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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Turma:

Disciplina: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II


Período: 2014/2 Professor: REGINALDO HERTZOG SCHWANCK

Administração Financeira e Orçamentária II

CAPÍTULO 1 – Decisões de Investimento e Dimensionamento de Fluxos de Caixa


Unidade 1.1 - Administração de ativos fixos e investimentos de capital .............................................
Unidade 1.2 - Disponibilidade de fundos para investimento de capital .................................................
Unidade 1.3 - Variações no capital circulante líquido .........................................................................
Unidade 1.4 - Exercícios de fixação ...................................................................................................

CAPÍTULO 2 – Administração do Capital de Giro e Gestão de Ativos Circulantes


Unidade 2.1- O que é capital de giro .......................................................................................................
Unidade 2.2- Objetivo da administração do capital de giro ..................................................................
Unidade 2.3 - Capital de giro líquido .....................................................................................................
Unidade 2.4 - Volume de CGL ................................................................................................................
Unidade 2.5 - Determinação das necessidades de recursos para a empresa .........................................
Unidade 2.6 - Estratégia de financiamentos dos recursos necessários ..................................................
Unidade 2.7 - A opção entre risco e rentabilidade .................................................................................
Unidade 2.8 - Necessidade de capital de giro .........................................................................................
Unidade 2.9 - Exercícios de fixação ........................................................................................................

CAPÍTULO 3 – Gestão de Passivos Circulantes – fontes de financiamento


Unidade 3.1 – Passivos espontâneos ................................................................................................................
Unidade 3.2 - Custo do não aproveitamento de um desconto financeiro na tomada de decisão
Unidade 3.3 – Exercícios de Fixação................................................................................................................
Unidade 3.4 – Fontes de empréstimos de curso prazo sem garantias ............................................
Unidade 3.5 – Linhas de crédito ....................................................................................................
Unidade 3.6 – Empréstimos internacionais ....................................................................................
Unidade 3.7 – Fontes de empréstimos de curso prazo com garantias ............................................
Unidade 3.8 – Tipos de garantias reais ...........................................................................................
Unidade 3.9 – Exercícios de fixação .............................................................................................

CAPÍTULO 4 – Formação do Preço de Vendas e do Lucro


Unidade 4.1– Fatores que interferem na formação do preço de venda ....................................................
Unidade 4..2 – Conceitos de custos e terminologias ........................................................................................
Unidade 4.3 – Principais métodos de formação de preços de venda .................................................
Unidade 4.4 – Exercícios de fixação ..................................................................................................

CAPÍTULO 5 – Métodos de Avaliação de Investimentos


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Unidade 5.1 – Visão geral dos métodos de avaliação de investimentos .........................................


Unidade 5.2 – O Processo Decisório de Orçamento de Capital ......................................................
Unidade 5.3 – Tipos de Fluxo de Caixa ..........................................................................................
Unidade 5.4 – Taxa de Atratividade ................................................................................................
Unidade 5.5 – Vida Econômica Comparação .................................................................................
Unidade 5.6 – Técnicas de análise de orçamento de capital ............................................................
Unidade 5.7. – Exemplos .................................................................................................................
Unidade 5.8 – Exercícios de orçamento de capital ..........................................................................

CAPÍTULO 6 – Introdução ao Sistema Orçamentário


Unidade 6.1- Considerações gerais .......................................................................................................
Unidade 6.2 - Orçamento de caixa ......................................................................................................
Unidade 6.3 - Estrutura do balanço patrimonial ..................................................................................
Unidade 6.4 - Ingressos e desembolsos de fundos ..............................................................................
Unidade 6.5 - Métodos de orçamento de caixa ...................................................................................
Unidade 6.6 - Exemplo prático .............................................................................................................
Unidade 6.7 - Exercício de fixação ......................................................................................................

REFERÊNCIAS - 7

Plano de Ensino - ....................................................................................................................................................


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1. DECISÕES DE INVESTIMENTO E DIMENSIONAMENTO DE FLUXO DE CAIXA:

1.1. Fundamentos da Administração dos Ativos Fixos e Investimento:

Sem dúvida a natureza das atividades operacionais determina o perfil do ativo das
empresas, de modo que:

Nas empresas comerciais - destacam-se os estoques de


mercadorias e as contas a receber de clientes.

Nas indústrias – os investimentos em bens de produção e outros


ativos fixos costumam exceder os fundos aplicados nos ativos circulantes.

Nas empresas de transporte, telecomunicações e energia -


existe o predomínio absoluto das imobilizações técnicas em seus ativos.

Na empresa industrial, as duas classes principais de ativos fixos são as


INSTALAÇÕES E MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS.

DISPÊNDIO DE CAPITAL

É um desembolso de fundos feito pela empresa, com a expectativa de gerar


benefícios após um ano. Por exemplo, a compra de uma máquina.

Todo comprometimento de recursos em ativos fixos é dispêndio.

Nem todo dispêndio de capital resulta na aquisição de um ativo fixo.

DISPÊNDIO CORRENTE

Desembolso que resulta em benefícios obtidos em prazo inferior a um ano.

MOTIVOS BÁSICOS P/ DISPÊNDIOS DE CAPITAL

a. Expansão – aquisição de ativos para expandir o nível de Operações. Ex: compra de


novas máquinas, novas instalações, ou instalações adicionais.
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b. Substituição de Ativos
 em função do desgaste
 em função da obsolência
 para redução de custos

c. Modernização - A modernização de ativos fixos é muitas vezes uma alternativa à


substituição dos mesmos. A modernização poderá incluir a reconstrução, o reparo ou
a inclusão de uma nova máquina. A modernização deve ser considerada em função
dos custos e benefícios relevantes.

