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2017

Curso
Agricultura sustentável
Índice
Introdução ........................................................................................................................ 8

1.1 Solo ............................................................................................................................. 9

1.1.1 Definição................................................................................................................ 9

1.1.2 Tipos e classificação de solos ................................................................................ 9

1.1.3 Função e constituintes do solo............................................................................ 10

1.1.4 Estrutura do solo – propriedades físico-química ................................................ 11

1.1.5 Fatores que influenciam a produtividade do solo............................................... 11

1.1.6 Características de um bom solo agrícola............................................................. 12

1.1.7 Fertilidade e nutrição mineral – nutrientes essenciais para a planta e carência de


alguns nutrientes................................................................................................................. 13

1.1.8 Manutenção e melhoramento da estrutura do solo........................................... 13

1.1.9 Água no solo ........................................................................................................ 13

2 Clima ........................................................................................................................ 14

2.1 Elementos do clima.......................................................................................... 14


2.1.1 Principais fatores de clima – aparelhos de medição ........................................... 14

2.1.2 Caracterização do clima em Portugal e na região ............................................... 16

2.1.3 Aquecimento global ............................................................................................ 17

3 Botânica agrícola ..................................................................................................... 18

3.1 Noções de morfologia externa ........................................................................ 18


3.2 Noções de fisiologia vegetativa ....................................................................... 18
3.2.1 Absorção .............................................................................................................. 18

3.2.2 Translocação da água e dos nutrientes ............................................................... 19

3.2.3 Fotossíntese ........................................................................................................ 20

3.2.4 Respiração ........................................................................................................... 20

3.2.5 Órgãos da planta e sua fisiologia......................................................................... 21

3.2.6 Fatores de crescimento vegetal, ciclo vegetativo e ciclo da cultura ................... 27

3.2.7 Principais famílias de plantas cultivadas ............................................................. 28


4 Relação solo-planta-clima-ambiente ...................................................................... 30

4.1
Ecologia e conceito de população, habitat, comunidade biótica, e ecossistema
30
4.2 Equilíbrio ambiental ......................................................................................... 31
4.3 Ecossistema agrícola ........................................................................................ 31
4.4 Resíduos e efluentes das explorações ............................................................. 31
4.5 Tratamento e eliminação de resíduos e de efluentes ..................................... 31
4.6 Características dos diferentes resíduos e efluentes da exploração ................ 31
4.7 Técnicas de tratamento e de eliminação dos resíduos e efluentes ................ 32
4.8 Enquadramento legal....................................................................................... 32
4.9 Licenciamento e plano de gestão de efluentes ............................................... 33
5 Produção agrícola sustentável ................................................................................ 34

6 Conclusão ................................................................................................................ 35

8 Bibliografia .............................................................................................................. 36
1 Introdução

Este manual pretende possibilitar ao seu detentor conhecimentos sobre as boas


práticas na atividade agrícola, promovendo uma agricultura sustentável. Está escrito
numa linguagem simples. Os textos apresentados são elucidativos de como agir em
determinado momento. As figuras procuram auxiliar o leitor a compreender as
orientações.

Os conteúdos programáticos estão estruturados de acordo com a lógica modular. Está


dividido em 6 temas principais.

Benefícios do Manual

Apresentação coordenada e sistemática dos conteúdos a serem abordados, facilitando


a assimilação destes através da sua maior contextualização no panorama mais
abrangente do Curso.
1.1 Solo
1.1.1 Definição
Cobertura superficial da Terra proveniente da desagregação das rochas e de matéria
orgânica decomposta.

1.1.2 Tipos e classificação de solos


Um solo diz-se fértil quando é capaz de fornecer às plantas os nutrientes em
quantidades e proporções adequadas ao seu crescimento e desenvolvimento, a partir
das reservas contidas nas suas frações minerais e orgânicas. A fertilidade de um solo
encontra-se intimamente ligada à textura do solo, à matéria orgânica e ao complexo
de troca do solo. A estrutura, do solo também tem influência na sua fertilidade.

