Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
REDECARD S.A.
CNPJ nº 01.425.787/0001-04
NIRE 35.300.147.073
Companhia Aberta
Em atendimento ao disposto no artigo 9º, inciso III, da Instrução CVM n.º 481, de 17 de dezembro de 2009,
apresentamos abaixo os comentários dos nossos administradores sobre a situação financeira da nossa
Companhia, nos termos do item 10 do Formulário de Referência da Redecard S.A.
2007
De acordo com os dados da ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e
Serviços), a quantidade de cartões emitidos, somados os de funções de crédito, de débito e os de
Loja e Rede, ultrapassaram 450 milhões de unidades, representando crescimento de 17% sobre a
base de dezembro de 2006.
Em 2007, a Redecard ultrapassou a marca dos R$100 bilhões em volume financeiro das
transações com cartões de crédito e débito, atingindo um crescimento de 23,2% em relação ao ano
anterior. Esse bom desempenho e uma sólida administração de custos e despesas permitiram à
Companhia apresentar um crescimento de 38,9% no Lucro Líquido Recorrente, atingindo R$769,4
milhões em 2007.
A contínua expansão da rede de aceitação foi um dos fatores determinantes desse desempenho. A
base instalada de POS alcançou 782,3 mil equipamentos ao final de 2007, representando
crescimento de 21,2% em relação a 2006. Em alguns segmentos, observamos um movimento de
Página 1 de 25
substituição de equipamentos convencionais por POS sem fio (Wireless) em 2007, que atingiram
51,6 mil ao final do período, um crescimento de 54,2% sobre 2006.
O Lucro Líquido Recorrente aumentou R$215,5 milhões, ou 38,9%, para R$769,4 milhões em
2007, comparado a R$553,9 milhões em 2006. Vale destacar que a Receita Operacional Líquida
cresceu 17,8% enquanto o Custo Total dos Serviços Prestados diminuiu 3,7% e as Despesas
Operacionais cresceram 2,7% no ano. A Margem Líquida foi de 37,6% representando crescimento
de 5,7 pontos percentuais quando comparado ao mesmo período de 2006.
Nota: O EBITDA Ajustado consiste no lucro operacional adicionado dos valores da depreciação e amortização e pelo
montante do resultado financeiro líquido, sem considerar, entretanto, a exclusão da receita financeira líquida obtida com os
negócios de pré-pagamento de recebíveis aos estabelecimentos.
Página 2 de 25
2008
O ano de 2008 foi marcado por um agravamento da crise financeira internacional originada no
sistema financeiro norte-americano. A mudança nas expectativas do desempenho futuro da
economia no Brasil provocou, principalmente a partir de outubro de 2008, uma elevação do custo
de capital de terceiros, depreciação cambial, queda na cotação das ações na Bolsa de Valores e
retração na produção industrial.
O IPCA, calculado pelo IBGE, encerrou o ano registrando uma inflação de 5,9%. Esse percentual
ficou dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que compreende a faixa
entre 2,5% e 6,5%. A manutenção da inflação nesse patamar foi atribuída à política monetária
resultante da elevação da taxa Selic ao longo do ano de 2008, passando de 11,25% a.a. em
dezembro de 2007 para 13,75% a.a. em dezembro de 2008.
De acordo com os dados da ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e
Serviços), a quantidade de cartões emitidos no país, somados os de funções de crédito, de débito
e os de Loja e Rede, ultrapassaram 510 milhões de unidades, representando crescimento de 14%
sobre a base de dezembro de 2007. O crescimento do volume financeiro das transações com os
cartões de crédito e débito em 2008, relativamente a 2007, foi de 24%. Nos dois últimos meses de
2008, o volume financeiro das transações com cartões de crédito e de débito, apresentou
crescimento em relação a 2007, em níveis ligeiramente inferiores àqueles verificados nos dez
meses anteriores. Esse desempenho foi atribuído, basicamente, aos reflexos da retração
econômica decorrente da crise financeira internacional.
Nos últimos anos a Companhia investiu recursos em equipamentos de informática para as áreas
de controle e as administrativas, o que contribuiu para o aumento da eficiência operacional,
melhorando o sistema de controle interno e a integração entre as áreas.
Em 2008, a Companhia superou a marca de R$ 125 bilhões em volume financeiro das transações
com cartões de crédito e débito, atingindo um crescimento de 22,3% em relação ao ano anterior.
Isoladamente, o volume financeiro das transações com cartões de crédito apresentou um
crescimento de 20,8%. As transações com cartões de débito tiveram crescimento foi de 25,4%.
