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REFORÇO DE FUNDAÇÃO UTILIZANDO MICROESTACAS

Taynara Aparecida Machado de Oliveira1


Gisele Santos Custódio2
Clarissa Ana Zambiasi3

RESUMO: As fundações, um dos elementos mais importantes na construção de um edifício, se divide


em duas classes: fundações superficiais ou rasas e fundações profundas, sendo responsáveis por
transmitir cargas de uma edificação para camadas mais resistentes do solo. O reforço de fundação é
fundamental nos casos onde há um aumento das cargas estruturais, tais como acrescentar andares na
estrutura. O trabalho tem por objetivo demostrar observando o ensaio SPT (Teste Penetração Padrão)
de um terreno, realizar o dimensionamento de um reforço de fundação utilizando microestacas
analisando quando necessário a intervenção de um reforço, as vantagens e desvantagens, o modo de
construção desse método. Calculou-se para uma situação hipotética um reforço, onde se concluiu que
precisaria de 2 (duas) microestacas para suportar a carga média aplicada na fundação.

Palavras-chave: SPT, dimensionamento, intervenção, método.

1. Introdução
Fundações são estruturas responsáveis por transmitir cargas de uma edificação para as
camadas resistentes do solo sem causar a ruptura. Existem diversos tipos, cada uma é
projetada conforme a necessidade da estrutura, capacidade de carga do terreno, características
do terreno e mobilização dos equipamentos para sua execução.
De forma genérica, pode-se afirmar que a necessidade de consolidação e reforço de
fundações se coloca essencialmente em três situações distintas: (i) quando ocorre a alteração
das condições do terreno de fundação (arrastamento de finos, abaixamento do nível freático,
descompressão do solo), (ii) no caso de insuficiência de fundações ou (iii) como consequência
de um aumento das cargas atuantes, ou ainda uma combinação destas condições (NEVES,
2010).
Antes de se proceder aos trabalhos de reparação ou reforço é necessária uma inspeção
cuidadosa da estrutura e das fundações. As soluções utilizadas no reforço são muito variadas
dependendo do tipo de solo, do tipo de fundação existente, do nível e tipo de solicitação, do
espaço físico existente para a execução dos trabalhos de reforço e dos custos associados a
cada solução (PEREIRA, 2012).

1
Engenheira Civil do Centro Universitário UNA. E-mail: taynaraamoliveira@gmail.com
2
DSC engenharia civil, geotecnia. E-mail: gisele.custodio@prof.una.br
3
Doutora em engenharia. Professora no Ibmec MG. E-mail: z.cissa@gmail.com
Uma das soluções utilizadas para o amparo de fundações são as microestacas, visto
que as mesmas são ideais para certos tipos de obras, como as que possuem limitação de
vibração do solo, as que apresentam dificuldade de acesso, as que são realizadas abaixo de
tubulações, obras onde o maquinário encontra-se dentro das edificações e edificações onde os
solos possuem matacões.
Na construção de um edifício, um dos elementos de maior importância é a fundação,
pois possui a função de suportar as cargas solicitadas provenientes da estrutura. Caso ocorra
alguma imperfeição no processo construtivo desse elemento, é possível que o restante da
construção seja comprometido.
Portanto, o reconhecimento do problema e a recuperação da fundação utilizando
microestacas são assuntos de extrema relevância, uma vez que podem auxiliar no
restabelecimento da estrutura sem causar maiores danos.
A produção do presente trabalho é pertinente, visto que a literatura sobre o assunto é
escassa, não há norma regulamentadora e o mesmo busca expor as possíveis utilizações da
microestaca no reforço de uma fundação. O presente trabalho tem por objetivo apresentar um
dimensionamento hipotético do reforço de fundação com o uso de microestacas.
Existem diversos tipos de sondagens para uma investigação de solos onde apresentam
as características como: descrição, classificação e origem dos elementos geológicos (cor,
textura, processo formador); estratigrafia e distribuição geológico-geotécnica das camadas;
estimativa da espessura das camadas de solo e/ou rochas; resistência da camada investigada;
posição do nível d’água.
O ensaio SPT (Teste Penetração Padrão), consiste em cravar um amostrador no solo
através do impacto de um martelo de ferro, de massa padrão 65kg, liberado a 75cm de altura,
onde permite conhecer a composição das camadas do solo e suas resistências, a resposta do
solo à aplicação de carga em diversas profundidades, bem como averiguar a presença e a
profundidade de lençol freático no terreno. Recomenda-se cravar os 45cm do amostrador
antes de se passar para uma nova profundidade, a resistência é definida pela a soma do
número de golpes necessários à penetração no solo, dos 30 cm finais do amostrador
(descartam-se os 15 cm iniciais).
O reforço de fundação é fundamental nos casos onde há um aumento das cargas
estruturais, tais como acrescentar andares na estrutura. Essas técnicas são normalmente
especificadas como obras perigosas, uma vez que a área de trabalho é precária e de difícil
acesso, além de tudo, intervêm em estruturas em que possuem condições anormais de
segurança e as informações disponíveis normalmente antes da intervenção são poucas e
inconsistentes (SCHWIRCK,2005).
Segundo Neves (2010, p.22), o reforço sem aprofundamento consiste em:
“A opção de não aprofundar o contato fundação-terreno recorre
essencialmente a dois tipos de soluções, ou a uma combinação dos mesmos:
melhoramento das qualidades geotécnicas do terreno de apoio ou
alargamento da área de contato fundação-terreno, diminuindo assim a tensão
de contato com o solo. Naturalmente que a primeira destas formas de
intervenção implica um domínio da geotécnica e pressupõe conhecimentos
aprofundados quer sobre a caracterização dos solos, quer sobre a
aplicabilidade e resultados espectáveis deste tipo de técnicas. ”
As possíveis soluções para desse tipo de reforço são: melhoria das características do
solo, alargamento da base de fundação, consolidação do material de fundação.
O reforço com aprofundamento ocorre quando o reforço de fundações por
melhoramento do terreno ou alargamento da base de fundação não é indicado e quando se
apura que o terreno em qual a fundação se encontra não está suportando as cargas solicitadas,
onde é indispensável transferir essas cargas para um terreno mais competente. Para esse fim,
os tipos de reforço mais utilizados recorrem à execução de estacas, cravadas ou moldadas no
solo. Outro recurso corrente passa pela utilização de microestacas, que se destaca pela
possibilidade de execução em espaços limitados e com reduzido diâmetro (NEVES,2010).
A microestaca, conforme Junior (2010), é uma estaca concretada “in-loco”,
considerada de pequeno diâmetro, pois o mesmo varia entre 100 mm e 410 mm, tendo elevada
capacidade de carga baseada essencialmente na resistência por atrito lateral do terreno
atravessado, no seu diâmetro e no comprimento da estaca.
A execução não é limitada pela presença do nível d’água no terreno, pois pode ser
executada abaixo do lençol freático, suportando a carga à tração. (Bottino, Coelho e Cruz,
2016). A capacidade de carga varia entre os 200 e os 1000 kN. Podem então resumir-se a
estacas de betão armado de fuste contínuo com rugosidades e dotadas de armadura metálica
em todo o seu comprimento (FRANCISCO, 2007). As microestacas são elementos que,
trabalhando tanto à compressão, como à tração, transmitem as suas forças ao terreno
essencialmente por atrito lateral (estacas flutuantes), havendo embora, em geral, uma pequena
contribuição de resistência de ponta.
O processo construtivo, segundo Shong e Chung (2003), apresentado na Figura 1,
resume-se em:
 Abertura do furo até à cota prevista.
 Colocação das armaduras de aço.
 Injeção de baixo para cima sem pressão de calda de cimento (injeção de preenchimento).
 Injeção sob pressão de calda de cimento (injeção de selagem), quando aplicável.

Figura 1- Representação esquemática das diferentes fases de execução de microestacas

Fonte: Adaptado de ( Shong e Chung, 2003).

A utilização de microestacas apresenta inúmeras vantagens, das quais se podem destacar


as seguintes, segundo (AZEVEDO e RICHTER, 2016): possibilidade de perfurações, tanto
em solos moles, como em rocha, sendo possível a utilização em qualquer inclinação; possui
equipamento de pequeno porte, adequados a ambientes restritos; apresenta armação em todo o
seu comprimento, absorvendo melhor os esforços horizontais e flexão nas estacas; além de
conter bom custo-benefício, pois entra como uma solução adequada para problemas difíceis
de engenharia de fundações.

