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Estruturas de mercado, função demanda, função oferta, preço de equilíbrio no mercado de concorrência perfeita,
escassez e excedente, tabelamento, deslocamentos das curvas de demanda e de oferta.
Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência perfeita não é facilmente encontrado na
prática, embora possa se afirmar que os mercados que mais se aproximam dela são os mercados de produtos
agrícolas.
O mercado de concorrência perfeita é estudado pelos economistas para servir como um paradigma (referencial
de perfeição) para análise dos outros mercados.
§ Monopólio – é o mercado que se caracteriza pela existência de um único vendedor. O monopólio pode ser
legal ou técnico.
§ Oligopólio – é o mercado em que existe um pequeno número de vendedores ou em que, apesar de existir
um grande número de vendedores, uma pequena parcela destes domina a maior parte do mercado.
§ Monopsônio – é um mercado em que há apenas um único comprador.
§ Oligopsônio – é o mercado caracterizado pela existência de um pequeno número de compradores ou
ainda que, embora haja um grande número de compradores, uma pequena parte destes é responsável por uma
parcela bastante expressiva das compras ocorridas no mercado.
§ Concorrência Monopolística – trata-se de um mercado em que apesar de haver um grande número de
produtores (e, portanto, ser um mercado concorrencial), cada um deles é como se fosse monopolista de seu
produto, já que este é diferenciado dos demais.
Esta não é a única classificação possível dos mercados, embora seja a mais utilizada.
Uma importante diferenciação entre as estruturas de mercados reside no grau de controle que vendedores e
compradores têm sobre o preço pelo qual o produto é transacionado no mercado.
Na concorrência perfeita, nenhum vendedor ou comprador, considerado isoladamente, tem influência sobre o
preço de mercado.
Neste mercado, portanto, é somente a influência conjunta de todos os vendedores e de todos os compradores
quem determina o preço de mercado.
Nas demais estruturas de mercado, ou o vendedor ou o comprador, isoladamente, pode impor um preço ao
mercado.
1.2 – A Demanda
1.2.1 – Conceito
A demanda de um determinado bem é dada pela quantidade de bem que os compradores desejam adquirir num
determinado período de tempo. Ela será representada pelo símbolo D X.
A demanda do bem x depende de uma série de fatore, dos quais, os economistas consideram como os mais
relevantes:
Onde a letra f significa que Dx é função de e a palavra etc. abarca as outras possíveis variáveis.
A demanda do bem x é, portanto, a resultante da ação conjunta ou combinada de todas essas variáveis.
Assim, por exemplo, caso se deseja saber o que ocorre com a demanda do bem x se o preço do mesmo
aumentar, é preciso supor que todas as demais variáveis que influenciam a demanda permaneçam com o mesmo
valor, de modo que a variação da demanda seja atribuível exclusivamente a variação de preço.
Nesse caso, podemos rescrever a demanda do bem x como sendo apenas a função do preço de x, já que as
demais variáveis ficam com seu valor inalterado:
Dx = f (Px)
A esta relação denominaremos de função da demanda do bem de x e à sua representação gráfica será chamada
de curva de demanda do bem x.
Matematicamente, pode-se dizer que a demanda do bem x é uma função inversa ou decrescente do seu preço.
Embora seja perfeitamente aceitável ao bom senso comum que a quantidade procurada do bem x varie
inversamente ao seu preço, os economistas justificam tal comportamento da demanda em função de dois efeitos:
a) Efeito-renda – quando o preço do bem x aumenta, o consumidor fica, em termos reais, mais pobre e,
portanto, irá reduzir o consumo do bem; o inverso ocorrerá se o preço do bem x diminuir.
b) Efeito-substituição – se o preço do bem x aumenta e o de outros bens fica constante, o consumidor
procurará substituir o seu consumo por outro bem similar; se o preço diminuir, o consumidor aumentará o
consumo do bem x às expensas da diminuição do consumo dos bens sucedâneos.
Tudo o que foi exposto até agora referia-se ao consumidor individual, mas vale também para o mercado como
um todo, já que a curva de demanda do mercado resulta de agregação das curvas individuais.
1.3 – A Oferta
Q quantidade do bem x, por unidade de tempo, que os vendedores desejam oferecer no mercado constitui a
oferta do bem x. Similarmente à demanda, a oferta também é influenciada por diversas variáveis, entre elas:
Ox = f (Px . Pi . T . Pz . etc.)
