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TERCEIRO MOMENTO 

Comunicação e Expressão I
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Anotações As Variedades da Língua 

POR QUE APRENDER

Você veste o mesmo tipo de roupa em todas as ocasiões? Dizen-


do melhor: você utilizaria, para ir a um casamento ou a uma solenidade,
a mesma roupa que costuma usar para ir à praia? Com toda certeza, a
sua resposta é “não”. Podemos dizer que isso, de alguma forma, também
se aplica à linguagem.
Você já deve ter percebido que não falamos sempre do mesmo
modo. Por exemplo, quando conversamos descontraidamente com fa-
miliares ou com amigos mais íntimos, utilizamos um tipo de lingua-
gem mais simples, sem a preocupação de estarmos cometendo algum
“erro de gramática”. O mesmo não acontece se sabemos que vamos nos
comunicar com uma pessoa importante, que julgamos superior a nós
e com quem não temos contato habitual. Numa situação assim, pro-
curamos as melhores palavras para nos expressar e nos esforçamos em
produzir um texto mais “caprichado”.
Isso significa que, apesar de falarmos a mesma língua, ela não
apresenta as mesmas características em todos os contextos de interação.
Há aqueles que exigem de nós um desempenho lingüístico mais apurado.
Neste Momento, vamos refletir sobre as variedades lingüís-
ticas. Você verá o conceito de variedade lingüística, como pode
ser percebida e quais os fatores responsáveis por sua existência.
Pretende-se, através deste estudo, que você conheça as diversas for-
mas com que a língua se apresenta e suas variadas possibilidades de
expressão, a fim de que se aproprie de mais esse recurso para aperfei-
çoar sua competência comunicativa.

O QUE APRENDER

O que são variedades lingüísticas?


Como identificá-las?
Por que elas existem?

Vamos começar definindo primeiramente o que são varie-


dades lingüísticas.

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O CONCEITO DE VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA


 Anotações
Apesar de nós, brasileiros, utilizarmos um sistema lingüístico
único (o português), não é preciso ser um especialista para perceber a
imensa diversidade com que essa língua é empregada. Basta que pense-
mos nas diferenças que nosso idioma apresenta em cada região do país.
Um nordestino, por exemplo, tem uma maneira distinta de pro-
nunciar certas palavras daquela apresentada por um sulista. Também
algumas coisas que são nomeadas de uma forma no nordeste recebem
nomenclatura diversa em outras regiões. Do mesmo modo, conforme já
dito anteriormente, nós não nos expressamos sempre da mesma maneira.
Existem momentos em que, dependendo do perfil do nosso interlocutor,
das características do contexto comunicativo e do objetivo que pretende-
mos alcançar, procuramos elaborar um texto com mais cuidado.
Até mesmo na escrita, teoricamente mais homogênea e con-
servadora, observam-se diferenças. Os que freqüentam as salas de bate-
papo na internet sabem muito bem disso: “não” se escreve “naum”,
“beijos” se transforma em “bjsss”, “beleza” se resume a “blz”, os diver-
sos tipos do “porquê” num simples “pq”.
Assim, entende-se por variação lingüística as diversas for-
mas com que a língua se apresenta na comunicação cotidiana.
São as diferentes fisionomias que um dado sistema lingüístico exibe,
dependendo da localidade, da condição socioeconômica, do grau de
escolaridade, da faixa etária, ou mesmo da situação comunicativa, en-
tre outros, na qual o indivíduo está inserido (FARACO & TEZZA,
2001; BELINE, 2003).

Figura 01 -
Fonte: Cabral, I. Diário de Natal. s.d

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PLANOS DE OCORRÊNCIA DA VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA


Anotações 
Ainda de acordo com os autores citados no parágrafo ante-
rior, a variação lingüística pode ser percebida nos diferentes pla-
nos da língua, a saber: o lexical, o fonético, o morfológico, o
sintático e o semântico.

