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EDITORIAL 4
ESPAÇO INOVAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM 5
REVISTA PEDAGÓGICA Viviane Souza Ávila
Publicação da ASSERS DISCUTINDO AS DIFERENTES CORRENTES
Associação dos Supervisores EPISTEMOLÓGICAS DO CONHECIMENTO 7
de Educação do Estado do Mari Regina Cabreira Rocha
Rio Grande do Sul O ESPORTE E O LAZER COMO INSTRUMENTO DE
Nº 9 / junho / 2012 INCLUSÃO SOCIAL DE PESSOAS PORTADORES DE
ISSN 1807-0647 DEFICIÊNCIAS 10
Direção Geral: Estela R. Mello Ortolan
Yolanda Pereira Morel EDUCAÇÃO COM POESIA 14
Inez Ramos Crespo
Diretoras Executivas:
Lúcia Elena Müller Ebling
MEDO E OUSADIA: O COTIDIANO DO PROFESSOR 15
Maria José Machado de Lima Lúcia Elena Müller Ebling e Maria José Camargo Gomes
RESILIÊNCIA: A RESPONSABILIDADE DA EQUIPE
Conselho Editorial: EDUCACIONAL NA FORMAÇÃO DO SUJEITO 17
Vanderlete Neves da Silva Marlos Tadeu Bezerra de Mello
Valdemira de Freitas Carpenedo
Leci Teresinha da Costa PROJETO: NOSSO CORPO 20
Cristiane Ferreira Abaide, Taís Mello dos Santos e Valquíria Colcet
Colaboradores: DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA 23
Viviane Souza Ávila Nara Rosane dos Santos
Mari Regina Cabreira Rocha
Estela R. Mello Ortolan INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES
Inez Ramos Crespo EDUCATIVAS ESPECIAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Lúcia Elena Müller Ebling - UMA VISÃO DE GESTÃO 24
Maria José Camargo Gomes Rejane Jardim Fraga
Marlos Tadeu Bezerra de Mello
Cristiane Ferreira Abaide
HISTÓRIAS INESQUECÍVEIS 30
Taís Mello dos Santos RETRATANDO POETAS 31
Valquíria Colcet Yolanda Pereira Morel
Nara Rosane dos Santos
Rejane Jardim Fraga
CATALOGAÇÃO NAFONTE
Revisão:
Lúcia Elena Müller Ebling
E77 Espaço Inovação: Revista Pedagógica [recurso eletrônico] / Associação
Luciana Santos Machado
Maria José Machado de Lima dos Supervisores de Educação do Estado do Rio Grande do Sul.
Yolanda Pereira Morel Ano 1, n. 1 (ago.2004) - Ano5, n.9 (jun.2012). Porto Alegre :
ASSERS, 2012- . v. : il.
Projeto Gráfico e Editoração:
marcon.brasil Comunicação Direta Último fascículo publicado: ano 4, n.8 (dez.2007).
(51) 3221.7878 Os demais fascículos foram publicados em forma impressa.
ISSN : 1807-0647
Endereço para correspondência:
Av. Borges de Medeiros, 308 sala 106 – 10º andar 1. Educação - Periódicos. I. Associação dos Supervisores de
CEP 90020020 – Bairro Centro – POA – RS Educação do Estado do Rio Grande do Sul.
Fones/fax (51) 3228.3498 – 3286.7634
CDD 370
Endereço eletrônico:
www.assers.org.br Bibliotecária Responsável
assers@assers.org.br Ginamara Lima Jacques Pinto - CRB 10/1204
Espaço Inovação - Revista Pedagógica - No 9, junho, 2 0 12 3
Editorial
Ao pensar num editorial para consequentemente, elevando o nível
o 9º número da Revista Espaço dos serviços prestados.
Inovação, e o 1º número desta gestão, Sabemos que desde o começo
a maior preocupação foi a de da humanidade o homem procura
combinar a informação a uma leitura facilitar sua vida. E tal processo é
prazerosa, capaz de fazer com que a chamado de tecnologia e, este, ganha
mesma seja útil e interessante, não cada vez mais espaço na sociedade
somente aos associados, mas e na vida das pessoas.
também, a todos que buscam Temos consciência que somos
atualização e conhecimento na área inacabados, que nossa existência nos
educacional, nas asas da Internet. posiciona sempre às mudanças.
A revolução bate à nossa porta. Cabe, a nós, a tarefa de sermos
Computador e Internet deixaram de criativos e utilizarmos tecnologias que
serem artigos de luxo e passaram a melhor atendam as necessidades não
fazer parte do dia a dia da sociedade só de nossos associados, mas do expectativa da diretoria desta
mundial facilitando a comunicação público em geral, não se restringindo associação é que esta revista
e encurtando as distâncias entre o eu em apenas um tipo e, sim, utilizar contribua para o melhoramento da
e o outro, entre o eu e a informação, diversificadas tecnologias a fim de ação educativa e que nos cheguem
entre o eu e o conhecimento. Neste que o processo de informação e sugestões de qualificação dos
cenário a associação está lançando atualização dos profissionais da serviços prestados pela instituição.
mão dos benefícios da tecnologia educação de um modo geral aconteça
para chegar mais longe em menos de forma rápida e significativa. Em Uma boa leitura à tod@s.
tempo, ultrapassando os limites fim, a tecnologia quando bem Zezé
territoriais e divulgando seu utilizada, traz benefícios para todos.
pensamento para o mundo e, Dentro deste pensamento, a
Fazendo História
A Revista Espaço Inovação é uma publicação da ASSERS, que chega ao mercado para socializar temas relacionados à educação.
Portanto contamos com suas ideias, seus trabalhos e suas experiências para compartilhar com outros educadores, da história que juntos
estamos construindo. Para organização das colaborações, é necessário observar:
- A Revista recebe artigos, trabalhos científicos, relatos de resolução 250 DPIs. O trabalho deve iniciar com o título, o nome do
pesquisas relativas à área educacional de relevância para o contexto autor, resumo em português (resumo em inglês ou espanhol ao final),
atual; citações com autoria especificada (inclusive página e ano) e
- Os materiais enviados serão analisados de acordo com a referências bibliográficas após o texto, de acordo com as normas da
demanda dos temas centrais da Revista; ABNT, encerrando com os dados do autor. Junto ao trabalho, também
- Após análise do material recebido e aceito para publicação, o/a poderão ser enviados frases, ideias ou parágrafos que desejam que
colaborador/a deve assinar a autorização dos direitos autorais em estejam em destaque na Revista;
nome da ASSERS, responsabilizando-se pelo trabalho publicado; - A Revista não se responsabiliza por opiniões expressas nos
- Os trabalhos deverão ser enviados por e-mail, em editor de texto artigos assinados.
