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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

IMPORTÂNCIA DOS COGUMELOS (PERTENCENTES AO FILO


BASIDIOMYCOTA) PARA O HOMEM E SUA DISTRIBUIÇÃO
NOS DIVERSOS BIOMAS DO BRASIL

ANA CLARA BICALHO


ANA EMÍLIA DE PAIVA
KARIM S. MARINS
NATAN PEDERSOLLI
PAOLLA GARCIAS
RACHEL LIMA

BELO HORIZONTE
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Instituto de Ciências Biológicas

IMPORTÂNCIA DOS COGUMELOS (PERTENCENTES AO FILO


BASIDIOMYCOTA) PARA O HOMEM E SUA DISTRIBUIÇÃO
NOS DIVERSOS BIOMAS DO BRASIL

Alunos:
Ana Clara Bicalho
Ana Emília de Paiva
Karim s. Marins
Natan Pedersolli
Paolla Garcias
Rachel Lima

Curso:
Ciências Biológicas - Diurno

Disciplina:
Taxonomia de Criptógamas

Professora:
MARIA RITA SCOTTI MUZZI M. LEITÃO

BELO HORIZONTE
10 de Abril de 2013
ÍNDICE

1. Introdução..............................................................................................1
2. Cogumelos.............................................................................................2
A. Características Gerais.....................................................................3
3. Importância dos Cogumelos para o Homem......................................4
A. Importância Ecológica e Recuperação de Áreas Degradadas...4
B. Importância Farmacêutica..............................................................6
C. Importância Gatronômica...............................................................7
4. Ocorrência e Distribuição dos Cogumelos em Diferentes Biomas
Brasileiros.............................................................................................9
A. Floresta Amazônica........................................................................9
B. Pampas...........................................................................................10
C. Pantanal..........................................................................................11
D. Cerrado...........................................................................................12
5. Referências..........................................................................................14
1- INTRODUÇÃO

Através de registros fósseis é possível saber que os fungos estão presentes no


mundo desde o Período Siluriano, tendo surgido entre 408 e 438 milhões de anos
atrás, na era Paleozoica. Sua diversidade aumentou durante o Período Pensilvaniano,
em torno de 300 milhões de anos atrás, e já incluia Basidiomycotas e Ascomycotas,
com alguns corpos de frutificação, os cogumelos.1
Humanos pré-históricos provavelmente utilizavam cogumelos recolhidos na
natureza como alimento e, possivelmente, os utilizavam também para fins medicinais.
As primeiras civilizações de gregos, egípcios, romanos, chineses e mexicanos
apreciavam os cogumelos como uma iguaria, sabiam algo sobre o seu valor
terapêutico, e muitas vezes os usavam em cerimônias religiosas.2 O cultivo de
cogumelos teve início em 600 a. C., com a domesticação da espécie Aurícula
auricularia, na China. No Mundo Ocidental, e inclusive no Brasil, o A. bisporus,
conhecido como champignon, é hoje o cogumelo produzido em maior quantidade.2,3
Os cogumelos não só fornecem alto valor nutritivo, mas também, são capazes
de produzir toxinas que podem ser usadas na produção de drogas eficazes contra
doenças. Além disso, desempenham papel fundamental na ciclagem de nutrientes na
natureza, principalmente no ciclo do carbono, já que são capazes de degradadar a
lignina, o segundo biopolímero mais abundante sobre a Terra. Também contribuem
para a manutenção do ciclo de outros elementos como nitrogênio, fósforo e potássio,
incorporados aos componentes insolúveis das paredes celulares.4
No Brasil, podemos encontrar os seguintes tipos de cogumelos: champignon de
Paris, hiratake, shimeji, shiitake, funghi secchi, Agaricus brasiliensis, o Agaricus blazei
Murrill, conhecidos como cogumelo-do-sol, dentre muitos outros, que não são
utilizados na alimentação.5 Um fato interessante, está na descoberta do Agaricus
blazei Murrill. Ele foi encontrado pela primeira vez na cidade de Piedade, Estado de
São Paulo e foi enviado para o Japão para o estudo das suas propriedades
medicinais. Com a descoberta das suas propriedades antitumorais, comprovadas em
cobaias, o Japão passou a importar esse cogumelo do Brasil.6
Segundo a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
Arailde Urben, atualmente, o consumo dos cogumelos comestíveis no Brasil por
habitante é cerca de 160 gramas por ano,7 e sua produção pode chegar a 7 kg/m² (o
que ainda é considerado um valor relativamente baixo, se comparado com a produção
de países europeus - onde o controle de cultivo é totalmente computadorizado -, que é
de 25 kg/m²).8

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2- COGUMELOS

Historicamente, os cogumelos foram classificadas por Linnaeu entre as plantas


inferiores na Divisão Thallophyta. Estudos posteriores demonstraram que os
cogumelos, juntamente com outros fungos, têm características próprias, que são
significativamente distintas para serem colocados no mesmo grupo das plantas, foi
então criado o Reino Fungi.9
Os cogumelos pertencem à dois diferentes Filos: o Ascomycota e o
Basidiomycota. No presente trabalho, daremos enfoque exclusivamente ao Filo
Basidiomycota. Há grande evidência para esse ser considerado um grupo
monofilético, com base em características morfológicas, celulares e em sequências
genéticas de RNA ribossomal (rRNA).11 Ele é o segundo maior do Reino Fungi, com
cerca de 23.000 espécies.10 Dentre elas, nem todas possuem o corpo frutificante, ou
seja, nem todas têm cogumelo como estrutura reprodutiva sexuada. Portanto, a única
classe que apresenta cogumelos no Filo Basidiomycota é a dos Agaricomycetos. O
esquema abaixo representa a classificação dos cogumelos que iremos estudar até o
nível de Classe.

Fig 1. Classificação dos cogumelos pertencentes ao Filo


Basidiomycota feita com base no site
Uniproach:<http://www.uniprot.org> Acessado em 09/04/2012.

Já filogenia a seguir representa os clados, nos quais os cogumelos estão


representados pelos Agaricomicetos.

Fig 2. Classificação dos cogumelos pertencentes ao Filo Basidiomycota feita com base no site Tree of Life:
<http://tolweb.org/Fungi/2377> Acessado em 09/04/2012.

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Para continuarmos falando a respeito dos cogumelos, precisamos deixar claro
que essa não é uma designação taxonômica. O termo “cogumelo” deve ser usado, de
acordo com a definição de Chang & Miles12, como "um macrofungo com um corpo de
frutificação nítido que pode ser epígeo (acima do solo) ou hipógeo (sob a terra) e
grande o suficiente para ser visto à olho nú e ser pego com a mão."

A. Características Gerais

O tipo mais comum de cogumelo é aquele em forma de guarda-chuva, estrutura


denomidada píleo, com um estipe, que o prende ao substrato. (Figura 3) Abaixo do
píleo, podemos encontrar o himênio, formado pelo conjunto de hifas. Algumas
espécies têm adicionalmente um anel ou uma volva, outras possuem essas duas
estruturas simultaneamente. Suas cores variam muito, alguns são alaranjados, outros
são amarelos, e vermelhos. De fato, existe uma variedade de formas e cores
incontáveis. A estrutura que chamamos de cogumelo é, na realidade, apenas o corpo
de frutificação do fungo. Sua parte vegetativa, chamado o micélio, compreende um
sistema de ramificação de fios e filamentos semelhantes à um cordão que se
ramificam para fora so solo e se fixam em troncos de madeira ou outro material
lenhoso no qual o fungo possa crescer. Após um período de crescimento e, em
condições favoráveis, a maturação do micélio produz a estrutura de frutificação, o
cogumelo.2

Fig 3. Ilustração esquemática representando a estrutura geral de um cogumelo.

