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Unidade 7
Os gêneros, as formas musicais:
música vocal e instrumental no
Romantismo
O lied (pl. lieder) - canção
• Os traços românticos começaram a manifestar-se no Lied alemão nos finais do
século XVIII. Foi nessa altura que Johann Rudolf Zumsteeg (1760-1802) se
distinguiu num novo tipo de canção, a balada. A maioria das baladas eram poemas
bastante longos, onde a narrativa e o diálogo alternam numa história repleta de
peripécias românticas e incidentes sobrenaturais; simultaneamente, os poetas
procuraram conservar até certo ponto a singeleza das antigas baladas folclóricas
em que se inspiravam.
• Gênero poético cultivado na Alemanha à imagem das baladas populares inglesas
e escocesas e adquiriu uma popularidade crescente a partir da publicação da
Leonore, de G. A. Burger, em 1774.
• A influência da balada contribuiu, assim, para alargar a concepção do lied, quer
na forma, quer no âmbito e na força do conteúdo emotivo.
• O piano, que no século XVIII era um simples acompanhamento, passa a
desempenhar um papel tão importante como o da voz, participando no mesmo
grau na tarefa de apoiar, ilustrar e intensificar o sentido da poesia.
• No início do século XIX, o lied alemão já se transformara numa forma digna das
mais altas capacidades de qualquer compositor. Este gênero vocal foi onde
Schubert, Schumann, Brahms e Hugo Wolf alcançariam uma nova e mais íntima
relação entre a música e a poesia.
Os lieder de Franz Peter Schubert (1797-1828) mostram a capacidade deste
compositor em escrever melodias.
• Muitas das suas melodias têm a simplicidade e o despojamento da música
popular.
Wohin? (texto de Wilhelm Müller) – Dietrich Fischer-Dieskau – Die schöne
Müllerin – faixa 3
• Outras são percorridas por uma indescritível suavidade e melancolia
romântica;
Du bist die ruh’ (texto Friedrich Rückert) – Dietrich Fischer-Dieskau
• Outras são declamatórias, intensas e dramáticas. As modulações, muitas vezes
extensas e complexas, incorporam frequentemente, passagens em que a
tonalidade é mantida em suspenso, sublinhando vigorosamente as
características dramáticas do texto de uma canção.
An schwagger Kronos (texto de Goethe) – Dietrich Fischer-Dieskau
Os acompanhamentos são variados e muitas vezes a figuração do piano é
sugerida por uma imagem pictórica do texto, que não são concebidos como
mera imitação mas contribuem para o clima da canção. Assim, o
acompanhamento do lied Gretchen am Spinrade – um dos primeiros e mais
famosos lieder – evoca não apenas o zumbido da roda de fiar, mas também a
agitação dos pensamentos de Gretchen, ao falar do seu amado.
Gretchen am Spinrade – Jessye Norman
No século XIX o coro era usado como parte uma estrutura mais vasta como os
coros de óperas, os andamentos corais das sinfonias e algumas das grandes
obras corais de Berlioz e Liszt.
Por outro lado, a escrita coral como o principal foco de interesse, mais apurado
na escrita própria para o coro, como em Mendelssohn e Brahms. Este não se
adapta tão bem aos sentimentos tipicamente românticos como a orquestra, e, na
verdade, foram muitos os compositores românticos que trataram o coro como
uma simples divisão da orquestra, utilizando-o para fornecer alguns toques
pitorescos e cores suplementares.
A música coral do século XIX, divide-se em três categorias principais:
3 – Obras para coro, na maioria com uma ou mais vozes solistas e orquestra,
sobre textos de natureza dramática ou dramático-narrativa, mas destinadas a
serem apresentadas em concertos e não encenadas. Alguns compositores ou
editores chamam de cantatas, para as mais curtas e oratório para as mais
longas.
Em meados do século XIX, surgiu dentro da igreja católica um movimento chamado
Movimento Ceciliano [S. Cecília, padroeira da música], estimulado pelo interesse
romântico na música do passado e contribuiu, em certa medida, para um
ressurgimento daquilo que julgava ser o estilo a capella do século XVI e para o
regresso do canto gregoriano à sua forma primitiva. Esta nova música, porém, não
foi muito significativa.
A influência da ópera entrando na igreja católica contribuiu para esta agitação,
como as obras de Rossini, Cherubini e Schubert. Giuseppe Verdi (1813-1901) e
Gioacchino Rossini (1792-1868), também compuseram música sacra, porém
estigmatizada pelo caráter lírico, operístico. Este tipo de obra passou a ser
expressamente proibido dentro da igreja católica pela encíclica Moto Proprio, do
papa Pio X, em 1903.
Stabat Mater – Rossini – introdução – Andantino moderato
No lado protestante, encontramos os Salmos de Mendelssohn, e os hinos de
Samuel Wesley (1810-1876).
