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A CULTURA DO COACHING
Alguns anos atrás coaching não era tão conhecido como hoje. Sempre
valorizei cursos com conteúdos práticos como finanças, marketing e recursos
humanos. Nunca fomos ensinados que precisaríamos de pessoas nos
acompanhando para ensinar, direcionar, motivar e cobrar. Nós mesmos
faríamos isso. Então a cultura do coaching chegou. Vá a uma seção de
administração e negócios de uma livraria hoje e você perceberá o que estou
dizendo. Nunca me dei bem com ela para ser sincero. E quero explicar a razão
usando duas citações do Instituto Brasileiro de Coaching.
Antes de continuar deixe-me dizer algo para que fique claro. Acredito na
liberdade de trabalho honesto. Se você gosta ou trabalha honestamente com
isso, ok, é a sua escolha. Por mais que eu tenha críticas a essa prática, aqui
entrarei na relação do coaching com a igreja. Usarei essas duas respostas
dadas para analisar biblicamente o que chamo de TC. Minha argumentação
será essa: Igreja e evangelho não combinam com o coaching e não devem se
misturar jamais. Quando isso acontece temos uma nova TP com uma
roupagem mais humanista e existencialista.
O Coaching na Igreja
São por esses motivos principais que digo que a TC está substituindo a TP.
Esse discurso tem atraído jovens, empresários, profissionais liberais, e todo o
tipo de gente, principalmente na classe média. E aqui está a transição entre as
duas abordagens. A TP faz uma barganha com Deus crendo que Ele efetuará
milagres para benefício material e espiritual do homem. A TC eliminou a
barganha ao deixar Deus de longe, mas passou a ter no próprio homem a força
“milagrosa” para seu benefício material e espiritual. Na TP ainda há uma certa
dependência de Deus e seu agir sobrenatural, enquanto na TC o homem
declarou sua independência. O relacionamento de barganha foi substituído
para o relacionamento de platéia. O Deus da TC está assistindo e torcendo
pelos grandes empreendedores no palco da fé. Talvez você ache ruim o uso do
palavra coaching, mas pelo que você entenda a expressão completa “teologia
do coaching” que estou usando para definir esse tipo de abordagem..
Essa é uma teologia mais sutil, que parece mais humilde, mas na verdade
transborda soberba ainda mais do que a tenebrosa TP. Seu ambiente menos
escandaloso e mais conformado a cultura secular permite que esse tipo de
abordagem lote igrejas e obtenha grande aceitação. Geralmente se fala o que
as pessoas querem ouvir e pecados são tratados como pedra e obstáculos no
caminho que devem ser superados. A pregação fica até mais dinâmica, com
uso de mídias, frases de efeito e motivação mútua. Tudo isso associado com o
desejo material dos nossos dias só contribuem para que a TC ganhe terreno.
Logo logo nós teremos grandes problemas com ela e talvez ela chegue ao
mesmo patamar da TP. Que Deus nos livre e proteja disso!
O que Jeremias e Tiago Diriam?
Não quero tornar esse texto num texto longo demais. Portanto, encerrarei
apenas com três passagens bíblicas (quem sabe um artigo completo poderá
sair em breve sobre o tema). Compare com as ideias da TC e veja como a
Bíblia é contrária a isso. Jeremias profetizou para um povo orgulho e que
confiava em suas próprias forças e em sua “tradição espiritual”. Contra isso
Deus falou por meio do profeta:
“Assim diz o Senhor: “Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em
sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em
compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor, e ajo com lealdade,
com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”,
declara o Senhor” (Jeremias 9:23,24)
Num momento mais a frente ele resume bem sua mensagem ao povo:
“Assim diz o Senhor: Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da
humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor… Mas
bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está”
(Jeremias 17:5-7)
“Ouçam agora, vocês que dizem: “Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela
cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro”.
Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês
são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.
Ao invés disso, deveriam dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto
ou aquilo”. Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda
vanglória como essa é maligna.” (Tiago 4:13-16)
ESTUDO 2
A Igreja tem um papel insubstituível neste mundo, que é o de anunciar o Evangelho e edificar
os santos. Mas constantemente modismos e ondas adentram as portas dos templos,
corroborando para a desvirtuação dos ensinamentos eclesiásticos e desviando os cristãos do
cristianismo bíblico, daquilo que à Escritura apresenta como verdade insubstituível.
