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Revista IBRACON de Estruturas e Materiais - Instituto Brasileiro do

Concreto 1
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Verificação da vibração de lajes frente


ao conforto humano

Verification of slab vibration against


human comfort

Resumo

Os efeitos da vibração em lajes, muitas vezes desprezados no passado, hoje


tornam-se fatores relevantes na análise estrutural. O objetivo deste trabalho é
avaliar o método proposto por [1] em sua dissertação de mestrado, o qual
permite avaliar o conforto dos ocupantes de um pavimento frente as vibrações
induzidas pelo caminhar humano. Com o processamento dos dados e obtenção
do respectivo espectro de resposta, foram determinadas as frequências
naturais, o amortecimento e as acelerações induzidas pelo caminhar dos
ocupantes. Os resultados obtidos foram avaliados em função das
recomendações de critérios nacionais e internacionais que consideram o
conforto humano. Concluiu-se assim que a metodologia proposta por [1] se
mostrou adequada para a avaliação do conforto humano frente as vibrações do
pavimento, enfatizando ainda mais a relevância do tema na atualidade e sua
importância na análise de uma edificação.

Abstract

The effects of vibration on slabs, often neglected in the past, today become
relevant factors in structural analysis. The objective of this work is to evaluate
the method proposed by [1] in his master's dissertation, which allows to
evaluate the comfort of the occupants of a pavement against the vibrations
induced by human walking. By processing the data and obtaining the
2

respective response spectrum, the natural frequencies, damping and


accelerations induced by the occupants' walking were determined. The results
obtained were evaluated according to the recommendations of national and
international criteria that consider human comfort. It was concluded that the
methodology proposed by [1] proved to be adequate for the assessment of
human comfort against pavement vibrations, further emphasizing the
relevance of the subject today and its importance in the analysis of a building.

Palavras-chave: vibração em lajes, análise estrutural, conforto humano..

Keywords: slab vibration, structural analysis, human comfort..

1 Introdução

Na atual prática de projetos estruturais, a verificação de uma estrutura


em condições de serviço, termo comumente chamado na prática de
Estado Limite de Serviço (ELS), tem um caráter muito mais notável que
há algum tempo, uma vez que o cálculo era feito basicamente em
função das condições de ruína, chamadas por sua vez de Estado Limite
último (ELU). Com a adoção de soluções estruturais mais arrojadas,
tem-se notado que as verificações relativas ao ELS podem controlar o
dimensionamento de uma estrutura, como é o caso de lajes de grandes
vãos.

Dentre os diversos estados limites que devem ser verificados durante o


projeto de uma laje, independentemente de seu vão, destaca-se o
Estado Limite de Vibrações Excessiva (ELS-VE), o qual caracteriza-se
pelo estado quando as vibrações atingem os limites estabelecidos para
a utilização normal da construção, ou seja, que venham a ser
inadequadas ou incômodas para os ocupantes da edificação.

1.1 Justificativa

Justifica-se a escolha do tema em questão devido a grande importância


de uma boa verificação em serviço das estruturas, tema este que recebe
3

poucos trabalhos, principalmente referente a parte de vibração em


lajes. Ainda dentro deste grupo, a maior parte dos poucos trabalhos
existentes tratam de analises análiticas, o que justifica a escolha deste
trabalho partir pra uma tratativa de ensaios dinâmicos experimentais.

Os ensaios dinâmicos se mostram convenientes para a avaliação de


estruturas existentes, pois caracterizam-se como ensaios não-
destrutivos, permitindo a obtenção de informações em múltiplas regiões
da estrutura a respeito de sua massa, rigidez e do seu amortecimento
estrutural. Mesmo nos casos onde não há problemas de vibração
excessiva, os ensaios dinâmicos permitem a avaliação do estado de
integridade estrutural da edificação.

Apesar de todas as vantagens que os ensaios dinâmicos podem


proporcionar, sua utilização ainda é reduzida no Brasil. Em
consequência disso, os critérios de projeto relativos ao tema ainda não
têm ampla implementação nas Normas brasileiras e nos cursos de
graduação e pós-graduação do Brasil, o que gera uma maior relevância
para o tema deste trabalho.