Substituição x Modernização

Suponha que uma empresa tenha as seguintes alternativas:

A – modernizar uma máquina a um custo de R$


10.000,00, gerando uma economia de R$ 5.000,00
por ano durante cinco anos ou

B – substituir a máquina a um custo de R$ 15.000,00,


obtendo-se uma economia de R$ 5.000,00 ao ano,
durante dez anos.

d. Outras finalidades: Alguns dispêndios de capital não resultam na aquisição ou


transformação de ativos tangíveis que são mostrado no Balanço da empresa, antes,
eles envolvem um comprometimento de recursos a longo prazo, na expectativa de um
retorno futuro. Por exemplo, dispêndios para propaganda, pesquisa e
desenvolvimento, serviços de consultoria a Administração, novos produtos.

1.2. Decisões de Investimento e Dimensionamento do Fluxo de Caixa:

AUTORIZAÇÃO DE DISPÊNDIOS DE CAPITAL

Depende da magnitude dos dispêndios. O montante do dispêndio e a importância


do item determinam o nível organizacional onde a decisão de dispêndio de capital é
tomada.

Esquema para se delegar autoridade de decisão no que se refere a dispêndios de


capital:

Magnitude do dispêndio Autoridade de tomada de decisão


5

Abaixo de R$ 1.000,00 Pessoas selecionadas pelo Diretor de Fábrica.

R$ 1.000, R$ 10.000, Diretor de fábrica.


R$ 10.000, R$ 50.000, Vice-Presidente de Divisão
R$ 50.000, R$ 100.000 Presidente
R$ 100.000, ou mais Conselho de Diretoria

A Origem e trâmites das propostas de dispêndios de capital e os chamados


dispêndios cruciais também são itens envolvidos nas decisões de dispêndio de capital.

CLASSIFICAÇÃO DOS PROJETOS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL

A - PROJETOS INDEPENDENTES

Aqueles que se distinguem entre si, de tal modo que a aceitação de um deles não
elimina a consideração dos outros. Os fluxos de caixa não estão relacionados.

Projeto1 – Instalação de ar condicionado na fábrica.

Projeto 2 – Aquisição da empresa de um pequeno fornecedor.

Projeto 3 – Compra de um novo sistema de computadores.

Restrição: disponibilidade de fundos.

B - PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES

Aqueles que possuem a mesma função e, consequentemente competem entre si. A


aceitação de um elimina a consideração de todos os outros.

Objetivo: aumentar produção.

Projeto 1 – Expansão da fábrica.

Projeto 2 – Aquisição de outra empresa.

Projeto 3 – Terceirização de parte da produção.

1.3. Disponibilidade de Fundos para Investimento de Capital:

Afeta o ambiente decisório da empresa, pois os fundos limitados e a maioria das


empresas só dispõe de uma certa quantia fixa para fins de dispêndios de capital. Como
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inúmeros projetos poderão disputar essa quantia limitada, a empresa precisa racioná-los,
apropriando fundos aos projetos que possam maximizar os retornos pelo maior prazo.

ABORDAGENS UTILIZADAS NAS DECISÕES TOMADAS SOBRE INVESTIMENTO DE


CAPITAL

Abordagem de aceitar-rejeitar

Exige simplesmente a aplicação de critérios predeterminados a uma proposta e a


comparação do retorno resultante com o retorno mínimo aceitável pela empresa. Essa
abordagem poderia ser usada, caso a empresa tivesse fundo ilimitados à sua disposição.
Uma decisão de aceitar-rejeitar é também um passo preliminar na avaliação de projetos
mutuamente excludentes ou em uma situação em que o capital precisa ser racionado.

Abordagem da classificação

Nessa abordagem faz-se uma classificação dos projetos de acordo com um


indicador predeterminado, como por exemplo, a taxa de retorno. O projeto com retorno
mais alto seria classificado em primeiro lugar, e assim sucessivamente até o último com
retorno aceitável.

CONVENCIONAIS

PADRÕES DE FLUXOS DE CAIXA

NÃO-CONVENCIONAIS

O PADRÃO CONVENCIONAL DE FLUXO DE CAIXA

Consiste de uma saída inicial de caixa seguida por uma série de entradas.

R$ 200, 200, 200, 200, 200, 200, 200, 200,

R$ 1.000,00

O PADRÃO NÃO CONVENCIONAL DE FLUXO DE CAIXA

É qualquer padrão de fluxo de caixa em que uma saída inicial não é seguida por
uma série de entradas.
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500, 500, 500, 500, 500, 500, 500, 500, 500,

800,

2.000,

No exemplo acima:

compra de uma máquina  gera  saída inicial (data zero) = R$ 2.000,00


após 5  gera  ingressos de R$ 500,00 durante 4 anos
Anos da
compra

Conserto da máquina  gera  Saída de R$ 800,00


 gera  Ingressos de R$ 500,00 durante 5 anos.

1.4. Principais Componentes do Fluxo de Caixa:

O INVESTIMENTO INICIAL

É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a um projeto proposto.

FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES

É a saída de caixa incremental, após os impostos (investimento) e as entradas de


caixa subsequentes resultantes, associadas a um dispêndio de capital proposto.

FLUXOS DE CAIXAS INCREMENTAIS

São os fluxos de caixa adicionais – entradas ou saídas - que se espera obter como
resultado de uma proposta de dispêndio de capital.

ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS

São as entradas de caixa incrementais após os impostos, propiciadas pelo projeto


durante sua vida.

FLUXO DE CAIXA RESIDUAL


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É o fluxo de caixa não-operacional após o Imposto de Renda e ocorre no ano final


do projeto, em geral em decorrência da liquidação do projeto.

OBS: Todos os projetos têm os dois primeiros componentes, porém alguns não
apresentam o terceiro componente, isto é, o fluxo de caixa residual.

FLUXOS DE CAIXA PARA EXPANSÃO x PARA SUBSTITUIÇÃO

A coluna 1 do quadro abaixo mostra o investimento inicial, as entradas de caixa


operacionais e o fluxo de caixa residual para uma decisão de expansão envolvendo a
aquisição de um novo ativo “A”. Como resultado de um preço de compra de R$ 13.000,00,
a empresa projetaria entradas de caixa operacionais de R$ 5.000,00 em cada um dos
próximos cinco anos e um fluxo de caixa residual de R$ 7.000,00, no final do quinto ano.