Word, espaço simples, fonte Times New Roman 10, com no máximo - A Revista não se responsabiliza pela redação e construção de
oito páginas, no mínimo duas, incluindo fotos (originais), com ideias que não tenham coerência e/ou sequência lógica.
Importante: solicitamos que todos/as autores/as revisem, cuidadosamente, as normas da ABNT para construção de artigos!
Professora na Rede Municipal de Ensino, nos municípios de Piratini e Pinheiro Machado, com Pós-Graduação em Educação Básica e
Prática Docente pela URCAMP, extensão Piratini/RS, em agosto de 2006. E-mail: vivisouzaavila@hotmail.com
ABSTRACT
This work presents as main focus of study the motivation and the creativity of both teacher and student since they are
considered to be very important factors in order to do a good job. The teacher being motivated will certainly give creative
lessons that will arouse the interest of the student. This study shows the importance of both (motivation and creativity)
coming along because when a person is interested in something finds no barriers but instead tries to fulfill the need
and get straight to the aim: the learning.
Words-keys: Motivation. Creativity. Learning.
RESUMO
Na conjuntura atual, estima-se que a sociedade pós-moderna tenha a
convicção que o conhecimento se dá nas interações sociais através de
experiências, informações, vivências que os indivíduos estabelecem com o
meio. O conhecimento neste cenário não é linear, não há certezas e
verdades absolutas, ele é provisório e imprescindível, o que hoje se tem
como verdade amanhã pode não ser, isto se dá pelos avanços cientifico-
tecnológicos à medida que a sociedade se torna mais complexa. Em
diferentes contextos o conceito de conhecimento é defendido por diferentes
correntes epistemológicas como o racionalismo, empirismo e o
construtivismo. Cabe salientar, que o intuito do presente artigo é discutir
Descartes
sobre as divergentes visões de conhecimento estabelecendo conexões
com a atual realidade.
Palavras-chaves: Conhecimento. Sujeito. Objeto. Aprendizagem.
* Mari Regina Cabreira Rocha, pedagoga pela UCPEL, professora de séries iniciais da
rede municipal de Piratini e pós - graduanda em Psicopedagogia Institucional pela
URCAMP.
Piaget
ABSTRACT
In the current conjuncture, they is esteem that the after-modern society has the certainty that the knowledge if of the one
in the social interactions through experiences, information, experiences that the individuals establish with the way. The
knowledge in this scene is not linear, does not have absolute certezas and truths, it is provisory and essential, what
today it is had as truth tomorrow can not be, this if of the one for the technological advances scientific to the measure
that the society if becomes complex more. In different contexts the knowledge concept is defended by different
epistemológicas chains as the rationalism, empirismo and the construtivismo. It fits to point out, that the intention of the
present article is to argue on the divergent visões of knowledge being established connections with the current reality.
Word-keys: Knowledge. Citizen. Object. Learning.
RESUMO
Nos dias de hoje não se discute a importância do esporte e do lazer no contexto global da educação de pessoas
sejam elas deficientes ou não. A busca da qualidade de vida, de saúde e momentos de prazer estão cada vez mais
presentes no cotidiano das pessoas. Proporcionar atividades para facilitar a vida de pessoas portadoras de
deficiências através de atividades físicas, recreativas, danças e momentos de descontração, com certeza é um
caminho para a inclusão social de PPD's (Pessoas portadoras de deficiências). O esporte e o lazer não se restringem
apenas em aspectos motores, cognitivos e fisiológicos, mas sim, aos aspectos afetivos, que envolvam o ser humano
em suas relações interpessoais e ambientais, promovendo as relações de cooperação, solidariedade, integração,
inclusão, amizade, autonomia e criatividade. A questão da inclusão social das pessoas portadoras de deficiências no
esporte e no lazer, tem sido um dos temas mais urgentes da nossa educação atual. Portanto é necessário
abordarmos este tema tão significativo para a nossa sociedade.
Palavras-chaves: Esporte. Lazer. Inclusão social. Pessoas portadoras de deficiências.
*Graduada em Psicologia/PUC/RS. Profissional de Educação física adaptada, professora da rede municipal de ensino em Viamão.
Especialista em Psicopedagogia Institucional ESEF-UFRGS.
Resumen
Hoy en día no se discute la importancia del deporte y el ocio en el contexto global de la educación de las personas
sean o no discapacitados. La búsqueda de la calidad de vida, la salud y momentos de placer son cada vez más
presente en la vida cotidiana. Proporcionar actividades para facilitar la vida de las personas con discapacidad a través
de actividades físicas, recreativas, baile y momentos de relajación, sin duda es un camino hacia la inclusión social de
PPD (personas con discapacidades). Deporte y ocio no tienen restricciones en los aspectos motores, cognitivos y
fisiológicos, sino más bien los seres humanos de los estudiantes que involucran en sus relaciones interpersonales y
los problemas ambientales, la promoción de relaciones de cooperación, la solidaridad, la integración, la inclusión, la
amistad, la autonomía y la creatividad. El tema de la inclusión social de las personas con discapacidad en el deporte y
el ocio, ha sido uno de los problemas más acuciantes de nuestra educación actual. Por lo tanto, es necesario abordar
este tema tan importante para nuestra sociedad.
Palabras clave: deporte, el ocio, la inclusión social, las personas con discapacidad.
Espaço Inovação - Revista Pedagógica - No 9, junho, 2 0 12 13
EDUCAÇÃO COM POESIA
Inez Ramos Crespo*
Tenho acompanhado e lido alguns Como na Grécia antiga, a poesia se desfiguradores); educa a imaginação (contra
projetos de poesia em sala de aula, são bons vincula à oralidade através de uma a manipulação do imaginário, principalmente
e acredito devem dar bons resultados, pois é performance corporal, contribuindo num tempo como o nosso, de multiplicação
aí que aparecem poetas a mão cheia, como essencialmente na aprendizagem da leitura diluidora das imagens, cada vez mais
diria Fernando Pessoa. Mas estas são e da escrita. Desde o maternal podemos estereotipadas); educação a razão (contra o
tentativas soltas de alguns corajosos trabalhar poesia com as crianças, amesquinhamento da racionalidade, tanto no
professores que não se deixam levar pelos evidenciando o ritmo, a percepção das sentido de sua redução à linearidade lógica,
centenários currículos escolares. Não os paradas, a sonoridade, a memória, a timidez, quanto no de sua instrumentalização). A
condeno, o desinteresse pela poesia tem uma a autoconfiança, descobrindo o mundo poesia muda a vida, transforma o mundo
explicação secular: Platão baniu os poetas através da fantasia e principalmente não (2007).