Solos incipientes - solos não evoluídos, sem horizontes genéticos claramente


diferenciados, praticamente reduzidos ao material originário.
Litossolos ou solos esqueléticos – derivados das rochas consolidadas, de espessura
efetiva normalmente inferior a 10 cm; encontram-se normalmente em áreas sujeitas a
erosão acelerada ou a erosão geológica recente;
Regossolos psamíticos – normalmente com grande espessura efetiva, mais ou menos
ácidos, constituídos por materiais detríticos arenosos mais ou menos grosseiros, com
baixo teor em matéria orgânica;
Aluviossolos modernos – recebem em geral, periodicamente, adições de sedimentos
aluvionares; são solos não hidromórficos, constituídos por depósitos estratificados de
aluviões; pH entre 6.5 e 7.5; em muitos casos, a toalha freática encontra-se a menos
de 2 metros de profundidade; relevo plano ou quase plano; encontram-se geralmente
humedecidos e fortemente influenciados na sua economia de água, vegetação e
biologia pela presença dessa toalha freática;
Aluviossolos antigos – em regra, já não recebem adições de sedimentos aluvionares;
constituem em geral terraços fluviais; apresentam quase sempre o lençol freático a
maior profundidade que os aluviossolos modernos; relevo plano ou quase;
Coluviossolos – de origem coluvial, ou seja, por acumulação de depósitos muito
variados, por ação da gravidade em vales, depressões ou base de encostas;
frequentemente apresentam toalha freática dentro da profundidade normal de
observação; relevo plano ou quase;
Litólicos: solos pouco evoluídos, formados a partir de rochas não calcárias; pequena
espessura efetiva, frequentemente pobres sob o ponto de vista químico; baixo teor em
matéria orgânica; expansibilidade baixa ou nula, permeabilidade rápida e capacidade
de campo mediana;
Calcários: solos pouco evoluídos, formados a partir de rochas calcárias, com
percentagem variável de carbonato de cálcio ao longo do perfil e sem as características
dos barros;
Barros – solos evoluídos, de cor escura, argilosos, com presença de superfícies polidas
por deslizamento e curta sazão.
Argiluviados pouco insaturados: solos evoluídos, que se desenvolvem em climas com
características mediterrânicas; têm cores pardacentas ou avermelhadas/avermelhadas
nos horizontes A e B;
Solos arenosos - são aquele que têm uma quantidade maior de areia do que a média
(contêm cerca de 70% de areia). Eles secam logo porque são muito porosos e
permeáveis: apresentam grandes espaços (poros) entre os grãos de areia. A água
passa, então, com facilidade entre os grãos de areia e chega logo às camadas mais
profundas. Os sais minerais, que servem de nutrientes para as plantas, seguem junto
com a água;
Solos argilosos contêm mais de 30% de argila. A argila é formada por grãos menores
que os da areia. Além disso, esses grãos estão bem ligados entre si, retendo água e sais
minerais em quantidade necessária para a fertilidade do solo e o crescimento das
plantas. Mas se o solo tiver muita argila, pode ficar encharcado, cheio de poças após a
chuva. A água em excesso nos poros do solo compromete a circulação de ar, e o
desenvolvimento das plantas fica prejudicado. Quando está seco e compacto, sua
porosidade diminui ainda mais, tornando-o duro e ainda menos arejado;
Solo humífero contém cerca de 10% de húmus e é bastante fértil. O húmus ajuda a
reter água no solo, torna-se poroso e com boa aeração e, através do processo de
decomposição dos organismos, produz os sais minerais necessários às plantas.

1.1.3 Função e constituintes do solo

Os solos são constituídos por três fases: sólida (matriz), líquida (solução do solo) e
gasosa (atmosfera do solo). A matriz contém substâncias minerais e a matéria
orgânica. As substâncias minerais dividem-se quanto ao tamanho em elementos
grosseiros e terra fina, que inclui a areia, o limo e a argila. A proporção das partículas
de diferentes dimensões é designada por textura do solo.

Figura 1-Constituição do solo


1.1.4 Estrutura do solo – propriedades físico-química
Textura – proporção relativa entre os elementos que constituem a fração fina do solo
– areia, limo e argila.

Estrutura – refere-se ao tamanho, forma e arranjo das partículas e dos espaços vazios
existentes.

Porosidade – espaço existente entre as partículas do solo.

Permeabilidade – é o grau de facilidade com que um solo se deixa atravessar pela


água.

pH – resulta da constituição química do solo e das reações que ocorrem.

1.1.5 Fatores que influenciam a produtividade do solo


 Solo
 Técnicas culturais
 Relevo
 Clima
 Fatores humanos

Quando o solo não apresenta condições necessárias à agricultura ou quando se deseja


melhorar as suas condições, alguns cuidados devem ser tomados, como adubação,
rotação de culturas, aragem do solo, irrigação e drenagem.

Adubar significa enriquecer o solo com elementos nutrientes, quando ele está
deficiente de minerais. Para isso, são utilizados adubos, substâncias capazes de
fertilizar o solo. Os adubos podem ser orgânicos (por exemplo: esterco, farinha de
osso, folhas, galhos enterrados) ou minerais, que são inorgânicos (por exemplo:
substâncias químicas são aplicadas, como nitrato de sódio, um tipo de sal). Há ainda a
adubação verde. Algumas vezes, as leguminosas também são utilizadas como adubos.
Quando crescem são cortadas e enterradas no solo, enriquecendo-os com nitratos.

A rotação de culturas consiste de alternar o plantio de leguminosas com outras


variedades de plantas no mesmo local. Dessa forma as leguminosas, pela associação
com bactérias que vivem nas suas raízes, devolvem para os locais nutrientes utilizados
por outras plantas, evitando o esgotamento do solo.

Arar o solo é outro cuidado que se deve ter para o solo não ficar compactado,
"socado". Revolver a terra, além de arejar, facilita a permeabilidade do solo,
permitindo que as raízes das plantas penetrem, no solo, além de levar para a superfície
o húmus existente.

Irrigar e drenar são alguns dos cuidados que devem ser tomados para manter o nível
da umidade necessário ao solo e para garantir que ele continue fértil. Com a irrigação,
a água chega as regiões ou áreas muito secas. Já com a drenagem, retira-se o excesso
de água do solo, possibilitando que ele seja arejado. Com o aumento dos poros, criam-
se passagens de ar entre as partículas do solo.

1.1.6 Características de um bom solo agrícola


Um solo bom para a atividade agrícola deve apresentar as características de um solo
humífero. Este é um solo fértil, onde os vegetais encontram as condições para se
desenvolverem com 10% de húmus. Este húmus dá uma coloração escura, contribui
para melhorar a capacidade de retenção de água e sais minerais e aumenta a
porosidade do solo.

O solo qualquer que seja o tipo de cultura agrícola a realizar, tem importantíssimas
funções a realizar, que se resumem em:
 Servir de apoio às culturas, cujas raízes nele se fixam, sob a ação do
geotropismo,
 Construir recipiente destinado a conter a água e os adubos,
 Servir de alimento à planta, fornecendo-lhe várias das substâncias que a
constituem,
 Local de preparação de alimento para as plantas, resultante da reação das
substâncias presentes no solo com a água.