1.2 Objetivo

Tem-se assim como objetivo do trabalho fazer a aplicação da


metodologia de análise proposta por [1], a qual permite estudar
experimentalmente as acelerações que ocorrem na laje de um
pavimento quando a mesma é excitada pelo caminhar humano, e avaliar
se essas acelerações atingem valores que venham a provocar o
desconforto dos ocupantes da edificação.

Neste trabalho em específico foi estudada uma laje nervurada com


aproximadamente 10m de vão livre de uma edificação residencial.
Desta forma, busca-se em última instância avaliar se o método proposto
pelo autor mostra-se adequado para a análise em questão, e identificar
4

possíveis dificuldades que venham a aparecer quando da aplicação do


método.

1.3 Referencial teórico

Para que se consiga compreender o real efeito das acelerações frente


ao conforto dos ocupantes, inicialmente deve-se entender as faixas de
frequência sensíveis ao corpo humano. Por isso, neste capítulo será
feita uma breve descrição do tema, juntamente com uma sintetização
do que dizem alguns dos códigos de projeto atualmente em vigor em
alguns países.

1.3.1 Estudos correlatos

Por mais que atualmente o estudo das vibrações em lajes tenha ganho
um maior destaque, o tema em si já vem sendo estudado há algum
tempo.

Uma das primeiras dificuldades encontradas para estudos desta


natureza foi o entendimento do caminhar humano. Tem-se registros de
que há mais de 3800 anos atrás os egípcios já estudavam a forma das
pessoas caminharem para diagnósticos médicos de lesões provenientes
dos movimentos de caminhar, conforme descrito no trabalho de [2]
apud [3].

Mais tarde, alguns estudos mostraram resultados satisfatórios quanto


as características geométricas do corpo humano ao caminhar e das
acelerações que os movimentos do caminhar provocam no corpo,
podendo-se destacar os trabalhos de [4] e [5].

Um dos trabalhos pioneiros sobre a interação dinâmica da carga do


corpo humano com a estrutura foi o de [6]. Por mais que os resultados
obtidos pelos autores foram levados em considerações por diversos
critérios Normativos ao redor do mundo, suas prescrições partiam da
consideração de efeitos estáticos equivalentes ao invés do efeito
dinâmico, majorando-se as cargas por um coeficiente de impacto.
5

Assim, a partir deste e de outros estudos, foram possíveis realizar


diversas simulações numéricas do efeito do caminhar humano sobre as
estruturas, o que desencadeou uma série de trabalhos com os mais
diversos tipos de estruturas (edifícios, passarelas, etc) e de sistemas
estruturais. Faz-se menção aos trabalhos realizados por [7], [8] e [9].

1.3.2 O método proposto por Silva Junior (2015)

Neste item será descrita a metodologia proposta por [1], mesmo que de
que forma bastante sucinta, de modo a embasar o procedimento que foi
seguido neste trabalho.

Inicialmente, em posse dos aparelhos de medição que serão utilizados


(os quais serão posteriormente descritos), faz-se o posicionamento dos
acelerômetros nos pontos em que se deseja fazer a medição das
acelerações, os quais representam normalmente os pontos de maior
deslocamento da estrutura. Os dados são então capturados por uma
Central de Aquisição de Dados, a qual faz parte do sistema de medição,
e tratados com o software do sistema ou algum outro de mesma função.

A excitação do sistema dá-se por meio de dois ensaios: o Ensaio do


Caminhar e o Ensaio de Calcanhares, os quais produzem resultados
satisfatórios para o procedimento. O autor destaca que é recomendado
que ambos os ensaios sejam utilizados pela mesma pessoa, de modo
que a variação de peso e altura entre uma pessoa e outra não produza
discrepância nos resultados dos métodos.

Em posse das acelerações produzidas no pavimento, consegue-se fazer


o tratamento dos dados. Inicialmente, as acelerações encontram-se no
domínio do tempo, ou seja, a aceleração resultante na laje em uma
certa unidade de tempo. Ainda, o autor recomenda que o tratamento
seja feito do domínio da frequência, tendo-se assim de fazer a
conversão dos dados para este domínio. Para isso, recomendo o uso da
6

Transformada Rápida de Fourier (FFT), a qual está descrita em


detalhes no item 4.

Assim, é possível ainda encontrar a taxa de amortecimento do sistema,


graças a utilização do Método do Decremento Logarítmico.
Analogamente a Transformada Rápida de Fourier, este método está
detalhadamente descrito no item 3.3.2.

