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Aulas

Site: Faculdade Unida Virtual


Curso: Introdução à Educação Cristã
Livro: Aulas
Impresso por: jose roberto oliveira
Data: sexta, 10 Jan 2020, 20:43

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Sumário
AULA 1 - Metas da Educação Cristã (1)

AULA 2 - Metas da Educação Cristã (2)

AULA 3 - Novas Metáforas para a Educação Cristã (1)

AULA 4 - Novas Metáforas para a Educação Cristã (2)

AULA 5 - Novas Metáforas para a Educação Cristã (3)

AULA 6 - Novas Metáforas para a Educação Cristã (4)

AULA 7 - Métodos Didáticos na Educação Cristã (1)

AULA 8 - Métodos Didáticos na Educação Cristã (2)

AULA 9 - Métodos Didáticos na Educação Cristã (3)

AULA 10 - Aspectos Programáticos da Educação Cristã

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AULA 1 - Metas da Educação Cristã (1)

Objetivo: Descrever as principais metas da educação cristã à luz de Efésios 4.17-32.

Caro aluno, cara aluna, a ação educacional sempre visa mudanças na vida das pessoas. Toda
educação, consequentemente, precisa ter claros os seus objetivos diante de si, a fim de que não
desperdice o precioso tempo e o esforço das pessoas que ensinam e das que aprendem. Se não
sabemos para onde queremos ir, jamais saberemos quando chegamos lá!

Assista o vídeo sobre a capacidade de "esperançar" com Mario Sérgio Cortella:

Pedagogia

Nesta aula, nosso tema enfoca os grandes objetivos da educação cristã a partir de Efésios 4.17-
32. Por um lado, esta é uma reflexão teórica sobre as finalidades da educação cristã. Por outro
lado, ela é muito prática, pois indica em que direção e em busca de que objetivos você poderá
desenvolver o seu ministério educacional cristão.

Pense: "...A ação educacional sempre visa mudanças na vida das pessoas. Toda
educação, consequentemente, precisa ter claros os seus objetivos diante de si, a
fim de que não desperdice o precioso tempo e o esforço das pessoas que
ensinam e das que aprendem..."

A Edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.7-16)


Conforme Ef 4.15-16, a edificação do Corpo acontece quando cada um de seus membros
realiza o seu trabalho, sob a direção de Cristo. E o trabalho de cada um, inclusive o nosso, deve
ser realizado em um ambiente de amor e honestidade. Essa edificação é integral, pois devemos
crescer "em tudo naquele que é a cabeça, Cristo". Nenhuma área da vida humana pode ficar de
fora do senhorio de Cristo.
O que significa, porém, a edificação do Corpo de Cristo? Significa o crescimento dos
membros da comunidade cristã em direção à maturidade. À luz de Efésios 4.11-14, podemos
alistar as principais características da maturidade cristã:

Efésios é um dos livros da Bíblia Sagrada, parte do Novo Testamento da Bíblia. A tradição
cristã defende que teria sido escrito pelo Apóstolo Paulo quando este estava em Roma. Sua
data de composição é incerta, mas pode ser aproximada entre 60 a 65 d.C. Foi escrita aos
/
É
cristãos em Éfeso.

Características da Igreja em Éfeso:


1. É uma igreja onde os ministros e os leigos realizam seu trabalho para o bem de todos (v. 11-
12a);
2. É uma igreja onde os membros são aperfeiçoados, com vistas a realizarem os seus próprios
ministérios. Em outras palavras, é uma igreja onde todos trabalham para o Senhor, conforme os
dons que dele receberam (v. 12);
3. É uma igreja que está chegando à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus,
isto é, uma igreja que cresce no conhecimento teológico e na vivência da fé em Deus. É uma
com-unidade: igreja unida e companheira, onde todos - conforme sua capacidade e possibilidade
- deixam de ser meninos e meninas na fé e se tornam adultos no conhecimento (v. 13-14);
4. É uma igreja que reflete o estilo de vida de Jesus Cristo em seu dia-a-dia. É, portanto, uma
comunidade que possui as características da vida de Jesus Cristo: amor, misericórdia, justiça,
submissão ao Pai, encarnação no mundo, trabalho ... (v. 14).

Assim, de acordo com Efésios 4.17-32, você encontrará as características principais da


maturidade cristã eclesial cristã, que se resume em um local: onde todos realizam o seu
trabalho, em que os membros são capacitados de modo a realizarem os seus próprios
ministérios, no qual o crescimento teológico da fé ocorre conjuntamente, e por fim, o meio
eclesial maduro deve refletir as características de Cristo em seu cotidiano.
E o que vale para a igreja como um todo, vale para cada um de seus membros individualmente.
Um cristão maduro é uma pessoa que possui as quatro características acima. E é na direção
delas que devemos ajudar nossos alunos - e nós mesmos - a chegarem. Para isso é que existe a
educação cristã.

Para aprofundar, leia o texto complementar "Educação cristã: conceituação teórica e implicações práticas".
Clique aqui.

Olá, esta foi a primeira aula do curso "Introdução à Teologia da


Educação Cristã". Clique no botão "próxima aula" abaixo e
comece a segunda aula. Bons estudos!

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AULA 2 - Metas da Educação Cristã (2)

Objetivo: Como uma continuação da aula anterior, esta pretende refletir sobre os motivos
que levam ao ensino de uma boa Educação Cristã.

Caro aluno, cara aluna, uma das consequências básicas do pecado foi a des-humanização da
humanidade. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-28), a fim de
ser representante de Deus na terra e viver no mundo de acordo com a vontade de Deus. Com o
pecado, porém, essa realidade foi alterada de forma tal que já não cumprimos mais nosso papel
de representantes de Deus na terra.

Olá, para aprofundar mais, leia o texto complementar "Agostinho e a educação


cristã". Clique aqui.

