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Extraído de
http://messages.to/glulam
A seção transversal no tronco de uma árvore permite distinguir as seguintes partes bem
caracterizadas, de fora para dentro:
* Casca: Protege a árvore contra os agentes externos. Não apresenta importância do ponto de
vista da construção, é eliminada no aproveitamento do lenho.
* Câmbio: Camada invisível a olho nu, situada entre a casca e o lenho, formada de tecido
meristemático. O crescimento da árvore dá-se diametralmente, pela adição de novas camadas
provenientes da diferenciação do câmbio. Cada camada de tecido lenhoso formada
anualmente constitui um anel de crescimento. Se por qualquer motivo - seca ou ataque de
insetos - for interrompido o desenvolvimento normal da árvore, podem formar-se na mesma
estação dois ou mais anéis: são os falsos anéis de crescimento.
* Lenho: Constitui a parte resistente das árvores. Compreende o cerne, formado por células
mortas, que tem como função resistir aos esforços externos que solicitam a árvore, e o
alburno, formado por células vivas, que além da função resistente é veículo da seiva bruta,
das raízes às folhas. É a alteração do alburno que vai ampliando o cerne. Durante esta
alteração, as paredes das células se impregnam mais ou menos, conforme a espécie. O cerne
tem mais peso, compacidade, dureza e durabilidade. Mais durabilidade porque, não
possuindo mais matérias nutritivas, amidos e açúcares, é menos sujeito ao ataque de insetos e
fungos. O alburno tem propriedades mecânicas inferiores às do cerne e é bem menos durável.
Todavia, é desaconselhável a prática de retirar todo o branco das madeiras como material
imprestável para uso comum. Desaconselhável não só do ponto de vista econômico, já que a
proporção do alburno quase nunca é inferior a 25 %, podendo até atingir 50 %, mas
desaconselhável porque o alburno é a parte que melhor se deixa impregnar pelos
preservativos.
* Medula: Miolo central, mole, de tecido esponjoso e cor escura. Não tem resistência
mecânica, nem durabilidade. Sua presença na peça desdobrada constitui um defeito.
3- Composição Química
4- Produção
A produção das madeiras se inicia com o corte das árvores e prossegue normalmente com a
toragem, o falquejo, o desdobro e o aparelhamento das peças.
4.1- Corte
O corte deve ser realizado em épocas apropriadas, geralmente no inverno. A madeira cortada
durante o inverno seca melhor e mais lentamente, evitando o aparecimento de fendas e rachas
que são vias de acesso para os agentes de deterioração. Por outro lado esta época corresponde
a uma paralisação na vida vegetativa das árvores, quando contém menos seiva elaborada,
amido e fosfato que nutrem os fungos e os insetos destruidores da madeira.
4.2- Toragem
4.3- Falquejo
Antes de cada operação seguinte, as toras podem ser falquejadas ou falqueadas. Cada tora
fica assim, com uma seção aproximadamente retangular pela remoção de 4 costaneiras.
4.4- Desdobro
AGENTES DESTRUIDORES
A madeira pode ser atacada por diversos agentes. Para impedir, ou pelo menos diminuir a
ação de tais agentes há três linhas de ação:
* Usar madeira dotada de elevada resistência biológica;
* Incorporar produtos químicos à madeira;
* Alterar quimicamente a estrutura da madeira.
1 - Microorganismos
Os microorganismos desenvolvem-se dentro das células da madeira, onde produzem enzimas
e decompõem os constituintes da parede do lúmem. As condições de temperatura, umidade e
aeração da madeira são fatores importantes na determinação dos microorganismos aptos a
colonizá-la e decompô-la e têm marcante influência na velocidade de decomposição. Em
condições de excessiva umidade a decomposição é lenta, pois os fungos manchadores e
apodrecedores têm seu desenvolvimento inibido. No alburno não existem extrativos e,
consequentemente a resistência nesta parte é bastante baixa. Além disso, árvores de
crescimento rápido têm resistência menor que árvores da mesma espécie mas de crescimento
lento.
* Fungos emboloradores
* Fungos manchadores
* Bactérias
2 - Insetos
* Cupins
Os cupins constroem sua residência no solo e a partir daí galerias até o local onde esta a
madeira que utilizam como alimento. Os cupins possuem em seu aparelho digestivo alguns
protozoários que digerem a madeira. Eles a atacam internamente mas não perfuram para fora.
Geralmente só se percebe que a madeira esta atacada quando a peça se quebra por falta de
resistência ou pelo aparecimento dos seus excrementos. Eles preferem locais escuros e sem
movimento.
* Brocas e carunchos
São nomes genéricos dados a uma grande quantidade de larvas e insetos adultos que atacam a
madeira verde ou seca.
