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RESENHA CRÍTICA
“Poemas no cotidiano japonês da era Heian em, O Romance de Genji.”
por
Brasília – DF
2018
RESENHA CRÍTICA
OBJETIVOS
SÍNTESE DO TRABALHO
O ponto que me levou a escolher este artigo foi o formato com o qual ele foi
constrido. Lembrou-me muito das aulas de Literatura e como as obras eram
apresentadas e esclarecidas. Em seu penúltimo tópico a autora começa a fazer uma
analise da obra, explicando elemento por elemento e desponibilizando traduções para
melhor entendimento do leitor.
Logo no inicio da análise, a autora dispôs um rápido contexto em que foi escrito o
primeiro verso apresentado, pois como os assuntos tratados no Tanka, em sua maioria,
eram secretos (ainda mais neste cenário onde os poemas tinha relação direta com o
Imperador), havia elementos que apenas o remetente, quanto o destinatário, tinha
conhecimento, e para dificultar ainda mais o entendimento destas obras, são ultilizadas
palavras que fazem referências à natureza e que podem ser interpretadas de duas
maneiras, como os elementos da natureza propriamente ditos, ou com a alusão a
alguém.
Não tenho criticas negativas quanto a este artigo. A forma como ele foi desenvolvido
e organizado está impecável. O que mais me cativou foi à pesquisa feita por fora do
tema proposto. A autora procurou conceitos e teorias onde conseguiu encaixar com
maestria o gênero da poesia, o Tanka.
Além de que em cada analise ela traz a tona informações e detalhes, sejam elas
históricas, culturais ou linguísticas, que fazem toda a diferença na hora de compreender
a obra. Vou me dar o luxo de pegar uma das citações que a própria autora retirou de
Genji Monogatari e próprio analisou:
Ó gaivota que partes
Pelas nuvens a toda a pressa
Observa o céu e olha para mim
Pois sou tão claro e límpido
Como um dia de Primavera
Está aqui atrelado ao nosso estudo apenas questões românticas entre remetente e
destinatário ou sobre questões referentes à natureza e como ela é contemplada, mas
neste verso, escrito pelo próprio Genji, em exílio, para seu amigo. De acordo com a
analise da autora, Genji, nos versos, está comparando o amigo a uma gaivota (no texto
original a palavra usada é tazu, que é na verdade um Grou Japonês. Aqui temos um caso
de intraduzibilidade não linguística, pois se usado à palavra Grou na tradução, mesmo
se tratando de animais quase que semelhantes, prejudicaria o entendimento do texto
para o leitor que não tem conhecimento sobre o animal) que vai em direção as nuvens.
As nuvens são interpretadas pela autora como sendo a corte imperial, e pede que, para
quando chegasse lá, dissesse coisas boas sobre ele, então o amigo responde:
Em resposta “(...) o amigo lembra os dias em que ambos circulavam pela capital –
novamente, o país das nuvens – e lamenta-se por ter ficado sozinho.”
É assim, com todos esses elementos, que a autora prova que no periodo Heian eram-
se usados os poemas Tanka como meios de comunicação, assim sendo, seu conteúdo
com informações internas diminuia o número de leitores, apenas quem escrevia e o
destinatario tinha real entendimento do que era escrito, então para as pessoas de fora,
aqueles dizeres não se passava de um belo poema. Estes escritos também possuiam
funções variadas, como por exemplo, as citações acima sobre a prova de amizade entre
o protagonista e seu amigo.
https://www.escavador.com/sobre/1819384/ana-maria-sigas-pichini
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773738D9
Pichini Sigas, Ana Maria, Poemas no cotidiano japonês da era Heian em “O romance do
Genji. 2010. 12f. Artigo de conclusão de curso - Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS