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Algumas das Upaniñads mais importantes


BÅHADÄRAËYAKA-UPANIÑAD (excerto)
“II.1.14 – Ajätaçatru (o rei) disse: ‘Isso é tudo o que sabes?’ (Gärgya, o brâmane,
respondeu): ‘Sim, isso é tudo.’ ‘Mesmo sabendo isso tudo, não se pode conhecê-Lo
(Brahman).’ Então Gärgya disse: ‘Dirijo-me a ti como um aprendiz.’
“II.1.15 – Ajätaçatru disse: ‘É contrário aos costumes que um brâmane dirija-se a
um kñatriya como aprendiz acerca de Brahman. Entretanto, eu te instruirei.’ Tomando
Gärgya pela mão, ele se levantou, e foram até um homem que dormia. Ajätaçatru dirigiu-se
a ele por estes nomes: ‘Ó Grande, Vestido de Branco, Radiante, Soma!’ O homem não se
levantou. O rei então empurrou-o com as mãos até que acordasse e se levantasse.
“II.1.16 – O rei disse: ‘Quando este ser consciente [vijïänamayaù puruñaù] estava
adormecido, onde estava ele, e de onde voltou?’ Gärgya não soube responder.”

CHÄNDOGYA-UPANIÑAD (excertos)
6.1.1 – Om! Havia um jovem chamado Çvetaketu, neto de Äruëa. Seu pai lhe disse:
“Ó Çvetaketu, vive na casa de um mestre como estudante celibatário (brahmacarin). Ó de
bela face, não há ninguém em nossa linhagem que, sem estudar, declare-se parente de
brähmaëa(s).”
6.1.2 – Ele, aos doze anos de idade, tendo ido ao mestre e tendo estudado os
Veda(s) até a idade de vinte e quatro anos, retornou presunçoso, orgulhoso por ser um
homem estudado, e imodesto. E seu pai lhe disse: “Ó Çvetaketu, ó de bela face, agora que
estás presunçoso, orgulhoso por ser um homem estudado, e imodesto assim, pediste por
aquela instrução?
6.1.3 – “Aquela por meio da qual o não-ouvido torna-se ouvido, o impensado torna-
se pensado, o desconhecido torna-se conhecido?” [Çvetaketu perguntou:] “Ó venerável,
como é essa instrução?”
6.1.4 – “Ó de bela face, assim como, ao conhecer um punhado de terra, todas as
coisas feitas de terra tornam-se conhecidas; [assim] toda transformação tem a fala como
base, e é só nome. Somente a terra existe [satyam, lit. ‘é a verdade’].”
6.1.5 – “Ó de bela face, assim como, ao conhecer um pedaço de ouro, todas as
coisas de ouro tornam-se conhecidas; [assim] toda transformação tem a fala como base, e é
só nome. Somente o ouro existe [satyam, lit. ‘é a verdade’].”
6.1.6 – “Ó de bela face, assim como, ao conhecer um cortador de unhas, todas as
coisas de ferro tornam-se conhecidas; [assim] toda transformação tem a fala como base, e é
só nome. Somente o ferro existe [satyam, lit. ‘é a verdade’]. Ó de bela face, assim é essa
instrução.”
6.1.7 – “Aqueles veneráveis [mestres] certamente não a conheciam, pois, se a
conhecessem, por que não ma teriam ensinado? Possa tu, ó venerável, ensinar-me.” “Ó de
bela face, que assim seja.”

6.2.1 – “Ó de bela face, no princípio isto era apenas a existência [sat]; uma apenas,
sem-segundo [a-dvi, lit., ‘sem dois’]. Uns dizem que no princípio isto era apenas a não-
existência [a-sat], uma apenas, sem-segundo, e que dela emergiu a existência.”
6.2.2 – “Ó de bela face, de que forma poderia a existência emergir da não-
existência? Mas certamente, ó de bela face, no princípio havia apenas a existência; uma
apenas, sem-segundo [ekam-eva-advitéyam].”
6.2.3 – “Então esta [a existência] percebeu [aikñata, lit. ‘viu’]: ‘Que eu me torne
muitos. Que eu nasça.’ E esta criou o fogo. E o fogo viu: ‘Que eu me torne muitos. Que eu
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nasça.’ Este criou a água. Por isso, sempre que uma pessoa sofre ou perspira, isto vem de
fato do fogo. A água nasce do fogo.”
6.2.4 – “Esta água viu: ‘Que nos tornemos muitas. Que nasçamos.’ E estas criaram
o alimento. Por isso, sempre que chove, o alimento se torna abundante. De fato, o alimento
nasce da água.”

“7.1.1 – Om. Närada (um brâmane) dirigiu-se a Sanatkumära (um rei) dizendo:
‘Instruí-me, ó venerável senhor.’ Ele lhe respondeu: ‘Dize-me o que sabes. Então te
instruirei acerca das coisas que estão além disso.’
“7.1.2 – ‘Ó venerável senhor, eu estudei o Rg-veda, o Yajur-veda, o Säma-veda e o
Atharva-veda, o quarto. História e mitologia (Itihäsa-puräëa), gramática (vedäna), os ritos
aos ancestrais (pitrya), matemática (räçi), as perturbações naturais (daiva), mineralogia
(nidhi), lógica (vakoväkya), ética (ekäyana), etimologia (deva-vidyä), a sabedoria dos
Vedas (brahma-vidyä), a ciência dos elementos (bhüta-vidyä), a ciência da arqueria
(kñatra-vidyä), astronomia/astrologia (ñatra-vidyä), a ciência das serpentes (Garuòa), artes
(devajana-vidyä, que inclui perfumaria, dança, música, escultura, pintura, artes manuais,
etc.). Eu conheço tudo isso, ó venerável senhor!
“7.1.3 – ‘Ó venerável senhor, mesmo assim, meus conhecimentos são meramente
textuais. Não sou um conhecedor do ätman. E tenho ouvido de pessoas veneráveis como tu
que um conhecedor do ätman está além da dor. Tal como sou, estou cheio de dor. Ó
venerável senhor, por favor conduze-me para além da dor.’ E o rei disse: ‘Tudo isso, o que
quer que tenha aprendido, não passa de meros nomes.’”

ÉÇÄ – UPANIÑAD
“Om! O todo é isto, o todo é aquilo; o todo provém do todo; tire-se o todo do todo,
e o todo permanece.
“1 - Tudo o que existe neste mundo é permeado pelo Senhor (Éça). Ao renunciar a
isso [o mundo], tu ganharás. Não se deve cobiçar as riquezas de ninguém.
“2 – Realizando ritos sagrados (karman), o homem deseja viver cem anos. Se é este
teu desejo, ó homem, então o rito te macula.
“3 – Para os mundos nefastos, cobertos de treva cega, vão todas as pessoas que,
morrendo neste mundo, matam seu Eu (ätman).
“4 - Ele é imóvel, um, e mais rápido que a mente. Os sentidos não podem
ultrapassá-lo, porque ele foi à frente. Permanecendo imóvel, ultrapassa todos os outros.
Permanecendo lá, Mätariçva sustém tudo o que flui.
“5 – Ele se move, ele não se move; está longe, está perto. Está dentro de tudo, e está
fora de tudo.
“6 – Aquele que vê todos os seres no si-mesmo (ätman), e o si-mesmo (ätman) em
todos os seres, não sente mais ódio.
“7 - Quando, para o homem de discernimento, todos os seres se tornam o si-mesmo
(ätman), então que ilusão ou dor pode haver para este que vê a unidade?
“8 - Ele é onipenetrante, resplandecente, sem corpo, sem máculas, sem solidez,
puro, não afligido por erros, onisciente, senhor da mente; existente acima de tudo, existente
por si mesmo. Distribuiu os objetos pela eternidade.
“9 – Aqueles que cultuam a ignorância (avidyä) entram em escuridão cegadora; e
em escuridão ainda maior entram aqueles que cultuam a sabedoria (vidyä).
“10 – Dizem que pela sabedoria um resultado diferente é adquirido; outro resultado
diferente pela ignorância. Assim ouvimos dos antigos, que nos ensinaram.
“11 – O que conhece esses dois, sabedoria e ignorância, juntos, alcança a
imortalidade pela sabedoria, ao atravessar a morte pela ignorância.
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“12 – Aqueles que cultuam o imanifesto (asambhüti) entram em escuridão


cegadora; e em escuridão ainda maior [entram] os que cultuam o manifesto (sambhüti).
“13 - Dizem que pelo manifesto um resultado diferente é adquirido; outro resultado
diferente pelo imanifesto. Assim ouvimos dos antigos, que nos ensinaram.
“14 – O que conhece esses dois, o manifesto (sambhüti) e a destruição (vinäça),
juntos, alcança a imortalidade pelo manifesto, ao atravessar a morte pela destruição.”
“15 – Ó Püñan, sábio único, ó Yama, centro da lei, ó Sol, filho de Prajäpati,
remove teus raios, retira teu calor. Permite que eu veja tua forma, pois a Pessoa (puruña)
que está em ti é também aquele que eu sou.
“16 – Que esta centelha vital conquiste o ar imortal. Que este corpo seja reduzido a
cinzas. Om! Ó minha mente, lembra teus atos, lembra, ó mente, lembra teus atos!”