Com isso, consegue fazer o controle estatístico dos dados e seus


respectivos resultados, e compará-los a valores e limites, de modo a
verificar se a estrutura em estudo apresenta ou não resultados
satisfatórios.

1.3.3 Sensibilidade humana frente a vibrações

Diversos autores estudaram as faixas de frequência perceptíveis ao ser


humano. Em seus estudos, principalmente experimentais, os resultados
mostram que as pessoas reagem de uma forma especialmente adversa a
baixas frequências de vibração, a depender se a análise em questão é
feita da estrutura global ou apenas do pavimento.

[10] mostra em seu trabalho que a percepção e o desconforto


provocado pela vibração são proporcionais à aceleração quando a
frequência de vibração está na faixa de 1 a 10 Hz. Isto pode ser
explicado pelo fato que cada parte do corpo humano possui uma
frequência fundamental própria (Figura 01) e, portanto, apresenta uma
maior ou menor sensibilidade a diferentes faixas de frequência. Além
disso, a percepção é particular de cada indivíduo, variando entre uma
pessoa e outra.

As frequências naturais de determinados membros ainda podem ser


decompostas em componentes cartesianas, para que se consiga fazer a
avaliação de acordo com determinadas Normativas (Figura 02), como é
o caso da [11].
7

1.3.4 Critérios de projeto

Segundo a Norma brasileira atualmente em vigor, [13], que


regulamenta o projeto de estruturas de concreto armado, a análise das
vibrações pode ser realizada em regime linear no caso de estruturas
usuais. Recomenda-se que a frequência natural (fn) para estruturas
sujeitas a vibração seja quanto maior possível da frequência crítica
(fcrit):

fn > 1,2 fcrit

A Norma também cita que a frequência crítica depende ainda do tipo de


atividade que será exercida sobre a estrutura, obtida de acordo com a
Tabela 01:

O comportamento das estruturas sujeitas a ações dinâmicas que


originam vibrações pode ser modificado por meio de alterações nas
ações dinâmicas, na frequência natural da estrutura (pela mudança da
rigidez da estrutura ou da massa em vibração) e/ou pelo aumento das
características de amortecimento.

Em casos especiais, pode não ser suficiente afastar as duas frequências,


própria e crítica, sendo necessário aumentar a massa ou o
amortecimento da estrutura para absorver parte da energia envolvida.
Nos casos em que as prescrições anteriores não puderem ser atendidas,
deve ser feita uma análise dinâmica mais sofisticada, seguindo
prescrições recomendadas por Normas internacionais, enquanto a
Norma brasileira não fornece mais informações referentes ao assunto.

Em termos internacionais, diversas são as Normas e instruções de


projeto que fazem recomendações para critérios de conforto. Dentre as
que se destacam, tem-se o AISC/CISC Design Guide 11.
8

Os critérios de aceitação para conforto humano desta Norma podem ser


empregados para análise das respostas dinâmicas de sistemas de piso
de escritórios, passarelas e shoppings centers.

O Design Guide 11 sugere uma análise dinâmica em função das


amplitudes máximas da aceleração no sistema de piso induzidas pelo
caminhar humano, sendo que seus valores são comparados com os
valores da curva base da [11] (Figura 03) que representa o limite no
qual as acelerações começam a ser perceptíveis.

A [11] sugere seus limites em termos de r.m.s. (root mean square), com
um fator de multiplicação da curva base. Os fatores de multiplicação
propostos neste critério levam em consideração o tipo de utilização da
edificação, sendo expressos em relação aos valores de pico da
aceleração calculados em r.m.s. através de ensaios dinâmicos,
expressões analíticas simplificadas ou análise numérica.

Para este critério, deve-se verificar se o pico de aceleração é menor que


os limites da curva da ISO. A equação utilizada para calcular o pico de
aceleração é dada por:

Onde:

- ap é a aceleração de pico;
- g é a força gravitacional;
- P0 é a força constante que representa a excitação;
- fn é a frequência fundamental do sistema;
- β é a taxa de amortecimento modal;
- W é o peso efetivo do pavimento.

