GRELHA

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

DIREITO ROMANO (Dia) Época de Recurso - 12 de fevereiro de 2014

I - Defina, de forma sucinta, 2 (dois) do seguintes conceitos:

a) Magistraturas extraordinárias;

Identificação das magistraturas integradas no cursus honorum. Características gerais

das magistraturas: colegialidade, temporalidade, anualidade. Identificação das
magistraturas extraordinárias: ditador e tribuno da plebe. Funções e características em
particular.

b) Senatusconsulta;

Identificação dos SC nas fontes de Ius Civile de Ius Romanum. Ligação ao Senado.
Caracteristicas e funções em particular deste orgão. Identificação das entidades
solicitantes desta fonte de direito em particular. Elementos constitutivos dos SC.
Identificação dos vários tipos existentes.

c) Corpus Iuris Civilis;

Contexto histórico e processo de elaboração da compilação; identificação das obras,

datação, finalidade e conteúdo das compilações; metodologia usada no processo
compilatório; interpolações; aplicação da compilação justinianeia no ocidente;
relevância histórica da compilação; recepção do direito romano e desenvolvimento
das escolas jurisprudenciais medievais, utilização da compilação justinianeia como
fonte de direito.

d) Autorictas Patrum

Identificação do Senado como orgão de natureza aristocrática, nomeadamente

atendendo à respetiva génese. Importância da presença dos paterfamilias romanos.
 Importância da intervenção do Senado no processo legislativo romano. Identificação
dos vários momentos relevantes e efeitos decorrentes.

II - Responda a 1 (uma) das seguintes questões:

a) Qual a relevância da lex Publilia Philonis para a compreensão das funções do

Senado?

Identificação das funções do Senado. Características gerais. Descrição breve do

processo legislativo romano. Definição dos momentos de intervenção do Senado
antes e depois da lex Publilia Philonis.

b) Exemplifique de que forma a iurisprudentia contribuiu para o aprimoramento do

Ius Romanum.

Referência à iurisprudentia como fonte essencial na compreensão do Direito

Romano. Identificação da própria evolução desta fonte de direito. A importância da
iurisprudentia e das fontes legislativas no contexto da formação do Direito Romano;
a interpretatio prudentium como exercício de reflexão sobre o ius; a concretização
da interpretatio: agere, cavere e respondere; os destinatários da interpretatio.

III - Comente, de forma fundamentada e desenvolvida, 1 (um) dos seguintes temas:

1. Articule a actividade do pretor urbano e do pretor peregrino na construção do Ius

Romanum.

O pretor como magistrado dotado de iurisdictio; noção de iurisdictio; exercício da

iurisdictio pretória no processo das acções das leis e no processo formulário;
expedientes do pretor, lex Aebutia de formulis e ius praetorium; o diálogo com a
iurisprudentia no exercício da iurisdictio; o edicto do pretor, degradação da pretura,
 cristalização do edictum translatício e elaboração do edictum perpétuo no principado.
Separação de competências entre o pretor urbano e o pretor peregrino.

2. "O ius passa a estar fechado e morto nas leis e nas obras literárias que repetem um
passado sem continuidade ou possibilidade de ser esperança de futuro. O direito
vigente deixa de passar pela iurisprudentia que se torna mero repositório de regras e
fórmulas seleccionadas para legitimação dos actuais poderes e interesses
legitimamente consagrados."

Eduardo Vera-Cruz Pinto, Curso de Direito Romano,

Volume I, Principia, p. 313.

Caracterização e funções do prudente; relação com modelos de criação do direito dos

períodos e regimes em causa; autonomia e auctoritas prudenciais; metodologia
prudencial romana; auctoritas e inventio como elementos estruturais de credibilidade,
adesão à realidade e prevalência temporal; o prudente de origem republicana perante
a progressiva submissão do ius à lex imperial: um novo modelo de criação de direito e
exemplos dessa subordinação.

Duração da prova: 120 minutos Cotação: Grupo I: 3 valores cada questão; Grupo II: 6 valores;
Grupo III: 8 valores