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EOSHTHQUESDDINIMIGO
onun
CRISTn
E os nmnuES do inimigo
CB4D
Rio de\Taneiro
2013
D ig ita liz a d o p o r:
Todos os direitos reservados. Copyright © 2013 para a língua portuguesa da Casa Publicadora
das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da
Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.
Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD,
visite nosso site: http://www.cpad.com.br.
CEP 21.852-002
1“ edição: Janeiro / 2013 Tiragem: 15.000
lGRADECIMENTOS
Capítulo 1
A Família, Criação de D e u s........................................................................... 7
Capítulo 2
O Casamento de Acordo com a B íb lia...... .......... ........................ ........17
Capítulo 3
As Bases do Casamento C ristão............... ..................................................28
Capítulo 4
A Família sob A taque............................................ ........................................40
Capítulo 5
Conflitos na Fam ília........................................................................................56
Capítulo 6
Os Perigos do Adultério............................................................................ 67
Capítulo 7
O Divórcio e suas Consequências................................................ ............81
Capítulo 8
Educar, Dever da Família .............. .................................. .............................91
Capítulo 9
A Educação Sexual e a M oral Relativista................. ............................ 101
A F a m íl ia C ristã e o s A taques d o I n im ig o
Capítulo 10
O Valor do Culto D om éstico....................................................................113
Capítulo 11
A Família e a Escola D om inical...............................................................128
Capítulo 12
A Família e a Igreja...................................................................................... 136
Capítulo 13
Eu e minha Casa Serviremos ao Senhor................................................145
Capítulo 14
Os Perigos do Consumismo...................................................................... 151
Bibliografia....................................................................................... 160
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F a m íl ia , c r ia ç ã o de D eus
A
/ \ única configuração familiar reconhecida por Deus é a que é for
mada de pai, mãe e filho. No princípio da Criação, Deus concluiu que
não seria bom o homem viver na solidão, e criou a mulher para viver a
experiência humana ao seu lado. A família é instituição criada por Deus.
Antes de fundar a Igreja, Deus criou o casamento e, como decorrência
deste, instituiu a família. Essas instituições especiais, fruto da mente do
Criador, têm sido terrivelmente atacadas pelas forças do mal.
O espírito do Anticristo tem dominado a mente do homem pós-
-moderno, a tal ponto de promover verdadeira subversão dos valores
morais, que se fundamentam na Palavra de Deus. Uniões abomináveis
de pessoas do mesmo sexo têm sido aprovadas por lei, como se fossem
famílias, em aberta afronta contra a Lei de Deus.
Quando Deus criou o homem e a mulher, já tinha em mente a
família (Gn 2.24). No Salmo 128, encontramos o valor da fam ília no
plano de Deus: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda
nos seus caminhos! A tua mulher será como a videira frutífera aos la
dos da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua
mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (SI
128.1 ,3,4). São promessas de Deus para a família que nele crê, teme-o
e lhe obedece.
A F am ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
E vitar a solidão
Deus não fez o homem para viver na solidão (Gn 2.18); Ele tinha
em mente a constituição da família, mas esta não está completa só com
o casal. Por isso, o Senhor previu a procriação (Gn 1.27-28). Fica mais
clara a origem da família quando lemos: “P orta n to, d eix a rá o h o m em seu
p a i e e su a m ã e e se u n ir á à su a m u lh e r e serã o a m b os u m a s ó c a r n e ” (Gn
2.24). “O homem” aí é o filho, nascido de pai e mãe. Deus fez a família
para que o homem não vivesse na solidão (SI 68.6; 113.9).
Bem-estar social
O homem, diz a sociologia, é um ser gregário por natureza. Ele sen
te a necessidade de viver em grupo, de socializar-se. Isso não é fruto da
evolução cega, como dizem os filósofos materialistas, que supõem que o
homem surgiu por acaso, oriundo de um organismo unicelular (ameba),
passando por diversos estágios, chegando a ser um macaco, que se trans
F a m íl ia , c r ia ç ã o d e D eus
formou num homem, por acaso! E que passou a viver em bandos para
melhor sobreviver. Isso faz parte do imaginário da fábula evolucionista.
A família foi projeto de Deus para a vivência do homem na terra. Pai,
mãe e filhos são palavras oriundas da mente de Deus (Gn 2.24).1
A sociedade é formada de famílias. A igreja local é formada de
famílias. Toda sociedade que desvalorizou a família e buscou outras for
mas de relação social substitutivas, como união de pessoas do mesmo
sexo, corrompeuse e degenerou-se, sucumbindo ao longo da História.
Bem-estar emocional
M arido e mulher complementam-se em suas necessidades emo
cionais. Nos momentos alegres, compartilham seus sentimentos de
felicidade. Nos momentos tristes ou difíceis, ajudam-se mutuamente,
impulsionados pelo amor conjugal. Pais e filhos, vivendo em família,
sentem-se mais seguros do que pessoas que vivem solitárias.
A sociedade sem Deus aprisiona muitos em estilos de vida espúrios
e depravados. São presos pelos grilhões do relativismo e do humanismo
frio e anticristão. Mas nada pode substituir a família como centro de
apoio e segurança para o ser humano (SI 68.6). E plano de Deus.
A multiplicação da espécie
Um ser humano pode nascer, como fruto de uma violência, de uma
gravidez forçada. Pode nascer de uma união entre um homem e uma
mulher que vivem juntos sem a bênção do casamento. M as Deus quer
que cada pessoa nasça no mundo, em cumprimento à ordem para o
crescimento e a multiplicação da espécie humana, com base no amor e
na união entre marido e mulher; entre pais e filhos.
O ambiente do lar faz parte do projeto de Deus para a constituição
e desenvolvimento da família. É tão forte esse desígnio que a mulher
estéril, normalmente, aspira ser mãe. E, sendo sua vontade, Deus propi
cia essa condição. “Seja bendito o nome do Senhor, desde agora e para
sempre; que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre
mãe de filhos? Louvai ao Senhor! (SI 113.2,9). Notemos a ordem do
texto. Primeiro, “habite em família”; depois, “seja alegre mãe de filhos”.
Casais homossexuais jamais poderiam contribuir para a multiplicação
da raça humana. Por isso e por outras razões, tais uniões são consi
deradas abominação aos olhos de Deus. Não podem ser consideradas
1 Elinaldo Renovato de Lima. A família cristã nos dias atuais , p. 8.
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A F a m Ilia C ristã e o s A taques d o In im ig o
2. A primeirafamília
Quando Adão recebeu Eva, como resultado da intervenção de Deus
em sua existência, deve ter ficado deslumbrado com sua companheira,
apresentada pelo criador. Não sabemos por quanto tempo viveram como
um casal. M as, experimentando o relacionamento previsto pelo Criador,
geraram os primeiros filhos. Foram os únicos que não tiveram que dei
xar “pai” e “mãe” para se unirem e terem filhos (Gn 2.24), formando a
primeira família do planeta.
Se o acordar da anestesia e contemplar a mulher deve ter sido mo
tivo de admiração e surpresa, imagine-se o que Adão sentiu ao perceber
que no ventre da esposa havia um novo ser em formação. E, mais ainda,
quando o primeiro filho veio à luz! Quando os dois primeiros filhos já
eram jovens ou adultos, Caim matou Abel por inveja da aceitação de
Deus para o sacrifício oferecido pelo irmão.
Outros filhos e filhas nasceram do primeiro casal (Gn 4.25,26).
Adão viveu 930 anos e teve muitos outros filhos e filhas, cujos nomes
não são registrados no Gênesis (Gn 5.4,5). Isso porque a genealogia
bíblica só destaca nomes de personagens que, de forma positiva ou ne
gativa, têm importância marcante para a trajetória humana e seu papel
na História.
Por razões que só Deus pode avaliar plenamente, em sua divina
onisciência e sabedoria, a primeira fam ília foi vítima do ataque mor
tal do M aligno. Foi em seu seio que aconteceu o primeiro homicídio;
dos seus primeiros descendentes, que o plano de Deus para o casamen
to e para a família foi desrespeitado, no que concerne à união familiar,
formada por um homem, uma mulher e seus filhos; primeiro, houve a
bigamia (Gn 4.18,19). Depois, o homem descambou para a poligamia.
Arranjos sociais, inventados pelo homem, em sua condição de rebeldia,
que nunca tiveram a aprovação de Deus. Ele as permitiu, consoante sua
misericórdia e longanimidade.
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F a m íl ia , c r ia ç ã o d e D eus
O ambienteperfeito do Eden
O casal, constituído nos primeiros habitantes humanos do planeta, se
deÜciava nas noites calmas e amenas do Paraíso. Não havia temor ou pa
vor da escuridão. O medo era desconhecido. O cenário noturno era tran
quilizador. A brisa suave soprava no arvoredo, levando ao casal os odores
perfumados das plantas silvestres. O firmamento, ao longe, pontilhado de
estrelas brilhantes, nas noites escuras, oferecia um espetáculo de rara bele
za. Nas noites de lua, diminuindo o brilho estelar, fazia-se extraordinaria
mente belo o ambiente paradisíaco. Sem dúvida, com maior intensidade,
brilhava o astro noturno.
As manhãs e tardes eram agradáveis. Uma temperatura média, ade
quada ao bem-estar dos habitantes edênicos, era sentida em todo o plane
ta. A luz solar empolgava-os. Em cada canto, se percebia a beleza da cria
ção nos seus mínimos detalhes. O homem se sentia muito feliz. O ar era
puro na mais alta expressão. Os animais, as aves, todos os seres da natureza
nenhum mal causavam ao homem: conviviam na mais perfeita harmonia.
O cuidado de Deus
O cuidado de Deus para com o ser criado foi levado ao extremo
na formação do Éden. Não havia poluição ambiental; o ecossistema era
perfeito; o clima, ameno e confortável, não conhecia diferenças acentua
das de temperatura, nem calor excessivo, nem frio perturbador, havia no
primeiro lar do ser humano. Os animais faziam parte do habitat edêni
co. Adão tinha autoridade espiritual e moral sobre todos os seres vivos.
Ele foi criado para ser dominador e cuidador do planeta. Havia perfeita
harmonia entre os seres racionais e os irracionais.
O trabalho no Éden
Deus não pôs o homem no Jardim para ficar ocioso, numa atitu
de contemplativa das belezas edênicas (Gn 2.15). É interessante notar
que o trabalho, a atividade da mente e do corpo, desde o princípio, foi
2 Ibid.,p. 36.
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A F a m ília C r istã e o s A taq ues d o I n im ig o
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F a m íl ia , c r ia ç ã o d e D eus
Conheceram o medo
Foi a primeira enfermidade que o homem experimentou. Enfermi
dade ou distúrbio de ordem emocional. As chamadas doenças nervosas
tiveram origem no rompimento da relação direta do homem rebelde e
seu Criador. Qual a família na terra que não experimenta algum tipo de
problema de ordem emocional?
Conheceram a desarmonia
Quando questionado pelo Criador sobre o seu pecado, Adão pôs
a culpa na esposa (Gn 3.12). A mulher pôs a culpa na serpente. Assim,
teve início a tão conhecida “incompatibilidade de gênio”, que provoca
desavenças entre casais, com sérias consequências sobre a estabilidade
familiar. Os filhos sofrem ao verem a desunião entre seus pais.
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3. A monogamia declarada
Se no Antigo Testamento a poligamia foi tolerada por Deus, no
Novo Testamento a monogamia é a regra doutrinária. Jesus em nenhum
momento avalizou outra forma de relacionamento conjugal que não
fosse a monogamia. Paulo, usado pelo Espírito Santo, doutrinou de for
ma clara e cristalina sobre esse tema. Escrevendo à igreja de Corinto,
formada por judeus e gentios convertidos, deixou claro seu ensino a res
peito das relações conjugais (1 Co 7.1,2). Ele não disse: “cada um tenhas
suas mulheres, ou cada uma tenha seus maridos”; ou, pior ainda: “cada
um tenha seu homem, ou cada uma tenha sua mulher”.
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A F a m ília C r istã e o s A taques d o In im ig o
2. A fa m ília n u clea r
Também chamada de “família tradicional”, formada por pai, mãe e
filhos, como núcleo familiar (cf. Gn 2.24), em torno do qual se desenvol
vem os descendentes, parentes e outros que a ela se agregam. É a família
ideal, pois tem origem na mente de Deus, o Criador, e atende a seus pro
pósitos para o desenvolvimento, o bem-estar e estabilidade social. A biga
mia, iniciada por Lameque (Gn 4.18,19), evoluiu e deu lugar à poligamia.
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O CASAMENTO DE ACORDO
c o m a B íblia
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O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA
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A Fa m ília C r istã e o s A taques d o In im ig o
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O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA
A poligamia no Patriarcado
A nação israelita tem início com Abraão (2.400 a.C ), começando o
Período Patriarcal, em que a figura do homem manteve-se como abso
luta, em termos de importância, em relação à mulher. Cometendo desli
ze em sua vida, deu mau exemplo, unindo-se a uma serva, por sugestão
de sua própria mulher, que era estéril; era a bigamia e o concubinato le
gitimado, na família do “pai da fé” (Gn 16), trazendo sérios transtornos
familiares, históricos e espirituais.
Na época de Isaque (1860 a.C), ao que tudo indica, havia muito res
peito, no seio da família, aos costumes adotados pelo patriarca Abraão.
Isaque, já com 40 anos, teve sua esposa escolhida pelo próprio pai, entre
os seus parentes que habitavam em Naor (Gn 24). Em Gerar, Isaque
sofre a mesma ameaça da lascívia, que seu pai sofrera e vê sua esposa
cobiçada por Abimeleque (Gn 26.1-11).
Porém, na época de Jacó (1750 a.C), ele casou-se com Raquel, sua
amada. M as foi forçado a ser bígamo pelo próprio sogro. Como Raquel
era estéril, Jacó, aproveitando os costumes orientais, uniu-se às suas ser
vas, Bila e Zilpa, e teve, juntamente com sua esposa Leia, dez filhos com
elas, e mais dois filhos com Raquel, quando esta foi curada da esterilida
de (Gn 29.32-35; 30.1-26). Jacó, o patriarca que deu origem às tribos de
Israel, foi polígamo (Gn 29.21-23; 28-31; 30.1-10).
Noé, ao que tudo indica, não entrou na onda da poligamia. Obedeceu
ao plano de Deus para o casamento, mantendo-se casado com uma única
esposa (Gn 7.7), apesar da corrupção geral do gênero humano (Gn 6.2).
A degeneração moral era tanta, que Deus resolveu destruir a humanidade
de então (Gn 6.5-7).
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A F a m ília C ristã e o s A taq ues d o In im ig o
excessiva vaidade de ter um dos maiores haréns do Oriente. Foi o seu fim!
Seus sucessores seguiram o caminho da poligamia.
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O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA
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II - O PRINCÍPIO DA HETEROSSEXUALIDADE
O Diabo e seus simpatizantes tremem e se revoltam quando a Igre
ja de Nosso Senhor Jesus Cristo defende os princípios bíblicos quanto à
sexualidade. Para sua própria condenação, pastores em vários lugares no
mundo têm feito concessões a Satanás no que tange ao relacionamento
matrimonial, admitindo a homossexualidade ou a chamada “homoafe-
tividade”. M aior condenação terão aqueles que se dizem cristãos e pro
curam justificar o homossexualismo, com base em falsas interpretações
dos textos bíblicos. Para Deus, no Antigo e no Novo Testamento, o ca
samento só é legítimo e com amparo Lei divina, se atender ao princípio
inegociável da heterossexualidade.
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O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA
2. Oprimeiro casamento
Após criar o homem, Deus concluiu que não seria bom ele viver na
solidão. Poderia ter criado outro “Adão” para viver com ele na chama
da “união homoafetiva”. Estaria resolvido o problema da solidão. M as
Deus não cogitou a homossexualidade. A solução de Deus foi criar um
ser humano, de sexo diferente, para viver ao lado do homem (Gn 2.18).
E criou a mulher, a partir de uma costela de Adão.
Os ímpios chamam isso de fábula, de “conto de fadas”; falsos teólo
gos chamam de “mito da Criação”. Por quê? Porque para eles Deus não
“criou” o homem conforme o Gênesis. O homem surgiu de uma ameba,
evoluiu até ser macaco, tudo por acaso, e chegou a ser o 11hom o sa p ien s'.
M as Deus criou o homem das substâncias da terra, e a mulher, a partir
de parte do homem. Creiam ou não os materialistas.
Após criar a mulher, Deus a apresentou ao homem, e este, extasiado
exclamou: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne;
esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2.23).
A í temos o relato do primeiro casamento. Deus foi o oficiante. O Pai,
o Filho e o Espírito Santo concelebraram as primeiras núpcias. Os se
res celestes foram testemunhas. A certidão de casamento é o relato de
Gênesis 2.18-24. Nesse casamento, de origem divina, não vemos lugar
para a “união civil entre pessoas do mesmo sexo”, nem espaço para a
“união estável”, nem “entidade familiar” homossexual. Os legisladores,
os juristas, educadores, sociólogos, psicólogos e outros aprovam esse tipo
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A F a m ília C r istã e o s A taques d o In im ig o
1. JJma só carne
No plano de Deus para o casamento, Ele previu a união duradoura
entre o esposo e a esposa, durante toda a vida em comum (Gn 2.24). O
Criador planejara a vida eterna para o ser humano. Em consequência, a
união matrimonial seria eterna.
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O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA
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AS BASES
DO CASAMENTO CRISTÃO
1. A vontadepermissiva
Como expressão da vontade do Criador, Ele disse, no princípio de
todas as coisas, que o homem deveria deixar seu pai e sua mãe e unir-se à
sua mulher, a ponto de ser “uma só carne” com ela (Gn 2.24), o que ocor
re no ato sexual. Essa vontade de Deus é para todos os homens, crentes
ou não crentes, santos ou ímpios, evangélicos ou não. Por quê? Porque
faz parte de seu plano divino que a humanidade cresça e se multiplique,
através da união legítima entre um homem e uma mulher, como vimos
no capítulo anterior. A vontade de Deus é que um homem se case com
uma mulher, para formar um lar e uma família, conforme os ditames de
sua santa Palavra.
Face essa “vontade permissiva” de Deus, Ele não interfere nem di
reciona um homem para uma mulher. Ele permite aos homens em geral
que ajam conforme suas vontades, até mesmo para praticarem atos con
trários à vontade do Senhor. Assim, cada pessoa tem o direito de, usando
o seu livre-arbítrio, fazer as escolhas que lhe convier para sentir-se bem
na união matrimonial. A vida nos mostra que Deus considera e valoriza
o matrimônio, tendo ele sido celebrado numa igreja evangélica ou não,
desde que subordinado à lei civil, representada pelas autoridades que
têm competência para realizar o matrimônio. A igreja cristã não rejeita
um casal, pelo fato de ter sido unido, em cerimônia legal, num templo
de outra religião. Salvo se tal religião praticar ritos que possam ser con
siderados diabólicos.
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yA Fa m íl ia C r istã e o s A taques d o I n im ig o
2. A vontade diretiva
Esta é diferente da vontade permissiva. É a vontade de Deus, segun
do a qual Ele pode agir, de modo impositivo ou diretivo, para alcançar
seus objetivos divinos em relação ao universo e aos homens como agentes
livres. Com essa vontade, Deus também pode direcionar pessoas; criar
situações; promover circunstâncias, seja por sua decisão própria, ou para
atender solicitações e propósitos de pessoas, especialmente de seus servos
e servas, que procuram viver de acordo com seus princípios elevados.
Dentro desse contexto, como Deus usa a vontade diretiva para o
casamento? Será que Ele escolhe o “irmão fulano” para ser esposo da
“irmã fulana”? E se esse irmão resolver casar com a “irmã sicrana”, pode
contrariar a vontade de Deus? Essas questões parecem simples, porém
são mais comuns do que se poderia imaginar. No aconselhamento pas
toral, ou em seminários para a juventude, é comum ser encaminhada
questão desse tipo: “Pastor, como podemos saber se uma pessoa com
quem namoramos, ou noivamos, é a pessoa escolhida por Deus para
nós?”; ou: “como podemos saber se o casamento é da vontade de Deus?”.
Notadamente os jovens querem uma resposta definida para essas
questões, que são motivo de inquietação para muitos que estão na fase
de tomar decisões importantes em suas vidas, principalmente em rela
ção ao casamento. De tanto verem fracassos matrimoniais, nas igrejas
ou em suas famílias, há rapazes e moças que têm receio de casar. H á os
que namoram e até noivam, e terminam o relacionamento por não se
sentirem seguros quanto à vontade de Deus nesse terreno. Em nosso
aconselhamento aos jovens, procuramos dar-lhes algumas orientações
que servem de pistas para suas decisões em termos de namoro, noivado
e casamento. A seguir, alguns indicadores da vontade de Deus.
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As BASES DO CASAMENTO CRISTÃO
O comportamento pessoal
Referimo-nos ao comportamento ou ao testemunho da pessoa. Se
uma jovem namora um rapaz e quer saber se esse namoro é da vontade
de Deus; ou é noiva e quer saber se o noivado é da vontade de Deus, com
vistas a um provável casamento, deve levar em conta com muito cuidado
o testemunho do jovem. Da mesma forma, um rapaz cristão deve avaliar
o testemunho de sua namorada ou noiva, para saber se é da vontade de
Deus que se case com ela. Parece simples, mas não é. E indispensável
observar o comportamento do outro na família, no relacionamento com
os pais; o comportamento do outro para com os pastores, a igreja, o tra
balho. Se um jovem ou uma jovem não respeita os pais, como respeitará
seu cônjuge? Como respeitará o pai ou a mãe de seus filhos?
Um casamento não pode ser da vontade de Deus se o namoro e o
noivado são marcados pela prática de atos que ofendem à santidade de
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AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO
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A S BASES DO CASAMENTO CRISTÃO
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vida está “insuportável” ao lado da esposa, Satanás fica torcendo pelo pior,
e faz com que aquelas “coisinhas” pareçam montes intransponíveis.
O esposo cristão quer exigir da esposa o cumprimento fiel de todos
os seus deveres, sem faltar nada. Porém, muitas vezes, não cumpre os
próprios deveres para com ela, conforme a Bíblia manda. Será que, por
causa de qualquer coisa, Cristo irrita-se com a Igreja? Certamente não.
Se assim fosse, onde estaríamos nós? Do mesmo modo, é necessário o
esposo cristão evitar as irritações com a esposa. Como isso é possível?
Parece-nos que, com poucas medidas simples, torna-se viável vencer a
tentação das irritações:
• O esposo deve orar com a esposa todos os dias.