KENA-UPANIÑAD (excertos)
“1.1 – Incitada, impelida por quem voa a mente (manas)? Ungido por quem se põe
em movimento o alento vital (präëa)? Quem incita a palavra que o homem profere? Que
ser refulgente dirige a visão e a audição?
“1.2 – Ele é a audição da audição, a mente da mente, a palavra da palavra, e
também o alento do alento e a visão da visão. Os sábios, libertando-se, quando partem
deste mundo, tornam-se imortais.
“1.3 – Lá não chega a visão, nem a palavra, nem a mente. Não sabemos, não
compreendemos como se possa ensiná-lo.
“1.4 – É diferente do conhecido e também do desconhecido – isso é o que ouvimos
dos antigos, que assim o explicaram.
“1.5 – Aquilo que não é expresso pela palavra, e por meio do qual a palavra é
expressa – saiba que isto é, em verdade, Brahman, e não o que as pessoas veneram como
objeto.
“1.6 – Aquilo que não se pensa por meio do pensamento e por meio do qual o
pensamento é pensado – saiba que isto é, em verdade, Brahman, e não o que as pessoas
veneram como objeto.
“1.7 – Aquilo que não se vê por meio da visão, e por meio do qual a visão é vista –
saiba que isto é, em verdade, Brahman, e não o que as pessoas veneram como objeto.
“1.8 – Aquilo que não se ouve por meio da audição, e por meio do qual a audição é
ouvida – saiba que isto é, em verdade, Brahman, e não o que as pessoas veneram como
objeto.
“1.9 – Aquilo que não se cheira por meio do olfato, e por meio do qual o olfato é
sentido – saiba que isto é, em verdade, Brahman, e não o que as pessoas veneram como
objeto.

“2.1 – Se pensas que o conheces bem, então conheces, em verdade, muito pouco
sobre Brahman, aquilo que tu mesmo és, aquilo que está nos deuses. Deves examinar o que
acreditas conhecer.
“2.2 – Eu não penso que o conheço bem. Não que não o conheça; conheço e não
conheço. Quem dentre nós o conhece, o conhece, e não sabe que não o conhece.
“2.3 – Quem não o pensa, o pensa, quem o pensa, não o conhece. Não é conhecido
por aqueles que o conhecem, é conhecido por aqueles que não o conhecem.
“2.4 – É conhecido por meio do despertar interior (pratibodha), pois este é o
caminho da imortalidade. Por meio do Eu (ätman) alcança-se a força, e por meio do
conhecimento obtém-se a imortalidade.
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“2.5 – Quando o encontramos neste mundo, a verdade se apresenta; se não o


encontramos neste mundo, é grande a infelicidade. Os sábios, percebendo o Brahman em
todos os seres, quando deixam este mundo, tornam-se imortais.”