A Receita Operacional Líquida foi de R$ 2.588,8 milhões, 26,5% superior ao registrado em 2007,
com destaque para o crescimento de 36,9% da receita financeira líquida devido ao maior volume
Página 3 de 25
de pré-pagamento de recebíveis aos estabelecimentos, que atingiu o volume financeiro de R$ 19,2
bilhões no ano. Esse volume representou 23,2% do volume financeiro das transações com cartão
de crédito do período. O Custo Total dos Serviços Prestados e as Despesas Operacionais
apresentaram, respectivamente, crescimento de apenas 7,6% e 4,1% em 2008, comparados ao
ano anterior. O Lucro Líquido Recorrente foi de R$ 1.103,4 milhões, 43,4% superior ao registrado
no ano anterior. Os ganhos obtidos por meio de melhorias de processos, renegociações de preços
com fornecedores e centralização das suas operações resultaram no aumento da Margem Líquida
Recorrente de 42,6%, comparada a 37,6% em 2007. A centralização das operações da Companhia
em sua nova sede na cidade de Barueri, estado de São Paulo, resultou em redução de impostos, a
partir de agosto de 2008.
Nota: O EBITDA Ajustado consiste no lucro operacional adicionado dos valores da depreciação e amortização e pelo
montante do resultado financeiro líquido, sem considerar, entretanto, a exclusão da receita financeira líquida obtida com os
negócios de pré-pagamento de recebíveis aos estabelecimentos.
2009
O ano de 2009 começou com a expectativa de que a grave crise financeira global resultaria numa
pronunciada e talvez longa recessão mundial. As economias desenvolvidas, mais atingidas pela
crise financeira, entraram em recessão sincronizada na passagem do primeiro para o segundo
semestres de 2008.
No comércio varejista, o maior impacto da crise foi sentido nos segmentos mais dependentes da
confiança do consumidor e das condições de crédito. Mais do que a piora observada nas
condições de crédito, em especial prazos, a forte derrocada da confiança parece ter sido o
principal canal de transmissão da crise internacional para a economia brasileira, tanto dos
consumidores, que reduziram compras a crédito, como da indústria e do comércio, que deixaram
de investir e de contratar em resposta ao forte aumento da incerteza econômica.
Entretanto, o quadro ao final do ano foi diferente. O PIB doméstico mostrou recuperação
significativa no final de 2009, puxado, principalmente, pelo Consumo das Famílias. A demanda
interna veio em rápida recuperação no segundo semestre, ao passo que a demanda externa
somente deu sinais de recuperação a partir de agosto de 2009.
De acordo com os dados da ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e
Serviços), a quantidade de cartões emitidos no país, somados os de funções de crédito, de débito
e os de loja e rede, ultrapassaram 565 milhões de unidades, representando crescimento de 10%
sobre a base de dezembro de 2008.
Página 4 de 25
Esta quantidade de cartões emitidos propiciou expressivos índices de crescimento do mercado de
cartões no Brasil, nos últimos anos. Em 2009, o setor movimentou R$ 444 bilhões, segundo os
dados da ABECS. A quantidade de transações apresentou crescimento de 15,0%, atingindo a
expressiva cifra de 6,1 bilhões em 2009. Desse volume de transações, destaca-se a participação
preponderante dos cartões de crédito e débito, que representam 81% do total de transações. Em
volume financeiro, o valor dos cartões de crédito e de débito representou 87% do total.
A Companhia capturou R$ 148,0 bilhões em transações com cartões de crédito e débito no ano de
2009, com crescimento de 18,9% no volume financeiro das transações de crédito e 16,6% de
débito. O volume de Pré-pagamento atingiu 23,4% do volume financeiro das transações com
cartão de crédito e os investimentos em equipamentos para captura foram de R$ 136,0 milhões em
2009.
A Companhia encerrou 2009 com um Lucro Líquido de R$ 1.394,6 milhões (16,6% acima de igual
período de 2008). O Lucro Líquido Recorrente foi de R$ 1.395,9 milhões, o que equivale a um
aumento de 26,5% sobre o registrado no ano anterior. Este resultado é uma combinação do
crescimento de 18,9% da Receita Operacional Líquida e do comportamento favorável dos Custos
Totais dos Serviços Prestados e das Despesas Operacionais, que, somados, cresceram 6,2% no
período. Esta melhoria de produtividade foi obtida por meio de mudanças nos processos, de
renegociações de preços com fornecedores e de ganho de escala, resultando em uma Margem
Líquida Recorrente de 45,4%, uma expansão de 274 pontos percentuais em relação a 2008.
Nota: O EBITDA Ajustado consiste no lucro operacional adicionado dos valores da depreciação e amortização e pelo
montante do resultado financeiro líquido, sem considerar, entretanto, a exclusão da receita financeira líquida obtida com os
negócios de pré-pagamento de recebíveis aos estabelecimentos.
Os ciclos operacional e financeiro da Companhia permitem que os recursos dos bancos emissores
dos cartões de crédito sejam recebidos com antecedência mínima de 2 (dois) dias da data de
pagamento aos estabelecimentos. Os fluxos de recebimento e de pagamento das transações dos
cartões de débito são efetuados no dia útil seguinte ao da captura e processamento da transação.
Página 5 de 25
A Redecard desempenha o papel de uma prestadora de serviço de compensação, informando aos
bancos do Sistema Redecard os fluxos líquidos entre eles, bem como os valores a serem
creditados na conta de cada estabelecimento, de acordo com o seu domicílio bancário. Os
investimentos realizados estão baseados em premissas de retorno sobre o investimento,
assegurando aos acionistas que tais retornos aconteçam em prazos razoáveis àqueles verificados
na indústria de cartões de pagamento.
A Fitch Ratings atribui à Redecard os IDRs (Issuer Default Ratings - Ratings de Probabilidade de
Inadimplência do Emissor) de Longo Prazo em Moeda Estrangeira e Local BBB e o Rating
Nacional de Longo Prazo AAA(bra). A Perspectiva desses ratings corporativos é Estável.
A Companhia tem a política de pagar dividendos sobre os resultados semestrais, o que colabora
para a manutenção de capital de giro em patamares elevados entre as datas de pagamentos de
dividendos.
A Companhia não tem expectativa de deficiências de liquidez, haja vista os prazos do seus ciclos
financeiro e operacional. Adicionalmente, a Companhia mantém um montante aplicado em CDB,
em instituições de primeira linha, com liquidez diária, justamente para suportar um eventual default
de qualquer instituição financeira no fechamento das operações diárias. Essa reserva financeira foi
constituída no auge da crise financeira de 2008 / 2009, devidamente aprovada pelo Conselho de
Administração da Companhia. Além disso, as Bandeiras (notadamente a MasterCard, Diners, Aura)
garantem a liquidação das operações com os cartões de crédito e de débito com a sua respectiva
Bandeira, para os estabelecimentos comerciais ou prestadores de serviços. Até o momento não
houve necessidade da utilização tanto da reserva de liquidez quanto do acionamento da cobertura
pela Bandeira.
Página 6 de 25
dividendos, à alienação de ativos, à emissão de novos valores mobiliários e à
alienação de controle societário.
Não é aplicável.
Não é aplicável.
A seguir encontram-se os resultados da Companhia para os exercícios de 2007, 2008 e 2009. Para
a adequada compreensão dos resultados, optamos por demonstrar o resultado recorrente por ser
aquele que representa as operações efetivas da Companhia ao longo do tempo, sem considerar os
resultados extraordinários em cada um dos períodos.
Além disso, até 31 de março de 2007, estava constituído o Consórcio Redecard, cuja
administração era responsabilidade da Companhia. Tendo em vista que o lucro operacional do
Consórcio Redecard era distribuído diretamente aos seus membros, a demonstração de resultado
da Redecard não representava o resultado integral das operações da Companhia. Com a extinção
do Consórcio Redecard, em 31 de março de 2007, a Companhia assumiu todas as suas
atividades. Por esta razão, a Companhia, mediante a utilização de premissas que a sua
administração considera razoáveis, calculou o lucro líquido “pro-forma” para os períodos anteriores
a 31 de março de 2007, que apresenta qual seria o lucro líquido estimado pela Redecard caso as
receitas e despesas, nos respectivos períodos, tivessem pertencido integralmente à Redecard,
tornando, assim, comparáveis as demonstrações de resultado dos períodos anteriores e
posteriores ao encerramento do Consórcio. Em decorrência, o resultado de 2007, abaixo
demonstrado contém os resultados do Consórcio Redecard, por isso a observação de “pro-forma”
e recorrente.
Página 7 de 25
2009 2008 2007
* Tendo em vista que o lucro operacional do Consórcio Redecard era distribuído diretamente aos seus
membros, a demonstração de resultado da Redecard não representava o resultado integral das
operações da Companhia. Com a extinção do Consórcio Redecard, em 31 de março de 2007, a
Companhia assumiu todas as suas atividades. Por esta razão, a Companhia, mediante a utilização
de premissas que a sua administração considera razoáveis, calculou o lucro líquido “pro-forma” para
os períodos anteriores a 31 de março de 2007, que apresenta qual seria o lucro líquido estimado pela
Redecard caso as receitas e despesas, nos respectivos períodos, tivessem pertencido integralmente
à Redecard, tornando, assim, comparáveis as demonstrações de resultado dos períodos anteriores e
posteriores ao encerramento do Consórcio.
Página 8 de 25
RECEITA OPERACIONAL
i) Receita das transações com cartões de crédito: R$ 1.445,3 milhões no ano de 2009,
representando um crescimento de R$ 209,8 milhões ou 17,0% sobre o ano de 2008, decorrente da
combinação de (i) crescimento de 18,9% no volume financeiro das transações e (ii) variação
negativa na taxa de desconto líquida média de 1,49% para 1,47%. Em 2008 foi de R$ 1.235,5
milhões, representando um crescimento de R$ 202,9 milhões ou 19,7% sobre o ano de 2007,
decorrente de (i) crescimento de 20,8% no volume financeiro das transações e (ii) ligeira variação
negativa na taxa de administração líquida média, que encerrou o ano em 1,49%.
ii) Receita das transações com cartões de débito: R$ 389,4 milhões no ano 2009,
representando um crescimento de R$ 57,4 milhões ou 17,3% sobre o ano de 2008, decorrente,
principalmente, do crescimento de 16,6% no volume financeiro das transações e da variação
positiva na taxa de desconto líquida média de 0,78% para 0,79%. Em 2008 o montante foi de R$
332,0 milhões, representando crescimento de R$ 69,1 milhões ou 26,3% sobre o ano de 2007,
decorrente de (i) crescimento de 25,4% no volume financeiro das transações e (ii) ligeira variação
positiva na taxa de administração líquida média, que encerrou o ano em 0,79%.
iv) Outras receitas: atingiu R$ 119,0 milhões em 2009, representando um crescimento de R$ 15,7
milhões ou 15,2% sobre o ano de 2008. Estas receitas incluem: (a) receita com os serviços de
consulta de cheques, (b) receita com a captura de transações com cartões-benefício (alimentação,
refeição, etc), (c) receita com a captura de transações com cartões de loja (Private Label), (d)
receita de trava de domicílio bancário cobrada dos bancos emissores, dentre outras. Em 2008,
essas receitas foram de R$ 103,3 milhões, representando um crescimento de R$ 16,4 milhões ou
18,8% sobre 2007.
Impostos
Os impostos sobre as receitas operacionais, que totalizaram R$ 218,7 milhões no ano de 2009,
apresentaram uma redução de R$ 2,7 milhões, ou 1,2% sobre o ano de 2008. Esta variação
positiva é resultado da centralização das operações da Companhia em sua sede na cidade de
Barueri, Estado de São Paulo, ocorrida em agosto de 2008 e da dedução de parte do fee de
bandeira na base de cálculo dos impostos federais. Os impostos sobre as receitas operacionais,
que totalizaram R$ 221,4 milhões no ano de 2008, apresentaram aumento de R$ 16,2 milhões ou
7,8% sobre o ano de 2007. Esta variação foi resultado de (i) incremento de 22,3% das receitas
operacionais, (ii) parcialmente compensado pela centralização das operações da Companhia em
sua nova sede na cidade de Barueri, SP.
Resultado Financeiro
As receitas financeiras líquidas apresentaram aumento de R$ 75,3 milhões ou 14,5% para R$
594,8 milhões em 2009, comparado a R$ 519,5 em 2008, principalmente devido ao resultado do
pré-pagamento a estabelecimentos credenciados. O resultado do pré-pagamento, líquido de
despesas financeiras, foi de R$ 598,9 milhões, 13,6% superior ao registrado em 2008. O volume
Página 9 de 25
pré-pago atingiu R$ 23,0 bilhões em 2009, o que representou 23,4% do volume financeiro total das
transações com cartões de crédito do período.
Os custos dos serviços prestados atingiram R$ 510,7 milhões em 2009, representando uma
elevação de R$ 12,4 milhões ou 2,5% quando comparado ao ano de 2008, apesar da quantidade
de transações com cartões ter crescido 13,5% entre os mesmos períodos. Em 2008 esses custos
atingiram R$ 498,3 milhões em 2008, representando uma elevação de R$ 36,6 milhões ou
somente 7,9% quando comparado ao ano de 2007, enquanto a quantidade de transações com
cartões cresceu 17,7% entre os dois anos, também em conseqüência de melhorias de processo e
de renegociação de preços com os fornecedores em geral.
