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Os desafios hermenêuticos na compreensão da análise

retórica na música colonial brasileira


The hermeneutic challenges in understanding the rhetorical
analysis in Brazilian colonial music
Palavras-chave: Retórica; Hermenêutica; Musica Colonial Brasileira; Análise Musical.
Keywords: Rhetoric; Hermeneutic; Brazilian Colonial Music; Musical Analysis.

Eliel Almeida Soares


USP

Rubens Russomanno Ricciardi


USP

Entre as inúmeras pesquisas que são destinadas pelas subáreas da música, musicologia,
teoria/análise e da performance musical brasileira, correlacionadas com as áreas da
história, filosofia e letras, está o estudo do uso da retórica em determinadas obras
dos compositores da música colonial brasileira. Sabe-se que nos últimos 50 anos,
essas aéreas demonstram interesse acerca dessa disciplina relacionada à música
dos séculos supracitados. Segundo López Cano, “inúmeros trabalhos especializados
são editados, devido aos abundantes tratados publicados entre 1535 e 1802, esta-
belecerem um elo com o corpus teórico do sistema retórico-musical, dando maior
embasamento às atuais pesquisas sobre poética musical Barroca e Clássica” (LÓPEZ
CANO, 2000, v. 1, p. 7).
Todavia, conforme se verifica em Soares (2017) mesmo com o aparente crescimento e
direcionamento das investigações relacionadas à retórica musical no período colonial
brasileiro, ainda não há uma terminologia peremptória, por causa da grande safra
de tratados, em que os autores adicionavam constantemente novos termos. Tanto é
que as figuras retóricas, mesmo com nomenclaturas diferentes, podem ter funções
idênticas (SOARES, 2017, p. 261).
Por exemplo, Johann Georg Ahle (1651-1706) define-a como “a mais usada pelos
compositores e a mesma pode ser aplicada em ocasiões de júbilo e alegria” (BARTEL,
1997, p. 264). Para Johann Gottfried Walther (1684-1748) a Epizeuxis, “é uma figura
de retórica pela qual uma ou mais palavras são imediatamente e enfaticamente repe-
tidas” (BARTEL, 1997, p. 265). Diferentemente, Johann Mattheson (1681-1764)
afirma que, “a Epizeuxis teria a mesma função do Subjunctio”1 (BARTEL, 1997,
p. 265). Outra figura que pode ser ressaltada é a Anaphora que pode ser interpretada

1 Figura que repete além das palavras, os sons.

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de várias maneiras: para Joachim Burmeister (1564-1629), “é um ornamento que
repete as mesmas notas através de várias vozes diferentes, todavia, isso não ocorre
em todas as vozes da harmonia. Isso acontece da mesma forma que a fuga, embora
não seja de fato uma fuga” (BARTEL, 1997, p. 187). Já para Johannes Nucius (1556-
-1620), “a Anaphora é conhecida como Repetitio que ocorria no contraponto floreado
ou misto, onde um tema é repetido continuamente numa única e mesma voz, no
entanto, em muitos campos diferentes” (BARTEL, 1997, p. 187-188). Para Joachim
Thuringus (nascido em finais do século XVI), “essa figura é a repetição apenas da linha
melódica do baixo”. Por sua vez, Walter a define como “uma repetição das mesmas
palavras para dar maior ênfase” (BARTEL, 1997, p. 188). Athanasius Kircher (1601-
-1680) salienta que a Anaphora acontece quanto “na repetição de uma afirmação
melódica com diferentes notas em partes distintas da música” (BUELOW, 2001,
p. 264). Finalizando, Mattheson a descreve como uma “repetição de um fragmento
musical no início de várias frases” (BARTEL, 1997, p. 189).
Como verificado, somente com dois exemplos de definições das figuras retóricas,
pode-se evidenciar que o processo de análise é bastante dificultoso, assim como de
categorização, o qual está longe de ser objeto de harmonização e uniformidade con-
cordante entre os diversos especialistas, pesquisadores e estudiosos do assunto. Por
essa razão, esse trabalho tem como finalidade examinar essa utilização retórica em
Manuel Dias de Oliveira (? – 1734/35 – Vila de São José, 1813), José Joaquim Emerico
Lobo de Mesquita (? – 17?? – Rio de Janeiro, 1805), André da Silva Gomes (Lisboa,
1752 – São Paulo, 1844) e José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 1767-1830).
Ou seja, fazer uma reflexão sobre os desafios hermenêuticos na identificação desses
processos e mecanismos em suas obras, por meio de análises retóricas, harmônicas,
relacionados com o texto sacro.

Referências
BARTEL, Dietrich. Musica Poetica: musical-rhetorical figures in German Baroque music.
Lincoln: University of Nebraska Press, 1997.
BUELOW, George. Rhetoric and Music. In: SADIE, Stanley; TYRRELL, John (ed.). The New
Grove Dictionary of Music and Musicians. v. 21. New York: Oxford University Press Published,
2001. p. 265-275.
LÓPEZ CANO, Rubén. Música y Retórica en el Barroco. México, D.F.: Gráfica da Universidade
Nacional Autônoma do México, 2000. 2 v.
SOARES, Eliel Almeida. O Emprego da Retórica na Música Colonial Brasileira. 533f. Tese (Dou-
torado em Música) – Pós-Graduação em Música, Escola de Comunicações e Artes, ECA,
Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, 2017.

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