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Sociedade:. Ecumênica:. do Triângulo: e da Rosa:. Dourada:.

Fraternidade:. Espiritualista:. do Cruzeiro:. do Sul:.


Templo Xangô Quatro Luas:.

Núcleo de Estudos Espirituais

Umbanda I

Introdução acerca da Atuação Mediúnica


das Vibrações da Umbanda - I

A tradição esotérica afirma que todas as coisas existentes no Universo se constituem a partir da ressonância
entre as vibrações e que tudo se configura por intermédio da emanação contínua e ininterrupta das ondas
produzidas por tais padrões vibratórios, sendo calor, magnetismo, gravidade, luz e matéria, princípios por sua vez
associados às Leis que regulam a harmonia universal, efeitos gerados pela emanação dessas ondas que podem ser
materiais, espirituais ou cósmicas.
A beleza e riqueza espiritual das manifestações incorporativas, sobretudo quando da forma como se
apresentam os Guias espirituais quando em sintonia com seus processos e o extenso significado de sua
gesticulatura sagrada, constitui fator de grande encantamento em relação à Filosofia Umbandista.
De fato, ao interno da Umbanda, cada gesto, ato e ação de um Guia espiritual quando manifesto em seus
aparelhos, permanece intimamente relacionado com seus campos de ação, sua simbologia e processos de
manifestação, deixando entrever claramente ao observador o cunho das ações energéticas que estão sendo
realizadas, bem como o sentido e significado místico dessa mesma manifestação.
As denominadas “Vibrações da Umbanda”, compreendendo-se assim aquelas denominadas “Primárias”
(Oxalá, Ogun, Oxóssi, Xangô, Yorí, Yemanjá, Obaluaiê) junto às quais se somam as “Secundárias” (Yansã,
Oxum, Nanã, Oxumaré, Omolu), resultam em Faixas ou freqüências cósmicas universais em que vibram não
somente os Orixás em plena concordância com as Matrizes da Natureza, mas um inteiro grupamento de Seres
Espirituais afinados com as correntes de luz e os ideais de espiritualização dos terrícolas.
Quando falamos em Orixás, em realidade estamos nos referindo a poderosas Inteligências Espirituais
relacionadas com determinadas energias Cósmicas ou Faixas Vibratórias que determinam o equilíbrio e a
estrutura do inteiro cosmo. Essas Faixas (passíveis de serem reconhecidas sob diversos nomes e aspectos a
depender da cultura que as assimilou no passado ou que as assimila hoje) definem níveis de evolução, atraindo
para seu campo gravitacional os seres que se encontram mental e espiritualmente afinizados com suas estruturas
ou “consciências planetárias”, as quais interagem no meio em concordância com seus níveis evolutivos.

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Existem duas maneiras de lidar com o Princípio Orixá. A primeira é aquela essencialmente cosmogônica,
antropogênica1 (do grego άνθρωπος, anthropos, "homem", e γένεσις, génesis, “origem”), quântica e velada, reservada
aos estudos mais aprofundados e ao contexto das Iniciações, onde os Iniciados penetram a fundo o verdadeiro
esoterismo que permeia tais Inteligências, estudando-as de maneira a compreenderem suas reais relações com o
Todo Universal, e não apenas o seu posicionamento como Divindades associadas à Natureza e responsáveis por
serem os pais ou mães de cabeça de cada indivíduo.
A outra forma é aquela essencialmente espiritualizada, contudo, menos abrangente em seu posicionamento
e suas afirmações. É o sentido místico e não esotérico. Aquele reservado aos Adeptos do culto, onde os Orixás
comparecem como manifestações vivas das energias presentes na Natureza e que se afinizam com a estrutura
espiritual, psíquica e moral de cada indivíduo, por intermédio de suas relações com as faixas evolutivas ou
Escolas Kármicas, também denominadas Escolas da Vida, ao interno da qual se encontram inseridos todos os
seres existentes na criação, desde as formas mais primárias, passando pelo aspecto humano e alcançando os
reinos Elementais e os Seres Espirituais, todos, em perfeita sintonia com uma ou mais faixas de evolução.
Esse contexto permite que os Adeptos da Umbanda mantenham contato com a essência ou energia dos
Orixás por meio de suas relações diretas com os Guias ou demais Entidades sediados em suas faixas Vibratórias,
os quais vibram em perfeita sintonia com suas freqüências e que participam diretamente de sua radiância,
exercendo o papel de intermediários entre as energias cósmicas e os mediadores.
Orixás são Chohâns, “Senhores da Luz”, Inteligências Planetárias encarregadas de auxiliarem no processo
de evolução do ser humano. Constituem manifestações coletivas e indiferenciadas projetadas diretamente da
Inteligência não diferenciada do Absoluto; Aspectos radiantes de sua mente, que por terem sido “ordenados” em
suas funções, como Dhyânis, exercem influência direta sobre a criação e os aspectos mais sutis da Natureza.
Existem dezenas dessas Inteligências as quais denominamos Orixás. Os mais elevados, aqueles a quem
denominamos “Funfuns”, os “Senhores Absolutos do Branco”, Princípio Adamantino da Criação, permanecem
a vibrar nos níveis mais extremos, dando sustentação às próprias Inteligências Planetárias em seu papel de
Arquitetos Sagrados do Cosmos.
Algumas estabeleceram suas relações em um tempo em que o inteiro Orbe passava por contínuas mudanças
evolutivas, contribuindo diretamente nos processos formativos e evolutivos das primeiras eras e, findado seu
trabalho, se retiraram novamente para sua fonte primordial, onde não chega a mais ínfima partícula mental
humana. Alguns Orixás, pelo seu elevadíssimo estado evolutivo, projetaram manifestações a partir de si mesmos,
dando geração a outras matrizes ou fundiram-se energeticamente com as Inteligências responsáveis pelo atual
processo de evolução do Orbe.
Já outros, para melhor auxiliarem nos planos da evolução, baixaram suas vibrações de modo a poderem
interagir com o plano terrícola e tantos continuam a exercer suas influências junto aos Reinos da Natureza, já que
os Orixás se encontram associados aos planos mais sutis da evolução, regendo o processo e o desenvolvimento
natural da inteira criação ao lado de inúmeras outras Inteligências Cósmicas.
Dessa forma podemos dizer que as energias dos Orixás, por estarem associadas aos inúmeros estágios ou
graus em que se desenrola a evolução, permitem que suas faixas se convertam em “Escolas do Espírito”, o que
se dá por meio de sete níveis cósmicos, pré-delineados e fixos desde os primórdios da evolução, bem como
através de “faixas” ou níveis intermediários, sediados e diferenciados ao interno dessas Faixas primárias,
determinando, por meio de sua vibração, as correlações equilibradas que sintonizam cada ser ou Espírito em sua
própria faixa energética.