Os solos agrícolas devem ser de Terras de aluvião. Embora raros no país os vales onde
se possam praticar as culturas hortícolas. São leves, de consistência média e
naturalmente ricos em húmus.
 Terras areno-humíferas a cor escura destes solos é devido aos elevados teores
de matéria orgânica. São os ideais para “primores”. São quentes, ligeiros e
esponjosos.

1.1.7 Fertilidade e nutrição mineral – nutrientes essenciais para a planta e carência


de alguns nutrientes
Nutriente Importância na planta
Boro Auxilia na síntese de enzimas, transporte de glicose e divisão celular
Cobre Indispensável na fotossíntese
Ferro Entra no processo de fotossíntese
Manganês Responsável pela produção de cloroplastos
Azoto A sua falta provoca má formação
Potássio Auxilia na manutenção dos níveis hídricos em especial em períodos de seca
Fósforo Crescimento, floração e formação de sementes- converte a energia solar em
energia química
Cálcio Auxilio no transporte de nutrientes e na síntese de enzimas

Tabela 1- Fertilidade e nutrição
1.1.8 Manutenção e melhoramento da estrutura do solo
A manutenção e melhoramento da estrutura passa pela manutenção da matéria
orgânica, pela utilização das técnicas que evitam a evaporação do solo, mantêm a
frescura do solo. Ou seja, cobertura do solo com plantas secas, não mobilizar
constantemente o solo, fazer rotações culturais, com critérios. A melhoria da estrutura
traduz-se por um acréscimo da porosidade biológica com consequências no aumento
da taxa de infiltração da água, logo na redução da erosão hídrica, na melhoria do
crescimento das raízes das culturas, na maior capacidade de retenção do solo para a
água e na maior capacidade de troca catiónica. Todos estes benefícios contribuem
largamente para o aumento da produtividade das culturas.

1.1.9 Água no solo


A água apresenta funções vitais para a vida dos seres vivos. Dilui os nutrientes para
serem processados na fotossíntese; transporta os nutrientes para as diversas partes da
planta; mantém a planta firme e permite “refrigerar” a planta.
2 Clima
É a sucessão de diferentes estados do tempo que se repetem e se sucedem na
atmosfera ao longo do ano em determinada região.

2.1 Elementos do clima

São todos os elementos que permitem caracterizarem o clima de uma determinada


região. De entre os principais elementos do clima referem-se: a temperatura, a
humidade atmosférica, a precipitação, nebulosidade, a insolação, a pressão
atmosférica e o vento. Todos estes elementos variam com os fatores do clima que
influenciam as condições climáticas.

2.1.1 Principais fatores de clima – aparelhos de medição


Os fatores do clima são a latitude, a proximidade do mar, a continentalidade, a
exposição geográfica das vertentes, as correntes marítimas e a altitude.

A temperatura mede-se com termómetros, os quais expressam a temperatura em


graus centígrados ou Celsius (°C). No caso da água pura o seu ponto de congelação é
atingido aos 0º C e o ponto de ebulição ao 100º C. Também existe a escala de
Fahrenheit em que o ponto de congelação da água é aos 32º F e o de ebulição ao 212º
F. Distingue-se assim os climas frios de quentes.

Figura 2-Termómetro
A precipitação mensal obtém-se a partir da soma do volume de água caída durante
todos os dias de um mês. Do mesmo modo, a precipitação total anual resulta da soma
do volume de água caída ao longo dos meses do ano.

Figura 3 - Pluviómetro

A pressão atmosférica também varia com a altitude (a pressão diminui com a altitude
pois diminui a coluna de ar atmosférico sobre um lugar). Assim, quando a altitude é
baixa, a pressão do ar é elevada. Por outro lado, quando a altitude é elevada, a pressão
atmosférica é mais baixa. Por isto, costuma-se dizer que na montanha o ar é mais
“rarefeito” ou mais “leve”( densidade é menor).

Figura 4-Barómetro

O vento, é o ar em movimento. Movimento da massa de ar com uma determinada


direção e intensidade.
O ar movimenta-se devido às diferenças de temperatura ou de pressão. O
deslocamento do ar é sempre de áreas mais quentes, ou de regiões de altas pressões
para as de baixa pressão. Sabemos que a superfície terrestre não recebe a mesma
quantidade de calor. As regiões onde o ar faz movimento ascendente são
denominadas de zonas de baixa pressão e nas regiões onde temos movimentos
descendentes são chamadas de zonas de altas pressões.

Para traduzir a velocidade do vento utilizam-se duas unidades: o metro por segundo,
m/s, de que se deduz a velocidade em quilómetro por hora, km/h, ou o nó, que se
abrevia por kt, e que corresponde a 51 cm/s. Tanto o cata-vento (para medir a direção
do vento), como o anemómetro (intensidade do vento) são hoje em dia substituídos,
com vantagem, por anemógrafos, que registam a direção e velocidade do vento em
simultâneo. São os ventos que transportam de um lado para o outro massas de ar
diferentes, que podem deixar calor por onde passam ou frio.

Atmosferas vão-se dispersando na medida em que se sobe. Latitude - quanto maior é a


latitude, menor é a temperatura. Isto explica-se pelo facto de que, em face da
esfericidade da Terra, a mesma quantidade de raios solares que ilumina a superfície
terrestre, em baixas latitudes aquece um arco de circunferência

2.1.2 Caracterização do clima em Portugal e na região

O clima em Portugal varia significativamente de região para região, e é influenciado


pelo relevo, latitude e proximidade do mar, que proporciona Invernos suaves,
especialmente no Algarve.