No Plano Lexical

Ocorre variação lingüística no plano lexical quando um deter-


minado conceito é expresso diferentemente, isto é, através de pala-
vras ou expressões distintas, dependendo da localidade ou de outros
fatores, como o nível cultural ou a situação comunicativa. Uma evi-
dência disso está nas variadas formas de se referir à brincadeira de “sol-
tar pipa” / “brincar de arraia” / “empinar papagaio” etc., as quais
diferem de uma região para outra. A mesma coisa acontece quanto à
designação de “pinha” / “ata” / “fruta de conde” ou quanto ao grau de
(in)formalidade em “vir a óbito” / “falecer” / “morrer”/ “ir pro andar
de cima” / “bater as botas”, entre outras.

No Plano Fonético

A variação lingüística no plano fonético tem a ver com os va-


riados modos de pronúncia das palavras. Um exemplo disso é a pa-
lavra tia, que, em algumas localidades, é pronunciada com chiado na
consoante /t/ (“tchia”);

No Plano Morfológico

Esse tipo refere-se à variação na forma da palavra. Uma evi-


dência para esse caso é a diferença entre as formas “está” (conforme o
padrão culto) e “tá” (na linguagem coloquial). Percebe-se aí a alteração
no radical da palavra. Um outro exemplo disso pode ser observado em
sentenças do tipo “Se eu tivesse dinheiro eu lhe emprestava agora mes-
mo”, onde a forma do futuro do pretérito “emprestaria” é normalmen-
te substituída pela do pretérito imperfeito “emprestava”.

No Plano Sintático

Trata-se da variação encontrada nas relações entre palavras


na sentença, tais como a posição de um termo em relação a outro, a
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concordância entre termos, a regência nominal ou verbal etc. Como


 prova disso, podemos citar a colocação do pronome oblíquo, que, Anotações
segundo a norma culta, não deve iniciar a frase (exemplo: “Empres-
te-me seu livro” – emprego da ênclise). No entanto, na conversa
informal, é bastante comum dizermos “Me empreste seu livro” (em-
prego da próclise). Pode-se também citar como exemplo a distinção
entre “assistir ao filme” (padrão culto – com preposição) e “assistir o
filme” (uso popular – sem preposição).

No plano Semântico

Existe, ainda, a variação no plano semântico, em geral, não


considerado em muitas abordagens sobre esse assunto, que é o caso de
uma mesma palavra receber diferentes significados, de acordo com a
comunidade de fala. Por exemplo: no sudeste do país, principalmente
entre os cariocas, é normal chamar um menino de “moleque”. Entre-
tanto, no nordeste, isso seria considerado uma ofensa, pois esse termo
tem conotação extremamente negativa. Em Portugal, alguém dizer
que “pegou uma tremenda bicha”, será interpretado que “enfrentou
uma fila imensa”. Aqui, no Brasil, no entanto, esse mesmo enunciado
teria uma conotação sexual, exatamente por causa do sentido do ter-
mo “bicha” para nós, brasileiros.

Desafio
A partir de sua própria vivência, exemplifique a variação
lingüística em cada um dos planos da língua, apresentan-
do suas justificativas.

Fatores de Variação Lingüística

Vejamos agora quais fatores são responsáveis pela existência


das variedades da língua. Conforme Fiorin & Savioli (1997) e Tra-
vaglia (2003), essas diferenças podem ser de ordem geográfica, social,
estilística ou histórica.

Conceito
Refere-se a estilo, quer dizer, às características
próprias de uma dada forma de expressão que a
distingue das demais.

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Um dos fatores que contribuem para a ocorrência de variação na


