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poralmente. '' V
13
Pero el hecho de q u e la vista llegue antes
Poco después de poder ver s o m o s c o n s -
que el habla, y que las palabras nunca c u b r a n p o r c o m -
cientes de que también n o s o t r o s p o d e m o s ser v i s t o s .
p l e t o la función de la vista, n o implica qué ésta sea „•
El ojo del o t r o se c o m b i n a c o n nuestro ojo para dar
una pura reacción mecánica a ciertos estímulos. (Sólo plena credibilidad al h e c h o de que f o r m a m o s parte del
cabe pensar de está manera si aislamos una pequeña m u n d o visible.
parte del proceso, la que afecta a la retina.) S o l a m e n t e
v e m o s aquello que m i r a m o s . Y mirar es u n a c t o v o l u n t a -
. Si a c e p t a m o s q u e p o d e m o s ver aquella
rio, c o m o resultado del cual, lo que v e m o s queda a
colina, en realidad p o s t u l a m o s al m i s m o t i e m p o q u e
n u e s t r o alcance, aunque n o necesariamente al alcance
p o d e m o s ser vistos desde ella. La naturaleza recíproca
de nuestro brazo. Tocar algo es situarse en relación
de la visión es más f u n d a m e n t a l q u e la del diálogo ha-
c o n ello,.(Cierren los ojos, muévanse p o r la habitación y
blado. Y m u c h a s veces el diálogo es u n i n t e n t o de ver-
observen cómo la f a c u l t a d del t a c t o es una f o r m a es-
V.;-: *g*ai .' •-, .. f . . 'v - balizar esto, u n i n t e n t o de explicar c ó m o . s e a m e t a -
tática y limitada de visión.) N u n c a m i r a m o s sólo u n a
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iln apaiioncias, que ha sido separada del lugar y el ins- c o m o una simple prueba d o c u m e n t a l ; c u a n t o más
tlrite en que apareció p o r primera vez y preservada p o r imaginativa es una. o b r a , c o n más p r o f u n d i d a d n o s per-
u n o s m o m e n t o s o u n o s siglos. T o d a i m a g e n encarnan m i t e c o m p a r t i r la experiencia q u e t u v o el artista de lo
u n m o d o de ver. Incluso una fotografía, pues las f o t o - visible. . ..
grafías n o s o n c o m o se s u p o n e a m e n u d o , u n registro
mecánico. Cada vez q u e m i r a m o s u n a fotografía s o m o s S i n e m b a r g o , c u a n d o se presenta u n a
c o n s c i e n t e s , a u n q u e sólo sea débilmente, d e q u e el i m a g e n c o m o u n a obra de arte, la gente la mira de una
fotógrafo escogió esa vista, de e n t r e u n a i n f i n i d a d de manera q u e está c o n d i c i o n a d a p o r t o d a u n a serie de
otras posibles. Esto es cierto i n c l u s o para la más des- hipótesis aprendidas acerca del arte. Hipótesis o s u p o -
p r e o c u p a d a instantánea familiar. El m o d o de v e r de| siciones q u e se refieren a:
fotógrafo se refleja e n su elección del t e m a . El m o d o de
ver d e l p i n t o r se r e c o n s t i t u y e a partir de las m a r c a s la belleza la f o r m a
que hace sobre el lienzo o el papel. S i n e m b a r g o , a u n - • la v e r d a d • la posición social
que toda i m a g e n encarna u n m o d o de ver, nuestra s- . , • , r el g e n i o . . / el g u s t o
percepción o apreciación de u n a i m a g e n d e p e n d e t a m - : x la GivilizaciÓñi• •> : .»?,• ;etcétéra
bién de n u e s t r o p r o p i o m o d o de ver. (Por e j e m p l o , es im-
posible que Sheila sea sólo una figura entre v e i n t e , im- Q i M u c h a s de estas hipótesis ya no se ajus-
pero para n o s o t r o s , y p o r razones personales, sólo t e n e - t a n al m u n d o tal cual es. (El mundo-tal-cual-es es algo
m o s ojos para ella.) más q u e u n puro, h e c h o o b j e t i v o ; Incluye cjerta c o n -
