ZOOTECNIA, 38., 2002, Santa Maria. Anais .•. Santa Maria: SBZ, 2003. CD ROM.

Inclusão do Farelo do Pseudofruto de Caju Desidratado (Anacardium occidentale L.)

em Rações de Frangos de Corte na Fase de Acabamento

João Batista Lopes1, Marcus Vinícius Ferreira Silva2, Almir Chalegre de Freitas3, Lidiana de
SlquelTa Nunes Ramos\ Leonardo Afia Fanas'

RESUMO - Objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho e a viabilidade

econômica da inclusão do fareIo do pseudofruto de caju desidratado (FPCD) em rações de
frangos de corte. Foram utilizados 320 frangos da linhagem comercial Ross, sendo metade de
cada sexo, criados dos 44 aos 50 dias de idade. As aves foram distribuídas em um delineamento
de blocos casualizados, com quatro tratamentos e cinco repetições de 16 aves cada. As rações
foram isonutritivas, formuladas à base de milho e fareIo de soja, com os tratamentos constituídos
por quatro níveis de inclusão do farelo do pseudofruto de caju desidratado (O, 5, 10 e 15%).
Constatou-se que os níveis do fareIo do pseudofruto de caju desidratado não afetaram o consumo
de ração, o ganho de peso e a conversão alimentar no período avaliado. Conclui-se que o uso de
até 15% do farelo do pseudofruto de caju desidratado pode ser usado em rações de frangos de
corte no período de 44 a 50 dias de idade, sem prejudicar o desempenho dos mesmos. Porém, seu
uso fica condicionado ao preço dos ingredientes por ocasião da formulação das rações.

ABSTRACT - This research was developed to evaluate the performance and economic
viability of the inclusion levels of dehydrated cashew apple meal (DCAM) in broiler diets. 320
broilers chickens of the Ross line, half of each sexy were used, from 44 to 50 days of age. Birds
were distributed in a randomized block design, with four treatments and five replicates of 16
birds each. The experimental diets were isonutrients and they were based on com and soybean
me aI. The treatments consisted of diets containing four levels of dehydrated cashew apple meal
(0,5, 10 and 15%). It was observed that the inclusion of dehydrated cashew apple meal in diets
did not affect feed intake, weight gain and feed:gain ratio. It was concluded that the dehydrated
cashew apple meal can be included in broiler final diets without affect birds performance. However,
utilization of dehydrated cashew apple meal in broilers final diet depends on the ingredients prices.
•

Key Words: feed:gain ratio, feed intake, weight gain

•
considerado como principal ingrediente
Introdução energético em rações de aves, tem sido motivo
A procura por alimentos alternativos que de pesquisas. Entretanto, em cada caso, devem
possam substituir parcialmente o milho, ser considerados a localização geográfica, a

I Doutor, Professor Adjunto do Departamento de Zootecnia/CCA/UFPI (lopesjb@uol.com.br).