Nas áreas do Porto e Norte de Portugal e Beiras, especialmente nas zonas mais
próximas de Espanha, os Invernos são mais frios, apesar das temperaturas serem
moderadas quando comparadas com o resto da Europa. Regista-se alguma queda de
neve, que é mais frequente na Serra da Estrela, onde se situa o ponto mais alto de
Portugal continental (1991m) e se podem encontrar condições para a prática de ski.
Os Verões são quentes e secos sobretudo nas regiões do interior (Nordeste
transmontano e Alentejo), e no litoral o calor é moderado pela influência marítima.
Durante o Outono registam-se frequentemente dias ensolarados com temperaturas
amenas, que ao ocorrerem no início de Novembro.

Açores Influenciado pela latitude e pela ação reguladora da corrente do Golfo, o clima
dos Açores é caracterizado por temperaturas amenas ao longo de todo o ano. Estas
influências condicionam igualmente a temperatura da água do mar, que se mantém
muito agradável tanto no inverno como no verão, possibilitando a prática de diversos
desportos marítimos.

Madeira Com características subtropicais que se devem à sua posição geográfica e ao


relevo montanhoso, o clima no arquipélago da Madeira é excecionalmente ameno,
com temperaturas médias do ar que variam entre os 24ºC no verão e os 19ºC no
Inverno. A água do mar mantém igualmente uma temperatura muito agradável ao
longo de todo o ano devido à influência da corrente quente do Golfo, oscilando entre
os 18ºC (Inverno) e os 22ºC (Verão).

2.1.3 Aquecimento global

O aquecimento global é um dos problemas mais graves que afeta todo o planeta Terra
e todos os seus habitantes.

O planeta Terra, tal como os ecossistemas que o constituem, tem a capacidade de


manter um equilíbrio constante entre tudo o que o constitui, no entanto quando esse
equilíbrio é alterado, por mais pequena que seja essa alteração, todo o planeta será
afetado com graves consequências.

O aquecimento global consiste num aumento da temperatura da superfície terrestre. A


radiação solar incide no planeta sobre a forma de ondas de luz que são absorvidas e
aquecem a Terra. Uma parte dessa radiação, que é absorvida e aquece a Terra, é
irradiada de volta para o espaço na forma de radiação infravermelha. Dessa radiação
infravermelha que é irradiada para o espaço, uma parte fica presa na atmosfera
terrestre, isto permite ao planeta manter a sua temperatura dentro de limites
bastante constantes.

Com um aumento constante da emissão de gases poluentes para a atmosfera


terrestre, que provocam o efeito estufa, esta vai se tornando mais grossa e
condensada aprisionando cada vez mais radiação infravermelha. Este aprisionamento
de radiação infravermelha em quantidades cada vez maiores leva a que a Terra
aumente a sua temperatura para valores fora do normal, provocando alterações
climatéricas em todo o planeta.

3 Botânica agrícola
As árvores e as plantas em geral são importantes "fábricas" de oxigénio, limpam o ar
das impurezas e funcionam como sistemas de ar condicionado arrefecendo o ambiente
em dias quentes e conservando o calor durante a noite. Também são úteis porque
absorvem o ruído provocado pelo trânsito intenso.

3.1 Noções de morfologia externa


O crescimento é uma característica de todos os seres vivos, sendo este influenciado
pelas condições ambientais e genéticas. As plantas como já teve a oportunidade de
ver, apresentam-se com características diferentes umas das outras, apesar do habitat
ser partilhado.

3.2 Noções de fisiologia vegetativa


3.2.1 Absorção
É o processo pelo qual a planta absorve a água e substâncias nutritivas do solo. A
absorção ocorre da seguinte maneira: o solo é um meio menos concentrado do que as
células da raiz da planta, portanto a pressão natural do processo é do solo para as
células da raiz. Cada célula da região pilosa da raiz é isotónica (mesma pressão
osmótica) da outra, portanto quando a água e os sais minerais penetram na célula,
essa célula vai passar esses componentes para uma célula vizinha através do processo
de osmose. Quando chega aos vasos condutores, a água com sais minerais dissolvidos
passa a denominar-se seiva bruta. A seiva bruta ascende desde a raiz até às diferentes
partes da planta em canais próprios, por onde circula-vasos condutores.

Figura 5- Absorção (http://biotic.no.sapo.pt/u1s1t2.html)

3.2.2 Translocação da água e dos nutrientes


Translocação corresponde ao movimento da água e dos sais minerais no interior da
planta através de tecidos condutores ou vasculares.
O xilema é o tecido que transporta água e sais minerais das raízes para a parte aérea
da planta, ou seja, aqui ocorre o transporte da seiva bruta. Cerca de 99% de água e o
restante de sais minerais.
O floema é o tecido que transloca (conduz) os produtos da fotossíntese das folhas
maduras para as áreas de crescimento. Ocorre aqui o transporte da seiva elaborada.
Cerca de 80% de água e 20% de matéria orgânica.

Floema

Xilema

Figura 6-transporte nas plantas – (http://www.cientic.com/plant4_pp3.html)


3.2.3 Fotossíntese
A fotossíntese é um processo realizado pelas plantas para produção de seu próprio
alimento. São necessários três ingredientes para a realização da fotossíntese – luz –
água – dióxido de carbono.

Através da absorção da água e sais minerais pelas raízes (seiva bruta) e o seu
transporte até às folhas pelos vasos condutores a planta adquire um dos ingredientes.
Nas folhas existe um pigmento, que lhe confere a coloração verde – clorofila –
responsável por captar a luz solar. Também nas folhas existem estruturas - estomas -
que têm como função absorver o dióxido de carbono que se encontra no ar.