em detrimento da filosofia, estes ocupavam perdendo a capacidade de sonha. "A poiesis** E pode transformar a educação, não
um lugar de destaque extraordinário, pois a é uma função lúdica... Ela está para além da com a pretensão de revolucionar, mas de
poesia entre os gregos era uma atividade seriedade, naquele plano mais primitivo e abrir portas para um aluno mais crítico,
pública e o poeta era uma espécie de originário a que pertencem a criança, o criativo, sonhador, com um vocabulário
computador dos acontecimentos históricos, animal, o selvagem e o visionário, na região maior e mais apurado, que lê, escreve e
dos costumes, e de todos os seus preceitos. do sonho, do encantamento, do êxtase, do escreve melhor.
Detinham o saber acumulado transmitido riso" (Johan Huizinga, citado por
oralmente para uma população analfabeta de Mermeistein). Todos necessitamos do
REFERÊNCIAS
conhecimento e sensibilidade. Ora, os poetas lúdico, dos sonhos, e a poesia nos remete a
eram grandes concorrentes da filosofia FRONCKOWIAK, Ângela. RICHTER,
isso. De tivermos contato com a poesia Sandra. A dimensão poética da
platônica de uma sociedade perfeita, e ele sempre, partindo da infância, desaparecerá aprendizagem na infância. Reflexão e
não poderia admitir que a educação não se esta dificuldade de trabalhar com poesia. É ação. Santa Cruz do Sul, vol.13, nº1, p.91-
104, jan/jun.2005.
desse através dele. Assim baniu os poetas, e uma questão de mudança de paradigma.
o fez tão fortemente, que estes só MERMELSTEIN, Miriam. A poesia em
Segundo Mermeistein. sala de aula. Temas pedagógicos/
reapareceram 25 séculos depois com A poesia - enquanto poesia, forma literatura e Leitura. Disponível em http://
Fernando pessoa e, desde então viemos específica de criação de cultura - representa www.crmariocovas.sp.gov.br em 23/09/
engatinhando na conquista daquele espaço 2007 às 19horas.
um trabalho de humanização: educa os
surripiado por Platão. sentidos (contra a miséria da percepção, tanto
Mas se a educação era feita pela no sentido do esmagamento, como no da
poesia, onde fica a dificuldade em fazê-la saturação alienadora); educa as emoções
hoje? Por que precisamos criar espaços para (contra a neutralização dos afetos, tanto no
a poesia dentro da escola? Um dos espaços sentido dos encouraça mentos repressivos,
da poesia é a escola! como no dos direcionamentos **Palavra grega, significa "produzir, fazer".
*Poeta, professora especialista em Matemática pela FUNDASUL, presidente da Fundação Barbosa Lessa e integrante da ASSERS
(associação dos supervisores do RGS).
RESUMO
O presente artigo pretende discutir o papel da supervisão no cenário educacional, visando garantir o
desenvolvimento de um fazer pedagógico pautado em uma ação reflexiva e transformadora por parte dos
educadores. A reflexão é inspirada nas ideias apresentadas por Paulo Freire e Ir Shor em "Medo e Ousadia", onde de
uma forma clara, objetiva e corajosa os autores abordam questões fundamentais da vida dos educadores,
sugerindo práticas e apresentando novas ações possíveis dentro de uma pedagogia dialógica.
Palavras-chaves: Supervisão Educacional. Educação. Democracia.
INTRODUÇÃO conscientização e de politização. Destacou- político, sendo assim, nunca é neutra. Através
se por sua atuação junto a movimentos sociais da proposta pedagógica da escola e do
Escolher uma obra de Paulo Freire
e educação de adultos, dentro e fora do país. trabalho realizado pelo professor o processo
para essa reflexão não foi tarefa fácil, devido
Suas ideias se espalharam pelo mundo e de aprendizagem pode iluminar a realidade
à importância que creditamos a todo seu
continuam tendo muita influência até os dias do aluno ou oculta-la, tornando obscura.
trabalho, seus pensamentos e todos os
de hoje. Propôs uma educação Obscurece quando reproduz a realidade
ensinamentos que nos deixou, mostrando,
emancipatória, onde o que vale não é uma como um produto pronto, fixo, padronizado,
através de sua prática, uma postura crítica,
simples transmissão de conhecimento ou através de uma transferência oral de
sem perder a esperança na educação, onde o
acumulação de fatos e informações, mas ser conhecimento do professor para os alunos,
sonho é possível, a utopia pode ser realizável
capaz de constituir-se como sujeito no mundo onde somente a linguagem do professor é
e todos são capazes de aprender, pois para
em que vivemos, agindo a fim de transformá- considerada idioma válido na sala de aula.
ele o ato de ensinar consiste em uma
lo. Acreditava que as escolhas que fazemos Ilumina quando propõe uma ação criativa e
verdadeira aventura criadora.
enquanto educadores têm implicações coletiva, onde o professor possa reinventar o
Optamos por "Medo e ousadia" por
sociais, podendo fazer perpetuar a exclusão conhecimento de maneira crítica, junto com
tratar de forma clara, objetiva e corajosa
e a injustiça ou apoiando na construção de seus alunos, a partir daquilo que eles trazem
questões fundamentais da vida dos
condições para uma verdadeira para a sala de aula. Nas palavras dos autores
educadores, sugerindo práticas e
transformação social. uma "Pedagogia Situada", desenvolvida nas
apresentando novas relações possíveis dentro
Segundo Gadotti, o que torna Paulo condições reais de cada grupo.
de uma pedagogia dialógica.