2 Engenheiro Agrônomo.
3 Doutor, Professor da Unidade Acadêmica de GaranhunslUFRPE (acf.freitas@bol.com.br).
4 Médica Veterinária, M.Sc. em Ciência Animal.
5 Médico Veterinário, Mestrando do Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal/CCNUFPI.
disponibilidade, o valor nutricional e os custos
destes ingredientes. Dentre os alimentos
alternativos com potencialidade para a
substituição parcial do milho, em condições de
oferta, nos estados Nordeste do Brasil, em
especial, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí,
tem-se o farelo do pseudofruto de caju
desidratado (FPCD), um subproduto oriundo do
beneficiamento da indústria de caju, que poderá
ser promissor nessa substituição, por apresentar
médio valor protéico (10% PB) e com
disponibilidade no mercado, principal-mente no
período da entres safra deste grão.
Segundo Pimentel (1992), 88% da
produção nacional da castanha do caju estão
concentrados nos estados do Ceará, do Rio
Grande do Norte e do Piauí. De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE (2003), a produção brasileira de castanha
de caju em 2001 foi estimada em 124.073
toneladas, e deste total, 121.046 toneladas foram
produzidas na região Nordeste. Neste ano, a
produção do estado do Piauí foi de 26 mil
toneladas de castanha, ocupando no cenário
nacional, o terceiro lugar, após os estados do
Ceará e do Rio Grande do Norte, que
produziram 107 e 30 mil toneladas,
respectivamente.
De acordo com Paiva et aI. (1996), o caju
é constituído de duas partes, a castanha (10%)
e de um pseudofruto (pedúnculo hipertrofiado)
que representa 90% do peso total do caju.
Segundo Leite (1994), o pedúnculo apresenta
uma grande variação de peso (média de 15 a
200 g), tamanho, formato e cor.
De um modo geral, o processamento do
pseudofruto do caju no Nordeste para a
obtenção de sucos, doces, licores, cajuína e
outros produtos alimentícios é incipiente, com
aproveitamento industrial de apenas 2 a 6% do
total produzido (Holanda et aI., 1998). Segundo
estes autores, o desperdício do pseudofruto do
caju na região Nordeste é superior a 940 mil
toneladas/ano, o qual se fosse tratado com o
uso de levedura, melhoraria o valor nutritivo do
produto, especialmente em termos de proteína,
podendo constituir-se em importante alternativa
para a ração animal.
O aproveitamento do pseudofruto do
caju, através do processo de desidratação, sem
nenhum tratamento, pode constituir-se numa
alternativa alimentar nas rações de aves,
entretanto, mais estudos devem ser feitos com
relação à desidratação deste ingrediente, quanto
a sua composição química, bromatológica e
energética.
A matéria-prima para obtenção do farelo
do pseudofruto do caju tanto pode ser o bagaço,
resíduo resultante da extração do suco, como
os pseudofrutos descartados pela indústria, ou
os que não foram aproveitados durànte a
colheita da castanha. Para Lima (1988), o
processamento para transformação do
pseudofruto e/ou bagaço em farelo consiste
basicamente, na secagem ao sol, em fornos ou
em estufa para posterior moagem e
peneiramento. De acordo com Soares (1986)
o período de secagem do bagaço para alcançar
um nível de umidade que permita a moagem e
conservação é variável, e está relacionado com
os seguintes fatores, teor de umidade inicial do
bagaço, intensidade de insolação diária,
umidade relativa do ar, velocidade do ar,
espessura da camada do material na área
destinada à secagem e teor de umidade final
do produto. Em experiências realizadas, a
secagem do bagaço do caju foi feita em três
dias de sol praticamente sem nuvens, estando
em ótimas condições para a moagem (Soares,
1986).
A composição quíinica e o valor
energético do pseudofruto do caju, determina-
dos pela Embrapa (1991) para frangos, foram
os seguintes 86,85% de matéria seca; 8,11 %
de proteína bruta; 6,82% de fibra; 3,16% de
extrato etéreo; 0,13% de cálcio; 0,14% de
fósforo total e 1.395 kcal de EMAlkg.
De acordo com Araújo (1983), o
pseudofruto desidratado do cajueiro obtido após
a extração do suco e secagem ao sol apresentou
em média: 87,99% de matéria seca; 11,81 % de
proteína bruta; 15,40% de fibra; 2,86% de
extrato etéreo; 0,28% de cálcio e 0,14% de
fósforo total. Essa mesma autora menciona um
componente químico existente no caju, e
ausente no milho, o tanino, cujos valores
variaram de 1,04 a 1,40%. No entanto, este teor
no caju varia de acordo com o local de produção,
ano de colheita, tipo, variedade do caju e método
de secagem do pseudofruto. De acordo com
Durigan (1994), o tanino é um composto
fenólico com peso molecular entre 500 e 3.000,
com ocorrência natural em vegetais e com
capacidade de se combinar a proteínas,
carboidratos e outros polímeros como celulose,
hemicelulose e pectina para formar complexos
estáveis. Os altos teores de taninos na ração
causam problema de palatabilidade devido à
adstringência, e redução na taxa de
crescimento dos animais mono gástricos, uma
vez que diminuem o aproveitamento energético
da dieta e levam à excreção de altos níveis de
nitrogênio nas fezes como resultado da interação
tanino-proteínas e tanino - carboidratos,
decorrente da formação de múltiplas pontes de
hidrogênio.
Trabalhando com pseudofruto de caju
desidratado em rações de frangos de corte, em
níveis que variaram de O a 70% de substituição
do milho e do farelo de soja, Araújo (1983)
observou que, o crescente aumento do teor do
pseudofruto de caju desidratado na ração
reduziu o ganho de peso e piorou a conversão
alimentar. A autora afirma que o aumento
gradual do teor de tanino e do incremento
progressivo do percentual de fibra bruta nas
rações causou uma queda substancial nos
valores de energia metabolizável para as aves,
uma vez que, o percentual baixo de extrato
etéreo do caju não compensou os efeitos
negativos do teor de fibra.
Atualmente, os frangos de corte são
abatidos com uma idade média de 42 dias.
Entretanto, em virtude de alguns consumidores
optarem por aves mais pesadas, o abate neste
caso é mais tardio, havendo necessidade de se
prolongar o tempo de criação destas aves.
Assim, o presente trabalho destina-se avaliar o
efeito da inclusão do FPCD, sobre o
desempenho de frangos de corte na fase de
acabamento dos 44 aos 50 dias de idade, bem
como estudar a viabilidade econômica dessa
inclusão.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Setor
de Avicultura do Departamento de Zootecnia
do Centro de Ciências Agrarias da
Universidade Federal do Piauí, no período de
13 a 19 de maio de 2004.
Foram utilizados 320 frangos de corte,
sendo 160 machos e 160 fêmeas da linhagem
Ross, com 44 dias de idade. As aves foram
alojadas num galpão de alvenaria, contendo 20
boxes, coberto por telhas de barro e de piso
cimentado, tendo sido utilizado como cama, a
casca de arroz. A densidade de criação foi de 8
aves/m2•
O fornecimento de água foi realizado por
bebedouros pendulares de nível constante, e no
manejo da alimentação, foram utilizados
cOmedouros tubulares para frangos de corte (15
kg) sendo a ração fornecida à vontade.
A iluminação artificial foi de 24 horas
de luz/dia (natural + artificial), com o objetivo
de estimular o consumo de ração. Foram
instalados ventiladores os quais foram acionados
sempre nos horários de temperatura mais
crítica.
O delineamento experimental utilizado
foi o de blocos casualizados, baseados na
posição do galpão e peso das aves, com quatro
tratamentos, que cOnstavam de quatro dietas
com níveis de inclusão do FPCD (O, 5, 10 e
15%), c~m cinco repetições de 16 aves cada;
senrlo metade de cada sexo.
A formulação das rações experimentais
de frangos de corte na fase de acabamento (44
a 50 dias) teve como base a composição dos
ingredientes apresentados por Rostagno et aI.
(2000), exceto para o farelo do pseudofruto de
caju desidratado (FPCD), cujos dados foram
fundamentados nos citados por Araújo (1983)
e Embrapa (1991). As exigências nutricionais
foram de acordo com as sugeridas por
Rostagno et aI. (2000) e a composição
percentual e calculada das rações encontra-se
na Tabela 1.
As variáveis estudadas foram: consumo
de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão
alimentar (CA). Os resultados foram
submetidos à análise de variância e para
verificar o efeito dos tratamentos foi feita
análise de regressão, relacionando os dados
obtidos dentro de cada variável com os níveis
de inclusão do FPCD, de acordo com os
procedimentos do Statistical Analysis System
- SAS (1996).
No estudo de viabilidade econômica da
inclusão do fareIo do pseudofruto de caju
desidratado, foram consideradas as seguintes
variáveis: consumo de ração - CR (kg); custo
médio da ração (R$/kg); ganho de peso - GP
(kg); peso vivo médio - PVM (kg) e preço do
frango vivo (R$/kg). Com base nos valores
observados para essas variáveis, foram obtidos
os seguintes indicadores econômicos: custo
médio de alimentação (CMA = CR x custo
médio da ração), renda bruta média (RBM =
PVM x preço do frango vivo) e margem bruta
média (MBM = RBM - CMA).