Em 2008 representou um crescimento de apenas 7,6% em relação ao ano anterior, para R$ 610,0
milhões, enquanto a quantidade total das transações de cartões de crédito e débito cresceu 17,7%
no mesmo período. O resultado foi um custo total dos serviços prestados por transação de R$
0,3487, representando uma redução nominal de 8,6% quando comparado a 2007.
DESPESAS OPERACIONAIS
i) Pessoal
As despesas com pessoal foram de R$ 129,1 milhões em 2009, 5,8% maior em relação a 2008.
Em 2008, as despesas com pessoal aumentaram R$ 0,9 milhão, ou 0,7% sobre 2007, totalizando
R$122,1 milhões no ano.
Página 10 de 25
ii) Administrativas
As principais despesas administrativas estão relacionadas à (a) infra-estrutura predial, que inclui
aluguel e manutenção de imóveis; (b) manutenção dos sistemas administrativos; (c) serviços
profissionais contratados, como auditores, consultores e advogados externos; (d) viagens e
locomoções; (e) materiais de escritório, impressão e processamento de documentos e (f)
telecomunicação corporativa.
iii) Marketing
Os gastos com marketing são direcionados: (a) ao incentivo à aceitação dos cartões de crédito e
débito, incluindo material de merchandising e ações promocionais no ponto de venda e (b) à
campanha de publicidade para posicionar a marca Redecard, tendo em vista as novas condições
de mercado a partir de meados de 2010. Em 2009, as despesas de marketing foram de R$ 71,1
milhões 46,0% maiores do que 2008, em função da recente campanha de publicidade da
Companhia. Em 2008, essas despesas atingiram R$ 48,7 milhões em 2008, uma redução de R$
0,5 milhão quando comparadas a 2007. Também nestas despesas foram realizadas renegociação
de preços com os fornecedores.
O Lucro Líquido Recorrente cresceu para R$1.103,4 milhões em 2008, de R$769,4 milhões em
2007, ou seja, um aumento de 43,4%. Este resultado é uma combinação do crescimento de 26,5%
da Receita Operacional Líquida e do comportamento favorável dos Custos Totais dos Serviços
Prestados e das Despesas Operacionais, que, somadas, cresceram apenas 6,3% no ano. A
Margem Líquida Recorrente em 2008 foi de 42,6%, representando crescimento de 5,0 pontos
percentuais quando comparado ao ano de 2007.
Página 11 de 25
Reconciliação do Lucro Líquido Recorrente
10. 3. Os diretores devem comentar os efeitos relevantes que os eventos abaixo tenham
causado ou se espera que venham a causar nas demonstrações financeiras do emissor e
em seus resultados:
a) introdução ou alienação de segmento operacional;
b) constituição, aquisição ou alienação de participação societária;
c) eventos ou operações não usuais.
10.5. Os diretores devem indicar e comentar políticas contábeis críticas adotadas pelo
emissor, explorando, em especial, estimativas contábeis feitas pela administração sobre
questões incertas e relevantes para a descrição da situação financeira e dos resultados, que
exijam julgamentos subjetivos ou complexos, tais como: provisões, contingências,
reconhecimento da receita, créditos fiscais, ativos de longa duração, vida útil de ativos não-
circulantes, planos de pensão, ajustes de conversão em moeda estrangeira, custos de
recuperação ambiental, critérios para teste de recuperação de ativos e instrumentos
financeiros.
Página 12 de 25
As demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil, com base nas disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações e nas normas
estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As principais práticas contábeis
adotadas na elaboração destas demonstrações contábeis correspondem às normas e orientações
vigentes para as demonstrações contábeis encerradas em 31 de dezembro de 2009, em 31 de
dezembro de 2008 e 31 de dezembro de 2007, que serão diferentes daquelas a serem utilizadas
para elaboração das demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2010.
A seguir descrevemos as principais práticas contábeis adotadas pela Companhia, em especial
aquelas que envolvem estimativas pela Administração, bem com aquelas que contém, na sua
essência, questões incertas a respeito das previsões envolvidas na sua apuração e contabilização:
Moeda funcional e de apresentação
As demonstrações contábeis são apresentadas em Reais, moeda funcional e de
apresentação, e todos os valores aproximados para milhares de reais, exceto quando
indicado de outra forma.
Estimativas contábeis
A elaboração das demonstrações contábeis está de acordo com as normas estabelecidas
pela CVM, as quais requerem que a Administração use de julgamento na determinação e no
registro de estimativas contábeis. Ativos e passivos significativos, sujeitos a essas
estimativas e premissas, incluem o valor do ativo imobilizado, provisão para créditos de
liquidação duvidosa, imposto de renda e contribuição social diferidos ativos e provisões para
contingências. A liquidação das operações envolvendo essas estimativas poderá resultar em
valores diferentes dos estimados. A Companhia revisa suas estimativas e premissas, pelo
menos, anualmente.
