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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA


E RESPECTIVAS LITERATURAS
CARLOS EDUARDO DA COSTA CAMPOS

PRODUÇÃO TEXTUAL I

AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

Rio de Janeiro
2016
CARLOS EDUARDO DA COSTA CAMPOS

PRODUÇÃO TEXTUAL I

AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

Trabalho apresentado ao Curso Licenciatura em Língua


Portuguesa e Respectivas Literaturas da UNOPAR -
Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas
[Organização do trabalho pedagógico; Filosofia da educação
e pensamento pedagógico; Psicologia da educação e da
aprendizagem; Seminário da Prática II].

Professores: Mari Clair Moro, Marlizete C. B. Steinle, Regina


Célia Adamuz, Reinaldo B. Nishikawa.

Rio de Janeiro
2016
Introdução:

O século XXI tem sido uma época de grandes transformações em diversas áreas do saber.
Também é um período marcado por inumeras contradições e desafios: como construir uma escola
para todos? Uma tensão que pode ser caracterizada pelo emprego de uma pedagogia diferenciada
e intercultural, porém, a qual convive com tradições pedagógicas de outras épocas. Dessa forma,
compreender as tendências pedagógicas é refletir sobre as formas de ensino e aprendizagem do
passado e do presente para melhorar as ações educativas brasileiras. Um autor base para a nossa
produção textual é João Carlos Libâneo, no artigo intitulado “Tendências pedagógicas na prática
escolar” (1994 b). Tais escritos nos possibilitam analisar a trajetória histórica da educação
brasileira, assim ressaltando as tendências pedagógicas nela presentes, e discutindo alguns aspectos
sociais e políticos. Para Libâneo (1994b), a multiplicidade de Tendências Pedagógicas são
inerentes ao tempo e espaço de cada sociedade.
A educação é uma práxis que envolve um homem “situado” em uma realidade histórica e
social (FREIRE,1975). Afinal, elas simbolizam as próprias modificações de cunho filosófico e
político da época em questão. Logo, a prática escolar está submetida a essas influências
sociopolíticas, assim propagando diferentes formas de conceber o papel do homem no meio social,
bem como o papel da escola e da aprendizagem em cada sociedade. Dialogando com Libâneo (1994
b) e Luckesi (1992) observamos que tais tendências são expostas em dois grandes grupos, os quais
fundamentam-se na historicidade dos mesmos. O primeiro contendo as pedagogias liberais – a
tradicional, a renovada progressivista, a renovada não diretiva e tecnicista. No que tange ao
segundo grupo podemos caracterizar as tendências progressistas em: libertadora, libertária e
histórico-crítica. É o nosso intuito apresentar as ideiais principais de tendência pedagógica, assim
indicando a forma de ensino adotada pelo professor, o que ele reconhece como aprendizagem e o
sistema de avaliação, assim finalizando com as nossas considerações sobre o tema.
Desenvolvimento:

Mediante nossas leituras sobre João Carlos Libâneo (1990) percebemos que a Pedagogia
Liberal concebia a escola como o locus de formação dos alunos e o lugar onde os discentes
tornavam-se habilitados para exercerem seu papel social. Tal ação dava-se através da reprodução
constante dos saberes acumulados de geração para geração e sem a oportunidade de uma crítica
social. Essa concepção de ensino não considera a desigualdade de condições de cada sujeito, assim
propagando uma falácia de igualdade de oportunidades. Convergimos com Libâneo (1994b), que
essa tendência pedagógica “(...) não tem sentido de avançada ou democrática”, pois, ela conforma
os indivíduos e assim reforça a distinção social.
É importante ressaltar que a Pedagogia Liberal possui como primeira fase a Pedagogia
Tradicional. Tal vertente detinha uma base religiosa e foi um momento de formulação de vários
colégios e seminários no Brasil. Vale mencionar que Manuel da Nóbrega foi o responsável por
construir o primeiro plano de educação, o qual era estruturado a partir do: “ensino da língua
portuguesa, a doutrina cristã e o aprendizado da leitura e da escrita”. No que tange ao ensino
musical e do canto, observamos que o mesmo era opcional. O ciclo de estudo findava com a
aprendizagem de práticas agrícolas e da gramática. As turmas eram formadas com alunos em idade
e nível de instrução aproximados. O aluno era ensinado por meio de práticas punitivas, de denúncia
e de premiações. A pedagogia tradicional foi institucionalizada pelos jesuístas com suporte do
Ratio Studiorum, o qual era um código com 467 regras que regia todas as atividades de ensino. Em
nossa perspectiva, o Ratio Studiorum moldava cada discente ao ideal de homem por ele
preconizado. A segunda fase da pedagogia tradicional ocorreu entre 1759-1932 e foi marcada pela
convivência das vertentes religiosa e laica. O século XIX, trouxe novas formas de ver o mundo
com o desenvolvimento do espírito iluminista e das ciências. Podemos demarcar precisamente a
partir de 1870, o ensino religioso nas escolas públicas foi suprimido e com isso a laicidade passou
assumir o espaço nas salas de aulas, com influência positivista. O homem passa a ser o centro de
atenção nos estudos e a função escolar é de transmissão dos saberes importantes para o progresso
e coesão social. A mesma busca passar para o aluno o conhecimento universal em sua base. Essa
tendência fundamenta-se no acumulo de informações que deverão ser propagadas no exercício de
sua futura profissão. O professor tem a autoridade máxima na sala de aula e atua como detentor
do saber a ser ensinado para o aluno. Com isso, na relação entre professor e aluno prepondera a
autoridade do docente frente a submissão do discente. O último desempenha uma função de
receptáculo do saber. A disciplina é construída através da imposição para garantir o foco e o
controle da turma. O sistema de avaliação é formulado mediante a reprodução do conteúdo que foi
exposto em sala de aula, em muitos casos com o instrumento do exame oral. Para aqueles que não
se adaptam as medidas são de reprovação, de punição através dos pais e aplicação de notas baixas
(VAGULA, 2014).
A Tendência Liberal Renovada Progressivista e/ou Escola Nova emergiu com o intuito
de ressignificar o papel do ensino, dar um sentido mais ativo. Nesse sentido ela buscava combater
os príncipios da tendência tradicional. A mesma propunha um sistema de ensino orgânico
articulada entre as escolas primárias, secundárias e superiores. Sua principal ênfase reside no
ensino qualitativo, mesmo que ao custo de para uma minoria. Essa tendência possui como elemento
basilar o desenvolvimento das aptidões individuais. Assim, o aluno é o alvo do processo de ensino
e aprendizagem, pois o discente constrói o conhecimento de maneira ativa e cabe ao professor
orientar tal ação educacional. Sobre o processo de avaliação da aprendizagem, se verifica que
aprender é uma autoaprendizagem, principalmente através experiência coletiva. O aluno que capta
aquilo que é de importante para ele no seu cotidiano escolar, ou seja, em seu tempo e seu ritmo e o
professor orienta os interesses do discente (VAGULA, 2014).
A Tendência liberal renovada não diretiva possui como objetivo ensinar com base na
formulação de uma autonomia do aluno em seu aprendizado. O discente é o centro do processo e
o professor atua como um facilitador para a aprendizagem. A escola é o lugar do relacionamento
interpessoal, assim focando-se nas questões psicológicos do aluno em detrimento dos problemas
pedagógicos ou sociais (LIBÂNEO, 1990). Nessa sentido, a aprendizagem é realizada através da
modificação de persepções, a ênfase da relação professor-aluno ocorre pela construção de um clima
favorável de desenvolvimento. A autoavaliação através da autocrítica é o mecanismo de
observação dos conteúdos, pois o aluno assume responsabilidades em seu aprendizado, bem como
cabe ao professor avaliá-lo com fundamento nos objetivos que foram estabelecidos(VAGULA,
2014).
Também podemos citar a Tendência liberal tecnicista. Essa vertente estabeleceu propostas
racionalizadoras, as quais contribuíram para a fragmentação do trabalho pedagógico e baseadas no
enfoque sistêmico, no microensino, no telensino, a instrução programada e etc. É uma tendência
voltada para o aperfeiçoamento das competências e habilidades do sujeito para o mercado, o
sistema de poder vigente e criador de coesão. Seu objetivo é formar alunos. Assim, cabe a escola
exercer o controle e modificar a conduta dos alunos para transforma-los em úteis ao meio social.
O sistema de avaliação é feito por averiguação do que o aluno conseguiu aprender diante aos
objetivos que foram propostos, além de verificar a sua conduta final. O professor configura-se
como um executor do planejamento de ensino, o qual foi elaborado e idealizado por especialistas
externos a sala de aula e realidade do aluno (VAGULA, 2014).
As tendências pedagógicas progressistas se diferenciam por tecerem uma análise crítica
da realidade. As mesmas levam em consideração aspectos do contexto sócio-político-econômico-
-cultural da sociedade no processo de ensino. Podemos dividir esse grupo em tendência: Libertária,
Libertadora e crítico-social dos conteúdos. A tendência progressista libertária possui como
característica a contestação da opressão, a exploração e toda forma de autoritarismo. Os princípios
pedagógicos dessa vertente são direcionados para formação de alunos solidários, críticos,
competentes e autônomos. As aulas são disponibilizadas aos alunos e ele é quem detém sua
responsabilidade de atuar em conjunto. A relação professor aluno ocorre mediante interação com
participação nos debates, porém constituindo-se de forma vertical pelo professor ser o detentor de
maior conhecimento. Sobre avaliação provavelmente a autocrítica sobre sua autoaprendizagem é
parte integrante (VAGULA, 2014).
A Tentência da Pedagogia Libertadora possibilita ao aluno uma leitura do seu mundo de
forma crítica e transformadora da realidade vivida por ele. A relação professor e aluno também não
ocorre de forma autoritária, assim dando-se de forma horizontal. O professor é quem cria as
condições de ensino e crítica para o aluno. A autoavaliação com priorização da abordagem
formativa é o que prevalece nessa tendência. Suas bases são as ideias freireanas, as quais
contribuíram em larga escala para o processo de formação docente e da Educação de Jovens e
Adultos. Nessa tendência o professor atua como orientador do ensino com ênfase no debate sobre
temas sociais e políticos para o desenvolvimento do espírito crítico e contestador da ordem social
vigente (VAGULA, 2014).
A Tendência progressista histórico-crítica possibilita ao discente conscientizar-se sobre
os jogos de poder que envolvem a sociedade e a educação. Dessa forma essa tendência procura
construir um espírito crítico no aluno para a transformação da realidade social. Nesse processo o
professor é considerado como um mediador da atividade de ensino-aprendizagem e o aluno é o ser
valorizado e que possui seu conhecimento reelaborado a partir de outros de cunho científico. A
avaliação da aprendizagem ocorre pela demonstração do aluno sobre o que ele aprendeu, através
da compreensão de sua nova prática social. Com isso, o discente observa o sentido dos conteúdos
e sua utilidade para a sociedade. Nesse momento, com uma avaliação formativa o docente pode
averiguar as dimensões que foram trabalhadas pelo aluno por meio de uma síntese (VAGULA,
2014).