Em contrapartida estes elementos apresentam as seguintes desvantagens (BRUCE,


1989 apud PEREIRA, 2012; DTEU, 2000): carga axial limitada e custo superior, quando
comparada com as estacas tradicionais; possui utilização condicionada em zonas sísmicas em
solos com elevado potencial de liquefação; em solos colapsáveis, a perfuração para a
instalação da microestaca não deve ser realizada com o auxílio de água de modo a evitar
assentamentos bruscos.

2. Metodologia

O objeto central de estudo, e tema deste trabalho, são as soluções de reforço de


fundações utilizando microestacas. O procedimento utilizado para abordar o assunto foi a
pesquisa bibliográfica. A base dos artigos utilizada para a elaboração deste foi formada pela
literatura indexada nos seguintes bancos de dados: Scielo (Scientific Eletronic Library
Online), Sciencedirect, assim como livros de autores diversos, normas brasileiras e
americanas referentes ao tema aqui proposto. Outra estratégica utilizada foi a busca manual
nas referências bibliográficas dos artigos e livros identificados nas bibliotecas do Centro
Universitário UNA.

A pesquisa foi realizada com base em um estudo de caso onde foi considerado a
existência de um prédio para suportar 4 andares localizado na Rua Gonçalves Dias, nº 925 –
Lote:023- Quadra 02, Bairro: Funcionários, com área total de 348,6 m². Na fase final de obra
decidiu-se fazer a construção de um duplex no último andar. Os pontos onde foi analisado o
solo do terreno encontra-se no croqui encontrado na Figura 2 e foi feito a sondagem à
percussão SPT.
Figura 2- Croqui da obra estudada

Fonte: (TECSOL, 2012).

Como método de análise partiu-se de uma situação hipotética onde se considerou que
a fundação desta edificação é uma sapata, cuja cota de assentamento é de 1 m da superfície do
terreno, apoiada sob um aterro de 0,70 m, como analisado no ensaio encontrado na Figura 3
abaixo. Estima-se que a tensão média aplicada por andar seja de 300 kPa.
Figura 3- Ensaio SPT (Teste Penetração Padrão)

Fonte: (TECSOL, 2012).

A fim de solucionar o problema supracitado, considerou-se o dimensionamento de um


reforço da fundação com adição de microestacas cujo diâmetro era de 0,4 m e uma
profundidade de 5m. O método de dimensionamento adotado para a estimar da carga
admissível do terreno foi Décourt-Quaresma.

3. Resultados

Décourt e Quaresma apresentam um método de previsão da capacidade de carga do


sistema estaca-solo a partir dos dados fornecidos por sondagens de reconhecimento à
percussão SPT (Veloso e Lopes, 2004). O método tem como característica o
dimensionamento da capacidade de carga e de ponta separadamente.
Segundo Bottino, Coelho e Cruz (2016), através dos números de golpes apresentado no
projeto de ensaio por SPT e tipo de solo, define-se a resistência de ponta apresentada na

equação 1, 1), onde Npm = Média aritmética dos valores de SPT

a cota de apoio da estaca e C= Coeficiente relacionado ao tipo de solo, obtido na Tabela 1.

Sendo a equação 2 para o cálculo da resistência lateral ,

onde NL= Valor médio dos valores de SPT ao longo do fuste da estaca.

Tabela 1- Valores de C

Fonte: (Décourt-Quaresma, 1978 apud Bottino, Coelho e Cruz, 2016).

Portanto a capacidade de carga Qu de uma fundação composta apenas por uma estaca
é estimada pela equação 3, apresentada a seguir

,onde α= retirado da Tabela 2, β=


retirado Tabela 3 também, Ap = Área da ponta da estaca e Al = Área do fuste da estaca.
Tabela 2- Valores de α em função do tipo de estaca e solo

Fonte: ( Décourt 1996 apud Bottino, Coelho e Cruz, 2016).

Tabela 3- Valores de β em função do tipo de estaca e solo

Fonte: (Décourt 1996 apud Bottino, Coelho e Cruz, 2016).