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3- IMPORTÂNCIA DOS COGUMELOS PARA O HOMEM

A importância dos cogumelos está diretamente ligada ao interesse comercial


que podem promover, como é o caso da participação de vários Basidiomycota tanto no
ramo da indústria farmacêutica, como na recuperação de áreas degradas e na
gastronomia.13
Cerca de duzentas espécies de cogumelos podem e são usadas na
alimentação humana. Atualmente, para a comercialização são cultivadas no país as
espécies Agaricus bisporus (champignon de Paris), Pleurotus ostreatus (caetetuba ou
cogumelo gigante) e Lentinus edodes (shiitake)17. Por ano são colhidas 8,5 mil
toneladas de cogumelos comestíveis e a produção nacional cresce 15% em média18.
Já a produção mundial, entre 1981 a 1997, cresceu mais que 12% anualmente; e,
atingiu 6,2 milhões toneladas, em 1997. Além disso, o mercado mundial de produtos
para suplementação alimentar, a base de cogumelos, movimentou valores entre 5 e 6
bilhões de dólares/ano.19
Os cogumelos também estão presentes na indústria farmacêutica, e são
utilizados na produção de substâncias antimicrobianas a partir de extratos – de várias
espécies - que apresentam atividade antiviral contra Influenza A, por exemplo. Além
disso, outros metabólitos de espécies como Bondarzewia montana, Pyrofomes
demidoffii, Merulius tremellosus, Trametes versicolor e Agrocybe perfecta, apresentam
efeitos terapêuticos diversos revelando uma possibilidade promissora para a indústria
farmacêutica.16

A. Importância Ecológica e Recuperação de Áreas Degradadas

Os cogumelos desempenham papel fundamental na ciclagem de nutrientes na


natureza, principalmente no ciclo do carbono, na medida em que são excelentes
degradadores de lignina, o segundo biopolímero mais abundante sobre a terra. Os
basidiomicetos causadores de podridão branca parecem ser os melhores
microrganismos que possuem a capacidade de degradar lignina, celulose e
hemicelulose em moléculas menores até CO2 e água30. Outro exemplo cogumelos
com grande papel na decomposição da madeira são os fungos orelha-de-pau.
Outro importante papel ecológico é a simbiose entre vegetais e fungos. Eles
são denominados fungos micorrízicos arbusculares, microrganismos simbiontes
obrigatórios em raízes de plantas. A simbiose ocorre através de uma “troca”: a planta