Tabela 1 - Composição percentual e calculada das rações experimentais

Table 1 - Percentage c03mposition and calculated values of the experimental diets
Ingredientes Ní~eis de inclusão do FPCD, %
lngredients Inclusion levels of DCPM, %
0510 15
Milho (Com) 69,06 62,60 56,31 49,75
Farelo de soja (Soybean meal) 22,50 22,20 21,80 21,50
Farelo do pseudofruto de caju desidratado 5,00 10,00 15,00
Dehydrated pulp cashew meal
Óleo de soja (Soybean oil) 4,68 6,45 8,16 9,95
Fosfato bicálcico (Dicalcium phosphate) 1,50 1,50 1,50 1,56
Calcário calcítico (Limestone) 0,95 0,95 0,95 0,93
Premix mineral vitamínco finaP 0,50 0,50 0,50 0,50
Mineral vitamin final premix
Sal (Salt) 0,42 0,42 0,42 0,44
L-Lisina HCI - 78,4% (L-Lysine HCI- 78,4%) 0,24 0,23 . 0,21 0,21
DL-Metionina - 99,0% (DL-Methionine - 99,0%) 0,15 0,15 0,15 0,16
Total (Total) 100,00 100,00 100,00 100,00
Valores calculados (Calculated values)
Energia metabolizável aparente, kcal/kg
Apparent metabolizable energy, kcallkg
Proteína bruta, % (Crude protein, %) 18,00 18,00 18,00 18,00
Cálcio, % (Calcium, %) 0,80 0,80 0,80 0,80
Fósforo disponível, % (Available phosphorus, %) 0,37 0,37 0,37 0,37
Fibra bruta, % (Crudefiber, %) 2,68 3,41 4,15 4,88
lComposição por kg do produto (Composition per kg ofproduct): Vil. A-1.500.000 VI; Vil. D3-
255.000 VI; Vil. E-3.000 mg; Vil. ~-500 mg; Vil. B -2500 mg; Vil. Bz-750 mg; Vil. B6-250
j

mg; Vil. B1Z -3.000 mcg; Pantotenato de cálcio (Calcium pantothenate)-3. 750 mg; Niacina (Niacin)-
5.500 mg; Antioxidante (Antioxidant)-6,25 g; Promotor de crescimento (Growth promoter)-6,25
g; Cloreto de colina (Chlorine chloride)-75 g; Se-22,5 mg; Mn-45 mg; Cu-15 mg; Zn-80 mg; Fe-
88 mg; 1-1 mg.

Na Tabela 2 estão apresentadas
médias e. os coeficientes de variação dos
parâmetros de desempenho dos frangos machos
e fêmeas de marca comercial Ross na fase de
acabamento, de acordo com os níveis de
inclusão do fareIo do pseudofruto de caju
desidratado (FPCD).
Constatou-se que os níveis de inclusão
do fareIo do pseudofruto de caju desidratado
não influenciaram (P>0,05) as variáveis
consumo de ração, ganho de peso e conversão
alimentar, em frangos de corte no período de
44 a 50 dias de idade.
A utilização de alimento alternativo com
elevado teor de fibra bruta pode causar
redução no consumo de ração, em virtude da
fibra diminuir a digestibilidade e a absorção dos
as nutrientes e baixar o valor energético da ração,
o que não foi observado nesta pesquisa. Neste
experimento, como as rações foram
isoenergéticas, devido à adição de óleo vegetal
nas dietas que continha fareIo do pseudofruto
de caju desidratado, o consumo, provavelmente,
não foi afetado pelos níveis de inclusão de
FPCD, estando essa ocorrência de acordo com
os achados de Beterchini et aI. (1991) e Barbosa
(2003), ao relatarem que, as aves consomem
alimentos buscando prioritariamente satisfazer
as suas necessidades energéticas, desde que o
trato digestivo não se constitua em limitação.

Tabela 2 - Desempenho de frangos de corte alimentados com rações contendo diferentes níveis
de inclusão do farelo do pseudofruto de caju desidratado (FPCD) no período de 44 a
50 dias de idade
Table 2 - Performance of broilers fed with diets containing different levels inclusion of dehydrated
cashew apple meal (FPCD) from of 44 to 50 days of age

Variáveis (Variables) Níveis de inclusão do FPCD (Inclusion levels of DCAM), % CV, %

O 5 10 15
Consumo de ração, kgl 1,143 1,156 1,149 1,144
Feed intake, kg1
Ganho de peso, kg1
Weight gain, kgl
Conversão alimentar, kg/kgl
Feed:gain rati, kglkgl

1 Não houve efeito linear e quadrático significativo (P>0,05).

I Without significant effect linear and quadratic (P>O..OS).