• O esposo deve ler a Bíblia ao lado da esposa.
• O esposo deve manter diálogo constante com a esposa sobre as
coisas do lar.
• Quando algo estiver errado, o esposo deve conversar sobre o as
sunto com compreensão. Pedir sugestões à esposa sobre a melhor
maneira de, juntos, resolverem o problema.
• Ambos devem dar graças a Deus pelos problemas. Eles tendem a
desaparecer quando ações de graças sobem aos céus (1 Ts 5.18).
• Ambos devem procurar cultivar o verdadeiro amor.
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A S BASES DO CASAMENTO CRISTÃO
Deus não mais aceitava as ofertas do povo, pelo fato de haver des
lealdade entre esposos e suas respectivas esposas. Quando os cristãos se
casam dentro da vontade divina, Deus se faz presente na cerimônia, e
se torna testemunha divina daquela união, daquele compromisso, assu
mido perante a autoridade pastoral que Deus confere aos ministros do
evangelho. Eles representam Deus no casamento. Quando os crentes se
casam, assumem o compromisso, perante Deus, perante sua Igreja, pe
rante as testemunhas e perante a sociedade, perante a lei civil que regula
o matrimônio. O casamento não deve ser visto como um “contrato”.
Contrato tem cláusulas, que podem sofrer modificações mediante
o instrumento de aditivo contratual. No casamento não há aditivo. H á
pacto solene, celebrado perante o criador do casamento. Os contratos
têm prazo de vigência. O casamento é uma aliança, que deve perdurar
“até que a morte os separe”. E, para que isso ocorra, é indispensável a
fidelidade entre os cônjuges.
Estatísticas oficiais demonstram que o número de divórcios entre
os evangélicos está quase equivalente ao índice de divórcios entre os
cônjuges descrentes. Esse é um fenômeno dos tempos pós-modernos.
Há algumas décadas, pouco se falava em divórcio entre cristãos. M as,
nos últimos tempos, as separações têm ocorrido com frequência acen
tuada nas igrejas. Por quê? Por vários motivos. Um deles, talvez o mais
terrível, seja o da infidelidade, do adultério, do homossexualismo, e de
outros pecados graves, cometidos contra a Lei de Deus.
Ultimamente, há inúmeros casos, no seio das igrejas, de casais em
crise conjugal. Alguns não se separam por mera conveniência, mesmo
sendo vítima de infidelidade conjugal. Uns não querem divorciar-se
porque aspiram ao ministério. E precisam manter-se casados, mesmo
que haja uma união de fachada. Isso não condiz com o caráter cristão.
Para evitar a infidelidade, é necessário que o casal se mantenha de
baixo da orientação da Palavra de Deus. O esposo, amando sua esposa
de todo o coração, como Cristo à Igreja. A esposa, amando o esposo da
mesma forma e lhe sendo submissa pelo amor. Em termos práticos, é ne
cessário cultivar, tratar, regar e cuidar da planta do amor, para que as ervas
daninhas da infidelidade não germinem no coração de um dos cônjuges.
E bom que os cristãos casados saibam que a santidade do cristianismo
não faz ninguém deixar de ser humano. Nesta vida, precisamos de amor, de
alegria, de paz, de carinho, de afeto. O leito conjugal precisa ser bem apro
veitado, e a união sexual, legítima entre os casados, deve continuar sendo
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
fator de integração, não apenas física, afetiva, mas também espiritual. Deus
se agrada da união entre os casados, especialmente entre cristãos (Hb 13.4).
Reconhecemos que há muita infidelidade que começa por mera
tentação, para o que o outro cônjuge, às vezes, em nada contribui. Mas
havemos de reconhecer que o casal bem unido em torno do Senhor Je
sus terá condições de vencer o Inimigo. Paulo doutrinou bastante sobre
o assunto (1 Co 3.16,17, por exemplo).
O homem, ou a mulher cristã, deve tomar em consideração esta ad
vertência solene e grave da Bíblia: Se alguém destruir o seu próprio cor
po, pelo pecado, Deus o destruirá. M ais clara ainda é a exortação quando
lemos o trecho de 1 Coríntios 6.18-20. O corpo não é nosso propria
mente, pois somos propriedade de Deus. Não somos de nós mesmos.
Esta constatação é extraordinária. Para aceitá-la, é preciso que tenhamos
a consciência espiritual em harmonia com a mente de Deus. Diante dis
so, o casal cristão não pode adulterar, nem usar o corpo de qualquer ma
neira no leito conjugal, para não cometer infidelidade no uso do “templo
de Deus”. A prática do sexo, fora do que é natural, como por exemplo a
sodomia e outras aberrações sexuais, é profanação do “templo de Deus”.
Um casal bem ajustado espiritual e fisicamente não necessita re
correr a práticas eróticas desrespeitosas no leito conjugal. Havendo o
verdadeiro amor, não haverá frieza sexual. Haverá interesse, atração de
um pelo outro; haverá prazer no ato. É necessário evitar a infidelidade
sob qualquer forma ou pretexto. Quem é fiel ao seu cônjuge é fiel, acima
de tudo, a Deus, o criador do casamento.
38
As BASES DO CASAMENTO CRISTÃO
córdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” (v.
14b, 15). E uma forma de linguagem bíblica, em que o escritor afirma,
interrogando. Na verdade, ele quer dizer que não pode haver comunhão
entre “a luz”, o servo de Deus e “as trevas”, o descrente com seu estilo
carnal, mundano e contrário à palavra de Deus.
“Que concórdia há entre Cristo e Belial?”, pergunta Pau
lo. Num namoro, noivado, ou num casamento, entra em cena Cris
to e Belial? A princípio, não parece haver tal situação. M as se pen
sarmos bem, entendemos que sim. O cristão, solteiro ou casado,
deve ser “templo do Espírito Santo” (1 Co 6.19), na comunhão com
Cristo. O descrente não tem o Espírito de Deus. Ele tem outro espírito,
ou outros espíritos, tipificados em “Belial”. Dessa forma, o Espírito que
habita no crente fiel não pode ter “concórdia” com o espírito que habita
no descrente. Não pode haver comunhão.
O apóstolo é mais claro, quando indaga: “Ou que parte tem o fiel
com o infiel? (v. 15 b). O fiel é aquele que aceitou a Cristo como seu
salvador, que foi lavado e remido pelo sangue de Cristo, que tem seu
nome escrito no Livro da Vida. O infiel é aquele que, mesmo sendo edu
cado, fino, de boa família, um bom cidadão, não é um servo de Cristo. E
bom cidadão do mundo, mas não é cidadão do céu. Ele acrescenta: “E
que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o
templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles
andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (v. 16). Um casa
mento, fruto de um namoro e de um noivado, de um fiel com um infiel
não pode ser da vontade Deus.
Muitos têm pago um preço muito alto por desprezarem esse ensino
da Palavra de Deus. Entendendo que, na igreja local, não há um jovem
ou uma jovem para namorar, noivar e casar, acabam envolvendo-se com
colegas de trabalho, da escola, da faculdade; com um parente simpático;
com um amigo bonito; ou uma amiga agradável, porém não crentes.
Isso pode ter sua lógica, no aspecto humano. M as, na visão de Deus, é
desobediência a seus princípios. Alguns, por misericórdia de Deus, es
capam de maiores consequências. Outros, infelizmente, afundam num
casamento infeliz, sem união, sem amor, sem paz, sem a bênção de Deus.
E melhor ficar solteiro, ou solteira, do que ter um casamento sem a
presença de Deus.
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3 Antiga FEBEM.
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buscar a Deus. Isso depende primeiro de Deus, visto que, sem Ele, nada
podemos fazer. Ele é o “que opera em vós tanto o querer como o efetuar,
segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Em segundo lugar, depende dos
líderes, dos obreiros, dos pastores, dos líderes de mocidade. Esses preci
sam da unção de Deus para trabalhar com adolescentes, servindo-lhes
de exemplo e de referência.
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A FAMÍLIA SOB ATAQUE
III - PORNOGRAFIA
Pornografia “é a representação, por quaisquer meios, de cenas
ou objetos obscenos, destinados a serem apresentados a um públi
co e tainbém expor práticas sexuais diversas, com o intuito de des
pertar desejo sexual no observador. O termo deriva do grego p ó r n e ,
“prostituta”, g r a fé , representação”.5 Em décadas passadas, repre
sentações pornográficas se lim itavam a revistas, vendidas de modo
discreto, em livrarias ou pequenos estabelecimentos que distribuem
m aterial de divulgação.
Mas, com o advento da internet, a pornografia tomou proporções
mundiais e fora de qualquer controle. O que só seria possível ver em fil
mes, chamados “pornô”, em sessões de cinema para adultos, está à dis
posição de crianças, adolescentes e jovens, na tela dos computadores. As
imagens pornográficas em filmes e DVD’s são engodos, ou iscas para ado
lescentes, jovens e adultos, que se deixam dominar pelos instintos carnais
descontrolados. E muitos se tornam viciados, a tal ponto de haver clínicas
especializadas em tratar pacientes com esse distúrbio. As famílias que ser
vem a Deus têm fundamentos sólidos para vencer essa onda maligna de
pornografia, que tem destruído casamentos e lares cristãos.
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IV - DROGAS
A família tem sido atacada no lado espiritual com as investidas sa
tânicas que propõem a sua destruição, com novas formas de “configura
ções familiares”, incluindo as chamadas “uniões homoafetivas”, conde
nadas pela Palavra de Deus.
M as há também outros ataques, de ordem espiritual e social. Os
vícios têm sido agentes do M aligno, para destruir vidas preciosas. Pais
de família são levados à morte precoce, por causa do tabagismo, do al
coolismo e dos tóxicos.
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3.1. Os efeitos das cham adas d rogas lícitas. Aqui, não enfocaremos os
medicamentos, e, sim, as substâncias não prescritas pela medicina.
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o fumo é uma droga, que destrói a saúde dos jovens, e de todas as pes
soas dominadas pelo assassino silencioso.
V - DELINQUÊNCIA
Delinquência significa o “ato de delinquir”, ou o “estado do delin
quente”. E a prática costumeira de delitos, que podem ser contra a pes
soa, contra a propriedade, sem conotação política. Na sociedade atual, a
delinquência tem aumentado significativamente. A cada dia, os roubos,
os furtos, as agressões e as práticas nocivas fazem parte constante do
noticiário em todos os meios de comunicação. Praticamente, não há um
só dia, em que não se divulguem notícias de delitos sociais. Sintoma de
uma sociedade doente, espiritual, moral e socialmente que rejeita aquE-
le que pode trazer paz ao homem, ao “Príncipe da Paz” (Is 9.6),"... o De
sejado de todas as nações” (Ag 2.7). Os governantes, os legisladores e os
juristas aprovam medidas que afrontam a Lei de Deus. O resultado não
pode ser outro, a não ser uma nação degradada espiritual e moralmente.
O poder transformador da Palavra de Deus é capaz de livrar a fa
m ília dos efeitos perniciosos da maldade humana. Num lar cristão, que
se pauta pelos ensinos da Bíblia, seguramente, há muito mais probabili
dade de haver pessoas ajustadas, equilibradas, que busquem a harmonia
e o bom relacionamento entre os seus semelhantes. M as as autoridades
públicas não valorizam a Palavra de Deus, por entenderem que se trata
de um livro de religião, e o “Estado é laico”. De fato, o Estado deve
ser laico. Quando o Estado é religioso, ou teocrático, a História tem
mostrado que se cometem terríveis injustiças, como acontece em países
orientais, dominados por religiões sectárias.
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3. D ívid a s
As dívidas, como inimigos do lar, são aquelas efetuadas sem contro
le, além das possibilidades da renda familiar. Essas, dentre outras coisas,
trazem consequências negativas e podem ser causa de conflitos conjugais.
Uma pessoa endividada fica intranquila, pensando no compromisso não
saldado. Muitos ficam sofrendo de doenças nervosas por causa de dívidas.
As dívidas, contraídas além das possibilidades do casal, perturbam
o relacionamento, gerando muitos conflitos. Quando um dos cônjuges
resolve intervir, reclamando cuidado com as finanças do lar, o outro se
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1. A m u lh er no m erca d o d e trabalho
É um fenômeno característico das últimas décadas. Antigamente,
as mulheres desempenhavam um papel puramente doméstico e con
tentavam-se com isso. Elas eram mães de família, esposas e donas de
casa. A cultura dos povos em geral relegava esse papel às mulheres. M as,
nos últimos anos, com o avanço do feminismo, o segmento feminino
procurou liberar-se das “amarras” da cultura patriarcal ou machista, e
reivindicou os mesmos direitos que são concedidos aos homens.
Nesse aspecto, os avanços foram enormes. A inserção das m ulhe
res no mercado de trabalho tem aumentado de modo significativo. A
urbanização acelerada, o processo de industrialização e as mudanças
culturais, econômicas e sociais têm forçado a participação da mulher
em atividades antes próprias dos homens. Por um lado, há um aspecto
positivo. Inserida no mercado de trabalho, a m ulher sente-se incen
tivada a demonstrar que não se lim ita ao papel de mulher doméstica,
e comprova que tem capacidade para realizar as mais diferentes ocu
pações sociais. O nível de estudo das mulheres tem aumentado, e elas
concorrem com os homens aos cargos mais importantes da nação. H á
queixas quanto à diferença de salário e de natureza dos cargos ocu
pados pelas mulheres, mas há uma evolução marcante nesse aspecto.
Por outro lado, temos que considerar alguns aspectos negativos desse
fenômeno.
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OS PERIGOS DO ADULTÉRIO
A
ff \ prática do adultério tem aumentado no meio evangélico. E sinal
do esfriamento do amor e do aumento da iniquidade. Como vemos no
texto bíblico acima, os adúlteros estão na lista dos tipos de pecadores
que não entrarão no Reino de Deus. O adultério é pecado gravíssimo
aos olhos de Deus, o Criador do casamento, do lar e da família. A socie
dade sem Deus, relativista e hedonista, não o vê como algo pecaminoso,
e sim, como tendência natural do ser humano, que, segundo interpreta
ção da teoria da evolução, o homem é polígamo por natureza, seguindo
o exemplo de certos animais. No entanto, a visão cristã passa pelas len
tes fortes e cristalinas da Palavra de Deus, que considera a infidelidade
conjugal como vergonhosa traição aos princípios sagrados, estabelecidos
por Deus para o casamento.
Quando havia a poligamia, tolerada por Deus, no Antigo Testa
mento, só ocorria o adultério quando um homem ou uma mulher ultra
passavam todos os limites da liberdade concedida pela lei e pelos costu
mes daquela época. Era permitido ao homem ter mais de uma esposa,
e era aceitável que, além de suas mulheres, tivesse concubinas, ao seu
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I - CAUSAS DO ADULTÉRIO
A palavra adultério vem do latim, adulterium, que tem o sentido de
“dormir na cama alheia”. E a relação sexual entre pessoa casada, com ou
tra que não é o seu cônjuge. A sociedade sem Deus admite uma “união
estável”, sem o respaldo espiritual e formal de duas pessoas, inclusive de
caráter homossexual. M uitos veem o casamento apenas como um con
trato com prazo de validade. Visão curta e secularista.
M as, quando uma pessoa se casa, principalmente, se é cristã, o faz na
igreja, perante o ministro oficiante, e declara, perante Deus, perante a igre
ja, perante as testemunhas, que representam a comunidade, faz votos de
fidelidade, assumindo o compromisso de ser fiel até que a morte os separe.
Quando há infidelidade, há uma quebra da aliança matrimonial, com fla
grante desrespeito à autoridade de Deus, e a seu plano para a formação do
lar e da família. Que Deus abençoe os lares cristãos, e os casais, unidos, em
Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, respeitem a aliança firmada
diante de Deus. Se não casa na igreja local, ainda assim, perante Deus, há
uma aliança a ser respeitada, sob pena da reprovação divina.
1. DE ORDEM ESPIRITUAL
a) Q uebra do m a n d am en to d iv in o . A infidelidade não acontece por
acaso. Ê um processo, que pode começar com pequenas coisas, que vão
de encontro aos princípios espirituais para o matrimônio. E pode come
çar antes do casamento. Se um casal de jovens desobedece à Palavra de
Deus, no namoro ou no noivado, está lançando as sementes daninhas
que gerarão um casamento infeliz. Durante o casamento, se o casal não
valoriza os princípios de Deus para a família, e desobedece a sua doutri
na, está edificando sua casa sobre a areia (M t 7.26).
Viver a vida a dois, com amor, dedicação um ao outro, com fideli
dade, parece que não é estimulante. M as trair, prevaricar, ter novas expe
riências amorosas, isso agrada à carne. E terrível saber que a influência
de novelas e seriados tem tanto poder sobre a mente das pessoas, até
mesmo de evangélicos. São inúmeros os casos em que essa influência
diabólica tem sido fator que contribui para a infidelidade. Isso se deve à
banalização da infidelidade, na mídia.
A condenação de Deus ao adultério foi expressa, solenemente, pelo
Senhor, quando Ele chama a atenção dos sacerdotes para a calamitosa
situação espiritual deles próprios e da nação de Judá (M l 2.13-15).
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Os PERIGOS DO ADULTÉRIO
2. DE ORDEM COMPORTAMENTAL.
a) Falta d e com unicação en tre m arido e mulher. A falta de comuni
cação entre o marido e sua esposa tem sido uma das principais causas
eficientes para o desgaste em seu matrimônio. O corre-corre do dia, os
estresses do trabalho, os excessos de atividades ministeriais, com adminis
tração, viagens, compromissos diversos, atendimento pastoral, visitas pas
torais, muitas vezes, não deixam tempo para o obreiro dedicar-se à esposa.
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Os PERIGOS DO ADULTÉRIO
II - CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO
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Os PERIGOS DO ADULTÉRIO
4. Desestruturaçãofam iliar
A fam ília sempre foi considerada a célula-m áter da sociedade.
Um país que valoriza a fam ília, certamente tem alicerces morais e
éticos mais fortalecidos. Infelizmente, no Brasil, a fam ília está sendo
atacada de modo impiedoso, tanto do lado espiritual, pelas forças dia
bólicas, quanto pelas forças das instituições que, guiadas por filosofias
materialistas, atentam contra a estrutura familiar. Esses são ataques
externos à família.
O adultério é um ataque direto à organização familiar. Quando um
cônjuge adultera causa terrível transtorno à sua família. Em primeiro
lugar, atinge ao cônjuge. Em segundo lugar, aos demais membros da
família, principalmente aos filhos, que ficam confusos e perplexos por
saber que o pai ou a mãe foi infiel, traindo a confiança matrimonial e dos
filhos. O adultério mina o edifício da família em sua base, que é a con
fiança do esposo na esposa, e dos filhos nos pais. Em quem confiar, se
os líderes traem um ao outro? O resultado dessa quebra de confiança é
a tristeza, a decepção e a revolta dos filhos. M uitos, não tendo estrutura
espiritual e emocional, enveredam por caminhos perigosos, envolvendo-
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a) O rar sem pre. Não há como escapar, como diz certo ditado cris
tão: “M uita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma
oração, nenhum poder”. É simplista? Pode ser. M as é real. Jesus mandou
vigiar e orar para não cair em tentação (M t 26.41). O que levou o rei
Davi a cometer pecados tão ignominiosos, a ponto de adulterar com a
esposa de um soldado do exército que defendia seu reino e sua vida?
Pior ainda: o que o levou a perder todo o senso de respeito e conside
ração pelo general Urias, quando mandou chamá-lo de volta para casa,
após usar a esposa do amigo? E vendo que sua artimanha não funciona
va, mandou-o de volta à batalha, levando a própria sentença de morte
em mãos? Não foi falta de mulheres. Ele, o rei, tinha nada menos que
sete mulheres e dez concubinas.
O que derrotou Davi foi a falta de oração. Enquanto o exército
de Israel lutava, ele passeava no terraço do palácio, ocioso. Deveria, ao
levantar-se do repouso merecido, ter ido orar pelo seu povo, pelos solda
dos, que expunham a sua vida, defendendo o reino. M as não o fez. Não
orou. Não vigiou (2 Sm 12.7-14). Deixou-se levar pela concupiscência
da carne, e da indução do Diabo para cometer atos tão vis, que se tor
naram símbolo da falta de honradez e dignidade para um homem que
fora chamado de “homem segundo o coração de Deus”, na inferência
do texto em que Deus reprova Saul, por sua desobediência e promete
levantar um sucessor que seria do seu agrado (1 Sm 13.14).
Orar é tão necessário quanto comer, tomar água, repousar e exercitar
o corpo. Orar é o respirar da alma. Se uma pessoa passar mais de três
minutos sem respirar, seu cérebro sofrerá lesões que podem ser irreversí
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Os PERIGOS DO ADULTÉRIO
veis, e até morrer. Sem oração, certamente, advirão “lesões” espirituais que
podem levar à morte. Ninguém consegue vencer as tentações, os ataques
malignos contra a vida, o lar, o ministério, o casamento, sem oração.
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como fotos. Evitar envolvimento com pessoas da igreja, que possa cau
sar prejuízo ao ministério e ao casamento. No aconselhamento, no caso
de obreiros, ter muito cuidado para não envolver-se com mulheres que
estão em dificuldade matrimonial. Vários obreiros já caíram, por não
terem vigiado nessa parte.
c) União com a esposa (1 Co 1.10). Essa união deve ser, não só espi
ritual, mas amorosa, afetiva; o esposo deve, não só amar sua esposa, mas
saber demonstrar esse amor através de afeto, carinho, palavras (C t 4.1,0;
Pv 31.29); e investir na intimidade com a esposa, não só com palavras,
mas de modo concreto, com gestos, abraços, carícias (1 Jo 3.18; 1 Pe
3.8). E preciso manter o namoro no casamento. O amor deve ser o elo
principal no relacionamento entre o marido e sua esposa, e vice-versa.
Se não houver amor, tudo pode desabar. Esse amor deve ser dominado
pelo amor “ágape” (cf. 1 Co 13).
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O DIVÓRCIO E
SUAS CONSEQUÊNCIAS
I - O QUE É O DIVÓRCIO
O divórcio é o rompimento da aliança, celebrada diante de Deus,
perante um ministro, ou autoridade eclesiástica ou diante da sociedade,
representada pela autoridade civil, encarregada de oficiar o casamento.
Na prática, é a expressão marcante da falta de amor, de entendimento,
de união e de fidelidade conjugal. Todo divórcio deixa marcas profundas
nos que são alcançados por essa medida de caráter radical. Os que mais
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sofrem são os filhos, que não entendem porque seus pais não conseguem
viver juntos, em amor, cuidando da missão de zelar pelo lar e pela fam ília.
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O DIVÓRCIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
a) Aos casais cren tes — “aos casados” (1 Co 7.10). Esta passagem re-
fere-se aos “casais crentes”, os quais não devem divorciar-se. Essa é a
“regra geral”. Se não houver algum dos motivos permissivos (M t 19.9
e 1 Co 7.15), não há qualquer justificativa para o casal crente se divor
ciar. Sabemos que há cristãos que são, na prática, “discípulos” de H illel,
que querem o divórcio “por qualquer motivo”. Se há desentendimentos,
incompatibilidade de gênio, ou se a esposa ficou feia (ou o marido), o ca
minho não é o divórcio, mas a reconciliação com o perdão sincero, ou o
celibato, caso sejam esgotados todos os recursos para a vida em comum.
Não vemos, na Bíblia, qualquer razão que justifique o divórcio para os
casais cristãos, quando não há as exceções previstas na Palavra de Deus.3
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b) Falta de rela cion a m en to do casa l com D eus. Como foi dito sobre
a infidelidade, quando o esposo e a esposa cultivam o relacionamento
com Deus em seu lar, dando tempo para atividades simples, no aspecto
espiritual, a tendência é que o casamento seja fortalecido e sua fam ília
edificada. E no lar que deve ter início o culto a Deus. Quando o casal
cultiva o relacionamento espiritual com Deus, no seio da família, está
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O DIVÓRCIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
a) Falta d e com unicação en tre m arido e m ulher. Uma das causas da in
satisfação no relacionamento entre os esposos, é a falta de comunicação.
Vivemos num mundo em que as informações e as imagens estão à dispo
sição de todos como nunca. A comunicação significativa é indispensável
para que um casal viva feliz. Essa comunicação pode ser através de pala
vras, de gestos e toques significativos. Um esposo disse, num seminário
para casais, que fazia mais de dez anos que não beijava sua esposa. É uma
falha tremenda. Abraçar, beijar, tocar com carinho no outro é uma forma
de comunicação agradável, além da conversa e do diálogo que constro-
em laços fortalecidos na união conjugal. A falta dessa comunicação pode
contribuir para o divórcio. Fora do lar, há espaço para comunicações,
muitas vezes ilícitas, sedutoras e destruidoras do casamento.
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IV - CONSEQUÊNCIAS DO DIVÓRCIO
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O DIVÓRCIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
2. O assassinato do a m or
Quando um casal chega ao ponto de concluir que a separação é a
única saída, é porque o amor foi destruído e enterrado na vala do egoís
mo, do individualismo e da prática do que não agrada a Deus. Está sen
do comum, em muitas ocasiões, uma esposa cristã dizer para o esposo
que não sente mais nada por ele, e que a solução é o divórcio.
M uitos cristãos, que optam pelo divórcio, muitas vezes já estão en
volvidos, primeiro, emocionalmente, e, depois, fisicamente com pessoas
estranhas. Imaginam que, adulterando, serão mais felizes. É impossível
ser feliz sem a presença de Deus. Pode haver uma ilusão de felicidade,
mas a realidade é outra. O que adultera deve ter consciência de que o
envolvimento com a adúltera tem triste fim (Pv 5.4,5).
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falta de amor. Se a casa não estiver edificada sobre a Rocha, que é Jesus,
não pode resistir às intempéries da vida, às forças do mal que combatem
contra o lar. Desse modo, torna-se indispensável agir no lado espiritual.
As causas prováveis para o divórcio podem ser evitadas com a ação
espiritual em favor do casamento. A boa união entre o casal só se firma
se os dois unirem-se diante de Deus em contínua oração. O Inimigo
“adora” quando vê o marido assistindo à TV, horas a fio, ou gasta muito
tempo na internet, e não se interessa pela oração; e também, quando a
esposa prefere ocupar o tempo vendo novelas, filmes e outros programas
que não edificam a vida espiritual.
Porém, quando os dois, marido e mulher, fazem o propósito e o
cumprem, de orar todos os dias por si, por seus filhos e por seu casamen
to, as brechas são fechadas, de modo que o Adversário não pode ter êxito
em seu intentos destruidores do casamento.
2. Na área hu m a n a
O lado espiritual do casamento só se fortalece, se, no lado huma
no, houver interesse e dedicação de um cônjuge pelo outro. O amor é
fundamental. Sua demonstração é indispensável, com palavras e gestos.
O respeito mútuo e o companheirismo sincero fortalecem os laços do
casamento. “E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resis
tirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4.12).
Quando um cônjuge é firme em sua fé e no amor fiel, quando o Diabo
vem contra ele, o outro, amante e amigo, se une para, juntos defenderem
seu casamento. O cordão de três dobras pode muito bem representar o
casal (os dois) e a família, em união diante de Deus. Essa união não se
quebra, a não ser quando a morte os separar.
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E ducar, d ever d a fa m ília
A
/ \ educação com base nos princípios bíblicos fortalece o caráter e
desenvolve a cidadania cristã. Em tempos mais antigos, a educação co
meçava no lar, e se fortalecia no meio da família. H á algumas décadas, os
pais em geral eram os principais educadores da família. Com o passar dos
séculos, a educação formal passou a utilizar-se das instituições educacio
nais para desenvolver o processo educativo. Foi um avanço, sem dúvida.
A educação na família deixava a desejar em termos de conteúdo, embora
fosse eficaz na formação do caráter, na maioria dos lares.
Quando os pais eram os educadores da família, os filhos, verdadei
ros alunos, na escola da vida, procuravam adotar o comportamento espe
rado pelos seus genitores. Lembro-me do tempo em que um adolescen
te levantava-se para ceder o lugar a um ancião, em qualquer ambiente,
no lar, no transporte, nas repartições, etc. Hoje, esses gestos de civismo
parecem estar esquecidos, ou nunca foram valorizados. Para que idosos
tenham prioridade, foi necessária a intervenção da lei, concedendo-lhes
o direito ao atendimento nos diversos lugares.
A educação formal, desenvolvida nas instituições educacionais, uti
lizando conteúdos programáticos e currículos elaborados tecnicamente,
amplia o leque de conhecimentos a serem apreendidos pelo alunado.
M as, infelizmente, grande parte das escolas não transmite educação.
Certo autor escreveu: “Perdi minha educação, quando entrei na escola”.
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I - CONCEITOS IMPORTANTES
1. O q ue é educação
“A Educação não é mais do que o desenvolvimento consciente e li
vre das faculdades inatas do homem” (Sciacca); “a Educação é o processo
externo de adaptação do ser humano, física e mentalmente desenvolvi
do, livre e consciente, a Deus, tal como se manifesta no meio intelectual,
emocional e volitivo do homem” (Herman Horse); “E toda a espécie de
formação que surge da influência espiritual” (Krieck, p. 6 2 ,6 3 ).1
“Ação e efeito de educar, de desenvolver as faculdades físicas, intelec
tuais e morais da criança e, em geral, do ser humano; disciplinamento, ins
trução, ensino” (D icionário Contemporâneo da L íngua Portuguesa, Caldas
Aulete)”. “Ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações jovens
para adaptá-las à vida social; trabalho sistematizado, seletivo, orientador,
pelo qual nos ajustamos à vida, de acordo com as necessidades ideais e
propósitos dominantes; ato ou efeito de educar; aperfeiçoamento inte
gral de todas as faculdades humanas, polidez, cortesia” {Pequeno D icionário
Brasileiro de L íngua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda)”.
Há muitas definições de educação. Pode-se dizer que educação é
um processo que integra o ensino e a aprendizagem, com vistas à for
mação de indivíduos com personalidade capaz de desenvolver-se e
aperfeiçoar-se para a vida. E diferente de instrução, de treinamento ou
adestramento. A educação verdadeira prepara cidadãos conscientes para
exercerem papel construtivo na sociedade.
1 BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação, p. 17.
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E ducar, d e v e r d a f a m íl ia
2. E ducação cristã
Na igreja cristã, há um espaço especial para a Educação Cristã. Esta
é o processo de ensino-aprendizagem proporcionado por Deus, através
de sua Palavra, pelo poder do Espírito Santo, transmitindo valores e
princípios divinos. E diferente da educação secular, que só transmite
instruções e conhecimentos, deixando de lado os valores éticos, morais e
espirituais. Por isso, a base da Educação Cristã é a Bíblia Sagrada.
1. Sob a ég id e da teocracia
No Antigo Testamento, os pais viviam sob a Teocracia, ou sob o
governo de Deus sobre o povo. Todas as normas ou doutrinas, de caráter
espiritual, moral, social, educacional ou familiar, emanavam da Lei de
Deus. Os pais não tinham grandes desafios no relacionamento com os
filhos, pois os mesmos, desde o berço, eram criados segundo os manda
mentos, os juízos e os estatutos de Deus (Dt 5.31).
2. O en sin o a osfilh o s no la r
Os filhos dos judeus aprendiam e absorviam o shem a, ou o credo,
que resumia o princípio fundamental de sua fé: “Ouve, Israel, o Senhor,
nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo
o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt 6.4,5).
Esse ensino fazia parte do dia a dia das crianças judaicas. Uma grande
lição para a educação cristã nos dias presentes (Dt 11.18-21).
93
A F a m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
,
rito, ch eio d e sa b ed o ria ; e a g r a ç a d e D eu s e s ta v a so b re ele. “E crescia J e s u s em
sa b ed o ria , e em esta tu ra e em g r a ç a p a r a co m D eu s e os h o m e n s ” (Lc 2.40,
52). Esses textos nos falam da educação espiritual (“em espírito”), no co
nhecimento de Deus e intelectual (“cheio e sabedoria”), no crescimento
físico (“em estatura”), e no crescimento espiritual e social (“em graça
para com Deus e os homens”).
4 Ralph GOWER. Usos e costumes dos tempos bíblicos , p. 78,79.
94
E ducar, d e v e r d a f a m íl ia '
Aos 12 anos, Jesus foi levado pelos pais a Jerusalém, para a Festa da
Páscoa. Ao regressarem a Nazaré, no meio da multidão, José e M aria,
sem dúvida, deixaram o menino um pouco à vontade, no meio de outros
meninos, que acompanhavam seus pais. Num determinado momento, o
perderam de vista, e, preocupados, o buscaram entre os caminhantes, mas
não o encontraram. Lucas registra aquele momento de aflição para os pais
de Jesus, e de afirmação de sua missão perante os doutores da Lei (Lc
2.46-48). Os doutores da época admiraram-se da inteligência e sabedo
ria de Jesus, como pré-adolescente. Naturalmente, Ele era divino. M as,
na ocasião, comportava-se como um menino judeu, educado pelos pais
com todo o cuidado e zelo como era de se esperar.
A educação de Jesus no lar preparou-o para ser um cidadão com
pleto. Além do ensino da Lei, dos livros sagrados, do Antigo Testamen
to, ele foi ensinado a ter um ofício. Segundo Gower, “ele não era só o
filho do carpinteiro” (M t 13.55). M as ele era “o carpinteiro” (M c 6.3).
Jesus teve uma educação integral. Ele conhecia o lado espiritual da vida,
no ensino e no exemplo de seus pais. Foi educado a ter respeito e equilí
brio, no aspecto emocional, e teve uma educação que, nos termos de sua
realidade, lhe deu um desenvolvimento físico desejável.
IV - A EDUCAÇÃO CRISTÃ
O que os pais cristãos devem escolher? A educação repressiva, que
levou muitos filhos à frustração e ao desvio dos caminhos do Senhor?
