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NOTA:
A1 / A2
COMPONENTES do grupo:
1. As convenções da OIT são tratados internacionais sujeitos à ratificação dos países membros,
produzindo efeito normativo. Consoante ACCIOLY (2018), para que uma convenção tenha
validade, é necessário que as partes possuam: (i) capacidade (todo país a possuí, conforme art.
6° da Convenção de Viena sobre direito dos tratados); (ii) habilitação dos agentes (o país deverá
realizar a apresentação dos plenos poderes, firmado pelo chefe de estado ou pelo ministro das
relações exteriores, não obstante, o art. 7° da convenção Convenção de Viena sobre direito dos
tratados menciona a dispensa de tal apresentação em circunstâncias pontuais); (iii)
consentimento mútuo (uma vez tratando-se de acordo de vontades entre os países membros, o
texto apenas efetua-se com o consentimento destes, vide art. 11 da Convenção de Viena sobre
direito dos tratados, desta forma, conforme o art. 51 da referida convenção, haverá nulidade
frente à vícios como a coação, portanto, não produzirá efeitos jurídicos); e (iv) objeto lícito e
possível (o objeto da convenção deverá respeitar os limites normativos, bem como possibilitar a
convenção entre as partes). Vale ressaltar ainda que, nos tratados internacionais, há a
participação apenas dos representantes dos Estados, ou seja, o Presidente da República; já as
convenções no âmbito da OIT há participação e negociação pelos representantes dos Estados.
Para a aprovação de convenções da OIT, exige-se a maioria de 2/3 dos delegados presentes em
voto individual. Posto isso, os Estados membros deverão realizar a chamada ratificação, adesão
e aceitação da convenção em questão. Ato contínuo, consoante artigo 102 da Carta das Nações
Unidas, logo que possível, deverá ser registrada no Secretariado. Uma vez ratificada por todos
os países membros, cada Estado fica obrigado a apresentar a cada 2 anos um relatório sobre as
medidas adotadas para aplicar a convenção na legislação e na prática.
Referência bibliográfica:
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E. do Nascimento; CASELLA, Paulo Borba. Manual de Direito
Internacional Público, 23ª ed., São Paulo: Saraiva Jur, 2018, págs. 157-166.
Com relação aos recursos judiciais no âmbito da OIT, verifica-se a admissibilidade do uso do
Código Internacional do Trabalho como mecanismo de defesa. Nesse sentido, nota-se que “o
termo dado para o conjunto de normas formalizadas através destes instrumentos é o ‘Código
Internacional do Trabalho’, onde é possível exercer atividades judiciais no direito interno, tendo
em vista a participação dos Estados Membros, não se tratando de um Código no sentido técnico
da palavra, já que suas normas ‘’integram a legislação nacional de cada Estado membro da OIT
na medida em que foram ratificadas as correspondentes convenções e transformadas em lei as
respectivas recomendações’’ (SÜSSEKIND, 1994).
Já no âmbito na OEA, é possível verificar como recurso político o Protocolo de Bogotá que
“destina-se a servir como referência para as instituições produtoras de dados oficiais para
homicídio e para os governos nacionais ou locais”, contribuindo, assim, para este controle nos
países pertencentes à América Latina e Caribe. Ademais, ainda em referência aos possíveis
mecanismos políticos no âmbito da OEA, insta destacar o papel da Secretaria Geral da OEA que
“é o órgão central e permanente da Organização dos Estados Americanos. Exercerá as funções
que lhe atribuam a Carta, outros tratados e acordos interamericanos e a Assembléia Geral, e
cumprirá os encargos de que for incumbida pela Assembléia Geral, pela Reunião de Consulta dos
Ministros das Relações Exteriores e pelos Conselhos”, ou seja, realiza funções de amparo e
fiscalização, podendo, portanto, ser utilizada como mecanismo diante da problemática
apresentada.
Ademais, ainda em menção ao dispositivo supracitado, verifica-se, em seu artigo 18, alínea “b”
que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos poderá também “formular recomendações
aos Governos dos Estados no sentido de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos
humanos, no âmbito de sua legislação, de seus preceitos constitucionais e de seus compromissos
internacionais, bem como disposições apropriadas para promover o respeito a esses direitos”. Desta
forma, resta claro que estamos diante de um possível e recomendado recurso judicial, uma vez que
a há, sobretudo, a tutela dos direitos humanos violados no caso em questão.
Referências bibliográficas:
norma supralegal, porém tais convenções devem ser apreciadas pelo Congresso Nacional, e
em caso de aprovação, haverá a publicação do respectivo Decreto legislativo.
Assim que aprovada, a Convenção será ratificada pelo Presidente da República junto à OIT,
através de uma carta de ratificação e, ato contínuo será promovido seu registro pelo Diretor-
Geral da Repartição Internacional do Trabalho.
Quanto à duração das Convenções da OIT no Brasil, a vigência da Convenção depende de sua
promulgação por um Decreto do Presidente da República, publicado no Diário Oficial da União.
O TST não destoa deste raciocínio, conforme depreende-se nas decisões proferidas nos
seguintes Recursos de Revista:
4. O referido artigo 60 da Constituição Federal, com destaque para o seu §4º, limita o poder
Isto posto, de maneira a complementar à proteção contida no artigo 60, §4º da Constituição
Federal, atribui-se ao caso o Princípio da Indivisibilidade, ou seja, os direitos humanos em
sua totalidade devem ser considerados sem distinção de categorias, sejam eles direitos
individuais, político, sociais e econômicos, considerando, inclusive, a interação mútua
existente entre eles. Isto posto, é oportuno mencionar o art. 5º da Convenção de Viena de
1993, assim:
Destarte, conclui-se que além dos direitos individuais elencados no artigo 60, §4º da
Constituição Federal, utilizando-se no Princípio da Indivisibilidade, este preceito estende-se
também aos direitos sociais, econômicos e culturais.
Referência bibliográfica: