contratação de mais de um seguro com diversos seguradores para
cobrir o mesmo interesse.
[INCORRETA]
(b) Na representação comercial, em caso de falência do representado, os créditos
devidos aos representantes são quirografários, pois não há relação de emprego
entre as partes.
[INCORRETA]
(e) No caso de acidente com morte que enseje pagamento de cobertura de seguro
de vida, a seguradora não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do beneficiário
contra o terceiro causador do sinistro.
[CORRETA]

Q6º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Acerca dos contratos empresariais e dos títulos de crédito de fomento à atividade
empresarial, assinale a opção correta.
(e) De acordo com a jurisprudência do STJ, o contrato de seguro por danos
pessoais compreende os danos morais, independentemente de cláusula expressa de
exclusão.
[INCORRETA]

Q7º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Assinale a opção correta com base em contratos bancários e títulos de crédito. (
(d) O STJ tem jurisprudência consolidada no sentido de que, dadas as
características e a natureza do contrato de mandato, não é possível responsabilizar
a instituição financeira que leva a protesto um título com vício formal recebido por
endosso- mandato.
[INCORRETA]

Q8º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Juiz
A respeito dos contratos mercantis e da teoria geral dos contratos mercantis,
assinale a opção correta.

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(a) Na comissão mercantil, o comissário poderá responder solidariamente com as


pessoas com quem tratar em nome do comitente, se do contrato constar a cláusula
del credere.
[CORRETA]
(b) Para que se caracterize uma compra e venda mercantil, é bastante que
estejam presentes os seguintes elementos básicos: a coisa móvel ou semovente
(res) e o consenso que aperfeiçoa a avença (consensum).
[INCORRETA]
(d) Se o instrumento de mandato mercantil for silente em relação à autorização
para substabelecer, serão ineficazes perante o mandante os atos praticados por
delegação do mandatário.
[INCORRETA]
(e) Por não haver vínculo de dependência entre as partes, não pode o proponente
impor ao agente mercantil que se abstenha de assumir perante outros proponentes
o encargo de tratar de negócios do mesmo gênero, na mesma zona.
[INCORRETA]

Q9º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-PA
Prova: Juiz de Direito Substituto
Sobre contratos empresariais, é correto afirmar:
(a) no contrato de agência, o agente terá direito a ser remunerado pelos serviços
úteis prestados ao proponente, ainda que dispensado por justa causa, sem
embargo do direito do proponente de pleitear perdas e danos pelos prejuízos
sofridos.
[CORRETA]

Q10º. Ano: 2013 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-MA
Prova: Juiz
Assinale a opção correta referente a contratos empresariais.
(a) Pelo contrato de representação comercial, uma pessoa assume, em caráter
eventual, a obrigação de promover a realização de certos negócios, tendo o
representante poderes para concluir os negócios em nome do representado.
[INCORRETA]
(d) Tratando-se de mandato mercantil, o mandante é obrigado a pagar ao
mandatário a remuneração ajustada e as despesas da execução do mandato,
mediante comprovação de que a avença cumpriu os efeitos esperados.
[INCORRETA]

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Q11º. Ano: 2013


Banca: TRT 14R
Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC)
Prova: Juiz do Trabalho
Analise os itens abaixo, no que diz respeito ao representante comercial, e marque a
alternativa INCORRETA:
(a) Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato
mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da
legislação comercial
[CORRETA]
(b) Não pode ser representante comercial: (a) o que não pode ser comerciante; (b)
o falido não reabilitado; (c) o que tenha sido condenado por infração penal de
natureza infamante, tais como falsidade, estelionato, apropriação indébita,
contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com a perda de
cargo público; (d) o que estiver com seu registro comercial cancelado como
penalidade.
[CORRETA]
(c) Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou
quando este for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí
realizados, ainda que diretamente pelo representado ou por intermédio de
terceiros.
[CORRETA]
(d) A exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes
expressos.
[CORRETA]
(e) Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a eventual
retribuição pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de execução e
recebimento, terá vencimento 10 (dez) dias da data da rescisão, sob pena de
multa.
[INCORRETA]

Q12º. Ano: 2012 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Caixa
Prova: Advogado
Caso um importador, na qualidade de pessoa jurídica, venha a adquirir produtos do
fabricante sediado no exterior, de forma habitual e com intuito de lucro, para fins
de revenda a estabelecimentos comerciais atacadistas, tem-se, nesse caso,
contrato de
(e) compra e venda mercantil
[CORRETA]

Q13º. Ano: 2012 [ADAPTADA]

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Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior-2012
O contrato pelo qual uma das partes se obriga a obter pedidos de compra e venda
de mercadorias fabricadas ou comercializadas por outra parte, sem que haja
vínculo empregatício entre as partes envolvidas, denomina-se
(d) representação comercial
[CORRETA]

Q14º. Ano: 2011 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal
A respeito dos contratos comerciais, assinale a opção correta.
(c) Caracteriza-se a distribuição no contrato de agência especialmente porque o
agente tem ao seu dispor a coisa negociada.
[CORRETA]

Q15º. Ano: 2010 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Profissional Júnior - Direito
Em qual dos contratos mercantis abaixo NÃO se aplicam as regras gerais previstas
em lei?
(a) Na compra e venda mercantil, o vendedor, além de transferir o domínio da
coisa vendida, também se compromete por vício redibitório e evicção.
[CORRETA]
(b) Na compra e venda mercantil, no que diz respeito à responsabilidade pelo
transporte da mercadoria transacionada, via de regra, cabem ao comprador as
despesas com a tradição.
[INCORRETA]
(c) Na representação comercial, inexiste vínculo de emprego entre o representado
e o representante comercial autônomo, sendo que a subordinação deste àquele tem
caráter empresarial, para fins do exercício da atividade econômica.
[CORRETA]
(d) Na comissão mercantil, o comissário, em nome próprio, obriga-se a realizar
negócios mercantis por conta do comitente, assumindo, portanto, responsabilidade
pessoal perante terceiros pelos atos praticados.
[CORRETA]

Q16º. Ano: 2007

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Banca: CESPE
Órgão: TJ-TO
Prova: Juiz
Acerca de contrato de compra e venda mercantil, assinale a opção correta.
(a) Considera-se perfeita a compra e venda pura quando as partes acordam quanto
ao preço e ao objeto.
[CORRETA]
(b) É vedada a compra e venda sem fixação de preço.
[INCORRETA]
(c) A compra e venda mercantil não pode ter por objeto coisa futura.
[INCORRETA]
(d) Com relação a bens excluídos da comunhão, a lei veda a compra e venda entre
cônjuges.
[INCORRETA]

Q17º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética, relativa às normas que
regem os contratos de compra e venda mercantil, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
Determinada indústria moveleira firmou contrato de compra e venda mercantil de
mercadorias para reposição de seu estoque. Nessa situação, a fixação do preço
pode ser deixada ao arbítrio de terceiro e, se este não aceitar o encargo, ficará sem
efeito o contrato.
[CORRETA]

Q18º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética, relativa às normas que
regem os contratos de compra e venda mercantil, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
A sociedade empresária Aniz Panificadora Ltda. adquiriu de Planeta Industrial S.A.
um aparelho refrigerador. Nessa situação, considera-se pactuada cláusula de
retrovenda, se for reservado à Planeta Industrial S.A. o direito de recobrar o
aparelho refrigerador no prazo máximo de três anos, reembolsando o preço
recebido e as despesas da compradora.
[INCORRETA]

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Q19º. Ano: 2006


Banca: FCC
Órgão: SEFAZ-SP
Prova: Agente Fiscal de Tributos Estaduais
É característica própria dos contratos de agência, de distribuição e de
representação comercial a
(a) constituição de uma das partes como mandatária da outra, para que em
determinada região pratique atos de divulgação e propaganda dos produtos desta.
[INCORRETA]
(b) prática de atos de intermediação de venda de produtos de uma das partes pela
outra, em região determinada e sob condição de exclusividade
[INCORRETA]
(c) possibilidade de pactuação da cláusula del credere, por meio da qual os
negócios promovidos e não concretizados permanecerão de responsabilidade da
parte que os promoveu.
[INCORRETA]
(d) realização de sucessivas operações de compra e venda entre as partes, até a
entrega das mercadorias produzidas por uma delas aos seus destinatários finais.
[INCORRETA]
(e) prática remunerada de atos de promoção e estímulo de negócios de interesse
de uma das partes pela outra, em região determinada.
[CORRETA]

Q20º. Ano: 2015


Banca: FCC
Órgão: TJ-GO
Prova: Juiz Substituto
Acerca do contrato de franquia empresarial, é correto afirmar:
(a) O franqueado poderá requerer a sua anulação se não lhe tiver sido fornecida a
circular de oferta de franquia com a antecedência prevista em lei, ainda que não a
tenha requerido previamente por escrito ao franqueador.
[CORRETA]
(b) Deve ser escrito e assinado na presença de 2 testemunhas e só terá validade
depois de registrado em cartório ou órgão público.
[INCORRETA]
(c) Estabelece vínculo empregatício entre franqueador e franqueado.
[INCORRETA]
(d) A falsidade das informações contidas na circular de oferta de franquia entregue
ao franqueado o torna nulo de pleno direito, e não meramente anulável.
[INCORRETA]
(e) Atualmente não é disciplinado por lei especial ou extravagante, sendo regido
exclusivamente pelo Código Civil.