OBS.: etc. = refere-se a outras possíveis variáveis que possam influenciar a oferta.
Assumindo-se a hipótese do carteris paribus:
Ox = f (Px)
Expressão que é denominada função de oferta do bem x; a sua representação gráfica, mostrada a seguir, é
denominada de curva do bem x. A oferta do bem x é uma curva ascendente da esquerda para a
direita, mostrando que, quanto maior o preço, maior será a quantidade que os produtores desejarão oferecer no
mercado.
A oferta do bem x é portanto, uma função direta ou crescente do preço.
1.4.1 – Conceito
A oferta e a demanda do bem x conjuntamente determinam o preço de equilíbrio no mercado de concorrência
perfeita. O preço de equilíbrio é definido como o preço que iguala as quantidades demandadas pelos
compradores e as quantidades ofertadas pelos vendedores, de tal modo que ambos os grupos fiquem satisfeitos.
O preço e a quantidade de equilíbrio somente serão alterados no mercado se ocorrer um deslocamento das
curvas de oferta e procura.
Embora os economistas refiram-se às curvas de demanda e de oferta, estas também podem ser expressas
linearmente.
1.4.3 – Tabelamento
Num mercado em concorrência perfeita, caso o Governo tabele o preço num valor inferior ao de equilíbrio,
ocorrerá escassez do bem (excesso de quantidade demandada sobre a oferta).
Tendo em vista que a solução adequada para esta escassez, que seria a elevação do preço de mercado, não é
possível pois o mesmo está tabelado, não há outra alternativa ao não ser a administração da escassez.
A curva de demanda se desloca em relação à sua posição original quando uma daquelas variáveis que
supusemos constantes quando traçamos a curva mudar de valor. Ela se deslocará para a direita da posição
original quando a mudança do valor da variável antes suposta constante contribuir para aumentar a demanda e
para a esquerda da posição original quando contribuir para diminuir a demanda.
Bens normais são aqueles cujo consumo aumenta à medida que a renda do consumidor se eleva.
Suponha-se que um determinado nível de renda dos consumidores, a curva de demanda do bem x apresente os
seguintes pares e quantidades procuradas:
Px QPx
10 100
11 90
12 81
13 76
Caso a renda dos consumidores se eleve, provavelmente eles aumentarão também as quantidades demandadas
do bem x de tal forma que, para os possíveis níveis de preços:
Px QPx QP’x
10 100 110
11 90 100
12 81 91
13 76 86
1.5.1.1.2 – Bens Inferiores
bens inferiores são bens cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor
aumenta e aumenta quando o consumidor fica mais pobre.
Se o bem x for um bem inferior, o aumento de renda dos consumidores reduz a sua demanda, a
curva desloca-se para a esquerda e o preço e a quantidade de equilíbrio diminuem.
São aqueles bens em que o consumo de um deles exclui o consumo do outro. A substituição não precisa ser
total, basta o fato de ele comprar maiores quantidades de manteiga implicar um certa redução do seu consumo
de margarina.
São os bens cujo consumo é feito geralmente de forma simultânea. Da mesma forma que a substitubilidade, a
complementaridade não precisa ser total, ou seja, o consumo de um implicar necessariamente no consumo do
outro, bastando que o consumo de ambos seja associado de alguma forma. Exemplo: Pão e manteiga.
Esta variável é influenciada principalmente por campanhas de publicidade e propaganda do bem x. Por exemplo,
se uma campanha publicitária convencer o consumidor que o consumo de um determinado produto faz bem a
saúde, a demanda deste deverá aumentar e, consequentemente, elevar seu preço e quantidade de equilíbrio.
A curva de oferta se desloca em relação à sua posição original quando uma daquelas variáveis que foram
supostas constantes ao se traçar a curva mudar de valor. Se a mudança do valor da variável aumentar a oferta,
ela se deslocará para a direita e de diminuir, para à esquerda da posição original.
Assumindo-se que a função demanda seja linear, pode-se Ter, por exemplo:
Aplicando-se a hipótese do cateris paribus, se for suposto que a renda do consumidor e o preço do outro bem
permaneçam constantes em 1.000 e 8, respectivamente, obter-se à curva de demanda do bem x: