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O Urbanismo

Segundo Choay (2013), este termo deve ser antes definido, pois está carregado de
ambiguidades. Urbanismo é a disciplina e a actividade relacionadas com o estudo, regulação, controle e
planeamento da cidade (em seu sentido mais amplo) e da urbanização. Sua definição porém, sempre varia de acordo
com a época e lugar. No entanto, costuma-se diferenciá-lo da simples ação urbanizadora por parte do homem, de
forma a que o urbanismo esteja associado à ideia de que as cidades são objetos a serem estudados, mais do que
simplesmente trabalhados. Também, entretanto, não é uma disciplina que se confunde com ramos de outras ciências
mais amplas (como a geografia urbana ou a sociologia urbana, embora mantenha interfaces com elas).

O Urbanismo mostra-se, portanto, como uma ciência humana (ciência aplicada), de caráter eminente multidisciplinar,
inserida no contexto próprio de uma sociedade em processo de constante crescimento demográfico e respondendo a
uma forte pressão de civilização e urbanidade, enfrentando suas demandas e problemas. Numa perspectiva simplista, o
urbanismo corresponde à ação de projetar e ordenar as cidades. No entanto, sob um ponto de vista mais amplo, o
urbanismo pode ser entendido tanto como um conjunto de práticas ou de ideias, quanto como uma forma ideológica
que visa reproduzir as condições gerais do modo de produção capitalista. Segundo este ponto de vista, atualmente tanto
o Capital quanto o Estado se apropriam da prática e teoria (entendendo-os como ideologia) do urbanismo como um
mecanismo gerador de lucro.

Portanto, o estudo do urbanismo deve ser uma atividade multidisciplinar e complexa que dialoga principalmente com a
arquitetura (em seu sentido mais comum), com a arquitetura da paisagem, com o design e com a política. Ele necessita
da contribuição de áreas do conhecimento como a ecologia, geologia, ciências sociais, geografia e outras ciências.

A palavra deriva-se dos estudos do engenheiro catalão Ildefonso Cerdá, responsável pelo projeto de ampliação de
Barcelona na década de 1850. Apesar de jamais ter usado o termo urbanismo, Cerdà cunhou o termo urbe para
designar de modo geral os diferentes tipos de assentamento humano e o termo urbanização designando a ação sobre
a urbe. Destes termos muito próximos surgirá o nome urbanismo no início do século XX. Cerdà publicou extensos
estudos sobre as cidades de Barcelona e Madri, que versavam sobre os mais diversos aspectos da cidade indo desde
questões técnicas (como a análise da rua e seus sistemas de infraestrutura) até questões teóricas e territoriais, (i.e.:
como ligar as cidades em uma grande rede nacional?). Um compêndio expandido e revisado, a Teoria Geral da
Urbanização, publicado em 1867, resulta de seus estudos anteriores e é a publicação mais notória de Cerdà.

Para Santos (s/d):

O Urbanismo é um campo do conhecimento, ora considerado como ciência ora como técnica, que tem a
cidade como principal objecto de estudo e intervenção. Surge como campo do conhecimento, no final do
século XIX, na Europa, período pós-revolução industrial, em busca de transformações necessárias à
realidade caótica das cidades. No entanto uma maior maturidade teórica só foi alcançada no século XX.
Observa-se hoje que ainda conserva-se um conceito tradicional sobre o mesmo, como preso a aspectos
estético-funcionais. Porém o Urbanismo ultrapassou largamente esta visão, não se limitando a uma
simples técnica do engenheiro ou do arquitecto para intervir no espaço urbano, pois abrange o campo da
comunidade, da planificação social.

(Santos, s/d., 2)
Segundo Portes (2013), o urbanismo actual das cidades é considerado disperso e gera problemas
ambientais, face ao espalhamento da malha urbana sobre a paisagem natural, eliminado florestas, se
apropriando dos recursos naturais, aumentando a demanda por consumo e energia, produzindo
resíduos em excesso como resultados do modelo de consumo.

Portes afirma que:

A dispersão urbana exige intenso uso de veículos para transporte de mercadorias e pessoas (em âmbito
local, urbano, regional, nacional e internacional) que acarretam a poluição do ar através da emissão de
gases provenientes de combustíveis fósseis nos diversos meios e redes de transporte, bem como da
impermeabilização do solo decorrentes da pavimentação excessiva, que além de exercer sérios danos ao
ciclo hidrológico, proporciona enchentes face à deficitária infra-estrutura urbana, bem como impacta o
clima urbano de forma considerável.

(Portes, 2013:23)

Professor Bernardo Secchi (2005), por exemplo, ainda que numa postura relativista, evidencia no seu
conceito de Urbanismo, a existência ou a busca de transformações físicas:

Portanto, por Urbanismo entendo não tanto um conjunto de obras, de projectos, de teorias ou normas
associadas a um tema, a uma linguagem e a uma organização discursiva; muito menos o entendo como
um determinado sector do ensino, mas ao contrário como um testemunho de um vasto conjunto de
práticas, quais sejam as da contínua e consciente modificação do estado do território e da cidade.

Urbanismo não apenas desenha a cidade que se quer, mas também determina como essa deve ser
obtida e usada, ou seja, acreditando na utopia de poder formatar a sociedade que aí habita.

História do Urbanismo

Entre o urbanismo grego e o urbanismo romano não há roptura mas continuidade. Em se tratando tanto
da estrutura urbana e dos equipamentos públicos quanto das preocupações estéticas, as lições da Grécia
[…] estão directamente na origem do urbanismo romano.

O Urbanismo na Grécia Antiga

Para os gregos, a noção de “cidade” não se confunde com a de “vila”. A cidade (polis) é antes de tudo
uma comunidade de cidadãos, uma associação de carácter moral, político e religioso. A ideia da cidade
surge numa sociedade rural, com habitações dispersas, e as associações que então se formam
(synoecismes) são independentes de qualquer ideia urbana. Na prática, a cidade logo comporta um
estabelecimento urbano, mas engloba igualmente os campos, com seus burgos onde os habitantes são
também cidadãos, membros da polis da mesma forma que os citadinos. Essa concepção abstracta da
cidade explica por que os pensadores somente se interessam tardiamente pelos problemas concretos da
organização e do planeamento das cidades, ao passo que as primeiras grandes realizações urbanas
remontam ao final do século VII.

Durante muito tempo, os pensadores gregos que se interessavam pela cidade fazem-no somente da
perspectiva da filosofia política e da moral. Hipócrates encara a cidade de maneira concreta, estudando
os efeitos do ambiente urbano (sítio, localização, natureza do solo, regime dos ventos…) sobre os
habitantes, tanto no aspecto físico quanto no aspecto moral.

Platão expõe em Críticas e principalmente nas Leias os princípios que devem comandar a instalação
material da cidade ideal. Ele insiste sobre a escolha do sítio, do qual ele examina as ocorrências quanto à
salubridade, às vantagens económicas e também quanto ao clima psicológico e moral, o que o conduz a
desaconselhar os sítios marítimos. Ele fixa o número ideal de habitantes em 5040 e preconiza a criação
de uma acrópole onde seriam instalados os principais santuários e as habitações dos guerreiros. Uma
outra ideia fundamental de Platão é a de que é melhor que a cidade não possua pontos fortificados, sua
presença somente debilitaria a coragem dos cidadãos.

Aristóteles aconselha a escolha de um sítio não somente salubre mas que permita um abastecimento
fácil, devendo a cidade tirar partido tanto do mar quanto do campo. Ele se preocupa igualmente com as
qualidades defensivas do sítio e opta pelas fortificações.

No que tange a estrutura urbana, Aristóteles defende uma especialização dos bairros segundo sua
função: comercial ou artesanal, residencial, administrativo, religioso. Ele preconiza especialmente a
criação de duas praças bem distintas, uma reservada à vida pública e outra consagrada às actividades
comerciais.

Até o final do século VI as cidades gregas se apresentam na forma de bairros habitacionais com ruas
estreitas e tortuosas, fechadas sobre si mesmas, justapostas ou dispersas, estendendo-se ao pé ou ao
lado de uma colina íngreme onde se encontra uma acrópole.

É nesta época que a presença da ágora se impõe como um dado fundamental do urbanismo grego, que
se encontra de maneira constante até em fundações urbanas da época helenística.
São do final do século VII e do século Vi as primeiras tentativas sistemáticas de planeamento e realização
de melhoramentos na cidade.

Nesta época, os regimes tiranos praticam uma política de urbanismo activa com o objectivo de melhorar
as condições de existência da cidade. Eles se preocupam em particular em assegurar aos habitantes um
bom aprovisionamento de água. Realizam entre outros um vasto programa que compreende a criação de
um sistema de esgoto no sector de ágora, a regularização do traçado das ruas e a construção sob a
Acrópole do primeiro templo de Atená.

Os séculos IV e V foi muito importante para a história do urbanismo devido ao aparecimento dos
traçados urbanos ortogonais, dos quadriculados regulares. O quadro quadriculado adoptado em Mileto
constitui a transição urbanística de um pensamento cujas especulações filosóficas de carácter
matemático e as meditações sobre a melhor organização política da cidade resultam na procura de uma
estrutura urbana correspondente. A partir da metade do século V, o emprego do plano ortogonal torna-
se habitual tanto para a fundação de novas cidades quanto para a expansão e planeamento das cidades
existentes.

O urbanismo copiado de Mileto não se limita ao rigor geométrico do trado, ele comporta uma divisão do
espaço urbano em zonas delimitadas por marcos.

Nas cidades da época clássica as ruas são de uma estreiteza que corresponde essencialmente a
circulação de pedestres e burros de carga.

Existe na Grécia antiga um verdadeiro direito urbanístico. O sistema de desapropriação é utilizado para
as grandes obras públicas urbanas. Uma das maiores preocupações do urbanismo grego é proteger o
espaço público contra os empreendimentos particulares. A mesma preocupação se encontra na
importante legislação urbana que se desenvolve principalmente a partir do século IV.

O Urbanismo Romano

A história romana se desenvolve por mais de um milénio, desde a Roma primitiva até as prestigiosas
realizações urbanas do final da República e do Império. Encontramos um urbanismo romano que chega
ao seu pleno desenvolvimento e que conhece seus maiores sucessos em matéria de qualidade de vida
não na enorme Roma mas nas cidades provincianas que não ultrapassam algumas dezenas de milhares
de habitantes.
A fundação de uma cidade para os romanos é um acto sagrado que é marcado pela observação de um
ritual arcaico tomado de empréstimo aos etruscos.

O plano das cidades romanas se caracteriza pelo emprego sistemático do traçado ortogonal, o que
corresponde a preocupações não mais religiosas mas práticas. Aqui encontramos a influência do
urbanismo grego no urbanismo romano (predileção dos etruscos e dos romanos pelos quadriculados
regulares).

Da Cidade Antiga a Cidade Clássica

O período do urbanismo medieval e do renascimento consagra o


conceito do crescimento das aglomerações urbanas na Europa. Busca-
se um modelo de cidade ideal, onde a Igreja é a precursora de toda a
vida urbana.

O período medieval corresponde na Europa a um grande crescimento urbano durante a qual se forma a
maioria das aglomerações modernas, enquanto no Renascimento as novas formações urbanas são
menos numerosas. O urbanismo medieval e do Renascimento diferem profundamente em suas
concepções. A Idade Média prende-se antes de tudo a solução de problemas concretos, sem espírito de
sistema, com o sentido relativo, o que não exclui entretanto admiráveis êxitos estéticos. No
Renascimento, ao contrário, se o urbanismo não despreza questões de ordem prática, ele está sob
influência da Itália, sobretudo a procura de um modelo de cidade ideal e se esforça em definir os
cânones de uma estética de valor universal.