1Em ocultismo, o termo “Antropogênico” se refere ao estudo da “Antropogênese”, ou seja, dos princípios e das origens do
ser humano. O termo não deve ser confundido com o “Antropogênico” relativo aos fatores derivados da interferência
humana sobre o meio ambiente.

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Assim é que são os Espíritos atraídos por cada estrutura ou egrégora vibratória, entrando em sintonia com
sua matriz e, por conseguinte, pela força de assimilação convertendo-se em filho do Orixá, o que também pode
ser traduzido como uma sintonia entre faixas evolutivas, as quais determinam as relações, a essência, a
constituição física e espiritual, além do próprio lugar do indivíduo no plano da criação.
Os próprios ensinamentos da Umbanda afirmam que os Orixás, em sua concepção cósmica, se caracterizam
e se comunicam com o plano da matéria por intermédio das ondas ou “faixas Vibratórias”. Os Pontos Cantados,
os Pontos Riscados, as palmas e as mais diferentes manifestações da Umbanda produzem ondas sonoras e
cromáticas de freqüências variadas, permitindo a projeção de ondas mentais que atraem outras ondas ou
“correntes energéticas”, as quais por sua vez arrastam a energia dos Guias espirituais permitindo sua
manifestação através da agregação de múltiplas ondas.
A ação vibratória dos Guias por sobre os seres se faz por meio da emissão constante de ondas energéticas;
os processos de Magia positiva ou negativa produzem ondas ou freqüências que se relacionando com as
estruturas elementais são remetidas aos seus endereços vibratórios. As sete correntes de energias fundamentais
(Adamantinas, Diamantadas, Etéricas, Ígneas, Eólicas, Hídricas e Telúricas) se projetam como ondas; as
oferendas emitem ondas direcionadoras; os processos de cura bem como aqueles de desobsessão, quebra de
correntes magísticas e incorporação são o resultado da manifestação e interação entre inúmeras ondas ou
freqüências vibratórias.
Os Pontos de Força associados aos reinos da Natureza emitem ondas; a aura é uma emanação frequencial de
ondas; as energias que permeiam o organismo físico e espiritual se manifestam como ondas; as correntes mentais
se projetam como ondas; as formas-pensamento se constituem a partir do acúmulo ou assimilação das ondas
mentais; a magia verbal ou mental é um processo de pura emanação e direcionamento de ondas e assim
sucessivamente.
As ondas são consideradas padrões temporais em contínuo movimento, possuindo freqüências, amplitude,
intervalos, cromas, sons e densidade. A tradição esotérica universal afirma que todas as coisas no Universo se
constituem, se desenrolam, se expandem, se multiplicam e assumem forma graças aos efeitos produzidos pelas
ondas cósmicas ou “radiações universais” produzidas a partir da “Substância Original Absoluta”.
É a partir da excitação dessas energias encerradas em todos os reinos da Natureza que os Guias despertam
a força oculta latente em cada elemento, convertendo-os segundo sua vontade nas substâncias largamente
utilizadas em suas operações. Os Guias espirituais, por meio de um longo processo de aprendizado desenvolvem
qualidades perceptivas que os permitem reconhecer as individualidades essenciais de todas as coisas, penetrando
na “consciência” de toda substância onde direcionam seus efeitos segundo sua vontade. Estão sediados nos
Planos Espirituais, situando-se, portanto, acima dos seres terrícolas e aqui se manifestando unicamente por meio
da Lei do Sacrifício que os impele a auxiliarem o processo de evolução espiritual dos seres.
Embora pareça complexo, todas as energias existentes, ainda que, possuindo suas naturezas individuais, se
intercomunicam por uma dependência mútua umas das outras, o que permite o estado de afinização e conversão
dessas mesmas energias em padrões de concordância que definem outros estados de realidade. A rigor, em
essência todas as energias e seus desdobramentos nada mais são do que uma “derivação” da substância original,
possuindo os Guias a capacidade de decompô-las e recompô-las em suas matrizes, alcançando assim os efeitos
que bem desejarem quando de suas manifestações no plano da matéria e muito além dele.
Os Guias, considerados Forças manifestas, ao associarem-se às Vibrações Originais reconhecidas nos
Orixás colocam-se sobre a autoridade consciente dessas Forças, uma vez que os Orixás não devem ser
considerados apenas expressões antropomorfizadas, mas sim como Princípios individualizados, Inteligências
Cósmicas, cuja ressonância no plano da matéria ecoa com as matrizes e vibrações da Natureza, energias sutis
consideradas fundamentais e que permitem a assimilação de sua essência por intermédio das correntes
elementais.