3 - Relações madeira-água
A madeira de uma árvore recém abatida contém uma considerável quantidade de água, a qual
deve ser removida. A operação da retirada de água, a secagem, pode ser considerada como
uma das fases mais decisivas para o sucesso de operações industriais, assim como para a
utilização final da madeira em condições reais de serviço. A introdução de produtos
preservativos no interior da madeira, será realizada com êxito quando esta apresentar um teor
de umidade suficientemente baixo, o qual deve estar próximo de 30%.
4 - Weathering
Este fenômeno ocorre quando a madeira é exposta às intempéries, fora de contato com o solo.
A madeira exposta ao tempo torna-se rugosa, surgem fendilhados que podem aumentar de
magnitude, as fibras ficam soltas e a peça sofre empenhamento. Todos esses efeitos
provocados pela ação conjunta da luz, umidade, temperatura e oxigênio podem ser resumidos
numa só palavra, o "Weathering".
Dois tipos básicos de acabamento são usados para proteger a superfície da madeira durante a
exposição externa:
* Aqueles que formam uma película recobrindo superfícies ( tintas ou vernizes )
* Aqueles que penetram através da superfície, não formando películas ( preservativos,
repelentes de água e "stains" )
5 - Produtos químicos
A madeira possui boa resistência a soluções neutras e ácidos ou bases fracas. Por este motivo
ela é usada para construção de diversos equipamentos como tanques, filtros prensa, tonéis e
dutos. Nestes casos particulares, onde em industrias químicas é comum o uso de ácidos
fracos, a madeira apresenta vantagens sobre outros materiais em termos de custo e facilidade
de fabricação.
6 - Fogo
Entre os inconvenientes que mais se apontam nas construções de madeira são o ataque destas
pelos fungos, insetos e a ação do fogo. No combate aos fungos e insetos é utilizado um
tratamento fungicida/inseticida, o que a torna praticamente inatacável por estas pragas. A
inflamabilidade e a resistência ao fogo não são determinadas exclusivamente pela
composição química dos materiais mas, ainda pelas proporções e pela relação da espessura
que também tem sua influência.
O perigo de desabamento de um edifício atacado pelo fogo é maior com materiais de
construção que não sejam de madeira. A elevação da temperatura não tira a resistência da
madeira, pelo contrario, até aumentam um pouco. Este fato origina a contenção do fogo por
algum tempo, pois esse calor tira a umidade de constituição da madeira. As estruturas
metálicas por exemplo, pela sua grande capacidade de condução do calor, tornam-se
rapidamente incandescentes e dilatam-se muito, conduzindo ao desabamento da construção
sem que haja um sinal de alarme. Hoje em dia no mercado, encontram-se produtos que
permitem retardar o ponto de inflamação e por isso no momento em que a resistência se perde
é que esses produtos são eficazes. São chamados de produtos ignífugos.
1-SISTEMAS PRESERVATIVOS
Um produto químico para ser utilizado como preservativo de madeira deve satisfazer uma
série de requisitos:
* Eficiência: Deve apresentar toxidez à gama mais ampla possível de organismos xilófagos.
Deve ainda permitir penetração profunda e uniforme na madeira.
* Permanência e resistência à lixiviação: Para ser resistente à lixiviação deve ser insolúvel na
água ou formar complexos insolúves por meio de reação química com os componentes da
parede celular da madeira.
* Custo: Hoje em dia os preservativos têm um peso considerável na composição de custos,
que sem dúvida deve ser uma preocupação permanente na pesquisa de novas alternativas.
* Preservativos hidrossolúveis
* Compostos de boro
* Inseticidas
Um inseticida pode ser definido ,como uma substância química empregada para eliminar
insetos. Os inseticidas podem ser classificados de diversas formas, de acordo com sua
eficiência num dado estágio de vida do inseto ou segundo sua natureza química.
2-MÉTODOS PREVENTIVOS
* Desdobro rápido
* Submersão e aspersão de água
* Aspersão de fungicida e/ou inseticida
Uma das medidas preventivas é a secagem rápida em estufas a altas temperaturas. Nestas
condições a madeira é esterilizada e seca muito rapidamente, onde não é possível o
desenvolvimento de organismos xilófagos. Outras medidas são o desdobramento e secagem
ao ar ou por desumidificação. Para que não ocorra infeção nas peças é necessária a aplicação
de solução fungicida/inseticida.
Estão inclusos os métodos em que não há pressão externa aplicada para forçar a penetração
do preservativo na madeira. As etapas do processo são:
* Difusão
* Capilaridade
* Absorção térmica
* Pincelamento ou aspersão
São os processos mais simples disponíveis, requerendo investimentos mínimos e podem ser
realizados com preservativos hidrossolúveis.