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[INCORRETA]

Q21º. Ano: 2011


Banca: CESGRANRIO
Órgão: BNDES
Prova: Profissional Básico - Administração
A legislação que disciplina contratos de franquia empresarial estabelece que
(a) o contrato deve ser registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI) para produzir efeitos perante terceiros.
[CORRETA]
(b) os contratos encerram cessão do uso de marca ou patente e a venda com
reserva de domínio.
[INCORRETA]
(c) a Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado
no mínimo 60 (sessenta) dias antes da assinatura do pré-contrato de franquia.
[INCORRETA]
(d) a Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a
franqueado no mínimo 30 (trinta) dias antes da assinatura do contrato de franquia.
[INCORRETA]
(e) o franqueador cede ao franqueado o direito do uso da marca ou da patente,
mediante remuneração direta ou indireta, ficando caracterizado vínculo
empregatício.
[INCORRETA]

Q22º. Ano: 2010


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado
Considere um contrato pelo qual o Contratante X cede ao Contratante Y o direito de
uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou
semiexclusiva de produtos ou serviços. Esse mesmo contrato, eventualmente,
também cede o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de
negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo Contratante X,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício. Nos termos da legislação em vigor, trata-se de um contrato
de
(a) agência.
[INCORRETA]
(b) distribuição.
[INCORRETA]
(c) comissão.
[INCORRETA]

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(d) franquia.
[CORRETA]
(e) representação comercial.
[INCORRETA]

Q23º. Ano: 2014


Banca: TRT 3R
Órgão: TRT - 3ª Região (MG)
Prova: Juiz do Trabalho
O contrato de franquia deve conter indicação do que é efetivamente oferecido ao
franqueado pelo franqueador, no que se refere a itens abaixo arrolados, EXCETO:
(a) treinamento dos funcionários do franqueado.
[CORRETA]
(b) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia.
[CORRETA]
(c) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado.
[CORRETA]
(d) requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueador na operação e na
administração do negócio.
[INCORRETA]
(e) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos.
[CORRETA]

Q24º. Ano: 2013


Banca: TRF - 3ª REGIÃO
Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal
Marque a alternativa correta de acordo com os contratos empresariais e o Sistema
Financeiro Nacional:
(a) A exclusividade de contrato de representação comercial deve ser
expressamente prevista na forma escrita, sob pena de não sua não consideração.
[INCORRETA]
(b) Consoante entendimento do STJ, o instrumento adequado para a discussão da
abusividade de cláusulas de contrato de alienação fiduciária em garantia é a ação
revisional e não como matéria de defesa em ação de busca e apreensão.
[INCORRETA]
(c) Ao se pressupor como contrato de adesão considera-se inexistente a eleição de
foro prevista em contrato de franquia.
[INCORRETA]

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(d) De acordo com o STJ, o contrato de factoring pertence ao Sistema Financeiro


Nacional, razão pela qual não se lhe aplica a limitação de juros prevista na Lei de
Usura.
[INCORRETA]
(e) Conforme entendimento do STJ é inerente à racionalidade econômica do
leasing financeiro a preservação de um valor mínimo em favor do arrendador pelo
produto financiado, a servir-lhe de garantia, a depender, no caso de não exercida a
opção de compra pelo arrendatário, do valor recebido com a venda do produto.
[CORRETA]

Q25º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Julgue os itens que se seguem, acerca da disciplina de contratos empresariais.
Considere a seguinte situação hipotética.
Robson contratou a sociedade Confort Móveis e Decorações Ltda., visando à
fabricação e à entrega de algumas mobílias. Acordaram que o preço seria quitado
em quatro parcelas iguais, garantidas por cheques pós-datados. Mesmo após
descontados os três primeiros cheques, Confort Móveis e Decorações Ltda. ainda
não havia promovido a entrega dos bens encomendados, razão pela qual Robson
sustou o pagamento do cheque remanescente. Porém, essa sociedade já havia
cedido todas as cártulas de cheques a uma sociedade de factoring. Em razão da
cobrança levada a efeito pela sociedade de factoring, Robson dirigiu-se ao PROCON
para solucionar a questão, ocasião em que Robson, um preposto da sociedade
Confort Móveis e Decorações Ltda. e outro da sociedade faturizadora decidiram que
a sociedade moveleira se responsabilizaria pelo pagamento do título em aberto.
Diante do descumprimento do acordo por Confort Móveis e Decorações Ltda., a
sociedade faturizadora promoveu ação de execução contra Robson. Nessa situação,
são oponíveis à sociedade faturizadora as exceções pessoais do devedor.
[CORRETA]

Q26º. Ano: 2015 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Prova: Juiz Substituto
A respeito de contratos mercantis, há alguma assertiva correta abaixo?
(a) A denúncia imotivada, por parte do representado, do contrato de representação
comercial por prazo indeterminado celebrado há mais de três anos confere ao
representante o direito de aviso prévio e do recebimento de indenização prevista
em lei, com a ressalva do decote por compensação de quantias decorrentes da
cláusula del credere, desde que previamente ajustada entre os contratantes.
[INCORRETA]

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(b) O contrato de franquia, regularmente celebrado, tem sua validade entre partes
diferida para o momento do seu registro no INPI.
[INCORRETA]
(c) As disposições da chamada Lei Ferrari, que rege a concessão comercial entre
produtores e distribuidores de veículos automotores de via terrestre, aplicam-se,
por analogia, aos demais contratos de concessão mercantil.
[INCORRETA]
(d) No contrato de factoring, o faturizado transfere ao faturizador, em regra geral,
créditos pro solvendo.
[INCORRETA]
==1150fb==

Q27º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
A respeito dos contratos empresariais, assinale a opção correta.
(a) No contrato de franquia, o franqueador deve fornecer aos interessados a
Circular de Oferta de Franquia contendo, obrigatoriamente, as informações
essenciais da operação, conforme a legislação específica, sob pena de anulabilidade
do contrato.
[CORRETA]
(b) No contrato de fomento mercantil, as empresas faturizadoras não são
obrigadas a manter sigilo sobre as suas operações ativas e passivas e sobre os
serviços prestados.
[INCORRETA]
(c) No contrato de arrendamento mercantil, só pode ter por objeto bem imóvel ou
móvel de produção nacional.
[INCORRETA]
(d) No contrato de distribuição, o distribuidor ou agente serão obrigatoriamente
remunerados pelos negócios realizados fora do seu espaço, em razão do
desrespeito à cláusula de territorialidade
[INCORRETA]
(e) No contrato de compra e venda mercantil, o vendedor deve transferir o domínio
da coisa vendida, mas não se compromete a responder por evicção e por vício
redibitório.
[INCORRETA]

Q28º. Ano: 2008


Banca: FGV
Órgão: TJ-AP
Prova: Juiz
A respeito da alienação fiduciária em garantia, assinale a afirmativa incorreta.

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(a) É nula a cláusula contratual que autoriza o credor fiduciário a ficar com a coisa
alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
[CORRETA]
(b) A mora do devedor fiduciante é considerada ex re, ou seja, caracteriza-se pelo
simples inadimplemento da obrigação pactuada no prazo avençado.
[CORRETA]
(c) Na sentença que decretar a improcedência do pedido da ação de busca e
apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao pagamento de multa em favor do
devedor fiduciante, no valor equivalente ao originariamente financiado.
[INCORRETA]
(d) O credor fiduciário poderá alienar a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública ou avaliação do bem, na hipótese de inadimplemento da
obrigação assumida pelo devedor fiduciante.
[CORRETA]
(e) De acordo com entendimento consolidado pelo STJ, a notificação destinada a
comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a
indicação do valor do débito.
[CORRETA]

Q29º. Ano: 2008


Banca: CESPE
Órgão: DPE-CE
Prova: Defensor Público
A propriedade fiduciária constitui-se pela simples autenticação em cartório do
contrato firmado entre Mauro e a instituição financeira.
[INCORRETA]

Q30º. Ano: 2015


Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Prova: Defensor Público
Determinada sociedade empresária resolveu recorrer ao instituto da alienação
fiduciária em garantia, para aquisição de alguns bens móveis e imóveis.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
À vista do inadimplemento, quando se tratar de contrato de alienação fiduciária de
bem imóvel, a reversão do bem deverá ser processada pelo oficial do cartório de
registro de imóveis, independendo, portanto, de ação judicial para a satisfação
desse direito do credor.
[CORRETA]

Q31º. Ano: 2015

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Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho abaixo em conformidade
com o regime da alienação fiduciária estabelecido na Lei nº 9.514/97.
No prazo de ____ dias, a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário
fornecerá o respectivo termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor
deste, equivalente a ____ por cento ao mês, ou fração sobre o valor do contrato.
(a) cinco – dez.
[INCORRETA]
(b) dez – cinco.
[INCORRETA]
(c) quinze – um.
[INCORRETA]
(d) trinta – meio.
[CORRETA]

Q32º. Ano: 2016 (ADAPTADA)


Banca: CESPE
Órgão: TJ-AM
Prova: Juiz Substituto
Em relação aos contratos bancários, assinale a opção correta.
(b) O contrato de alienação fiduciária em garantia não pode ter por objeto bem que
já integrava o patrimônio do devedor.
[INCORRETA]
(c) Denomina-se leasing o contrato de fomento mercantil.
[INCORRETA]

Q33º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo
Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o
item a seguir.
Comumente, a doutrina apresenta três modalidades de contrato de arrendamento
mercantil, o leasing financeiro, o leasing back e o leasing operacional; no caso do
leasing operacional, o próprio fabricante ou importador do bem é o arrendante.
[CORRETA]

Q34º. Ano: 2014

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Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo
Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o
item a seguir.
Entre as várias modalidades de factoring elencados na doutrina, destaca-se o
maturity factoring, que tem como característica a cessão de crédito mediante
adiantamento, pelo faturizador, dos valores que mais tarde serão pagos pelo
terceiro devedor.
[INCORRETA]

Q35º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo
Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o
item a seguir.
Um dos princípios fundamentais que rege o contrato de franchising é a chamada
disclosure. Conforme esse princípio, o franqueador tem obrigação pré-contratual de
fornecer todas as informações necessárias para que o candidato a franqueado
tenha condições de analisar com a antecedência necessária todas as nuanças do
negócio.
[CORRETA]

Q36º. Ano: 2012


Banca: CESPE
Órgão: STJ
Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária
Considere a seguinte situação hipotética.
A empresa X, que é uma sociedade de arrendamento mercantil, emitiu letras de
arrendamento mercantil no valor de dez mil reais cada uma. Uma dessas letras foi
recebida por Salomão, comerciante na cidade da sede da empresa, que endossou o
título em questão e o passou para Matias como pagamento de dívidas. A empresa
X, no momento da apresentação da letra, negou-se a fazer o pagamento alegando
problemas financeiros. Nessa situação, Matias não pode exigir que Salomão faça o
pagamento do montante total estipulado na letra, a não ser que haja estipulação
em contrário.
[CORRETA]

Q37º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF

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Prova: Procurador
Bimax Reproduções Fotográficas Ltda., fabricante de máquinas fotocopiadoras,
firmou contrato de arrendamento mercantil com Batista Advogados Associados,
sociedade simples prestadora de serviços advocatícios. A arrendadora se
comprometeu a fornecer as máquinas fotocopiadoras, bem como a prestar
assistência técnica especializada. Considerando essa situação hipotética, julgue os
itens subseqüentes, quanto à disciplina do contrato de arrendamento mercantil
(leasing).
O valor das parcelas a serem solvidas por Batista Advogados Associados não pode
ultrapassar 75% do custo do bem objeto do contrato de leasing.
[INCORRETA]

Q38º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: Caixa
Prova: Advogado
Um dos mais importantes contratos mercantis é o contrato de franquia, que se
subdivide em duas modalidades: franquia de marca e de produto e business format
franchising. Se determinado empresário desejar explorar atividade de revenda de
combustíveis, sustentando bandeira já consolidada nesse ramo de atuação, deverá
firmar contrato de franquia de marca e de produto em que o franqueador ceda ao
franqueado o direito de uso da sua marca para a venda de produto de maneira
exclusiva e a ela relacionado.
[CORRETA]

3. Lista de Questões com Gabarito Comentado

Q1º. Ano: 2018


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior
Um empresário firmou contrato de seguro com a instituição financeira X, sem que
ficasse previamente ajustado pelas partes o dia para pagamento de prestação do
prêmio. Considerando-se a hipótese apresentada, de acordo com o Código Civil de
2002, a(o)
(a) prévia constituição em mora do empresário pela instituição X será necessária, o
que será realizado mediante interpelação judicial ou extrajudicial, para que ocorra o
desfazimento do contrato.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do parágrafo único do art. 397
do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.

