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Talvez já tenhamos tido a experiência – diz Ronald Knox num sermão sobre
o Advento2 – do que é caminhar na noite e arrastar os pés durante quilómetros,
fixando avidamente o olhar numa luz longínqua que representa de alguma
forma o lar. Como é difícil avaliar as distâncias em plena escuridão! Tanto pode
haver uns quilómetros até o lugar do nosso destino, como apenas umas
centenas de metros. Era essa a situação em que se encontravam os Profetas
quando olhavam para o futuro, à espera da redenção do seu povo. Não podiam
dizer, nem com uma aproximação de cem anos ou mesmo de quinhentos,
quando é que o Messias chegaria. Só sabiam que um dia a estirpe de Davi
voltaria a florescer, que um dia encontrariam a chave que abriria as portas da
prisão; que a luz, que avistavam apenas como um ponto nebuloso no
horizonte, haveria de ampliar-se por fim, até se transformar num dia perfeito. O
Povo de Deus devia permanecer à espera.
Assim o faremos nós também, nestas semanas que faltam para o Natal; com
mais amor, com uma contrição cada vez maior. Porque sempre podemos
receber com melhores disposições este sacramento da misericórdia divina,
como consequência de termos examinado mais a fundo a nossa alma.
(1) Oração colecta da Missa do primeiro domingo do Advento; (2) cfr. R. A. Knox, Sermão
sobre o Advento, 21-XII-1947; (3) Jo 1, 11; (4) cfr. Rom 13, 11; (5) Salmo responsorial da Missa
da segunda-feira da primeira semana do Advento; (6) 1 Jo 2, 16; (7) São Josemaría Escrivá, É
Cristo que passa, ns. 5-6, Quadrante, São Paulo, 1975; (8) Sl 24; Salmo responsorial da Missa
do primeiro domingo do Advento, ciclo C; (9) Mc 13, 33-37; Evangelho da Missa do primeiro
domingo do Advento, ciclo B; (10) cfr. 1 Tess 5, 4-11; (11) Santa Teresa, Caminho de
perfeição, 19, 13; (12) São Bernardo,Sermão sobre os seis aspectos do Advento, 1.