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O Sistema Financeiro em

Moçambique:
I. O Sistema de Administração Financeira do
Estado (SISTAFE);
II. A Carga Fiscal e a Ampliação da Base
Tributária
III. A Banca e o Crédito à Economia

por
Prof. Doutor José Chichava, PhD(Econ)
Sistema Financeiro em Moçambique 1
TÍTULO IV
ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA, SOCIAL, FINANCEIRA E FISCAL
Capítulo IV
SISTEMA FINANCEIRO E FISCAL
Artigo 126
(Sistema financeiro)
O sistema financeiro é organizado de forma a
garantir a formação, a captação e a segurança
das poupanças, bem como a aplicação dos meios
financeiros necessários ao desenvolvimento
económico e social do país.

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I. O SISTEMA DE
ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA DO ESTADO
(SISTAFE)

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1. Objecto das Finanças Públicas

O objecto das Finanças Públicas consiste:

•  a) Despesa Pública na provisão de bens e


serviços;
•  b) Receita Pública cuja fonte principal é a
tributação; e
•  c) Empréstimo Público e Dívida Pública.

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2. FUNÇÕES DAS FINANÇAS PÚBLICAS

•  Função Afectação de Recursos - a


capacidade que o Estado tem para proceder
à afectação de recursos (monetários) através
dos seus programas de despesas.
•  Função Redistributiva - Para que o Estado
possa custear as despesas decorrentes do
exercício das suas funções é lhe conferida a
prerrogativa de transferir estes custos para
cada um dos membros da sociedade.
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Função Estabilizadora

- A responsabilidade que o Estado tem de,


através dos seus programas de despesas
(aumentando ou diminuindo a procura
agregada) ou das soluções adoptadas para
obter receitas (reduzindo as pressões sobre
a procura), influenciar decisivamente a
actividade económica, quer no sentido de
contrariar as tendências conjunturais, quer
no sentido de as agravar.
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Estas três funções das Finanças Públicas
centram-se em aspectos conjunturais e
envolvem, na sua maioria, a manipulação
de recursos monetários através do
orçamento do Estado.

Função Desenvolvimento - O papel que o


Estado tem de sustentar financeiramente os
programas de desenvolvimento

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Para a implementação da função
Desenvolvimento das Finanças Públicas o
Estado usa vários e diferenciados
instrumentos, desde a participação no
património de empresas consideradas
estratégicas às quais é exigida a maximização
dos seus proveitos (como fonte de receitas
para o financiamento dos programas de
desenvolvimento), até à acções conducentes a
estimular a formação de uma maior poupança
privada (por exemplo: lançamento de títulos
públicos tais como as obrigações do Tesouro).

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3. Determinantes da intervenção do Estado

O Estado dispõe de um vasto leque de


instrumentos de politica económica, para
além das finanças públicas. A Taxa de
Juro e de Redesconto, a concessão
selectiva de crédito, a politica de
preços e salários apresentam-se, entre
outros, como instrumentos de grande
importância para uma adequada
intervenção do Estado na economia.
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4. O Património do Estado

A semelhança das entidades privadas, o


Estado, na prossecução da sua actividade
financeira, é titular de um património
constituído pelo conjunto de bens
económicos (materiais ou imateriais,
direitos, sobre bens ou de crédito)
traduzíveis em termos monetários (o
activo patrimonial) e, respectivas
responsabilidades também avaliáveis
monetariamente (o passivo patrimonial).
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5. DÍVIDA PÚBLICA
•  O conjunto das responsabilidades - passivo
patrimonial - é usualmente designado por
Dívida Pública.
•  Dívida Pública Principal ou Efectiva - o
conjunto de responsabilidades em que o
Estado é devedor de facto.
•  Dívida Pública Acessória – conjunto de
responsabilidades resultantes do Estado se
apresentar como garante ou avalista.
•  Do ponto de vista do credor, a Dívida Pública
Principal poderá ainda designar-se por
FICTÍCIA se o Estado se encontra devedor de
uma outra entidade pública e, por EFECTIVA,
se o Estado tem como credor uma entidade
que não seja pública.

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A Dívida Pública compreende as obrigações
financeiras assumidas em virtude de leis,
contratos, acordos e realização de operações
de crédito. A Dívida Pública divide-se em:
Dívida Pública Interna, aquela que é contraída
pelo Estado com entidades de direito público ou
privado, com residência ou domiciliado no País,
e cujo pagamento é exigível dentro do território
nacional;
Divida Pública Externa, aquela que é contraída
pelo Estado com outros Estados, organismos
internacionais ou outras entidades de direito
público ou privado, com residência ou domicílio
fora do País, e cujo pagto é exigível fora do
território nacional.
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6. O RENDIMENTO DO ESTADO
•  O Rendimento é fluxo monetário,
normalmente percebido durante um
determinado período de tempo - em
regra um ano, que pode não coincidir
com o ano civil.
•  As Receitas Públicas são, assim, uma
forma através da qual as entidades
públicas obtêm rendimento, para
fazerem face às suas despesas.
Contudo, nem sempre toda a
modalidade de rendimento é uma
receita pública.

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Na óptica da sua origem podem ser:
Receitas Patrimoniais - as que são
originadas na gestão do património
(exemplos: rendas, juros de empréstimos
concedidos, dividendos de participações
no capital de empresas, etc.);
Receitas Tributárias - as que são
resultantes de cobranças de impostos e
taxas.
Receitas Creditícias - as que são
consequência de empréstimos
contraídos pelo Estado, sujeitos a
posterior reembolso.
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7. As DESPESAS PÚBLICAS
•  As Despesas Públicas são a forma de aplicação
das receitas do sector público, tendo em vista a
realização de determinados fins: a despesa pública
é assim uma Afectação de Recursos.
•  Na perspectiva de formação e utilização final dos
fundos monetários podem distinguir-se dois tipos
de DESPESAS: CORRENTES e de
INVESTIMENTO. As Despesas Correntes
reflectem os pagamentos que o Estado realiza para
criar serviços socialmente indispensáveis, incluindo
as despesas de funcionamento da máquina
burocrático-administrativo. As Despesas de
Investimento traduzem-se na criação de fundos
básicos (património).
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8. CONCEITO E FUNÇÕES DO ORÇAMENTO
•  A previsão (em regra, referida a um período
de tempo determinado - normalmente 12
meses) das Receitas e Despesas do Estado
designa-se por Orçamento do Estado. Três
diferentes perspectivas de abordagem do
Orçamento são possíveis, consoante se
revelem os seus componentes distintos.
•  Em primeiro lugar, o Orçamento tem uma
vertente económica importante. Não se trata
apenas de uma formulação previsional de um
conjunto de despesas - e das respectivas
modalidades de obter as receitas que as
tornarão possíveis - mas, e muito mais
importante, trata-se de estabelecer um
conjunto de processos que expressam uma
determinada forma de racionalidade e
eficiência económicas.
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Em segundo lugar, o orçamento do Estado
expressa a Política Financeira do Estado e, na
medida em que integra o programa de despesas
relativas à criação de novos fundos básicos, é
também a expressão da política económica do
Estado, ainda que outros indicadores
complementares devam ser tomados em
consideração. Em terceiro lugar, e como resultante
da componente anterior, o Orçamento é uma
instituição jurídica fundamental da actividade
financeira do Estado através da qual se delimitam
os poderes dos diferentes órgãos da
administração financeira.
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9. Estrutura do ORÇAMENTO do ESTADO
1. TOTAL DE RECURSOS 2. TOTAL DE DESPESAS

1.1. RECEITAS CORRENTES 2.1. DESPESAS CORRENTES


Receitas Fiscais - Despesas c/o Pessoal
- Impostos s/Rendimentos - Despesas c/Bens e Serviços
- Impostos s/Bens e Serviços - Encargos da Dívida
- Receitas Consignadas - Transferências Correntes
- Outros Impostos - Subsídios
- Outras Despesas Correntes
Receitas Não-Fiscais - Dotação Previsional
- Exercícios Findos
1.2. RECEITAS DE CAPITAL 2.1. DESPESAS DE CAPITAL
- Bens de Capital
- Operações Financeiras:
. Activas
. Passivas
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1.8. RECURSOS EXTERNOS 2.3 . DESPESAS DE
INVESTIMENTO
Apoio ao OE(Não Consignados a
Projectos)
- Donativos - Componente Interna
- Créditos
Consignados a Projectos - Componente Externa
- Donativos
- Créditos

POUPANÇA FINANCEIRA = [(1.1. + 1.2.) – (2.1. + 2.2.)]


SALDO GLOBAL = [(1.1. + 1.2.) – (2.1. + 2.2.)] + [Donativos +
Créditos]
FINANCIAMENTO = SALDO GLOBAL + CRÉDITOS

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10. Regras Orçamentais
•  No que se refere a dinâmica orçamental deve-se
distinguir cinco momentos distintos: (1) a
Preparação; (2) a Elaboração; (3) a
Aprovação; (4) a Execução; (5) o Controle
da Execução.
Regras Orçamentais:
•  1. Princípio da Anualidade
•  2. Princípio da Unidade
•  3. Princípio da Universalidade
•  4. Princípio da Especificação
•  5. Princípio da Não Compensação
•  6. Princípio da Não Consignação
•  7. Princípio da Recuperação dos Custos
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11. SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA DO ESTADO (SISTAFE)
•  O SISTAFE estabelece e
harmoniza regras e procedimentos
de programação, gestão, execução
e controlo do erário público, de
modo a permitir o seu uso eficaz e
eficiente, bem como produzir a
informação de forma atempada,
concernente à administração
financeira de órgãos e instituições
do Estado.
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11.1. Objectivos do SISTAFE
1. estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de
programação, gestão, execução, controlo e avaliação dos
recursos públicos;
2. desenvolver subsistemas que proporcionem informação
oportuna e fiável sobre o comportamento orçamental e
patrimonial dos órgãos e instituições do Estado;
3. estabelecer, implementar e manter um sistema
contabilístico de controlo da execução orçamental e
patrimonial, adequado às necessidades de registo, da
organização, da informação e da avaliação do desempenho
das acções desenvolvidas no domínio da actividade
financeira dos órgãos e instituições do Estado;
4. estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo
interno eficiente e eficaz, e procedimentos de auditoria
interna internacionalmente aceites;
5. estabelecer, implementar e manter um sistema de
procedimentos adequados a uma correcta, eficaz e eficiente
condução económica das actividades resultantes dos
programas, projectos e demais operações no âmbito da
planificação programática delineada e dos objectivos
pretendidos.
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11.2. Princípios Fundamentais do SISTAFE
•  Regularidade Financeira – a execução do
orçamento do Estado deve ser feita em
harmonia com as normas vigentes e mediante
o cumprimento dos prazos estabelecidos;
•  Legalidade – as normas legais vigentes
devem ser observadas integralmente;
•  Economicidade – deve-se alcançar uma
utilização racional nos recursos postos à
disposição e uma melhor gestão de
tesouraria;
•  Eficiência - minimização do desperdício para
a obtenção dos resultados delineados;
•  Eficácia – deve-se obter os efeitos desejados
com a medida adoptada, procurando
maximizar o seu impacto no desenvolvimento
económico e social.
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O regime geral de administração financeira dos
órgãos e instituições do Estado é o de autonomia
administrativa, ou seja, a capacidade concedida
aos serviços e organismos do Estado de praticar
actos administrativos definitivos e executórios, no
âmbito da respectiva gestão administrativa
corrente. O regime excepcional de administração
financeira dos órgãos e instituições do Estado e o
de autonomia administrativa e financeira, a
capacidade reconhecida por lei a uma entidade
com poderes próprios para praticar actos
administrativos definitivos e executórios, no âmbito
da respectiva gestão administrativa e financeira
corrente.
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Os órgãos e instituições do Estado só
podem dispor de autonomia administrativa e
financeira quando esta se justifique para a
sua adequada gestão e, cumulativamente,
as suas receitas próprias atinjam o mínimo
de dois terços das respectivas despesas
totais.