95
A F am ília C ristã e o s A taques d o Inim ig o
,
A nosso ver, é a ú n ica f o r m a d e ed u ca çã o que pode resultar em b e n e
f í c i o s es p ir itu a is m ora is, éticos, so cia is e f í s i c o s p a r a os p a i s e p a r a o sfilh o s. E
a alternativa para evitar-se a repressão, o autoritarismo, e a permissivi-
dade, que tantos prejuízos causam à formação da família. É uma síntese
dos cu id a d o s es p ir itu a is que os pais cristãos devem ter para com seus
filhos. Não deve ser repressiva nem permissiva. M as a m o ro sa ef o r m a t iv a .
Alguns aspectos dessa abençoada educação podem ser resumidos como
se seguem:
2. Osfilh o s e a ig re ja loca l
A igreja deve ser a continuação do lar. E o lar, a continuação da
igreja. Um deve completar o outro. Quando crianças, os pais devem
leva-los à igreja. Quando adolescentes e jovens, devem ser persuadidos a
ir à casa do Senhor. Se, desde crianças, forem acostumados a ir à igreja,
quando jovens darão valor a essa prática saudável (M c 10.13-16).
A Educação Cristã começa no lar. E é fortalecida na Igreja, notada-
mente na Escola Bíblica Dominical (ED), onde os alunos são reunidos
96
Educar, d e v e r d a f a m íl ia
V - EDUCAÇÃO NA IGREJA
1. A ig reja e o la r
A igreja local não substitui o lar, nem o lar substitui a igreja. Porém
o ensino na igreja tem grande valor para a formação do caráter e fortale
cimento da personalidade cristã. Uma grande erro é os pais confiarem a
educação de seus filhos à igreja local, bem como às escolas seculares. Os
filhos passam menos de um terço das horas da semana (164 horas), em
reuniões da igreja. A maior parte do tempo é no lar e na escola. Assim, a
igreja pode e deve dar sua contribuição, principalmente, na comunicação
dos princípios bíblicos para a formação do cidadão do céu e do cidadão
da terra.
97
A F am ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
VI - EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE
1. A educação repressiva
Nas décadas passadas, os pais criavam os filhos na base do autori
tarismo. Tudo era feito com base de um relacionamento rígido. A igre
ja evangélica, em muitos casos, colaborou para esse tipo de educação.
Eram comuns os castigos físicos, com o uso da “vara” para as falhas
mais simples. Teve seu aspecto positivo, pois os filhos eram obrigados a
respeitar os limites que lhes eram impostos. Havia respeito aos pais, aos
mais velhos, e às normas. Os aspectos negativos dessa educação mani-
festavam-se tempos depois, quando os filhos tornavam-se independen
tes. D e ce r ta fo r m a , essa ed u ca çã o c o n tr a r ia v a a B íb lia , q u e m a n d a c r ia r os
f i l h o s sem p r o v o c á - lo s à ira (E f 6.4).
3. A ed u ca çã o m a teria lista
A educação oficial, ministrada na rede de ensino pública ou particu
lar, é totalmente influenciada pelo materialismo e pelo ateísmo. Os currí
culos que reúnem os conteúdos programáticos a serem transmitidos nas
salas de aula são fundamentados nas filosofias e pseudociências materia
listas. Tudo começa com a explicação sobre a origem da matéria, da vida,
do homem, da inteligência, e de todas as coisas que existem no universo.
Os professores de ciência ensinam, como sendo a última palavra,
que a vida surgiu “por acaso”, de uma mistura, “ao acaso”, de substâncias
químicas, que se reuniram “ao acaso”, e , dali, surgiu a vida, “ao acaso”, du
rante “milhões” de anos. Os alunos, crianças, ou adolescentes, de olhos ar
regalados, ficam hipnotizados pelas explicações, ilustradas com quadros,
nos livros-texto, nos quadros de giz, ou, de modo mais sofisticado, nas te
las, com projeções através de “data-shows”, ou projetores de multimídia.
E “o mestre”, com ar de absoluta convicção, explica que a origem
da vida, dos animais e do homem, foi fruto da evolução, que dispen
sa totalmente a existência de um Deus pessoal, inteligente, e soberano,
como ensinam as religiões, e, principalmente, como ensina o cristianis
mo. Figuras de macaco, evoluindo, da posição de quatro pés, ficando
atarracado, até ficar ereto, até chegar a ser homem são mostradas como
sendo realmente o que ocorreu. Na verdade, nada disso é verdade, mas é
passado e repassado como ciência.
Professores materialistas têm grande influência sobre a mente dos
alunos, principalmente porque, em casa, a grande maioria não tem
qualquer preparo ou fundamento bíblico ou filosófico para enfrentar
a “onda” m aterialista, que avança sobre a educação e a cultura, nas
escolas. M uitos desses professores ou professoras são homossexuais,
e fazem questão de, aproveitando-se de sua posição, diante dos alunos,
A Fa m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
4. A educação in fo rm a tiva
Com exceção das escolas confessionais, ligadas a religiões que acei
tam os princípios cristãos, em todas as escolas regulares a educação é
meramente informativa. Uma quantidade enorme de conteúdos é m i
nistrada, muitos deles sem qualquer valor para a formação do caráter
e da personalidade. Não existe a preocupação com a ética ou a moral.
O mais expressivo exemplo dessa educação meramente informativa é a
chamada “educação sexual”. Nas escolas, os alunos, inclusive crianças e
adolescentes, são ensinados que podem fazer sexo precocemente, desde
que tenham cuidado em usar o preservativo. Não há preocupação com
valores morais. Sexo na adolescência é ensinado como algo perfeitamen
te compreensível e normal. Apenas deve haver precauções. O resultado
é que, anualmente, há quase um milhão ade adolescentes grávidas. A
AIDS aumenta entre os jovens, de acordo com relatórios da Organiza
ção M undial da Saúde.
100
A EDUCAÇÃO SEXUAL E A MORAL
RELATIVISTA
L_|
I á uma deseducação sexual de caráter relativista imposta aos alu
nos, em todos os níveis, em escolas públicas e particulares. No século
passado e, principalmente, no século atual, o mundo tem se tornado
“sexo-cêntrico”. A partir da visão freudiana, tudo, na vida, tem motiva
ção sexual. Certamente, essa é uma visão materialista e reducionista do
que significa a sexualidade humana. O sexo foi criado por Deus com
propósitos elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano.
No entanto, desde a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido detur
pados de modo irresponsável. No tempo presente, na era da pós-moder-
nidade, há uma exacerbada valorização da sexualidade, que ultrapassa
tudo o que se poderia esperar de um ser racional. Homens e mulheres
comportam-se de maneira liberalista e, às vezes, até de maneira anima
lesca, no exercício da sexualidade.
Neste estudo, pretendemos abordar uma análise objetiva do tema,
sem a pretensão de esgotá-lo, tomando por base os princípios éticos,
emanados da palavra de Deus. Esses princípios são bem definidos, em
todos os aspectos. Com relação à sexualidade, a Bíblia tem normas, re
gras e ensinos, que são considerados como verdadeiros artigos de fé, e
merecem ser respeitados por todos aqueles que dão valor à Palavra de
A Fa m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
I - CONCEITOS IMPORTANTES
1. O que é sexo
De acordo com o dicionário, sexo é a “Conformação particular que dis
tingue o macho dafêmea , nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um pa
pel determinado na geração e conferindo-lhes certas características distinti
vas” (grifo nosso).1Pode ser entendido no sentido figurado, confundindo-se
com sensualidade ou sexualidade, no sentido mais amplo; também pode
significar “os órgãos genitais externos”, na linguagem mais comum.
À luz da Bíblia, sexo são as características internas e externas, que
identificam e diferenciam o homem da mulher, ou, do “macho e da fê
mea”, como diz dicionário. Diz a palavra de Deus: “E criou Deus o homem
à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêm ea os criou” (Gn 1.27).
Deus fez “o homem” (ser humano), de modo bem claro, com a confor
mação heterossexual.
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A EDUCAÇÃO SEXUAL E A MORAL RELATIVISTA
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A EDUCAÇÃO SEXUAL E A MORAL RELATIVISTA
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IV - A PEDOFILIA
A palavra é enganosamente perigosa em si mesma. Etimologica-
mente, vem do grego, de. p a id os (criança) ep h ilo s (amigo), o que deveria
significar “amizade a crianças”. O pedófilo seria um “amigo de crianças”.
M as, na prática, a pedofilia é um dos mais terríveis crimes que alguém
pode cometer contra um ser humano. A Organização de Saúde define
pedofilia como sendo “a ocorrência de práticas sexuais entre um indiví
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A EDUCAÇÃO SEXUAL E A MORAL RELATIVISTA
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A EDUCAÇÃO SEXUAL E A MORAL RELATIVISTA
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o Inim ig o
diante de algum adulto; jamais deixar seus filhos a sós, em casa para que
não sejam vítimas de parentes ou vizinhos pedófilos. Os filhos são “heran
ça do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (SI 127.3).
Recentemente, uma criança de quatro anos desapareceu, em meio
a uma reunião, em uma grande igreja evangélica. Os pais ficaram afli
tos, e a criança só apareceu, por misericórdia de Deus, viva e sã, dias
depois. Foram dias de angústia e desespero. A mãe deixou a filha à
vontade durante o culto. Isso é atitude perigosa. As crianças pequeni
nas devem estar junto aos pais, no culto, ou em atividade apropriada,
na igreja local, sob a responsabilidade de pessoas adultas, credenciadas
para essa missão.
110
A EDUCAÇÃO SEXUAL E A MORAL RELATIVISTA
2. A sa n tidad e
Santidade é um estado de espírito, a qualidade daquele que é santo.
A santidade permeia todas as páginas da Bíblia, de Gênesis a Apoca
lipse. E uma das mensagens principais, transmitidas por Deus a seus
filhos (1 Cr 23.13; SI 29.2; SI 93.5). Se entendemos que santidade quer
dizer separação do que é sagrado daquilo que é profano, precisamos ze
lar por tudo o que ocorre no âmbito do ambiente da igreja local, seja na
pregação, no púlpito; seja na adoração, na liturgia, no louvor, nos usos e
costumes, na vida moral e social da parcela do rebanho de Deus que nos
foi confiada. Na Antiga Aliança, o crente comum não podia chegar ao
Lugar Santo e muito menos ao Lúgar Santo dos Santos.
3. A sa n tificação
Enquanto a santidade é um estado, a santificação é um processo.
E processo pelo qual uma pessoa torna-se santa, e persevera em san
tidade. Essa santificação, na vida do salvo, tem três estágios. Prim ei
ro, vem a santificação inicial, quando ele aceita a Cristo. Segundo,
vem a santificação progressiva, contínua, diária, até à morte, ou à
vinda de Jesus. Em terceiro lugar, a santificação final, que equivale
à glorificação, que só ocorrerá, na ressurreição dos salvos, ou no seu
arrebatamento.
No Novo Testamento, é enfatizada a santificação, mais do que a
santidade. Sem santificação ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Enquan
to a santidade é um estado a ser buscado, a santificação é a prática da
separação, o meio para a consagração a Deus. O servo de Deus, incum
bido da liderança de sua igreja precisa ser homem separado do mal, do
pecado, do mundo, para exercer sua sublime missão de levar almas a
Cristo, pela mensagem do evangelho. O membro ou congregado precisa
ter a consciência da santificação. Alguém, sem fundamento bíblico, en
sina que Deus não se importa com o que o casal pratica, em termos de
sexo. M as a palavra de Deus exige santificação em tudo.