Se o novo ativo “A” está sendo considerado como substituto para um ativo velho
“A”, os fluxos de caixa relevantes seriam obtidos através da subtração dos fluxos de caixa
esperados, atribuídos ao ativo velho ”A”, dos fluxos de caixa esperados para o ano do
ativo novo “A”. Os fluxos de caixa esperados para o novo e o velho ativo “A” são
apresentados nas colunas 2 e 3, respectivamente. Uma vez que o ativo velho pode ser
vendido por R$ 3.000,00, o investimento inicial no novo ativo “A” passa a ser de R$
10.000,00, como é mostrado na coluna 2. A substituição do ativo velho “A” eliminaria suas
entradas de caixa operacionais esperadas do primeiro ao quinto ano de R$ 3.000,00, R$
2.500,00, R$ 2.000,00, R$ 1.500,00 e R$ 1.000,00 e seu fluxo de caixa residual de R$
2.000,00 no quinto ano – como mostra a coluna 3. Consequentemente os fluxos de caixa
relevantes resultantes da decisão de substituição seriam diferença entre os fluxos de
caixa esperados para o novo ativo “A” (coluna 2) e o ativo velho “A” (coluna 3), como pode
ser visto na coluna 4.

FLUXOS DE CAIXA PARA EXPANSÃO E PARA SUBSTITUIÇÃO:

Expansão Substituição Fluxos de caixa


Ativo Novo "A" Ativo Novo "A" Ativo Velho "A" Relevantes [(2)-(3)]
.(1) .(2) .(3) .(4)
Invest. Inicial 13.000a 10.000b .- 10.000
Ano Entradas de Caixa Operacionais
1 5.000 5.000 3.000 2.000
2 5.000 5.000 2.500 2.500
3 5.000 5.000 2.000 3.000
4 5.000 5.000 1.500 3.500
5 5.000 5.000 1.000 4.000
Flx Cx. Residual 7.000 7.000 2.000 5.000

a
Preço de aquisição
b
R$ 13.000, referentes ao preço de aquisição do ativo novo “A”, menos R$ 3.000,
de entrada de caixa esperada, após o imposto, da venda do ativo velho “A”
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1.5. Cálculo do Investimento Inicial:

Como já foi visto, a expressão investimento inicial, refere-se à saída de caixa


relevante que deve ser considerada ao se avaliar um possível dispêndio de capital.

Investimento inicial = a diferença entre todas as saídas e entradas que ocorrem


no instante zero (momento em que o investimento é feito).

Variáveis básicas que devem ser consideradas ao se determinar o investimento


inicial:

* os custos de instalação do novo ativo;


* os recebimentos (se houver) pela venda do ativo velho depois de descontado o
Imposto de Renda;
* mudanças (se houver) no capital circulante líquido (CCL).

ESQUEMA BÁSICO PARA SE CALCULAR O INVESTIMENTO INICIAL

Custo do no ativo instalado =


Custo do novo ativo
+ Custos de instalação
- Resultado, após IR, obtido com a venda do ativo velho =
Receita com a venda do ativo velho
+ - Imposto de renda
+ - Variação no capital circulante líquido

Investimento inicial

1.6. Custo do Novo Ativo Instalado:

CUSTO DO NOVO ATIVO:


É a saída líquida de caixa exigida pela aquisição de um novo ativo.

CUSTOS DE INSTALAÇÃO:
Quaisquer custos adicionais necessários para se colocar um novo ativo em
funcionamento.

CUSTO DO NOVO ATIVO INSTALADO:


É obtido através da soma do seu custo de aquisição com os respectivos custos de
instalação - equivale ao seu valor depreciável.

RESULTADO APÓS O IR, OBTIDO PELA VENDA DO ATIVO VELHO:


É o resultado obtido pela venda do ativo velho, deduzido do imposto de renda
incidente.

RESULTADO OBTIDOS COM A VENDA DE ATIVOS VELHOS:


Entradas de caixa, líquidas de quaisquer custos de venda ou remoção, resultantes
da venda de um ativo existente.
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IR INICIDENTE SOBRE A VENDA DE UM ATIVO VELHO:


Valor do imposto de renda que decorre da relação entre o preço de venda do ativo,
seu preço inicial de compra e o seu valor contábil.

VALOR CONTÁBIL:
Valor do ativo, dado pelo seu custo total inicial, menos a depreciação acumulada.

1.7. Variações no Capital Circulante Líquido:

A diferença entre as variações nos ativos circulantes e as variações nos passivos


circulantes será a variação no capital circulante líquido.

Suponha a compra de uma nova máquina para expandir o nível de operações:


Deve ser acompanhada de crescimentos dos níveis de:


Caixa
Duplicatas a receber
Estoques
Duplicatas a pagar
Outras contas a pagar


Tais aumentos resultam na necessidade de:

 mais caixa para sustentar a expansão nas operações;


 mais duplicatas a receber e estoques para sustentar o aumento nas vendas;
 mais duplicatas a pagar e outras contas para sustentar o aumento nas compras
realizadas, em função da maior demanda por seus produtos.

O cálculo da variação no CCL, para uma empresa que compra novas máquinas e
espera um crescimento nos ativos circulantes de R$ 22.000,00 e nos passivos circulantes
de R$ 9.000,00, pode ser assim ilustrado:

Conta circulante Variação no saldo

Caixa + R$ 4.000,
Duplicatas a receber + R$ 10.000,
Estoques + R$ 8.000,
(1) Ativo circulante + R$ 22.000,

Duplicatas a pagar + R$ 7.000,


Contas a pagar + R$ 2.000,
(2) Passivo circulante + R$ 9.000,

Variação no capital circulante [(1) – (2)] + R$ 13.000,


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1.8. Cálculo do investimento inicial

Exemplo:

A Powell Corporation, uma grande e diversificada fabricante de componentes


aeronáuticos, está tentando determinar o investimento inicial necessário para substituir
uma máquina antiga por um modelo novo e muito mais sofisticado. O preço de compra da
nova máquina é R$ 380.000,00, e R$ 20.000,00 adicionais serão exigidos para instalá-la.
Ela está depreciada pelo método acelerado (MACRS), durante cinco anos. A máquina
atual (velha) foi comprada há três anos por R$ 240.000, e está sendo depreciada pelo
método acelerado, pelo período de cinco anos. A empresa encontrou um comprador
disposto a pagar R$ 280.000, pela máquina atual e a arcar com os custos de sua
remoção. A empresa espera que haja um aumento de R$ 35.000, nos ativos circulantes e
de R$ 18.000, nos passivos circulantes, em consequência da substituição: essas
variações acarretarão um aumento de R$ 17.000, (R$ 35.000, - R$ 18.000) no capital
circulante líquido. A empresa está na faixa de 40% de imposto de renda.

O imposto de renda é o único componente do investimento inicial que é difícil de


calcular. Já que a empresa está planejando vender sua máquina atual por R$ 40.000, a
mais do que seu preço de compra, obterá um ganho de capital de R$ 40.000,. O valor
contábil dessa máquina pode ser encontrado usando-se as porcentagens de depreciação
20%, 32% e 19% para o primeiro, segundo e terceiro ano, respectivamente. O valor
contábil resultante é de R$ 69.600, (240.000, - [(0,20 + 0,32 + 0,19) x 240.000]). Um
ganho normal de R$ 170.400 (240.000, - 69.600,) em depreciação recuperada é também
obtido na venda. O imposto de renda total sobre o ganho é de R$ 84.160, [(40.000, +
170.400,) x 0,40]. Substituindo esse imposto de renda, juntamente com o preço de
compra e os custos de instalação da nova máquina, a quantia recebida pela venda da
máquina atual e a variação no capital circulante líquido, dentro do quadro (esquema
básico para se calcular o investimento inicial), obtém-se um investimento inicial de R$
221.160,. Isso representa a saída líquida necessária no instante zero:

Custo da nova máquina instalada:

Custo da nova máquina 380.000


+ Custos de instalação 20.000
Custo total proposto (valor depreciável) 400.000
- Resultado da venda da máquina velha, após
imposto
Recebimento da venda da máquina velha 280.000
- Imposto de renda sobre a venda da máquina
velha 84.160
Recebimento total após o imposto de renda 195.840
+ Variação no capital circulante líquido 17.000
221.160

CÁLCULO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS

Como já vimos, as entradas de caixa operacionais são as entradas de caixa


incrementais após o imposto de renda, originárias do projeto ao longo de sua vida.

INTERPRETAÇÃO DO TERMO APÓS O IMPOSTO DE RENDA


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Para fazermos comparações consistentes entre as propostas de investimento, é


imprescindível que se deduza antes o imposto de renda, pois a empresa não fará
legalmente uso de nenhum benefício antes de satisfazer as exigências fiscais do governo.

A consistência é necessária para a avaliação das alternativas de dispêndio de


capital, pois a intenção é comparar os benefícios.

INTERPRETAÇÃO DO TERMO ENTRADA DE CAIXA

O cálculo básico consiste em adicionar ao lucro líquido após o imposto de renda


quaisquer encargos que não representem saídas de caixa e apareçam como despesas na
demonstração do resultado.

Estimativas de receitas e despesas (excluindo depreciação) da Powell Corporation,


para a máquina proposta e a atual:

Despesas (exceto
Ano Receita Depreciação)
(1) (2)
Com máquina proposta
1 2.520.000, 2.300.000,
2 2.520.000, 2.300.000,
3 2.520.000, 2.300.000,
4 2.520.000, 2.300.000,
5 2.520.000, 2.300.000,
Com máquina atual
1 2.200.000, 1.990.000,
2 2.300.000, 2.110.000,
3 2.400.000, 2.230.000,
4 2.400.000, 2.250.000,
5 2.250.000, 2.120.000,

Despesas de depreciação da máquina proposta e da atual:


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Porcentagem de Depreciação
Custo Depreciação 1x2
1 2 3
400.000 20% 80.000
400.000 32% 128.000
400.000 19% 76.000
400.000 12% 48.000
400.000 12% 48.000
400.000 5% 20.000
100% 400.000

240.000 12% 28.800 depreciação no 40 ano


240.000 12% 28.800 depreciação no 50 ano
240.000 5% 12.000 depreciação no 60 ano
Como a máquina atual está no final do terceiro ano da
recuperação de seu custo na época em que a análise foi efetuada,
aplicam-se apenas os três últimos anos de depreciação
TOTAL 69.600
a
O total de R$ 69.600, representa o valor contábil da máquina atual no fim
do terceiro ano, conforme foi calculado no exemplo anterior.

Cálculo das entradas de caixa operacionais

RECEITA

(-) DESPESAS (excluindo depreciação)

= LUCRO ANTES DE DEPRECIAÇÃO E IMPOSTO DE RENDA

(-) DEPRECIAÇÃO

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA

(-) IMPOSTO DE RENDA

= LUCRO LÍQUIDO APÓS O IMPOSTO DE RENDA

+ DEPRECIAÇÃO

= ENTRADA DE CAIXA OPERACIONAL


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Usando o modelo apresentado e considerando-se uma alíquota de 40% de imposto


de renda, obtêm-se as entradas de caixa operacionais para cada ano, tanto da máquina
proposta como da máquina atual.