* Imersão rápida
* Processo de difusão
Esse processo de impregnação com pressões superiores à atmosférica são os mais eficientes
em razão da distribuição e penetração mais uniforme do preservativo na peça tratada. Há um
maior controle do preservativo absorvido, resultando na garantia de uma proteção efetiva
com economia de preservativos.
Depois que a madeira for inteiramente impregnada com produtos químicos, reações
subsequentes podem levar a um produto de madeira modificada. Os tratamentos empregados
na estabilização dimensional podem ser classificados como: Métodos mecânicos, físicos, de
volume ou de superfície.
* Processos biológicos
3-MÉTODOS CURATIVOS
Nas edificações a deterioração ou as situações favoráveis a ela podem ser detectadas por meio
de inspeções para que sejam executados os tratamentos, reparos ou modificações, antes que
danos maiores possam ocorrer. O ataque à madeira é evidenciado pelos indícios produzidos
pelos insetos. Podemos ter: Cupins subterrâneos, cupins de madeira seca, brocas ou fungos. A
identificação do tipo de ataque é macroscópica e particular para cada caso.
* Injeção, aspersão e pincelamento: A injeção é executada nas peças atacadas através dos
próprios orifícios produzidos pelos insetos. Em seguida é dado um tratamento na superfície
externa por aspersão da solução preservativa. Por fim, dá-se o pincelamento.
O tratamento de solo com inseticida não deve ser executado em terrenos onde há riscos de
contaminar águas superficiais ou subterrâneas. Após a execução do tratamento, o solo do
perímetro externo do edifício deve receber um revestimento de proteção contra a água da
chuva, principalmente nos terrenos inclinados. O tratamento consiste em romper os pisos
existentes e adicionar a emulsão de inseticida, constituindo uma barreira química ao nível de
fundações. Executam-se perfurações em série no piso, nas proximidades das paredes,
colunas, juntas de dilatação, seguidas da adição do agente inseticida. Além de abranger a área
edificada o tratamento deve incluir outras áreas com indícios de cupins.
SECAGEM
A madeira sempre contém quantidades variáveis de água. Logo depois de derrubada, a
porcentagem de água é bastante elevada. Em certas madeiras essa água ou umidade é em tão
grande porcentagem que pode exceder o peso da madeira. A umidade tende sempre a
diminuir até certo limite, quando se estabelece o equilíbrio entre a existente na madeira e o
grau higrométrico ambiente.
Essa perda de água é o que se chama de secagem. Além da perda de umidade a secagem
proporciona a fixação e a transformação de substâncias orgânicas e inorgânicas existentes na
madeira e aparentemente até uma oxidação.
A secagem apresenta as seguintes vantagens:
A madeira secada artificialmente dura mais que a não tratada por esse processo. Perdendo a
umidade a madeira verde não só se contrai como também se deforma e fende dando fácil
acesso aos fungos e insetos. Isso porém não acontece com a madeira secada artificialmente, a
não ser em casos excepcionais.
Pela secagem natural ou artificial a água de embebição é a primeira que se evapora e que
pode ser totalmente evaporada sem que as propriedades da madeira sejam afetadas. O mesmo
não se dá com a água de impregnação. Logo que a água de adesão começa a se evaporar a
madeira fica mais rija, sua dureza aumenta mas aparecem fendas e rachas. O limite entre
estas duas fases chama-se "ponto de saturação ao ar".
Quando a água de embebição se evapora a madeira fica apta a receber em seu lugar as
substâncias preservativas.
A secagem natural consiste em empilhar as madeiras, onde haja perfeita circulação de ar. É
mais econômica, tem facilidade de ser feita e relativa eficiência. As desvantagens são:
a) Demora na secagem
b) Há perigo de incêndios
a) A água sendo removida com muita facilidade, a madeira fica praticamente esterilizada
b) Não há necessidade de grandes áreas para acumular o estoque
c) Não há perigo de incêndios
d) Os pedidos urgentes podem ser prontamente atendidos
PORQUE A MLC
A madeira é um material ideal para fabricação dos elementos construtivos, tanto in loco
quanto em fábrica. A madeira é leve e fácil de ser acabada. O transporte dos componentes é
simplificado e uma vez no local da obra não há outro material que seja mais fácil de ser
cortado e ligado.
Algumas empresas nos EUA experimentaram unidades volumétricas pré-fabricadas, que eram
entregues no local, descarregadas e levantadas para a sua posição através de um guindaste. As
limitações do método e o equipamento proposto exigiram a produção de tais unidades apenas
em projetos especializados.
A madeira laminada colada ( MLC ) pode ser definida como um elemento composto de
pequenas peças de madeira, inferiores em tamanho ao lenho original, unidas por meio de cola
em toda a sua extensão e com as fibras das lâminas aproximadamente paralelas ao
comprimento da peça. O elemento estrutural pode ser reto ou curvo, com seção transversal
variada, permitindo uma infinidade de opções em projeto. Para a madeira laminada colada a
espessura das lâminas varia de 0,75 cm a 5,00 cm.
