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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 3ª REGIÃO


Edição nº 65/2015 - São Paulo, quinta-feira, 09 de abril de 2015

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

PUBLICAÇÕES JUDICIAIS I – TRF

Subsecretaria da 3ª Turma

Expediente Processual 35269/2015

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0014832-35.2008.4.03.6112/SP


2008.61.12.014832-8/SP
RELATORA : Desembargadora Federal DIVA MALERBI
APELANTE : Uniao Federal
ADVOGADO : SP000019 TÉRCIO ISSAMI TOKANO
APELADO(A) : Ministerio Publico Federal
PROCURADOR : LUIS ROBERTO GOMES e outro
APELADO(A) : ADILSON VIVIANI VALENCA
ADVOGADO : SP087321 MARIA REGINA RIBEIRO e outro
APELADO(A) : YONE APARECIDA MORELATTI VALENCA
ADVOGADO : SP133187 MARCELO MORELATTI VALENCA e outro
No. ORIG. : 00148323520084036112 3 Vr PRESIDENTE PRUDENTE/SP
DECISÃO
Trata-se de reexame necessário e apelação em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal contra Adilson
Viviani Valenca e Yone Aparecida Morelatti Valenca pela qual, em suma, objetivado o restabelecimento de área de
preservação permanente indevidamente ocupada e requerida a correspondente indenização por danos ambientais.
A liminar foi parcialmente deferida (fls. 47/48).
Contestações às fls. 225/254 e 336/354.
Houve produção de prova oral e pericial (fls. 440/443, 474/477, 558/562 e 607/634).
O Ministério Público Federal apresentou alegações finais (fls. 717/725), pugnando pela improcedência do pedido.
Alegações finais de Yone Aparecida Morelatti Valenca às fls. 726/751.
Sobreveio a r. sentença (fls. 757/760), pela qual julgados improcedentes os pedidos veiculados e condenado o autor à
restituição integral das custas e dos honorários de perito adiantados. O r. decisum salientou, ainda, que a execução dos
ônus sucumbenciais deveria recair sobre a União, uma vez que o Ministério Público Federal não dispunha de
personalidade jurídica própria.
Apelou a União, na qualidade de terceira prejudicada, alegando, em síntese, o seguinte: a) violação dos preceitos do
contraditório e da ampla defesa, uma vez que recebeu condenação sem participar da lide; b) ser de rigor a desoneração do
Ministério Público quanto aos ônus sucumbenciais, eis que incabíveis na espécie por força do art. 18 da Lei 7.347/85; c) não
se cogitar de má-fé, pois, à época das vistorias e do ajuizamento desta ação, a intervenção na área de preservação
permanente era evidente, situação fática que foi modificada somente no curso do processo, daí porque ser necessária,
também, a alteração do fundamento legal do dispositivo da r. sentença, para que passe a constar extinção do processo sem
resolução de mérito por carência superveniente, nos termos do art. 267, inciso VI, do CPC (fls. 766/776).
Contrarrazões de Yone Aparecida Morelatti Valenca às fls. 785/797 e do Parquet às fls. 799/781, estas últimas
defendendo o parcial provimento do recurso.
A douta Procuradoria Regional da República opinou pelo provimento do apelo (fls. 808/809).
É o relatório.
DECIDO.
Cabível na espécie o art. 557 do Código de Processo Civil.
De início, ainda que disso não se tenha cogitado na instância inferior, registre-se que a r. sentença está submetida ao
reexame necessário, à semelhança do que se verifica no manejo da ação popular, consoante a jurisprudência assente do
Superior Tribunal de Justiça e deste Tribunal Regional Federal, aplicando-se por analogia a Lei nº 4.717/65, a qual prevê, no
respectivo artigo 19, que "a sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau
de jurisdição". Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. REEXAME NECESSÁRIO. CABIMENTO.
APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DO ART. 19 DA LEI 4.717/1965.
1. "Por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65, as sentenças de improcedência de ação civil
pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário" (REsp 1.108.542/SC, Rel. Ministro Castro Meira, j. 19.5.2009,
Dje 29.5.2009). 2. Agravo Regimental não provido.
(AGREsp 1219033/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, v.u., DJe 25/04/2011).
CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
REEXAME NECESSÁRIO. RETENÇÃO DE CARTÕES BOLSA ESCOLA/BOLSA FAMÍLIA. RECEBIMENTO DE BENEFÍCIO
INDEVIDAMENTE. PROCEDÊNCIA PARCIAL DOS PEDIDOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS INDEVIDOS.

http://web.trf3.jus.br/diario/Consulta/VisualizarDocumentosProcesso?numerosProcess... 14/08/2015
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I. Em sede de ação civil pública, a sentença deverá ser submetida ao reexame necessário quando deixar de acolher
integralmente a pretensão posta na peça inaugural, à semelhança do que se verifica no manejo da ação popular, aplicando-
se por analogia a L. 4.717/65. Precedentes do STJ.
(...)
VI. Incabível fixação de honorários advocatícios em razão da interpretação sistemática e isonômica do art. 18 da L.
7.347/85. Precedentes do STJ.
(...)
VIII. Apelação da ré desprovida. Apelação do Autor e Remessa oficial, tida por submetida, provida em parte.
(TRF 3ª Região, QUARTA TURMA, AC 0004922-36.2007.4.03.6106, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL ALDA BASTO, julgado
em 06/11/2014, e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/11/2014).
Nesse passo, desacolhida a pretensão do Ministério Público Federal nesta ação civil pública, de rigor submeter o
provimento ao duplo grau obrigatório.
A propósito, no que diz respeito ao mérito, a r. sentença não merece reparos.
Com efeito, o relatório de vistoria do IBAMA (fls. 68/71) e o laudo técnico ambiental elaborado por perito (fls. 607/634)
atestaram, de forma inequívoca, que o imóvel dos réus não estava a menos de 100 (cem) metros de reservatório artificial
de usina hidrelétrica e, portanto, não invadia área de preservação permanente.
Logo, não se verificou infringência ao disposto no art. 2º, "b", da Lei 4.771/65 (antiga redação do Código Florestal),
regulado pelo art. 3º, inciso I, in fine, da Resolução 302/2002 do CONAMA.
Tanto assim que o Ministério Público Federal, autor da demanda, após ampla dilação probatória, pugnou pela
improcedência do pedido em alegações finais.
Ademais, inexistente incursão inferior a 100 metros, torna-se irrelevante discutir se a área envolvida é urbana ou rural, já
que, naquela, o alastramento poderia atingir até 30 (trinta) metros da área de preservação (art. 3º, I, primeira parte, da
Res. Conama 302/2002).
Por sinal, contrariamente ao argumentado pela União no respectivo recurso voluntário, se o Estado-juiz analisa o mérito da
causa após valoração dos fatos e provas apresentados, sendo desacolhida a pretensão da parte autora, o caso é de
improcedência e não extinção por carência da ação, consoante preconiza o art. 269, I, do Código de Processo Civil.
Com efeito, "se o juiz realizar cognição profunda sobre as alegações contidas na petição, após esgotados os meios
probatórios, terá, na verdade, proferido juízo sobre o mérito da questão". (STJ: REsp 1.125.128/RJ, DJe 18/9/2012; REsp
930.336- MG, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, j. em 6/2/2014).
Por outro lado, é pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte Regional no sentido de que,
considerado o art. 18 da Lei 7.347/85, nos casos em que a pretensão veiculada em ação civil pública promovida pelo
Ministério Público for julgada improcedente, somente haverá condenação a ônus sucumbenciais quando comprovada má-fé.
Veja-se:
I) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL DE VIAÇÃO NOSSA SENHORA APARECIDA LTDA. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. PERMISSÃO DE TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO SEM LICITAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. PAGAMENTO DE HONORÁRIOS EM FAVOR DO DETRO/RJ.
IMPOSSIBILIDADE. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. ANÁLISE QUANTO À IMPRESCINDIBILIDADE DA PROVA
REQUERIDA. IMPOSSIBILIDADE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 7/STJ. ALEGADA OFENSA À CLÁUSULA DE
RESERVA DE PLENÁRIO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. PREJUDICIALIDADE DAS DEMAIS
QUESTÕES SUSCITADAS.
1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as questões essenciais ao
julgamento da lide, concluindo não haver nenhum indício de ter a demandada sofrido cerceamento de defesa.
2. Da mesma forma que não cabe condenação da parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios em
favor do Ministério Público no bojo da ação civil pública, exceto em caso de comprovada má-fé, também deve
ser afastada a sucumbência estabelecida em favor do DETRO/RJ, admitido como parte ativa legítima na
demanda, notadamente por ter referido órgão participação decisiva na celebração do contrato de adesão, tanto
é assim que foi inicialmente arrolado como réu pelo autor originário da ação civil pública.
3. Admite-se o julgamento antecipado da lide, sem a produção de outras provas requeridas pelas partes, quando o julgador
ordinário considera suficiente a instrução do processo. Impossibilidade de aferir se a prova requerida era ou não
imprescindível, diante da necessidade de incursão ao contexto fático-probatório dos autos.
Incidência da Súmula 7/STJ.
4. A falta de prequestionamento da matéria suscitada no recurso especial, a despeito da oposição de embargos de
declaração, impede o seu conhecimento (Súmula 211 do STJ).
5. Prejudicada a análise das demais questões suscitadas em razão do acolhimento da pretensão deduzidas no recurso
especial do MPE/RJ.
6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido.
(...)
(REsp 1422427/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/12/2013, Dje 18/12/2013, grifei).
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROCEDÊNCIA. MINISTÉRIO
PÚBLICO. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ.
MULTA. DESCABIMENTO. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. É pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que, nos casos em que a ação civil pública
proposta pelo Ministério Público for julgada improcedente, somente haverá condenação ao pagamento de
honorários advocatícios quando comprovada a má-fé do órgão ministerial, nos termos do art. 18 da Lei
7.347/85. Tal hipótese não ficou configurada no caso examinado, o que impõe o afastamento da condenação
aos ônus sucumbenciais.
2. Nesse sentido, os seguintes precedentes desta Corte Superior: REsp 764.278/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, DJe de 28.5.2008; REsp 896.679/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 12.5.2008; REsp 419.110/SP, 2ª
Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ de 27.11.2007; AgRg no Ag 542.821/MT, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de
Noronha, DJ de 6.12.2006.
3. "Não caracteriza litigância de má-fé nem embargos protelatórios a oposição de embargos de declaração com o propósito
de prequestionar matéria para eventual propositura de recurso especial ou extraordinário" (excerto da ementa do REsp
612.519/RS, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ de 6.11.2006, p. 307).
4. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 887.631/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/06/2010, DJe
28/06/2010, grifei).
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSÊNCIA DE RECURSO DO ASSISTIDO. APELAÇÃO DA
ASSISTENTE SIMPLES. POSSIBILIDADE APENAS NA PARTE EM QUE DEMONSTRE PREJUÍZO. REEXAME NECESSÁRIO.
CABIMENTO. APLICAÇÃO POR ANALOGIA DO ART. 19 DA LEI 4.717/65. HONORÁRIOS PERICIAIS. CONDENAÇÃO DO

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MINISTÉRIO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. SALVO SE COMPROVADA MÁ-FÉ. ART. 18 DA LEI Nº 7.347/85. IMPOSIÇÃO DO
ÔNUS À UNIÃO. INAPLICABILIDADE. MERO ASSISTENTE.
1. "A assistência simples impõe regime de acessoriedade, ex vi do disposto no art. 53 do CPC, cessando a intervenção do
assistente acaso o assistido não recorra. É que o assistente não pode atuar em contraste com a parte assistida (in Luiz Fux,
Intervenção de Terceiros, Ed. Saraiva), e in casu, o antagonismo se verifica porque a União manifestou expressamente o
seu desinteresse em recorrer, enquanto o Estado do Rio de Janeiro interpõe o recurso especial." (STJ - 2ª Turma - excerto
do REsp nº 1.056.127/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, DJe 16.09.2008). Apelação acolhida apenas na parte em
que a União foi condenada ao pagamento de honorários periciais.
2. "Por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65, as sentenças de improcedência de ação civil
pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário." (REsp 1.108.542/SC, Rel. Ministro Castro Meira, DJe
29.05.2009).
3. A jurisprudência dos tribunais superiores distingue as hipóteses de aplicação do artigo 18 da Lei 7.347/85,
de modo que não são devidas custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas quando
se trata de processo cognitivo em que não haja pretensão manifestamente infundada ou litigância de má-fé.
Não ocorrentes estas hipóteses, não há que se falar em ônus de sucumbência.
4. Se a União participou da lide apenas como assistente simples, sem que tenha requerido ou participado da
perícia, não se lhe pode exigir que responda pelos honorários do perito.
5. Não conheço de parte da apelação e na parte conhecida, inclusive como consequência do reexame necessário, dou-lhe
provimento para afastar a condenação ao pagamento dos honorários periciais imposta à União, mantida no mais a sentença.
(TRF 3ª Região, QUARTA TURMA, AC 0013561-86.1992.4.03.6100, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRE NABARRETE,
julgado em 16/08/2012, e-DJF3 Judicial 1 DATA:06/09/2012, grifei).
Volvendo à hipótese dos autos, não se verifica, em absoluto, má-fé do Parquet pelo ajuizamento desta demanda. De fato, a
petição inicial veio instruída, entre o mais, com procedimento administrativo lavrado pela Polícia Militar, bem como outros
laudos e vistorias prévios, todos indicando ocorrência de violações ambientais na área objeto da controvérsia, o que, aliás,
embasou a decisão do MM. Juízo a quo que deferiu parcialmente antecipação dos efeitos da tutela, a qual somente foi
revogada na r. sentença.
A bem da verdade, a prova coligida durante a instrução processual indicou que os réus somente finalizaram as
regularizações necessárias após a determinação judicial exarada em antecipação de tutela, o que suficiente para afastar
qualquer interpretação que desqualifique o processo como temerário.
Além do mais, o fato do órgão ministerial ser desprovido de personalidade jurídica própria, a condenação da União Federal
no ressarcimento de quaisquer custas e despesas processuais exigiria a comprovação, no próprio feito ou em processo
autônomo com este objetivo específico, de evidente má-fé na sua atuação processual.
Ante o exposto, com fundamento no art. 557, caput e §1º-A, do Código de Processo Civil, dou provimento ao
recurso de apelação da União Federal, bem como parcial provimento ao reexame necessário, e, em parcial
reforma ao r. julgado de 1º grau, afasto a condenação da apelante no pagamento e/ou ressarcimento dos ônus
sucumbenciais.
Observadas as formalidades legais, baixem os autos à Vara Federal de origem.
Intimem-se.
São Paulo, 06 de abril de 2015.
CARLOS DELGADO
Juiz Federal Convocado

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