Moeda estrangeira
Os ativos e passivos monetários denominados em moedas estrangeiras são convertidos
para reais pela taxa de câmbio da data de fechamento do balanço e as diferenças
decorrentes de conversão de moeda foram reconhecidas no resultado. Basicamente, esses
saldos são originados em transações realizadas nos Estabelecimentos com cartões de
crédito e de débito emitidos por instituições no exterior, licenciadas pelas Bandeiras aceitas
pelo Sistema Redecard.
Esses montantes referem-se aos valores das transações realizadas pelos titulares de
cartões de crédito emitidos por instituições financeiras licenciadas pelas Bandeiras aceitas
no Sistema Redecard, sendo os saldos de contas a receber de emissores líquidos das taxas
Página 13 de 25
de intercâmbio e os saldos de contas a pagar a Estabelecimentos deduzidos das taxas de
desconto, cujos prazos de recebimento dos emissores e de pagamento aos
Estabelecimentos são inferiores a um ano.
Despesas antecipadas
A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída com base nas análises de
riscos de realização dos créditos a receber, inadimplência e inatividade de Estabelecimentos
e está demonstrada em montantes considerados suficientes para cobertura de eventuais
perdas. Durante o exercício de 2009, a Companhia passou a baixar contabilmente os
créditos vencidos há mais de 180 dias, integralmente provisionados, referentes aos valores
cobrados a título de aluguel de equipamentos dos Estabelecimentos considerados
insolventes. Os efeitos dessa mudança de estimativa de recebimento dos valores de aluguel
de equipamentos a receber podem ser assim demonstrados:
31.12.2009 31.12.2008
Saldo inicial da provisão (28.093) (20.434)
Incremento de provisão (31.940) (17.224)
Créditos baixados 44.952 9.565
Saldo final da provisão (15.081) (28.093)
Imobilizado
Página 14 de 25
depreciação está calculada e contabilizada pelo método linear, com base em taxas que
levam em conta a expectativa de vida útil dos bens. Os gastos decorrentes da reposição de
um componente de um item do imobilizado são capitalizados somente quando representam
alterações na vida útil, enquanto os demais gastos dessa natureza são registrados
diretamente no resultado do exercício. A obsolescência tecnológica é o principal fator para a
determinação da vida útil.
O ativo imobilizado de maior valor nominal é o chamado de equipamentos de captura e
refere-se aos equipamentos POS, sejam eles desktop ou wireless, além dos leitores de
cartões, chamados de Pin Pad, alugados aos Estabelecimentos credenciados ao Sistema
Redecard e utilizados na captura das transações eletrônicas efetuadas com cartões de
crédito, débito ou cartões benefício. A taxa de depreciação desses equipamentos está
baseada em relatório técnico emitido por órgão competente tecnicamente, no qual foram
considerados os efeitos da obsolescência tecnológica, do seu uso intensivo e a da
exposição dos equipamentos à fraude, para a estipulação da vida útil do bem.
Intangível
Os valores dos ativos não circulantes são revistos anualmente para avaliar se os montantes
demonstrados estão acima do seu valor de recuperação, seja pela venda ou pelos fluxos de
caixa futuros gerados pelo ativo. Os ativos que estejam demonstrados acima de seu valor
recuperável são ajustados e suas taxas de depreciação e amortização são revistas para que
melhor representem a sua vida útil econômica. A Companhia não possui nenhum ativo
contingente.
Tributos diferidos
31.12.2009
Créditos tributários sobre diferenças temporárias:
Contingências cíveis 2.453
Contingências trabalhistas 2.285
Contingências tributárias 2.386
Provisões sobre adições temporárias:
Credenciamento e Atendimento ao Estabelecimento 10.466
Participação dos empregados nos resultados 9.279
Devedores Duvidosos 5.127
Marketing 4.074
Tecnologia da Informação 1.778
Outros 4.180
Total 42.028
Página 15 de 25
impostos diferidos reconhecidos em 31 de dezembro de 2009 há o seguinte cronograma de
realização dos referidos impostos diferidos:
O Imposto de Renda e a Contribuição Social Diferidos são registrados para refletir os efeitos
fiscais futuros atribuíveis às diferenças temporárias, entre a base fiscal de ativos e passivos
e seu respectivo valor contábil. Esses tributos diferidos decorrentes foram constituídos em
conformidade com o art.1º da Instrução CVM nº 371 e são apresentados na rubrica “Tributos
Diferidos”. A Administração considera que os ativos diferidos decorrentes de diferenças
temporárias serão realizados na proporção da solução final dos passivos contingentes sob
discussão, bem como da realização das provisões para determinados eventos. A
Companhia não possui saldos relativos a prejuízos fiscais e base negativa tributária e/ou
créditos tributários não ativados, como definido pelo art.1º da Instrução CVM nº 371.