Com a máquina proposta ANO
1 2 3 4 5 6
Receita 2.520.000 2.520.000 2.520.000 2.520.000 2.520.000 0
(-) Des. (exc.deprec.) -2.300.000 -2.300.000 -2.300.000 -2.300.000 -2.300.000 0
Lucro antes deprec. e IR 220.000 220.000 220.000 220.000 220.000 0
(-) Depreciação -80.000 -128.000 -76.000 -48.000 -48.000 -20.000
Lucro Líquido antes do IR 140.000 92.000 144.000 172.000 172.000 -20.000
(-) Imposto de Renda -56.000 -36.800 -57.600 -68.800 -68.800 -8.000
LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 84.000 55.200 86.400 103.200 103.200 -12.000
(+) Depreciação 80.000 128.000 76.000 48.000 48.000 20.000
Entradas de caixa Operacionais 164.000 183.200 162.400 151.200 151.200 8.000

Com a máquina atual ANO


1 2 3 4 5 6
Receita 2.200.000 2.300.000 2.400.000 2.400.000 2.250.000 0
(-) Des. (exc.deprec.) -1.990.000 -2.110.000 -2.230.000 -2.250.000 -2.120.000 0
Lucro antes deprec. e IR 210.000 190.000 170.000 150.000 130.000 0
(-) Depreciação -28.800 -28.800 -12.000 0 0 0
Lucro Líquido antes do IR 181.200 161.200 158.000 150.000 130.000 0
(-) Imposto de Renda -72.480 -64.480 -63.200 -60.000 -52.000 0
LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 108.720 96.720 94.800 90.000 78.000 0
(+) Depreciação 28.800 28.800 12.000 -0- -0- -0-
Entradas de caixa Operacionais 137.520 125.520 106.800 90.000 78.000 0

ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS INCREMENTAIS (RELEVANTES)


PARA A POWELL CORPORATION

Máquina Máquina Incremental


Proposta Atual Relevante
1 2 3=1-2
164.000 137.520 26.480
183.200 125.520 57.680
162.400 106.800 55.600
151.200 90.000 61.200
151.200 78.000 73.200
8.000 0 8.000

No quadro acima, os valores da coluna 2 representam o montante de entradas de


caixa operacionais que a empresa irá receber se a máquina atual não for substituída.
Caso a máquina proposta venha a substituir a máquina atual, as entradas de caixa
operacionais da empresa, para cada ano, serão aquelas mostradas na coluna 1.
Subtraindo as entradas de caixa com a máquina atual, das entradas de caixa com a nova
máquina, em cada ano, tem-se as entradas de caixa operacionais incrementais para cada
ano, mostradas na coluna 3. Esses fluxos de caixa representam o montante pelo qual
cada entrada de caixa anual crescerá como resultado da substituição da máquina atual
pela proposta. É evidente que são essas as entradas de caixa relevantes ao se avaliar os
benefícios de um dispêndio de capital em uma nova máquina.
15

CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA RESIDUAL

O fluxo de caixa residual é o fluxo de caixa relevante, resultante da liquidação de


um investimento a longo prazo no final de sua vida. Representa o fluxo de caixa após o
imposto de renda, excluindo as entradas de caixa operacionais, que ocorre no ano final do
projeto.

FORMATO BÁSICO PARA A DETERMINAÇÃO DO FLUXO DE


CAIXA RESIDUAL:

Recebimentos pela venda do novo ativo após o imposto de renda =

Recebimentos pela venda do novo ativo

() Impostos incidentes na venda do novo ativo

(-) Recebimentos pela venda do ativo velho após o imposto de renda =

Recebimentos pela venda do ativo velho

() Impostos incidentes na venda do ativo velho

() Variação no capital circulante líquido

Fluxo de caixa residual

RESULTADOS COM A VENDA DE ATIVOS

Os resultados obtidos com a venda do ativo novo e do usado, frequentemente


chamados de “valor residual”, representam o valor líquido, deduzido de quaisquer custos
de remoção ou de venda esperados por ocasião do término do projeto. Não é incomum
que os ativos tenham valor zero ao término do projeto.

IMPOSTOS INCIDENTES NA VENDA DE ATIVOS

No caso de projetos de substituição a incidência de impostos deve ser considerada


na venda final tanto do ativo novo como do ativo velho. Em outros casos, somente sobre o
novo ativo.

O cálculo dos impostos aplica-se sempre que o ativo for vendido por um valor
diferente de seu valor contábil. Assim,

 recebimento líquido maior que o valor contábil – pagamento de imposto –


representa saída de caixa;

 recebimento líquido menor que valor contábil – a recuperação de impostos –


representa entrada de caixa (adicionada ao recebimento pela venda ).
16

VARIAÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

Reflete a reversão para sua situação original, de qualquer investimento no capital


circulante líquido, refletido como parte do investimento inicial. Muitas vezes este irá
aparecer como uma entrada de caixa, devido à redução no capital circulante líquido; com
o término do projeto, acaba a necessidade de aumento no capital circulante líquido. Já
que o investimento no capital circulante líquido não é consumido, o montante recuperado
no término do projeto será igual ao montante apresentado no cálculo do investimento
inicial.

Exemplo:

Continua o exemplo da Powell Corporation

 Venda da nova máquina após seu 5º ano de vida útil = R$ 50.000, (valor
líquido).
 Máquina velha = valor R$ 0 (totalmente obsoleta)
 A empresa espera recuperar os R$ 17.000, de investimento.
 Imposto de Renda = 40%.
 Nos cálculos anteriores já vimos que após 5 anos:
- máquina velha – valor contábil = R$ 0
- máquina nova – valor contábil = R$ 20.000, (equivalente a
depreciação do sexto ano).
Já que o preço de venda de R$ 50.000, para a máquina proposta está abaixo de
seu custo inicial de R$ 400.000, mas acima do seu valor contábil de R$ 20.000, os
impostos serão devidos somente sobre a recuperação da depreciação de R$
30.000, ( R$ 50.000, pelo recebimento da venda – R$ 20.000, de valor contábil).
17

Recebimento pela venda do novo ativo após o imposto de renda =

Recebimento pela venda do novo ativo 50.000


(-) Impostos incidentes na venda do novo ativo 12.000
Resultado final pela venda do ativo após o
Imposto de renda - proposta 38.000

(-)Recebimento pela venda do ativo velho após IR=


Recebimentos pela venda do ativo velho 0
± Impostos incidentes na venda do ativo velho 0
Resultado final pela venda do ativo após o
Imposto de renda - atual 0
(+) Variação no capital circulante líquido 17.000
FLUXO DE CAIXA RESIDUAL 55.000

RESUMINDO OS FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES

Os três componentes do fluxo de caixa:

 o investimento inicial
 as entradas de caixa operacionais
 e o fluxo de caixa residual juntos representam os fluxos de caixa relevantes do
projeto.

Podem ser vistos como os fluxos de incrementais após o imposto de renda,


relacionados com a proposta de investimento. Representam, em termos do fluxo de caixa,
o quanto a empresa estará em melhor ou pior situação, se optar pela implementação da
proposta de investimento.

FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES DA POWELL CORPORATION COM A NOVA


MÁQUINA

55.000, Fluxo de cx. Residual

73.200, Ent. de cx. Operac.

26.480, 57.680, 55.600, 61.200, 128.200, Fluxo de caixa total

221.160,
18

Exercícios de Fixação:

1) A Irwin Enterprises está considerando a compra de um novo equipamento para


substituir o existente. O novo equipamento custará R$ 75.000,00 e exigirá R$
5.000,00 em custos de instalação. Ele será depreciado pelo método acelerado
(MACRS), utilizando um período de depreciação de cinco anos. O equipamento
existente foi adquirido a um custo total de R$ 50.000,00, quatro anos atrás; ele
está sendo depreciado pelo método acelerado, utilizando um período de
depreciação de cinco anos. Esse equipamento pode ser vendido hoje por R$
55.000,00 líquidos de quaisquer despesas com venda ou remoção. Como
resultado dessa proposta de substituição de equipamento, espera-se que o
investimento em capital circulante líquido aumente em R$ 15.000,00. A empresa
paga imposto de renda a uma alíquota de 40%, tanto nos seus ganhos normais,
quanto nos seus ganhos de capital.
a) Calcule o valor contábil para o equipamento existente.
b) Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do
equipamento existente.
c) Calcule o investimento inicial associado à proposta de substituição do
equipamento.

SMRAC – Depreciação anual, para cinco anos: 1º ano 20%, 2º ano 32%, 3º ano 19%,
4º ano 12%, 5º ano 12% e 6º ano 5%.

2) Uma máquina que está sendo usada atualmente foi comprada dois anos atrás por
R$ 40.000,00. Ela está sendo depreciada pelo método acelerado (MACRS),
usando-se um período de depreciação de cinco anos, e tem três anos de vida útil
remanescente. Essa máquina pode ser vendida hoje por R$ 42.000, líquidos de
quaisquer custos de venda ou remoção. Uma nova máquina, utilizando o método
acelerado de depreciação por três anos pode ser adquirida pelo preço de R$
140.000,00. São necessários R$ 10.000,00 para instalá-la e ela tem três anos de
vida útil. Se a nova máquina for adquirida espera-se que o investimento em
duplicatas a receber aumente em R$ 10.000,00, o investimento em estoques
cresça em R$ 25.000,00 e as duplicatas a pagar cresçam em R$ 15.000,00.
Espera-se que os lucros antes da depreciação e imposto de renda sejam de R$
70.000,00 para cada um dos próximos três anos, com a máquina existente, e de
R$ 120.000,00 no primeiro ano e R$ 130.000,00 no segundo e terceiro anos, com
a nova máquina. Ao final dos três anos, o valor de mercado da máquina existente,
seria igual a zero, mas a nova máquina poderia ser vendida por R$ 35.000,00
antes dos impostos. Tanto os ganhos normais quanto os ganhos de capital são
taxados a uma alíquota de 40% de imposto de renda.

a) Determine o investimento inicial associado à decisão de substituição


proposta.
b) Calcule as entradas de caixa operacionais incrementais para os anos 1 a 4,
associadas à proposta de substituição. (Obs.: somente fluxos de caixa de
depreciação devem ser considerados no quarto ano).
c) Calcule o fluxo de caixa residual associado à decisão de substituição
proposta. (Obs.: isso ocorre no final do terceiro ano).
d) Trace o diagrama dos fluxos de caixa relevantes encontrado em “a”, “b” e
“c”, associados a decisão de substituição proposta, supondo que seu
término seja no final do terceiro ano.
19

SMRAC – Depreciação anual, para 3 anos: 33%, 45%, 15% e 7% para o 1º, 2º, 3º e 4º
anos respectivamente.

SMRAC – Depreciação anual, para cinco anos: 1º ano 20%, 2º ano 32%, 3º ano 19%, 4º
ano 12%, 5º ano 12% e 6º ano 5%.

CAPÍTULO 2 – Administração do Capital de Giro e Gestão de Ativos Circulantes

2.1. O que é capital de giro: recursos exigidos para financiar o ciclo operacional das empresas
2.2. Objetivo da administração do capital de giro: gerir adequadamente as contas de ativo e passivo
circulante, a fim de alcanças equilíbrio entre lucratividade e risco
2.3. Capital de Giro Líquido (CGL): conceito mais amplamente utilizado
Definição
a) diferença entre ativos circulantes (AC) e passivos circulantes (PC)
b) parcela dos ativos circulantes financiada com recursos a longo prazo
Necessidade de CGL: manutenção da liquidez face ambiente econômico, incertezas,
imprevistos, sazonalidade
2.4. Volume de CGL afeta: Risco x Lucratividade
Quanto maior o CGL, menor o risco e a lucratividade
Quanto menor o CGL , maior o risco e lucratividade
Observação: depende do tipo de empresa e composição do ativo/passivo
Suposições básicas
a) empresa industrial
b) ativos permanentes mais lucrativos que circulantes
c) recursos de curto prazo mais baratos que de longo prazo
- passivos de funcionamento não onerosos
- taxas de juros mais elevadas no longo prazo

Alterações no CGL influenciam Risco e Lucratividade:

Ativo circulante em relação ao ativo total:


a) se aumenta: diminuem risco e lucratividade
b) se diminui: aumentam risco e lucratividade

Passivo circulante em relação ao ativo total:


a) se aumenta: aumentam risco e lucratividade
b) se diminui: diminuem risco e lucratividade
Efeitos conjuntos de mudanças no ativo e passivo circulantes

2.5. Determinação das Necessidades de Recursos para a Empresa


Recursos necessários para a empresa
20

2.6.3. Análise do Capital de Giro:

A administração do capital de giro (ou capital circulante líquido) está relacionada a administração
dos itens relacionados aos ativos circulantes e passivos circulantes.