Considerações finais:

Nesse trabalho percebemos a complexidade da organização do trabalho pedagógico, no


decorrer dos séculos. Assim, pontuamos que há uma grande conexão entre a sociedade, escola e
educação. Ao conhecermos tais questões devemos tomar uma postura crítica para romper com o
viés tradicional, o qual ainda permeia as escolas brasileiras. O ensino brasileiro deve ser encarado
como um instrumento de transformação social, como preconizava Paulo Freire. Tanto, que não é
sem motivos que o desmonte das disciplinas de humanas ocorre na mesma época em que o
autoritarismo, a corrupção e a agressividade das elites acentuaram-se contra a população. Todavia,
sublinhamos que não é possível inovar e desconstruir práticas educativas, sem que a sociedade em
geral e seus atores e instâncias sociais (escola, família e comunidade) se tornem mais críticos a essa
realidade social, interventivos e parceiros, não conformados com a sociedade em que vivem, para
assim poderem enfrentar os dilemas e desafios com que se confrontam.
Referências:

ALBIAZZETTI, Giane; BATTINI, Okçana; SILVA, Fábio Luiz da. Sociedade, educação e
cultura. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.

BARUFFI, Monica. Unidade 3- Níveis do Planejamento de Ensino. In: BARBOSA, Alna Clarisse
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Didática. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2014, p.87-132.

BUENO, José Geraldo Silveira. Função social da escola e organização do trabalho pedagógico.
Revista Educar, Curitiba, n. 17, p. 101-110. 2001.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Porto: Afrontamento, 1975.

_____. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,
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LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública. São Paulo: Loyola, 1990.

______. Didática. São Paulo: Cortez, 1994a.

______.Tendências pedagógicas na prática escolar. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da


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MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. São Paulo:
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SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: Teorias da educação, curvatura da vara, onze teses
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VAGULA, Edilaine. Tendências Pedagógicas e Educação. In:_____; BARBOSA, Alna Clarisse


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