Empréstimos
Estão demonstrados pelos valores liberados pelas instituições financeiras, acrescidos dos
encargos contratuais na data base das demonstrações contábeis.
Os juros sobre capital próprio (JCP) pagos ou creditados aos Acionistas, para efeito de
apresentação das demonstrações contábeis, são classificados diretamente à conta de Lucros
do Exercício, rubrica “Juros sobre Capital Próprio”.
Passivos contingentes
Tais valores decorrem de processos judiciais, inerentes ao curso normal dos negócios
movidos por terceiros, ex-funcionários e pela própria Companhia, mediante ações cíveis,
trabalhistas e tributárias. Essas contingências são avaliadas por assessores legais e por
advogados internos e são quantificadas por meio de modelos e critérios que permitam a sua
mensuração de forma adequada, apesar da incerteza inerente ao prazo e valor. As
contingências são classificadas entre: (i) prováveis, para as quais são constituídas
provisões; (ii) possíveis, que somente são divulgadas sem que sejam provisionadas; e (iii)
remotas, que não requerem provisão nem divulgação.
Página 16 de 25
A composição das provisões no último exercício encerrado em 31 de dezembro de 2009 é:
31.12.2009
Cíveis 7.216
Trabalhistas 6.722
Tributárias 7.016
Total 20.954
(ii) Execução fiscal referente a um débito sobre o “PIS Repique” de 1999, por montante
declarado em DCTF e não tendo sido localizado o respectivo recolhimento. O valor
provisionado em 31 de Dezembro de 2009 é de aproximadamente R$ 0,6 milhão (31 de
Dezembro de 2008 - R$ 0,6 milhão).
Página 17 de 25
Apuração do resultado
A Companhia oferece aos executivos planos de remuneração com base em ações (conforme
Plano de Outorga de Opções aprovado em Assembléia Geral Extraordinária de 21/12/2007 e
alterado em Assembléia Geral Extraordinária de 23.10.2008), liquidados em ações da
Companhia. Os planos de remuneração da Companhia reconhecem essa remuneração
como contraprestação dos serviços prestados por esses executivos e há carência de um ano
até o primeiro exercício. A deliberação da CVM nº 562 aprovou e tornou obrigatório o CPC
10 – “Pagamentos baseados em Ações”, que trata dos procedimentos para reconhecimento
e divulgação das transações com pagamentos baseados em ações. O valor justo das
opções concedidas, calculado considerando o modelo de precificação das opções, baseado
na aplicação da metodologia “Black & Scholes”, tem como base os preços das ações da
Companhia e é reconhecido como despesa no período em que o direito é adquirido, ou seja,
no período durante o qual as condições específicas de aquisição de direitos são atendidas.
Na data do balanço, a Companhia revisa suas estimativas da quantidade de opções cujos
direitos devem ser adquiridos com base nessas condições e reconhece o impacto da revisão
das estimativas iniciais, se houver, na demonstração do resultado, em contrapartida ao
patrimônio líquido.
O imposto de renda (IRPJ) e a contribuição social (CSLL), do período corrente e diferido, são
calculados com base nas alíquotas de 15%, acrescidas do adicional de 10% sobre o lucro
tributável excedente para IRPJ e 9% sobre o lucro tributável para a CSLL. A provisão desses
tributos está apresentada na rubrica “Obrigações Tributárias”. Os tributos diferidos
decorrentes de diferenças temporárias foram constituídos em conformidade com o art.1º da
Instrução CVM nº 371 e levam em consideração o histórico de rentabilidade e a expectativa
de geração de lucros tributáveis futuros, fundamentada em estudo técnico de viabilidade,
sendo apresentados na rubrica “Tributos Diferidos”.
Página 18 de 25
As informações dos exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2009 e 2008 foram
elaboradas considerando as regras do Regime Tributário de Transição – RTT, que neste
momento, não resultaram em efeitos tributários.