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cede ao fungo carboidratos (seiva elaborada) e este aumenta a superfície de
exploração e de absorção das raízes através do micélio, auxiliando na obtenção de
fosfato e outros nutrientes para as plantas32.
Mais de 80% das plantas vasculares possuem associações micorrízicas
arbusculares, que são imprescindíveis para a nutrição das mesmas. Por isso, a
diversidade desses fungos reflete diretamente sobre a diversidade e estado de saúde
das plantas32. Os fungos basidiomicetos e ascomicetos formam principalmente as
micorrizas conhecidas como ectomicorizas. Elas são características de certos grupos
de árvores e arbustos encontrados principalmente nas zonas temperadas. No Brasil,
as ectomicorrizas ocorrem principalmente em espécies exploradas economicamente,
como Pinus, Eucalyptus e Acassia mangium.
Além disso, os benefícios ecológicos dos fungos decompositores vão muito
além da recilclagem de nutrientes para as plantas. Eles são capazes de atrair e
interagir com diversos grupos de organismos, principalmente os insetos, como as
larvas de besouros e moscas, o que facilita a criação de um ambiente fértil para o
surgimento de algas, musgos e aracnídeos. Servem de alimento, ambiente e substrato
para sua reprodução, alimentando toda uma cadeia dentro de um ecossistema. O
resultado da (inter)ação destes organismos é uma floresta dinâmica, com crescimento
vigoroso.35
O aumento das atividades industriais tem intensificado a polui o ambiental
promovendo a disposi o inadequada de resíduos domésticos e industriais
principalmente resíduos perniciosos implicando na contamina o do solo ar recursos
hídricos superficiais e subterr neos. entre as tecnologias mais utilizadas na
recupera o dessas reas degradadas destaca-se a biorremedia o que tem como
agentes recuperadores, os micro-organismos. Dentre esses microorganismos um dos
mais eficientes são os fungos, utilizados no processo denominado micorremediação.33
Nesse processo os fungos aceleram o processo de sucessão natural em áreas
degradadas.
Com uma estimativa de que a devastação atual das florestas tropicais possam
levar ao desaparecimento de cerca de 400.000 especies de cogumelos, sem contar as
ocupações dos demais ecossistemas terretres, as perspectivas para conservação da
biodiversidade parecem complicadas. Entretanto, muitas espécies hoje extintas na
natureza só estão vivas graças a domesticação por seres humanos. Da mesma forma
os cogumelos serão conduzidos para um futuro promissor através das suas
habilidades de se infiltrar em materias solidos, secretar enzimas líticas e degradar
substratos recalcitrantes que se acumulam no ambiente. Além disso, devem
desempenhar um papel fundamental na nutricão e na saude das pessoas. Os

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cogumelos apresentam propriedades nutricionais e medicinais que serão largamente
empregadas pela indústria de fermentação num furuto muito próximo. Da mesma
forma a degradação de compostos contaminantes em ambientes aquáticos e
terrestres serão solucionados graças as capacidades estratégicas dos fungos de se
desenvolver em ambientes inóspitos. Uma outra aplicação ambiental dos fungos está
na sua capacidade de controlar pragas enquanto bioinseticidas e no controle de ervas
daninhas, que devem substituir de maneira segura os pesticidas quimicos nos
proximos anos.35

B. Importância Farmacêutica

Solos diversos, águas, ambientes não muito propícios para a vida, enfim: Os
fungos são encontrados nos mais variados habitats, sob as mais diversas condições
ambientais20. Os seus mecanismos de sobrevivência, portanto, são imprescindíveis;
assim, os basidiomicetos desenvolveram alguns recursos favoráveis à sua
preservação, por exemplo: o uso como alimento de substratos lignocelulósicos, fonte
inacessível aos outros organismos, e a produção de substâncias com propriedades de
impedir ou controlar o crescimento de competidores21.
Dos 14.000 a 15.000 espécies de cogumelos no mundo, temos conhecimento
sobre as propriedades medicinais de cerca de 700. Contudo, estima-se que existam
cerca de 1.800 espécies que ainda não tiveram tais propriedades estudadas. Assim,
os cogumelos têm vastas perspectivas como fontes de ervas medicinais.2
Programas de triagem já detectavam a atividade antibiótica dos basidiomicetos
a partir de 1940,21,22,23 e, destes então, foi obtido o metabólito pleuromutilina23, que
após modificação estrutural originou a tiamulina, uma substância com atividade
antibacteriana usada no tratamento de micoplasma bovino24.
Existem também os cogumelos com propriedades alucinógenas. Eles são
fungos utilizados por diversos povos em suas atividades culturais, bem como drogas
recreativas, especialmente por jovens urbanos influenciados por diversos movimentos
culturais. No Brasil, nas décadas de 60 e 70, não era incomum ver jovens que
buscavam determinada espécie destes cogumelos. O "chá de cogumelos", que devido
à psilocibina e psilocina fazia com que tivessem melhor percepção do mundo. Porém,
quando ingerido em sua forma natural, os efeitos se mostravam mais intensos, já que
a alta temperatura usada no "chá" destrói parte de seu potencial, deixando as
moléculas de seu elemento ativo instáveis.42