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Essa autoridade consciente, no entanto, não se dá diretamente de “Ser divino para Ser espiritual”, mas sim
por meio das relações energéticas existentes, as quais possibilitam a assimilação da essência divina por intermédio
das correntes Vibratórias que regem e determinam a estrutura de cada uma das Linhagens Astrais.
O termo “Vibração”, utilizado para designar uma Linhagem de Seres Espirituais, por si só revela o sentido
energético que os mesmos abarcam. O médium ao incorporar um Guia, antes de tudo assimila uma vibração,
uma corrente de forças que vibra em intensidades variáveis e que pela intensidade de suas freqüências se afinizam
com os diversos reinos ou estruturas elementais.
Correntes de Força Inteligentes que emanam e são sustentadas diretamente do Centro Cósmico Universal,
os Orixás e suas Vibrações representam freqüências ressonantes que são atraídas em direção ao plano de
manifestação da matéria, descida essa que resulta na densificação dos estados ou correntes superiores e que se
projetam e se afinizam com os Elementos da Natureza.
Cada uma dessas correntes ou faixas vibratórias possui velocidade, temperatura, comprimento e
intensidade que determinam suas funções bem como suas afinidades umas com as outras, donde nascem as
intermediações vibratórias que se afirmam como as ressonâncias fundamentais que permitem a manifestação e a
sustentação de todas as coisas.
Convertidas em padrões de vibração elemental que permanecem essencialmente elevados, a energia dos
Orixás passa a ser canalizada através dos elementos ou reinos da Natureza, afinizando-se em sua estrutura sutil
com os estados ou campos de energia mental.
Os Orixás como expressões diretas da Consciência Cósmica se convertem nos regentes ou Princípios
direcionadores dessas correntes evolutivas, sendo que todas as coisas existentes vibram e ressonam em
concordância com as estruturas definidas por meio dos Arquétipos Cósmicos ou “Princípios de Organização
Universal” que se convertem nas Leis regentes e sustentadoras de toda criação.
Uma vez que todas as coisas se relacionam umas com as outras desde seu aspecto mais denso e inferior até
o mais alto nível de manifestação por intermédio da Lei das Correspondências, os Orixás ao se afinizarem
intimamente com o plano da matéria por meio de suas relações com a inteira Natureza e, por conseguinte, com o
homem e seus padrões de consciência, definem a estrutura em que cada indivíduo irá vibrar segundo o seu lugar
correspondente no plano da evolução.
Os arquétipos ou expressões da consciência evolutiva sintetizados pelos Orixás se convertem no plano da
matéria em inversões distorcidas das imagens superiores, dando geração aos padrões inferiores e negativos
reconhecidos na personalidade, os quais se apresentam como a polarização mais inferiorizada das Energias
Criadoras em seu aspecto cósmico.
Dessa forma, seguindo o sentido involuntário e natural das correntes de Força Universais, os Orixás
passam a definir as estruturas de movimentação da consciência tanto em seu aspecto positivo quanto negativo,
os quais se associam por sua vez aos Arquétipos supra elevados encerrados em suas próprias consciências
completamente desprovidas de qualquer fator de ordem inferior.
Unidos em pares (Oxalá-Iroko, Ogun-Obá, Oxóssi-Ossayím, Xangô-Yansã, Oxum-Yorí, Yemanjá-
Oxumaré, Obaluaiê-Nanã) que expressam as diferentes intensidades e as harmonias existentes ao interno dessas
faixas vibratórias, os Orixás se manifestam como veículos de expressão dessas Energias Cósmicas, cada um
Deles mantendo relações profundas com energias ainda mais superiores e seus diversos estágios de manifestação.
Pelas influências determinadas pela Lei das Correspondências Universais, essas energias passam a ser
assimiladas em nosso plano, revestindo-se de aspectos positivos e negativos determinados pela Lei de Causa e
Efeito (karma), a qual inter-relaciona todas as possibilidades de manifestação dessas estruturas, sendo a
consciência em maior ou menor estado de desenvolvimento, quem consegue perceber as manifestações dessas
energias permitindo o direcionamento de seu curso.