Através dos ensaios de campo pode-se verificar que a camada de solo em que a
fundação estaria apoiada consistia em argila latossólica com consistência mole à média, que
possui índice de resistência pequeno e possuía uma espessura de 5,60 metros, logo a camada
inferior sendo a mesma argila latossólica, porém com uma consistência de rija à muito rija,
possui um índice de resistência maior, o que ocasionou o aprofundamento de 5m dessa
fundação com inclusão de microestacas para que ficasse apoiada em um solo mais rígido.
Para o cálculo médio da tensão aplicada dessa estrutura sob o reforço da fundação,
será considerado apenas a carga do duplex do último andar, 300 kPa por andar, sendo essa a
tensão da nova estrutura que será construída.
Através do método de dimensionamento Décourt-Quaresma o valor encontrado da
capacidade admissível de uma microestaca/solo é 145,82 kN, conforme os cálculos abaixo,
levando em consideração cota de apoio: -6 metros.
- Resistência de ponta (utilizando a equação 1)

Npm = (18+14+8) /3= 13,33, adota-se 13 C= 120 kPa (Tabela1)

Qpu= 120*13= 1560 kN

- Resistência lateral (utilizando a equação 2)

Nl= (5+4+5+8) /4= 5,5, adota-se 5 Qlu= 10* ((5/3) +1) = 26,6 kN

- Capacidade de carga (utilizando a equação 3)

α= 1 (Tabela 2) β= 3 (Tabela3) D= 0,4 metro

Ap= (π* (0,4²)) /4 = 0,123 m² Al= π* 0,4= 1,25 m²

Qu = (1*1560*0,123) + (3*26,6*1,25) = 291,63 kN

- Capacidade admissível (utilizando fator de segurança igual a 2)

Radm = 291,63/ 2= 145,82 KN

4. Conclusão
Com o dimensionamento pode-se concluir que o estudo de reforço utilizando
microestacas é eficaz, sua eficiência é comprovada diante dos cálculos realizados durante o
trabalho, em que, para a fundação suportar uma tensão média aplicada da edificação precisa-
se de 2 microestacas, com extensão de 5 metros e diâmetro de 0,4 metros, considerando os
dados da situação.
O prédio estudado estava apoiado em um solo com características de pouca
resistência, além da construção de dois andares a mais do que estava previsto no projeto
inicial. Pode-se constatar a necessidade da intervenção de um reforço de modo a aprimorar o
desempenho daquela fundação e atender novas solicitações, além de oferecer segurança.
5. Referências Bibliográficas

AZEVEDO, Crysthian Purcino Bernardes; RICHTER, Cynthia Minatto Brandão.


Microestacas Injetadas. Revista Fundações e obras geotécnicas, 64ed; Janeiro 2016.

BOTTINO, Carlos Eduardo; COELHO, Arthur Santos; CRUZ, Felipe Vianna Amaral de
Sousa; Métodos diretos para cálculo de capacidade de carga de fundações especiais –
Microestacas. Revista Fundações e obras geotécnicas, 71ed; Agosto 2016.

DTEU - Departamento de Transporte dos Estados Unidos. FHWA-SA-97-070, Diretrizes de


projeto e construção de micropilotes, Manual de implementação, 2000, p. 376.

FRANCISCO, Ruben F. Frango. Caracterização técnico-económica dos diferentes tipos de


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JUNIOR, Francisco Cerqueira da Silva. Uma revisão sobre as manifestações patológicas


mais frequentes em fundações de concreto de edificações. Universidade estadual de Feira
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NEVES, Manoel J. Niza. Técnicas de Recalçamento e Reforço de Fundações:


Metodologias, Dimensionamento e Verificações de Segurança. Universidade Técnica de
Lisboa, 2010.

PEREIRA, João Paulo Veludo Vieira. Reforço de Fundação com microestacas. Ligação
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SHONG, L., CHUNG, F. Concepção e Construção de Micropilhas. Artigo curso no Curso


Geotécnico para a Concepção e Construção de Fundação de Pilares, Ipoh, Malásia, Setembro
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SCHWIRCK, I. A. Patologia das Fundações. Universidade do estado de Santa Catarina –


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TECSOL – Empresa especializada em testes com solo. Belo Horizonte, 2012.

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