ciencia.) Salidas do.una verdad referida al presento,
Las imágenes se h i c i e r o n al p r i n c i p i o para estas hipótesis o s c u r e c e n el pasado. Lb'hiistlf¡can en
evocar la apariencia de algo ausente. G r a d u a l m e n t e lugar d e aclararlo. El pasado n u n c a está ahí/ e s p e r a n d o •
se f u e c o m p r e n d i e n d o q u e u n a i m a g e n podía sobrevivir que lo d e s c u b r a n , q u e lo r e c o n o z c a n c o m o es. La
al o b j e t o r e p r e s e n t a d o ; p o r t a n t o , podría m o s t r a r el historia c o n s t i t u y e siempre la relación entre u n presente
a s p e c t o q u e había t e n i d o algo o a l g u i e n , y p o r i m p l i c a - y su pasado. En c o n s e c u e n c i a , el rhiedb al presente
ción c o m o lo h a b l a n visto otras personas. Posterior- lleva a le mistificación d e l pasado. El pasado n o es algo
m e n t e se reconoció q u e la visión específica d e l hacedor para vivir e n óí; es u n p o z o de c o n c l u s i o n e s del q u e
de imágenes f o r m a b a parte también de lo r e g i s t r a d o . " e x t r a e m o s para actuar. La mistificación c u l t u r a l del
Y así, u n a i m a g e n se convirtió e n u n r e g i s t r o del m o d o pasado entraña u n a doble pérdida. Las obras de arte
en q u e X había visto a Y. Esto f u e el r e s u l t a d o d e u n a / . y '•• vresúltah:entojicés;iiiñécésá^
creciente c o n c i e n c i a d e la i n d i v i d u a l i d a d , acompañada : d o ho^pfrebé entbhbés hjéhoS^
;
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Consideremos un ejemplo típico de esta holandesa de Haarlem. Se trata de retratos e n c a r g a d o s
mistificación. Recientemente se ha p u b l i c a d o un estudio oficialmente. Hals, u n viejo de más de o c h e n t a años,
sobre Frans Hals en dos volúmenes.* Es una obra^bien fue d e s p e d i d o . Vivió la m a y o r parte de su vida e n t r a m -
d o c u m e n t a d a que aporta m u c h o s datos sobre este pado. En el invierno de 1664, año en que empezó a
pintar estos cuadros, consiguió tres préstamos de t u r b a
pintor. C o m o monografía de la historia del arte no es
de la. caridad pública, pues de o t r o m o d o hubiera m u e r -
mejor ni peor que la media.
to literalmente de frío. Los que ahora p o s a b a n para él
eran los administradores de esa caridad pública.
Los d o s últimos cuadros i m p o r t a n t e s de
Frans Hals retratan a los g o b e r n a d o r e s y gobernadoras
de un asilo de ancianos del siglo X V I I en Ja ciudad El autor del libro registra estps hechos y
luego afirma explícitamente que sería i n c o r r e c t o leer
en los cuadros crítica alguna a sus personajes. N o hay
Regentes del asilo de
ancianos, Frans Hals n i n g u n a prueba, dice, de que Hais los pintara c o n resen-
1580-1666 t i m i e n t o . Sin e m b a r g o , el a u t o r considera q u e son
unas notables obras de arte y nos explica por qué. Ha-
b l a n d o de las Regentas, dice:
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aportar pruebas circunstanciales para d e t e r m i n a r cuáles en una sociedad de relaciones sociales y valores morales
f u e r o n sus relaciones. Pero ah( están las pruebas de c o m p a r a b l e s . Y esto es precisamente lo q u e da a los
los c u a d r o s m i s m o s : ja evidencia de u n g r u p o de h o m - c u a d r o s una importanciapsicológica y social. Esto es
bres y u n g r u p o de "mujeres ta| c o m o los v i o o t r o h o m - — y no la habilidad del p i n t o r c o m o " s e d u c t o r " — lo q u e
bre, e l . p i n t o r . Estudien esta evidencia y j u z g u e n ustedes nos c o n v e n c e de que podemos c o n o c e r a las personas
mismos. ;! .• retratadas.
¿Qué " s e d u c c i ó n " és esta de la que ha- Lo cual, dice el autor, es un libelo. A r g u -
bla? Es s i m p l e m e n t e la acción de los c u a d r o s sobre ye que en aquel t i e m p o estaba de m o d a llevar el s o m -
n o s o t r o s . Pero ellos actúan sobre n o s o t r o s p o r q u e brero iadeado. Cita opiniones médicas para d e m o s t r a r
n o s o t r o s a c e p t a m o s el m o d o en-qué. Hals v i o a sus m o - que la expresión del Regente m u y bien podía deberse
delos. Y n o lo a c e p t a m o s i n o c e n t e m e n t e . Lo a c e p t a m o s a una parálisis facial. Insiste en que los Regentes no
en la m e d i d a en que c o r r e s p o n d e a nuestra o b s e r v a - hubiesen a c e p t a d o el c u a d r o si se hubiese r e t r a t a d o
ción de las personas, los g e s t o s , los rostros y las i n s t i - a u n o de ellos borracho. Podríamos seguir d i s c u t i e n d o
t u c i o n e s . Esto es posible p o r q u e s e g u i m o s v i v i e n d o estos aspectos d u r a n t e páginas y páginas. (Los holan-
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deses del siglo X V I I llevaban él s o m b r e r o ladeado p a r a f \y v e m o s el arte del pasado c o m o
parecer aventureros y arriantes d e los placeres.,Beber
nadie lo v i o antes. L o percibimos de u n m o d o r e a l m e n t e
en exceso era una práctica s o c i a l m e h t e f l d m i t i ' d á j . E t c é -
distinto, - ¡ij- " ,u
Esto es m i s t i f i c a c i ó n .
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Tras la i n v e n c i ó n de la cámara cinemató íj?'cuando lo veíamos. Lo q u e v e l a m o s era algo relativo
gráfica, esta contradicción se puso gradualmente de 1 que dependía de nuestra p o s i c i ó n en el t i e m p o y en el
manifiesto r- espacio. Ya no era posible imaginar q u e t o d o convergía
en el ojo h u m a n o , p u n t o de f u g a del i n f i n i t o .
.'. i./.I lumihin
l Mil i Í Í M U I K I l i f < nm
r
Viulciv
Esto no quiere decir q u e antes de i n v e n -
tarse la cámara los h o m b r e s creyeran q u e cada cual
podía verlo t o d o . Pero la perspectiva o r g a n i z a b a el
c a m p o visual c o m o si eso fuera r e a l m e n t e lo ideal. T o d o
dibujo o p i n t u r a que utilizaba la perspectiva p r o p o n í a
al e s p e c t a d o r c o m o c e n t r o ú n i c o del m u n d o . La cámara
— y sobre t o d o la cámara de cine— le d e m o s t r a b a q u e .
no era el c e n t r o .
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La i n v e n c i ó n de la cámara c a m b i ó t a m - en lugar de ser al contrario. Y su significación se d i -
bién el m o d o en q u e los h o m b r e s veían los c u a d r o s versifica e n estos viajes.
pintados m u c h o antes de q u e la cámara fuese i n v e n -
tada, (nicialmente, los c u a d r o s eran parte i n t e g r a n t e del Cabría argüir q u e t o d a s las r e p r o d u c c i o -
edificio al q u e iban destinados. En una iglesia o capilla nes i n t r o d u c e n una distorsión m a y o r o m e n o r , y q u e
del A l t o R e n a c i m i e n t o , u n o tiene a veces la sensación por t a n t o la pintura original sigue siendo única e n cierto
de q u e las imágenes q u e h a y en sus m u r o s s o n c o m o sentido. A q u í t e n e m o s una r e p r o d u c c i ó n de La Virgen
grabaciones de la vida interior del edificio, de t a l m o d o dejas Rocas, de L e o n a r d o da V i n c i .
que c o n s t i t u y e n en c o n j u n t o la m e m o r i a del e d i f i c i o ,
hasta t a l p u n t o f o r m a n parte de la singularidad de este.
La Virgen de las R o c a s ,
Leonardo da Vinel
1452-1519 Nalional Gallery
ia S a n Francis-
.sis •
En o t r o t i e m p o la u n i c i d a d de t o d o c u a - M
dro f o r m a b a parte de la u n i c i d a d del lugar e n q u e re- • „ Wj
sidía. A veces la pintura era t r a n s p o r t a b l e . Pero n u n c a
se la podía ver en dos lugares al m i s m o t i e m p o . La •
c á m a r a , al r e p r o d u c i r . u n a p i n t u r a , d e s t r u y e la u n i c i d a d
de su i m a g e n . Y su s i g n i f i c a c i ó n só multiplica y se f r a g -
m e n t a e n n u m e r o s a s significaciones. ' %
Después de verla, u n o puede ir a la N a -
j l L o q u e ocurre c u a n d o u n a p i n t u r a es .