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11.3. Organização e Funcionamento do
SISTAFE
•  O SISTAFE compreende um conjunto de
órgãos, subsistemas, normas e
procedimentos administrativos que tornam
possível a obtenção da receita, a realização
da despesa e a gestão do património do
Estado, incluindo as suas aplicações e
correspondente registo.

O SISTAFE compreende os seguintes subsistemas:


- SUBSISTEMA DO ORÇAMENTO DO ESTADO (SOE)
- SUBSISTEMA DA CONTABILIDADE PÚBLICA (SCP)
- SUBSISTEMA DO TESOURO PÚBLICO (STP)
- SUBISTEMA DO PATRIMÓNIO PÚBLICO (SPE), e
- SUBSISTEMA DO CONTROLO INTERNO (SCI)
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11.4. Elaboração da Proposta Orçamental
A elaboração do Orçamento do Estado é anual e
da competência do Governo. O Governo aprova
e mantém um classificador orçamental de
receitas e despesas do Estado, cuja estrutura
obedeça às seguintes regras:
•  a receita orçamental é classificada de acordo
com os critérios económico, territorial, e por
fontes de recursos;
•  a despesa orçamental é classificada de acordo
com os critérios orgânico, territorial, económico
e funcional.
A classificação económica tanto da receita como
da despesa, compreende as duas categorias de
corrente e de capital.
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O Governo submete, até dia 30 de Setembro de cada ano, à
Assembleia da República, a proposta do Orçamento do
Estado com todos os elementos necessários à justificação
da política orçamental, nomeadamente:

(i) o Plano Económico e Social;


(ii) o balanço preliminar da execução do Orçamento do
Estado do ano em curso;
(iii) a fundamentação da previsão das receitas fiscais e da
fixação dos limites da despesa;
(iv) a demonstração do financiamento global do Orçamento
do Estado com discriminação das principais fontes de
recursos;
(v) a relação de todos os órgãos e instituições do Estado,
assim como de todas as instituições autónomas, empresas
públicas e autarquias;
(vi) a proposta de orçamento de todos os organismos com
autonomia administrativa e financeira, autarquias e
empresas do Estado.
Sistema Financeiro em Moçambique 28
11.5. CONTA GERAL DO ESTADO
•  A Conta Geral do Estado tem por objectivo
evidenciar a execução orçamental e financeira, bem
como apresentar o resultado do exercício e a
avaliação do desempenho dos órgãos e instituições
do Estado.
•  A Conta Geral do Estado deve ainda ser
elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de
modo a possibilitar a sua análise económica e
financeira. Ela deve reflectir a observância do grau
de cumprimento dos princípios de regularidade
financeira, legalidade, economicidade, eficiência e
eficácia na obtenção e aplicação dos recursos
públicos colocados à disposição dos órgãos e
instituições do Estado.
Sistema Financeiro em Moçambique 29
A Conta Geral do Estado deve conter
informação completa relativa a:
i) receitas cobradas e despesas pagas pelo
Estado;
ii) financiamento ao défice orçamental;
fundos de terceiros;
iii) balanço do movimento de fundos entrados
e saídos na Caixa do Estado;
iv) activos e passivos financeiros e
patrimoniais do Estado;
v) adiantamentos e suas regularizações.
O Governo apresenta como anexo à Conta
Geral do Estado o inventário do património do
Estado.
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11.6. TESOURO PÚBLICO
•  A administração do Tesouro Público rege-se, de
entre outros, pelos seguintes princípios: a
unidade de tesouraria, segundo o qual todos os
recursos públicos devem ser centralizados com
vista a uma maior capacidade de gestão,
dentro dos princípios de eficácia, eficiência e
economicidade; o equilíbrio de tesouraria, pelo
qual as entradas de recursos devem ser iguais
ou superiores às saídas de recursos.
•  A cobrança de todas as receitas deve ser
realizada em estrita observância do princípio
da unidade de tesouraria. A unidade de
tesouraria abrange todos os fundos de origem
fiscal e extra-fiscal e os provenientes de
operações de crédito legalmente autorizados.
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II. A CARGA FISCAL E A
AMPLIAÇÃO DA BASE
TRIBUTÁRIA
EM
MOÇAMBIQUE

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1. INTRODUÇÃO
•  A debilidade da administração fiscal;
•  Impostos indirectos;
•  Dificuldades na cobrança de impostos
directos;
•  Repartição desigual da carga fiscal;
•  Atendimento das necessidades da
colectividade;
Sistema Financeiro em Moçambique 33
2. CONCEITUALIZAÇÃO

•  Carga fiscal representa o peso da soma


dos impostos que recaí sobre os
contribuintes;

•  Alargamento da base tributária


subentende o alargamento da matéria
colectável.