Estudaremos nessa lição os motivos, de acordo com o mesmo texto de Efésios discutido na aula
anterior (Efésios 4. 17-32), e que levam o cristão a promover uma boa Educação Cristã.

Dica: "...Estes são dois grandes objetivos da educação cristã de acordo com
Efésios 4: a edificação do corpo de Cristo e a prática de uma vida nova,
humanizada..."

Viver uma vida nova (Ef 4:17-32)


O pecado nos afastou de Deus e de Sua vontade. Da mesma forma, o pecado nos des-
humanizou, ou seja, nos fez agir uns para com os outros como "animais", cada um buscando
apenas o seu próprio bem estar. Como diz um velho ditado, "o homem é o lobo do homem".
Desumanizados, não cuidamos mais da natureza - que Deus nos confiou para dela vivermos e
dela cuidarmos. Não cuidamos mais de nosso próximo - somos como Caim contra Abel. Não
cuidamos mais de nossa relação com Deus e fomos escravizados ao pecado e a Satanás. A
salvação tem por objetivo reverter essa situação de desumanização.

Dica: Abel é um personagem bíblico, segundo filho de Adão e Eva, morto por
seu irmão Caim (Gênesis 4).

Que significa, de forma bem concreta e prática, educar para a humanização? Sugiro três
características:
1. É educar para a transformação pessoal.
Quem aceita Cristo se torna participante dEle, e é convidado a se revestir do "novo homem" que
é Cristo. Na vida nova em Cristo, abandonamos os antigos hábitos de comportamento carnal:
abandonamos a mentira, a inveja, a maledicência, a ira, a injustiça. Abandonamos a vontade de
"levar vantagem em tudo", abandonados o "consumismo". Enfim, abandonamos tudo aquilo que
desagrada a Deus e torna insuportável a vida humana em sociedade.
2. É educar para a prática da justiça e santidade.
Justiça significa, basicamente, agir de forma tal que o próximo se torne mais e mais humano,
mais e mais semelhante a Cristo. Repare, por exemplo, no que Paulo escreve sobre o trabalho:
"aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para ter
o que repartir com o que tem necessidade" (Efésios 4.28). Santidade significa, basicamente,
viver de tal forma que eu mesmo me torne mais e mais semelhante a Cristo;

/
Para ilustrar esse compromisso com a justiça assista o vídeo a seguir com um dos mai
educadores brasileiros: (A.H.F) Paulo Freire - Educar para Transformar

(A.H.F) Paulo Freire - Educar para Tran…


Tran…

3. É educar para a criação de uma comunidade (e sociedade) sem discriminações e


preconceitos.
Uma comunidade onde Cristo é amado por todos, e cada pessoa tem seu valor reconhecido por
todas as demais. É a comunidade da nova humanidade, ou seja, das pessoas que são refeitas
por Deus, conforme a imagem de Cristo. Comunidade de pessoas que abandonaram os vícios e
maus hábitos do "velho homem", ou seja, do ser des-humanizado pelo pecado. A nova
comunidade em Cristo não atribui valor às pessoas a partir do dinheiro que elas têm, das roupas
que vestem, dos carros que dirigem, da cor da pele, etc. A nova comunidade em Cristo se torna,
assim, um protótipo da nova sociedade. (Protótipo é um "modelo" de algo maior. A igreja é o
modelo da nova humanidade!).

Assim como na seção anterior, o que vale para a igreja como um todo, vale para cada um de
seus membros individualmente. Um cristão que vive uma nova vida é uma pessoa que manifesta
as três características da nova vida. E é para nos ajudar a praticá-las que a educação cristã
existe!
Estes são dois grandes objetivos da educação cristã de acordo com Efésios 4: a edificação do
corpo de Cristo e a prática de uma vida nova, humanizada. Não são objetivos que se alcançam
em poucos dias. Eles exigem toda uma vida de trabalho e consagração a Deus. Através da
educação cristã, nós nos tornamos participantes da ação de Deus, que dá o crescimento!
É claro que poderíamos apresentar outros textos bíblicos com outras descrições dos objetivos da
educação cristã. Nossa intenção não é aprender tudo sobre a educação, mas sim o que é
suficiente para orientar o nosso ministério educacional na igreja.

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Para ter uma visão panorâmica sobre Paulo Freire assista o vídeo: Paulo Freire em um
minuto

Paulo Freire em um minuto

Olá, concluímos a segunda aula. Caso tenha


dúvidas ou queira reforçar algo, releia o texto e
assista os vídeos. Para avançar, clique em
"próxima aula".

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AULA 3 - Novas Metáforas para a Educação Cristã
(1)

Objetivo: Descrever a cristicidade e a cidadania como novas metáforas para a descrição da


educação cristã.

Caro aluno, cara aluna, como vimos no texto anterior, o processo educacional se constrói a partir
de alvos, de grandes objetivos que se deseja alcançar através da ação educativa. Os alvos têm a
função de direcionar o processo educacional – ou seja, de orientar a atuação de ensinantes e
aprendentes ao redor de objetivos e ações em comum.
Ao longo da história do Cristianismo, diferentes metáforas teológicas foram utilizadas para
apresentar os alvos da educação cristã. Já em o Novo Testamento, algumas metáforas aparecem,
por exemplo: edificação do corpo (Efésios), perfeição (Colossenses, Mateus), maturidade (I
Coríntios). Outras metáforas, tais como santidade, união mística, perfeição cristã, poder
espiritual – foram utilizadas em diferentes momentos da vida das igrejas cristãs. Em obras sobre
a educação cristã no final do século XX, metáforas como vida (L. Richards), Reino de Deus (D.
Schipani), humanização (T. Groome), libertação (M. Preiswerk) foram utilizadas para promover o
desenvolvimento da ação educacional cristã.