1 t i o n a l Gallery y c o n t e m p l a r el original para descubrir q u é
m o s t r a d a p o r las pantallas d é los televisores ilustra? •': le falta a la: r e p r o d u c c i ó n . O bien, es posible t a m b i é n
n í t i d a m e n t e esto. La pintura entra e n la casa de cada que u n o olvide las cualidades de la r e p r o d u c c i ó n y re-
teleespectador. Allí está, rodeada por sus e m p a p e l a d o s , cuerde s i m p l e m e n t e , c u a n d o vea el original, q u e se
sus muebles¿;sbs recuerdos," Entra'en la a t m ó s f e r a d e | trata d e u n f a m o s o c u a d r o del q u e ya h a v i s t o e n a l g ú n
su familia, Se.convierte en.su t e m a de c o n v e r s a c i ó n . lugar una r e p r o d u c c i ó n . Pero en a m b o s casos, la u n i c i -
Presta su s i g n i f i c a c i ó n a la s i g n i f i c a c i ó n de ellos- Y: al dad del original radica en ser el original de una repro-
m i s m o t i e m p o , entra en o t r o m j l l ó n de casas y , e n cada ducción. L o q u e p e r c i b i m o s c o m o ú n i c o ya n o es lo q u e
una, es c o n t e m p l a d a e n u n c o n t e x t o d i f e r e n t e . Gracias nos m u e s t r a su i m a g e n ; su primera s i g n i f i c a c i ó n ya
^ a la cámara, la pintura viaja ahora hasta el e s p e c t a d o r no estriba e n lo q u e dice, sino en lo q u e es.
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Este nuevo status de la obra original es significación de la i m a g e n . En c a m b i o se describe m i n u -
una consecuencia p e r f e c t a m e n t e racional de los nuevos ciosamente q u i é n e n c a r g ó el c u a d r o , las querellas le-
medios de r e p r o d u c c i ó n . Pero, llegados a este p u n t o , gales, quienes lo p o s e y e r o n , su f e c h a más probable y
entra en j u e g o de nuevo u n proceso de m i s t i f i c a c i ó n : las familias de sus propietarios. Está i n f o r m a c i ó n implica
La significación de la obra original ya no está en la uni- años y años de investigaciones c u y o o b j e t i v o es probar,
cidad de lo que dice sino en la u n i c i d a d de lo que es. encima de cualquier s o m b r a de d u d a , que el c u a d r o
¿Cómo se evalúa y define su existencia única en nuestra es un L e o n a r d o a u t é n t i c o . Hay t a m b i é n u n o b j e t i v o
actual cultura? Se define c o m o un o b j e t o c u y o valor secundario: d e m o s t r a r qué el c u a d r o casi i d é n t i c o que
depende de su rareza. El precio que alcanza en el mer- se conserva, en él Louvre es una réplica dé la versión de
cado es el que afirma y calibra este valor. Pero, c o m o lé National Gallery.
es pese a t o d o una " u n a obra de a r t e " —y se considera
que el arte es más grandioso que el c o m e r c i o — se
dice q u e su precio en el m e r c a d o es u n reflejo de su
valor espiritual. Pero el valor espiritual de u n o b j e t o ,
c o m o algo distinto de su mensaje o su ejemplo, sólo
puede explicarse en términos de magia o de religión.
Y c o m o ni una ni otra es una fuerza viva en la s o c i e d a d | | | ; ^
m o d e r n a , el objeto artístico, la " o b r a de a r t e " queda
envuelta en una atmósfera de religiosidad e n t e r a m e n t e
falsa. Las obras de arte son presentadas y discutidas
c o m o si f u e r a n sagradas reliquias, reliquias que son
la primera y mejor prueba de su propia s u p e r v i v e n c i a .
Se estudia el pasado que las e n g e n d r ó para d e m o s t r a r
su a u t e n t i c i d a d . Se las declara " a r t e " siempre que
Igles pueda certificarse su árbol g e n e a l ó g i c o .
co e
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ción es nostálgica. H e aqu( la vacía p r e t e n s i ó n f i n a l d e
que c o n t i n ú e n vigentes los valores de una cultura oligár-
quica y a n t i d e m o c r á t i c a , Si la i m a g e n ha dejado d e ser
única y exclusiva, estas cualidades d e b e n ser m i s t e -
riosamente transferidas al o b j e t o de arte, a la cosa.
