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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


QUARTA CÂMARA CRIMINAL
APELAÇÃO CRIMINAL nº. 0391495-25.2015.8.19.0001
ORIGEM: 28ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL
ARTIGOS: 306 DA LEI 9.503/97, 329 E 331, AMBOS DO CP, N/F DO 69 DO CP,
TODOS C/C 61, I E 65, III, "d", DO CP
APELANTE 1: MINISTÉRIO PÚBLICO
APELANTE 2: RODRIGO NEGREIROS SILVA
APELADO: OS MESMOS
RELATORA: DESª. GIZELDA LEITÃO TEIXEIRA

APELAÇÃO CRIMINAL. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE, DESACATO E RESISTÊNCIA


EM CONCURSO MATERIAL. Art. 306 da Lei nº 9.503/97, art. 329 e art. 331,
ambos do CP, n/f do art. 69 do CP, todos c/c art. 61, I e art. 65, III, "d", do CP.
Pena: 01 ano e 02 meses de detenção e 10 dias-multa, em regime semiaberto,
além de suspensão do direito de dirigir veículo automotor pelo prazo de 02
meses. Substituída a PPL por duas PRD, consistentes em limitação de fim de
semana e de prestação de serviços à comunidade. Narra a denúncia que o
apelante/apelado, com vontade livre e consciente, conduzia o veículo
automotor com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de
álcool, além disso desacatou funcionário público no exercício de sua função. Por
fim, se opôs à execução de ato legal, mediante violência contra funcionário
público. SEM RAZÃO A DEFESA. Da absolvição dos delitos. Impossibilidade.
Prova robusta. Autoria induvidosa. Laudo de Alcoolemia. Comprovado que
estava dirigindo sob o efeito de álcool. Os agentes da lei confirmaram que o ora
apelante apresentava sinais de embriaguez, tendo sido encontrado um copo de
bebida no interior do seu veículo. Desacatou os policiais e se recusou a
obedecer às ordens policiais mediante violência. Após os impropérios
proferidos, o apelante foi abordado, tendo resistido à prisão, não aceitando sair
do carro, tendo, inclusive, mordido a mão do policial civil Sandro, conforme
atesta o Laudo. O próprio apelante confirmou que estava muito embriagado e
que mordeu um dos agentes da lei. A prova testemunhal também confirma a
versão dos policiais. Suprimida a exigência de efetiva lesividade da conduta
imputada. Crime de perigo abstrato. Não restou excluída a sua imputabilidade.
Conformada a acusação quanto à dosimetria e regime de pena. COM RAZÃO O
MP. Cabível o afastamento da substituição da pena corporal. É inadmissível a
substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos,
conforme óbice do art. 44, I e II, do CP, eis que o crime foi perpetrado mediante
violência, tendo o apelante mordido um dos policiais civis, conforme prova
carreada aos autos. Comprovado que se trata de agente reincidente. Face o
exposto, dou provimento ao recurso ministerial para afastar a substituição da
pena corporal, ficando RODRIGO NEGREIROS SILVA condenado pela prática dos

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Assinado em 22/11/2019 12:20:46


GIZELDA LEITAO TEIXEIRA:24764 Local: GAB. DES(A). GIZELDA LEITAO TEIXEIRA
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crimes previstos no art. 306 da Lei nº 9.503/97, art. 329 e art. 331, ambos do CP,
n/f do art. 69 do CP, todos c/c art. 61, I e art. 65, III, "d", do CP, às penas de 01
ano e 02 meses de detenção e 10 dias-multa, em regime semiaberto, além de
suspensão do direito de dirigir veículo automotor pelo prazo de 02 meses.
DESPROVIMENTO DO RECURSO DEFENSIVO. PROVIMENTO DO RECURSO
MINISTERIAL.

Vistos, relatados e discutidos estes autos do apelo em que


figuram como apelantes MINISTÉRIO PÚBLICO e RODRIGO NEGREIROS SILVA
e como apelado OS MESMOS, acordam os Desembargadores que integram a
Colenda Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, em julgamento nesta data, por Unanimidade de votos em negar
provimento ao defensivo e dar provimento ao recurso ministerial.

