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Art. 181
Segundo ensina Nucci: Imunidade é um privilégio de natureza pessoal, desfrutado
por alguém em razão do cargo ou da função exercida, bem como por conta de
alguma condição ou circunstância de caráter pessoal. No âmbito penal, trata-se
(art. 181) de uma escusa absolutória, condição negativa de punibilidade ou causa
pessoal de exclusão da pena. Assim, por razões de política criminal, levando em
conta motivos de ordem utilitária e baseando-se na circunstância de existirem
laços familiares ou afetivos entre os envolvidos, o legislador houve por bem
afastar a punibilidade de determinadas pessoas. O crime – fato típico, antijurídico
e culpável – está presente, embora não seja punível. Cuida-se de imunidade
absoluta, porque não admite prova em contrário, nem possibilidade de se
renunciar à sua incidência. Nos crimes patrimoniais, não violentos e sem grave
ameaça, os cônjuges, entre si, os ascendentes e os descendentes, entre si, ainda
que cometam delitos, não são punidos.
Jurisprudências sobre:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. ESTELIONATO. AMEAÇA. PERTURBAÇÃO
DA TRANQUILIDADE. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER. NULIDADE DA SENTENÇA. LAUDO PERICIAL.
DESNECESSIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS.
PALAVRA DA VÍTIMA. EMENDATIO LIBELLI. APLICAÇÃO CORRETA.
ISENÇÃO DE PENA DO ART. 181, CP. NÃO COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO.
DOSIMETRIA. AGRAVANTE DO ART. 61, II, F, CP. INCIDÊNCIA. FIXAÇÃO
DE DANOS MORAIS. AFASTAMENTO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA. 1. É desnecessária a prova pericial para averiguar a falsificação da
assinatura de cheque, bem como para comprovar a perturbação da tranquilidade,
quando a farta e robusta prova dos autos apontam para suas incidências, a partir dos
depoimentos harmônicos e coesos prestados em juízo e na delegacia. 2. Nas infrações
penais relativas à violência doméstica e familiar contra a mulher, por serem em regra
praticadas sem a presença de testemunhas, a palavra da vítima reveste-se de especial
credibilidade, mormente quando confirmada por conjunto probatório harmônico e
coeso. 3. É possível a nova capitulação jurídica dos fatos, nos termos do art. 383, CPP,
quando descritos na denúncia. O entendimento jurisprudencial prevalecente é de que
o réu se defende dos fatos e não da definição jurídica contida na peça inaugural. 4.
Não havendo comprovação, nos autos, de que vítima e réu mantinham união estável
à época dos fatos, não há que se falar em aplicação da regra de isenção de pena do art.
181, CP, ao crime de estelionato. 5. Em se tratando das infrações penais de ameaça,
de estelionato e de perturbação da tranquilidade, a aplicação da circunstância
agravante prevista no art. 61, inciso II, alínea f, do CP, não configura bis in idem, uma
vez que tal circunstância não é elementar do delito, tampouco o qualifica. 6. Não é
cabível a fixação de reparação por danos morais no juízo criminal, com base no inciso
IV do artigo 387 do Código Penal. 7. Recurso conhecido e parcialmente provido.
(TJ-DF 20150610008669 0000858-22.2015.8.07.0006, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, Data de Julgamento: 09/02/2017, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 15/02/2017 . Pág.: 286/295)
Art. 182
O art. 182 trata da imunidade relativa e exige que a vítima do crime apresente
representação, legitimando o Ministério Público a agir, ingressando com ação
penal, ou mesmo autorizando a mera instauração de inquérito policial pelo
delegado. Somente não se aplica o disposto neste artigo quando o crime contra o
patrimônio já exigir, por si só, representação ou for de ação privada, sendo cabível
a queixa.
Art. 183
Não se aplica o previsto nos artigos anteriores se o crime se der com emprego de
grave ameaça ou violência à pessoa; por estranho que participa do crime ou se o
crime for cometido contra idoso com idade igual ou superior a 60 anos.
Art. 185
Revogado pela Lei 10.695/2003.
Art. 186
Procede-se mediante queixa, nos crimes previsto no caput do art. 184, sendo,
assim, de ação penal privada. Será de ação penal pública incondicionada nos casos
previstos nos §§ 1.º e 2.º do art. 184, ou seja, quando houver intuito de lucro.
Existe previsto uma proteção especial às entidades de direito público, as
autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações
instituídas pelo Poder Público, considerando de ação pública incondicionada
qualquer delito de violação de direito de autor. E, por fim, no caso do § 3.º do art.
184, a ação é pública condicionada, isto é, há necessidade de se colher a
concordância da vítima para que o Estado (polícia e Ministério Público) possa
agir.