Freire um educador insubstituível é o fato de Sendo assim, é importante que os
Os autores propõem uma reflexão
ele ter despertado nas pessoas a crença de professores tenham bem claro que tipo de
sobre como exercer, no dia-a-dia da sala de
que é possível transformar o mundo e que educação pretendem oferecer a seus alunos,
aula, uma educação libertadora, que leve à
um dos caminhos para alcançar essa ou seja, "a favor de quê" e "contra quê" estão
construção e reconstrução do conhecimento
transformação é a educação dentro de uma construindo e propondo sua ação pedagógica.
dentro de uma perspectiva crítica, sobre a
perspectiva libertadora, emancipatória, onde Nessa perspectiva a escola deveria ser um
escola e a sociedade, voltada para a
possa acontecer uma relação pedagógica espaço onde pudéssemos vivenciar uma
transformação social, dentro e fora da sala
generosa e solidária entre as pessoas. De educação integradora, onde educadores e
de aula.
outro lado Ira Shor, educador americano, um educandos realizassem um movimento de
De um lado Paulo Freire, educador
estudioso e crítico que sempre esteve criação e recriação do conhecimento, uma
brasileiro conhecido e reconhecido
preocupado com os rumos que tomavam a experiência compartilhada em que todos têm
internacionalmente pelo seu trabalho com
educação em seu país. São explorados pelos muito a aprender uns com os outros.
teoria e prática na educação. Ainda que seu
autores, através de um diálogo que apresenta Conforme nos diz Freire em Pedagogia da
trabalho tenha sofrido muitas críticas, é
"certo estilo dançante" (1986, p.13), temas Autonomia, que aquele que ensina aprenda
indispensável considerar a fecunda
pertinentes que muitas vezes geram angústias ao ensinar, e aquele que aprende ensine ao
contribuição que trouxe à educação popular.
e temores nos professores que buscam uma aprender.
O educador parte do princípio de que vivemos
melhoria no seu fazer pedagógico. A concepção de educação oferecida
em uma sociedade dividida em classes, onde
As ações propostas se fundamentam pelos autores não se limita à sala de aula, ao
para que haja um movimento de libertação,
na ideia chave de que a educação é um ato contrário, propõe uma pedagogia libertadora
precisamos partir de um trabalho de
*Lucia Elena Muller Ebling: Pedagoga, Pós-graduada em Informática pela FEEVALE. Pós-graduanda em Supervisão Escolar pela
ASSERS/PORTAL e Mestranda em Políticas Públicas Educacionais pela UNTREF/Buenos Aires. luciaebling@hotmail.com
**Maria José Camargo Gomes: Pedagoga, Especialista em Educação Infantil pela PUC/RS, Especialista em Supervisão Educacional pela
ASSERS/PORTAL. Cursando Especialização em Psicopedagogia. majogomes@terra.com.br
RESUMEN
En este artículo se discute el papel de la supervisión en el ámbito educativo con el fin de garantizar el
desarrollo de una práctica pedagógica gobernado por un acto reflejo y la transformación de parte de los educadores.
La reflexión se inspira en las ideas presentadas por Paulo Freire y Shor Saltar en "El miedo y la audacia", donde en un
discurso a los autores claro, objetivo y valiente a las preguntas fundamentales de la vida para los educadores, la
introducción de nuevas prácticas y sugerir posibles acciones dentro de una pedagogía dialógica.
PALABRAS CLAVE: supervisión educativa. Educación. Democracia.
RESUMO
Neste trabalho, pretende-se relatar a importância de uma experiência integrada entre a atuação do psicólogo e do
supervisor escolar na formação dos sujeitos; a partir de revisão bibliográfica a respeito da resiliência e das
transformações pessoais em que os alunos de Ensino Fundamental estão envolvidos, perfazendo os espaços de
interesse destes estudantes e buscando junto a seus familiares resposta a relação pais e filhos. Este texto pretende,
sem esgotar o tema, representar o papel das famílias junto a escola, bem como da relação escola/família e de como
estas atuam perante o estudante.
Palavras-chave: Resiliência. Educação. Visitas domiciliares.
INTRODUÇÃO vida irá seguir. Já a partir da pré-adolescência a pouca participação dos pais nas reuniões
Este artigo tem o objetivo elucidar onde o corpo da criança começa a tomar outra eram as atividades que exerciam no serviço
uma experiência de trabalho desenvolvida a forma e também ela começa a perceber em que realizavam, ou a correria do dia a dia,
partir do engajamento entre uma supervisora si as primeiras mudanças, seus pensamentos etc. Essa hipótese, aos poucos foi sendo
escolar, uma professora do Curso de e comportamentos começam a ter outros deixada de lado, pois foi percebido que até o
Psicologia (psicóloga) e um grupo de rumos que muitas vezes são o de insatisfação momento em que foram visitadas mais de
estagiários do Curso de Psicologia da e receio em primeiro momento e muitas vezes vinte (20) famílias, destas apenas duas (02)
Universidade da Região da Campanha/ comportamentos de transgressão às regras não se encontravam em casa ou mudaram
URCAMP - Bagé. A partir do ano de 2006, o são apresentadas. (PAPALIA & OLDS, de endereço e não comunicaram a escola.
Curso de Psicologia/URCAMP, começou a 2000). Nas visitas foram encontradas
ter um novo papel na vida de estudantes da O trabalho iniciou na formação de pessoas desmotivadas, com autoestima
Escola de Ensino Fundamental e Médio Prof. equipes constituídas de alunos da escola e bastante afetada, insólitas talvez com a vida
Waldemar Amoretty Machado, a convite da acadêmicos de Psicologia, supervisionados e com as dificuldades enfrentadas. As
supervisora da referida escola. Oferecendo pela professora de psicologia e respostas com relação aos seus filhos
um espaço para os acadêmicos acompanhados pela supervisora escolar. No estiveram em 50% dos casos de forma
desenvolverem um trabalho na mesma, ano de 2007, buscou-se desenvolver um bastante vaga, apenas respondendo em
proporcionou a congregação de estagiários e trabalho junto aos pais dos alunos e para que, formas monossilábicas e arraigadas de
a formação de uma equipe de trabalho através de diversos contatos, houvesse a dúvidas e temores.
interessada em desenvolver atividades junto participação dos mesmos. Infelizmente, Uma das questões que mais chamou
aos estudantes de algumas turmas da escola. poucos participaram e as reuniões acabaram à atenção na pesquisa realizada, está
Tendo em vista que hoje em dia mais do que por não acontecer da forma que era esperada. relacionada a não saberem quem são os
nunca as equipes educacionais e No ano de 2008, com estratégias amigos de seus filhos ou com quais pessoas
principalmente a sociedade encontra-se renovadas, novamente busca-se o relacionam-se além da família. Outra questão
preocupada com as diversas situações com engajamento dos pais no trabalho, através de interessante é o fato das famílias não
que professores estão enfrentando no visitas domiciliares a participação dos acreditarem em um bom futuro para seus
momento que chegam as salas de aula para mesmos, primeiramente preenchendo um filhos. A desconfiança e a falta de alternativas
o trabalho pedagógico, torna-se evidente a questionário com questões referentes a apresentadas colocam evidente a baixa
necessidade da união de forças com o relação pais e filhos, e também constituído autoestima das famílias visitadas.
objetivo de ao mesmo tempo dar suporte aos de perguntas a respeito dos aspectos positivos Segundo Tavares (2002, p. 52), não
professores e também trabalhar, junto às e negativos da escola. Assim, iniciou uma há dúvida de que o desenvolvimento de
turmas de estudantes, os diversos anseios que jornada em busca de contato com as famílias capacidades de resiliência nos sujeitos passa
decorrem em suas vidas. dos alunos de uma das turmas de 6º série da através da mobilização e ativação das suas
Conforme estudos da organização Escola de Ensino Fundamental e Médio Prof. capacidades de ser, de estar, de ter, de poder
mundial de saúde, a adolescência é um Waldemar Amoretty Machado. A média de e de querer, ou seja, pela sua capacidade de
processo de evidentes transformações onde idades dos alunos desta turma é de 13 à 16 auto regulação e autoestima como rasgo
não apenas começam as surgir dúvidas do anos. E um primeiro momento, o objetivo era essencial da personalidade. As pessoas,
adolescente sobre si mesmo como também obter resposta a uma das questões que sempre mesmos aquelas que têm carências e
do mundo e principalmente do rumo que sua aludiu o trabalho: a suposição central de que necessidades especiais, são imensamente
* Marlos Tadeu Bezerra de Mello - Acadêmico do Curso de Psicologia / URCAMP/Bagé, junho, 2008.
Abstract
In this paper, is intended to show the importance of an integrated experience between the psychologist's and school
supervisor's performance in the formation of subjects; from the bibliographical revision due respectto the resiliency and
the personal transformations in which gym students are involved, to complete the spaces of interest of these students
searching with their relatives answers to the father/ children. This text intend to, without exhausting the theme, represent
the role of the families within the school, as well as the relationship school/family and how these work regarding the
student.
Keywords: Resiliency. Education. Domiciliar Visits.
Espaço Inovação - Revista Pedagógica - No 9, junho, 2 0 12 19
PROJETO: NOSSO CORPO
Cristiane Ferreira Abaide*
Taís Mello dos Santos**
Valquíria Colcet***
RESUMO
Esse relato que segue é referente a uma experiência desenvolvida em uma turma de maternal com crianças de idade
entre dois e três anos em uma Escola Municipal de Educação Infantil no Município de Santo Ângelo. O trabalho foi
realizado por duas professoras juntamente com a coordenação pedagógica da escola.
Palavras-chave: Educação Infantil. Rotina. Corpo Humano
INTRODUÇÃO bum bum bum/ Tchike bum bum bum/ Não era pensar se o pinto da galinha da história é o
sapo/ Nem a oncinha/ Era as meninas/ Só de pinto em que o menino faz xixi. A partir dessa
O projeto nosso corpo surgiu a partir
calcinha/ Tchike bum bum bum/ Tchike bum história perguntou-se as crianças: mas por
de comentários e hipóteses das crianças
bum bum. onde o menino e a menina fazem xixi? Neste
quando estávamos cantando na rodinha.
Depois da música a professora momento, os alunos ficaram realmente
Momento esse, em que as crianças se
Valquíria perguntou para cada criança se era refletindo sobre os questionamentos e
dispõem em círculo, sentadas no tapete,
menino ou menina. Foi então que surgiu respostas.
depois do café e escovação para conversar
algumas falas tais como: "Sou menino porque Na rodinha perguntamos aos alunos
sobre o planejamento do dia, sobre o
uso cueca e tenho pinto". "Menina faz xixi do que eles achavam em pesquisarmos sobre
calendário, recados. Posterior a essas
pela xexeca." "Que menina tem perereca". o nome do xixi da menina e o nome do xixi do
conversas pede-se aos alunos e alunas que
Diante dessa discussão e conclusões dos menino. Primeiramente fez-se um bilhete
escolham uma música para cantarmos, com
alunos, a professora Taís pegou um livrinho para ser enviado aos pais explicando sobre o
a intenção de ampliar a linguagem oral, de
de história do baú da leitura: a Galinha começo do estudo do projeto que chamamos
saber suas escolhas e preferências, bem como
Carolina, onde falava sobre os pintinhos que de NOSSO CORPO, para a descoberta
auxiliar na sua desinibição.
são "filhos da galinha" para depois questioná- através da pesquisa sobre as diferenças entre
De acordo com o Referencial
los sobre o pinto que disseram que o menino menino e menina e o nome científico das
Curricular Nacional de Educação Infantil "A
faz xixi. partes do corpo que os diferenciam.
linguagem oral possibilita comunicar ideias,
Neste contexto observou-se que A partir da música: BORBOLETÃO
pensamentos e intenções de diversas
quando os alunos iam ao banheiro diziam (Borboletão, Tá no fogão, Fazendo macarrão,
naturezas, influenciar o outro e estabelecer
fazer xixi pelo pinto, que o menino tem pinto, Mamãe me disse, que é pecado, subir no
relações interpessoais. Seu aprendizado
percebeu-se a importância de fazer telhado, e cair pelado), começou-se a
acontece dentro de um contexto. As palavras
provocações às crianças quanto aos nomes questionar sobre: O que é pelado? Quando
só têm sentido em enunciados e textos que
científicos da parte do corpo do menino e da podemos ficar assim sem roupa? Para fazer
significam e são significados por situações.
menina, oportunidade de pesquisa, xixi o menino tem o que? E amenina? Qual a
A linguagem não é um vocabulário, lista de
exploração e descobertas relacionadas ao seu diferença da menina e do menino?
palavras ou sentenças. É por meio do diálogo
próprio corpo. Foram ouvidas e registradas diversas
que a comunicação acontece" (BRASIL, v.1,
De acordo com Lilian Katz (apud respostas como: Só podemos tomar banho
1998, p 120-121). Quando um deles sugeriu
Edwards), quando os adultos comunicam um sem roupa; A menina usa calcinha e o menino
que cantássemos a música do sapo, que é
sincero e sério interesse pelas ideias das usa cueca; O menino tem pinto, a menina
assim:
crianças em suas tentativas de se tem perereca; O menino tem passarinho; Na
Eu vi um sapo/ Na beira do rio/ De camisa branca/
expressarem, um trabalho rico e complexo calça não pode fazer xixi, só no vaso; Mas o
De calça lim/ Tchike bum bum bum/ Tchike bum
pode ocorrer, mesmo entre crianças muito pinto é o filhote da galinha.