Vale destacar que a frequência fundamental do sistema e a taxa de


amortecimento podem ser obtidas de maneira analítica, numérica ou
9

experimental, ou, ainda, de forma isolada, sendo cada uma tratada de


maneira individual.

Os valores recomendados para P0 e β são mostrados abaixo na Tabela


02.

1.3.5 Monitoramento dinâmico de estruturas

O sistema de análise de sinais dinâmicos é composto basicamente por


sensores, geralmente acelerômetros com amplificador de sinal, central
de aquisição de dados e computador para processamento dos mesmos.
Para especificação de um sistema de aquisição de sinais dinâmicos para
o monitoramento de estruturas é necessário selecionar os tipos de
sensores adequados, determinar a posição e o número de sensores a
serem utilizados em cada caso, além de definir a frequência de
aquisição de dados.

Um aspecto muito importante no momento da definição do sistema de


aquisição de dados é a frequência de aquisição do aparelho. Pois, para
que um sinal de aceleração possa ser analisado em termos de domínio
de frequência, é necessário a aplicação da transformada rápida de
Fourier (FFT).

1.3.5.1 Ensaio de vibração forçada

Considera-se como ensaios de vibração forçadas metodologias adotadas


para medir as características dinâmicas em áreas críticas identificadas
pelos ensaios de impacto, podendo assim avaliar os valores máximos
das amplitudes de deslocamentos ou aceleração destes pontos para
comparar seus resultados com os valores recomendados por normas.

Dentre as metodologias utilizadas geralmente em ensaios de vibração


forçada em pavimentos, destaca-se o caso de vibrações induzidas
caminhar de pessoas de maneira controlada (walking tests), sendo este
último utilizado neste trabalho, e será descrito a seguir.
10

A frequência do caminhar humano para este tipo de ensaio está na faixa


de 1,7 a 2,3 Hz, como pode ser observado nos valores mostrados na
Tabela 03.

Neste tipo de ensaio, os acelerômetros são posicionados nos pontos de


maiores amplitudes de deslocamento do pavimento, para assim medir
os valores máximos de acelerações induzidas pelo caminhar de uma,
duas ou várias pessoas, podendo-se assim comparar os resultados com
os valores recomendados pelos critérios de conforto.

1.3.5.2 Método do decremento logarítmico

O decremento logarítmico é baseado na medida da taxa de decréscimo


da amplitude das oscilações livres (ensaio de impacto), uma vez que, a
energia é transferida para outras partes do sistema ou é absorvida pelo
próprio sistema. Sendo que quanto maior o amortecimento, maior será
a taxa de decréscimo.

Este método já se demonstrou ser um meio conveniente para se


determinar a variável quantitativa de amortecimento de um sistema
estrutural, utilizando a curva experimental de deslocamento (ou
aceleração) versus tempo, com a seleção de picos consecutivos i x e ji x
 como mostrado na Figura 04.

Analisando, na Figura 04, dois picos positivos sucessivos, ui e un+1. A


razão entre esses picos sucessivos é dada por:

Ao aplicarmos o logaritmo natural (ln) nos dois lados da equação,


chega-se na equação do decremento logarítmico:
11

O decremento logarítmico, em termos de amortecimento ) é calculado


de acordo com a seguinte expressão:

Assim, utilizando o método do decremento logarítmico, consegue-se


numericamente estimar a taxa de amortecimento do sistema, a partir
do resultado das acelerações, obtido experimentalmente.

2 Materiais e programa experimental

Os ensaios dinâmicos foram aplicados em uma laje nervurada,


bidirecional, com vãos na ordem de 9,50m, que compõe uma edificação
residencial, cuja planta de formas pode ser vista abaixo na Figura 05.

As características dinâmicas da estrutura, quando se fala em termos de


frequências, são obtidas por meio de ensaios que excitam a estrutura.
Como o estudo em questão trata de excitações produzidas por
atividades humanas (e não atividades mecânicas, por exemplo), as
excitações forçadas foram feitas com pessoas.

