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TOMÁS DE AQUINO

O maior defensor da corrente peripatética é o doutor (sacerdote) dominicano Tomás de Aquino. Mestre de Sagrada
Escritura São Tomás não escreveu tratados de filosofia nem pretendeu ser um filósofo, mas somente um teólogo.
Porém, essa designação era rara no seu tempo. Tomás de Aquino ousou realizar a primeira grande síntese
filosóficoreligiosa medieval. A sua obra é considerada a mais decisiva de toda a Idade Média.

Uma “teologia nova”


Os escritos de Tomás de Aquino constituem uma etapa essencial rumo ao pensamento moderno. Ele propõe
edificar uma “teologia nova”, conciliando a revelação cristã e as fontes filosóficas pagãs.

A teologia enfrenta novos desafios


Quando Tomás escreve a sua obra, a teologia continuava a ter como fonte de inspiração a Palavra revelada (o Novo
Testamento, a Bíblia). Porém cada vez mais, exigia-se a implementação de um método interpretativo que
incorporasse a lógica de Aristóteles.

Superar as confusões entre o plano espiritual e a política


Tomás fez evoluir a doutrina cristã: ele definiu uma distinção clara entre o que depende da ordem divina e o que
pertence à ordem da natureza. Com isso, permitiu que o pensamento ocidental se livrasse das confusões mantidas
pelo agostinismo medieval entre a espiritualidade e a política.

Estudo sobre o poder


A análise da cidade, do poder legítimo, da obediência, da moral e da justiça constitui o cerne do Tratado, Do Reino
(De Regno). De acordo com a teoria clássica, defendida por Santo Agostinho, o homem perdeu a sua liberdade
natural depois de ter pecado. Ele decai e a partir de então está mergulhado na ignorância. Santo Tomás matiza essa
concepção: ele integra ideias do pensamento da Antiguidade sobre a natureza.

Restabelecer a autonomia da razão


Para conquistar a salvação, o homem não necessita se afastar da vida natural. A graça de Deus, segundo Tomás de
Aquino, deve permitir ao homem restabelecer as suas disposições naturais, corrompidas pela queda. Entre essas
disposições naturais, duas são decisivas: o livre-arbítrio e a autonomia da razão. A natureza não se opõe à graça
de Deus. Ela pode, ao contrário, tornar-se um prolongamento da realização divina. A mudança de perspectiva é
total. Para Tomás de Aquino, a sociedade - a vida humana - pode existir por ela mesma.

A sociedade é autônoma
A sociedade humana não é o resultado exclusivo da criação e da providência divinas. A sociedade é autônoma; ela
procede da vontade de Deus, mas dispõe de seu próprio dinamismo. Dito de outro modo: ao separar a ideia de
natureza do pecado original, Tomás de Aquino volta a dar à sociedade humana uma nova legitimidade. Retomando
as ideias de Aristóteles na “Política”, Tomás de Aquino afirma que o homem é por natureza um animal político,
cuja natureza se realiza plenamente na vida comunitária.

Uma existência regulada pela razão


Tomás introduz no seu raciocínio a ideia de que a realização plena do homem, com suas capacidades naturais,
supõe uma existência regulada pela razão. Tomas afirma que a vida regulada pela razão é o que diferencia “o
animal civil” (o ser humano) dos outros animais. Nestes últimos, o agrupamento é regulado pelo instinto. A
sociedade humana está organizada pela razão e pela busca da justiça. E está regulada por leis que lhe são próprias.

A vida na terra está destinada à vida feliz no céu


Tomás afirma que os homens, seres racionais, têm uma disposição natural à virtudes. Essa virtude natural é
desenvolvida pela educação (disciplina) que impede o ser humano de fazer o mal.

Leis para garantir a paz social na terra


O papel da lei (criada pelos homens) é dar aos seres humanos regras precisas, que evitem agir mal. Dessa maneira
está garantida a paz social na terra.

A lei só é justa se persegue o bem comum


Como a lei humana é realizada por criaturas que às vezes são levadas ao vício, existe sempre o risco de afastar-se
da virtude. Por essa razão, só é legítima a lei que persegue o bem comum, ou seja, se ela está de acordo com as
leis eternas.

As diferentes leis permitem a Tomás fazer uma síntese


Com o desenho das diferentes leis – humana, divina – Tomás de Aquino realiza uma síntese entre duas tradições
que pareciam totalmente contraditórias para os seus contemporâneos.