LIGAÇÕES
1 - Ligação adesiva
1.1 - Definições
De acordo com SKEIST (1977), os adesivos podem ser entendidos como sendo uma
substância com propriedade de aderir fortemente a um substrato, mantendo vários substratos
de um mesmo material ou materiais diferentes unidos por meio de uma ligação superficial.
Esta propriedade, não intrínseca da substância, se desenvolve somente dentro de algumas
condições enquanto interage com a superfície do aderente.
Os aderentes são os materiais sólidos ligados ao aderente. Podem ser chamados também de
substratos.
· A distribuição de esforços em áreas mais amplas torna possível a obtenção de ligações mais
leves e resistentes. Evita-se assim o uso de materiais de junção mecânica, muitas vezes com
má adequação estética, deixando rugosidade ou ressaltos superficiais;
· A linha adesiva pode ser uma barreira contra a umidade, impermeabilizando paredes de
vedação;
· Sua execução pode ser mais rápida e econômica
· Há a possibilidade de se melhorar a relação força/peso e a estabilidade dimensional dos
materiais anisotrópicos por meio de peças cruzadas, como na madeira compensada;
· Os adesivos permitem a união de materiais não semelhantes, aumentando ainda mais o seu
campo de aplicação;
· Fibras, pequenas partículas e filmes pouco espessos que não puderam ser aproveitados por
qualquer outra técnica podem ser agrupados com o uso de adesivos.
As propriedades da madeira que devem ser consideradas a fim de se obter uma boa ligação
são:
A partir de 1940 a indústria de poliuretanos dos EUA passou a ter importância, com produção
em larga escala e o consumo destes produtos apresentando a seguir, um crescimento
extraordinário.
Devido à grande variedade de materiais que se pode obter, este foi o ramo na área de
polímeros que mais se desenvolveu nas últimas décadas. Além das espumas rígidas e
flexíveis, a partir da década de 60 cresceu também a produção de outros tipos de
poliuretanos, como elastômeros, tintas, adesivos, etc.
Assim como para outros polímeros, as propriedades dos vários tipos de poliuretanos
dependem primariamente de seu peso intermolecular, grau de entrecruzamento, forças
intermoleculares, rigidez dos segmentos da cadeia e cristalinidade.
Segundo RANTZ (1987), duas teorias de adesão tentam explicar as razões pelas quais um
material se adere a outro: a teoria mecânica e a teoria da adsorção.
A teoria da adsorção estabelece que a adesão resulta do contato molecular entre dois materiais
que desenvolvem forças de atração superficiais. O processo de estabelecimento do contato
contínuo entre um adesivo e um substrato é chamado de umidecimento, que pode também ser
definido como a adesão de um líquido a um sólido.
O adesivo a base de PVA foi o CASCONEZ, cola líquida à base de acetato de polivinila, de
coloração branca leitosa, que utiliza água como diluente. Possui grande dependência em
relação à pressão de colagem, apresenta alta viscosidade necessitando de carga externa para
que possa fluir entre os poros da madeira.
1.5-Recomendações construtivas
· Remover o pó, óleo ou qualquer outro material capaz de reter o ar ou impedir o contato do
adesivo com o aderente;
· Eliminar qualquer composto orgânico desprovido de afinidade atrativa com o adesivo;
· As proporções da mistura resina catalisador recomendadas pelos fabricantes devem ser
rigorosamente atendidas;
· Aplicar uma pequena pressão, com pregos, para desenvolver adequadamente a cura do
adesivo;
· Aplainar as superfícies muito rugosas promovendo um contato íntimo e melhor fluxo do
adesivo;
· Durante a secagem ou cura o adesivo não deve sofrer retrações exageradas, responsáveis
por tensões excessivas nas ligações.
Tradicionalmente estruturas de madeira são projetadas com ligações que não possuem
capacidade de resistência ao momento fletor, ocasionando peças de grandes dimensões.
Estas ligações podem ser coladas, parafusadas, pregadas, com anéis ou com tubos metálicos
(parafusos ocos).
Primeiramente devem ser escolhidas no lote, aleatoriamente, tábuas de madeira isentas de nós
ou outros defeitos visuais. Em seguida foi realizado o ensaio com o aparelho sylva test , que
tem como objetivo a determinação do módulo de elasticidade e a resistência da madeira
naquela direção .
Após a retirada dos corpos de prova das diversas amostras de madeira devem ser realizados
os ensaios para determinação do módulo de elasticidade tanto longitudinal quanto transversal,
densidade, teor de umidade, rigidez e coeficiente de Poisson, de acordo com a norma NBR
7190/97.