bum bum/ Não era sapo/ Nem perereca/ Era os
pequenas (1999, p.49). Planejou-se para o dia Depois dessa conversa e escuta das
meninos/ Só de cueca/ Tchike bum bum bum/
seguinte contar a história da Dona Ricota vai ideias e hipóteses das crianças pediu-se que
Tchike bum bum bum. Eu vi um sapo/ Na beira
do rio/ De camisa branca/ De calça lim/ Tchike
a praça, com a intenção de provocá-los a eles fizessem uma representação através do
* CRISTIANE FERREIRA ABAIDE, Pedagoga. Especialista em Supervisão Escolar. Mestranda em Políticas e Administração da
Educação pela UNTREF/Buenos Aires/Argentina. Coordenadora Pedagógica de Educação Infantil, Professora da Rede Estadual do Rio
Grande do Sul. Professora Tutora UNINTESE/UCB. Integrante da comissão organizadora do 2º Encontro do Fórum de Educação Infantil
das Missões. Diretora da 14ª CRASSES/Santo Ângelo.
** TAIS MELLO DOS SANTOS, Pedagoga. Especialista em Educação Infantil. Professora Municipal de Educação Infantil.
*** VALQUIRIA COLCET, Especialista em Supervisão Escolar e Orientação Educacional. Professora de Educação Infantil.
RESUMEN
Este informe que sigue se refiere a una experiencia desarrollada en una clase de la guardería a niños de
entre dos y tres años en una Escuela Municipal de Educación Infantil en la Ciudad de San Ángelo. El estudio fue
realizado por dos profesores con la coordinación pedagógica de la escuela.
Palabras clave: educación preescolar. De rutina. Cuerpo Humano
RESUMO
Este trabalho é uma reflexão sobre a importância da participação e colaboração da família e de toda comunidade
escolar na construção de uma escola democrática, onde os valores, a ética, o respeito e a educação como um todo,
são base na construção da cidadania.
Palavras-chave: Democracia. Família. Escola. Conscientização. Participação.
são vítimas deles. Os jovens não sabem ser Democrática ainda está em construção. Há CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes,
professores fascinantes. Rio de Janeiro:
contrariados. Nunca na história assistimos a dificuldades em se construir essas parcerias, Sextante,2003. http://
crianças e jovens dominando tanto os adultos" a participação dos pais é restrita, demonstrada www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/
(2003). pelo pouco interesse e comparecimento nas pde/arquivos/1171-4.pdf> Acesso em: 05
de junho de 2012. Às 20 horas.
Os pais não sabem como se portarem Assembleias de Pais, entrega de boletins,
Resumen
Este trabajo es una reflexión sobre la importancia de la participación y la colaboración de la familia y toda la
comunidad escolar en la construcción de una escuela democrática, donde los valores, la ética, el respeto y la
educación en su conjunto se basa en la construcción de la ciudadanía.
Palabras clave: democracia, de la familia, la escuela, la sensibilización, la participación.
Resumo
Este trabalho vai identificar a importância da Gestão na Inclusão de crianças com necessidades educativas especiais
na Escola de Educação Infantil, estabelecendo ligação com a Equipe Docente, que possibilitará a Implementação
gradual do Projeto de Educação Inclusiva. Buscará conhecer o papel do Projeto Político Pedagógico e a importância
da Formação Continuada.
Palavras-chave: Educação Infantil. Educação Inclusiva. Projeto Político Pedagógico. Formação Continuada.
1
Alijar - lançar fora da embarcação, desembaraçar, arremessar.
Espaço Inovação - Revista Pedagógica - No 9, junho, 2 0 12 27
que é de todos. Contar com a participação da necessidades educativas especiais, em um ambiente acolhedor, integrador e
família e da comunidade fortalece a respeitando sua cultura, de modo a favorecer lúdico.
segurança e faz com que a escola caminhe o resgate da cidadania; a promoção de suas A classe inclusiva precisa ser pré-
na direção de cumprir com sua missão e potencialidades; o despertar para o planejada. Aspectos importantes são: a
persiga nos seus diferentes objetivos (Aranha, compromisso comunitário e a vivência formação de relacionamentos, um ambiente
2004). solidária participativa, solidificando desta afetuoso e generoso, a igualdade, a
É preciso levar em conta o Projeto forma, seu papel social e possibilitando às possibilidade de apoio permanente, e altas
Político Pedagógico, as adaptações referentes crianças uma educação de qualidade, expectativas em relação a necessidades
às atividades e as adaptações individuais para preservando seu bem-estar físico, e múltiplas. As estratégias valorizadas são o
o atendimento a cada aluno. No caso do estimulando seus aspectos cognitivo, trabalho em equipe de professores e alunos,
Projeto Político Pedagógico, ele tem que ser emocional e social. a aprendizagem cooperativa, a intensificação
pensado de forma a atender todos os alunos, das relações sociais, as adaptações de
focando a organização escolar e seus 5 FORMAÇÃO CONTINUADA equipamentos e a gestão curricular.
serviços de apoio, garantindo que todos No Projeto Político Pedagógico da (Pacheco, p. 115). Diante do novo paradigma
possam alcançar um mesmo objetivo dentro escola deve estar contemplado um tema educacional, que traz novos personagens para
da sala de aula. fundamental para a organização curricular a escola, com suas individualidades, saberes
O Projeto Político Pedagógico de que é a Formação Continuada dos e bagagens a serem desvendadas, é muito
uma escola é o instrumento teórico professores. Esses encontros onde os diálogos importante que a formação dos professores
metodológico, definidor das relações da educacionais são à base do trabalho dê conta de atividades e alternativas que
escola com a comunidade a quem vai atender, pedagógico na escola, devem acontecer facilitarão às crianças a superarem suas
explicita o que se vai fazer, porque se vai através de reuniões, de maneira tranquila e dificuldades, para sua aprendizagem e com
fazer, para que se vai fazer, para quem se com muito embasamento. É nessa isso criar hábitos e atitudes saudavéis.
vai fazer e como se vai fazer. É nele que se perspectiva que a escola deve promover Como se considera o professor uma
estabelece a ponte entre a política educacional cursos, formações e reuniões de equipe com referência para o aluno e não apenas um mero
do município e a população, por meio da temas variados que vão desde a legislação, instrutor, a formação enfatiza a importância
definição dos princípios, dos objetivos aprendizagem, nutrição, adaptação, de seu papel tanto na construção do
educacionais, do método de ação e das desenvolvimento infantil, afetividade, conhecimento, como na formação de atitudes
práticas que serão adotadas para favorecer o socialização. Esses estudos contribuem para e valores do cidadão. Assim sendo, a
processo de desenvolvimento e de aumentar o conhecimento teórico e prático formação vai além dos aspectos instrumentais
aprendizagem das crianças e adolescentes dos profissionais da educação sobre as do ensino (Mantoan, p. 49).
