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repercussões na produção de
conhecimento em educação
A constelação de questões das quais parto para a confecção
deste ensaio poderia ser resumida nas duas interrogações
seguintes:
Essa é uma das teses que procurarei explicitar aqui. Para além
disso, tentarei evidenciar as reais contribuições que tal debate
traz, mesmo que um pouco 'nublado' pela falta de intensidade
conceitual, discutindo como essa tensão entre modernidade e
pós-modernidade pode influir positivamente na produção de
pensamento no campo da Educação. Enveredarei por uma
discussão de natureza epistemológica para defender que não
podemos permitir que essa tensão nos leve a uma paralisação
do pensamento.
E conclui Foucault:
Penso que essa atitude pode ser identificada com aquilo que, na
companhia desses filósofos, chamo de transversalidade8, que
implica numa postura não hierárquica (tanto vertical quanto
horizontal); não predefinida; não universalizante. Nessa direção,
Deleuze e Guattari desenvolveram, em Mil platôs, uma
discussão em torno daquilo que chamaram de uma 'ciência
régia' (ou, ainda, ciência maior) e de uma 'ciência nômade' (ou,
ainda, ciência menor)9. Enquanto o primeiro tipo é financiado e
gerido pelo Estado, funcionando como aquela 'polícia disciplinar'
da qual falava Foucault, o segundo tipo 'vaza' por entre as
grades, escapa, resiste, subverte. É bem verdade, porém, e
Deleuze e Guattari o mostram, que não é raro a ciência nômade
ou menor ser capturada pela máquina de Estado, tornando-se
ela própria ciência régia, trocando de papel; mas também é
certo que há aquelas que nunca se deixam capturar.
Bem sei que este artigo mais abriu questões do que as resolveu;
penso ser essa, porém, a nossa possibilidade nesse momento
histórico. Procurei trazer elementos para o debate sobre a
tensão modernidade/pós-modernidade de modo a deslocá-lo
dessa decisão que me parece tão pouco operativa: optar por um
lado ou por outro lado.