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C. Importância Gastronômica

Os cogumelos são consumidos pelos seres humanos devido ao seu alto valor
nutricional, toxicológico e medicinal.26 Além de serem apreciados devido ao seu sabor
e aroma agradáveis, os cogumelos constituem uma fonte de importante valor
nutricional, pois contêm: carboidratos, gorduras, fibras, proteínas, aminoácidos, cálcio,
potássio, iodo, fósforo e vitaminas do complexo B. O teor dessa composição química
varia conforme a espécie e o substrato utilizado para o cultivado da mesma.28
A tabela a seguir, feita pelo estudo de Furlani e Godoy34, representa a
porcentagem de carboidratos em três diferentes tipos de cogumelos, o Champignon, o
Shiitake e o Shimeji, bastante consumidos no Brasil. Analisando os dados, podemos
notar que na composição de todas as espécies, os carboidratos são os principais
constituintes nutricionais, apresentando um teor médio de 63,17%, em base seca.

Há exatamente quinze menções a cogumelos na mais respeitada referência de


História da Gastronomia, o livro organizado por Jean-Louis Flandrin e Massimo
Montanari (1998), editado no Brasil pela Estação Liberdade e que tem,
27
apropriadamente, o título História da Alimentação. São conhecidas aproximadamente
2000 espécies comestíveis e cerca de 25 delas são cultivadas comercialmente. 29
Antigamente os cogumelos eram alimentos consumidos somente por ricos, comensais
e poderosos, devido ao seu elevado valor e luxuosidade. Os gregos e romanos foram
os primeiros povos de que se tem registro a utilizar os basidiomycideos na
alimentação.27
Na América os cogumelos não foram introduzidos pelos navegadores
europeus, pelo contrário, já constituíam parte do cardápio das mais evoluídas
civilizações, como os Astecas, que viviam na atual região do México. 4 Os mais antigos
textos sobre o seu uso na cultura asteca, compilados pelo padre Bernardino de
Sahagún, referem-se a uma mistura de cogumelos com mel.26

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A tecnologia atual permite a humanidade produzir e conservar os cogumelos
garantindo um maior valor gastronômico e econômico. Contemporaneamente
catalogados e pesquisados, esses fungos apresentam variedades como o cogumelo
ostra, o shiitake, as trufas, o cogumelo castanha romano, o nameko, o cogumelo
botão, a trufa branca, o cogumelo castanha suíço, o shiitake gourmet, o cogumelo
plano, o enokitake, o porcini seco, o morel seco, os cogumelos palha e o cogumelo
cantarelo como seus principais representantes nas mais importantes celebrações,
mesas de família e restaurantes.6 Os cogumelos champignon, shiitake e shimeji, por
sua composição química, constituem um alimento com excelente valor nutritivo, pois
apresentam alto teor de proteínas e fibras alimentares, além de conterem baixo teor de
lipídeos. 29
No Brasil, o ramo de produção de cogumelos, como por exemplo dos
champignons, está em expansão com o cultivo dos corpos de frutificação de espécies
do gênero Agaricus e Boletus ou ainda do gênero Tricholoma. Esse fato se dá por
haver, atualmente, maior divulgação de seu valor nutritivo e medicinal e por seu preço
ter se tornado um pouco mais acessível à população.29

8|Página
4- OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DOS COGUMELOS EM
DIFERENTES BIOMAS BRASILEIROS

Para começarmos a
mostrar como ocorre a
distribuição dos cogumelos pelo
território brasileiro, vamos
explicar um conceito
importante: o bioma. Segundo o
Instituto Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
(IBGE)36, o bioma é um
conjunto de diferentes
ecossistemas que se integram e
apresentam certo nível de
homogeneidade e
caracterização em escala
Fig 4. Mapa brasileiro representando cartograficamente a
regional, com condições abrangência dos seis biomas continentais brasileiros na escala de
1:5.000.000. Disponível em: IBGE, < http://www.ibge.gov.br/home/>
geoclimáticas similares e história
Acessado em 09/04/2012.
compartilhada de mudanças, o
que resulta em uma diversidade biológica própria.