da comunidade (Aranha, 2004). necessidades educativas especiais, em Criar um espaço da prática de valores
No Projeto Político Pedagógico que é relação ao processo de aprendizagem com o essenciais à vida com dignidade, onde estão
uma proposta flexível a ser concretizada nos objetivo de mudar atitudes e comportamentos. presentes: o respeito, a solidariedade, a
projetos educacionais deve estar contida a Apesar de a inclusão de crianças compreensão mútua, o diálogo e o senso de
organização de propostas e projetos de com necessidades educacionais especiais na justiça é responsabilidade da escola que
inclusão, onde ao receber todas as crianças a rede regular de ensino ser um direito garantido contribui para transformar a realidade atual.
instituição seja parceira e comprometida com pela Constituição Federal, isso não é suficiente A inclusão é uma opção ética e afetiva.
a caminhada de inserção no ambiente escolar. para garantir a construção e o A afetividade depende muito do
Seu desenvolvimento requer desenvolvimento de um sistema educacional professor, porque, se ele acolher a criança
reflexão, organização de ações e a inclusivo. Para tanto, é necessário que a com necessidades educativas especiais, o
participação de todos - professores, comunidade escolar se disponha a aceitar e grupo de trabalho em que ela participa terá
funcionários, pais e alunos, num processo a participar desse processo, que é mais grandes chances de acolhê-la bem. A maneira
coletivo de construção. Sua sistematização complexo do que somente inserir a criança como o professor se relaciona com o aluno
nunca é definitiva, o que exige um com deficiência, fisicamente, numa sala de dito especial reflete nos demais, servindo
planejamento participativo, que se aperfeiçoa aula comum (Aranha, 2004). como modelo. O professor é um modelo de
constantemente durante a caminhada. A atuação do professor fará toda a identidade para a turma. Assim, seu papel
Nenhuma escola poderá alcançar objetivos diferença no desenvolvimento da como motivador de relações afetivas é
significativos, para os alunos e para a aprendizagem da criança com necessidades preponderante. Afetividade é importante,
comunidade na qual se encontra inseridos, educativas especiais, que procurará integrar tanto para crianças, quanto para adultos, e
se não tiver um projeto que norteie e dê e montar planos de aulas que não dividam a assim se incluem os professores, que
suporte para a ação de cada um de seus turma e sim possibilite a cooperação, o também precisam de afeto, também
agentes (Aranha, 2004). diálogo. Respeitar as diferenças e a precisam se sentir bem. Os professores, neste
Ao implementar um Projeto Político individualidade de cada criança processo de educação escolar inclusiva,
Pedagógico a escola deve atender às transformando o ambiente da sala de aula também precisam ser "incluídos", uma vez
necessidades educacionais dos alunos com que o sucesso deste também depende deles
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(Selau, p. 84). responsáveis pela inclusão de alunos que vem Brasília: Ministério da Educação e do
Desporto - Brasília: 1998.
Nesse contexto o professor deve se sendo excluídos do sistema de ensino. "A
__________. Referencial curricular
organizar para dar conta das múltiplas inclusão, então, aparece como propulsora de
nacional para a educação infantil:
questões educacionais, revendo sua prática, uma nova visão da escola. Agora sob a estratégias e orientações para a
sua metodologia e tornando-se o grande narrativa do respeito às diferenças, educação de crianças com necessidades
educacionais especiais. Ministério da
mediador do processo de adaptação, ensino- oportuniza-se a educação diferente para Educação - Brasília: MEC, 2000.
aprendizagem e inclusão efetiva das crianças compensar as diferenças sociais." (p. 407).
__________. Programa educação
com necessidades educativas especiais, A inclusão é um desafio! Isto é um Inclusiva - Direito à adversidade - Brasília:
buscando parceria com a família e sendo fato que está transformando a educação e o Ministério da Educação - Secretaria De
Educação Especial, 2004.
agente efetivo do que acontece dentro da papel da escola como um sistema integrado
escola. Facion (2008) esclarece: "Nesse é fundamental. Tal desafio implica a ação de DECLARAÇÃO DE SALAMANCA e linha
de ação sobre necessidades
contexto, o professor vem extrapolando sujeitos que se encontram conectados, os educacionais e especiais, Brasília. Editora
progressivamente o seu caráter de mediador quais não podem prescindir de sua Corde, 1994.
do processo de conhecimento do aluno, responsabilidade para que esta escola DRAGO, Rogério. Inclusão na Educação
ampliando a sua missão para além da sala de inclusiva se torne possível. Esta Infantil. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.
aula, a fim de garantir uma articulação entre responsabilidade conjugada engloba os FACION, Jose Raimundo. Inclusão
a escola e a comunidade" (p.145). próprios alunos, as famílias, os professores, escolar e suas implicações. Curitiba:
IBPEX, 2008.
A proposta de formação deve se as equipes diretivas e pedagógicas, os
FERREIRA, Maria Clotilde Rosseti (org.)
basear em princípios educacionais efetivos, funcionários, e, finalmente, os gestores do Os fazeres na educação Infantil. São
onde podemos reconhecer à cooperação, a projeto político pedagógico (Beyer, p.62). Paulo. Cortez. 2000.
autonomia intelectual e social, a Lei de Diretrizes e Bases da
aprendizagem significativa e o Educação Nacional (LDBN). Lei nº 9394/
reconhecimento do papel de mediador do 96. Disponível em pt.wikipedia.org/wiki/
Lei_de_Diretrizes_e_Bases_da_
professor na sala de aula, no contato direto Educa%C3%A7%C3%A3o_Nacional
com as crianças. Nesse contexto o professor MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão
é uma referência para o aluno e não apenas REFERÊNCIAS Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?
um mero instrutor, pois enfatiza a importância São Paulo: editora Moderna, 2006.
BEYER, Hugo Otto. Inclusão e avaliação
de seu papel tanto na construção do na escola de alunos com __________, Maria Teresa Egler. A
necessidades educacionais integração de pessoas com
conhecimento, como na formação de atitudes especiais. Porto Alegre: Mediação, 2010. deficiência. Contribuições para uma
e valores do futuro cidadão. Assim sendo, a reflexão sobre o tema. São Paulo:
BITTAR, M: Silva, J; Mota, M.A.C.
formação continuada vai além dos aspectos Memnon, 2005.