Cristicidade
Cristicidade é também uma palavra nova (um neologismo). Significa, basicamente, a qualidade
de ser semelhante a Jesus Cristo. Cristicidade é uma metáfora que tem a ver com a identidade
de cristãs e cristãos. Tem a ver com a sua identidade. Cristicidade é a identidade de cristãs e
cristãos que vivem de forma semelhante a Jesus Cristo.

Dica: I Coríntios é como é conhecida a primeira epístola de Paulo à igreja


em Corinto, muito embora possa ter sido a segunda carta do apóstolo aos
cristãos daquela cidade.

A Escritura nos convida a sermos semelhantes a Jesus Cristo, o primogênito dentre muitos
irmãos. Quando pensamos nos alvos da educação cristã, um deles é o de nos ajudar a construir a
identidade cristã – que deve ser uma identidade crística. A Escritura nos convida a construirmos
nossas identidades pessoais e eclesiais a partir da identidade de Jesus. A pessoa de Jesus é o
modelo da pessoa cristã, e o projeto de vida para toda a humanidade.
Vejamos como Jürgen Moltmann descreve a pessoa de Cristo:
a) Se Jesus é confessado como o Cristo de Deus, então ele é reconhecido em sua pessoa
escatológica. Nele estão presente o próprio Messias de Israel, o Filho do homem dos povos e a
vindoura Sabedoria da criação. Ele é o reino de Deus em pessoa e o início da nova criação de
todas as coisas. Desse modo é o portador da esperança do mundo inteiro. Nele os crentes
reconhecem o homem messiânico.
b) Se Jesus é confessado como o Cristo de Deus, então ele é reconhecido em sua pessoa
teológica. Ele é o filho daquele Deus que ele chamou de abba, Pai querido. Como filho de Deus
ele vive totalmente em Deus, e Deus totalmente nele.
Essa singular relação com Deus ele patenteia a todos que, na fé e como filhos de Deus, clamam
como ele: abba. Eles participam da alegria de Jesus. Nele os crentes reconhecem o homem filial.
1Co 11.1 Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.
1Ts 1.6 E vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra em muita
tribulação, com gozo do Espírito Santo.
1Pe 2.21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós,
deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.
1Co 4.16 Rogo-vos, portanto, que sejais meus (Paulo) imitadores.
Ef 5.1 Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados.
Fp 3.17 Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo
que tendes em nós.
Hb 6.12 ...para que não vos torneis indolentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e
paciência herdam as promessas.

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Glossário: Comunhão - Ação ou efeito de comungar. Ato de realizar ou desenvolver alguma
coisa em conjunto. Harmonia no modo de sentir, pensar, agir; identificação:
comunhão de pensamentos. Em que há união ou ligação; compartilhamento.

c) Se Jesus é confessado como o Cristo de Deus, ele também é reconhecido em sua


pessoa social. Ele é o irmão dos pobres, o companheiro do povo, o amigo dos abandonados, o
co-sofredor dos doentes. Cura por meio de sua solidariedade e comunica sua liberdade e poder
curados por meio de sua comunhão. Nele as pessoas envolvidas reconhecem o homem fraternal."
(MOLTMANN, J. O Caminho de Jesus Cristo. Cristologia em dimensões messiânicas, Petrópolis,
Vozes, 1993, p. 205s.)

Cidadania
O Novo Testamento usa termos políticos para falar da igreja e da vida cristã. A palavra grega
ekklesia (igreja) se referia à assembleia de cidadãos da cidade grega (pólis), e também foi usada
na tradução do Antigo Testamento para o grego para se referir à assembleia do povo judeu.
Outro termo político usado pelo Novo Testamento para se referir a cristãos é o termo "cidadãos",
uma palavra que se referia aos homens (somente homens, as mulheres não podiam ser cidadãs
nas cidades gregas daquele tempo!) adultos, livres e cultos que podiam governar a cidade. Ao
formularmos os alvos da educação cristã, um desses termos de origem política pode nos ajudar
bastante, pois é um termo que nós também usamos na atualidade – esse termo é cidadania.
Vimos que no Novo Testamento se apresentam algumas metáforas para a educação cristã, como
por exemplo a edificação do corpo em Efésios. Essas metáforas estão presentes também por
elaborações no próprio meio eclesial e em diversas obras.
Foi conceituado também o termo "cristicidade", sendo uma das metáforas mais relevantes para a
educação cristã. Por fim, a cidadania é um dos termos-alvo da educação cristã atual, pois têm
ampla conotação política e social, âmbitos em que a Igreja também foi chamada para atuar.

As próximas três aulas serão complementares a


esta. Quando possível, estude-as em conjunto.
Continue avançando.

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AULA 4 - Novas Metáforas para a Educação Cristã
(2)

Objetivo: Oferecer recursos para a reflexão sobre as duas novas metáforas para a Educação
Cristã: cristicidade e cidadania.

Caro aluno, cara aluna, pensar em novas metáforas para a educação cristã é pensar sobre os
alvos da educação cristã diante dos desafios que o tempo presente coloca diante de nós. Este
texto oferecerá a você recursos para refletir sobre duas novas metáforas para a educação cristã:
cristicidade e cidadania.
Vamos ver e analisar algumas fontes para formular a metáfora da cidadania para a educação
cristã.

Nossa dica de filme é o curta metragem "A galinha que burlou o sistema". Veja
abaixo:

A Galinha que Burlou o Sistema - english subtitles


de A Galinha que Burlou o Sistema

15:02

A Galinha que Burlou o Sistema - english subtitles from A Galinha que Burlou o Sistema on Vimeo.