Rio de Janeiro, 19/11/2019.

DESª. GIZELDA LEITÃO TEIXEIRA - Relatora

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


QUARTA CÂMARA CRIMINAL
APELAÇÃO CRIMINAL nº. 0391495-25.2015.8.19.0001
ORIGEM: 28ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL
ARTIGOS: 306 DA LEI 9.503/97, 329 E 331, AMBOS DO CP, N/F DO 69 DO CP,
TODOS C/C 61, I E 65, III, "d", DO CP
APELANTE 1: MINISTÉRIO PÚBLICO
APELANTE 2: RODRIGO NEGREIROS SILVA
APELADO: OS MESMOS
RELATORA: DESª. GIZELDA LEITÃO TEIXEIRA

RELATÓRIO E VOTO

Consta dos autos, conforme denúncia, em resumo, que:

“No dia 18/09/2015, por volta das 07h30, no interior do posto


de combustível BR, situado na Avenida Chrisóstomo Pimentel
de Oliveira, n° 2000, Pavuna, nesta cidade, RODRIGO
NEGREIROS SILVA, de forma livre e consciente, conduzia
veículo automotor com a capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool.

Sem prejuízo, nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar,


RODRIGO, livre e conscientemente, desacatou funcionário
público no exercício de sua função.

Não obstante, também nas mesmas circunstâncias de tempo e


lugar, RODRIGO, livre e conscientemente, se opôs à execução
de ato legal, mediante violência contra funcionário público.

Policiais civis pertencentes à Coordenadoria de


Recursos Especiais - CORE, estavam estacionados em sua
viatura policial no posto de combustível BR no endereço acima
mencionado quando, subitamente, se aproximou RODRIGO
dirigindo seu veículo, estacionando-o ao lado dos agentes da
lei.

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Ato contínuo, RODRIGO, que aparentava estar embriagado, se


dirigiu aos policiais e falou "Vai perder esse fuzil! Tá olhando o
que? Vai tomar no cú! ".

Diante da ofensa verbal, os agentes da lei solicitaram ao


RODRIGO que saísse de seu veículo e colocasse as mãos sobre
o mesmo, o que não foi obedecido por ele que, resistindo à
ordem dos policiais, mordeu a mão do policial Sandro Cesar
Justi da Silva, causando-lhe a lesão descrita no AECD de fl. 05.

Sendo assim, os agentes da lei deram voz de prisão em


flagrante delito à RODRIGO e o conduziram à presença da
Autoridade Policial, que, percebendo o seu nítido estado de
embriaguez, determinou que o mesmo fosse conduzido ao IML
para a realização de um exame clínico.

Realizado o exame, constatou-se que RODRIGO apresentava


hálito etílico, escleróticas avermelhadas, marcha atípica e
alteração nos exames neuro-somato-psíquicos, sinais típicos de
embriaguez.”

Processado perante à 28ª Vara Criminal da Comarca da Capital,


sobreveio sentença (doc. 265), onde foi julgada procedente a denúncia para
condenar RODRIGO NEGREIROS SILVA pela prática dos crimes previstos no
art. 306 da Lei nº 9.503/97, art. 329 e art. 331, ambos do Código Penal, n/f
do art. 69 do Código Penal, todos c/c art. 61, I e art. 65, III, "d", do Código
Penal, às penas de 01 (um) ano e 02 (dois) meses de detenção e 10 (dez)
dias-multa, em regime semiaberto, além de suspensão do direito de dirigir
veículo automotor pelo prazo de 02 meses. Substituída a PPL por duas PRD,
consistentes em limitação de fim de semana e de prestação de serviços à
comunidade.

Inconformados, MINISTÉRIO PÚBLICO e RODRIGO NEGREIROS


SILVA recorreram.

O MINISTÉRIO PÚBLICO apresentou razões de apelação no


doc. 281.

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REQUER seja afastada a substituição da pena privativa de


liberdade por restritivas de direitos, uma vez que o apelante/apelado não
preenche os requisitos estabelecidos no artigo 44 do Código Penal.

Contrarrazões defensiva no doc. 292.