KAÖHA-UPANIÑAD (excertos)
“I.1.1 – Uma vez o filho de Väjaçrava, desejoso dos frutos [do sacrifício], distribuiu
tudo [o que possuía]. Ele tinha um filho chamado Naciketas.
“I.1.2 – Quando as oferendas foram levadas, a fé tomou posse de Naciketas, que era
apenas um garoto. Ele pensou:
“I.1.3 – ‘Tristes são aqueles mundos para onde vão os homens que entregam como
dádivas para o sacrificio as vacas inúteis, velhas e incapazes de produzir leite.’
“I.1.4 – Ele disse a seu pai: ‘Pai, a quem me ofertarás?’ Ele perguntou uma segunda
e uma terceira vez. E o pai respondeu: ‘Eu te oferecerei à Morte!’ (...)
“I.1.7 – Um hóspede brâmane entra na casa como o fogo. Para ele são realizados os
ritos propiciatórios. Ó Morte, traga água para ele!
“I.1.8 – Se na casa de alguém um hóspede brâmane fica sem comida, esse brâmane
destrói a esperança e os frutos das associações sagradas e dos bons discursos, dos
sacrifícios e caridades, os filhos e o gado – tudo isso [ele destrói] desse homem de pouca
inteligência.
“I.1.9 – [a Morte diz:] ‘Ó brâmane, já que estiveste em minha casa por três noites
sem alimento – tu, um hóspede venerável -, que minhas saudações estejam contigo e o bem
me acompanhe. Fazei três pedidos, um para cada noite.’
“I.1.10 – ‘Ó Morte, dos três pedidos o primeiro é este: que meu pai Gautama esteja
livre de ansiedade, de mente calma e liberto da ira com relação a mim, e que possa me
reconhecer e falar comigo quando eu for liberto por ti.’
“I.1.11 – ‘Tendo te reconhecido, Auddälaki Äruëi será bondoso como o era antes.
Vendo-te livre das garras da Morte, ele superará sua raiva e, com minha permissão,
dormirá em paz por muitas noites.’
“I.1.12 – ‘No mundo celestial não há medo – tu não estás lá, e ninguém sofre com o
medo da velhice. Tendo transcendido a fome e a sede, tendo ultrapassado a tristeza, os
seres se regozijam no céu.
“I.1.13 – Ó Morte, sendo quem és, conheces o fogo que leva ao mundo celestial.
Acerca deste ensina-me, a mim que sou cheio de fé. Os habitantes do céu obtém a
imortalidade. Este é meu segundo pedido.’
“I.1.14 – ‘Ó Naciketas, conheço bem o fogo que leva ao céu, e eu lho explicarei. Tu
o conhecerás prestando atenção às minhas palavras. O fogo que é o meio de se alcançar o
mundo celestial e que é o suporte do mundo, saiba que está oculto nos sábios.’
“I.1.15 – Yama [a Morte] ensinou-lhe o fogo sacrificial que é a fonte do mundo, o
número e o tipo de tijolos [do altar], e também a maneira como preparar o fogo. E
Naciketas repetiu tudo o que lhe foi dito. A Morte, satisfeita, disse:
“I.1.16 – ‘Satisfeito contigo, concedo-te agora o outro pedido. Este fogo será
conhecido pelo teu nome.’ (...)
“I.1.20 – ‘Existe esta dúvida com relação à morte de um homem: alguns dizem que
ele ainda existe, outros dizem que não existe mais. O conhecimento disso é meu terceiro
pedido.’
“I.1.21 – ‘Com relação a isso, até os deuses duvidaram no passado; por ser sutil,
esse princípio não é realmente compreendido. Ó Naciketas, faze-me outro pedido; não me
forces, e deixa que eu te negue esta resposta.’
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“I.1.22 – ‘Se até os deuses duvidaram, e se dizes que não é realmente