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Por afinidade evolutiva cada criatura se encaixa perfeitamente em uma dessas faixas, passando a ser
controlado essencialmente pelas suas vibrações e suas relações com o todo, surgindo assim o Orixá Eledá,
também denominado “Pai ou Mãe de cabeça”, o qual define a estrutura e a essência do indivíduo determinando
o seu lugar no plano da criação, bem como o seu estado evolutivo e as necessidades decorrentes dessa afinização.
A Umbanda em seu aspecto litúrgico, aberto a todos os seus mediadores, lida mais diretamente com cerca de
nove Orixás, a “Enéade Cósmica” (Oxalá, Ogun, Oxóssi, Xangô, Yansã, Oxum, Yemanjá, Yorí, Obaluaiê), o grupo
de nove Divindades que se relacionam não por sua essencialidade, mas pelas relações que estabelecem entre si e
os principais aspectos que a Filosofia da Umbanda agrega.
Consideradas “fundamentais” ao seu contexto místico, a essas Divindades somam-se aquelas mais
complexas (Nanã, Omolu e Oxumaré), que pelo resultado de suas energias, vez ou outra podemos presenciar em
suas manifestações ao lado de outras Forças mais veladas como Obá, Ossayím, Iroko, Yewá e Logunedé,
pertencentes ao contexto iniciático, já que os Iniciados, pelas próprias relações estabelecidas com essas mesmas
Matrizes de Força e em função do aspecto esotérico, temporal e ritualístico com que se encontram envolvidos,
estabelecem uma relação com cerca de vinte e oito Orixás mais diretamente, aos quais somam-se poderosas
influências como Ifá, Ikú, as Íyámis, Babá-Egun, Òníle e obviamente, Exu Orixá em seu fundamento mais
profundo.
Segundo a mística oculta, “nossa evolução atrai nossos criadores” compreendidos nos Orixás, os quais nos
colocam em sintonia com suas energias. No entanto, seguindo nossa própria liberdade como Espíritos, podemos
dos mesmos se distanciar ou mesmo diferenciar-se, gerando um desequilíbrio na faixa vibratória em que nos
encontramos sintonizados.
Os Orixás como Inteligências Planetárias são universais e cósmicos, passando a serem individualizados em
sua essência apenas quando suas energias atravessam as dimensões extra-físicas, sempre mais em direção
descendente, até que o plano da matéria seja alcançado. Não podem e não devem ser arrastados para o plano do
meramente humano quase a ponto de serem tocados. Emanam diretamente da Mente do Grande Absoluto e
participam com efeito de sua energia, derramando-a e permitindo que a mesma seja alcançada por cada indivíduo
por meio das energias encerradas em cada um dos reinos da Natureza.
Suas lendas como fatos concretos nunca ocorreram, mas em realidade servem para preservar secretamente
os mistérios cósmicos que envolvem sua gênese secreta e com os quais estão profundamente relacionados. Tais
lendas e mitos foram elaborados por Sacerdotes instruídos no segredo da verdadeira Religião, aquela Universal,
sendo que a grande maioria desses mitos como hoje se apresentam encontram-se adulterados.
A Energia Essencial dessas Divindades atravessa os diversos Planos Espirituais como a luz das estrelas,
sendo transferida de Plano para Plano segundo as Forças e princípios espirituais existentes em cada um deles. De
fato, como bem declaram os ensinamentos da Sabedoria Arcaica, ao plano das Divindades não chega o menor
lamento terrestre, estando os mesmos mergulhados em uma Paz Absoluta, inimaginável para qualquer ser mortal
e de onde governam e auxiliam o Grande Uno em sua obra de evolução infindável.
Seus Raios Cósmicos ou sua Energia Essencial penetram todos os planos assim como a Luz solar penetra
todas as coisas. São atraídos pelas diversas Esferas Espirituais segundo os Princípios da Lei de Afinidade,
mantendo menor ou maior vínculo com cada plano segundo suas relações com os mesmos.
Em nosso plano, embora estejam as Energias Divinas em pleno movimento e ação, somente mantemos
contato com as mesmas por intermédio dos processos Iniciáticos ou mesmo dos Guias, os quais elaborados a
partir de sistemas equilibrados de sintonia permitem a vinculação e a conversão de suas energias cósmicas em
energias tangíveis e passíveis de serem sentidas. De fato, a energia de um Caboclo de Xangô difere
consideravelmente da energia de Xangô presenciada no decurso dos ritos Iniciáticos e mais ainda de Xangô
quando percebido pela passagem do Iniciado pela sua Casa sediada na Roda Mística.