Uma definição não teológica de cidadania


Adela Cortina afirma que existem dimensões complementares, que se constituem em exigências
de uma cidadania plena: "cidadania política: direito de participação numa comunidade política;
cidadania social: que compreende a justiça como exigência ética da sociedade de bem viver;
cidadania econômica: participação na gestão e nos lucros da empresa, transformação produtiva
com equidade; cidadania civil: afirmação de valores cívicos como liberdade, igualdade, respeito
ativo, solidariedade, diálogo; cidadania intercultural: afirmação da interculturalidade como
projeto ético e político frente ao etnocentrismo." (Adela Cortina. Ciudadanos del mundo: hacia
una teoria de la ciudadanía. Madrid, Alianza, 1997.)

Pense: "...liberdade é a paixão criativa pelo possível. Liberdade não é apenas voltada para
as coisas como elas são, como na dominação. Nem é direcionada apenas à comunidade de
pessoas como elas são, como na solidariedade. Ela se direciona para o futuro, pois o futuro é
o campo desconhecido das possibilidades, enquanto o presente e o passado representam
esferas familiares de realidades..."
/
Texto bíblico sobre a cidadania cristã
Filipenses 3.17-21 "Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que
andam conforme o exemplo que tendes em nós; porque muitos há, dos quais
repetidas vezes vos disse, e agora vos digo até chorando, que são inimigos da
cruz de Cristo; cujo fim é a perdição; cujo deus é o ventre; e cuja glória assenta no que é
vergonhoso; os quais só cuidam das coisas terrenas. Mas a nossa pátria (no original grego a
palavra é, literalmente, cidadania) está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o
Senhor Jesus Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo
da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas as coisas".

Uma concepção teológica da cidadania


Moltmann afirma que "como toda outra forma de vida, vida humana é vida compartilhada, vida
comunicada e comunicante, comunhão em comunicação. Hoje em dia, as comunidades
necessárias que moldam a vida humana são ameaçadas de dois diferentes lados: de um lado
pelo crescente individualismo dos homens e mulheres modernos, e, de outro, pela
mercadorização global de tudo, inclusive dos relacionamentos." (MOLTMANN, J. God for a secular
society. The Public relevance of theology. Minneapolis: Fortress Press, 1999, p. 153).
Viver a cidadania é viver a liberdade, pois cidadã é a pessoa que participa ativa e decisivamente
da pólis, do seu mundo. Cabe, portanto, repensar a concepção de liberdade que anima a
cidadania. Liberdade não pode ser apenas a liberdade individual de fazer o que se deseja
(liberdade como dominação), nem a liberdade social da comunidade civil na democracia e no
mercado; "liberdade é a paixão criativa pelo possível. Liberdade não é apenas voltada para as
coisas como elas são, como na dominação. Nem é direcionada apenas à comunidade de pessoas
como elas são, como na solidariedade" (MOLTMANN, Jürgen. God for a secular society. The Public
relevance of theology. Minneapolis: Fortress Press, 1999, p. 159s).

Glossário: Domínio - Capacidade de dominar; preponderância. Espaço


ocupado. Domínio comum, direito de propriedade atribuído a qualquer
pessoa. Domínio público, direito de propriedade do Estado.

Ela se direciona para o futuro, pois o futuro é o campo desconhecido das possibilidades,
enquanto o presente e o passado representam esferas familiares de realidades. ... Assim como
Martin Luther King, temos visões e sonhos de outra vida, uma vida curada, justa e boa.
Exploramos as possibilidades do futuro a fim de realizar esses sonhos, visões e projetos. Todas
as inovações culturais e sociais pertencem a esta esfera de liberdade para o futuro." (idem, p.
159-160).

Até agora temos entendido a liberdade ou como um domínio – a relação de um sujeito a objetos
-, ou como comunidade, na relação de sujeito a sujeito. Mas em relação a projetos, liberdade é
um movimento criativo. Qualquer pessoa que em pensamento, palavra e ação transcende o
presente na direção do futuro é verdadeiramente livre. O futuro é o livre espaço da liberdade
criativa. ... Liberdade, como um transcender em direção às possibilidades do futuro, é uma
função criativa.
/
É
"É um acontecer. Somente temos nossa liberdade criativa no processo de libertação. Nunca
somos livres de uma vez por todas, mas continuamente nos tornamos livres. E somente o povo
que faz uso da liberdade permanece livre. ... Na história, e se nós seguimos as memórias da
Bíblia, encontramos liberdade no contínuo êxodo da escravidão e letargia, e na longa marcha
através do deserto; mas não ainda na terra prometida, que é o 'fim da história'. Liberdade é
como o maná no deserto. Não pode ser armazenada. Somente podemos confiar que o amanhã
estará lá novamente. Assim, temos de usar nossa liberdade a cada dia." (idem, p. 160-161).

Olá, prossiga para a próxima aula.

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AULA 5 - Novas Metáforas para a Educação Cristã
(3)

Objetivo: Descrever a vitalidade como nova metáfora para a Educação Cristã.

Caro aluno, cara aluna, damos continuidade à reflexão sobre as novas metáforas para a educação
cristã, iniciada na aula anterior.
Vitalidade é um termo central e pouco discutido na Educação Cristã. Ele tem se tornado cada vez
mais presente na sociedade contemporânea e a compreensão dele também deve fazer parte da
realidade cotidiana eclesial. Vamos estudar melhor este assunto então!

Vitalidade
Pensar teologicamente a vida hoje traz novos desafios. Nos leva a focar mais o processo de viver
do que o resultado a ser alcançado. Mais do que de vida, hoje em dia há que se falar de
vitalidade. Moltmann nos auxilia na compreensão de vitalidade: “Iremos interpretar vitalidade
como amor pela vida. Este amor pela vida vincula os seres humanos com todos os demais seres
vivos, que não estão apenas vivos, mas querem viver. Desafia, também, os seres humanos em
sua estranha liberdade para a vida; pois a vida, que pode ser deliberadamente negada, tem de
ser afirmada antes de poder ser vivida. O amor pela vida diz sim à vida a despeito de suas
doenças, deformidades e enfermidades, e abre a porta para uma vida contra a morte... Hoje em
dia, o vigor vivo que emerge de um amor pela vida deve ser defendido contra as petrificações da
vida nas rotinas da sociedade tecnológica. Precisa também ser protegido contra o patogênico
culto da saúde em nossas modernas meritocracias." (MOLTMANN, J. The Spirit of Life: A Universal
Affirmation. Minneapolis: Fortress Press, 1992, p. 86).