A sociedade, uma ordem autônoma


Ao reconhecer a existência do domínio da natureza e da razão, Tomás forja os instrumentos intelectuais que
permitirão pensar a sociedade como uma ordem autônoma. O desenvolvimento desse pensamento abre caminho
para a identificação de um espaço político autônomo, o Estado.

Uma conciliação entre dois modos de pensamento


A “Suma teológica” faz uma conciliação entre a visão defendida pela Igreja até então – Deus como “princípio” -
e uma visão marcada pela influência aristotélica: Deus considerado “do ponto de vista dos fins”. Na “Política”,
Aristóteles estudava experiências políticas da Grécia, do século IV a.C, muito diferentes das conhecidas pela
sociedade feudal. Tomás combina a Tradição (bíblica), as Escrituras, as práticas políticas de sua época e os
métodos filosóficos aristotélicos. Produz, então, uma síntese de todas essas ideias políticas e teorias jurídicas.

Tomás de Aquino estuda os fins da vida em comum


Tomás abriu caminho para o pensamento social moderno, orientado para as finalidades da vida em comum. Esse
pensamento se traduzirá, alguns séculos mais tarde, na rejeição dos sistema que defendem a reprodução eterna de
uma ordem estabelecida na origem. O aristotelismo de Tomás de Aquino era um aristotelismo cristão. Ao contrário
dos cristãos, Aristóteles não tinha o conceito de pecado original. Aristóteles não era otimista em relação à
possibilidade de criar um Estado ideal. Mas ele acreditava na possibilidade de uma reestruturação contínua e
consciente das diferentes estruturas políticas que tinha estudado em mais de cem Constituições da Grécia antiga.

Tomás herda de Aristóteles a doutrina dos diversos regimes políticos


Segundo o ensinamento da Política, um governo – seja de um só, de alguns e do maior número, pode ser bom ou
mau; isso depende da forma como esse governo se posiciona em relação ao fim (o objetivo) da cidade.

O mundo dominado pelo pecado


Para os cristãos primitivos e para os Padres da Igreja, a partir da influência de Santo Agostinho, o Estado era uma
instituição coercitiva; devia manter um mínimo de ordem num mundo onde o pecado dominava. Mesmo se o
governante fosse cristão, como foram os últimos imperadores de Roma, ele só poderia moderar os instintos
humanos e impor um mínimo de justiça na Cidade terrestre. Para os membros da Cidade de Deus, a recompensa
eterna seria obtida após a morte.

Uma vida em sociedade para cooperar


Tomás afirma que “o homem é por natureza um ser político e social”. E acrescenta que o homem usa a razão e a
sua capacidade de comunicar-se para cooperar na construção de comunidades políticas capazes de dar respostas
às necessidades do grupo e dos indivíduos que o integram.

O governante procura o bem comum


A comunidade política é a união de homens livres, sob a direção de um governante que procura promover o bem
comum.
• Assim, o governo tem um papel positivo e uma justificativa moral.
Também os infiéis
Como conclusão, Tomás afirma que também os “Infiéis (os muçulmanos) podem ter um governante justo, já que
a política e o governo são espaços dominados pelas leis humanas.

A lei de Deus não interfere nos assuntos terrenos


A lei de Deus, baseada na graça, não interfere nem vai abolir a lei dos homens, baseada na razão.

Início de um processo...
Desta forma, ele inicia o processo de secularização que levaria finalmente à destituição do poder político-
ideológico da Igreja Católica. Tomás de Aquino legitima o poder temporal. Essa legitimidade antes era
reivindicada pela Igreja para ela própria.
•Tomás de Aquino estudou qual seria a melhor forma de governo.

A defesa da monarquia
Na sua obra “Do Reino”, que não chegará a terminar (será o seu aluno Ptolomeu de Lucques quem a conclua), ele
se pronunciou abertamente a favor do regime monárquico. Monarca tirano perde a legitimidade
• Se o rei – que deve procurar o bem comum – se torna tirânico, a monarquia perde toda legitimidade.
• Tomás escreve que o povo tem, então, direito de rebelar-se.