Os biomas brasileiros podem ser divididos entre Cerrado, Pantanal, Floresta


Amazônica, Pampas, Mata Atlântica e Caatinga, como pôde ser observado no mapa
da página anterior. Desses, abordaremos apenas os quatro primeiros.

A. Floresta Amazônica

Um estudo dos representantes da Ordem Agaricales Clements


(Hymenomycetes, Basidiomycotina) demonstra a diversidade fúngica neste bioma. A
área estudada abrangeu 709 hectares, ocorrentes na Reserva Biológica Walter Egler,
Rio Preto da Eva, Amazonas. Foram analisadas um total de 39 espécies, distribuídas
em 13 gêneros e 6 famílias e mais oito espécies de indeterminadas. Entre as espécies
descritas, encontram-se, por exemplo: Cystoderma sp.; Lactarius panuoides e
Hygrocybe miniceps.37

9|Página
Fig 5: Hygrocybe miniceps.Disponível em: <http://hiddenforest.co.nz/fungi/family/tricholomataceae/hygro04.htm>
Acesso em Acesso em 07/04/2013.

B. Pampas

Resultados parciais da
diversidade de fungos da
Ordem Agaricales no bioma
Pampa, Rio Grande do Sul,
Brasil, revelam uma
micodiversidade composta
por 18 espécies (9
identificadas a nível
específico), representando 5
famílias e 11 gêneros. O
material estudado foi
adquirido na Reserva
Fig 6: Cyptotrama asprata: Disponível em: < http://darnis.inbio.ac.cr/ubisen/ >.
Ecológica Sanga da Bica e em Acesso em 09/04/2013.

pontos da cidade que possuem vegetação parcialmente preservada. Leucocoprinus


brebissonii e Cyptotrama asprata são exemplificações de espécies encontradas no
local. 38

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C. Pantanal:

As espécies identificadas no Estado do Mato Grosso do Sul em torno do


Parque Estadual do Prosa, fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Campo
Grande, MS, representam 4 ordens e 9 famílias de Agaricomycetes, das quais 11
espécies são citadas pela primeira vez para o estado. As famílias mais bem
representadas foram Polyporaceae, com oito espécies, e Ganodermataceae, com
quatro, todas degradadoras de madeira.39

Fig 7 Gloeoporus dichrous , especie citada pela primeira vez no estado. Disponível em:
<http://www.wisconsinmushrooms.com/Gloeoporusdichrous.html >. Acesso em 09/04/2013.

D. Cerrado

Em levantamento feito em 2012 foram identificada 118 espécies pertencentes a


7 ordens e 16 famílias foram identificados em laboratório com base nas macro e
microestruturas dos basidiomas. 11 espécies são mencionadas pela primeira vez para
o Brasil e 45 consistem novas citações para o Domínio Cerrado. Um dado importante

11 | P á g i n a
desta pesquisa foi o de que a área mais preservada apresentou maior riqueza e
abundância do que a área menos preservada.40

Fig 8 . Lentinus crinitus Disponível em: < http://mushroaming.com/> Acesso em 09/04/2013.

Em 2011 fora desocberto no Piauí uma espécie de cogumelo (Neonothopanus


gardneri) capaz de emitir luz. O basidiomyceto é o maior fungo bioluminescente do
Brasil e um dos maiores do mundo. A pesquisa do grupo de cientistas da USP e das
universidades americanas de San Francisco e de Hilo, no Havaí, foi publicada na
revista científica Mycologia.

Fig 9 Neonothopanus gardneri Disponível em: <http://www.sciencespacerobots.com/bioluminescent-fungus-


rediscovered-in-brazil-706113 >. Acesso em 09/04/2013.

12 | P á g i n a
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