compreendido... já que não há outro instrutor que se compare a ti, ó Morte, não há outro
desejo comparável a este.’
“I.1.23 – ‘Pede por filhos e netos que viverão centenas de anos. Pede por muitos
animais, elefantes, cavalos, e ouro, e muitas terras. E tu mesmo, vives quantos anos
quiseres viver.’
“I.1.24 – ‘Qualquer outro pedido que se iguale a este, pede-o. Pede riquezas e uma
longa vida. Ó Naciketas, tu te tornarás regente de toda a terra. Eu te farei gozar de todos os
prazeres.
“I.1.25 – Quaisquer coisas que possam ser desejáveis e difíceis de se obter – pede
por todas essas coisas conforme tua vontade. Aqui estão essas mulheres com carruagens e
instrumentos musicais – elas não podem ser possuídas por mortais. Serve-te com tudo isso
que te é ofertado por mim. Ó Naciketas, não me peças essa resposta.’
“I.1.26 – ‘Ó Morte, efêmeras são essas coisas, e elas exaurem o vigor dos órgãos
sensoriais. Toda vida, sem exceção, é de fato curta. Fica com as carruagens; que sejam tuas
as dançarinas e as canções. O homem não pode ser satisfeito pela riqueza. (...)
“I.1.27 – Ó Morte, ensina-me sobre aquilo de que os homens duvidam mesmo no
outro mundo, e cujo conhecimento é grandioso. À parte este pedido sobre o inescrutável,
Naciketas não fará nenhum outro.’
(...)
“I.2.1 – ‘O preferível é de fato diferente do prazeiroso. Esses dois, servindo a
diferentes propósitos, aprisionam o homem. O bem vem para aquele que escolhe o
preferível. Aquele que escolhe o prazeiroso sucumbe.
“I.2.2 – ‘O preferível e o prazeiroso vêm ao homem. O homem de inteligência,
tendo considerado ambos, os separa. O inteligente seleciona o que é bom; o tolo seleciona
o desprezível, para que possa ter o prazer.
“I.2.3 – ‘Ó Naciketas! Depois de considerar, desprezaste todas as coisas desejáveis,
as quais são prazeirosas e produtoras de gozo. Não aceitaste esse caminho da riqueza no
qual muitos homens sucumbem.
“I.2.4 – ‘O conhecimento e a ignorância são contrários, e seguem cursos
divergentes. Considero-te, ó Naciketas, um aspirante ao conhecimento, pois não foste
tentado pelos múltiplos objetos do gozo dos sentidos.
“I.2.5 – ‘Vivendo em meio à ignorância e considerando-se inteligentes e
iluminados, os insensatos vagueiam por caminhos tortuosos, como cegos guiados por
cegos.
“I.2.6 – ‘O meio de se alcançar o outro mundo não se revela ao homem sem
discriminação que se perde, iludido pelo encanto da riqueza. Aquele que constantemente
pensa que há apenas este mundo e nada depois cai sob meu domínio repetidas vezes. (...)
“I.2.12 – ‘O homem inteligente abandona a felicidade e a tristeza, e desenvolve a
concentração no ätman (adhyätma-yoga), meditando na velha Deidade que é inescrutável,
inacessível, oculta no intelecto (buddhi), existindo em meio à miséria. (...)
“I.2.13 – ‘O inteligente (ätman) não nasce nem morre. Ele não se origina de nada,
nem nada se origina dele. É sem nascimento, eterno, indestrutível e antigo. Não é ferido
quando o corpo é morto. (...)
“I.2.19 – ‘Se o assassino pensa que mata e o morto pensa que está morto, ambos
não sabem. Ele (o ätman) não mata, nem é morto. [= Bhagavad-Gétä, 2.19]
“I.2.20 – ‘Ele é mais sutil que o mais sutil, e maior que o maior. Está alojado no
coração de toda criatura. Um homem sem desejos vê a glória do ätman com a serenidade
dos órgãos [mente e sentidos], e liberta-se de todo sofrimento.
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“I.2.23 – ‘Este ätman não pode ser conhecido nem por muito estudo, nem pelo
intelecto, nem pela audição. Só pode ser conhecido pelo próprio ätman, a quem o aspirante
roga; o ätman daquele buscador revela sua própria natureza. (...)
“I.2.25 – ‘Quem então sabe onde ele está – Ele, para quem os brâmanes e kñatriyas
tornam-se alimento, e para quem a morte é um condimento?’
(...)
“I.3.3 – Saiba que o ätman é o senhor da carruagem, e o corpo é a carruagem. O
intelecto (buddhi) é o cocheiro, e a mente (manas) é a rédea.
“I.3.4 – Os órgãos [dos sentidos] são os cavalos, e os objetos são as estradas. Os
sábios chamam o ätman de desfrutador quando está associado ao corpo, aos sentidos e à
mente.
“I.3.5 – Os órgãos daquele intelecto que, associado a uma mente descontrolada,
torna-se destituído de discriminação, são desgovernados como maus cavalos de um
cocheiro.
“I.3.6 – Mas os órgãos daquele intelecto que, estando associado a uma mente
controlada, possui discriminação, são controláveis como os bons cavalos de um cocheiro.
“I.3.7 – Aquele [senhor da carruagem, ätman] que está associado a um intelecto
sem discriminação e a uma mente descontrolada e impura não alcança o objetivo final, e
sim a existência mundana.
“I.3.8 – Aquele [senhor da carruagem, ätman], porém, que está associado a um
intelecto com discriminação e a uma mente controlada e pura, alcança o objetivo final e
não renasce novamente.”
(...)
“II.3.10 – Quando os cinco sentidos de conhecimento aquietam-se junto com a
mente, e o intelecto fica imóvel, esse estado é denominado o mais elevado.
“II.3.11 – Essa concentração firme dos sentidos [sthiräm indriya-dhäraëäm] é o que
se chama Yoga. Deve-se permanecer firme então, pois o Yoga aumenta ou decresce.”