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que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira
de viver” (1 Pe 1.15). Ser santo em tudo exige que a santificação seja
levada a efeito de modo diuturno, contínuo, sistemático, em todas as
áreas da vida.
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O VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
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O VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
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O VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
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A F am ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
cheio (Lc 6.45). Por que os filhos de cristãos, em grande parte, só falam
em personagens de filmes, de jogos, de novelas e de realities shows? Por
que o coração de muitos está cheio dessas coisas inúteis e de nenhuma
edificação. Muitos têm o coração vazio da Palavra de Deus.
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0 VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
2. A fa m ília d e T im óteo
Timóteo era um jovem obreiro, discípulo do apóstolo Paulo, ganho
para Jesus através da pregação do apóstolo. Em sua segunda carta, Paulo
fala da lembrança pelo jovem, e diz que ora por ele, trazendo à me
mória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó
Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.
Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em
ti pela imposição das minhas mãos” (2 Tm 1.5,6).
Nesse texto, vemos três gerações sucessivas, que tiveram a benéfica
e marcante influência do culto doméstico. Lóide, avó do discípulo soube
educar muito bem sua mãe, Eunice, nos caminhos do Senhor. Eunice,
por sua vez, não deixou que a educação do filho sofresse as influências
do materialismo e da filosofia que predominava em sua época. M ais
adiante, na epístola, Paulo reforça o valor da educação cristã de Timóteo,
desde a sua infância. Se Timóteo não tivesse participado do culto em seu
lar, certamente não teria ouvido do seu pastor referência tão expressiva
acerca de sua formação espiritual. Ao que tudo indica, o pai de Timóteo
não era cristão, “pois sua fé não é mencionada”. 1M as a avó e a mãe dele
eram mulheres sábias que souberam edificar a sua casa (Pv 14.1). Felizes
os lares que têm mulheres com essas características, verdadeiras líderes
espirituais, que têm capacidade para influenciar gerações.
Diz Paulo a Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que apren
deste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que,
desde a tua m en in ice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio
para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Escritura divinamente
inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para
instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeita
1 French L. ARRINGTON e Roger STRONSTAD. Comentário bíblico Pentecostal - Novo
Testamento, p. 1487.
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O VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o Inim ig o
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O VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
turbado. Uma irmã idosa, serva de Deus, disse, num seminário: “Pastor,
ninguém lá em casa é crente. M as eu não faço o culto sozinha”. Inda
gamos como ela fazia. E respondeu: “Eu faço com mais três pessoas: O
Pai, o Filho e o Espírito Santo”. Todos acharam interessante a colocação
descontraída mas sincera daquela querida irmã. Ela não se acomodou
com o fato de ter que adorar a Deus em seu lar, sem o apoio e a com
panhia dos familiares. Um belo exemplo para quem quer dar desculpas
para não fazer o culto doméstico.
e) P rep a ro d e m a teriais p a ra o culto dom éstico. Devem ser providen
ciadas Harpas Cristãs, cadernos de corinhos, e, de modo indispensável,
Bíblias para todos os membros da família. Na hora do culto, é interes
sante desligar os telefones, ou coloca-los em modo silencioso, de modo
que não haja interrupção daqueles preciosos momentos de adoração a
Deus no lar. Não se deixa o telefone ligado numa sala de aula, numa
reunião com autoridades. No culto doméstico, estamos diante do Rei
dos Reis e Senhor dos Senhores.
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A Fa m íl ia C ristã e o s A taques d o Inim ig o
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O VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
tual. É por falta de culto doméstico que grande parte dos filhos de cris
tãos está no mundo, envolvida no sexo ilícito, nos vícios e na delinqu
ência. M uitos pais dormiram e se descuidaram de zelar pelos filhos que
são “herança do Senhor”. Os benefícios são evidentes para os lares onde,
diariamente, louva-se a Deus, lê-se a sua palavra e fazem-se orações.
1. Jesu s se f a z p r esen te n o la r
Falando a seus discípulos, o Senhor prometeu: “Porque onde estiverem
dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (M t 18.20).
Pode haver convidado mais importante do que Jesus, participando da reu
nião em família? Naquele pequeno período de adoração, todo o futuro da
família pode estar definido. O salmista declarou: “Ainda que eu andasse pelo
vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo;
a tua vara e o teu cajado me consolam” (SI 23.4). A família deve aprender e
considerar que, com a presença do Senhor em sua vida, não há o que temer,
se todos procuram obedecer a voz de Deus. Só esse beneficio é suficiente
para justificar a realização do culto no lar cristão todos os dias.
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O VALOR DO CULTO DOMÉSTICO
5. A fa m ília lo u v a a D eus
“Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do
Senhor faz proezas” (SI 118.15). E gratificante e profundamente sau
dável a adoração em família. Pais e filhos, cantando alegremente, no
lar, provocam uma atmosfera espiritual de grande valor, perante Deus.
Podemos estar certos de que o Senhor se volta para ouvir o louvor que
sobe de corações reverentes, na reunião familiar. Que sejam desligados
os iPods, os smartphones, e outros dispositivos eletrônicos, que tocam
músicas profanas, que desonram o “templo do Espírito Santo”, que é
nosso corpo (1 Co 6.19,20). E se abram os lábios dos servos de Deus
em louvor e adoração ao Senhor. Os louvores sobem, e as bênçãos caem
sobre a casa dos honram e glorificam a Deus em seu lar.
127
- 'I ^1
A
/ \ Escola Dominical contribui para a formação espiritual, moral e
social, em todas as faixas etárias. A Igreja do Senhor Jesus deve dar a
maior importância à família. A igreja local é formada por famílias, que
se reúnem para adorar a Deus. E essa adoração deve ter o respaldo e a
base fundamental na Palavra de Deus. Esta, por sua vez, só pode ser
apreendida, através do estudo e do ensino, da doutrina, e do discipulado.
Na ED, principalmente nos moldes tradicionais, tem-se uma opor
tunidade rica de se edificar vidas e famílias, através do ensino ministra
do nas diversas classes, distribuídas por faixas etárias. H á alguns anos,
vi, numa igreja, uma placa afixada na entrada do templo: Não m ande seus
filh o s à Escola D om inical: Venha com eles. O ensino cuidadoso na ED tem
grande valia para a formação espiritual, moral e social das famílias, prin
cipalmente, quando seus componentes, pai, mãe e filhos, são assíduos
frequentadores das classes dominicais.
Em anos passados, havia Escola Dominical em praticamente to
das as denominações. Nas Assembleias de Deus, tanto de influência
dos missionários europeus como norte-americanos, havia uma grande
valorização da ED. Podemos afirmar que a maioria dos líderes, pas-
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2. A ju v en tu d e é ben eficia da
Os adolescentes e jo v e n s podem ser fortalecidos em sua personalida
de. Os adolescentes estão na fase, em que buscam a sua identidade, pre
ocupam-se muito consigo mesmos, reorganizando sua personalidade;
“quem sou eu?”, “Por que sou assim?”, “Qual o meu futuro?”, “M eus pais
não me entendem”; muitos desviam-se das igrejas nessa fase. É necessá
rio muita atenção por parte dos pais, e da igreja, na contribuição para a
formação da personalidade deles.
Os jovens, enfrentando as turbulências da adolescência, acabam, de
uma forma ou de outra, conscientizando-se de seu papel na sociedade.
Pensam seriamente nas escolhas: escola, faculdade, profissão, namoro,
noivado, casamento, vida espiritual etc. “Como purificará o jovem o
seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra” (SI 119.9); “Foge,
também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a
paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2.22).
A juventude cristã, que frequenta a ED tem sido instruída e alertada
contra esses males próprios de uma sociedade sem Deus, materialista e
hedonista.
3. A ED e os adultos
Os adultos são fortalecidos em sua vida, podendo contribuir para a
formação dos mais jovens: “Os passos de um homem bom são confir
mados pelo SENHOR, e ele deleita-se no seu caminho” (SI 37.23). Há
adultos que não têm consciência da vida cristã por terem uma formação
espiritual deficiente, ou por só terem aceito a Cristo na idade adulta. A
ED precisa ajudar a lapidar o caráter dessa pessoa.
A ED é uma escola de discipulado por excelência. Em cada classe,
havendo professores bem preparados, os alunos podem ser formados
para serem bons discípulos de Jesus, e não apenas membros ou congre
gados das congregações e igrejas. Jesus mandou fazer discípulos, ensi
nando todas as coisas que Ele havia mandado.
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A FAMÍLIA E A ESCOLA DOMINICAL
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A FAMÍLIA E A IGREJA
A
/ V igreja local tem grande valor para a formação espiritual das fa
mílias cristãs.
E a única instituição em que o cristão e sua família podem apoiar-
-se, neste mundo de mudanças e incertezas, sendo abençoado por Deus
em todas as áreas da sua vida. Os lares em geral estão sofrendo terríveis
ataques das intempéries espirituais que combatem contra a família, e
muitos não têm resistido e sucumbido espiritualmente. A escola é uma
instituição prejudicada pelas falsas visões de mundo, sendo dominadas
pelo materialismo. Só resta a igreja, fundamentada na Palavra de Deus
como ponto de apoio espiritual e moral para a família.
I - CONCEITOS IMPORTANTES
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1. A n a tu rez a hu m a na da ig reja
Em todos os lugares onde há pessoas, há problemas de relaciona
mento humano. A igreja, no seu aspecto local., não poderia ser diferente.
Ela não é formada por anjos, ou por espíritos, mas por pessoas, de carne
e osso, com suas virtudes e defeitos. Só a igreja no seu sentido universal,
como noiva do Cordeiro, é que não tem problemas ou defeitos. As lide
ranças cristãs devem atentar bem para a realidade humana, na igreja lo
cal. Não há mais lugar, nos tempos presentes, para governos autocráticos
e prepotentes, que dirigiam a igreja como se fossem seus donos ou seus
capatazes, com poderes absolutos sobre as vidas das pessoas e de suas fa
mílias. Esse estilo foi causador de muitas divisões e descontentamentos,
e matou muitas pessoas, excluídas por motivos banais, sem fundamento
bíblico. Esse tempo passou.
Por outro lado, não se deve adm itir que a igreja local é espaço
para o governo democrático, no sentido sociológico da palavra, como
“governo do povo, pelo povo e para o povo”. Esse estilo também mata.
Conduz o povo ao liberalismo e ao relativismo, que ignora os ditames
da Palavra de Deus. M as é possível, com sabedoria e graça de Deus,
desenvolver-se uma liderança participativa. Primeiro, com a participa
ção de Deus, através do Espírito Santo, governando o lado espiritual.
Em segundo lugar, com a participação da liderança, em harmonia e
integração com os liderados, nas decisões de ordem humana ou adm i
nistrativas.
138
A FAMlLIA e a i g r e j a
N ecessidades em ocion a is
São necessidades da alma. O salmista expressou esse tipo de neces
sidade, quando exclamou: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus
vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (SI 42.2).
As pessoas procuram a igreja porque esperam obter nela a satisfa
ção dessas necessidades intangíveis, que os bens materiais não podem
satisfazer. Através da adoração, da comunhão fraternal e do bom re
lacionamento humano; de momentos de confraternização, de atenção,
empatia, dedicação ao relacionamento interpessoal, de aconselhamento,
nos momentos de necessidade, bem como de momentos de sadia con
fraternização social, a igreja local torna-se acolhedora e relevante para a
maioria dos que a ela se dirigem.