O ensaio consiste em pessoas pulando e caminhando, e a partir disso


medir as acelerações verticais de resposta da estrutura, por meio de
dois acelerômetros, marca BKSV modelo 4370, melhor detalhados
abaixo na Figura 06:

Os acelerômetros, por sua vez, foram instalados de forma ordenada: um


no meio do vão da laje nervurada, e outro próximo a região de apoio,
mais especificamente 15cm próximo do pilar P5, e ligados a um
microcomputador por meio de um sistema de aquisição de dados com 6
canais para acelerômetros.
12

2.1 Procedimentos para processamento de resultados

Como a empresa que realizou os ensaios não possuía os softwares


comerciais adequados para o tratamento dos dados obtidos, os mesmos
foram analisados numericamente, com auxílio de planilhas feitas no
Microsoft Excel.

Os dados de acelerações obtidos por meio dos sensores encontram-se


no domínio do tempo. Assim, para se obter as frequências naturais da
estrutura, faz-se necessário transformar os dados para o domínio da
frequência. Dentre as maneiras possíveis, optou-se por fazer a
transformação de forma numérica, através da Transformada Rápida de
Fourier (FFT). Para isso, desenvolveu-se uma rotina de programação no
Microsoft Excel, conforme Figura 07:

Com relação aos ensaios, foram realizados de dois tipos: impacto dos
calcanhares e caminhar. A frequência fundamental da estrutura, que
corresponde ao seu primeiro modo de vibração, é obtida por meio dos
ensaios de impacto dos calcanhares.

Não há normatização brasileira que regulamenta o ensaio de


calcanhares, também conhecido como heel-drop test. Por isso, utilizou-
se como base o trabalho de Varela (2004), o qual traz um resumo das
prescrições da Norma canadense Can3-S16-M84.

O ensaio consiste em uma pessoa ficar apoiada na ponta dos pés e se


deixar cair sobre os calcanhares, sendo a frequência fundamental, a
taxa de amortecimento e a aceleração de pico obtidas a partir das
medições das acelerações neste momento.

O ensaio do impacto dos calcanhares fornece estas propriedades


dinâmicas de forma aproximada, pois devido à interação pessoa-laje, a
pessoa que realiza o ensaio contribui na resposta. O ideal, segundo a
própria Norma, seria realizar um ensaio de impacto com uso de martelo
13

de borracha. Porém, na falta desse, o ensaio de calcanhares traz


resultados satisfatórios.

A Figura 08, abaixo representada, mostra as acelerações obtidas para o


ensaio de calcanhares realizado com um dos voluntários, que possui
1,78m de altura e 82kg, aproximadamente. Representa-se também na
Figura 08 o respectivo espectro da aceleração no domínio da
frequência:

Dessa forma, constatou-se que a frequência fundamental do sistema


pessoa-laje é de aproximadamente 14,86 Hz. O termo aproximadamente
neste caso é utilizado, pois existem fatores que não foram levados em
consideração neste ensaio, como é o caso de correções com filtros de
passo-banda. Para o voluntário 02, o procedimento foi análogo.

Em posse da frequência fundamental da laje, obtém-se


automaticamente o amortecimento do sistema, aplicando-se a técnica
de decremento logarítmico, conforme descrita anteriormente. Desta
forma, organizou-se os valores obtidos na Tabela 04.

A partir dos resultados obtidos, partiu-se para a realização do Ensaio


do caminhar. Para isso, solicitou-se que um dos dois voluntários
caminhassem normalmente na laje, por um período de
aproximadamente 3 segundos, o que caracteriza 3 passos. A resposta
do sistema está representada abaixo, no domínio do tempo, na Figura
09:

Nota-se na Figura 09 um comportamento típico de ensaios do caminhar:


uma maior aceleração no momento que o voluntário dá o passo, e
durante o tempo entre o impacto com a laje e o próximo impacto, a
aceleração tende a ser amortecida, de acordo com as características do
próprio material. No momento do próximo impacto, ocorre um novo
14

pico de aceleração, e o sistema tende a repetir-se, porém com valores


diferentes.

Obviamente, as acelerações induzidas no pavimento dependem de


diversas variáveis, as quais alteram seus valores e, consequentemente,
os resultados obtidos. Por isso, faz-se muito importante, durante os
ensaios, padronizar-se as amostras o máximo possível, de modo que os
resultados fiquem dentro de uma faixa de variação aceitável para tal.

Na Figura 10 estão representadas as três primeiras frequências do


sistema, obtidas a partir da Transformada Rápida de Fourier dos
resultados obtidos acima.