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 Legislação: “Art. 397 do CC. O inadimplemento da obrigação, positiva e


líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.”
(b) ausência de termo dispensa a prévia constituição em mora do contratante pela
seguradora, mediante interpelação judicial ou extrajudicial, para o desfazimento do
contrato
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do parágrafo único do
art. 397 do Código Civil, não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 397 do CC. O inadimplemento da obrigação, positiva e
líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.”
(c) mora só se constitui pela interpelação judicial, não havendo prévio ajuste para
o dia do pagamento de prestação de prêmio.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 397 do Código
Civil, a mora pode ser constituída no caso de inadimplemento da obrigação no seu
termo.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 397 do CC. O inadimplemento da obrigação, positiva e
líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.”
(d) ausência de termo para pagamento de prestação do prêmio acarreta a nulidade
do contrato firmado entre o empresário e a instituição X.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do parágrafo único do
art. 397 do Código Civil, não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial, não havendo o que se falar em nulidade do
contrato.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 397 do CC. O inadimplemento da obrigação, positiva e
líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.”
(e) desfazimento do contrato com a prévia constituição em mora do contratante,
na ausência de termo, só ocorre mediante interpelação extrajudicial.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do parágrafo único do
art. 397 do Código Civil, não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.

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 Base para resolução: legislação.


 Legislação: “Art. 397 do CC. O inadimplemento da obrigação, positiva e
líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial.”

Q2º. Ano: 2017 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
A respeito dos contratos empresariais, assinale a opção correta. (ADAPTADA)
(d) No contrato de distribuição, o distribuidor ou agente serão obrigatoriamente
remunerados pelos negócios realizados fora do seu espaço, em razão do
desrespeito à cláusula de territorialidade
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 714 do Código
Civil, o distribuidor ou agente terão direito à remuneração correspondente aos
negócios concluídos dentro de sua zona.
 Base para resolução: legislação
 Legislação: “Art. 714 do CC. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá
direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de
sua zona, ainda que sem a sua interferência.”
(e) No contrato de compra e venda mercantil, o vendedor deve transferir o domínio
da coisa vendida, mas não se compromete a responder por evicção e por vício
redibitório.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, apesar de se tratar de contrato de compra
e venda mercantil, aplicam-se as regras ordinárias da compra e venda do Código
Civil, dentre elas as relativas aos vícios redibitórios (art. 441 e seguintes) e à
evicção (art. 447 e seguintes).
 Base para resolução: legislação
 Legislação: “Art. 441, caput do CC. A coisa recebida em virtude de
contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a
tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.”
 Legislação: “Art. 447 do CC. Nos contratos onerosos, o alienante
responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se
tenha realizado em hasta pública.”

Q3º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: PGE-SE
Prova: Procurador do Estado
Em relação aos contratos mercantis, julgue os itens a seguir.

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I O atraso longo e habitual no pagamento das parcelas do prêmio ajustado em


contrato de seguro é suficiente para a constituição da mora, ainda que não haja
notificação prévia da seguradora.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, o atraso no pagamento de parcela do prêmio do contrato de
seguro não acarreta a sua extinção automática, porquanto imprescindível a prévia
notificação específica do segurado para a sua constituição em mora.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “(...) 1. Negativa de prestação jurisdicional e ausência de
fundamentação no decisum não configurados. 2. É pacífica a jurisprudência
da Segunda Seção no sentido de que o atraso no pagamento de parcela do
prêmio do contrato de seguro não acarreta a sua extinção automática,
porquanto imprescindível a prévia notificação específica do segurado para a
sua constituição em mora. 3. Razões recursais insuficientes para a revisão
do julgado. 4. Agravo interno desprovido.” (STJ, AgInt no AREsp
1079821/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 15/08/2017, DJe 25/08/2017)

Q4º. Ano: 2015


Banca: FCC
Órgão: TCM-RJ
Prova: Auditor-Substituto de Conselheiro
Acerca do contrato de seguro de dano, considere:
I. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa
segurada, não declarado pelo segurado.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 784, caput, do
Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 784, caput, do CC. Não se inclui na garantia o sinistro
provocado por vício intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo
segurado.”
II. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento
do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice,
salvo em caso de mora do segurador.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 781 do Código
Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 781 do CC. A indenização não pode ultrapassar o valor
do interesse segurado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o
limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do
segurador.”

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III. Desde que expressamente contratada, a garantia prometida pode ultrapassar o


valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 778 do Código
Civil, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no
momento da conclusão do contrato.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 778 do CC. Nos seguros de dano, a garantia prometida
não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da
conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da
ação penal que no caso couber.”
IV. Na omissão do contrato, é vedado ao segurado transferi-lo a terceiro na
hipótese de alienação ou cessão do interesse segurado.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do caput do art. 785 do
Código Civil, salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do contrato a
terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 785, caput, do CC. Salvo disposição em contrário,
admite-se a transferência do contrato a terceiro com a alienação ou cessão
do interesse segurado.”
V. Na omissão do contrato, o seguro de um interesse por menos do que valha não
acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 783 do Código
Civil, o seguro de um interesse por menos do que valha acarreta a redução
proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 783 do CC. Salvo disposição em contrário, o seguro de
um interesse por menos do que valha acarreta a redução proporcional da
indenização, no caso de sinistro parcial.”

Q5º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-SE
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Quanto aos contratos mercantis e com base na legislação vigente e na
jurisprudência do STJ, assinale a opção correta.
(a) No seguro pessoal, há liberdade de contratação quanto ao valor segurado, mas
não quanto à contratação de mais de um seguro com diversos seguradores para
cobrir o mesmo interesse.
[INCORRETA]

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Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 789 do Código


Civil, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos
seguradores.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 789 do CC. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é
livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um
seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.”
(b) Na representação comercial, em caso de falência do representado, os créditos
devidos aos representantes são quirografários, pois não há relação de emprego
entre as partes.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 44 da Lei nº 4.886/65, os créditos devidos aos representantes serão
considerados créditos da mesma natureza dos créditos trabalhistas.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 44, caput, da Lei nº 4.886/65. No caso de falência do
representado as importâncias por ele devidas ao representante comercial,
relacionadas com a representação, inclusive comissões vencidas e
vincendas, indenização e aviso prévio, serão considerados créditos da
mesma natureza dos créditos trabalhistas.”
(e) No caso de acidente com morte que enseje pagamento de cobertura de seguro
de vida, a seguradora não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do beneficiário
contra o terceiro causador do sinistro.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 800 do Código
Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 800 do CC. Nos seguros de pessoas, o segurador não
pode sub-rogar-se nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário,
contra o causador do sinistro.”

Q6º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Acerca dos contratos empresariais e dos títulos de crédito de fomento à atividade
empresarial, assinale a opção correta.
(e) De acordo com a jurisprudência do STJ, o contrato de seguro por danos
pessoais compreende os danos morais, independentemente de cláusula expressa de
exclusão.
[INCORRETA]

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Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme expresso na Súmula nº 402, O


contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula
expressa de exclusão.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: Súmula nº 402 STJ. “O contrato de seguro por danos
pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de
exclusão.”

Q7º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros
Assinale a opção correta com base em contratos bancários e títulos de crédito. (
(d) O STJ tem jurisprudência consolidada no sentido de que, dadas as
características e a natureza do contrato de mandato, não é possível responsabilizar
a instituição financeira que leva a protesto um título com vício formal recebido por
endosso- mandato.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao entendimento do Superior
Tribunal de Justiça.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: Súmula nº 475 do STJ. “Responde pelos danos
decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso
translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco,
ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e
avalistas.”
 Jurisprudência: Súmula nº 476 do STJ. “O endossatário de título de
crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de
protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário”.

Q8º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-DFT
Prova: Juiz
A respeito dos contratos mercantis e da teoria geral dos contratos mercantis,
assinale a opção correta.
(a) Na comissão mercantil, o comissário poderá responder solidariamente com as
pessoas com quem tratar em nome do comitente, se do contrato constar a cláusula
del credere.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme disposição do art. 698 do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.

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 Legislação: “Art. 698 do CC. Se do contrato de comissão constar a


cláusula del credere, responderá o comissário solidariamente com as
pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo
estipulação em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais
elevada, para compensar o ônus assumido.”
(b) Para que se caracterize uma compra e venda mercantil, é bastante que
estejam presentes os seguintes elementos básicos: a coisa móvel ou semovente
(res) e o consenso que aperfeiçoa a avença (consensum).
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme disposição do art. 481 do Código
Civil, a compra e venda caracteriza-se pela presença dos seguintes elementos:
coisa, preço e coinsentimento.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 481 do CC. Pelo contrato de compra e venda, um dos
contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a
pagar-lhe certo preço em dinheiro.”
(d) Se o instrumento de mandato mercantil for silente em relação à autorização
para substabelecer, serão ineficazes perante o mandante os atos praticados por
delegação do mandatário.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, de acordo com o expresso no art. 667, §4º
do Código Civil, sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o
procurador será responsável se o substabelecido proceder culposamente.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 667, § 4º, do CC. Sendo omissa a procuração quanto ao
substabelecimento, o procurador será responsável se o substabelecido
proceder culposamente.”
(e) Por não haver vínculo de dependência entre as partes, não pode o proponente
impor ao agente mercantil que se abstenha de assumir perante outros proponentes
o encargo de tratar de negócios do mesmo gênero, na mesma zona.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao disposto no art. 711 do
Código Civil, não é permitido que o agente trate de negócios do mesmo gênero, à
conta de outros proponentes, salvo se existir autorização expressa no contrato.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 711 do CC. Salvo ajuste, o proponente não pode
constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, com
idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar
de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes.”

