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3.

NUDEZ: O HOMEM DESACOMODADO

A burguesia rompeu com todos os laços feudais que subordinavam os


homens aos seus “superiores naturais”, e não deixou entre homem e
homem nenhum outro laço senão seus interesses nus, senão o empedernido
salário. Transformou o êxtase paradisíaco do fanatismo piedoso, do
entusiasmo cavaleiresco e do sentimentalismo filisteu na água congelada do
cálculo egoísta. (...) A burguesia despiu o halo de todas as ocupações até
então honoráveis, encaradas com reverente respeito. (...) A burguesia
estirpou da família seu véu sentimental e transformou a relação familiar em
simples relação monetária. (...) Em lugar da exploração mascarada sob
ilusões religiosas e políticas, ela colocou uma exploração aberta,
desavergonhada, direta e nua. (p. 475-76)

Fazer menção do do Feudalismo, onde o servo tem seu papel na sociedade


justificado pela igreja.

Marx trás a distinção entre MUNDO REAL e MUNDO ILUSORIO

Este, faz menção aos tempos antigos e medievais, onde o pensamento tinha
como todo universo a experiencia como ilusorio, e o verdadeiro universo só
é acessivel através de uma transcedencia dos corpos, do espaço e do tempo.

Em algumas tradições, a realidade é acessível através da meditação


religiosa ou filosófica; em outras, só estará à nossa disposição numa
existência futura, pós-morte — “por ora, entrevemos obscuramente através
de um espelho, mas então veremos face a face”, segundo São Paulo.
A moderna transformação, iniciada na época da Renascença e da Reforma,
coloca ambos esses universos na Terra, no espaço e no tempo, preenchidos
com seres humanos.

A moderna transformação, iniciada na época da Renascença e da


Reforma, coloca ambos esses universos na Terra, no espaço e no tempo,
preenchidos com seres humanos. Agora o falso universo é visto como o
passado histórico.
Nesse momento emerge um novo simbolismo. Roupas passam a ser
emblema do velho e ilusório estilo de vida; a nudez vem a representar a
recém-descoberta e efetiva verdade, e o ato de tirar as roupas se torna um ato
de libertação espiritual, de chegada à realidade.
A dialética da nudez que culminará em Marx é definida logo no início
da era moderna, no Rei Lear de Shakespeare. Para Lear, a verdade nua é
aquilo que o homem é forçado a enfrentar quando perdeu tudo o que os
outros homens podem tirar-lhe, exceto a própria vida.

O não apego ao material, "as roupas" é o primeiro passo na direção da


humanidade plena, porque, pela primeira vez, ele reconhece a conexão entre
ele mesmo e outro ser humano.

Pobres miseráveis desnudos, onde quer que estejam,


Que aguardam o golpe dessa impiedosa tormenta,
Como suas cabeças desabrigadas, seus ventres vazios,
Seus rotos e imundos farrapos poderão protegê-los
De intempéries como estas? Oh, dei muito pouca
Atenção a isso! Toma este remédio, oh pompa inútil:
E tu, que possas sentir o que os miseráveis sentem,
Para que o supérfluo de tua dor se espalhe entre eles
E mostre bem clara a justiça dos céus. (III, 4, 28-36)

Só agora Lear chega a ser o que almeja: “rei dos pés à cabeça”. A
tragédia estáem que a catástrofe que o redime humanamente, politicamente o
destrói: a experiência que o qualifica de maneira genuína para ser rei torna
impossível talrealização. Seu triunfo consiste em transformá-lo em algo que
ele jamais havia sonhado ser, um ser humano.

No século XVIII, as metáforas da nudez como verdade e do despir-se


como autodescoberta ganham nova ressonância política. Nas Lettres
Persanes, de Montesquieu, o véu que as mulheres persas são obrigadas a
usar simboliza toda a repressão que a sociedade tradicional inflige às
pessoas. Por contraste, a ausência de véus nas ruas de Paris simboliza um
novo tipo de sociedade “onde reina a liberdade” e onde, conseqüentemente,
“tudo se manifesta, tudo é visível, tudo é audível. O coração se expõe tão
abertamente como o rosto”.12

Marx acredita que os choques, sublevações e catástrofes da vida na


sociedade burguesa habilitam os modernos — agindo através deles, como
ocorre com
Lear — a descobrir o que eles “realmente são”.
4. A METAMORFOSE DOS VALORES

“A burguesia transmudou toda a honra e dignidade pessoais em valor


de troca; e em lugar de todas as liberdades pelas quais os homens têm lutado
colocou uma liberdade sem princípios — a livre troca”.

Quando afirma que todos os demais valores foram “transmudados”


em valor de troca, Marx aponta para o fato de que a sociedade burguesa não
eliminou as velhas estruturas de valor, mas absorveu-as, mudadas. As velhas
formas de honra e dignidade não morrem; são, antes, incorporadas ao
mercado, ganham etiquetas de preço, ganham nova vida, enfim, como
mercadorias. Com isso, qualquer espécie de conduta humana se torna
permissível no instante em que se mostre economicamente viável, tornando-
se “valiosa”. tudo o que pagar bem terá livre curso. Eis aí a essência do
niilismo moderno. Dostoievski, Nietzsche e seus sucessores do século XX
atribuirão isso à ciência, ao racionalismo, à morte de
Deus.

Eis aí a essência do niilismo moderno. Dostoievski, Nietzsche e seus


sucessores do século XX atribuirão isso à ciência, ao racionalismo, à morte
de
Deus.
Marx cre os membros da burguesia de fato desejam um mercado
livre, sua opção será forçar a livre entrada de novos produtos no mercado.
Isto implica, em contrapartida, que toda sociedade burguesa desenvolvida de
maneira plena seja uma sociedade genuinamente aberta, não apenas em
termos econômicos mas também políticos e culturais, de modo que as
pessoas possam sair livremente às compras e à procura dos melhores
negócios em termos de idéias, associações, leis e compromissos sociais,
tanto quanto em termos de coisas.

Com isso, graças ao que Marx chama de “livre competição no campo


do conhecimento” (p. 489), até os produtos e idéias mais subversivos —
como o próprio Manifesto — devem ser autorizados a oferecer-se, na
suposição de que pode haver compradores para eles.

Marx, assim que as idéias de revolução e comunismo se tornarem


acessíveis às massas, haverá compradores, e o comunismo, “como um
movimento autoconsciente, independente, da maioria” (p. 482), assumirá sua
forma própria. Por isso, aceita conviver com o niilismo burguês, a longo
prazo, pois vê como ativo e dinâmico aquilo que Nietzsche chama de
niilismo de força.*

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