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Assim, um mediador reconhece a energia do Orixá através da manifestação de seus Guias e das relações
com seus Reinos Naturais, ao passo que o Iniciado reconhece essa mesma Força em seu aspecto mais puro por
intermédio dos ritos e das energias que assimila em seu corpo e em sua cabeça, passando a presenciar seus efeitos
benéficos ou não, quando adentra em qualquer uma das Dezesseis Casas representadas sobre o Planisfério
Arqueométrico da Umbanda e descobre que todas essas Correntes de Força se encontram sediadas
harmonicamente ao interno de toda criatura.
Podemos comparar a assimilação das energias divinas observando a intensidade de calor e luz emanada
diretamente do Sol para cada um dos planetas que compõem o nosso Sistema Solar. Dessa forma sabemos que
Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol é um verdadeiro “deserto incandescente”, tamanha a quantidade de
energia e calor captados do astro central, ao passo que Plutão, o planeta mais distante do nosso sistema é
considerado um deserto congelante em virtude da pouca energia e calor que absorve.
Em sentido de compreensão o processo é exatamente o mesmo. Quanto mais distante em evolução,
menor a intensidade do fluxo de energia divina captada por cada um dos planos, mesmo que as Divindades
estejam plenamente vinculadas ao contexto planetário, ou seja, pertençam unicamente a nossa Esfera de atuação
ou Globo.
Assim é que os Guias participam em essência dessa energia, passando a serem considerados a própria
manifestação viva da energia dos Orixás. Nesse contexto, exteriorizam em sua gesticulatura elementos que
expressam e deixam claro não somente essa relação, como também os fatores de ordem espiritual e psicológicos
associados aos Orixás.
Vibrando em escalas ou freqüências completamente diferentes umas das outras, porém interconectados
entre si, os Guias se agrupam em Linhagens ou “Falanges”, as quais reúnem centenas, por vezes milhares de
Espíritos sintonizados e permeados por um mesmo propósito. Esses se encontram reunidos segundo um campo
de ação específico, sendo fato conhecido que o trabalho espiritual dessas Entidades a nível astral é muito maior
do que aquele realizado a nível físico junto aos próprios Terreiros de Umbanda ou Centros Kardecistas, onde
também se manifestam suas Falanges em roupagem astral diversa e cujo trabalho visa tão somente o auxílio
direto a encarnados e desencarnados.
A Umbanda constitui uma Doutrina Espiritual hierárquica, simbólica, iniciática e ajustadora, que centraliza
sua estrutura em meio à Natureza e suas manifestações. Suas Falanges expressam o próprio movimento dos
reinos naturais, existindo um rico e complexo simbolismo por detrás dos seus fatores de manifestação.
Ao interno desse complexo sistema, vamos encontrar as denominadas Vibrações Originais (Oxalá, Ogun,
Oxóssi, Xangô, Yorí, Yemanjá, Obaluaiê) por meio das quais se manifestam mais diretamente os próprios Guias
em três roupagens distintas, consideradas “essenciais”, reconhecidas nos Pretos-Velhos, nos Caboclos e nas
Crianças, essa última, em realidade, a própria Linhagem do Oriente encoberta sob uma roupagem astral
diferente, necessária para explicar o contexto evolutivo da Umbanda.
Às três roupagens somam-se como pólo essencial, os Guardiões reconhecidos nos Exus, os quais não
pertencem efetivamente à Corrente Astral da Umbanda, mas militam junto às suas Hostes e se afirmam como
universais, estando responsáveis pelos processos de vigilância, execução, saneamento e harmonização do Orbe e
das regiões Astrais, sejam Superiores ou Inferiores, dividindo-se esses (apenas segundo a estrutura da Umbanda)
em quatro hierarquias distintas de manifestação: “Espadados, Cruzados, Ordenados e Pagãos”, aos quais se
somam os grupamentos da reconhecida Linha da Quimbanda em seu aspecto evolucional e não segundo suas
relações com a polaridade oposta vinculada ao plano obscuro.
Em meio a todo o conjunto se encontra arrolada a Linhagem do Oriente, em realidade, a Linhagem Original
da Umbanda, sendo fato conhecido que a grande maioria dos Guias que atuam como Pretos-Velhos e Caboclos
pertencem ou pertenceram às Falanges Orientais, não deixando de mencionar que essa é a verdadeira
denominação dada a Linhagem de Yorí, por meio da qual se manifestam as Crianças, Falange que agrega também

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inúmeros Espíritos médicos, pintores, escultores e poetas, que atuam por meio dos mecanismos da mediunidade
revestidos pela roupagem astral de Crianças, em realidade, uma projeção astral em que Guia e mediador se
harmonizam para gerarem uma Entidade pensamento Auxiliar, também reconhecida como EPAX.
Ao interno das Linhagens de Caboclos vamos encontrar a Falange dos Pajés, de difícil manipulação, dada a
elevação de suas correntes de energia e inteiramente composta por Entidades Raiz, ou seja, por antigos Pajés,
Xamãs e Feiticeiros pertencentes as mais diferentes nações indígenas de outrora. De igual modo, sediados junto
às Linhagens de Pretos-Velhos estão os “Feiticeiros” e “Mandingueiros”, velhos sacerdotes africanos, também
Entidades Raiz vinculadas aos Orixás e suas manifestações, sendo restritas suas manifestações apenas aos
Iniciados, uma vez que os mesmos estão vinculados a Iroko e seu pólo de movimentação temporal.
Boiadeiros e Marinheiros constituem os denominados “Povos” ou “Falanges de Apoio” da Umbanda. Não
se arrolam segundo o contexto das Sete Vibrações Originais como os Pretos-Velhos e os Caboclos e em
realidade, foram trazidos do antigo culto da Jurema para a Umbanda ainda no princípio de suas manifestações,
sendo de fato considerados Grupamentos Ancestrais.
Não existe o menor fundamento na afirmação de que os mesmos foram antigos boiadeiros e marinheiros,
tratando-se apenas de uma roupagem astral utilizada por Caboclos e Exus para manifestarem-se sob outra
denominação e executarem diferentes processos de movimentação. Ao interno da Falange dos Boiadeiros vamos
encontrar os Cangaceiros, em realidade, Espíritos Estacionários em missão temporária, vinculados aos planos da
Quimbanda e dos processos de enfeitiçamento que atuam na depuração e libertação de seus karmas, antes que
possam efetivamente galgar outros caminhos no plano da evolução.
Os Cangaceiros se utilizam dos mesmos nomes pertencentes ao conhecido bando de Lampião (embora não
os sejam de fato) como Ás de Ouro, Zé Delfino, Chá Preto, Faísca, Barra Mansa, Cobra verde, Mergulhão,
Branca Lua, Cipó de Fogo, Caninana, Zé Chumbinho, Cajarana e muitos outros, sendo inverídica a firmação que
o próprio Lampião seria o Chefe do Grupamento. Contudo, Cangaceiros legítimos como Jararaca e Corisco, de
fato figuram como integrantes astrais da mesma, ocupando posição de comando.
Ciganos, assim como os Exus, porém em menor grau, constituem um Grupamento ou Linhagem de Seres
Espirituais que militam ao de fora da Umbanda e não pertencem efetivamente às suas Hostes, estando
vinculados de certa forma aos Planos de Evolução. Constitui uma das Linhagens mais “mentais” de toda a
Umbanda, ou seja, manifestam suas energias por meio de Entidades Pensamento e quase sempre valem-se dos
processos de natureza anímica em suas manifestações, ou seja, onde o próprio Espírito do mediador atua por ele,
fato esse, aliás, muito comum nos mecanismos da incorporação, sobretudo quando do início do
desenvolvimento de qualquer mediador.
Já os Juremeiros constituem uma Linhagem de atuação muito próxima da Umbanda, sendo verídico o fato
que das manifestações da Linha da Jurema descende a própria estrutura, em partes, da Umbanda e a
nomenclatura da maioria de suas roupagens. Termos como Caboclo, Preto-Velho, Marinheiro, Boiadeiro,
Mandingueiro e Quimbandeiro, derivam todos das manifestações do culto da Jurema. E, embora ambas as
Linhas (Jurema e Umbanda) tenham muito em comum, não podem ser confundidas entre si, da mesma forma
que não se pode afirmar que a Umbanda detém controle sobre a Jurema, também essa reconhecida como um
Grupamento Astral que executa laborioso trabalho junto aos processos de natureza evolutiva.
Quanto ao termo Quimbanda, há de se fazer distinção entre a Quimbanda como Linha de atuação
independente e vinculada unicamente ao contexto dos processos de Baixa Magia, a Linhagem da Quimbanda
sediada ao interno daquela de Exu e que agrega inúmeros Espíritos Estacionários em processo de depuração de
seus débitos contraídos por meio de enfeitiçamentos e os Quimbandeiros reconhecidos nos “Velhos
Juremeiros”, que atuam unicamente com suas mirongas e processos de cura e que nenhuma relação com o lado
contrário ou debitório das energias possuem.