Analogamente ao ensaio de calcanhares, o amortecimento do sistema


foi obtido, para cada modo de vibração, a partir do método do
decremento logarítmico. Desta forma, apresenta-se os resultados
obtidos no ensaio, na Tabela 05.

3 Resultados e discussões

Cabe destacar, inicialmente, que a resposta da estrutura se comportou


de forma muito similar ao esperado, o que valida os ensaios realizados e
a metodologia de análise utilizada neste trabalho.

Inicialmente, analisemos os resultados obtidos a partir do ensaio de


calcanhares. A frequência fundamental média, obtida ela média
aritmética das primeiras frequências obtidas a partir do tratamento dos
dados obtidos dos ensaios com os dois voluntários, foi de 14,94 Hz, com
o amortecimento do sistema na ordem de 2,59%.

Ao compararmos a frequência fundamental do sistema com relação aos


critérios Normativos da [13], nota-se que, para uma frequência critica
de 4,0 Hz (considerando-se a mesma que para escritórios):

fn = 14,94 > 1,2*4,0 = 4,8 Hz


15

Ou seja, considerando-se as prescrições da [13], a frequência


fundamental do sistema estaria dentro dos limites permitidos. Cabe
ressaltar que a frequência critica considerada foi de 4,0 Hz, valor
considerado para escritórios, devido a Norma não fornecer a faixa de
valores para pavimentos de edifícios residenciais.

Com relação as considerações do Design Guide do AISC, deve-se


verificar se o pico de aceleração é menor que o limite da curva.
Utilizando a equação demonstrada anteriormente, tem-se um pico de
aceleração ap/g de 0,0017, ou 0,17%. Considerando-se o limite de 0,5%
para escritórios, pode-se afirmar que as acelerações induzidas pelas
ações humanas na laje em questão atendem as recomendações da
normativa.

Analisando, agora, os resultados obtidos a partir do ensaio do caminhar.


A frequência fundamental obtida foi de 15,23 Hz, com o amortecimento
do sistema na ordem de 2,82%.

Ao compararmos a frequência fundamental do sistema com relação aos


critérios Normativos da [13], nota-se novamente que, para uma
frequência crítica de 4,0 Hz (considerando-se a mesma que para
escritórios):

fn = 15,23 > 1,2*4,0 = 4,8 Hz

Ou seja, considerando-se as prescrições da [13], novamente a


frequência fundamental do sistema estaria dentro dos limites
permitidos.

Com relação as considerações do Design Guide do AISC, verificando


novamente o pico de aceleração do sistema com relação ao limite da
curva, chega-se a um pico de aceleração de tem-se um pico de
aceleração ap/g de 0,0014, ou 0,14%. Considerando-se, ainda, o limite
de 0,5% para escritórios, pode-se afirmar que as acelerações induzidas
16

pelas ações humanas na laje em questão atendem as recomendações da


normativa.

Ao compararmos ambas as faixas de frequência com o descrito por


Bachmann (1995), que afirma que as faixas de frequência perceptíveis
ao ser humano estão na faixa de 1 a 10 Hz, novamente tem-se
atendimento ao requisito, o que corrobora com o atendimento aos
demais critérios Normativos de projeto.

4 Conclusões

Conclui-se assim que a metodologia proposta por [1] apresenta-se


adequada para análises desta natureza, a qual tem fácil aplicação e
produz resultados satisfatórios. Dessa forma, o engenheiro de
estruturas consegue avaliar as vibrações de pavimentos sem ter de
utilizar análises extremamente complexas, o que vem a favorecer tanto
a qualidade das obras quando a prática da Engenharia Estrutural.

5 Agradecimentos

O autor agradecea Universidade Comunitária da Região de Chapecó, na


pessoa dos professores Silvio Edmundo Pilz e Eduardo Batiston, pela
oportunidade da realização deste artigo.