Com a junção destes ingredientes a planta consegue produzir o seu alimento – glicose
– Durante esta transformação a planta liberta oxigénio no ar.
Toda a glicose produzida no processo de fotossíntese é levada às outras partes da
planta, através de vasos condutores. Essa solução é chamada de seiva elaborada.

Dióxido de carbono Energia solar

Oxigénio

Água e sais minerais

3.2.4 Respiração
É o processo pelo qual um organismo (animal e/ou vegetal) troca o oxigénio e o
dióxido de carbono com o meio ambiente. Na respiração, as moléculas orgânicas
reagem com as moléculas de oxigénio e originam dióxido de carbono e água.

Durante o dia a planta executa a fotossíntese, consumindo o dióxido de carbono e


produzindo dióxido de carbono e oxigénio que é libertado para a atmosfera. Nesta fase
a planta está a realizar em simultâneo a fotossíntese e a respiração celular.
Durante a noite a planta deixa de fazer a fotossíntese, mas não de respirar, nesse período
absorve o oxigénio do ar e liberta o dióxido de carbono produzido na respiração.

Na fotossíntese, a planta absorve dióxido de carbono (CO2) e liberta oxigénio (O2) para o meio
ambiente. Na respiração ocorre o contrário: a planta absorve oxigénio e liberta dióxido de
carbono, assim como ocorre com os animais.

A respiração ocorre em todas as partes do vegetal, mas principalmente nas folhas, pois é nessa
parte que há uma maior quantidade de estomas, estruturas responsáveis pelas trocas gasosas.
Os vegetais realizam a respiração quando há ausência de luz.

3.2.5 Órgãos da planta e sua fisiologia


São seres vivos eucariontes, pluricelulares, com nutrição autotrófica fotossintética. O
corpo das plantas é formado por: Raiz; Caule; Folhas.

Folha

Caule

Raiz

Figura 7- constituição da planta


Atendendo à sua grande diversidade e para facilitar o seu estudo, as plantas são
agrupadas em dois grandes grupos: as criptogâmicas ou plantas sem flor e as
fanerogâmicas, ou plantas com flor.

Raiz
Este órgão tem como função o suporte da planta e absorção da água e dos nutrientes
do solo. Do ponto de vista morfológico podemos encontrar diferentes tipos de raiz,
como se pode ver através da figura alguns exemplares.
Raiz de coifa e Raiz Raiz Raiz Raiz
pelos fasciculada aprumada tuberosa tuberosa
radiculares aprumada fasciculada

Há plantas com raiz aprumada (têm uma raiz principal mais grossa e outras mais finas
que saem da principal), com reserva ou sem reserva de alimentos)

 Raízes aprumadas com reserva de alimentos – nabo e cenoura


 Raízes aprumadas sem reserva de alimentos – raiz de pinheiro

Há plantas com raiz fasciculada (têm raízes de tamanho e grossura idênticos, fazendo
lembrar um feixe), com ou sem reserva de alimentos.

 Raízes fasciculadas com reserva de alimentos – dália


 Raízes fasciculadas sem reserva de alimentos – trigo e milho

 Raízes subterrâneas – pinheiro


 Raízes aquáticas – nenúfar, agriões
 Raízes aéreas – hera, musgo

FUNÇÕES DA RAIZ

• Fixa a planta ao solo.


• Absorve água e sais minerais.
• Acumula reservas de alimentos.

As raízes podem desenvolver-se em diferentes meios. Em geral, são subterrâneas, mas


também há plantas com raízes aquáticas e até aéreas.
A raiz desempenha importantes funções:
 Absorve a água com os sais minerais dissolvidos através dos pêlos
absorventes.
 Fixa a planta ao solo, evitando que seja arrancada pelo vento ou pela
água.
 Algumas acumulam substâncias de reserva que permite à planta
sobreviver quando as condições ambientais são desfavoráveis

Constituição da raiz

Coifa – Espécie de dedal que existe na parte inferior da raiz e que funciona como
proteção.
Zona de crescimento – Local onde se faz o crescimento da raiz.
Zona pilosa – Região onde se encontram os pêlos absorventes responsáveis pela
absorção da água e dos sais minerais.
Zona de ramificação - Zona onde se encontram as raízes menos desenvolvidas,
chamadas raízes secundárias.
Colo – Zona que separa a raiz do caule.

Caule
Este órgão é formado a partir do caulículo do embrião, tem como função sustentar as
folhas, afastando-as do solo e expondo-as à luz do sol. Estabelece a ligação entre a raiz
e as folhas, assim como permite a circulação da água e sais minerais extraídos pela
raiz.

É formado por nós e entrenós. A maioria dos caules elevam-se a partir do solo,
chamando-se desta forma de caules aéreos. Mas existem outros que se encontram
enterrados no solo e, por isso denominados de caule subterrâneo. Encontramos na
natureza plantas que se encontram em meios aquáticos, por isso se diz que o caule é
aquático.

Existem diversos tipos de caules aéreos e subterrâneos. Os caules aéreos, como os


pessegueiros, pinheiros…por serem mais grossos na base e possuírem ramos, são
chamados de tronco. As plantas que apresentam um caule aéreo, cilíndrico, sem nós
salientes e com ramagem apenas na parte superior, como as palmeiras, são camados
de espique. Chamamos de colmo ao caule aéreo, cilíndrico, com nós maciços e
entrenós ocos. Como exemplo o milho e o bambu.

Tronco Espique Colmo

Relativamente ao caule subterrâneo temos os tubérculos, com a sua forma globosa, de


massa compacta, com substâncias de reserva (batata); os bolbos, formados por
escamas grossas sobrepostas, com substâncias de reserva (cebola). Os rizomas são
outro tipo de caule subterrâneo que possuem substâncias de reserva, mas crescem
horizontalmente (lírios).