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Cada uma dessas divisões ou Linhagens possui seu Fundamento particular, sua “Magia” e seu sistema de
manipulação específica. Prescrevem em seus processos, rituais individuais acompanhados por fórmulas místicas
de evocação, imantação e sustentação de sua energia, liberando e fixando suas potencialidades de modo a se
converterem em força constante. No entanto, os mediadores não somente desconhecem esses Fundamentos
místicos, como em muitas circunstâncias fazem pouco ou nenhum “caso” em relação a sua significação e
importância ao interno da própria estrutura da Umbanda.
Ocorre que o conhecimento relativo à execução e manipulação dos processos incorporativos não
representa porta aberta na qual qualquer um pode adentrar. Para tanto, faz-se necessário respeito e convicção
para com seus mistérios, bem como uma grande vontade em querer aprender sua mística complexa que
indubitavelmente requer anos de convívio, prática e dedicação, para que seus organismos e sua estrutura sejam
devidamente colocados em ação e prática.
O tempo é de fato o aliado mais precioso que um mediador possui e saber caminhar segundo suas
determinações é uma virtude alcançada por poucos ao interno de um Templo de Umbanda. Da mesma forma, é
preciso estar em sintonia com a Umbanda para participar de seu mistério, ou seja, para se penetrar na verdadeira
essência de seus Guias e processos é necessário não somente o “espírito de respeito” para com os mesmos,
como também ter a certeza daquilo que será feito com todo esse emaranhado de conhecimentos e a maneira
correta de colocá-los em prática, sempre em função de um bem maior, completamente desprovido de qualquer
intenção egoísta, uma vez que todo mediador deve compreender que o seu papel é unicamente aquele de servir
de “instrumento” às Forças Espirituais, colaborando em seus intentos benévolos.
Relegada ao plano das práticas supersticiosas, das Doutrinas que julgam estar em outro nível de evolução
espiritual e eclipsada pelas conquistas do homem que se julga excessivamente intelectualizado, a Magia da
Umbanda somente agrega mais força à sua matriz, permanecendo vinculada apenas àqueles que de fato
compreendem seus mistérios e que creem em suas manifestações visíveis. É energia viva e contínua que não
pode ser manipulada ou conquistada pelo simples acúmulo de conhecimento intelectual e que não se dá ao
homem que pensa estar a ciência acima de todas as manifestações.
Os Guias caracterizam-se segundo suas Linhagens e tais características permitem a contemplação de sua
relação com o Orixá regente de sua Vibração, bem como deixam entrever seus atributos de força e
movimentação. Os Caboclos de Ogun, por exemplo, ao assumirem postura marcial, brandindo suas espadas em
círculo, assumem as características vinculadas ao Senhor da Guerra, mas também expressam seu campo de
atuação no corte, desprendimento, anulação e rompimento de forças contrárias. Xangô ao cruzar os braços sobre
o peito, expressa o sentido de Justiça e o equilíbrio entre as polaridades positiva e negativa. Sendo Terra e Fogo,
o cair pesado de seus aparelhos ao solo e o brado anunciador “kaô”, o qual se traduz por “Ele chega”, permite a
assimilação de sua energia e o sentido de quebra, aniquilação, combate e força, associados a sua energia e assim
por diante com todas as outras Linhagens.
A gesticulatura dos Guias obedece a um código preciso reconhecido pelos Dirigentes e demais Instrutores.
Isso permite perceber o nível de assimilação decorrente do processo incorporativo, bem como se o mediador
está inventando ou se deixando levar por alguma tendência que o distancie da realidade gestual verificável. No
entanto, tal fator não deve representar um empecilho no processo de desenvolvimento. De fato, seguindo as
regras determinadas pelos Guias, tal código gestual não será explicado antecipadamente de modo a não permitir
uma influência demasiadamente induzida e desprovida de erros.
A Umbanda ensina que o aprendizado incorporativo esbarra exatamente no erro. Todo mediador em
desenvolvimento tem que passar pela série de processos anímicos que circundam um verdadeiro aprendizado
incorporativo. Não existe esse que possa se gabar de não ter sido afetado pelos diferentes métodos ou afirmar
que incorporou um Guia autêntico desde o começo. Isso seria valer-se de uma vaidade tola. Não nascemos