Pronunciamentos e interpretações emitidos pelo CPC, que ainda não estão em vigor
Pronunciamentos
CPC 21 - Demonstração intermediária
CPC 23 - Políticas contábeis, mudança de estimativa e retificação de erros
CPC 24 - Eventos subsequentes
CPC 25 - Provisões, passivos e ativos contingentes
CPC 26 - Apresentação das demonstrações contábeis
CPC 27 - Ativo imobilizado
CPC 30 - Receitas
CPC 32 - Tributos sobre o lucro
CPC 33 - Benefícios a empregados
CPC 37 - Adoção inicial das normas internacionais de contabilidade
CPC 38 - Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração
CPC 39 - Instrumentos financeiros: apresentação
CPC 40 - Instrumentos financeiros: evidenciação
Interpretações
ICPC 04 - Alcance do CPC10 - Pagamento baseado em ações
ICPC 05 - CPC 10 - Pagamento baseado em ações
ICPC 08 - Contabilização da proposta de pagamento de dividendos
ICPC 10 - Esclarecimentos sobre os CPC 27
Instrumentos financeiros
Página 19 de 25
Durante os exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2009, de 2008 e de 2007, a
Companhia não contratou qualquer tipo de instrumentos financeiros derivativos, nos termos
da Deliberação CVM nº 550, de 17 de outubro de 2008.
Em atendimento a Instrução CVM nº 475, de 17 de dezembro de 2008, abaixo são
relacionadas as seguintes informações:
Considerações gerais
31.12.2009
Aplicações financeiras – CDB’s 126.805
Empréstimos (186.958)
Nos termos determinados pela CVM, por meio da Instrução nº 475/08, segundo avaliação
efetuada pela Administração e considerando um horizonte de três meses, contados da
publicação das Demonstrações Contábeis do último exercício, não foram identificados
impactos materiais sobre os instrumentos financeiros sujeitos às variações em taxas de juros
CDI, resultantes de análise de sensibilidade com base nos cenários estabelecidos por
aquela instrução.
A Redecard responde por 100% do custo do plano de benefícios previdenciários aos seus
empregados, na modalidade de benefício definido. Adicionalmente, a Companhia participa
com 50% das contribuições para um plano de benefícios previdenciários aos seus
empregados que optarem por esse plano, na modalidade de contribuição definida (Plano de
Aposentadoria Suplementar). Os empregados podem participar dos dois planos, apenas de
um dos planos ou de nenhum deles.
Os relatórios atuariais em 2009, 2008 e 2007 foram preparados pela Mercer Human
Página 20 de 25
Resource Consulting Ltda. As premissas atuariais adotadas nos cálculos em 2009 foram:
Descrição 31.12.2009
(Ganho) no início do ano (2.339)
Amortização no ano -
(Ganho) / perda nas obrigações atuariais 3.705
(Ganho) / perda nos ativos do plano (6.844)
(Ganho) no final do ano (5.478)
10.6. Com relação aos controles internos adotados para assegurar a elaboração de
demonstrações financeiras confiáveis, os diretores devem comentar:
a) grau de eficiência de tais controles, indicando eventuais imperfeições e
providências adotadas para corrigi-las
Página 21 de 25
em caso de manifestações de riscos operacionais, tais como, dentre outros eventos,
interrupções no fornecimento de energia ou falhas nos sistemas de telecomunicações da
rede de captura e processamento da Companhia. .
Em 2009, a Companhia adotou medidas adicionais que visam reforçar esse ambiente,
dentre as quais destacamos a obtenção da certificação internacional PCI DSS (Payment
Card Industry Data Security Standard Council), que credencia a Redecard como uma
empresa de adquirência que atende em sua plenitude, às regras de segurança da
informação estabelecidas pelas bandeiras.
10.7. Caso o emissor tenha feito oferta pública de distribuição de valores mobiliários, os
diretores devem comentar:
a) como os recursos resultantes da oferta foram utilizados
Página 22 de 25
riscos e responsabilidades, indicando respectivos passivos
Não aplicável à Companhia
10.9. Em relação a cada um dos itens não evidenciados nas demonstrações financeiras
indicados no item 10.8, os diretores devem comentar:
a) como tais itens alteram ou poderão vir a alterar as receitas, as despesas, o
resultado operacional, as despesas financeiras ou outros itens das demonstrações
financeiras do emissor
b) natureza e o propósito da operação
c) natureza e montante das obrigações assumidas e dos direitos gerados em favor
do emissor em decorrência da operação
Os itens de a até c, acima, não são aplicáveis à Companhia.
Página 23 de 25
Contando com uma arquitetura de TI flexível, a Companhia está se preparando para
capturar a Bandeira Visa a partir de julho de 2010.
Os recursos para esses investimentos têm origem na operação normal dos negócios, não
existindo recursos de terceiros para estes investimentos.
Página 24 de 25
itens desta seção.
Não há outros fatores a destacar nesta seção que sejam relevantes e que não foram aqui
mencionados.
Página 25 de 25