RODRIGO NEGREIROS SILVA apresentou razões de apelação


no doc. 318.

REQUER a absolvição em relação aos crimes do art. 306 da Lei


nº 9503/97 e art. 329 do Código Penal, ante a fragilidade probatória.

Em contrarrazões de doc. 325, o Ministério Público pugnou


pelo desprovimento do recurso defensivo.

A Procuradoria de Justiça apresentou parecer no doc. 332,


opinando pelo desprovimento do recurso defensivo e provimento do recurso
ministerial.

É o Relatório.

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VOTO NA APELAÇÃO CRIMINAL Nº. 0391495-


25.2015.8.19.0001

SEM RAZÃO A DEFESA.

Impossível a absolvição dos delitos.

Finda a instrução criminal, restou comprovado que o apelante


estava dirigindo sob o efeito de álcool e desacatou os policiais. Além disso, se
recusou a obedecer às ordens policiais mediante violência, conforme narrada
na peça acusatória.

A materialidade e a autoria dos delitos restaram sobejamente


demonstradas pelo conjunto probatório carreado aos autos.

A materialidade restou positivada através do Auto de Prisão


em Flagrante de doc. 006, do Registro de Ocorrência Aditado nº 039-
06481/2015-02 de doc. 038, do Laudo de Exame de Alcoolemia de doc. 166,
atestando que o apelante estava sob a influência de álcool e do Laudo de
Exame de Corpo de Delito de Lesão Corporal do policial civil Sandro Cesar
Justi da Silva (doc.193).

Com efeito, o Laudo de Exame de Alcoolemia atestou,


inclusive, que o próprio apelante relatou que havia ingerido bebida alcóolica.

Consta no referido Laudo de Exame de Corpo Delito de Lesão


Corporal, doc. 193:

“0 exame direto apura: escoriação fina e com crosta


hemática, medindo 02mm, na palma da mão esquerda, base
do polegar”; provocada por ação contundente.

A autoria dos delitos também é induvidosa, diante da prova


oral produzida em juízo, sob o crivo do contraditório e ampla defesa.

O policial civil Anderson Silveira Pereira, em juízo (mídia


audiovisual – doc. 182) relatou o seguinte:

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“que estavam no posto BR da Pavuna; que estavam esperando


ser desocupado; que aí o acusado passou de carro e disse:
“vou aí pegar essa arma de vocês aí!”; que o depoente,
ao ouvir o acusado, pensou que o acusado estivesse
brincando; que o acusado, com a expressão séria, disse: “é
isso mesmo”; que aí o policial Sandro indagou: “o que
você falou, rapaz?”; que o acusado disse: “que o que falei o
que? vai tomar no cu! É isso mesmo!”; que abordaram o
acusado; que havia um outro rapaz com o acusado; que com
muito custo o acusado saiu do seu veículo; que o acusado
mordeu a mão do policial Sandro quando este tentava
imobilizá-lo; (...) que o colega do acusado foi tranquilo; (...)
que o réu estava com sinais de embriaguez; que o depoente
crê que tinha um copo com alguma bebida no carro; que não
escutou o acusado ter dito que havia bebido; (...) que dentro do
carro do acusado havia documentos de terceiros, tipo cartões
bancários, INSS; que o acusado nada justificou acerca
desta documentação encontrada em seu poder; (...) que
levaram o réu à Delegacia de Polícia (DP); que o réu foi ao IML
fazer o exame de alcoolemia foi constatado; que fora do carro
dava para ver que o acusado estava alterado.” (Grifos nossos)

De igual teor foi o depoimento prestado em juízo pelo policial


civil Sandro Cesar Justi da Silva (mídia audiovisual – doc. 182), o qual narrou
o seguinte:

“que estavam no posto de gasolina de esquina na Rua Rio do


Pau, que é a chamada Chrisóstomo e uma outra rua
secundária menor, tinham por hábito parar no posto para
calibrar os pneus, limpar os para-brisas; (...) no momento
em que o acusado estava passando com o carro o
depoente estava indo ao banheiro, localizado numa das
extremidades do posto; que o banheiro do posto é individual;
que o seu colega estava saindo do banheiro e o depoente
estava entrando no banheiro quando o acusado,
conduzindo um carro branco, com os vidros abaixados,