Anotações língua refere-se às diferenças regionais (ou geográficas). Cada comuni- 
dade de fala utiliza a língua de modo peculiar, de acordo com suas carac-
terísticas culturais e as práticas convencionalizadas socialmente.
É por esse motivo que o português lusitano é distinto do
falado no Brasil. E mesmo entre nós, brasileiros, existem diferenças
de um local para o outro. A fala de um nortista, por exemplo, é ni-
tidamente distinta da fala de um nordestino e da de um sulista; os
habitantes de áreas urbanas, principalmente nos grandes centros,
expressam-se diferentemente dos moradores em pequenos povoados
sertanejos, e assim por diante.
Outro fator que motiva a variedade lingüística diz respeito às
diferenças sociais, que podem estar relacionadas às distinções de nível
socioeconômico, faixa etária, sexo, grau de escolaridade ou de grupos
sociais específicos, tais como profissionais de uma determinada área ou
“tribos”, como a dos metaleiros, surfistas, traficantes etc. Assim é que
existem diferenças perceptíveis entre o modo de se expressar de uma
pessoa letrada e de outra com pouca ou nenhuma formação escolar;
também podemos identificar diferenças entre a fala de um adulto e de
um adolescente, por exemplo.
Ainda outro fator determinante para a variação lingüística
relaciona-se às diferenças de registro (ou estilísticas). Significa
que o indivíduo, ao interagir com outro(s) por meio da palavra,
procura adequar sua linguagem às características sociais de seu(s)
interlocutor(es), à situação enunciativa; que tem a ver com o con-
texto em que se realiza a interação comunicativa e aos propósitos
discursivos; que são os objetivos para os quais se orienta determina-
da interlocução; quer dizer, são os efeitos de sentido que se deseja
alcançar através do uso interpessoal da linguagem.
É por esse motivo que não nos expressamos sempre do mes-
mo modo. Se, por exemplo, conversamos com nosso(s) colega(s)
no intervalo das aulas, utilizamos certas palavras e expressões que,
certamente, não empregaríamos caso tivéssemos que dar um aviso
ou apresentar um trabalho acadêmico para essas mesmas pessoas
durante uma aula. Até mesmo um indivíduo com baixo nível esco-
lar ou sem qualquer escolaridade procura se expressar “melhor” se
sabe estar diante de um outro que considera socialmente superior
ou num ambiente comunicativo que julga exigir dele um compor-
tamento mais formal.
Assim, em decorrência dessas variações de desempenho
lingüístico, é que existem o que denominamos grau de formalis-
mo (ou níveis de linguagem), tanto na fala como na escrita, que
pode variar entre o modo mais formal e sofisticado, que marca
distância social e formalidade entre os interlocutores, e aquele mais

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coloquial e despojado, que sinaliza intimidade e descontração en-


 tre os parceiros na interação verbal. Anotações
Existe, ainda, outro tipo de diferença lingüística. Trata-se das
alterações ocorridas na língua com o passar do tempo, ou seja, são
as mudanças históricas. Significa que a língua não só apresenta
variações coexistentes numa mesma época, mas também se modifi-
ca de um período para outro ao longo dos anos. Veja, por exemplo,
o que ocorreu com o pronome de tratamento “Vossa Mercê”, uti-
lilizado antigamente como demonstração de submissão e respeito à
pessoa a quem se dirigia o locutor. Depois esse pronome se trans-
formou em “Vosmecê” e “Vossuncê”, até chegar às formas atuais
“Você” e, simplesmente, “Cê” (como na canção Olhos nos olhos, de
Chico Buarque, na qual se diz: “Cê sabe que a casa é sempre sua...”),
agora, ao contrário, revelando aproximação e informalidade com o
interlocutor.
Certamente você deve se lembrar de alguma telenovela bra-
sileira de época em que o pronome de tratamento “vosmecê” é uti-
lizado pela classe privilegiada, e a forma “vossuncê” é falada prin-
cipalmente pelos escravos. Temos aí um caso de variação lingüística
desse pronome numa dada fase histórica da língua.
Esse mesmo fenômeno também pode ser observado na escrita,
onde as modificações acontecem com maior lentidão e resistência. Bas-
ta citar, entre outros, os casos de “pharmacia”, “êlle” e “sciencia”, hoje
escritos, respectivamente, “farmácia”, “ele” e “ciência”.
Cabe, finalmente, observar que essa capacidade que a lín-
gua exibe de permitir variação e mudança tem originado algumas
crendices, fruto de ignorância e preconceito. Algumas delas são a
idéia de que possa haver uma forma lingüística mais correta e me-
lhor do que outra ou que uma variante seja superior a outra. Na
verdade, o que existe é uma questão de valor social e adequação
comunicativa. É óbvio que a norma culta desfruta de maior prestí-
gio e é a variante exigida nos momentos de formalidade, mas isso
não significa que os usos populares nas interlocuções do cotidiano
devam ser desmerecidos.
Portanto, é válido concluir que cada modalidade e forma da
língua têm seu lugar e hora, em que uma é mais apropriada e cumpre
melhor função discursiva do que outra. Relembrando o que foi dito no
início deste estudo sobre a adequação da roupa à situação, assim deve
ser também em relação à linguagem.