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• O sistema fiscal refere-se ao conjunto de
impostos e taxs e `a maneira como estes se
relacionam.

•  Principios de justiça fiscal ( ideia de


igualidade) são:

- legalidade tributária;

- generalidade tributária;

- uniformidade tributária;
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•  Para assegurar a justiça social, é
necessário que o sistema fiscal tenha
uma base administrativa bem sólida de
forma a combater a evasão e fraude
fiscal;

•  A justiça fiscal tem um impacto no


rendimento e na eficiência.
Sistema Financeiro em Moçambique 36
•  Para uma maior eficiência e rentabilidade do
sistema fiscal, o sistema fiscal deve conter os
seguintes elementos:

- procurar abranger maior número


possível de contribuintes ;

- Redução da carga fiscal como forma de


promover o cumprimento voluntário das
obrigações fiscais;
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3. O SISTEMA FISCAL DO PÓS
INDEPENDÊNCIA 1975 – 1986
•  Até a Independência: sistema fiscal
adequado aos objectivos e necessidades
orçamentais do Estado;

•  Década de 80: escassez de recursos e um


baixo nível de arrecadação de receitas,
défices orçamentais financiados com recurso
a dívida externa ;
Sistema Financeiro em Moçambique 38
Sistema Financeiro em Moçambique 39
Reforma Fiscal do Pós-Independência(1978):
– Principal objectivo da reforma: melhorar
o nível de receitas internas arrecadadas
através de impostos de forma a
minimizar a sua dependência em
financiamento externo:
•  sistema imparcial, mais leve e mais
transparente, maior justiça e eficiência
fiscal;

Sistema Financeiro em Moçambique 40


•  Esta reforma contribuiu para a
ampliação da base tributária e aumento
das receitas fiscais ;

•  De 1977 até 1984 o rácio receita fiscal


sobre o PIB passou de 8.8% para
19.7%;
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4. Sistema Fiscal no Período
ee Transição de Economia
Centralmente Planificada para
Economia de Mercado (1986 –
1990)

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•  Reformas económicas efectuadas a
partir da década 80;

•  Reforma de 1987 no contexto do PRE:


– Objectivos: aumentar a elasticidade das
recietas em relação ao crescimento do PIB
e alargar a base tributária;

§  Elevação do nível de fiscalidade (gráfico);

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Sistema Financeiro em Moçambique 44
5. Sistema Fiscal na Fase
de Consolidação da
Economia de Mercado 1994 a
2008

Sistema Financeiro em Moçambique 45


•  Medidas para influenciar a carga fiscal
e ampliar da base tributária:
– A reforma de 2002;

– A criação da Autoridade Tributária de


Moçambique (AT) em 2006;

– E a reforma de 2008;

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6. REFORMA FISCAL
•  Objectivos:
– consolidar a modernização do processo de
tributação;

– Alargamento da base tributária;

– Redução da carga fiscal no conjunto da


tributação directa;

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7. CARACTERIZAÇÃO DA CARGA FISCAL
•  Os impostos nacionais classificam-se
em:

- Impostos sobre o rendimento;

- Imposto sobre a despesa;

- Imposto sobre o património;

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8. CARGA FISCAL DE 1975 À 1987

•  Principais impostos:
- Contribuição industrial;
- Impostos sobre as explorações;
- Contribuição predial urbana;
- Imposto profissional;
- Imposto sobre aplicação de
capitais;
- Imposto complementar;
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- Imposto sobre sucessões e
doações;

- Estampilha fiscal ;

- Imposto de selo;

- Imposto de consumo de cerveja;

- Imposto sobre consumo;

- Imposto Especial sobre o Jogos;


Sistema Financeiro em Moçambique 50
9. CARGA FISCAL 1988 À 2009

•  Principais impostos:

– Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA);

– Imposto sobre Consumos Específicos


(ICE)

– Direitos aduaneiros;
Sistema Financeiro em Moçambique 51
•  Imposto sobre o rendimento de
pessoas colectivas (IRPC);

•  Imposto sobre o rendimento de


pessoas singulares (IRPS);

•  Imposto Simplificado para Pequenos


Contribuintes (ISPC);

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10. A AMPLIAÇÃO DA BASE TRIBUTÁRIA EM
MOÇAMBIQUE

•  Medidas para o alargamento da base


tributária:Políticas reflectidas nas diversas
reformas fiscais e criação de instituições;
•  Análise da CF e Ampliação da Base Tributária em
Moçambique dividida em 3 períodos:
–  Pós Independência (1975 – 1986);
–  Fase de transição do socialismo para o capitalismo
( 1987 – 1994);
–  Fase da consolidação da economia de mercado
de 1995 a 2008;
Sistema Financeiro em Moçambique 53
11. Acções da ATM no processo
de alargamento da base
tributária

Sistema Financeiro em Moçambique 54


•  Reforço da capacidade de
auditorias e investigações à firmas
moçambicanas;
•  Criação de Unidades de Grandes
Contribuintes (UGC);
•  Criação de Serviços de
atendimento ao contribuinte;
Sistema Financeiro em Moçambique 55
12. REFORMA FISCAL DE 2008

• Objectivos:

– Ampliação da base tributária –


Introdução do ISPC;

Sistema Financeiro em Moçambique 56


13. CONCLUSÕES

1. Os impostos constituem o principal


instrumento do sistema fiscal;

2. Atracção de maior número de


contribuintes e facilitação de
pagamentos dos impostos;
Sistema Financeiro em Moçambique 57
3. O governo tem adoptado medidas para
conferir maior neutralidade ao sistema
de imposto,através do alargamento da
base tributária, priorizando a redução
da carga fiscal;
4. A ampliação da base tributária e a
redução da carga fiscal são processos
contínuos;
Sistema Financeiro em Moçambique 58
III. Crescimento Económico,
Inflação, Banca,
Moeda e Crédito

Sistema Financeiro em Moçambique 59


1. Determinantes do Crescimento
Económico
Muitas instituições e agências
internacionais tais como, a Organização
Internacional do Trabalho, as Nações
Unidas, o Banco Mundial e o Instituto
Mundial para a Pesquisa sobre o
Desenvolvimento Económico, têm
promovido e financiado vários estudos
sobre as determinantes do crescimento
económico nos países. Duas conclusões
podem ser derivadas desses estudos.

Sistema Financeiro em Moçambique 60


A primeira, que o desenvolvimento
sustentável em muitos países,
notavelmente os Países Escandinavos
(depois de 1870) e as Economias
Asiáticas (depois da Segunda Guerra
Mundial) pode ser largamente explicado
pela educação (associado com a
qualidade das instituições) e por
políticas viradas para o exterior e para a
competição. A orientação da economia
para o exterior galvaniza o crescimento
e a produtividade.
Sistema Financeiro em Moçambique 61
As políticas de substituição de
importações têm trazido, em geral,
resultados desapontadores. A protecção
de indústrias domésticas emergentes
tem dado raras contribuições, enquanto
as tendências anti-exportação da
protecção têm impedido o crescimento
das exportações, para além de diminuir
os incentivos à agricultura.

Sistema Financeiro em Moçambique 62


A segunda, que severos e prolongados
desequilíbrios macroeconómicos
colapsa o investimento e o crescimento.
O investimento privado é prejudicado
porque o empréstimo e a dívida públicas
crescem e os investidores ficam na
incerteza acerca do futuro da economia.

Sistema Financeiro em Moçambique 63


Outro método de analisar o processo de
desenvolvimento é estimar a
contribuição que o capital e o trabalho
dão no crescimento.
Variadas experiências podem ser
examinadas através de um estudo
comparativo de um grande grupo de
países e de análises econométricas de
dados derivados destes importantes
factores de produção (capital e trabalho).

Sistema Financeiro em Moçambique 64


Em resumo, o crescimento do rendimento
numa dada economia é determinado pela
contribuição do capital e trabalho, pela
educação, pelas políticas domésticas, e
pelos efeitos de factores externos tais
como: (i) os termos de troca
internacionais;
(ii) o crescimento económico dos países
mais desenvolvidos;
(iii) as taxas de juro internacionais;
(iv) os fluxos internacionais de capital e de
ajuda ao desenvolvimento.
Sistema Financeiro em Moçambique 65
A ajuda concessional é uma importante
fonte de financiamento para os países
subdesenvolvidos mas, precisa de ser
melhorada quantitativa e
qualitativamente. Esse melhoramento
depende, por sua vez, das políticas dos
emprestadores (lenders) e dos
devedores (borrowers). Aliás, a
assistência externa tanto pode
contribuir para reforçar boas políticas
domésticas, assim como para má
governação.

Sistema Financeiro em Moçambique 66


Por outro lado, a capacidade de um país
em absorver a ajuda depende por sua
vez da capacidade humana, financeira,
técnica e administrativa existente e/ou a
criar no país beneficiário.

Deve ser prioritário o reforço dessa


capacidade através de várias medidas,
de entre as quais, a aposta na formação
técnico-profissional, a existência de
carreiras profissionais aliciantes.

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Alguns dados comparativos de Crescimento Económico (%)
País 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIB Mundial 3.4 3.1 3.2 3.8 3.6 3.2
Zona Euro 0.9 1.6 1.5 2.4 1.9 1.3
Moçambique 7.2 6.3 5.2 3.7 3.3 1.8
África do Norte e
Médio Oriente 2.8 2.5 3.1 2.1 1.6 1.0

Nigéria 6.3 2.7 2.3 0.8 1.9 2.3


Brasil 0.1 -3.8 -3.8 1.1 1.1 0.8
Rússia 0.6 -3.7 -1.0 1.6 2.3 1.2
Índia 7.3 7.3 7.5 7.2 6.8 7.0
China 7.3 6.9 6.5
África do Sul 1.5 1.3 0.6 1.4 0.8 0.7
Fonte: IMF, World Economic Outlook, July 2019
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Sistema Financeiro em Moçambique
2. Componentes e Medidas do
Desenvolvimento Económico

O desenvolvimento económico tem sido


definido como o processo através do
qual o produto nacional bruto per
capita (real) ou o rendimento aumenta
num determinado período sustentável
de tempo, como consequência de um
aumento contínuo na produtividade per
capita. Esta definição não é acabada e
traz muitos problemas teórico-práticos.

Sistema Financeiro em Moçambique 69


O produto nacional per capita não nos diz nada
acerca da forma como a distribuição do
rendimento é feita numa dada sociedade, nem
sequer o nível geral de bem estar da
sociedade. Daí que se procurem outros
conceitos de desenvolvimento económico
associados ao nível de industrialização, o
estado da tecnologia, a abundância de
recursos naturais, o carácter e características
de uma dada população, estabilidade política,
respeito pelos direitos humanos e outros
índices de desenvolvimento humano.