Glossário: Petrificar - Mudar em pedra. Converter-se em pedra; empedernir-


se. Causar estupefação.

A vida cristã deve ser afirmada contra a morte. Na teologia paulina, os inimigos da vida são o
pecado, a morte e a carne.
Para o Apóstolo Paulo a carne é:
(a) a esfera do mundo criado;
(b) a esfera do tempo transitório deste mundo, “o pecado, que erra o alvo da vida, não é
centrado na sensualidade, nos impulsos, ou nos assim-chamados instintos inferiores. Seu centro
é a pessoa como um todo, e especialmente o coração ou alma dessa pessoa, o centro de sua
consciência, ou de sua vontade se ela é possuída pelo instinto de morte” (idem, p. 88); e
(c) o tempo-mundial de pecado, injustiça e morte. (Cf. idem, p. 87-89).
Tendo em vista que o conflito entre Espírito e carne é um conflito cósmico, e não individual,
“devemos ser redimidos com o mundo, e não do mundo. A experiência cristã do Espírito não nos
desvincula do mundo. Quanto maior for nossa esperança pelo mundo, maior a nossa
solidariedade com seus clamores e sofrimentos.” (idem, p. 89)
Consequentemente, “a constante disciplina e repressão do corpo que a moderna sociedade
industrial requer de seus membros, e a constante sujeição e exploração da terra que a sociedade
persegue, torna os seres humanos entorpecidos e a terra infértil. ... O sim pleno e sem reservas
para a vida, e o amor pleno e sem reservas por todos os seres vivos são as primeiras
experiências do Espírito de Deus, que não é chamado de ‘fonte da vida’ à toa. ... A
espiritualidade da vida quebra as barreiras desse entorpecimento interior, a armadura de nossa
indiferença, as fronteiras de nossa insensitividade à dor. Reabre a ‘fonte da vida’ em nós e entre
nós, de modo que possamos chorar novamente, sorrir novamente e amar novamente.” (idem, p.
94.97)
Vitalidade é muito mais do que saúde e culto ao corpo. Educar para a vitalidade é um convite à
renovação dos modos de viver, um chamado a construir identidades cidadãs, a edificar
comunidades criativas e solidariamente includentes.
/
Como foi exposto, de acordo com J. Moltmann, pensar em vitalidade significa pensar no amor à
vida. Refletir teologicamente a respeito desse assunto origina diversos desafios que, como
cristãos e como comunidade eclesial, devem ser enfrentados.

A morte não deve prevalecer sobre a vida, e para isso, o desafio principal é, assumir, afirmar a
vida, reconhecê-la para que ela possa ser vivida. Assim, na educação cristã, se faz mais que
necessário abrir os olhos de outros para que enxerguem a vida que estão vivendo, reconhecendo-
a como parte da criação e presente de Deus.

Prossiga para a próxima aula.

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AULA 6 - Novas Metáforas para a Educação Cristã
(4)

Objetivo: Discutir a relação de sujeito e objeto entre o ser humano e a natureza.

Caro aluno, cara aluna, o paradigma moderno de pensamento científico separou e classificou ser
humano e natureza como sujeito e objeto, despersonalizando esta e desumanizando aquele.
Esse paradigma moderno tem sido enfrentado pelo movimento ecológico mundial. E é nesse
assunto que entraremos nesta aula.

Olá, assista o interessante vídeo "A história das coisas".

A HISTORIA DAS COISAS (MEIO AMBI…


AMBI…

Ecologicidade
O avanço global do mercado não suporta ter barreiras em seu caminho, especialmente barreiras
supostamente irracionais, como as que defendem a preservação de espécies e o ar puro... Em
nosso tempo, a fé no Deus criador requer uma nova compreensão da natureza, enquanto nova
criação escatológica de Deus em Cristo e no Espírito Santo. Essa compreensão acarreta quatro
tarefas teológicas:

(1) "Entender a natureza como criação de


Deus significa não considerá-la nem como
divina nem como demoníaca, mas
compreendê-la como mundo ... criado por
Deus [e, por isso], contingente (não
depende de si mesmo apenas)";

(2) "Em toda e qualquer divisão científica


moderna entre sujeito e objeto, a fé
(re)conhece na criação a una – mesmo
que dividida, mas não abolida –
comunidade da criação. Também a
subjetividade humana de razão e
vontade, que é contraposta à natureza,
permanece criada e contingente e não se
torna absoluta";

(3) "a natureza 'visível' não pode ser compreendida como criação, se também o que é invisível
não for considerado como criação."

(4) "No moderno mundo da pessoa, foi expandido, através da ciência e da técnica, cada vez
mais, o 'ter-natureza'. A medicina moderna alcançou seus sucessos neste campo, que podemos
/
caracterizar como 'ter-corpo' da pessoa. Não obstante, a pessoa é natureza, e o corpo que ela
objetivou como sua propriedade é simultaneamente ela própria em sua existência corpórea.
Localizar novamente o mundo da pessoa na história da natureza e descobrir de novo a natureza
no ser-corpo não é nenhuma fuga da responsabilidade que cabe ao ser humano moderno através
do poder por ele conquistado. Ao contrário, significa descobrir dimensões da vida que foram
reprimidas e marginalizadas e superar, a partir delas, as desumanidades e as desnaturalidades
do mundo moderno. O ser-natureza da pessoa é a realidade original. O dominar-natureza e o
possuir-natureza são fatos secundários. Estes permanecem dependentes da realidade original,
porque eles constroem em cima dela e dela vivem." (MOLTMANN, J. Deus na criação. Doutrina
ecológica da criação. Petrópolis: Vozes, 1993, p. 83)

Glossário: Paradigma - Que pode ser utilizado como padrão (a ser seguido);
modelo, exemplo.