Tubérculo Bolbo Rizoma

Folhas
As folhas são órgãos das plantas que crescem a partir do caule. Normalmente as folhas
são de cor verde. Esta coloração deve-se à presença da clorofila, substância que
confere capacidade à planta para fabricar o sue próprio alimento. Tem como função a
assimilação e transpiração. As folhas primordiais têm origem no embrião, as restantes
a partir de gomos foliares que surgem no caule.

Existem formas diversas de folhas, mas de um modo geral elas são constituídas por
limbo, pecíolo, margem, nervuras, bainha. A estas são chamadas de folhas completas.
Algumas, como as gramíneas não possuem a bainha, são denominadas de folhas
incompletas.
Bainha

Pecíolo

Nervuras

Limbo

Figura 8- constituição da folha


O limbo é de um modo geral, a parte mais larga da folha, limitado pelas margens e
possui uma página superior e outra inferior. Sendo que a página superior encontra-se
virada para a luz e a página inferior virada para o solo.

As nervuras são as zonas por onde passam os vasos que transportam as substâncias
dentro das folhas.

O pecíolo é uma parte mais alongada que une o limbo ao caule.

A bainha é a zona de ligação do pecíolo ao caule.

Folhagem caduca – caem-lhe todas as folhas no Outono.

Há folhas

Folhagens persistentes – nunca perdem totalmente as suas folhas.

Folhagem caduca – castanheiro, figueira, carvalho, videira…

Folhagem persistente – pinheiro, oliveira, limoeiro…


FUNÇÕES DA FOLHA
• Fabrica os alimentos da planta.
• Realiza a respiração e a transpiração da planta.
• Pode servir de reserva de alimentos e de proteção.
As folhas identificam-se relativamente à nervação com o auxílio de chaves
dicotómicas. Classificam-se em :
 Uninérveas- com uma única nervura
 Peninérveas- com uma nervura principal de onde partem nervuras
secundárias
 Palminérveas- com várias nervuras partindo todas do mesmo ponto
 Paralelinérvea- com várias nervuras todas paralelas entre si As flores das
plantas podem ter cores muito variadas: lírio, girassol, rosa, jacinto,
camélia, violeta, etc.

FUNÇÕES DA FLOR

Figura 9-Constituição da flor


Permite a reprodução das plantas. Uma flor para ser completa é constituída por cálice,
corola, androceu e gineceu, tendo cada um o seu órgão próprio.

A flor tem por função realizar a reprodução da planta. Uma flor completa é constituída
pelas seguintes peças florais, Pedúnculo, com a função de suporte, une a flor ao caule.
Por vezes, apresenta um engrossamento na extremidade superior chamada
recetáculo.
Cálice é o conjunto de pequenas peças; as sépalas, que podem estar mais ou menos
ligadas. Corola, parte da flor geralmente colorida, formada por um conjunto de
pétalas. O conjunto do cálice e da corola forma o perianto, que tem por função
proteger os órgãos de reprodução da flor. Androceu, a parte reprodutora masculina
constituída pelos estames. Cada estame é formado por um pé longo e delgado; o
filete, cuja parte terminal se alarga, formando a antera, onde se originam os grãos de
pólen. Gineceu, a parte reprodutora feminina formada pelos carpelos. Cada carpelo é
constituído por uma abertura; o estigma. Este liga-se ao estilete que por sua vez
comunica com o ovário; estrutura mais alargada onde se encontram os óvulos.

3.2.6 Fatores de crescimento vegetal, ciclo vegetativo e ciclo da cultura


Na escolha de uma planta, é também, muito importante ter em atenção o ciclo de vida
das mesmas, de forma a não ficarmos surpreendidos quando esta termina. No mundo
vegetal, podemos agrupá-las em três categorias: As plantas anuais, bienais e as
vivazes.

Plantas Anuais
As plantas anuais são aquelas que, normalmente, germinam, florescem e morrem
completando o seu ciclo de vida num ano, ou por vezes até menos. Geralmente, o seu
ciclo de vida inicia no fim do inverno (as de primavera/ verão) ou no fim do verão (as
de outono/ inverno). Passando a um período de crescimento vegetativo e morrem
quando atingem o auge do seu estado reprodutivo, ficando as suas sementes, que
darão origem a novas plantas.

Exemplos de algumas plantas anuais: Couve-de-jardim, as Dálias, a Violeta, Gerbera, as


Ervilhas de cheiro, as Petúnias, o Manjerico, o Tomateiro, o Girassol, o Milho,…

Plantas Bienais
São aquelas cujo ciclo de crescimento – que se inicia com a semente passando pela
fase vegetativa e pela planta florescente até de novo, ao estado de semente – se
completa em duas estações de crescimento. Durante o primeiro ano o
desenvolvimento das plantas bienais está, geralmente limitado à fase vegetativa.
Durante o segundo ano de vida, estas plantas iniciam a sua fase reprodutiva. No início
da segunda fase, os nutrientes e produtos fotossintetizados armazenados na raiz, e os
que vão sendo produzidos nas folhas, são mobilizados para as novas formações.
Durante este processo ocorre a floração, a frutificação e a formação de semente.
Finalmente, ocorre a morte da planta.

Exemplos destas plantas são a beterraba e a cenoura.

Plantas vivazes
São plantas que vivem mais do que dois anos. Enquanto a folhagem da maior parte das
vivazes morre todos os anos, as raízes conseguem sobreviver às baixas temperaturas
do Inverno, e de voltar a crescer de novo na primavera.