La mayoría da p o r s u p u e s t o q u e los
A h o r a es i m p r e s i o n a n t e , misterioso, por"su valor e n el
mercado. - museos están llenos de sagradas reliquias q u e se refie-
ren a u n misterio q u e los e x c l u y e : el misterio de la r i -
queza incalculable. En otras palabras, creen q u e esas
La falsa religiosidad q u e rodea h o y las
obras maestras originales pertenecen a la reserva de los
obras originales de arte, religiosidad d e p e n d i e n t e e n
ricos ( t a n t o material c o m o e s p i r i t ú a l m e n t e ) . En o t r a
ú l t i m o t é r m i n o de su valor en el m e r c a d o , ha llegado a
tabla se indica la idea q u e las distintas clases sociales
ser el s u s t i t u t o de aquello que perdieron las pinturas
tienen de u n a galería de arte.
c u a n d o la cámara posibilitó su r e p r o d u c c i ó n . S u f u n -
30 * " 3 1
Venus y M a n e ,
Botticelli 1445-15
¿Curtí de los lugares enumerados a continuación le recueri
más i/í) museo?
% % %
Iglesia 66 45 •30,5
Biblioteca 9
La r e p r o d u c c i ó n aisla u n detalle del cua-
Sala de conferencias
Grandes almacenes o - "4-' ; . 4,5 .r,
dro del c o n j u n t o . El detalle se t r a n s f o r m a . Una figura
alegórica puede convertirse en el retrato de una j o v e n .
vestíbulo de entrada
a un edificio público • 7 ..••'f v • ' : 2 ; " í ' : ; '
;
En la era de la r e p r o d u c c i ó n pictórica
la significación de los cuadros ya no está ligada a ellos;
su significación es transmisible, es decir, se c o n v i e r t e
en i n f o r m a c i ó n de cierto t i p o , y c o m o t o d a i n f o r m a c i ó n ,
cabe utilizarla o ignorarla;, la i n f o r m a c i ó n rió c o m p o r t a
ninguna a u t o r i d a d especial. C u a n d o u n c u a d r o se des-
tina al uso, su significación se m o d i f i c a o cambia t o t a l -
m e n t e . Y h e m o s cíe tener m u y claro lo que esto entraña.
N o se trata de q u e la r e p r o d u c c i ó n n o logre reflejar fiel- Cuando una cámara de cine r e p r o d u c e
m e n t e ciertos aspectos de una i m a g e n ; se trata de/ií;. una pintura, ésta se convierte inevitablemente en mate-
que la r e p r o d u c c i ó n hace posible, e incluso inevitable, rial para el a r g u m e n t o del realizador.
que una i m a g e n sea utilizada para n u m e r o s o s fines dis-
tintos y que la i m a g e n r e p r o d u c i d a , al c o n t r a r i o d e j a Un f i l m que reproduce imágenes de u n
original, se presta a tales usos. cuadro lleva al espectador, a través de la p i n t u r a , hasta
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las conclusiones del. realizador. El cuadro presta su
elementos del cuadro, pero siempre que llega a una
autoridad ^realizador del film., '.' "
conclusión; la'simultaneidad de la pintura toda está allí
para refutarla o corroborarla. El cuadro conserva una
autoridad propia.
Procesión al Calvarlo
Hreughel 1525-1569
El modo en que una imagen.sigue a otra Aquí tenemos el paisaje de un trigal con
en un film, su sucesión, construye un argumento que pájaros que vuelan sobre él. Mírenlo unos instantes.
resulta irreversible. ...... • •• •••• Después vuelvan la página.
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política y cornercialmente S 6 r e p r o d usan
u c guías y cassettes alquiladas, etc.— no es el único posi-
c í o n s e %
que su existencia hace posible p ° negar Iq ble; Cuando se, dejé de mirar nostálgicamente el arte del
n m a s c a r a r
• -— | — »e,
' . w . i ero
VSI \ en
O I ocasiones
I l_ los . pasado,sus obras dejarán de ser reliquias sagradas, .
individuos los utilizan de diferente modo. aunque hunqa.volverán a'ser lo que fueron antes de que
(legaran,las reproducciones. No estarnos diciendo que
Jas obras originales sean inútiles hoy. : ' . .
de arte originales, no quede lugar alguno para la expe ' tro.actó'cle mirarlo. En este sentido concreto, todos
nencia salvo la admiración por su supervivencia. El los cuadros son contemporáneos, De ah.f la inmediatez
modo que se emplea normalmente para aproximarse a de su testimonio. Su momento histórico está literal-
las obras originales - m e d i a n t e catálogos de museo. mente ante nuestros ojos. Cézahne dijo algo parecido
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desde el punto ele vista del pintor: "|Pasa un minuto de cierto poder sobre ella. Posteriormente, el coto del arte
l;i vida del mundol |Pintarlo en su realidad y olvidarlo cambió de carácter y se convirtió en coto social. Entró a
todo por esol Transformar ese minuto, ser placa sen- formar parte de la cultura de la clase dominante y fue
sible... dar la imagen de lo que vemos, olvidando todo físicamente apartado y aislado en sus casas y palacios.
lo que ha aparecido antes de nuestro instante..." Y lo . A lo largo de toda esta historia, la autoridad del arte
que nosotros hacemos de ese instante pintado cuando fue inseparable de la autoridad del coto.
eslá ante nuestros ojos depende de lo que esperamos •.:•<•:>&
del arte, y esto depende hoy a su vez de cómo hayamos j ;
Lo que han hecho los modernos medios
experimentado ya la significación de los cuadros a • ~ t
de reproducción ha sido destruir la autoridad del arte
través de las reproducciones.
y sacarlo —o mejor, sacar las imágenes que reprodu-
cen— de cualquier coto. Por vez primera en la historia,
Tampoco estamos, diciendo que todo las imágenes artísticas son efímeras, ubicuas, carentes
arte sea comprensible espontáneamente. No preten-
de corporeidad, accesibles, sin valor, libres. Nos rodean
demos que recortar de una revista la reproducción de
del mismo modo que nos rodea el lenguaje. Han en-
una cabeza griega arcaica —porque nos recuerde algu-
trado en la corriente principal de la vida sobre la que
na experiencia personal— y clavarla sobre un tablero
no tienen ningún poder por sí mismas.
junto a otras imágenes dispares sea el mejor medio-de
percibir la plena significación de esa cabeza.
Sin embargo, muy pocas personas son
conscientes de lo que ha ocurrido porque los medios de
La idea de inocencia tiene dos vertientes.
reproducción son utilizados casi siempre para promover
Quien se niega a participar en una conspiración per-
la ilusión de que nada ha cambiado, salvo que las
manece inocente. Pero también conserva su inocencia
masas, gracias a las reproducciones, pueden empezar
el que permanece ignorante. La cuestión no se dirime
ahora a saborear el arte de la misma manera que lo hacía
aquí entre la inocencia y el conocimiento (ni.entre lo
en otro tiempo una minoría culta. Pero las masas siguen
natural y lo cultural) sino entre una aproximación total
mostrando su desinterés y su exceptismo, lo cual
al arte que intente relacionarlo con todos los aspectos
es bastante comprensible. .'"
de la experiencia y la aproximación esotérica de unos
cuantos expertos especializados, clérigos de la nostal-
Si el nuevo lenguaje de las imágenes se
gia de una clase dominante en decadencia. (En deca-
utilizase de manera distinta, éstas adquirirían, mediante
dencia, no ante el proletariado, sino ante el nuevo poder
su uso, una nueva clase de poder. Podríamos empezar
de las grandes empresas y el Estado.) La cuestión real
a definir con más precisión nuestras experiencias en
es: ¿A quién pertenece propiamente la significación del
campos en los que las palabras son inadecuadas (la vis-
arte del pasado? ¿A los que pueden aplicarle sus propias
ta llega antes que el habla). Y no sólo experiencias
vidas o a una jerarquía cultural de especialistas en reli-
personales, sino también la experiencia histórica esen-
quias?
cial de nuestra relación con el pasado: es decir, la ex-
periencia de buscarle un significado a nuestras vidas,
Las-artes visuales han existido siempre de intentar comprender una historia de la que podemos
dentro de cierto coto; inicialmente, este coto era má- convertirnos en agentes activos.
gico o sagrado. Pero era también físico: era el lugar, la
caverna, el edificio en el que o para el que se hacía
El arte del pasado ya no existe como
la obra. La experiencia del arte, que al principio fue la
existió en otro tiempo. Ha perdido su autoridad. Un
experiencia del rito, fue colocada al margen del resto de
lenguaje de imágenes ha ocupado su lugar. Y lo que
la vida, precisamente para que fuera capaz de ejercer
importa ahora es quién usa ese lenguaje y para qué lo
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usa. Esto afecta a cuestiones como el copyríhgt de 2
las reproducciones,Jos"derechos de propiedad de las ;' :