Educar para a ecologicidade demanda das comunidades cristãs que se abram à integralidade do
agir recriador de Deus, que ultrapassem as fronteiras do antropocentrismo moderno e derrubem
as fortalezas da morte que se escondem sob o manto do desenvolvimento e da livre iniciativa.

Metáforas são estímulos para o pensamento criativo e para a ação inovadora. Mais do que nunca,
a educação cristã eclesial precisa de inovação, poderíamos dizer, precisa de reinvenção. Mãos à
obra!

Pense: "...Educar para a ecologicidade demanda das comunidades cristãs que se


abram à integralidade do agir recriador de Deus, que ultrapassem as fronteiras do
antropocentrismo moderno e derrubem as fortalezas da morte que se escondem
sob o manto do desenvolvimento e da livre iniciativa..."

Muito bem, estamos avançando! Bons estudos!

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AULA 7 - Métodos Didáticos na Educação Cristã (1)

Objetivo: Descrever os principais métodos e estratégias didáticas úteis para a educação


cristã.

Caro aluno, cara aluna, a didática é a reflexão sobre a atividade de ensinar. Embora lide também
com questões relativas ao aprendizado (ação do aluno), seu foco principal é a ação da(o)
professor(a). Uma das áreas abordadas pela didática é a que engloba as questões de método,
metodologia, técnicas e procedimentos de ensino. Segundo Mathias Preiswerk, o método deve
ser entendido como “o espaço das inter-relações dentro de, e entre os diferentes componentes
da educação: estrutura social, atores, finalidades, conteúdos. Ele oferece uma definição: “por
metodologia, seguindo o uso mais comum, entendemos o conjunto das técnicas utilizadas
durante o processo educacional.” (Metodologia para la Educación Cristiana, p. 54).
Vamos compreender as principais estratégias para o ensino da educação, principalmente no
contexto de nossa disciplina, da Educação Cristã.

Para aprofundar leia o texto complementar "Metodologia do ensino: diferentes concepções".


Clique aqui.

Métodos de Ensino
Pelas definições acima, percebemos que o método tem a ver com o modo pelo qual conduzimos
todo o nosso trabalho educacional. Podemos olhar o método, por exemplo, desde o ponto de
vista das atividades que o(a) aluno(a) realiza para aprender. Desde este ponto de vista,
podemos falar em quatro tipos diferentes e complementares de método que podem ser usados
nas aulas e demais encontros educacionais cristãos:
1. “Um método dedutivo parte de uma lei ou de um conjunto de conhecimentos estabelecidos
pela cultura ou pela ciência, e os aplica a casos determinados. Começa com o geral ou universal
e chega ao particular.” (idem, p. 55)
Talvez este seja o método mais comum usado nas Escolas Dominicais. O ponto de partida é um
princípio bíblico, um conceito teológico, ou uma doutrina que deve ser entendida. Depois de
compreender o conteúdo, passa-se a discutir como aplicá-lo na prática.

2. “Um método indutivo procede exatamente ao contrário: parte de casos e situações


particulares; compara-os, tenta ordená-los e trata de encontrar uma lei que permita relacioná-lo.
Vai do particular ao geral.” (idem, p. 55)
Este método é pouco usado em classes de Escola Dominical. Em parte, porque o uso de
materiais curriculares previamente preparados dificulta a sua utilização. Mas, a razão principal
para seu pouco uso, me parece, está no fato de que na tradição protestante há uma dificuldade
em construir o saber teológico a partir das experiências cotidianas. Quase sempre utiliza-se a
troca das experiências sem reflexão crítica.

Glossário:

Dominical - Que se refere ao dia da semana domingo. Que se refere à pessoa que
possui domínio; dominial. Que se refere ou pertence a Deus.

Dedução - Ação de deduzir. Subtração, diminuição. Consequência tirada de um


raciocínio; conclusão.

/
3. “Um método interativo (dialético) aproveita os conhecimentos já adquiridos e os reinterpreta a
partir de situações novas que se apresentam. Confronta constantemente o particular com o
geral.” (idem, p. 55) Este método aproveita os aspectos positivos dos dois anteriores. Seria
interessante usá-lo com alguma frequência em nossas aulas. Afinal de contas, a maior parte de
nossos alunos e alunas já conhece parcialmente os temas que estudamos. Assim, é importante
que os temas a serem estudados sejam analisados a partir de novas perspectivas e situações.

4. “Um método divergente inventa e cria novos conhecimentos, colocando em relação elementos
que pertencem a diferentes campos do saber e cujo encontro pode provocar uma novidade.”
(idem, p. 55)
Este é, talvez, o mais rico e mais difícil método a ser usado. Ele se utiliza de conceitos, saberes,
experiências e situações percebidas a partir de diferentes campos do saber (p. ex.: sociologia,
psicologia, teologia, etc.), a fim de construir novos conceitos e possibilidades de entender e
transformar a realidade. É possível de ser usado na Escola Dominical principalmente porque
nossas alunas e alunos têm formações escolares e experiências de vida diferentes e podem
contribuir para a produção de novos conhecimentos bíblico-teológicos.
Para aplicar esses métodos, devemos selecionar as técnicas apropriadas a cada um deles. É
comum encontrarmos professores e professoras preocupados com as técnicas a serem usadas, a
fim de que suas aulas sejam interessantes e motivadoras. Entretanto, as técnicas, por si só, não
são capazes de produzir uma boa educação.

Olá, tal como em outras aulas, esta aula será


complementada com as seguintes. Prossiga com
seus estudos.