Segundo Scott et aI. (1976) o nível de
energia na ração parece ser o fator mais
importante para definir o consumo, e que, dentro
de uma determinada faixa, é o nível de energia
que regula o consumo de ração para aves.
Entretanto, a quantidade absoluta consumida
depende das necessidades da ave, que varia.
de acordo com o tamanho, a atividade, a
temperatura ambiente e o estado fisiológico.
Para Philip et aI. (1995) e Classen (1996)
a fração solúvel da fibra em contato com a água
forma um gel que reduz o tempo de trânsito do
alimento, promovendo a sensação de saciedade
e, conseqüentemente, redução no consumo de
ração. Também, funciona como uma barreira
à ação das enzimas, dificultando o contato
destas com os grânulos de amido e as moléculas
protéicas e lipídicas do alimento, diminuindo o
contato do bolo alimentar com as células
absortivas da membrana intestinal. Isso faz com
que ocorra uma redução na digestão e absorção
dos nutrientes da ração. Certamente, esses
eventos descritos com relação à fibra, deveriam
ter contribuído para a redução no consumo e
no ganho de peso, e piora na conversão
alimentar das aves alimentadas com rações
contendo FPCD, em que os níveis de fibra
variaram de 2,68 a 4,88%, porém estas variáveis
não foram afetadas. Segundo Rodriguez-
Palenzuela et aI. (1998) e Panigrahi (1992), o
teor de fibra encontrado no FPCD tem
capacidade limitada de absorção de água, o que
pode contribuir para redução da formação do
gel, que reduz o tempo de trânsito da digesta
pelo trato gastrintestinal e reduz a ação das
enzimas nos diversos nutrientes. Embora
Classen (1996) tenha reportado que a fração
solúvel presente na fibra por menor que seja,
produz efeitos negativos no desempenho das
aves, devido ao aumento da viscosidade
intestinal e às alterações morfológicas
fisiológicas do trato digestivo, tais efeitos não
foram observados na presente pesquisa.
Silva Filha (2004), trabalhando com
níveis de inclusão: O, 8, 16 e 24% do farelo do
pseudofruto do caju desidratado em rações de
frangos de corte machos, da marca comercial
Ross, observou que o maior consumo de ração
foi obtido com 8%; entretanto, isto não
influenciou o ganho de peso e a conversão
alimentar. Concluiu a autora que até 24% de
FPCD pode ser incluído na ração de frangos
de corte de 22 a 40 dias de idade, sem afetar o
desempenho das aves. De acordo com este
autor na fase final de frangos de corte, os efeitos
adversos da fibra são menos evidentes,
podendo-se atribuir ao aumento da capacidade
de ingestão e digestão com o avanço da idade,
confirmando o observado neste estudo.
Segundo Potter et aI. (1990), as aves adultas
parecem ser capazes de se adaptarem às rações
com maior teor de fibra, pois, o trato digestivo
está suficientemente desenvolvido para reduzir
ou neutralizar os efeitos negativos da fibra. Este
fato foi confirmado por Philip et aI. (1995),
que observaram uma redução nos efeitos
adversos da quantidade de fibra solúvel nas
rações de frangos de corte após 21 dias de
idade. Diante dos resultados obtidos no
presente estudo é possível incluir até 15% de
FPCD nas rações de acabamento de frangos
de corte, sem afetar o desempenho das aves.
Os valores dos índices econômicos
obtidos em frangos de corte para os níveis de
inclusão do FPCD: 0%, 5%, 10% e 15%,
foram: custo médio da ração (R$): 0,61, 0,62,
0,64 e 0,66; custo médio de alimentação - CMA
(R$): 0,70, 0,72, 0,74 e 0,76; renda bruta média
- RBM (R$): 1,03, 1,03, 1,03 e 1,04 e margem
bruta média - MBM (R$): 0,33, 0,31, 0,29 e
0,29.
O aumento da inclusão do fareIo do
pseudofruto de caju desidratado nas rações
causou um incremento nos custos médios da
ração e de alimentação. A ração contendo 15%
de FPCD apresentou um custo de 8% superior
e ao da dieta controle. Esta ocorrência deve-se a
inclusão de óleo de soja nas rações com o
aumento do FPCD, visando o balanceamento
energético. No tocante à renda bruta média, a
dieta com 15% FPCD em relação a dieta
controle, foi maior em torno de 1%; entretanto,
a margem bruta média, foi 12% menor com
relação à dieta contendo 0% FPCD. Esta
constatação mostra que a substituição parcial
do milho pela FPCD fica condicionada ao preço
dos ingredientes, do fareIo do pseudofruto de
caju desidratado e principalmente, do óleo de
soja, por ocasião da formulação das rações de
. frangos de corte.
Conclusões
O fareIo do pseudofruto de caju
desidratado até 15 % não interfere no
desempenho de frangos de corte, no período
de 44 a 50 dias de idade.
O uso do farei o do pseudofruto de caju
desidratado em rações de frangos de corte nesta
fase fica condicionado ao preço dos
ingredientes, por ocasião da formulação das
dietas.

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