Governos justos e governos degradados


Aquino distingue vários tipos de governo justos e o seu correspondente degradado, uma distinção semelhante à
clássica já feita por Aristóteles. Assim, à Politia (regime justo) corresponde a democracia; à aristocracia (regime
justo), a oligarquia e à monarquia (regime justo) a tirania. O melhor é a monarquia e o pior é a tirania.

A favor do regime misto


Na Suma teológica essas reflexões aparecem mais comedidas e Tomás se pronuncia a favor de um “regime misto”,
na linha de Aristóteles. O regime misto é a melhor forma: combina elementos da monarquia (onde há só um chefe),
da aristocracia, onde muitos governam conforme o exige a virtude, e da democracia, isto é, do governo do povo.

O “regime misto”
• O “regime misto” é a síntese de três formas de governo:
• Monarquia
• Aristocracia
• Democracia.
• O rei deve ser escolhido por sua virtude. Governa graças ao conselho de alguns homens, igualmente escolhidos
pela sua virtude. Para mostrar que um governo misto é viável dá um exemplo da Escritura: “E isto foi o que
instituiu a lei divina. Pois Moisés e os seus sucessores governavam o povo, sendo como singularmente, os chefes
de todos; e isso é uma espécie de monarquia. Mas eram escolhidos setenta e dois anciãos, conforme a virtude.
Sinal de um regime aristocrático. Mas era também democrático por serem esses escolhidos dentre todo o povo. E
também era o povo que os escolhia.”

Participação do povo
O povo não está despossuído: tem a tarefa de eleger os governantes. Esta definição do povo como eleitor dos
governantes é uma das primeiras manifestações no sentido de dar participação política ao povo, muito antes de
que isto se torna-se uma realidade. Tomás conhecia o sistema republicano: o exemplo das cidades-estado da Itália
lhe era familiar.

O governo mais injusto


O que torna um governo injusto é afastar-se do bem comum, é tratar do próprio bem em detrimento do bem da
multidão. Quanto mais se afasta do bem comum mais injusto é o governo. A tirania é o que mais se afasta, pois
trata do bem de um único, do tirano. “Mais se afasta do bem comum a oligarquia, na qual se busca o bem de uns
poucos, do que na democracia, na qual se procura o de muitos; e ainda mais se aparta do bem comum a tirania, em
que se busca somente o bem de um. É pois o governo do tirano o mais injusto.”
Os reis devem ser escolhidos por seus talentos
• Os reis são escolhidos numa multidão, por causa de seus talentos. Não devem provir de uma elite de nascença.
• Esta posição sobre o governo misto é reafirmada por Tomás em outros textos, como nos “Comentários a
Aristóteles”.

Uma renovação
• O pensamento tomista deve sua posteridade ao fato de que não rompe com a tese da graça (o homem pecador
tem necessidade da ajuda de Deus para obter a sua salvação), mas ele faz uma renovação da doutrina da Igreja.

Os dois fins do ser humano


Tomás defende a doutrina dos dois fins do homem, distanciando-se da influência de Aristóteles. O filósofo grego
esgota o indivíduo na polis, local onde pode construir a sua felicidade e realização plena. Como teólogo cristão,
Tomás concorda com Aristóteles neste aspecto, mas acrescenta que esta realização na polis prolonga-se para um
outro horizonte: o da plenitude da vida eterna. Assim, existem dois fins que o homem deve atingir: um realizado
na polis, especificamente político; outro transcendente, concretizado na vida após a morte. A função da política
depende sempre do fim último do homem, que é a salvação. Todas as ações políticas são condicionadas pelo fim
último do ser humano. Como o homem deve atingir esses dois fins, um temporal (na política) e outro espiritual
(para a conquista da vida eterna), são necessárias duas autoridades, o Estado e a Igreja; ambas reinam na sociedade
humana.

Duas autoridades
O fim do homem se realiza em sociedade Tomás, ao afirmar que o homem vive em sociedade por natureza,
inaugura a interpretação da finalidade da vida humana concretizada em comunhão ou comunidade. O homem não
pode cumprir a sua finalidade terrena, isto é, a vida virtuosa, sozinho; ele necessita estabelecer relações, na vida
em comunidade.

Principal referência filosófica


Ele promove a ideia de natureza, abre um espaço próprio à sociedade; reconhece que os homens devem definir
para si leis positivas (que não pertencem ao terreno de Deus). Tomás de Aquino permanece como a principal
referência filosófica do fim da Idade Média, ao lado dos pensadores da Antiguidade.

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