/
AULA 8 - Métodos Didáticos na Educação Cristã (2)

Objetivo: Descrever as técnicas de aprendizagem mais comuns.

Até aqui estudamos, especialmente, aspectos mais genéricos da didática. Agora iremos enfocar
algumas das técnicas de ensino que podem ser aplicados para que a nossa pedagogia realmente
se concretize da forma como planejamos.

Olá, para aprofundar o tema você pode ler o texto complementar "Técnicas de ensino". Clique
aqui.

Técnicas de ensino
1. Estamos usando o termo técnicas de acordo com a definição de Preiswerk. Mais comumente,
ao invés de técnicas, os manuais de didática usam o termo métodos – em sentido, claramente,
diferente do adotado por Preiswerk.
2. Quando falamos em técnicas, falamos em caminhos para alcançarmos os nossos objetivos.
Não há, portanto, técnicas infalíveis, universais, ou receitas prontas para a aula. Por isso,
precisamos preparar bem nossa atividade de ensino - não só os conteúdos a serem discutidos,
mas também as técnicas que usaremos. Precisamos caminhar em busca da excelência didática,
ou seja, da perfeição no ensino, para que haja aprendizado e edificação na igreja.
3. Não iremos alistar todas as técnicas possíveis. Há excelentes livros sobre o assunto.
Queremos apenas destacar alguns procedimentos básicos para o trabalho em sala de aula.

“...Quando falamos em técnicas, falamos em caminhos para alcançarmos os


nossos objetivos. Não há, portanto, técnicas infalíveis, universais, ou receitas
prontas para a aula...”

(1) Preleção (aula expositiva). Exposição do tema, por uma pessoa, diante de um auditório. É
um método bom para ser usado quando a classe estiver motivada, e quando você precisar
transmitir conteúdo novo. Por um lado, a exposição poupa tempo, por outro, porém, dificulta a
participação da classe, bem como exige muita habilidade do professor ou professora, para
manter o nível de atenção. Ao usá-la, procure sempre fazer perguntas para a classe responder,
ou misture a preleção com métodos de grupo, ou outros métodos participativos.
(2) Dinâmica de Grupo. Há múltiplas formas de trabalho em grupo dentro de uma sala de aula.
Por exemplo: a discussão do tema por toda a classe juntamente; a divisão em grupos menores,
para estudo, discussão ou reflexão; os grupos compartilhados, etc. Seja qual for a dinâmica
usada, porém, precisa ser previamente preparada e selecionada, se não pode se tornar
meramente em um bate-papo não educacional. Os métodos de grupo possuem a grande
vantagem de ampliar a participação da classe e, no contexto da igreja, ajudam a aumentar a
comunhão. Possuem, entretanto, também os seus limites. Se a classe não estiver acostumada a
trabalhar, o grupo pode ser "grupo", como se diz na gíria, ou seja, pode ser apenas um tempo
perdido.
Caso você goste de usar métodos de grupo, mantenha-se bem informado sobre os mesmos,
sempre buscando adquirir novas experiências e materiais sobre o assunto. Em minha experiência
pessoal, os métodos de grupo são úteis quando estão inseridos dentro de uma exposição, ou
quando temos alunos e alunas bem motivados para trabalhar por conta própria. São importantes,
ainda, no estudo de textos bíblicos - pois ajudam a vermos os diferentes ângulos de um texto,
especialmente se for um texto difícil.
Mas se a sua preferência for por aula expositiva, tente alternar com algumas dinâmicas de classe
que estimulem o aprendizado, reduzindo as chances de sua aula ficar monótona ou até mesmo
cansativa.

Olá, avançamos mais um pouco. Continue


estudando!

/
AULA 9 - Métodos Didáticos na Educação Cristã (3)

Objetivo: Objetiva continuar a descrição das técnicas de ensino comumente utilizadas.

A didática é a reflexão sobre a atividade de ensinar. Embora lide também com questões relativas
ao aprendizado (ação do aluno), seu foco principal é a ação da(o) professor(a). Uma das áreas
abordadas pela didática é a que engloba as questões de método, metodologia, técnicas e
procedimentos de ensino. Segundo Mathias Preiswerk, o método deve ser entendido como “o
espaço das inter-relações dentro de, e entre os diferentes componentes da educação: estrutura
social, atores, finalidades, conteúdos. Ele oferece uma definição: “por metodologia, seguindo o
uso mais comum, entendemos o conjunto das técnicas utilizadas durante o processo
educacional.” (Metodologia para la Educación Cristiana, p. 54)

Olá, sugerimos alguns vídeos sobre técnicas didáticas. Assista:

Curso Gestão de Sala de Aula para prof…


prof…

Dramatização.
É a "representação teatralizada de situações reais da vida, com o propósito de dar e receber
informações, alcançar melhor compreensão das situações e favorecer maior integração do grupo"
(I. G. Nérici, Metodologia do Ensino. Uma Introdução, Editora Atlas, São Paulo, p. 277). Entre
outras vantagens, a dramatização nos ajuda a "entrar" no mundo pessoal do tema a ser
estudado e nos envolvermos concretamente com esse tema. Exige, porém, disposição e preparo
prévio do grupo - o que também tem a vantagem de aumentar a comunhão e integração da
classe. É bem apropriada para lidar com temas existenciais e pessoais, pois ajuda a
expressarmos nossas emoções.

Glossário: Sisudo
Que demonstra seriedade; circunspecto.
Que possui uma expressão que demonstra mau humor; carrancudo. Pessoa séria;
prudente ou sensato

/
É
É difícil usar as dramatizações com adultos, pois, geralmente, são pessoas "fechadas" e
"envergonhadas" (a situação dos jovens é, em geral, diferente, pois eles ainda não se deixaram
dominar pela “sisudez” das responsabilidades da vida adulta na sociedade capitalista). Para que
a dramatização funcione, precisamos nos abrir para Deus, para o próximo e, especialmente, para
nós mesmos. Devemos, ainda, levar em conta que uma dramatização "didática" não deveria
tomar mais do que metade do tempo da aula (para preparação e execução).

Pense: “...A didática é a reflexão sobre a atividade de ensinar. Embora lide


também com questões relativas ao aprendizado (ação do aluno), seu foco
principal é a ação da(o) professor(a)...”

Recursos Áudio-Visuais.
Vivemos na era da imagem e não da palavra. Sem o acompanhamento visual, a palavra falada
perde muito de sua eficácia. É fundamental, portanto, que saibamos utilizar os diversos recursos
áudio-visuais existentes a fim de melhorarmos nossa comunicação e nosso ensino. Esses
recursos vão desde o simples e velho quadro de giz ou pincel, passam pelos cartazes, projetor,
DVD, datashow.
A utilização dos recursos deverá variar de acordo com as possibilidades da igreja e de
conformidade com os objetivos educacionais estabelecidos. Não devemos usar os recursos áudio-
visuais apenas para deixar a aula mais "interessante". Eles devem estar em sintonia com os
objetivos e com os "momentos" do encontro educacional.
Não se preocupe demais com métodos e técnicas. Permita que eles façam parte do seu cotidiano
como professora ou professor. Escolha-os de acordo com o bom senso e de acordo com os
objetivos de cada aula. Varie as técnicas sempre que possível. Mas nunca se esqueça: nenhuma
técnica ou método substitui o exemplo de vida!

Olá, esta aula é a quarta parte de uma série


que iniciamos. Estamos próximos da conclusão
desse curso. A próxima já será a última aula.
Aproveite bem seu curso!

/
AULA 10 - Aspectos Programáticos da Educação
Cristã

Objetivo: Descrever os caminhos possíveis para a transformação da educação cristã na


Igreja.

Vamos pensar, agora, em termos mais práticos e estruturais. Se a educação cristã não se
restringe à escola dominical e às “aulas” tradicionais; se a educação cristã tem a ver com a
formação do povo de Deus para a vida e a missão; se a educação cristã é ferramenta do Espírito
para a renovação da igreja, que alternativas concretas se apresentam para a nossa prática
educacional global, enquanto igrejas cristãs, no início deste novo século e milênio?

Olá, sugerimos a leitura do texto complementar "Métodos e acessórios de


ensino". Clique aqui.

Reinventando a dimensão educacional do Culto


Precisamos reinventar e rearticular a dimensão educacional do culto! Enquanto a ênfase na
educação cristã regredia, crescia exponencialmente a valorização do culto e da música na igreja
local. Nos anos 1990 e nestes primeiros anos do século XXI, grandes avanços na música e
liturgia das igrejas evangélicas têm acontecido (embora, também, limites e problemas sérios
tenham acompanhado esses avanços). Refletindo de forma esquemática sobre esses avanços
talvez se possa destacar os seguintes pontos: (1) o corpo dos crentes passou a fazer parte viva
dos cultos: palmas, movimento, “dança”, coreografia se tornaram comuns em muitas igrejas; (2)
ritmos, melodias, letras brasileiras foram incorporadas aos cultos; (3) o ministério de adoração
passou a ser enfatizado, e muitos jovens se envolveram com a música e o louvor na igreja; (4)
emoções que anteriormente tinham pouco lugar no culto passaram a ocupar lugar central –
alegria, exaltação, auto-afirmação.

Pense:
"...E é exatamente enquanto culto que ele desempenha papel fundamental na
formação cristã integral. Não precisamos transformar o culto em “aula” para que
ele seja educador...”

Sem desmerecer nenhum desses avanços, é preciso, porém, destacar também alguns problemas
que se podem ver na prática litúrgica “típica” em igrejas evangélicas: (1) a lógica litúrgica se
tornou demasiado simples (ou, por que não dizer, simplista?) – os cultos se reduziram
praticamente a músicas em sequência e sermão; (2) ênfase demasiada recai sobre a
performance musical, desvalorizando a maturidade espiritual e emocional dos “grupos” de louvor;
(3) a escolha de canções para o culto depende, em demasia, de critérios mercadológicos e
midiáticos – o CD que “vende mais”, a canção que mais toca nas rádios, a cantora ou cantor
“mais famoso”; (4) o baixo nível de formação e reflexão teológica da maior parte dos novos
“levitas” e dirigentes de louvor - acompanhado de relações conflitivas com pastores e pastoras...

Glossário: Antiquado (Adjetivo) Aquilo que está ou se encontra obsoleto; antigo,


fora de uso.

/
Bem, em uma disciplina sobre educação cristã, por que estas considerações sobre culto e
liturgia? Porque o culto é uma das estruturas mais importantes da educação cristã na igreja
local! Não! Não se preocupe, não vou propor que os cultos voltem a ser “chatos”, “antiquados”,
seguindo as regras da liturgia europeia. O culto é, primariamente, encontro de adoração a Deus,
de celebração de Seus atos em nosso favor e em favor do mundo por Ele criado, encontro de
gratidão, testemunho e preparação para voltar a viver, no tempo secular, a fé e a missão. E é
exatamente enquanto culto que ele desempenha papel fundamental na formação cristã integral.
Não precisamos transformar o culto em “aula” para que ele seja educador. Entretanto,
precisamos trabalhar para que a função educacional do culto aconteça, precisamos valorizar o
caráter pedagógico do culto, senão, não haverá educação transformadora na igreja.

Parabéns! Você concluiu a última aula desse


curso introdutório. Se quiser dar continuidade
aos estudos, a UNIDA oferece outros
cursos. Acesse o portal da UNIDA e matricule-
se.

Para ter seu certificado é importante que seja aprovado na avaliação online.
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