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disse: “vai perder o fuzil” e quando olharam para o acusado


este ainda disse num tom arrogante: “Tá olhando o que?” e
aí ainda os xingou: “vai tomar no cu”, acelerando o carro em
seguida; que o sinal de trânsito fechou e aí fizeram a
abordagem; (...) que havia um carona no carro com o acusado;
que ordenaram que o acusado e o seu colega saíssem do carro;
que o colega do acusado obedeceu tudo que lhe foi pedido; que
o acusado saiu do carro, mas não quis colocar em cima do
carro e se virava para cima do depoente, que estava portando
um fuzil; (...) que o acusado mordeu a mão esquerda do
depoente; que algemou o acusado e o levou para
Delegacia de Polícia; que na Delegacia revistaram o carro
e encontraram alguns documentos do acusado e diversos
outros documentos de várias outras pessoas; que
encontraram também certidões, carimbo do INSS,
comprovante de residência e um “pen drive” que parecia ter
o seu conteúdo criptografado; que na Delegacia o policial
disse para o depoente que o réu teria tido algum
problema no passado com estelionato; que toda parte
investigativa ficou a cargo da 39ª Delegacia de Polícia; (...) que
no próprio carro do acusado havia um copo de uísque no
console central do carro; que levaram o réu para o IML; que o
acusado na frente da perita do IML confessou que tinha
bebido; que o acusado também confessou para o depoente
que tinha bebido; que no exame a perita constatou que o
acusado tinha ingerido álcool.”

No presente feito, evidencia-se que os delitos restaram


plenamente configurados. Isto porque os policiais civis responsáveis pela
lavratura da ocorrência, foram firmes ao narrar que, após os impropérios
proferidos, o apelante foi abordado, tendo resistido à prisão, não aceitando
sair do carro, tendo, inclusive, mordido a mão do policial civil Sandro.

Neste sentido, os agentes da lei confirmaram que o ora


apelante apresentava sinais de embriaguez, tendo sido encontrado um copo
de bebida no interior do seu veículo.
Vale frisar que as supostas pequenas divergências apontadas
pela Defesa, em pontos periféricos nos depoimentos dos policiais não afetam

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a veracidade as narrativas se o contexto geral da narrativa se encontra em


harmonia com os fatos narrados na denúncia.

Inquestionável, que os depoimentos comprovam a farta


materialidade e autoria dos delitos narrados na peça acusatória.

Pelos depoimentos colhidos, restaram evidenciadas as


condutas imputadas ao apelante.

Não há nos autos qualquer motivo para se olvidar da palavra


dos policiais, tais agentes devidamente investidos pelo Estado, cuja
credibilidade de seus depoimentos é reconhecida pela doutrina e
jurisprudência.

Assim, a pretensão defensiva, de desqualificar os depoimentos


policiais, não passa de técnica de defesa, sobretudo porque a jurisprudência
mais abalizada tem confirmado o valor de tais testemunhos, desde que
colhidos sob o crivo do contraditório e corroborados com outras provas
integrantes do arcabouço probatório, tal qual ocorre na espécie.

Cabe transcrever o teor da Súmula nº 70 de nosso E. Tribunal,


a seguir in verbis:

“O fato de restringir-se a prova oral a depoimentos de


autoridades policiais e seus agentes não desautoriza a
condenação”.

Logo, mostra-se desarrazoado o argumento da defesa quanto


à imprestabilidade da prova oral baseada no depoimento de policiais.

O próprio apelante confirmou que no dia dos fatos estava


muito embriagado e que mordeu um dos agentes da lei.

Além disso, a testemunha Marcelo Pereira Barbosa, conhecido


do apelante que estava junto a ele no momento do ocorrido, também
afirmou que Rodrigo reagiu ao ato dos agentes da lei, asseverando que ele
estava muito bêbado e alterado.

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Por outro lado, apesar de o apelante dizer que não se lembra


de ter xingado o policial, os depoimentos judiciais dos agentes de segurança
são uníssonos com os termos de declarações extrajudiciais, o que demonstra
a veracidade dos fatos imputados ao apelante.

Frise-se que a testemunha Marcelo Pereira Barbosa confirmou


a versão dos policiais, afirmando que Rodrigo os xingou e reagiu à ação deles.
Assim, não há como refutar a materialidade, a existência e a autoria

Nessa conjuntura, é de se observar que, a dinâmica descrita


pelos personagens do evento somada a contraditória versão apresentada
pelo apelante, não há a menor possibilidade de se afastar a culpabilidade do
apelante sob o argumento de insuficiência probatória.

No que tange à alegação defensiva, não arguida em sede


preliminar, no sentido de que a denúncia ofertada é inepta em relação as
referidas imputações, tal alegação perde força diante da superveniência de
sentença condenatória, título jurídico que afasta a dúvida quanto à existência
de elementos suficientes não só para a inauguração do processo penal como
também para a própria condenação. Denúncia ofertada que atendeu aos
requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal.

Por certo, restou amplamente comprovada, o estado de


embriaguez, constatado pela prova oral e pericial (resposta positiva ao
quesito específico), além da afirmação do apelante nesse sentido, sendo
irrelevante que não tenha sido acostado aos autos o resultado do exame de
urina.
Frise-se que com o advento da Lei nº 12.760/2012 foi alterado
o preceito primário do art. 306 da Lei nº 9503/97 e suprimida a exigência de
efetiva lesividade da conduta imputada, transmudando a natureza do
supracitado delito de perigo concreto para perigo abstrato.

Assim, pelo fato de o agente se encontrar sob efeito de álcool


ou semelhante, resta configurado o ilícito.

Demonstrado à saciedade, igualmente, que o


apelante/apelado desacatou os agentes da lei, proferindo palavras de baixo
calão, além de se opor à execução de ato legal emanado por funcionário

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competente, agredindo um dos policiais com mordidas que foram detectadas


ao exame realizado pelos peritos.

Impende consignar que o fato do apelante/apelado se


encontrar alcoolizado quando do cometimento dos delitos, não exclui a sua
imputabilidade, pois é sabido que consoante o art. 28 do Código Penal,
somente a embriaguez acidental – aquela que não ocorreu de forma culposa
ou voluntária – afasta a responsabilidade do agente.

Oportuno se toma dizer que as penas foram fixadas nos limites


mínimos. Já na fase posterior, foram reconhecidas as circunstâncias da
agravante da reincidência e da atenuante da confissão, embora parcial, as
quais foram compensadas, restando, neste ponto, conformada a acusação.

Por derradeiro, restou também conformada a acusação em


relação a imposição do regime semiaberto para o início de cumprimento da
pena, eis que o regime fechado seria o único compatível com o atuar do
apelante/apelado, ante a sua reincidência.

COM RAZÃO O MINISTÉRIO PÚBLICO.

Cabível o afastamento da substituição da pena corporal.

No caso em questão, é inadmissível a substituição da pena


privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, conforme óbice do art.
44, inciso I e II, do Código Penal, eis que o crime foi perpetrado mediante
violência, tendo o apelante mordido um dos policiais civis, conforme se
depreende da prova carreada aos autos.

Outrossim, restou notadamente comprovado que se trata de


agente reincidente.

Face o exposto, dou provimento ao recurso ministerial para


afastar a substituição da pena corporal, ficando RODRIGO NEGREIROS SILVA
condenado pela prática dos crimes previstos no art. 306 da Lei nº 9.503/97,
art. 329 e art. 331, ambos do Código Penal, n/f do art. 69 do Código Penal,
todos c/c art. 61, I e art. 65, III, "d", do Código Penal, às penas de 01 (um) ano
e 02 (dois) meses de detenção e 10 (dez) dias-multa, em regime semiaberto,

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além de suspensão do direito de dirigir veículo automotor pelo prazo de 02


meses.

Voto pelo desprovimento do recurso defensivo e provimento


do recurso ministerial, conforme acima construído.

Rio de Janeiro, 19/11/2019.

DESª. GIZELDA LEITÃO TEIXEIRA - RELATORA

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