Q9º. Ano: 2014 [ADAPTADA]


Banca: VUNESP
Órgão: TJ-PA
Prova: Juiz de Direito Substituto

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Sobre contratos empresariais, é correto afirmar:


(a) no contrato de agência, o agente terá direito a ser remunerado pelos serviços
úteis prestados ao proponente, ainda que dispensado por justa causa, sem
embargo do direito do proponente de pleitear perdas e danos pelos prejuízos
sofridos.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do art. 717 do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 717 do CC. Ainda que dispensado por justa causa, terá o
agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao
proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos
sofridos.”

Q10º. Ano: 2013 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-MA
Prova: Juiz
Assinale a opção correta referente a contratos empresariais.
(a) Pelo contrato de representação comercial, uma pessoa assume, em caráter
eventual, a obrigação de promover a realização de certos negócios, tendo o
representante poderes para concluir os negócios em nome do representado.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 1º da
Lei nº 4.886/65, exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a
pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual
por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios
mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados,
praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art . 1º da Lei nº 4.886/65. Exerce a representação
comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de
emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou
mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis,
agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados,
praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Parágrafo único. Quando a representação comercial incluir poderes
atinentes ao mandato mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste,
os preceitos próprios da legislação comercial.”
(d) Tratando-se de mandato mercantil, o mandante é obrigado a pagar ao
mandatário a remuneração ajustada e as despesas da execução do mandato,
mediante comprovação de que a avença cumpriu os efeitos esperados.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 676 do
Código Civil, o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as

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despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado


efeito.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 676 do CC. É obrigado o mandante a pagar ao
mandatário a remuneração ajustada e as despesas da execução do
mandato, ainda que o negócio não surta o esperado efeito, salvo tendo o
mandatário culpa.”

Q11º. Ano: 2013


Banca: TRT 14R
Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC)
Prova: Juiz do Trabalho
Analise os itens abaixo, no que diz respeito ao representante comercial, e marque a
alternativa INCORRETA:
(a) Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato
mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da
legislação comercial
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do parágrafo único do
art. 1º da Lei nº 4.886/65.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 4.886/65. Quando a
representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato mercantil,
serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da
legislação comercial.”
(b) Não pode ser representante comercial: (a) o que não pode ser comerciante; (b)
o falido não reabilitado; (c) o que tenha sido condenado por infração penal de
natureza infamante, tais como falsidade, estelionato, apropriação indébita,
contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com a perda de
cargo público; (d) o que estiver com seu registro comercial cancelado como
penalidade.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 4º da Lei nº
4.886/65.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art . 4º da Lei nº 4.886/65. Não pode ser representante
comercial: a) o que não pode ser comerciante; b) o falido não reabilitado; c)
o que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais
como falsidade, estelionato, apropriação indébita, contrabando, roubo, furto,
lenocínio ou crimes também punidos com a perda de cargo público; d) o que
estiver com seu registro comercial cancelado como penalidade.”
(c) Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou zonas, ou
quando este for omisso, fará jus o representante à comissão pelos negócios aí
realizados, ainda que diretamente pelo representado ou por intermédio de
terceiros.

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[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do caput do art. 31 da
Lei nº 4.886/65.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 31, caput, da Lei nº 4.886/65. Prevendo o contrato de
representação a exclusividade de zona ou zonas, ou quando este for omisso,
fará jus o representante à comissão pelos negócios aí realizados, ainda que
diretamente pelo representado ou por intermédio de terceiros.”
(d) A exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes
expressos.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do parágrafo único do
art. 31 da Lei nº 4.886/65.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 31, parágrafo único, da Lei nº 4.886/65. A
exclusividade de representação não se presume na ausência de ajustes
expressos.”
(e) Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a eventual
retribuição pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de execução e
recebimento, terá vencimento 10 (dez) dias da data da rescisão, sob pena de
multa.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §5º do art.
32 da Lei nº 4.886/65, terá vencimento na data da rescisão.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 32, § 5°, da Lei nº 4.886/65. Em caso de rescisão
injusta do contrato por parte do representando, a eventual retribuição
pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de execução e
recebimento, terá vencimento na data da rescisão.”

Q12º. Ano: 2012 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Caixa
Prova: Advogado
Caso um importador, na qualidade de pessoa jurídica, venha a adquirir produtos do
fabricante sediado no exterior, de forma habitual e com intuito de lucro, para fins
de revenda a estabelecimentos comerciais atacadistas, tem-se, nesse caso,
contrato de
(e) compra e venda mercantil
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do art. 481 do Código Civil e
definição doutrinária. Segundo FÁBIO ULHOA COELHO, neste caso, haveria uma
espécie de compra e venda demanda contrato de fornecimento.
 Base para resolução: legislação e doutrina.

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 Legislação: “Art. 481 do CC. Pelo contrato de compra e venda, um dos


contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a
pagar-lhe certo preço em dinheiro.”
 Doutrina: “No contrato de fornecimento, comprador e vendedor
estabelecem de comum acordo uma ou mais condições para a realização de
uma série de compras e vendas. Seu objetivo é garantir o suprimento de
insumos (para o comprador) e o mínimo de demanda de produtos (para o
vendedor).” (Fábio Ulhoa Coelho)

Q13º. Ano: 2012 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado Júnior-2012
O contrato pelo qual uma das partes se obriga a obter pedidos de compra e venda
de mercadorias fabricadas ou comercializadas por outra parte, sem que haja
vínculo empregatício entre as partes envolvidas, denomina-se
(d) representação comercial
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme definição expressa no art . 1º, caput, da
Lei nº 4.886/65.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art . 1º, caput, da Lei nº 4.886/65. Exerce a representação
comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de
emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou
mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis,
agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados,
praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.”

Q14º. Ano: 2011 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal
A respeito dos contratos comerciais, assinale a opção correta.
(c) Caracteriza-se a distribuição no contrato de agência especialmente porque o
agente tem ao seu dispor a coisa negociada.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do caput do art. 710 do Código
Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 710, caput, do CC. Pelo contrato de agência, uma
pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização

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de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição


quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.”

Q15º. Ano: 2010 [ADAPTADA]


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Profissional Júnior - Direito
Em qual dos contratos mercantis abaixo NÃO se aplicam as regras gerais previstas
em lei?
(a) Na compra e venda mercantil, o vendedor, além de transferir o domínio da
coisa vendida, também se compromete por vício redibitório e evicção.
[CORRETA]
Comentários: Na compra e venda mercantil aplicam-se as regras ordinárias da
compra e venda do Código Civil, dentre elas as relativas aos vícios redibitórios (art.
441 e seguintes) e à evicção (art. 447 e seguintes).
 Base para resolução: legislação
 Legislação: “Art. 441, caput do CC. A coisa recebida em virtude de
contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a
tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.”
 Legislação: “Art. 447 do CC. Nos contratos onerosos, o alienante
responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se
tenha realizado em hasta pública.”
(b) Na compra e venda mercantil, no que diz respeito à responsabilidade pelo
transporte da mercadoria transacionada, via de regra, cabem ao comprador as
despesas com a tradição.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 490 do
Código Civil, as despesas com a tradição ficam a cargo do vendedor.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 490 do CC. Salvo cláusula em contrário, ficarão as
despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do
vendedor as da tradição.”
(c) Na representação comercial, inexiste vínculo de emprego entre o representado
e o representante comercial autônomo, sendo que a subordinação deste àquele tem
caráter empresarial, para fins do exercício da atividade econômica.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do art. 1º, caput. Da lei nº
4.886/65.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1º, caput, da Lei nº 4.886/65. Exerce a representação
comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de
emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou
mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis,

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agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados,


praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.”
(d) Na comissão mercantil, o comissário, em nome próprio, obriga-se a realizar
negócios mercantis por conta do comitente, assumindo, portanto, responsabilidade
pessoal perante terceiros pelos atos praticados.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão dos arts. 693 e 694 do Código
Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 693 do CC. O contrato de comissão tem por objeto a
aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à
conta do comitente.
 Legislação: “Art. 694 do CC. O comissário fica diretamente obrigado para
com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o
comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a
qualquer das partes.”

Q16º. Ano: 2007


Banca: CESPE
Órgão: TJ-TO
Prova: Juiz
Acerca de contrato de compra e venda mercantil, assinale a opção correta.
(a) Considera-se perfeita a compra e venda pura quando as partes acordam quanto
ao preço e ao objeto.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme disposição do art. 482 do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 482 do CC. A compra e venda, quando pura, considerar-
se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no
preço.”
(b) É vedada a compra e venda sem fixação de preço.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois o caput do art. 488 do Código Civil prevê
hipótese de convenção de venda sem fixação de preço.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 488, caput, do CC. Convencionada a venda sem fixação
de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver
tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço
corrente nas vendas habituais do vendedor.”
(c) A compra e venda mercantil não pode ter por objeto coisa futura.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 483 do
Código Civil, a compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura.

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 Base para resolução: legislação.


 Legislação: “Art. 483 do CC. A compra e venda pode ter por objeto coisa
atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a
existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.”
(d) Com relação a bens excluídos da comunhão, a lei veda a compra e venda entre
cônjuges.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 499 do
Código Civil, é lícita a compra e venda entre cônjuges.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 499 do CC. É lícita a compra e venda entre cônjuges,
com relação a bens excluídos da comunhão.”

Q17º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética, relativa às normas que
regem os contratos de compra e venda mercantil, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
Determinada indústria moveleira firmou contrato de compra e venda mercantil de
mercadorias para reposição de seu estoque. Nessa situação, a fixação do preço
pode ser deixada ao arbítrio de terceiro e, se este não aceitar o encargo, ficará sem
efeito o contrato.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do art. 485 do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 485 do CC. A fixação do preço pode ser deixada ao
arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem
designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o
contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.”

Q18º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética, relativa às normas que
regem os contratos de compra e venda mercantil, seguida de uma assertiva a ser
julgada.
A sociedade empresária Aniz Panificadora Ltda. adquiriu de Planeta Industrial S.A.
um aparelho refrigerador. Nessa situação, considera-se pactuada cláusula de
retrovenda, se for reservado à Planeta Industrial S.A. o direito de recobrar o

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aparelho refrigerador no prazo máximo de três anos, reembolsando o preço


recebido e as despesas da compradora.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, de acordo com o artigo 505 do Código
Civil, a cláusula de retrovenda só é admitida nas alienações de bens imóveis e não
de móveis, como trata a questão.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 505 do CC. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se
o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos,
restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador,
inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua
autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.”