Sistema Financeiro em Moçambique 70


O crescimento económico pode ser
traduzido matematicamente ou expresso
em indicadores quantificáveis mas, o
desenvolvimento é mais abrangente.

Ele vai para além do indicador


macroeconómico tal como o PIB, o PIBpc
pois, o bem estar de uma população não
pode ser todo ele expresso
numericamente. Daí a noção de
desenvolvimento humano.

Sistema Financeiro em Moçambique 71


3. Inflação

A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos


preços. A inflação, entendida como um crescimento
rápido e sustentado dos preços, é geralmente
considerada como um desequilíbrio que se gera no
funcionamento do sistema económico,
desequilíbrio que tem consequências nocivas que é
necessário corrigir.
Por isso, a inflação é um dos alvos principais da
política económica, surgindo muitas vezes
(principalmente entre políticos e economistas de
formação mais conservadora) como prioridade,
mesmo à custa de outros objectivos possíveis.
Sistema Financeiro em Moçambique 72
A taxa de inflação é medida através de
variações de um índice de preços de um
conjunto de bens. Habitualmente,
considera-se o Índice de Preços no
Consumidor (IPC), que reflecte a
evolução dos preços de um cabaz de
bens próximo da estrutura de consumo
da família representativa. O índice não
mede o nível de preços num determinado
período, mas sim a variação desse nível
em relação a um ano base.
Sistema Financeiro em Moçambique 73
O IPC é, normalmente, o Índice de Laspeyres,
dado que as quantidades dos bens que entram
no cabaz se mantêm no período base e no
momento da observação. O que se compara é
então a despesa que uma família-tipo faz para
adquirir um mesmo cabaz no momento zero e no
momento t . Como os preços não sobem todos à
mesma taxa, ao longo do tempo dão-se
alterações nos preços relativos. Torna-se assim
útil a desagregação do índice geral por
categorias de bens. Uma prática habitual é
desagregar o IPC em bens transaccionáveis e
bens não-transaccionáveis (os bens serem ou
não objecto de trocas internacionais).
Sistema Financeiro em Moçambique 74
4. Causas da Inflação

As causas da inflação são complexas


pois, há muitos factores actuando em
simultâneo afectando o nível geral de
preços. Há muitos debates sobre se a
inflação pode ser eliminada na totalidade.
Tem sido mais razoável considerar-se a
possibilidade da sua redução para níveis
mais baixos por longos períodos.
Os factores explicativos da inflação, no seu
desencadear ou na sua sustentação ao longo
do tempo, pode depender de:
(i) Excesso de procura agregada sobre a oferta
agregada da economia. É a explicação mais
ligada à análise económica de inspiração
Keynesiana.
(ii) Excesso de moeda. Esta explicação é
assumida pela escola Monetarista, para a qual,
a inflação é um fenómeno monetário,
resultante de um crescimento excessivo da
massa monetária.

Sistema Financeiro em Moçambique 76


(iii) Inflação pelos custos. Normalmente
atribui-se esta inflação aos custos salariais
(evolução dos salários menos evolução da
produtividade) e aos custos das matérias
primas e produtos intermédios importados.
Os custos financeiros dependem
naturalmente do nível da taxa de juro que as
empresas têm de pagar pelos créditos que
contraem. Se o aumento da taxa de juro
tivesse um efeito inflacionista, não seria
razoável a utilização deste instrumento
(como se faz muitas vezes) para combater a
inflação.
Sistema Financeiro em Moçambique 77
(iv) Inflação pelos comportamentos causados pelas
expectativas inflacionistas (antecipando-se
compras para se defenderem dos aumentos
de preços).
(v) Inflação estrutural. Resulta da orientação
sectorial da procura que se dirige a sectores
que têm uma capacidade produtiva limitada.
Esta orientação da procura pode provocar um
aumento de preços nestes sectores,
eventualmente generalizado (através do efeito
custos) a todos os preços da economia,
mesmo que, no início, agregadamente, a
procura não exercesse uma pressão adicional
sobre a oferta.
Sistema Financeiro em Moçambique 78
5. Consequências da Inflação
•  A inflação leva a redistribuições forçadas e
indesejáveis do rendimento e da riqueza, e
provoca incertezas no valor do dinheiro e
dos preços. As dívidas perdem o seu valor
real com a inflação. Os que têm
rendimentos relativamente fixos perdem
com a inflação não esperada. Também
quem possua riqueza financeira expressa
em títulos que vençam uma taxa de juro
nominal fixa, perderá com a aceleração do
crescimento dos preços. Tal situação torna
difícil a tomada de decisões racionais.
Sistema Financeiro em Moçambique 79
A inflação tem efeitos na balança de
pagamentos. Se um dado país tem uma
inflação alta do que os seus parceiros, as
exportações ficarão relativamente caras
e as importações relativamente baratas.

Sistema Financeiro em Moçambique 80


A inflação tem custos de eficiência a nível
microeconómico. Com efeito, quando o
processo inflacionista é rápido, existe
uma maior disparidade entre os preços
do mesmo produto consoante os locais
de venda, o que obriga os
consumidores a perder tempo à
procura de bens a melhor preço.

Sistema Financeiro em Moçambique 81


A inflação pode transformar-se num
processo completamente descontrolado: a
hiper-inflação. Um processo hiper-
inflacionista subverte completamente os
comportamentos económicos e leva a uma
total perda de confiança na moeda nacional.

Sistema Financeiro em Moçambique 82


6. Moeda e Crédito
A moeda é um meio de pagamento ou um
meio de troca. A procura real por moeda é
fixa quando o nível de preços aumenta, e
todas as variáveis reais, como a taxa de
juros, o rendimento real, e a riqueza real,
permanecem fixas; a procura nominal por
moeda aumenta na proporção do aumento
no nível de preços, dada a constância das
variáveis reais acima especificadas.