Na Idade Média, embora toda a sociedade esteja imersa num ambiente profundamente religioso,
são as autoridades leigas que procuram estabelecer um domínio no espaço urbano. A partir da
Renascença, os fundamentos urbanísticos autônomos se encontram colocados, mas a ruptura com o
passado não está de fato consumada. Se a razão se impõe cada vez mais, a utopia está presente
ainda nas portas das cidades.

O Urbanismo dos Séculos XVII e XVIII

O urbanismo dos séculos XVII e XVIII corresponde ao apogeu do urbanismo clássico. Ele é
essencialmente dominado pela influência francesa (que substitui a italiana do decorrer do século XVII).

Os ideais urbanos deste período é possível discerni-los não somente através de projectos e das
realizações mas ainda na legislação, na prática administrativa, nos escritos dos filósofos, dos arquitetos
[…] de todos aqueles que se interessavam pela cidade.
O Urbanismo da Era Industrial

A Evolução Urbana nos Séculos XIX e XX

Se a população mundial aumenta prodigiosamente nos últimos dois séculos, o crescimento da


população vivendo nas cidades é mais rápido ainda. Enquanto a população mundial quadruplica
após 1850, a população urbana se multiplica por dez. Este grande inchaço é conseqüência dos
progressos técnicos e científicos realizados a partir da metade do séc. XVIII.

É a Europa ocidental que desencadeia o processo, logo seguida e posteriormente ultrapassada pelos
Estados Unidos.

Nos países onde ocorre o progresso técnico, o aumento da produtividade do trabalho acarreta um
aumento da produção global, o que possibilita o crescimento demográfico e a elevação do nível de
vida.

Paralelamente, a estrutura da população ativa se transforma. Enquanto no início do séc. XIX todas as
nações ocupam 80% de sua população no setor primário (agricultura), 8% no secundário (indústria)
e 12% no terciário (serviços), assiste-se nos países industrializados a uma verdadeira fundição do
primário em benefício do secundário e do terciário. Posteriormente, em função de um novo
progresso da produtividade na indústria, o secundário diminui por sua vez em benefício do terciário,
que é o grande beneficiário do desenvolvimento económico.

Assim, nos países desenvolvidos, um número restrito de agricultores (5 a 10%) é suficiente para
alimentar o conjunto de habitantes. Ora, eles são 80% dois séculos antes. Isso significa que todos os
excedentes, que exploram as terras menos rentáveis, são obrigados a partir. O êxodo rural
transforma-os, mesmo a contragosto, em citadinos. O despovoamento do campo acarreta o
aumento da população nas cidades.

Nos países economicamente menos desenvolvidos a situação encontra-se sensivelmente


diferenciada. A percentagem da população que vive nas cidades com mais de 100 mil habitantes é
somente de 5 a 10%. Os países em vias de desenvolvimento são certamente afectados pelo
processo geral do aumento da população urbana, mas seu sector primário permanece
significativamente mais importante.

A Gênese do Urbanismo Moderno


O urbanismo tal como o conhecemos nasce em decorrência da Revolução Industrial. Começa na
Inglaterra a partir do século XVIII, lança toda uma população operária nas cidades, que não estão
preparadas para acolhê-las. Resulta uma proliferação de cortiços. As famílias operárias amontoam-
se em locais estreitos e sem conforto em Lille, Liverpool e Manchester. Aos olhos dos
contemporâneos, é toda a cidade que está doente. Balsac classifica Paris de “cancro“. Médicos,
filantropos, sociólogos, economistas, romancistas, diante das epidemias e da delinquência, vêem aí
os frutos envenenados dos cortiços, as infecções de uma cidade má, acusada de corromper a raça
humana, de destilar o vício e o crime.

Uma série de pensadores repudia a noção tradicional de cidade e elabora modelos que permitem
reencontrar uma ordem perturbada pelo maquinismo. É desta pesquisa que nasce a principal
corrente do urbanismo moderno, a corrente progressista que deixa para trás as correntes humanista
e naturalista.

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