MÄËÒÜKYA-UPANIÑAD
(apud. ZIMMER, Filosofias da Índia, pp. 261-265)

“1 – OM! Este som imperecível é o todo deste universo visível. Sua explicação é a
seguinte: tudo quanto tem acontecido, acontece e acontecerá, em verdade tudo isso é o som
OM. E o que está além desses três estados do mundo temporal, isso também, em verdade, é
o som OM.
“2 – Tudo isto [dito com um gesto do braço, assinalando o universo que nos rodeia]
é Brahman. Este Eu [ätman][ colocando a mão sobre o coração] também é Brahman. Este
Eu tem quatro partes.
“3 – A primeira parte é vaiçvänara [o comum a todos os homens]. Seu campo é o
estado de vigília. Sua consciência está voltada para fora [através das portas dos sentidos].
Tem sete membros e dezenove bocas. Desfruta (bhuj-[come, se alimenta de]) matéria
grosseira (sthüla).
“4 – A segunda parte é taijasa (o Resplandescente). Seu campo é o estado de
sonhos. Sua consciência está voltada para dentro. Tem sete membros e dezenove bocas.
Desfruta de objetos sutis (pravivikta [o seleto, o requintado, o que é incomum]).
“5 – Mas, quando aquele que dorme não deseja nada desejável nem contempla
sonho algum, isso é sono profundo (suñupta). Präjïa (o Conhecedor), que se tornou
indiviso neste campo de sono sem sonho, é a terceira parte do Eu. Ele é uma massa
indiferenciada (ghana [massa informe homogênea]) de consciência, que consiste em
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beatitude e se alimenta de beatitude [como as dos anteriores se alimentavam do grosseiro e


do sutil]. Sua [única] boca é o espírito [cetomukha].”
“6 – Este é o Senhor de Tudo (sarveçvara); o Onisciente (sarvajïä); o Governante
interior (antaryämi); a Fonte (yoni [a Matriz da geração]) de tudo. Este é o começo e o fim
de todos os seres.
“7 – O que é conhecido como quarta parte: a consciência não está voltada para fora
nem para dentro, nem as duas coisas juntas; não é uma massa indiferenciada de
consciência adormecida; não conhece nem desconhece porque é invisível, inefável,
inatingível, destituída de características, inconcebível, indefinível, sendo sua essência
única a segurança de seu próprio Eu (eka-ätma-pratyaya-sära); a pacificação de toda
existência diferenciada e relativa (prapaïca-upaçama); a completa quietude (çänta);
pacífico, bem-aventurado (çiva); sem segundo (advaita): este é o Eu (ätman) que tem de
ser conhecido.
“8 – Este idêntico Eu (ätman), no domínio dos sentidos, é a sílaba OM; as quatro
partes acima descritas do Eu são idênticas aos componentes da sílaba, e os componentes da
sílaba são idênticos às quatro partes do Eu. Os componentes da sílaba são A, U, À.
“9 – Vaiçvänara [o comum a todos os homens] cujo campo é o estado de vigília, é
o som A porque tudo abarca e é o primeiro. Quem assim sabe (ya evaà veda) abarca todos
os objetos desejáveis; ele se torna o primeiro.
“10 – Taijasa (o Resplandescente), cujo campo é o estado de sonho, é o segundo
som, U, porque é um extrato dos outros dois e contém suas qualidades. Quem assim sabe
extrai saber do fluxo de conhecimento e se equilibra; em sua família ninguém nascerá
ignorante do Brahman.
“11 – Präjïa (o Conhecedor), cujo campo é o sono profundo, é o terceiro som, À,
porque é a medida na qual tudo entra. Quem assim sabe pode medir tudo e participar de
tudo.
“12 – O quarto carece de som; impronunciável, aquietamento de todas as
manifestações diferenciadas, pacífico e bem-aventurado, não dual. Portanto, OM é
verdadeiramente o ätman. Quem assim sabe funde seu eu com o Eu – sim, quem assim
sabe.”

AITAREYA-UPANIÑAD (excerto)
“3.1.3 – Isto é Brahman; é Indra, é Prajäpati; isto é todos os deuses, e todos os
cinco elementos: terra, água, espaço, ar e fogo. E isto é todos esses [seres], e os
pequeninos, e os procriadores, referidos aos pares – os que nascem de ovos, de úteros, da
umidade e da terra: cavalos, gado, homens, elefantes, e todas as criaturas que existem, as
que se movem, as que voam e as que não se movem. Todos esses são impelidos pela
consciência [prajïäna]. Todos têm a consciência como realidade, o mundo tem a
consciência como seu olho, e consciência é seu fim. Brahman é consciência.”

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