A melhor altura para plantar as vivazes é na primavera ou no outono. Num clima


quente é preferível plantar no outono para que os indivíduos se instalem durante a
época de repouso. Nos outros locais, plante na primavera depois de terem passado as
geadas. As vivazes oferecem uma variedade enorme nas suas cores, formas, texturas e
dimensões de plantas e flores. Exemplos de plantas vivazes: lavanda, o alecrim, a
grande maioria das trepadeiras,…

3.2.7 Principais famílias de plantas cultivadas

Na Natureza, as plantas crescem espontaneamente associadas, tendo em vista o


equilíbrio das suas necessidades e proteção recíproca dos insetos, para um melhor dês
desenvolvimento das espécies.

Existem mesmo espécies, que não podem ter outras por perto, devido a substâncias
que segregam, inibindo o desenvolvimento delas. É o caso do absinto, que segrega a
absintina, substância tóxica à maioria das espécies. Pelo contrário, existem outras, que
quando associadas, aumentam a rapidez e a qualidade de desenvolvimento recíproco,
assim como o tamanho e qualidade dos frutos.

Verificou-se ainda, que os insetos são sensíveis aos aromas e sabores das plantas e às
cores das suas florações, revelando particular importância neste fenómeno, as plantas
aromáticas, pela sua relação mais visível com os insetos.
Famílias Hortícolas
1. Compostas (tecnicamente também conhecidas por Asteraceae ou Compositae):
 Alface;
 Chicória;
2. Crucíferas (também conhecidas por Brassicáceas (Brassicaceae)):
 Couves (Galega, Tronchuda, Lombarda, Couve repolho, Couve-de-
bruxelas, Couve-flor, Couve-brócolo, Couve-rábano);
 Nabo, nabiças e grelos;
 Rabanetes;
 Agrião;
 Mastruço;
3. Liliáceas (Liliaceae):
 Alho;
 Alho francês ou alho-porro;
 Cebola;
 Cebolinha;
 Charlota:
 Espargo;
4. Solanáceas (Solanaceae):
 Batata;
 Tomate;
 Pimento;
 Beringela;
5. Cucurbitáceas (Cucurbitaceae):
 Abóbora;
 Melão:
 Melancia;
 Pepino;
 Courgette (aboborinha);
 Chu-chu;
6. Umbelíferas (Umbelliferae, também designadas por Apiaceae):
 Cenoura;
 Salsa;
 Coentros;
 Aipo;
7. Leguminosas (Leguminosae, também designadas por (Fabaceae)):
 Ervilha;
 Fava;
 Feijão;
8. Quenopodiáceas (Chenopodiaceae):
 Beterraba;
 Espinafre;
 Acelga;
9. Rosáceas (Rosaceae):
 Morango;

4 Relação solo-planta-clima-ambiente
4.1 Ecologia e conceito de população, habitat, comunidade biótica, e ecossistema

Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.
População define-se como um grupo de indivíduos que acasalam uns com os outros,
produzindo descendência.
Habitat (do latim, ele habita) é um conceito usado em ecologia que inclui o espaço
físico e os fatores abióticos que condicionam um ecossistema e por essa via
determinam a distribuição das populações de determinada comunidade.
Comunidade biótica é a associação de comunidades que habitam um biótopo.
Ecossistema (grego oikos casa + systema sistema: sistema onde se vive) designa o
conjunto formado por todas as comunidades que vivem e interagem em determinada
região e pelos fatores abióticos que atuam sobre essas comunidades.
4.2 Equilíbrio ambiental
É o quando o ecossistema se mantém num estado mais ou menos constante. Os
elementos naturais que fazem parte da cadeia alimentar estão em equilíbrio,
mantendo desta forma a continuidade das espécies e o ecossistema ajustado.

4.3 Ecossistema agrícola


São sistemas ecológicos alterados, trabalhados de forma a aumentar a produtividade
de um grupo de produtores e de consumidores.
4.4 Resíduos e efluentes das explorações
Pneus usados - Óleos usados - Plásticos não perigosos - Plásticos não recicláveis - Papel
/Cartão - Madeira/Cortiça – Sucatas - Pilhas/Acumuladores - Restos de construção e
demolição - Embalagens de medicamentos para uso veterinário - Embalagens de
produtos fitofarmacêuticos…
4.5 Tratamento e eliminação de resíduos e de efluentes
• Acabar com a dispersão dos resíduos na exploração;
• Concentrar os resíduos em local adequado da exploração agrícola, relativamente
afastados e isolados da área de produção preferencialmente cobertos para evitar a
exposição ao sol e à chuva;
• Limpar, agrupar sem misturar os vários tipos de resíduos;
• Manter na exploração os óleos usados, em bidões, em local adequado, (solo
impermeabilizado e afastado de fontes de ignição);
• Armazenar as embalagens de produtos fitofarmacêuticos e de medicamentos em
locais.
4.6 Características dos diferentes resíduos e efluentes da exploração
Os efluentes, deverão, sempre que possível, ser usados como valor acrescentado, isto
é, espalhá-los no solo como fertilizante orgânico, na própria exploração. Este
procedimento pressupõe que exista capacidade de armazenamento, através de fossas
ou de nitreiras, por exemplo, para que se possa evitar o espalhamento nos meses mais
chuvosos. Este armazenamento, assim como o espalhamento, deverão ter sempre em
conta as águas superficiais e subterrâneas e evitar a sua contaminação. Para as
explorações intensivas abrangidas (volume de produção de efluentes superior a 200
m3 ou 200 t./ano) ou para explorações valorizadoras de efluentes em quantidade
superior à referida, é obrigatória a existência de um Plano de Gestão de Efluentes
(PGEP) aprovada pela respetiva DRAP. Deve ser cumprida a legislação em vigor sobre
esta matéria.
4.7 Técnicas de tratamento e de eliminação dos resíduos e efluentes

Os resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos têm um sistema de gestão


designado — VALORFITO. Tem como objetivo a recolha periódica dos resíduos de
embalagens primárias de produtos fitofarmacêuticos e a sua gestão final.