Formulação e implementação da política
instrumentais de ensino. Portanto, a formação de educação infantil no Brasil. In: MICHELS, Maria Helena. Gestão,
RUSSEFF, Ivan; BITTAR, Mariluce. Formação Docente e Inclusão: Eixos
continuada deve adotar uma metodologia de Educação infantil, política, formação de reforma Educacional Brasileira que
busca da identidade da equipe, onde enfatiza e prática docente. Campo Grande, M S: atribuem contornos à Organização
os saberes, os conhecimentos, as crenças, as UCDB, 2003. escolar. Rio de Janeiro. 2006
experiências e as maneiras de trabalhar de BRASIL. A Educação Especial na ROCHA, Ruth. Minidicionário. São
cada professor. Perspectiva da Inclusão Escolar: A Paulo: Editora Scipione, 1996.
Escola Comum Inclusiva. Brasília:
Para Michels (2006) a gestão e a Ministério da Educação, Secretaria de PACHECO, José. Caminhos para a
inclusão: um guia para o
educação inclusiva, juntamente com a Educação Especial, 2004. Disponível em
aprimoramento da equipe escolar.
www.mec.gov.br.
formação de professores, são eixos Porto Alegre: Artmed, 2001.
articulados que atribuem à escola, desde a __________. Diretrizes nacionais para
a educação especial na educação SASSAKI, Romeu. K. Inclusão -
década de 90, uma nova organização. A partir básica. Brasília: Secretaria de Educação construindo uma sociedade para
desse pressuposto, a autora afirma que todos Especial - MEC; SEESP, 2001. todos. Rio de Janeiro: WVA. 1997, p.34.
os professores são gestores da educação e __________. Referencial curricular SELAU, Bento. InCLUSÃO na sala de
nacional para a educação infantil. aula. Editora Evangraf. Porto Alegre,
da escola, sendo que esses profissionais são 2007.
Resumen
Este trabajo será identificar la importancia de la gestión en la inclusión de niños con necesidades educativas
especiales en la Escuela de Educación Infantil, el enlace con la enseñanza en equipo, lo que permitirá la aplicación
gradual del Proyecto de Educación Inclusiva. Tratar de entender el papel del Proyecto Político Pedagógico y la
importancia de la educación continua.
Palabras clave: Educación Infantil, Educación Inclusiva, Proyecto Político Pedagógico, Educación Continua
Certo dia, ao participar de um virei de costas para o restaurante e "terminei o 1º grau, fiz o 2º grau e
evento da Associação dos de repente ouvi uma linda voz atrás estou trabalhando neste restaurante
Orientadores Educacionais do Rio de mim dizendo: "Professora como chefe de cozinha. Venci na vida
Grande do Sul, no Clube do Yolanda!?" Virei-me e dei de cara por sua culpa, pois se não fosse a sua
Comércio, sito à Praça da Alfândega, com um belo exemplar masculino que persistência, o seu bom exemplo,
em Porto Alegre, após o almoço, eu parecida da família do "Adônis" ou talvez eu nem estivesse neste mundo".
e minha amiga e parceira de trabalho "Apolo". Um negro muito lindo. Aliás, Meus olhos se encheram de lágrimas
Angelita Vargas Brazil, fomos a raça negra é muito linda, diga-se pois é emocionante ouvir algo deste
passear pela Rua dos Andradas (Rua de passagem!!! Orgulho-me de ser tipo de alguém que saiu vencedor do
da Praia) para passar o tempo até às descendente desta raça, ainda Campo da Tuca (uma das vilas com
14 horas (horário que recomeçava o misturada com índio paraguaio. maior periculosidade de Porto
evento). Olhamos as vitrinas, Depois do primeiro impacto, disse- Alegre), pois, normalmente se tem
conversamos bastante sobre diversas lhe que se me chamou de professora, notícias daquela clientela pelos
coisas e pouso antes da Casa de deveria ter sido meu aluno. Ele jornais nas páginas policiais ou no
Cultura Mario Quintana, paramos um confirmou, havia sido meu aluno na obituário. Esta é a gratificação que
pouco. Chamei a atenção da Angelita 3ª série do 1º Grau na Escola Estadual se pode esperar quando se é
para a faixada de um restaurante de 1º grau Incompleto Jerônimo de professor. O reconhecimento de que
novo, chamado Qualytá onde foi Albuquerque. Fiquei feliz em ser fiz a diferença nesta vida e na vida
preservada a estrutura antiga e foi reconhecida por um aluno que passou de alguém. Não há dinheiro que
pintada de um rosa muito suave pelas minhas mãos. Mais feliz ainda pague isso!
pendendo para o salmão. Enquanto e emocionada quando ele me disse,
estávamos admirando e comentando quando perguntei o que teria feito da Yolanda Pereira Morel
sobre a fachada do estabelecimento, sua vida depois daquele tempo: Presidente da ASSERS
Em 1963, eu tinha a minha rescindido o contrato). Vinha também, eu era burra ou não era alfabetizada.
primeira turma de alunos (foi quando um modelito da prova para o que se não fosse, que deveria cursar
comecei no magistério). Naquela professor dar uma olhada. Uma das o MOBRAL. eu fiquei tão apavorada
época, as avaliações eram feitas questões trazia o desenho de um com tudo que eu não consegui olhar
somente através de provas que ancinho e pedia que a criança nos olhos a tal fiscal e só enxergava o
vinham, da SMED do município, completasse a palavra que tinha falta colar de bolas que ela trazia colado
prontas e lacradas como se fossem de algumas letras (atividade de no pescoço. Fiquei tão traumatizada
para um vestibular ou concurso. Era lacunas). Quando li esta questão, me que até hoje, quando vejo alguém com
um dia de festa para as famílias. Junto apavorei pois sabia que naquela região um colar de bolas, eu não consigo
com as provas vinha dois fiscais da não se falava em "ancinho" e sim olhar nos olhos da mesma. Hoje,
SMED para aplicar, o instrumento "rastilho ou rastel" e a criançada não quando conto esta história, dou muita
junto, com a professora da sala. Se acertaria. Muito humildemente me risada, mas naquela época foi triste.
no resultado final não houvesse 50% aproximei de uma das fiscais e
mais um de aprovados na turma, a comentei o possível erro na prova. A Maria José Machado de Lima
professora era despedida (era fiscal me encarou e me perguntou se Vice-Presidente da ASSERS
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Retratando Poetas