Na Rússia, a música de Dimitri Bortniansky (1751-1825), desenvolveu e influenciou
novos compositores russos, inspirado nos cânticos modais da liturgia ortodoxa,
com coros a capella, simples ou duplos de 4 a 8 ou mais vozes, com duplicação à
oitava.
Mnogaya lieta – Bortniansky – responsório solista e coro
Charles Gounod (1813-1893) se utilizou de um Romantismo moderado e de um
estilo pessoal de piedade, parodiado pelos compositores das gerações seguintes.
Anton Bruckner (1824-1896), conseguiu como nenhum dos seus antecessores
conjugar os recursos espirituais e técnicos da sinfonia do século XIX com uma
abordagem reverente e litúrgica dos textos sagrados. Escreveu motetos, missas e
obras para uso litúrgico.
Grande Missa nº 3 em fá menor – Sanctus/Benedictus - Bruckner
O oratório romântico floresceu nos países protestantes, como a Inglaterra e a
Alemanha, sobre temas bíblicos ou de caráter dramático sacro. O Juízo Final, de
Ludwig Spohr; Redenção e Morte e Vida, de Gounod; os oratórios S. Paulo e Elijah
[Elias] de Mendelssohn; A Lenda de Santa Isabel, de Liszt. Berlioz escreve em
caráter pitoresco a Infância de Cristo.
Elijah – coro nº 11 – Baal, erhöre uns [Baal, ouvi-nos] - Mendelssohn
O Requiem Alemão de Brahms, para soprano e barítono solistas, coro e orquestra,
utiliza como texto não texto latino católico, mas algumas passagens bíblicas de
meditação e consolo em alemão, selecionadas pelo compositor.
Requiem alemão, op. 45 - Wie lieblich sind Deine Wohnungen [Quão lindos são
tuas moradas]
A ópera
• Até o final do século XVIII era maciça a presença de compositores italianos
na maior parte dos países europeus, influenciando, desta forma, o meio
musical de então.
• Antonio Salieri dominava toda a Áustria, tendo forte influência na
Alemanha;
• Piccini e depois Cherubini dominavam a França, seguidos por Spontini;
• Domenico Cimarosa levou a ópera italiana à Rússia e à Polônia;
• Fioranauti viveu na Itália e em Portugal;
• Paisiello gozou de grande prestígio no final dos setecentos e início dos
oitocentos em toda a Europa, tendo estreado com grande sucesso, em
1782, a ópera Il Barbiere di Siviglia em São Petersburgo, na Rússia ;
• Ferdinando Paer foi prestigiado em Dresden (Alemanha), em Viena e viveu
seus dias de glória também em Paris, tendo sucedido Spontini na direção
do Thêatre des Italiens.
• Na primeira metade do século XIX compositores como Mayr, Paer,
Mercadante e Puccini ocupavam lugar de destaque na escola italiana,
porém, o trio formado por Rossini, Donizetti e Bellini foi responsável pelo
maior brilho da ópera no mundo, não só italiana, mas de maneira geral.
• Na Boêmia surge Jan Ladislav Dussek que ficou Carl Maria von Weber
conhecido em toda a Europa pelas suas sonatas.
Seus díscipulos Jan Vaclav Tomásek (1774-1850) e
Jan Hugo Vorisek (1791-1825), escreveram breves
peças líricas com títulos com écloga, rapsódia, ou
impromptu (improviso), exercendo uma influência
sobre Schubert.
Os principais compositores que escreveram para piano são:
Franz Schubert (1797-1828)
Além de inúmeras marchas, valsas e outras danças, Schubert
escreveu 14 pequenas peças par piano, chamadas pelos
editores de improvisos (impromptu) ou momento musical.
As grandes obras para piano, são as onze sonatas completas
e uma Fantasia em fá menor e o Rondó em Lá Maior. Não
escreveu concertos. Sofreu influência de Mozart e
Beethoven.
Sonata em Mi maior (5 pequenas peças para piano –
Allegro Moderato - 5
• Orquestra de Mannheim, em 1756, era composta por: 1 flauta, 1 oboé, 4 trompetes, par de
tímpanos, 30 cordas (10 primeiros violinos, 10 segundos violinos, 4 violas, 4 violoncelos, 2
contrabaixos);
• Orquestra da Ópera de Viena, em 1842, era composta por: 3 flautas, 3 oboés (inclusive
corne inglês), 3 clarinetas, 3 fagotes (inclusive contrafagote), 6 trompas, 4 trompetes, 4
trombones, sem tuba, par de tímpanos, percussão, 32 cordas (9 primeiros violinos, 9
segundos violinos, 4 violas, 5 violoncelos, 5 contrabaixos);
• Orquestra do Convent Garden, em 1848, 2 flautas, 2 oboés (com corne inglês), 2 clarinetas,
2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, sem tuba, par de tímpanos, percussão, 2
harpas, 61 cordas (16 primeiros violinos, 15 segundos violinos, 10 violas, 10 violoncelos, 10
contrabaixos);