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Anotações Desafio 
Veja o texto a seguir:
“(...)
Que importa que uns falem mole, descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
Que tem se o quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Juntos formamos este assombro de misérias e grandezas,
Brasil, nome de vegetal! (...)”
(Mário de Andrade, Poesias completas, 6ª ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)

Você entendeu o que o poema quis dizer?


De acordo com o poema, existe uma variante mais correta que ou-
tra? Justifique sua resposta com base no que você acabou de ler.

RELEMBRANDO

Variação lingüística: as diversas formas com que a língua se apresenta na co-


municação cotidiana.

Ocorrência de
variação lingüística

No plano No plano No plano


fonético morfológico sintático

No plano No plano
lexical semântico

Fatores de
variação lingüística

Diferenças Diferenças sociais Diferenças de


regionais (idade, sexo, registro Diferenças
(ou geográficas) escolaridade etc) (ou estilísticas) históricas

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O QUE FAZER
10 Anotações
Procure agora aplicar os conhecimentos adquiridos sobre as va-
riações lingüísticas.

1. Suponha que um colega lhe envie um e-mail nestes termos:

“Venho, através deste, respeitosamente solicitar–lhe se digne enviar-me as


anotações da aula passada”.

Relembrando o que foi dito no início deste estudo sobre a ade-


quação da roupa à situação, podemos dizer que a atitude do colega
assemelha-se à de alguém que vai à praia de smoking ou à de alguém que
vai a um baile de short e camiseta? Por quê? Justifique sua resposta.

2. Agora é a sua vez de produzir um texto:

Imagine um jovem médico, parado em um semáforo, esperando o sinal


abrir. Houve um acidente e o trânsito está totalmente parado. Chega uma
velha senhora e começa a contar que está doente, com ferimentos nas per-
nas, com fome, sem um centavo e, por isso, pede dinheiro. O médico
pergunta se ela não se aposentou ainda. Ela diz que sim, mas o dinheiro
não dá nem para comprar os remédios de que precisa.

Crie diálogos no seu texto, usando as variantes lingüísticas que


deverão ser utilizadas pela senhora e pelo médico. Depois, explique que
fatores foram responsáveis pela existência dessas variedades da língua,
que você utilizou para construir o diálogo.

Ah, não esqueça de criar um final para essa história. Mãos à obra!

PARA SABER MAIS

ALKMIM, T. M. Sociolingüística. Parte I. In: MUSSALIM, F.; BEN-


TES, A. C. (orgs.). Introdução à lingüística 1: domínios e fronteiras.
2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 21-47.

CAMACHO, R. G. Sociolingüística. Parte II. In: MUSSALIM, F.;


BENTES, A. C. (orgs.). Introdução à lingüística 1: domínios e fron-
teiras. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 49-75.
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Ambos os textos representam um estudo das variedades


Anotações lingüísticas na perspectiva da Sociolingüística variacionista, a qual, 11
inspirada nas propostas teóricas de W. Labov, desenvolve pesquisas sobre
a relação entre os diversos grupos sociais e os diferentes usos da língua.

ONDE ENCONTRAR

BELINE, R. A variação lingüística. In: FIORIN, J. L. (org.). Introdu-


ção à lingüística I: objetos teóricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2003.

FARACO, C. A.; TEZZA, C. Prática de texto para estudantes uni-


versitários. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. 2. ed.
São Paulo: Ática, 1997.

TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o en-


sino de 1º e 2º graus. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

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