Sistema Financeiro em Moçambique 83


Os componentes dos agregados monetários
podem ser:
M1 - os activos que podem ser usados
directa, instantaneamente e sem restrições
para pagamentos a terceiros. Estes activos
são líquidos. O M1 corresponde de maneira
mais próxima à definição tradicional de
moeda como meio de pagamento;

Sistema Financeiro em Moçambique 84


M2 - inclui, além do M1, formas de
pagamento não instantaneamente líquidas:
poupanças; pequenos depósitos bancários
a prazo fixo em bancos e em instituições de
poupança, para não referir os fundos
mútuos do mercado monetário e de
depósitos, assim como alguns outros
activos que rendem juros;
M3 - são os certificados negociáveis de
depósitos com a exclusão das letras de
tesouro e das contas depósitos de grandes
empresas.
Sistema Financeiro em Moçambique 85
Existem quatro funções tradicionais da
moeda, nomeadamente:
(1) meio de troca;
(2) reserva de valor (mantém o valor ao
longo do tempo);
(3) unidade de conta (unidade na qual
os preços são cotados e é feita a
contabilidade); e
(4) padrão de pagamentos diferidos (as
unidades monetárias são usadas em
transacções de longo prazo, como em
financiamentos).
Sistema Financeiro em Moçambique 86
7. O BANCO CENTRAL
•  Uma importante função dos bancos
centrais é agir como emprestadores de
última instância. Quando o pânico
financeiro ameaça o colapso do sistema
financeiro, a acção rápida do Bacen pode
restaurar a confiança e evitar uma ampla
retirada de valores dos sistemas
financeiros intermediários, um
congelamento das linhas de crédito, ou
pior, uma procura excessiva por
empréstimos.
Sistema Financeiro em Moçambique 87
Em Moçambique, o Banco de Moçambique
é o banco central e o banco emissor. Ele é
assim a autoridade monetária (emite, cria
moeda) e autoridade cambial. É o banco do
Estado e é simultaneamente o banco dos
bancos. Como autoridade cambial, o Bacen
é o guardião das reservas do país e da
posição externa do país.

Sistema Financeiro em Moçambique 88


O papel do Bacen como credor reflecte-se no item
“Empréstimos e Descontos”. O Bacen fornece
Base Monetária aos bancos que precisam dela
para emprestá-las (creditando na sua conta no
Bacen) contra os títulos confrontantes do governo.
A taxa que o Bacen impõe para os empréstimos é
a taxa de redesconto. A prontidão dos bancos
para emprestarem do Bacen é afectada pela taxa
imposta pelo Bacen, e a taxa de redesconto da
mesma forma influencia o volume dos
empréstimos. Desde que as reservas emprestadas
também sejam parte da base monetária, a taxa de
redesconto do Bacen tem algum efeito sobre a
base monetária.
Sistema Financeiro em Moçambique 89
Em Moçambique, quando a base monetária está a
crescer o Banco de Moçambique coordena-se com
o Ministério das Finanças (o Tesouro) para este
transferir os seus depósitos dos Bancos
Comerciais para o Banco de Moçambique. Assim,
diminui a base monetária e crescem os depósitos
do governo no Banco de Moçambique. Os Bancos
Comerciais detêm reservas no Bacen para:
suprirem as procuras de seus clientes por
dinheiro;
efectuarem pagamentos dos cheques emitidos por
seus clientes que são depositados em outros
bancos.
Sistema Financeiro em Moçambique 90
Os Bancos Comerciais devem manter reservas na
forma de notas e de moedas porque são
obrigados a prover moeda em efectivo para os
seus clientes quando estes quiserem. A razão
reservas-depósitos é determinada por um conjunto
de considerações. Primeiro, o sistema bancário
está sujeito à regulamentação do Bacen na forma
de requerimentos mínimos de reservas.

Sistema Financeiro em Moçambique 91


Os requerimentos de reserva variam de
acordo com o tipo de depósito e com o
tamanho do banco. Os requerimentos de
reservas são impostos parcialmente por
razões de segurança de activos para pagar
quando os clientes quiserem receber, e
parcialmente porque dão ao Bacen o meio
de controlar a oferta monetária.

Sistema Financeiro em Moçambique 92


8. O papel/
responsabilidades do
Banco de Moçambique e
alguns desenvolvimentos
recentes no sistema
financeiro nacional
•  “O Banco de Moçambique, é o
Banco Central da República de
Moçambique”
•  “O funcionamento do Banco de
Moçambique rege-se por lei própria
e pelas normas internacionais a que
a República de Moçambique esteja
vinculada e lhe sejam aplicáveis”
•  In Constituição da República. Artigo 132. 2004.
Imprensa Nacional de Moçambique

94
Sistema Financeiro em Moçambique
A lei própria do BM é a Lei 1/92: Lei Orgânica
do Banco de Moçambique, que diz:
•  O Banco tem por objectivo principal a preservação
do valor da moeda nacional.
•  No prosseguimento do seu objecto, o Banco visa
ainda alcançar os seguintes fins:
–  promover a realização de correcta política
monetária;
–  orientar a política de crédito com vista à promoção
do crescimento e desenvolvimento económico e
social do país;
–  gerir disponibilidades externas de forma a manter
adequado volume de meios de pagamento
necessários ao comércio internacional;
–  disciplinar a actividade bancária.
•  Na realização dos seus objectivos o Banco observa
as políticas do Governo.
Sistema Financeiro em Moçambique 95
9. O QUE É POLÍTICA MONETÁRIA?
•  É o conjunto de acções levadas a
cabo pelas autoridades monetárias
– normalmente o banco central –
com vista a, através de variações
na oferta monetária, assegurar um
determinado objectivo macro
económico final, (normalmente a
inflação ou a estabilidade de
preços).
Sistema Financeiro em Moçambique 96
10. Que outras funções tem o BM de
acordo com a sua Lei?
•  O Banco tem o exclusivo e a
obrigação da emissão de notas e de
moeda divisionária em Moçambique.
•  Os valores de emissão e facial serão
fixados de harmonia com os
interesses da economia nacional,
reservando o Estado, para si, o direito
à emissão de moeda comemorativa.