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caminhando e incorporação não é brincadeira. Todo mediador necessita errar e muito, para ao longo do tempo
compreender, assimilar e organizar seu próprio processo pessoal.
A esse respeito, grande é o hábito de alguns mediadores em criarem para seus Guias gesticulatura
própria, exagerando ou mesmo inventando movimentos desnecessários, muitos findando por incorporarem o
Sr. “Caboclo Eu Mesmo”. Sempre, desde adolescente questionava o bater excessivo de alguns Guias ao peito, o
hábito de ficarem se contorcendo como se estivessem se “requebrando”, as pisadas que só faltam arrebentar
o pavimento e os pés, as inúmeras invenções de postura, o desejar se sobressair dos demais, a visível vaidade,
a mania que alguns mediadores que estão em desenvolvimento têm de abrirem a boca para “orientar”, antes
da hora e quando o fazem só falam asneiras como dizer para as pessoas que elas estão acometidas por
trabalhos de baixa Magia e assim por diante, em um emaranhado de situações desnecessárias, que se tivessem
sido observadas desde o princípio, não ocorreriam ao longo dos desenvolvimentos e demais trabalhos.
Obviamente os motivos de tais ações são por demais conhecidos pela maioria dos mediadores para deles
nos ocuparmos no momento. Contudo, sabem perfeitamente os médiuns que não necessitam chamar a
atenção ou sentirem-se fortes mediante a exageração mediúnica, com intermináveis batidas ao peito, brados
estrondosos que mais espantam do que encantam, chiadeira infinita como se o Guia fosse uma “panela de
pressão”, olhos esbugalhados como se quisessem saltar para fora, caretas dignas de assustar crianças, tórax
horrivelmente empinado, contorcimento de corpo e quadris como se o Guia estivesse doente ou “se
adequando” ao aparelho mediúnico, fazendo tudo se assemelhar mais a um teatro do que a uma reunião
espiritual, isso para não mencionar o estalar de dedos em ritmo musical, as batidas exageradas com as mãos
ao chão, as gargalhadas que nunca terminam, as posturas infantis desnecessárias e outros ainda.
A vigilância e o autocontrole do médium devem estar acima e em concordância com o seu processo de
desenvolvimento. “Todo médium é senhor do seu corpo”, salvo nos casos de inconsciência, o que é muito
fácil de ser observado, embora existam mediadores que tentam enganar seus Dirigentes e demais irmãos,
alegando que não se recordam de nada, embora estivessem mais conscientes do que quando despertos.
O mediador em desenvolvimento deve crer. Se não acreditar no que está executando, se permanecer
durante todo o processo de assimilação com sua mente distante ou plena de questionamentos, se ficar
esperando ser “tomado” de uma só vez pela energia do Guia ou mesmo se não auxiliar o seu processo por
meio da concentração e da vontade, pouco poderá ser feito em relação à sua incorporação, visto que quem
finda por ser observado não é o Guia que cumpre o seu trabalho.
De igual modo, um médium não deve esperar que os Guias ao manifestarem se comportem quando em
seus aparelhos de modo diferente do que aquele permitido pelo plano físico. Existe de fato um aspecto
fenomênico em torno das manifestações espirituais, os quais se afinizam, no entanto, com médiuns experientes,
habituados ao trabalho mediativo e há muito conhecedores de suas limitações bem como daquelas impostas
pelos seus Guias. Infelizmente a capacidade de “dar provas” materiais e a produção de efeitos de natureza física
por parte dos mediadores quando incorporados não foram dados pra todos. No mediunismo também existe uma
seleção natural como em tudo na Natureza.
Nenhum mediador será igual a outro, terá os dons do outro ou realizará o que outro realiza da mesma
forma. Constituição física e espiritual, tempo de atuação, experiência, preparo, aceitação, a maneira de lidar com
os próprios dons, a entrega, a missão, os caminhos mediúnicos, o ambiente e a “cabeça” influenciam de maneira
pungente um mediador em seu processo e ao longo de toda a sua vida.
O excesso, bem como o “querer ver para crer” no decurso dos processos de incorporação é pura ignorância
por parte dos que assim se comportam. Os Guias realmente podem provocar toda uma série de fenômenos,
muitos dos quais já presenciados por inúmeros médiuns do Templo e em circunstâncias as mais diversas.
Contudo, os Guias não estão interessados na expectativa que se espera ou no que venham a pensar os