6 Referências bibliográficas
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piso misto de aço e concreto e avaliação de desempenho considerado o
conforto humano. Viçosa, MG, 2015.
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Journal of Neurosurgery, Vol. 21, Nº 3, pp. 240-244, March, 1964.
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induzidas por pessoas caminhando sobre lajes de edifícios. 2004. Tese de
doutorado (Engenharia Civil) – COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.
[4] MUYBRIDGE E.J., Method of and Apparatu hotographing Changing or
Moving Objects, United States Patent No. 279.878, June, 1883.
[5] CAVAGNA, G.A., SAIBENE, F.P., MARGARIA, R., “External Work in
Walking”, Journal of Applied Phisiology, Vol. 18, Nº 1, pp. 1 – 9, January, 1963.
[6] SAUL, W.E., TUAN, C.Y., Review of Live Loads Due to Human Movements,
Journal of Structural Engineering, ASCE, Vol. 112, Nº 5, pp. 995 – 1004, May,
1986.
17

[7] ROITMAN, N., FAÍSCA, R.G., MAGLUTA. Comparação


NuméricaExperimental da Resposta de uma Estrutura Submetida ao
Carregamento de Multidão. XXX Jornadas Sul-Americanas de Engenharia
Estrutural, TRB0248, Brasília, DF, Brasil, Maio, 2002.
[8] LIMA, D. V. F. Controle de vibrações induzidas em uma laje de academia de
ginástica com a utilização de Amortecedores de Massa Sintonizada. Distrito
Federal, 2007.
[9] MARCOS, L. K. Sensibilidade a vibrações de pavimentos com lajes
alveolares. São Carlos, 2015.
[10] BACHMANN, H. et. al. Vibration Problems in Structures: Practical
Guidelines. Birkauser, 1997.
[11] INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION. ISO 2631-1 - Evaluation
of human exposure to whole-body vibration: General requirements. 1997.
[12] CLOUGH, R. W. PENZIEN, J. Dynamics of structures. 3 ed. New York:
McGraw-Hill, 2003.
[13] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 - Projeto
De Estruturas De Concreto. Rio de Janeiro. 2014.

TABELAS

Tabela 1 Frequência crítica para análise de pavimentos.


Caso fcritica (Hz)
Ginásio de esportes 8,0
Sala de dança ou
concertos sem 7,0
cadeiras fixas
Passarelas de
4,50
pedestres ou ciclistas
Escritórios 4, 0
Salas de concerto 3,50
18

com cadeiras fixas

Tabela 2 Coeficientes P0 e β recomendados pelo Design Guide 11.


Taxa de Aceleração
Força
amortecimento máxima
constante
β permitida ap/g
P0 (kN)
(%)
Escritórios, 0,02-0,05* 0,5
0,29
residências, igrejas
Shoppings centers 0,29 0,02 1,5
Passarelas internas 0,41 0,01 1,5
Passarelas externas 0,41 0,01 5,0
*0,02 para pavimentos com poucos componentes não estruturais
0,03 para pavimentos com elementos não estruturais, mas poucas
partições desmontáveis
0,05 para pavimentos com partições de altura completa entre os
pavimentos

Tabela 3 Frequência dos passos humanos


Velocidade Distância do Frequência do
Atividade
(m/s) passo (m) passo (Hz)
Caminhada lenta 1,1 0,6 1,7
Caminhada normal 1,5 0,8 2,0
Caminhada rápida 2,2 1,0 2,3

Tabela 4 Resultados obtidos a partir do tratamento de dados do ensaio


de calcanhares
Frequência Fator de
natural (Hz) amortecimento
Voluntário 01 14,86 2,32
Voluntário 02 15,03 2,87
Média 14,94 2,59
19

Tabela 5 Resultados obtidos a partir do tratamento de dados do ensaio


do caminhar
Frequência Fator de
de vibração amortecimento
1° Modo 15,23 2,82
2° Modo 18,77 3,11
3° Modo 22,21 3,47

FIGURAS
20

Figura 1. Frequência natural dos principais membros do ser humano.

Figura 2. Decomposição cartesiana de membros para avaliação de acordo com


[11].
21

Figura 3. Curvas limite para percepção de acelerações em pisos.

Figura 4. Representação de sistema amortecido.


22

Figura 5. Planta de formas da edificação analisada.

Figura 6. Detalhamento do acelerômetro utilizado no ensaio.


23

Figura 7. Interface do algoritmo desenvolvido para tratamento de dados.

Figura 8. Acelerações obtidas a partir do ensaio de calcanhares, no domínio


do tempo, e respectivo espectro de acelerações no domínio da frequência.
24

Figura 9. Resposta do sistema no domínio do tempo.

Figura 20. Espectro de resposta do sistema no domínio da frequência.

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