Q19º. Ano: 2006


Banca: FCC
Órgão: SEFAZ-SP
Prova: Agente Fiscal de Tributos Estaduais
É característica própria dos contratos de agência, de distribuição e de
representação comercial a
(a) constituição de uma das partes como mandatária da outra, para que em
determinada região pratique atos de divulgação e propaganda dos produtos desta.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 710,
caput, do Código Civil, pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter
não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de
outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 710, caput, do CC. Pelo contrato de agência, uma
pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização
de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição
quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.”
(b) prática de atos de intermediação de venda de produtos de uma das partes pela
outra, em região determinada e sob condição de exclusividade
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 710,
caput, do Código Civil, pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter
não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de
outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada.
 Base para resolução: legislação.

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 Legislação: “Art. 710, caput, do CC. Pelo contrato de agência, uma


pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização
de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição
quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.”
(c) possibilidade de pactuação da cláusula del credere, por meio da qual os
negócios promovidos e não concretizados permanecerão de responsabilidade da
parte que os promoveu.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 710,
caput, do Código Civil, pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter
não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de
outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 710, caput, do CC. Pelo contrato de agência, uma
pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização
de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição
quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.”
(d) realização de sucessivas operações de compra e venda entre as partes, até a
entrega das mercadorias produzidas por uma delas aos seus destinatários finais.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 710,
caput, do Código Civil, pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter
não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de
outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 710, caput, do CC. Pelo contrato de agência, uma
pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização
de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição
quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.”
(e) prática remunerada de atos de promoção e estímulo de negócios de interesse
de uma das partes pela outra, em região determinada.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do caput do art. 710 do Código
Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 710, caput, do CC. Pelo contrato de agência, uma
pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização
de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição
quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.”

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Q20º. Ano: 2015


Banca: FCC
Órgão: TJ-GO
Prova: Juiz Substituto
Acerca do contrato de franquia empresarial, é correto afirmar:
(a) O franqueado poderá requerer a sua anulação se não lhe tiver sido fornecida a
circular de oferta de franquia com a antecedência prevista em lei, ainda que não a
tenha requerido previamente por escrito ao franqueador.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do parágrafo único do art. 4º
da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 4º da Lei nº 8.955/94. A circular oferta de franquia
deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias
antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do
pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a
empresa ou pessoa ligada a este. Parágrafo único. Na hipótese do não
cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá arguir
a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já
houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa
de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da
remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos.”
(b) Deve ser escrito e assinado na presença de 2 testemunhas e só terá validade
depois de registrado em cartório ou órgão público.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 6º da
Lei nº 8.955/94, o contrato de franquia terá validade independentemente de ser
levado a registro perante cartório ou órgão público.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 6º da Lei nº 8.955/94. O contrato de franquia deve ser
sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá
validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou
órgão público.”
(c) Estabelece vínculo empregatício entre franqueador e franqueado.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 2º da Lei nº
8.955/94, a relação havida na franquia não caracteriza vínculo empregatício.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante

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remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado


vínculo empregatício.”
(d) A falsidade das informações contidas na circular de oferta de franquia entregue
ao franqueado o torna nulo de pleno direito, e não meramente anulável.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 7º da
Lei nº 8.955/94, o franqueado poderá arguir a anulabilidade do contrato, sendo,
portanto, anulável e não nulo de pleno direito.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 4º da Lei nº 8.955/94. A circular oferta de franquia
deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias
antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do
pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a
empresa ou pessoa ligada a este. Parágrafo único. Na hipótese do não
cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá arguir
a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já
houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa
de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da
remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos.”
 Legislação: “Art. 7º da Lei nº 8.955/94. A sanção prevista no parágrafo
único do art. 4º desta lei aplica-se, também, ao franqueador que veicular
informações falsas na sua circular de oferta de franquia, sem prejuízo das
sanções penais cabíveis.”
(e) Atualmente não é disciplinado por lei especial ou extravagante, sendo regido
exclusivamente pelo Código Civil.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, uma vez que a Lei 8.955/94 disciplina o
contrato de franquia (“Dispõe sobre o contrato de franquia empresarial
(franchising) e dá outras providências”).
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1º da Lei nº 8.955/94. Art. 1º Os contratos de franquia
empresarial são disciplinados por esta lei.”

Q21º. Ano: 2011


Banca: CESGRANRIO
Órgão: BNDES
Prova: Profissional Básico - Administração
A legislação que disciplina contratos de franquia empresarial estabelece que
(a) o contrato deve ser registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI) para produzir efeitos perante terceiros.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do art. 211 da Lei nº
9.279/96.
 Base para resolução: legislação.

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 Legislação: “Art. 211 da Lei nº 9.279/96. O INPI fará o registro dos


contratos que impliquem transferência de tecnologia, contratos de franquia e
similares para produzirem efeitos em relação a terceiros.”
(b) os contratos encerram cessão do uso de marca ou patente e a venda com
reserva de domínio.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme expresso no inciso XIII do art.
3º da Lei nº 8.955/94, o franqueador pode autorizar o uso das marcas ou patentes.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º da Lei nº 8.955/94. Sempre que o franqueador tiver
interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá
fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo
obrigatoriamente as seguintes informações: XIII - situação perante o
Instituto Nacional de Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou patentes
cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador;”
(c) a Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado
no mínimo 60 (sessenta) dias antes da assinatura do pré-contrato de franquia.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 4º da Lei nº 8.955/94, a COF deverá ser entregue ao candidato a franqueado
no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré contrato de
franquia.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 4º, caput, da Lei nº 8.955/94. A circular oferta de
franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez)
dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do
pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a
empresa ou pessoa ligada a este.”
(d) a Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a
franqueado no mínimo 30 (trinta) dias antes da assinatura do contrato de franquia.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do caput do
art. 4º da Lei nº 8.955/94, a COF deverá ser entregue ao candidato a franqueado
no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré contrato de
franquia.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 4º, caput, da Lei nº 8.955/94. A circular oferta de
franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez)
dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do
pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a
empresa ou pessoa ligada a este.”
(e) o franqueador cede ao franqueado o direito do uso da marca ou da patente,
mediante remuneração direta ou indireta, ficando caracterizado vínculo
empregatício.
[INCORRETA]

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Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 2º da Lei nº


8.955/94, a relação havida na franquia não caracteriza vínculo empregatício.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.”

Q22º. Ano: 2010


Banca: CESGRANRIO
Órgão: Petrobras
Prova: Advogado
Considere um contrato pelo qual o Contratante X cede ao Contratante Y o direito de
uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou
semiexclusiva de produtos ou serviços. Esse mesmo contrato, eventualmente,
também cede o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de
negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo Contratante X,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício. Nos termos da legislação em vigor, trata-se de um contrato
de
(a) agência.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta. Trata-se do contrato de Franquia.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.”
(b) distribuição.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta. Trata-se do contrato de Franquia.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema

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operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante


remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.”
(c) comissão.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta. Trata-se do contrato de Franquia.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.”
(d) franquia.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta, conforme definição expressa no art. 2º da Lei nº
8.955/94.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.”
(e) representação comercial.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta. Trata-se do contrato de Franquia.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.”

Q23º. Ano: 2014


Banca: TRT 3R
Órgão: TRT - 3ª Região (MG)
Prova: Juiz do Trabalho

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O contrato de franquia deve conter indicação do que é efetivamente oferecido ao


franqueado pelo franqueador, no que se refere a itens abaixo arrolados, EXCETO:
(a) treinamento dos funcionários do franqueado.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsto na alínea “d” do inciso XII do
art. 3º da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º da Lei nº 8.955/94. Sempre que o franqueador tiver
interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá
fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo
obrigatoriamente as seguintes informações: XII - indicação do que é
efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a:
d) treinamento dos funcionários do franqueado;”.
(b) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsto na alínea “f” do inciso XII do
art. 3º da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º da Lei nº 8.955/94. Sempre que o franqueador tiver
interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá
fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo
obrigatoriamente as seguintes informações: XII - indicação do que é
efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a:
f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia;”.
(c) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsto na alínea “g” do inciso XII do
art. 3º da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º da Lei nº 8.955/94. Sempre que o franqueador tiver
interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá
fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo
obrigatoriamente as seguintes informações: XII - indicação do que é
efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a:
g) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado;”.
(d) requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueador na operação e na
administração do negócio.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, a lei não faz tal exigência (inciso XII do
art. 3º da Lei nº 8.955/94).
 Base para resolução: legislação.

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 Legislação: “Art. 3º da Lei nº 8.955/94. Sempre que o franqueador tiver


interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá
fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo
obrigatoriamente as seguintes informações: XII - indicação do que é
efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a:
a) supervisão de rede; b) serviços de orientação e outros prestados ao
franqueado; c) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo
e custos; d) treinamento dos funcionários do franqueado; e) manuais de
franquia; f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a
franquia; e g) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do
franqueado;”
(e) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsto na alínea “c” do inciso XII do
art. 3º da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º da Lei nº 8.955/94. Sempre que o franqueador tiver
interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá
fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo
obrigatoriamente as seguintes informações: XII - indicação do que é
efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a:
c) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos;”.

Q24º. Ano: 2013


Banca: TRF - 3ª REGIÃO
Órgão: TRF - 3ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal
Marque a alternativa correta de acordo com os contratos empresariais e o Sistema
Financeiro Nacional:
(a) A exclusividade de contrato de representação comercial deve ser
expressamente prevista na forma escrita, sob pena de não sua não consideração.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, “a cláusula de exclusividade em contratos de representação
comercial deve ser expressamente pactuada entre as partes. Contudo, não se exige
a obrigatoriedade da forma escrita para tal”.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: Informativo STJ nº 468. “REPRESENTAÇÃO
COMERCIAL. EXCLUSIVIDADE. CONTRATO VERBAL. A leitura do art. 31 da
Lei n. 4.886/1965, com a redação que lhe deu a Lei n. 8.420/1992, denota
que a cláusula de exclusividade em contratos de representação comercial
deve ser expressamente pactuada entre as partes. Contudo, não se exige a
obrigatoriedade da forma escrita para tal. Dessarte, é possível demonstrar,
mediante quaisquer meios de prova admitidos em direito, a existência da