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mediadores que os presenciam, uma vez que quando o fazem, fazem sempre com intentos bem definidos e
jamais de modo a realizarem demonstrações desnecessárias de controle sobre os reinos e elementos da Natureza.
De fato, o médium que está dentro de um Templo e que fica esperando tais manifestações por parte dos
Guias, seguramente irá se frustrar, uma vez que as mesmas não fazem parte de seu contexto cotidiano. De igual
modo, sempre que as provocam, o fazem diante de médiuns mais antigos que não somente compreendem a
natureza do trabalho executado, como também não se deixam envolver ou se empolgar por tais manifestações.
Bater palma e fogo acender do nada, apanhar serpentes, parar uma tempestade, evocar os ventos, aumentar
o volume de água de um riacho, dar ordens aos animais selvagens e pelos mesmos serem obedecidos são apenas
alguns dos fenômenos que os Guias podem executar e que já foram presenciados pelos próprios mediadores. No
entanto, repito, sempre que o fazem estabelecem um propósito específico, não devendo nenhum médium
esperar uma demonstração de tais fenômenos, o que não ocorrerá assim tão facilmente.
Ademais, no dizer dos próprios Guias: “Acima de qualquer manifestação fenomênica deve prevalecer o sentido de
caridade, benevolência, empenho, confiança e desejo ardente em auxiliar o próximo e a si mesmo. Nada mais do que isso”. Dessa
forma, os médiuns que estejam esperando “provas” de sua incorporação ou mesmo daquela de outros irmãos,
terão que se contentar com o próprio dissabor de sua frustração, por que não as terão da forma como podem vir
a pensar.
O desejo em manifestar fenômenos de ordem natural ou mesmo de ser “tomado” em transe pelos Guias
passa pela mente de muitos mediadores que estão no início do seu processo incorporativo. Um dos grandes
problemas é o desejo da “inconsciência mediativa”, não sendo o médium conhecedor que a mesma se arrola
entre as faculdades espirituais e não pode ser simplesmente alcançada. Quase a totalidade dos médiuns é
consciente, afetando a inconsciência e a semi-inconsciência uma parcela reduzida de indivíduos.2
Alguns médiuns procuram “forçar” a manifestação de fenômenos ou mesmo se sujeitam a situações
ridículas, onde expõem não somente a si, mas, sobretudo, o nome do Guia que julgam incorporar e exageram na
execução dos processos incorporativos ou se deixam levar por suas tendências desequilibradas findando por
ocasionarem grande dano a si próprios, ao Templo ao qual pertencem e muitas vezes aos próprios Dirigentes.
Ao longo dos anos, eu mesmo já pude presenciar a morte de um médium que se aventurou a atravessar um
rio perigoso, porque segundo ele: “seu Caboclo queria bradar do outro lado na mata virgem”. Já ouvi também
diversas histórias acerca de médiuns que terminaram em situações ruins por apanharem serpentes venenosas no
mato e serem picados; por saltarem de cascatas muito altas e despencarem de pedreiras quebrando braço ou
perna; cortarem profundamente os pés durante caminhadas no mato, deixarem a pedra escorregar das próprias
mãos durante as batidas ao tórax e arrebentarem os seus dentes, furarem o olho com farpas de pau e galhos
durante as Macaias e até mesmo serem envolvidos em processo judiciais por restarem nus diante dos assistentes
alegando que eram “Índios” e que nunca haviam tido contato com o homem branco!!!!
É claro que os Caboclos bradam, giram, assumem postura imponente, batem pés e mãos no chão, atiram
flechas, estalam dedos, falam em seu idioma espiritual, batem com pedras ao peito, escalam pedreiras, trabalham
com serpentes, adentram em rios e assim por diante. Porém sempre que o fazem, procuram primeiramente
observar as limitações de seu aparelho mediúnico, dando-lhe e prezando por sua total segurança, além de
demonstrarem uma beleza cativante quando de suas ações, visto que os mesmos sabem ser
extremamente graciosos sem nenhuma exageração.
A incorporação representa um ato genuíno de entrosamento com as Potências Superiores, devendo todo
médium possuir total clareza de idéias a esse respeito. O mental deve encontrar-se limpo, desprovido de

2 Veja uma comparação da raridade dos mediadores inconscientes e semi-inconscientes: Ao final de 2009 o Templo contava
com noventa e cinco médiuns. Desses, apenas dois alcançavam a inconsciência (Eu e Sonia); três esbarravam na semi-
inconsciência e o restante era consciente ou se valiam de processos temporários de semi-inconsciência.

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hodiernas preocupações externas ou a possibilidade de se adentrar em processo de auto-incorporação faz-se
muito grande.
Toda incorporação desenrola-se como um preciso ritual onde cada coisa necessita ocorrer em seu momento
correto estando circundada por seu próprio magnetismo. O que ocorre no decurso de uma incorporação
dependerá muito mais do estado pessoal do próprio aparelho mediúnico que do restante em si. A aura
magnética do Templo e das correntes de atração realmente auxilia na mudança de polarização durante o
processo incorporativo. Contudo, é necessário que o médium tenha em mente a certeza da Lei das Afinidades
Fluídicas, a qual afirma que algo somente encontra seu elo de contato quando existe afinidade entre ambas as
partes.

Flávio Juliano:.
Dirigente

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