É fato que a igreja jam ais poderá satisfazer às expectativas de todas
as pessoas. Sempre haverá alguém insatisfeito. Nem Jesus Cristo satisfez
a todos. Quando a liderança da igreja entende que as pessoas não têm só
necessidades espirituais, mas emocionais e até físicas, ele pode ser bem-
-sucedido no seu ministério.
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o Inim ig o
A ntipa tia
Pode parecer estranho, mas há pessoas que sentem antipatia por outras.
E, quando esse fenômeno é acentuado, a igreja pode sofrer desgaste e suas
ações podem não ser bem-sucedidas, nas diversas atividades. Se as pessoas
não têm simpatia uma com a outra, o trabalho não produz. Na igreja, infe
lizmente, isso pode ser observado. O Diabo tem procurado cirandar muito,
jogando uns contra os outros, provocando dissenção entre irmãos.
S im p atia
Quando há simpatia, há colaboração, há cooperação, e o trabalho da
igreja rende mais. Paulo elogiou o trabalho deTito e de companheiros que
o ajudavam em seu ministério, identificando-se com ele (2 Co 8.22,23).
As igrejas precisam de pessoas com esse caráter; as famílias preci
sam desenvolver laços de amizade entre seus membros, para que possam
levar esses sentimentos à igreja local. Entre o líder e os membros da
igreja podem manifestar-se esses sentimentos, bem como entre o líder e
seus colegas de ministério. É preciso vigiar as emoções. Deus não admi
te que aborreçamos um irmão. É perigoso e pode comprometer a salva
ção. Quem aborrece a seu irmão é considerado assassino (1 Jo 3.15,16).
1. A v id a con ju ga l do obreiro
O ministério não dispensa o obreiro dos deveres de esposo. Como
tal, ele deve agir da melhor maneira possível. Nenhuma outra atividade
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A FAMÍLIA E A IGREJA
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
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A FAMÍLIA E A IGREJA
Salomão foi tentado. O obreiro, nos dias presentes, não pode achar que
está livre de cair em tentação. Alguns conselhos práticos podem resguar
dar o obreiro da vergonha da queda, e da destruição de seu ministério,
do seu casamento, e da sua honra.
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
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Eu E MINHA CASA SERVIREMOS
ao S enhor
1- O EXEMPLO DE NOÉ
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Eu E MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR
quando tinha 500 anos, gerou a três filhos: Sem, Cam e Jafé” (Gn 5.31),
os quais marcaram a história da humanidade, como os únicos sobrevi
ventes da catástrofe diluviana.
2. N oé a n d a va com D eus
Noé tinha qualidades importantíssimas para um servo de Deus: era
“varão justo” e “reto em suas gerações”. Além disso, ele tinha a “graça”
de Deus (Gn 6.8). Com esses predicados, ele tinha o privilégio de andar
com Deus (Gn 6.9), ou seja, ter uma vida de plena comunhão com Deus.
Um exemplo significante para os pais de família de hoje, que vivem num
mundo cujas características morais são semelhantes às do mundo na
época de Noé. Os pais precisam andar com Deus para poderem ver sua
família salva.
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
de livrar da destruição pelo Dilúvio. Ele e sua casa eram uma minoria
insignificante, mas não se impressionou com a maioria. Preferiu ficar ao
lado de Deus. E foi vitorioso. Serviu ao Senhor com sua casa, foi salvo e
viu sua família escapar da destruição.
II - O EXEMPLO DE JOSUÉ
Josué tomou posição ao lado de sua família. Quando exortava o
povo a se definir, ante a idolatria, ele disse: “Porém, se vos parece mal
aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os
deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou
os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; p o rém eu e a m inha
casa servirem os ao Senhor” (Js 24.15 — grifo nosso). M uitos cristãos
não estão conseguindo ver sua fam ília servindo ao Senhor por falta
de atitude firme e amorosa com seus filhos, desde a sua infância. E se
conformam com o que está acontecendo no mundo, diante da destrui
ção dos valores éticos e morais, fundados na Palavra de Deus. Para não
serem considerados antiquados, capitulam ante os ataques do M aligno
à família.
A maior parte dos ataques contra a fam ília cristã tem sucesso
porque os líderes do lar não tomam posição desde cedo. As crianças
são criadas, muitas vezes, fazendo o que bem querem e entendem. Os
adolescentes ficam entregues a si mesmos, e os jovens têm absoluta
independência. Esse é um modelo de fam ília que não corresponde aos
princípios bíblicos. A educação tardia, quando já são adolescentes ou
jovens, tende a perder sua eficácia. A decisão de servir a Deus com a
fam ília deve ser o mais breve possível. Famílias que aceitam a Cristo,
quando os filhos já são grandes têm mais dificuldades em levá-los aos
pés do Senhor.
Josué decidiu: “eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Isso não
é mágico, repentino, ilusório. E necessário que uma série de atitudes
e ações sejam desenvolvidas para que esse objetivo seja alcançado. E
uma decisão, um propósito. Precisa haver firmeza de fé e de caráter nos
membros da família, a começar dos pais que devem ser exemplo para
eles. Josué comportou-se à altura de um grande líder na visão de Deus.
E foi escolhido para substituir M oisés, na últim a e difícil etapa para a
entrada em Canaã. M as Deus lhe deu orientações sábias e seguras para
que não se desviasse de seus caminhos (Js 1.7).
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Eu E MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR
IV - O EXEMPLO DE EUNICE
1. Uma m ã e vitoriosa
Pouco se sabe sobre essa mulher cristã, citada por Paulo em suas
epístolas. Seu nome significa “boa vitória”.2 Nome bem apropriado para
uma mulher que soube educar sua família nos caminhos do Senhor Je
sus Cristo. Quantas mães, nos dias presentes, têm sido frustradas em sua
criação para com os filhos, por não conseguirem enfrentar a terrível influ
ência maligna sobre sua família. E choram, lamentando ao ver os filhos
perdidos, desviados, longe de Deus, muitas vezes tragados pelos vícios,
2 R.N. CHAPLIN & J.M. BENTES. Enciclopédia de bíblia, filosofia e teologia, Vol. II, p. 591.
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A F a m ília C ristã e o s A taques d o In im ig o
2. A criação d e T im óteo
Sua mãe pertencia a uma família judia tradicional. Seu pai era grego
(At 16.1). Paulo elogia sua fé, de um jovem cristão, transmitida principal
mente por sua avó e por sua mãe (2 Tm 1.5). Pode-se perceber, no texto,
que a educação de Timóteo não era simplesmente intelectual, oriunda
das escolas gregas ou judaicas. Sua mãe, Eunice, herdara a formação mo
ral e espiritual de sua avó. Timóteo teve uma educação segura, funda
mentada nos ensinos da Palavra de Deus. Exemplo edificante de uma
família que cresceu vendo o ensino e o exemplo na liderança do seu lar.
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O s PERIGOS DO CONSUMISMO
“P o r q u e g a s ta is o d in h eir o n a q u ilo q u e n ã o é p ã o ? E o
p r o d u to d o v o sso tra b a lh o n a q u ilo q u e n ã o p o d e sa tisfa z er f
O u v i- m e a te n ta m e n te e co m ei o q u e é bom , e a v o ssa a lm a se
d e le ite com a g o r d u r a ” (Is 55.2).
I - CONCEITOS IMPORTANTES
1. O que é consum ism o
“Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou serviços sem ne
cessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa in
fluenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos
e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade
moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.1 O ser humano, afe
tado pelo pecado, sente a necessidade de satisfazer suas carências emo
cionais. E uma das formas enganosas de buscar essa satisfação é através
do consumo de bens.
No Antigo Testamento, temos um texto que nos mostra que esse
comportamento não é novidade das últimas décadas. Já havia no meio
do povo de Israel. O Senhor chamou a atenção para essa prática, quando
' Consumismo. Disponível em http://www.brasilescola.com. Acesso em 14/08/2012.
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Os PERIGOS DO CONSUMISMO
indagou: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto
do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? (Is 55.2 a). Gastar
o dinheiro com o que “não é pão”, não se refere ao pão de trigo, e sim a
gastar com o que não é necessário, ou com o que é supérfluo.
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A F am ília C ristã e os A taques do I nim igo
II - O CONSUMISMO É UM VÍCIO
1. O con su m ir com p u lsiva m en te
Quando se fala em vício, no meio cristão, vem logo à mente al
guém, num bar, tomando bebida alcoólica, sem poder controlar-se, até
chegar ao “delirium trem ens", ou à cirrose hepática; ou alguém com um
cigarro na boca, entupindo os pulmões de nicotina e de outras cinco mil
substâncias cancerígenas, que levam muitos à morte. M as comprar por
impulso, gastando o que não pode também é um vício. Como diz a estu
diosa do assunto, Gabriela Cabral, a pessoa consome demasiadamente,
para suprir “... a baixa autoestima, a perturbação emocional e outros”
problemas dessa ordem.
Graças a Deus, sua Palavra tem a orientação segura sobre como
lidar com as finanças, sem cair no fosso das dívidas, da tristeza e da
decepção por causa dos recursos financeiros. Uma administração finan
ceira, baseada na ética bíblica, livra muitos de enfrentarem situações
constrangedoras”.3 A advertência bíblica em Romanos 13.8 se faz opor
tuna: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos
3 Elinaldo Renovato de LIM A. É tica cristã, p. 159,160.
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Os PERIGOS DO CONSUMISMO
ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”. Dever
o amor é agradável, desde que saibamos retribuir uns aos outros o amor
de Cristo em nossos corações. Dever acima das condições financeiras é
pecado. E causar dores e perturbações desnecessárias.
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4. “D eved ores a n ôn im o s”
Um grande perigo agrava o terreno do vicio do consumismo. Diz o
psiquiatra M iguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Pau
lo (Unifesp): “Por exemplo: um jovem que compra de forma impulsi
va pode migrar para o alcoolismo ou vício em jogos na terceira idade.
Grande parte dos endividados crônicos sofre de consumo compulsivo,
mas há os que entram neste rol por incapacidade de gerir seu negócio
ou sua conta bancária.
Sem dúvida alguma, esse é o tipo de situação em que um cristão
não deve entrar. Dever tanto, a ponto de ser considerado um doente, não
glorifica a Deus. Aquilo que somos, o que temos e o que fazemos deve
bendizer a Deus (SI 103.1). Viver endividado, com a fama de “caloteiro”,
ou de “velhaco” não é algo que possa bendizer o nome do Senhor na vida
de um cristão.
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Os PERIGOS DO CONSUMISMO
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Os PERIGOS DO CONSUMISMO
c) Se p o ssív el, com pra r à vista. Faz bem quem só compra à vista. Se
comprar a prazo, é necessário que o crente avalie sua renda e quanto
vai comprometer com a prestação assumida, incluindo os juros. É im
portante que se faça um orçamento familiar, em que se observe quanto
ganha, o que vai gastar (após entregar o dízimo do Senhor), e se possí
vel, ficar com alguma reserva para imprevistos. O crente em Jesus deve
conter-se dentro dos limites de sua renda, seja ela grande ou pequena.
d) Não fic a r p o r fia d or. Outro cuidado importante é não ficar por
fiador. A Bíblia não aconselha (Pv 11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13).
Outro perigo, é fornecer cheque para alguém utilizar em seu nome.
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B ibliografia