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cláusula de exclusividade nos contratos de representação comercial firmados


verbalmente, ajustes que não são vedados, apesar de o art. 27 da Lei n.
4.886/1965 (também alterado pela Lei n. 8.420/1992) enumerar elementos
obrigatórios do contrato escrito de representação comercial. Na hipótese, o
acórdão atacado reconheceu vigorar a referida cláusula, confirmada
mediante prova testemunhal, daí ser inarredável a conclusão de que houve
rescisão imotivada do contrato em razão da contratação de um novo
representante para atuar na mesma zona em que agia a sociedade
empresária recorrida. Por fim, é de regra a aplicação, ao caso, das Súmulas
ns. 5 e 7 do STJ. Precedente citado: REsp 229.761-ES, DJ 9/4/2001. REsp
846.543-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 5/4/2011.”
(b) Consoante entendimento do STJ, o instrumento adequado para a discussão da
abusividade de cláusulas de contrato de alienação fiduciária em garantia é a ação
revisional e não como matéria de defesa em ação de busca e apreensão.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, é “Possível a discussão sobre a legalidade de cláusulas
contratuais como matéria de defesa na ação de busca e apreensão decorrente de
arrendamento mercantil”.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ART. 3º DO DECRETO
911/69. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. ILEGALIDADE DE CLÁUSULAS
CONTRATUAIS. DISCUSSÃO NO ÂMBITO DA DEFESA. POSSIBILIDADE.
MATÉRIA RELACIONADA DIRETAMENTE COM A MORA. I. Possível a
discussão sobre a legalidade de cláusulas contratuais como matéria de
defesa na ação de busca e apreensão decorrente de arrendamento
mercantil. II. Recurso especial não conhecido.” (STJ, REsp 267.758/MG,
Rel. Ministro ARI PARGENDLER, Rel. p/ Acórdão Ministro ALDIR
PASSARINHO JUNIOR, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/04/2005,
DJ 22/06/2005, p. 222)
(c) Ao se pressupor como contrato de adesão considera-se inexistente a eleição de
foro prevista em contrato de franquia.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do STJ a cláusula
de eleição de foro inserta em contrato de adesão é, em princípio, válida e eficaz.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC/73) -
AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO NA ORIGEM - EXCEÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA - CONTRATO DE FRANQUIA - CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE
FORO EM CONTRATO DE ADESÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU
PROVIMENTO AO RECLAMO - INSURGÊNCIA RECURSAL DA RÉ. (...) 2. A
cláusula de eleição de foro inserta em contrato de adesão é, em princípio,
válida e eficaz, salvo se verificada a hipossuficiência do aderente,
inviabilizando, por conseguinte, seu acesso ao Poder Judiciário. Precedentes.
(...).” (STJ, AgInt no AREsp 935.542/PR, Rel. Ministro MARCO BUZZI,
QUARTA TURMA, julgado em 08/02/2018, DJe 23/02/2018)

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(d) De acordo com o STJ, o contrato de factoring pertence ao Sistema Financeiro


Nacional, razão pela qual não se lhe aplica a limitação de juros prevista na Lei de
Usura.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, as empresas de factoring não são instituições financeiras nos
termos do art. 17 da Lei n. 4.595/1964.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “FACTORING. OBTENÇÃO DE CAPITAL DE GIRO. CDC. A
atividade de factoring não se submete às regras do CDC quando não for
evidente a situação de vulnerabilidade da pessoa jurídica contratante. Isso
porque as empresas de factoring não são instituições financeiras nos termos
do art. 17 da Lei n. 4.595/1964, pois os recursos envolvidos não foram
captados de terceiros. Assim, ausente o trinômio inerente às atividades das
instituições financeiras: coleta, intermediação e aplicação de recursos. Além
disso, a empresa contratante não está em situação de vulnerabilidade, o que
afasta a possibilidade de considerá-la consumidora por equiparação (art. 29
do CDC). Por fim, conforme a jurisprudência do STJ, a obtenção de capital
de giro não está submetida às regras do CDC. Precedentes citados: REsp
836.823-PR, DJe 23/8/2010; AgRg no Ag 1.071.538-SP, DJe 18/2/2009;
REsp 468.887-MG, DJe 17/5/2010; AgRg no Ag 1.316.667-RO, DJe
11/3/2011, e AgRg no REsp 956.201-SP, DJe 24/8/2011.” (STJ, REsp
938.979-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/6/2012)
(e) Conforme entendimento do STJ é inerente à racionalidade econômica do
leasing financeiro a preservação de um valor mínimo em favor do arrendador pelo
produto financiado, a servir-lhe de garantia, a depender, no caso de não exercida a
opção de compra pelo arrendatário, do valor recebido com a venda do produto.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme entendimento expresso no informativo
STJ nº 517.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “(...) No chamado leasing financeiro, o arrendador adquire
o bem indicado pelo contratante sem nenhum interesse em mantê-lo em seu
patrimônio após o término do contrato, de modo que a devolução do bem ao
final da contratação levaria o produto à venda. Nessa modalidade,
prepondera o caráter de financiamento na operação, colocado à disposição
do particular, à semelhança da alienação fiduciária, como mais uma opção
para a aquisição financiada de bem pretendido para uso, com custos
financeiro-tributários mais atraentes a depender da pessoa arrendatária.
Além disso, o Conselho Monetário Nacional, ao regulamentar o leasing
financeiro, considera-o como a modalidade de arredamento mercantil em
que “as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato,
devidos pela arrendatária, sejam normalmente suficientes para que a
arrendadora recupere o custo do bem arrendado durante o prazo contratual
da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos
investidos” (art. 1º, I, da Res. n. 2.309/1996 do CMN). Nesse contexto,
deve-se observar que a integral devolução ao arrendatário do pagamento
prévio (antecipado ou diluído com as prestações) do chamado valor residual
garantido (VRG) pode fazer com que a arrendadora fique muito longe de

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recuperar ao menos o custo (mesmo em termos nominais) pela aquisição do


produto, o que atentaria flagrantemente contra a função econômico-social
do contrato e terminaria por incentivar, de forma deletéria, especialmente
nos casos de elevada depreciação do bem, a inadimplência, na medida em
que, com a entrega do bem, teria o arrendatário muito mais a ganhar do
que com o fiel cumprimento do contrato, eximindo-se quase completamente
do custo da depreciação, que é, de fato, seu. É, portanto, inerente à
racionalidade econômica do leasing financeiro a preservação de um valor
mínimo em favor do arrendador pelo produto financiado, a servir-lhe de
garantia (daí o nome: “valor residual garantido”), a depender, no caso de
não exercida a opção de compra pelo arrendatário, do valor recebido com a
venda do produto. Nesse sentido, o STJ tem estabelecido o entendimento de
que o VRG pago antes do término do contrato não constitui propriamente
um pagamento prévio do bem arrendado, mas sim um valor mínimo
garantido ao arrendador no caso em que não exercida a opção de compra.
(...).” (STJ, REsp 1.099.212-RJ, Rel. originário Min. Massami Uyeda,
Rel. para acórdão Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
27/2/2013)

Q25º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Julgue os itens que se seguem, acerca da disciplina de contratos empresariais.
Considere a seguinte situação hipotética.
Robson contratou a sociedade Confort Móveis e Decorações Ltda., visando à
fabricação e à entrega de algumas mobílias. Acordaram que o preço seria quitado
em quatro parcelas iguais, garantidas por cheques pós-datados. Mesmo após
descontados os três primeiros cheques, Confort Móveis e Decorações Ltda. ainda
não havia promovido a entrega dos bens encomendados, razão pela qual Robson
sustou o pagamento do cheque remanescente. Porém, essa sociedade já havia
cedido todas as cártulas de cheques a uma sociedade de factoring. Em razão da
cobrança levada a efeito pela sociedade de factoring, Robson dirigiu-se ao PROCON
para solucionar a questão, ocasião em que Robson, um preposto da sociedade
Confort Móveis e Decorações Ltda. e outro da sociedade faturizadora decidiram que
a sociedade moveleira se responsabilizaria pelo pagamento do título em aberto.
Diante do descumprimento do acordo por Confort Móveis e Decorações Ltda., a
sociedade faturizadora promoveu ação de execução contra Robson. Nessa situação,
são oponíveis à sociedade faturizadora as exceções pessoais do devedor.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do art. 294 do Código Civil.
Isso porque, conforme entendimento majoritário, a transferência de créditos para
empresa factoring dá-se por meio de cessão de crédito, e não por endosso.
 Base para resolução: legislação e jurisprudência.
 Legislação: “Art. 294 do CC. O devedor pode opor ao cessionário as
exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio
a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.”

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 Jurisprudência: “(...) 2. ‘No contrato de factoring, a transferência dos


créditos não se opera por simples endosso, mas por cessão de crédito,
subordinando-se, por consequência, à disciplina do art. 294 do Código Civil,
contexto que autoriza ao devedor a oponibilidade das exceções pessoais em
face da faturizadora’ (AgInt no REsp 1015617/SP, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 13/12/2016, DJe 01/02/2017). (...).”
(STJ, AgInt no AREsp 446.869/SC, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe
12/12/2017)

Q26º. Ano: 2015 [ADAPTADA]


Banca: CESPE
Órgão: TJ-PB
Prova: Juiz Substituto
A respeito de contratos mercantis, há alguma assertiva correta abaixo?
(a) A denúncia imotivada, por parte do representado, do contrato de representação
comercial por prazo indeterminado celebrado há mais de três anos confere ao
representante o direito de aviso prévio e do recebimento de indenização prevista
em lei, com a ressalva do decote por compensação de quantias decorrentes da
cláusula del credere, desde que previamente ajustada entre os contratantes.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 34 da Lei nº
4.886/65, a denuncia imotivada obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista
no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou
ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo
representante, nos três meses anteriores. Além disso, conforme expresso no art.
43 do mesmo Diploma Legal, é vedada a inclusão da cláusula del credere no
contrato de representação comercial.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 34 da Lei nº 4.886/65. A denúncia, por qualquer das
partes, sem causa justificada, do contrato de representação, ajustado por
tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o
denunciante, salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-
aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou ao pagamento de
importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo
representante, nos três meses anteriores.”
 Legislação: “Art. 43 da Lei nº 4.886/65. É vedada no contrato de
representação comercial a inclusão de cláusulas del credere.”
(b) O contrato de franquia, regularmente celebrado, tem sua validade entre partes
diferida para o momento do seu registro no INPI.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do art. 6º da
Lei nº 8.955/94, o contrato de franquia terá validade independentemente de ser
levado a registro perante cartório ou órgão público.
 Base para resolução: legislação.

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 Legislação: “Art. 6º da Lei nº 8.955/94. O contrato de franquia deve ser


sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá
validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou
órgão público.”
(c) As disposições da chamada Lei Ferrari, que rege a concessão comercial entre
produtores e distribuidores de veículos automotores de via terrestre, aplicam-se,
por analogia, aos demais contratos de concessão mercantil.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, a Lei Ferrari não se aplica a hipóteses diversas da distribuição
de veículos automotores.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. CIVIL E
EMPRESARIAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO DE
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS. APLICAÇÃO DA LEI 6.729/79. (LEI FERRARI).
IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 E DO CÓDIGO
COMERCIAL. ALTERAÇÃO DA SENTENÇA EM SEDE DE EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA PARA SE
MANIFESTAR. NULIDADE RECONHECIDA. RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO. 1. Afasta-se a ofensa aos arts. 458, II, e 535, II, do Código de
Processo Civil, pois a Corte de origem dirimiu, fundamentadamente e de
forma coerente, as matérias que lhe foram submetidas, motivo pelo qual o
acórdão recorrido não padece de omissão, contradição ou obscuridade. 2.
Nos termos da iterativa jurisprudência desta Corte, a Lei 6.729/79 (Lei
Ferrari) não se aplica a hipóteses diversas da distribuição de veículos
automotores. 3. Nas excepcionais hipóteses em que se admite a atribuição
de efeitos infringentes aos aclaratórios, é indispensável a oitiva do
embargado, sob pena de malferimento aos princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa. 4. Recurso especial parcialmente provido.”
(STJ, REsp 680.329/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 29/04/2014)
(d) No contrato de factoring, o faturizado transfere ao faturizador, em regra geral,
créditos pro solvendo.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, a regra é que o faturizado responda apenas pela existência do
crédito, ou seja, pro soluto, e não pela solvência do devedor (pro solvendo).
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL. CONTRATO DE
FACTORING. CESSÃO DE CRÉDITO PRO SOLUTO. ARTS. 295 E 296 DO
CÓDIGO CIVIL. GARANTIA DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO CEDIDO. DIREITO
DE REGRESSO DA FACTORING RECONHECIDO. 1. Em regra, a empresa de
factoring não tem direito de regresso contra a faturizada - com base no
inadimplemento dos títulos transferidos -, haja vista que esse risco é da
essência do contrato de factoring. Essa impossibilidade de regresso decorre
do fato de que a faturizada não garante a solvência do título, o qual, muito
pelo contrário, é garantido exatamente pela empresa de factoring. 2. Essa
característica, todavia, não afasta a responsabilidade da cedente em relação

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à existência do crédito, pois tal garantia é própria da cessão de crédito


comum - pro soluto. É por isso que a doutrina, de forma uníssona, afirma
que no contrato de factoring e na cessão de crédito ordinária, a
faturizada/cedente não garante a solvência do crédito, mas a sua existência
sim. Nesse passo, o direito de regresso da factoring contra a faturizada deve
ser reconhecido quando estiver em questão não um mero inadimplemento,
mas a própria existência do crédito. 3. No caso, da moldura fática
incontroversa nos autos, fica claro que as duplicatas que ensejaram o
processo executivo são desprovidas de causa - "frias" -, e tal circunstância
consubstancia vício de existência dos créditos cedidos - e não mero
inadimplemento -, o que gera a responsabilidade regressiva da cedente
perante a cessionária. 4. Recurso especial provido.” (STJ, REsp
1289995/PE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 20/02/2014, DJe 10/06/2014)

Q27º. Ano: 2017


Banca: CESPE
Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto
A respeito dos contratos empresariais, assinale a opção correta.
(a) No contrato de franquia, o franqueador deve fornecer aos interessados a
Circular de Oferta de Franquia contendo, obrigatoriamente, as informações
essenciais da operação, conforme a legislação específica, sob pena de anulabilidade
do contrato.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do parágrafo único do art. 4º
da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 4º, parágrafo único, da Lei nº 8.955/94. Na hipótese
do não cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá
argüir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias
que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título
de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da
remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos.”
(b) No contrato de fomento mercantil, as empresas faturizadoras não são
obrigadas a manter sigilo sobre as suas operações ativas e passivas e sobre os
serviços prestados.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §2º do art.
1º da Lei Complementar nº 105/01, as empresas de fomento comercial ou factoring
obedecerão às normas aplicáveis às instituições financeiras, dentre elas está a
necessidade de manter sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços
prestados (art. 1º, caput, da Lei nº 105/01).
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1º, caput, da Lei Complementar nº 105/01. As
instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e

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passivas e serviços prestados. § 2º As empresas de fomento comercial ou


factoring, para os efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas
aplicáveis às instituições financeiras previstas no § 1o.”
(c) No contrato de arrendamento mercantil, só pode ter por objeto bem imóvel ou
móvel de produção nacional.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois a legislação não faz qualquer exigência
quanto à origem do bem a ser arrendado. Inclusive, o art. 10 da Lei nº 6.099/74
prevê a possibilidade de arrendamento de bens importados.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 6.099/74. Considera-
se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico
realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física
ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o
arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações
da arrendatária e para uso próprio desta.”
 Legislação: “Art 10 da Lei nº 6.099/74. Somente poderão ser objeto de
arrendamento mercantil os bens de produção estrangeira que forem
enumerados pelo Conselho Monetário Nacional, que poderá, também,
estabelecer condições para seu arrendamento a empresas cujo controle
acionário pertencer a pessoas residentes no exterior.”
(d) No contrato de distribuição, o distribuidor ou agente serão obrigatoriamente
remunerados pelos negócios realizados fora do seu espaço, em razão do
desrespeito à cláusula de territorialidade
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão do art. 714 do Código
Civil, o distribuidor ou agente terão direito à remuneração correspondente aos
negócios concluídos dentro de sua zona.
 Base para resolução: legislação
 Legislação: “Art. 714 do CC. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá
direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de
sua zona, ainda que sem a sua interferência.”
(e) No contrato de compra e venda mercantil, o vendedor deve transferir o domínio
da coisa vendida, mas não se compromete a responder por evicção e por vício
redibitório.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, apesar de se tratar de contrato de compra
e venda mercantil, aplicam-se as regras ordinárias da compra e venda do Código
Civil, dentre elas as relativas aos vícios redibitórios (art. 441 e seguintes) e à
evicção (art. 447 e seguintes).
 Base para resolução: legislação
 Legislação: “Art. 441, caput do CC. A coisa recebida em virtude de
contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a
tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.”

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 Legislação: “Art. 447 do CC. Nos contratos onerosos, o alienante


responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se
tenha realizado em hasta pública.”

Q28º. Ano: 2008


Banca: FGV
Órgão: TJ-AP
Prova: Juiz
A respeito da alienação fiduciária em garantia, assinale a afirmativa incorreta.
(a) É nula a cláusula contratual que autoriza o credor fiduciário a ficar com a coisa
alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do art. 1.365 do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1.365 do CC. É nula a cláusula que autoriza o
proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida
não for paga no vencimento.”
(b) A mora do devedor fiduciante é considerada ex re, ou seja, caracteriza-se pelo
simples inadimplemento da obrigação pactuada no prazo avençado.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do §2º do art. 2º do Decreto
Lei nº 911/69 e entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
 Base para resolução: legislação ou jurisprudência.
 Legislação: “Art. 2º, § 2º, do Decreto Lei nº 911/69. A mora decorrerá
do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada
por carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a
assinatura constante do referido aviso seja a do próprio destinatário.”
 Jurisprudência: “AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
BUSCA E APREENSÃO. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. MORA.
COMPROVAÇÃO. PROTESTO POR EDITAL. 1.- De acordo com a
jurisprudência pacífica deste Tribunal a mora constitui-se ex re nas
hipóteses do art. 2.º, § 2.º, do Decreto-Lei n.º 911/69, ou seja, uma vez
não paga a prestação no vencimento, já se configura a mora do devedor,
que deverá ser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de
Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do
credor. 2.- A jurisprudência desta Corte considera válido, para esse efeito, o
protesto do título efetivado por edital, desde que comprovado nos autos que
foram esgotadas todas as tentativas para a localização do devedor, o que
não ocorreu, conforme consta do Acórdão recorrido. 3.- Agravo Regimental
improvido.” (STJ, AgRg no AREsp 368.734/SC, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/09/2013, DJe
10/10/2013)
(c) Na sentença que decretar a improcedência do pedido da ação de busca e
apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao pagamento de multa em favor do
devedor fiduciante, no valor equivalente ao originariamente financiado.

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[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §6º do art.
3º do Decreto Lei nº 911/69, o credor fiduciário será condenado ao pagamento de
multa equivalente a cinquenta por cento do valor originalmente financiado,
devidamente atualizado, caso o bem já tenha sido alienado.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 3º, § 6º, do Decreto Lei nº 911/69. Na sentença que
decretar a improcedência da ação de busca e apreensão, o juiz condenará o
credor fiduciário ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante,
equivalente a cinquenta por cento do valor originalmente financiado,
devidamente atualizado, caso o bem já tenha sido alienado.”
(d) O credor fiduciário poderá alienar a coisa a terceiros, independentemente de
leilão, hasta pública ou avaliação do bem, na hipótese de inadimplemento da
obrigação assumida pelo devedor fiduciante.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do caput do art. 2º do Decreto
Lei nº 911/69.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º, caput, do Decreto Lei nº 911/69. No caso de
inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante
alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa
a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou
qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa
em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no
pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao
devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas.”
(e) De acordo com entendimento consolidado pelo STJ, a notificação destinada a
comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a
indicação do valor do débito.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme entendimento expresso na súmula nº
245, STJ.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: “A notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas
garantidas por alienação fiduciária dispensa a indicação do valor do débito.”
(Súmula nº 245 STJ)

Q29º. Ano: 2008


Banca: CESPE
Órgão: DPE-CE
Prova: Defensor Público
A propriedade fiduciária constitui-se pela simples autenticação em cartório do
contrato firmado entre Mauro e a instituição financeira.
[INCORRETA]

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Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §1º do Art.


1.361 do Código Civil, a propriedade fiduciária constitui-se com o registro do
contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título,
no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando
de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação
no certificado de registro.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 1.361, § 1º, do CC. Constitui-se a propriedade fiduciária
com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular,
que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do
devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o
licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.”

Q30º. Ano: 2015


Banca: CESPE
Órgão: DPE-PE
Prova: Defensor Público
Determinada sociedade empresária resolveu recorrer ao instituto da alienação
fiduciária em garantia, para aquisição de alguns bens móveis e imóveis.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
À vista do inadimplemento, quando se tratar de contrato de alienação fiduciária de
bem imóvel, a reversão do bem deverá ser processada pelo oficial do cartório de
registro de imóveis, independendo, portanto, de ação judicial para a satisfação
desse direito do credor.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão dos arts. 26, §§ 1º e 7º e 27,
caput, da Lei nº 9.514/97.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 26 da Lei nº 9.514/97. Vencida e não paga, no todo ou
em parte, a dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á, nos
termos deste artigo, a propriedade do imóvel em nome do fiduciário. § 1º
Para os fins do disposto neste artigo, o fiduciante, ou seu representante
legal ou procurador regularmente constituído, será intimado, a requerimento
do fiduciário, pelo oficial do competente Registro de Imóveis, a satisfazer,
no prazo de quinze dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a
data do pagamento, os juros convencionais, as penalidades e os demais
encargos contratuais, os encargos legais, inclusive tributos, as contribuições
condominiais imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de
intimação. § 7º Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem a purgação da
mora, o oficial do competente Registro de Imóveis, certificando esse fato,
promoverá a averbação, na matrícula do imóvel, da consolidação da
propriedade em nome do fiduciário, à vista da prova do pagamento por este,
do imposto de transmissão inter vivos e, se for o caso, do laudêmio.”
 Legislação: “Art. 27, caput, da Lei nº 9.514/97. Uma vez consolidada a
propriedade em seu nome, o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da

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data do registro de que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá público


leilão para a alienação do imóvel.”

Q31º. Ano: 2015


Banca: FAURGS
Órgão: TJ-RS
Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho abaixo em conformidade
com o regime da alienação fiduciária estabelecido na Lei nº 9.514/97.
No prazo de ____ dias, a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário
fornecerá o respectivo termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor
deste, equivalente a ____ por cento ao mês, ou fração sobre o valor do contrato.
(a) cinco – dez.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §1º do Art.
25 da Lei nº 9.514/97, o prazo é de trinta dias e o percentual é de meio por cento
ao mês.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 25, § 1º, da Lei nº 9.514/97. No prazo de trinta dias,
a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário fornecerá o respectivo
termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor deste,
equivalente a meio por cento ao mês, ou fração, sobre o valor do contrato.”
(b) dez – cinco.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §1º do Art.
25 da Lei nº 9.514/97, o prazo é de trinta dias e o percentual é de meio por cento
ao mês.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 25, § 1º, da Lei nº 9.514/97. No prazo de trinta dias,
a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário fornecerá o respectivo
termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor deste,
equivalente a meio por cento ao mês, ou fração, sobre o valor do contrato.”
(c) quinze – um.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do §1º do Art.
25 da Lei nº 9.514/97, o prazo é de trinta dias e o percentual é de meio por cento
ao mês.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 25, § 1º, da Lei nº 9.514/97. No prazo de trinta dias,
a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário fornecerá o respectivo
termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor deste,
equivalente a meio por cento ao mês, ou fração, sobre o valor do contrato.”
(d) trinta – meio.
[CORRETA]

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Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do §1º do Art. 25 da


Lei nº 9.514/97.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 25, § 1º, da Lei nº 9.514/97. No prazo de trinta dias,
a contar da data de liquidação da dívida, o fiduciário fornecerá o respectivo
termo de quitação ao fiduciante, sob pena de multa em favor deste,
equivalente a meio por cento ao mês, ou fração, sobre o valor do contrato.”

Q32º. Ano: 2016 (ADAPTADA)


Banca: CESPE
Órgão: TJ-AM
Prova: Juiz Substituto
Em relação aos contratos bancários, assinale a opção correta.
(b) O contrato de alienação fiduciária em garantia não pode ter por objeto bem que
já integrava o patrimônio do devedor.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se contrapõe ao entendimento do Superior
Tribunal de Justiça: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por
objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor.
 Base para resolução: jurisprudência.
 Jurisprudência: Súmula nº 28 STJ. “O contrato de alienação fiduciária
em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do
devedor.”
(c) Denomina-se leasing o contrato de fomento mercantil.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, Leasing é o contrato de arrendamento
mercantil, enquanto factoring é o contrato de fomento mercantil.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Pode-se definir o contrato de arrendamento mercantil, também
chamado de leasing, como um contrato especial de locação que assegura ao
locatário a prerrogativa de adquirir o bem alugado ao final da avença,
pagando, nesse caso, uma diferença chamada de valor residual.” (André
Luiz Santa Cruz Ramos)
 Doutrina: “O contrato de faturização ou factoring é aquele em que um
comerciante cede a outro os créditos, na totalidade ou em parte, de suas
vendas a terceiros, recebendo o primeiro [comerciante/empresário] do
segundo [comerciante/empresário] o montante desses créditos, mediante o
pagamento de uma remuneração.” (Fran Martins)

Q33º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo

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Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o


item a seguir.
Comumente, a doutrina apresenta três modalidades de contrato de arrendamento
mercantil, o leasing financeiro, o leasing back e o leasing operacional; no caso do
leasing operacional, o próprio fabricante ou importador do bem é o arrendante.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta. O leasing operacional ocorre quando a
arrendadora (arrendante) já é proprietária do bem e o aluga ao arrendatário,
comprometendo-se também a prestar assistência técnica em relação ao
maquinário.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Verifica-se que a operação descrita acima [leasing operacional]
não corresponde a o conceito do leasing segundo a lei brasileira, verificando-
se que o arrendador é o próprio fabricante dos equipamentos cedidos aos
arrendatários por prazo menor do que o de sua vida útil.” (Haroldo Malheiros
Duclerc Verçosa)

Q34º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo
Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o
item a seguir.
Entre as várias modalidades de factoring elencados na doutrina, destaca-se o
maturity factoring, que tem como característica a cessão de crédito mediante
adiantamento, pelo faturizador, dos valores que mais tarde serão pagos pelo
terceiro devedor.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois se refere, na verdade, ao conventional
factoring.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Entre as espécies de factoring há duas mais utilizadas,
denominadas conventional factoring (também chamado old line factoring) e
maturity factoring (também conhecido como factoring de vencimento): na
primeira [conventional factoring] ocorre a antecipação sobre o valor dos
títulos contratados, no momento da cessão; na segunda [maturity factoring]
não há antecipação, o pagamento ao faturizado se dá no vencimento dos
títulos ou posteriormente.” (Ricardo Negrão)

Q35º. Ano: 2014


Banca: CESPE
Órgão: Câmara dos Deputados
Prova: Analista Legislativo

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Acerca do arrendamento mercantil, do fomento mercantil e das franquias, julgue o


item a seguir.
Um dos princípios fundamentais que rege o contrato de franchising é a chamada
disclosure. Conforme esse princípio, o franqueador tem obrigação pré-contratual de
fornecer todas as informações necessárias para que o candidato a franqueado
tenha condições de analisar com a antecedência necessária todas as nuanças do
negócio.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme entendimento doutrinário pátrio. Tal
princípio, aliás, está contido no art. 3º da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: doutrina.
 Doutrina: “Um dos princípios fundamentais que rege o contrato de
franchising, corolário do princípio de boa-fé contratual, é a chamada
disclosure, pela qual o franqueador tem a obrigação pré-contratual de
fornecer todas as informações necessárias para que o candidato a
franqueado tenha condições de analisar com a antecedência necessária
todas as nuanças do negócio.” (Macelo M. Bertoldi e Marcia Carla
Pereira Ribeiro)
 Legislação: “Art. 3º da Lei nº 8.955/94. Sempre que o franqueador tiver
interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá
fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo
obrigatoriamente as seguintes informações: (...).”

Q36º. Ano: 2012


Banca: CESPE
Órgão: STJ
Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária
Considere a seguinte situação hipotética.
A empresa X, que é uma sociedade de arrendamento mercantil, emitiu letras de
arrendamento mercantil no valor de dez mil reais cada uma. Uma dessas letras foi
recebida por Salomão, comerciante na cidade da sede da empresa, que endossou o
título em questão e o passou para Matias como pagamento de dívidas. A empresa
X, no momento da apresentação da letra, negou-se a fazer o pagamento alegando
problemas financeiros. Nessa situação, Matias não pode exigir que Salomão faça o
pagamento do montante total estipulado na letra, a não ser que haja estipulação
em contrário.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão expressa do §2º do art. 2º da
Lei nº 11.882/08 e também do art. 914 do Código Civil.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 11.882/08. As sociedades de
arrendamento mercantil poderão emitir título de crédito representativo de
promessa de pagamento em dinheiro, denominado Letra de Arrendamento
Mercantil - LAM. § 2º O endossante da LAM não responde pelo seu
pagamento, salvo estipulação em contrário.”

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 Legislação. “Art. 914 do CC. Ressalvada cláusula expressa em contrário,


constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da
prestação constante do título.”

Q37º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: DPE-DF
Prova: Procurador
Bimax Reproduções Fotográficas Ltda., fabricante de máquinas fotocopiadoras,
firmou contrato de arrendamento mercantil com Batista Advogados Associados,
sociedade simples prestadora de serviços advocatícios. A arrendadora se
comprometeu a fornecer as máquinas fotocopiadoras, bem como a prestar
assistência técnica especializada. Considerando essa situação hipotética, julgue os
itens subseqüentes, quanto à disciplina do contrato de arrendamento mercantil
(leasing).
O valor das parcelas a serem solvidas por Batista Advogados Associados não pode
ultrapassar 75% do custo do bem objeto do contrato de leasing.
[INCORRETA]
Comentários: assertiva incorreta, pois, conforme previsão expressa do inciso I do
art. 6º da Resolução nº 2.309 do Banco Central, o valor não pode ultrapassar 90%
do custo do bem.
 Base para resolução: legislação.
 Legislação: “Art. 6º da Resolução nº 2.309 do Banco Central.
Considera-se arrendamento mercantil operacional a modalidade em que: I -
as contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplem o custo de
arrendamento do bem e os serviços inerentes a sua colocação à disposição
da arrendatária, não podendo o valor presente dos pagamentos ultrapassar
90% (noventa por cento) do ‘custo do bem’.”

Q38º. Ano: 2006


Banca: CESPE
Órgão: Caixa
Prova: Advogado
Um dos mais importantes contratos mercantis é o contrato de franquia, que se
subdivide em duas modalidades: franquia de marca e de produto e business format
franchising. Se determinado empresário desejar explorar atividade de revenda de
combustíveis, sustentando bandeira já consolidada nesse ramo de atuação, deverá
firmar contrato de franquia de marca e de produto em que o franqueador ceda ao
franqueado o direito de uso da sua marca para a venda de produto de maneira
exclusiva e a ela relacionado.
[CORRETA]
Comentários: assertiva correta conforme previsão do art. 2º da Lei nº 8.955/94.
 Base para resolução: legislação.

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03/04
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128/129

 Legislação: “Art. 2º da Lei nº 8.955/94. Franquia empresarial é o


sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.”

4. Análise das Questões Objetivas

Número de Questões Objetivas Número de Alternativas

38 102

Base para Resolução das Alternativas7

Legislação 86

Doutrina 5

Jurisprudência 14

7
Se a resolução de uma alternativa puder ser feita a partir de uma ou outra base, ambas serão
computadas individualmente. Da mesma forma, se for necessário duas ou três bases para resolução
(ex.: legislação e doutrina; legislação, doutrina e jurisprudência), todas serão computadas
individualmente.

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