Sistema Financeiro em Moçambique 97


11. DAS FUNÇÕES DE BACEN
•  Como Banco Central, o Banco será o
banqueiro do Estado, consultor do Governo
no domínio financeiro, orientador e
controlador das políticas monetária,
financeira e cambial, gestor das
disponibilidades externas do país,
intermediário nas relações monetárias
internacionais, supervisor das instituições
financeiras.
•  Compete ao BACEN a centralização e
compilação das estatísticas monetárias,
financeiras e cambiais que julgue necessárias
para a prossecução de uma política eficiente
naqueles domínios. 98
Sistema Financeiro em Moçambique
11.1.Como é que o BM executa as
suas funções? (1)
•  Através da Programação Financeira
anual:
– Definem-se os objectivos finais da
política económica do Governo
– Assegura-se a consistência entre a
estabilidade financeira imposta por
Lei e os objectivos de crescimento e
de desenvolvimento económico

Sistema Financeiro em Moçambique 99


11.1.Como é que o BM executa esses
comandos? (2)
•  No quadro da política monetária e
através da programação monetária:

– Definem-se os objectivos
intermédios de política, assim como
as metas operacionais
– Assegura-se a consistência entre as
políticas monetária interna e externa

Sistema Financeiro em Moçambique 100


Resumindo

Objectivos operacionais Objectivos finais


Ou instrumentos (inflação, PIB
(Reservas obrig., tjro, tcbio) Sector externo...)

Objectivos
Monetários intermédios
(oferta de moeda ou crédito...) 101
Sistema Financeiro em Moçambique
12. O balanço do Banco Central
________________________
•  Caixa •  Emissão monetária
•  Activos externos •  Depósitos do Estado
•  Crédito ao Estado •  Reservas dos bancos
•  Crédito aos bancos •  Passivos externos
•  Imobilizado •  Capital
•  Outros activos

Sistema Financeiro em Moçambique 102


13.Será que o banco central pode
maximizar lucros?
•  O banco central tem activos que não são necessariamente
rentáveis:
–  A caixa do banco não gera lucros;
–  As reservas externas podem e devem gerar lucros mas
são um activo de elevado risco cambial;
–  O crédito ao Estado só gera rendimentos quando haja
procura;
–  O crédito aos bancos pressupõe um sistema ilíquido.
•  O banco central enfrenta uma elevada exposição cambial;
•  O banco central arca com elevados custos de política
monetária dado que o sistema tem um excesso estrutural de
liquidez;
•  A sociedade espera do banco central competência técnica e
científica para realizar as suas funções, o que implica custos
com o pessoal, equipamento e tecnologias
•  O processo de emissão monetária tem custos;
•  O banco central assume algumas despesas quase-fiscais
com o sistema de pagamentos.
103
Sistema Financeiro em Moçambique
14. O que torna o BaCen importante?
•  Emite moeda e controla a sua circulação;
•  Gere a política monetária influenciando as
expectativas dos agentes económicos investidores,
aforradores, especuladores e consumidores;
•  Gere as reservas externas do país e é o banqueiro do
Estado;
•  Controla os pagamentos sobre o exterior e toma
medidas que influenciam o comportamento dos
importadores e dos exportadores;
•  Supervisa as instituições onde os cidadãos
depositam as suas poupanças e obtêm créditos;
•  Controla a circulação de outros importantes
instrumentos de pagamentos (cheques, cartões de
crédito e de débito, etc) utilizados pelos agentes
económicos.
Sistema Financeiro em Moçambique 104
15. Alguns desenvolvimentos recentes no
sistema financeiro nacional – 1
•  Lei 9/2004, da revisão da LICSF’s
–  Reforço do papel do BM
–  Microbancos/indústria microfinanceira
–  Mecanismos mais rígidos de controle das ICSF’s
•  Compensação electrónica
•  Fusões, + competição regional
•  Ajuda externa via orçamento/G19
•  Delegação de competências pelo BM
•  Regulamentação contra o branqueamento de capitais
•  Serviços de homebanking pelo BM
•  CUT e Transferências Electrónicas de Fundos do
Estado
•  Código de Conduta do MCI e leilões de divisas
Sistema Financeiro em Moçambique 105
15. Alguns desenvolvimentos recentes no
sistema financeiro nacional – 2
•  Padrões internacionais de contabilidade e
de reporte financeiro;
•  Normas prudenciais sobre o crédito à
economia em moeda estrangeira;
•  Capitais mínimos para as instituições de
crédito com diferenciação territorial;
•  Spreads de taxas de Câmbio;
•  Procedimentos a seguir em operações
com o exterior.

Sistema Financeiro em Moçambique 106


A relação entre o Bacen e o
Tesouro é importante para
compreender o financiamento
dos déficits do governo.

Fim
Sistema Financeiro em Moçambique 107

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