Para os cadáveres de animais das espécies bovina, ovina, caprina, suína e equídea
existe, implementado pelo Ministério da Agricultura, o SIRCA (Sistema de Recolha de
Cadáveres de Animais mortos na exploração). Assim, os detentores destas espécies são
obrigados a comunicar a morte de qualquer animal ocorrida na exploração, no prazo
máximo de 12 horas a contar da ocorrência, para que se recolha de imediato o
cadáver.

4.8 Enquadramento legal


RESIDUOS - Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro – define regras para Gestão
de Resíduos; Despacho n.º 25292/04, de 14 de Novembro - estabelece medidas
destinadas a promover a eliminação de práticas de deposição e descarga de toda a
espécie de resíduos no espaço rural.

REGISTO -Portaria 1023/2006, de 20 Setembro, define os elementos que devem


acompanhar o pedido de licenciamento das operações de armazenagem, triagem,
tratamento, valorização e eliminação de resíduos.

TRANSPORTE - Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio – Regras de transporte de resíduos


dentro do território Nacional; Despacho n.º 8943/97, de 9 de Outubro - Identifica as
Guias a utilizar para o transporte de resíduos, em conformidade com o art.º 7º da
Portaria n.º 335/97.
4.9 Licenciamento e plano de gestão de efluentes

A Portaria n.º 631/2009 de 9 de Junho estabelece as normas relativas à elaboração do


Plano de Gestão de Efluentes Pecuários (PGEP) que articulam complementarmente
com disposições regulamentares constantes dos seguintes documentos:

 Código de Boas Práticas Agrícolas (CBPA);


 Manual de fertilização das Culturas;
 Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva - LQARS (2006). MADRP, Lisboa,
282 pp.
Disponível em papel, pode ser adquirido em: INIAV I.P. – LQARS

Os Plano de Gestão de Efluentes Pecuários (PGEP) integram os processos de


licenciamento da atividade e abrangem as seguintes situações:

 Explorações pecuárias em regime intensivo, das classes 1 e 2, que produzem


mais de 200 m3 ou 200 ton/ano, calculados de acordo com o efetivo pecuário
da exploração;
 Explorações agrícolas que utilizam no seu sistema produtivo, designadamente
na fertilização das suas culturas um volume de efluente superior a 200 m3 ou
200 tonel/ano;
 Exploração agrícola que valoriza nos seus terrenos qualquer quantidade de
produtos derivados da transformação de subprodutos de origem animal
(SPOAT) ou dos fertilizantes que os contenham;
 Unidade técnica de efluentes pecuários, unidade de compostagem ou de
produção de biogás de efluentes pecuários, unidade de tratamento térmico de
efluentes pecuários licenciadas.

Tendo em vista apoiar a elaboração deste documento, podem ser utilizados os


seguintes instrumentos:

 Formulário PGEP (v. 5.02 Fevereiro 2016)


 Norma Técnica para Elaboração do PGEP (v. 5.02 Fevereiro 2016)
 Caderno de campo do PGEP
 Caderno de campo - Instruções de Preenchimento

5 Produção agrícola sustentável


A manutenção e reforço da vida dos solos, da sua fertilidade natural, estabilidade e
biodiversidade, prevenção e luta contra compactação e erosão, e nutrição das plantas
essencialmente através do ecossistema dos solos.

A Proteção Integrada representa a melhor combinação dos meios culturais, biológicos


e químicos, de forma a otimizar a relação custo/beneficio utilizando métodos de
gestão dos problemas fitossanitários de forma ambiental e socialmente aceitáveis.
A produção Integrada é um sistema agrícola de produção de produtos agrícolas e
géneros alimentícios de qualidade, baseado em boas práticas agrícolas, com gestão
racional dos recursos naturais e privilegiando a utilização dos mecanismos de
regulação natural em substituição de fatores de produção, contribuindo, deste modo,
para uma agricultura sustentável.
A Agricultura Biológica é um modo de produção que visa produzir alimentos e fibras
têxteis de elevada qualidade, saudáveis, ao mesmo tempo que promove práticas
sustentáveis e de impacto positivo no ecossistema agrícola. Assim, através do uso
adequado de métodos preventivos e culturais, tais como as rotações, os adubos
verdes, a compostagem, as consociações e a instalação de sebes vivas, entre outros,
fomenta a melhoria da fertilidade do solo e a biodiversidade.
6 Conclusão

Este manual pretende que, numa primeira análise, os formandos reflictam sobre o
conceito de agricultura sustentável, sobre o solo, a influência deste e do clima sobre as
culturas. Espera-se, com este manual e ao longo das sessões, que o formando reflicta
sobre as linhas de tendência da atividade agrícola. Mais do que aprender conceitos
pretende-se que o formando compreenda as linhas de tendência atuais na prática
agrícola. Serem capazes de obter produções de qualidade sem por em causa o
ecossistema.
7 Bibliografia

http://conteudos.otoc.pt/2012/DIS3412/Sebenta_DIS3412.pdf
Http://www.eccn.edu.pt/ap/aquecimento/index_2.htm
Http://www.cca.ufsc.br
Http://pt.wikipedia.org
Http://soloportugues.blogspot.com/2006/05/definio-de-solo.html
http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo7/clima/elementosp.htm

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