Mas algo novo surge por aí e vem se popularizando cada vez mais, tomando os púlpitos
em um ritmo acelerado e sendo aceito por todo o tipo de liderança. Falo desta onda da
“Teologia do Coaching”, que visa substituir a pregação do Evangelho, das sãs doutrinas
de Cristo, por palestras de orientação profissional, motivacional e de autoajuda.
Reitero que nada tenho contra coaching ou contra qualquer tipo de orientação,
profissional ou motivacional, ainda que tenha algum receio com autoajuda – o que não
vem ao caso neste artigo. Minha real preocupação é com o uso dos púlpitos, que
deveriam servir unicamente para a pregação da Palavra, sendo tomados pela valorização
deste tipo de palestra que enaltece competências e habilidades humanas.
Faz-se necessário uma crítica sincera a este modismo. A Igreja jamais deve aceitar a
substituição do ensino da Bíblia por qualquer outra coisa. Sei que para muitos isso é ser
saudosista, mas para mim trata-se apenas de valorizar a Palavra e o Santo Evangelho.
Como disse Lutero: “Minha consciência é escrava da Palavra de Deus”.
É evidente que, como já disse, a Igreja tem o papel de edificação, e isso pode incluir o
desenvolvimento pessoal, profissional e social. No entanto, existe lugar e espaço para
uso de ferramentas de coaching. Utilizá-las nos cultos, abandonando as mensagens
evangelísticas e doutrinárias de seus pastores, no entanto, é o mesmo que substituir a
Palavra de Deus.
A Igreja não deve se reunir em seus templos para ouvir palestras de orientação
profissional, autoajuda ou motivação, mas sim pastores e profetas que tenham a Palavra
revelada por Deus. Muitas vezes pessoas repetindo textos de livros de autoajuda e
recitando frases sem citar o autor tomam os púlpitos com o objetivo de vender a
imagem de vencedor para promover o comércio de produtos.
A Palavra de Deus adverte: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos
anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gálatas
1:8). O que Paulo está afirmando, é que nada pode substituir os ensinamentos da
Palavra de Deus.
Se já não bastasse a série de heresias que temos de enfrentar, ainda precisamos explicar
sobre a importância de manter nossos púlpitos focados na Palavra. Todo o nosso esforço
pastoral em conduzir aqueles sob nossa responsabilidade através de uma pregação
genuína, hoje vem sendo confrontado com técnicas mirabolantes e milagrosas de
autoafirmação.
O pastor da igreja, o anjo que guia o rebanho de Cristo, ele é a autoridade máxima e o
maior pregador em nossos púlpitos. Tratando das questões espirituais, nenhum
conhecimento acadêmico pode preparar alguém para a excelência do santo ministério.
Tão pouco quando esse conhecimento tem a pretensão de substituir a Palavra de Deus.
Que a Igreja possa lembrar-se disso, e os líderes venham a se conscientizar de que a “Teologia
do Coching” é apenas um modismo que pouca coisa acrescenta para o crescimento espiritual
dos santos. Deus possa nos conduzir através de um caminho de santidade e referência a Sua
Palavra.
ESTUDO 3
“para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia
tendente à maquinação do erro” Efésios 4:14
Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso
eloqüente nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de
Deus.
Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este,
crucificado.
1 Coríntios 2:1,2
Seu discurso, alinhado a cultura secular, permite que esse tipo de abordagem
lote igrejas e obtenha grande aceitação.
A Teologia da Prosperidade propõe uma barganha com Deus crendo que Ele
efetuará milagres para benefício material e espiritual do homem.
Deus distante
Essa é uma teologia mais sutil, que parece mais humilde, mas na verdade
transborda soberba ainda maior do que a Teologia da Prosperidade.
O foco está naquilo que o homem pode fazer através da sua fé pessoal.
Fé essa que passa por Cristo, mas que tem seu objeto na própria pessoa e nos
seus esforços dirigidos.
Falsa espiritualidade
O apelo pode ser até espiritual, mas ainda assim você já deve ter escutado
muito coisas do tipo
“como ser o melhor marido”, “como atrair e fidelizar pessoas para o reino”,
“alcançando sucesso através da fé.”.
Os pecados são tratados como pedra e obstáculos no caminho que devem ser
superados.
Tudo isso associado com o desejo material dos nossos dias só contribuem
para que a Teologia do Coaching ganhe terreno.
Conclusão
Sola Scriptura;