O capital de giro constitui indicador de importância fundamental para julgar a situação de


equilíbrio ou desequilíbrio financeiro da empresa. Uma empresa está em equilíbrio financeiro
quando seu gerenciamento produz fluxos financeiros de entrada dimensionados e distribuídos
ao longo do tempo, de tal modo que permitam enfrentar as necessidades financeiras
correspondentes aos fluxos financeiros de saída. Ao contrário, encontra-se em situação de
desequilíbrio financeiro quando a gestão produz entradas relacionadas às receitas em montante
insuficiente e/ou distribuídos no tempo de tal forma que não cubra as necessidades financeiras
relativas as necessidades de desembolso.

Alcançar uma situação de equilíbrio financeiro é indispensável para a sobrevivência da


empresa. Podemos encontrar empresas que encontram-se em condições de equilíbrio financeiro
(receitas superiores aos custos), que podem enfrentar dificuldades em decorrência de
problemas financeiros, ou seja, de um desequilíbrio entre as entradas e saídas.

A administração do capital de giro corresponde as operações de gerenciamento dos seus


principais elementos: Gerenciamento de Liquidez, dos Crédidos dos Clientes, dos Estoques e
das diversas formas de passivos de curto prazo.

A administração da empresa de um modo geral, e do CDG, em particular, não é composta de


compartimentos estanques: a política eventualmente escolhida pela gerência em relação a um
item determinado é, muitas vezes, suscetível de influenciar o desempenho de uma série de
outras grandezas relacionadas de diversas maneiras com a primeira.

A adoção de uma polítiva diferente na concessão de crédito comercial (por exemplo, a redução
drástica do prazo médio de recebimento das vendas) pode surtir efeitos relevantes sobre a
dinâmica de toda uma série de itens da empresa. Dessa forma, ocorrerão reflexos sobre a
dinâmica dos estoques, que tenderão a aumentar (se não houver intervenções simultâneas
sobre a produção e sobre o suprimento de matérias primas) com a provável queda nas vendas.
21

2.7. A opção entre Risco e Rentabilidade:


Existe uma opção entre risco e retorno no que tange a proporção entre Ativo e Passivo
Circulante mantida pela empresa. Se a empresa direcionar seus recursos para ativos de elevada
liquidez (caixa, bancos e aplicações financeiras) em relação ao total de seu ativo, menor será o
risco que ela estará assumindo.

Por outro lado, se direcionarmos os investimentos para os ativos com giro mais longo (estoques,
duplicatas a receber) o risco será maior e o pagamento pontual das dívidas no curto prazo
dependerá da capacidade de geração de recursos operacionais e novos financiamentos obtidos
pela empresa.

Se os investimentos forem direcionados para o Ativo Permanente, maior será o retorno


alcançado pela empresa, mas maior ainda será o risco envolvido. Assim, a administração da
liquidez, associa-se a uma escolha entre risco e lucratividade. É necessário um comportamento
equilibrado da liquidez e muita atenção para antecipações de situações que possam favorecer
uma modificação de seu grau.

Numa empresa industrial o ativo circulante é tido como ativo de proteção e o ativo permanente
como ativo gerador do lucro. Isto é, espera-se que numa empresa industrial os ativos fixos
gerem a produção e consequentemente as vendas com lucros.

O rendimento das aplicações financeiras tendem a ser inferiores aquele que é gerado pela
empresa em suas atividades. Caso contrário, os acionistas deveriam vender a empresa e aplicar
os recursos no mercado financeiro.

Para se falar em rentabilidade, relativamente ao nível dos itens do passivo circulante, deve-se
levar em consideração as diferenças de custo entre os diferentes tipos de financiamento. Se os
custos dos financiamentos de curto prazo forem inferiores aos financiamentos de longo prazo,
quanto maior a proporção do capital de terceiros a curto prazo, maior será a rentabilidade da
empresa.

O capital de giro (CDG) é a parcela do ativo circulante financiada por fundos permanentes.
Naturalmente, quanto maior o CDG da empresa, maior será sua liquidez e menor o risco da
empresa se tornar insolvente no curto prazo.

A empresa se vê no dilema Lucratividade X Risco. A lucratividade pode ser medida pela


capacidade que a empresa tem de gerar resultados positivos através do maior volume de
vendas ou da redução de custos. O risco pode ser entendido como a probabilidade da empresa
tornar-se impossibilitada de pagar seus compromissos em dia.

Uma empresa obtém financiamentos para seus ativos através de dívidas de curto prazo (passivo
circulante) e fontes permanentes (exigível a lonto prazo e patrimônio líquido). Dentro do passivo
circulante existem os chamdos créditos naturais: fornecedores, salário a pagar, encargos
sociais, obrigações fiscais que são fontes de recursos não dispendiosos. No passivo circulante
somente empréstimos e duplicatas descontadas tem um custo estabelecido.

Assim, conclui-se que a forma mais vantajosa para uma empresa se financiar, em termos de
custo, é através de fontes de curto prazo. Deste modo, como o CDG representa a parcela dos
ativos circulantes financiada por fundos permanentes, ele tem um custo que aumenta na
proporção do seu volume.

Se a empresa optar por uma redução de seu risco, através da elevação do Capital de Giro, terá
sua lucratividade reduzida em função do custo do financiamento. No caso da empresa optar
pelo aumento da sua lucratividade terá que aumentar também o seu risco.

2.8. Necessidade de Capital de Giro:


O capital de giro suficiente (NCG) pode ser definido como aquele necessário para que a rotação
do ativo circulante seja suficiente para pagar o passivo circulante nas datas dos vencimentos.
Assim, a NCG nos mostra qual é o capital de giro mínimo que a empresa precisa ter, de modo
22

que, através da rotação do seu ativo circulante ela possa gerar recursos suficientes para pagar
as suas dívidas de curto prazo, sem precisar recorrer a empréstimos onerosos de curto prazo.

A rotação, nesse caso, significa o ciclo necessário para criar dinheiro (movimento dos ativos
desde a matéria prima até o caixa). Por exemplo, se uma empresa tem um ciclo operacional de
80 dias desde o ingresso da matéria prima até o recebimento do dinheiro proveniente da venda
de seu produto acabado e, simultaneamente, tem um ciclo de 40 dias para pagar o passivo
circulante, ela precisaria ter um ativo circulante duas vezes maior que o passivo circulante.

Assim, a rotação dos ativos circulantes tem que criar recursos suficientes para pagar os
passivos nos vencimentos. Deste modo, não se pode estabelecer um índice de liquidez corrente
padrão para analisar todas as empresas. Cada uma tem uma relação de rotação e pagamentos
diferentes e precisa de um nível diferente de capital de giro.

A necessidade de capital de giro é função direta do volume dos ativos operacionais da empresa
(duplicatas a receber, estoques) e inversamente proporcional ao volume de passivos
operacionais (fornecedores, obrigações fiscais e obrigações trabalhistas).

Existe uma parcela dos recursos da empresa que estão imobilizados no ativo permanente. A
necessidade de capital de giro (investimentos que empresa necessita fazer em duplicatas a
receber, estoques, adiantamentos a fornecedores, subtraídos das fontes de recursos
operacionais, isto é, fornecedores, obrigações fiscais, obrigações trabalhistase adiantamentos
de clientes) pode ser entendida numa análise de curto prazo como uma imobilização de recuros
que a empresa faz, e que por isso, deve ser financiado preferencialmente por recursos
permanentes.

Esses recursos permanentes nada mais são do que o capital circulante líquido (parcela do ativo
circulante financiada por recursos permanentes).

Exemplo:

Considerando uma empresa na seguinte situação:

Vendas anuais....................................... R$ 40.000


(-) Impostos sobre vendas (20%)............ R$ 8.000
CPV (18.000)
Matérias primas.............................. R$ 12.000
Mão de obra................................... R$ 4.000
Depreciação................................... R$ 2.000
Estoques
Matérias primas.............................. 45 dias
Produtos em elaboração.................. 15 dias
Produtos acabados......................... 30 dias
Prazos de financiamentos
Prazo médio de recimento............... 40 dias
Prazo médio de pagamento.............. 30 dias
Pagamento de mão de obra.............. 30 dias
Prazo médio de recolhimento das obrigações fiscais............. 20 dias

Assim, teremos:

Duplicatas a receber = (40 x 40.000) : 360 = R$ 4.444,44

Estoques de matéria prima = (45 x 12.000) : 360 = R$ 1.500,00

Estoques de produtos em elaboração = (15 x 18.000) : 360 = 750,00

Estoques de produtos acabados = (30 x 18.000) : 360 = R$ 1.500,00

Fornecedores = (30 x 12.000) : 360 = R$ 1.000,00

Obrigações fiscais = (20 x 8.000) : 360 = R$ 444,44

Obrigações trabalhistas = (30 x 4.000) : 360 = R$ 333,33


23

Se essa empresa decidir manter em caixa e bancos o correspondente a 15% de duplicatas a


receber + estoques, está conta terá o valor de R$ 1.229,17.

Assim, para um nível de vendas de R$ 40.000,00 anuais, o ativo circulante e o passivo


circulante podem ser expressos como:

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE


Caixa e bancos 1.229,17 Fornecedores 1.000,00
Duplicatas a receber 4.444,44 Salários e enc. A pagar 333,33
Estoque prod. Acabados 1.500,00 Obrigações fiscais 444,44
Estoque prod. Elaboração 750,00
Estoque matérias-primas 1.500,00

TOTAL PASSIVO
TOTAL ATIVO CIRCULANTE 9.423,61 CIRCULANTE 1.777,78

Necessidade de Capital de Giro 7.645,83

2.8.1. Financiamento da Necessidade de Capital de Giro:

O caso apresentado acima nos dias que existe uma NCG de R$ 7.645,83 para sustentar o nível
de vendas de R$ 40.000,00

Que tipo de fonte de recursos deve ser mais adequada para financiamento deste valor?

 Empréstimos de curto prazo?


 Empréstimos de longo prazo?
 Capital próprio?

Depois de estabelecido o nível de vendas, uma empresa precisa manter determinados níveis de
estoques e de duplicatas a receber. Para isso, ela precisa de recursos que financiem estes
investimentos indefinidamente.

Se, no entanto, a empresa tiver que pagar empréstimos em prazos que não estejam de acordo
com a sua capacidade geradora de lucros, ela será forçada a desmobilizar estoques além de
uma redução ou não concessão de prazos para clientes, o que provocará uma redução do nível
de vendas.

Embora o ativo circulante represente as aplicações de maior liquidez e, portanto de maior


rotatividade, ele também constitui uma imobilização de recursos.

Vamos supor a empresa de nosso exemplo anterior que teve um total de vendas igual a R$
40.000,00. Se esta empresa dobrar suas vendas e seus custos de produção (exceto
depreciação), mantendo constantes todas as condições dadas, chegaremos a seguinte situação
do ativo circulante e passivo circulante:

Ano II = Vendas R$ 80.000,00

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE


Caixa e bancos 2.420,83 Fornecedores 2.000,00
Duplicatas a receber 8.888,89 Salários e enc. A pagar 666,67
Estoque prod. Acabados 2.833,33 Obrigações fiscais 888,89
Estoque prod. Elaboração 1.416,67
24

Estoque matérias-primas 3.000,00

TOTAL PASSIVO
TOTAL ATIVO CIRCULANTE 18.559,72 CIRCULANTE 3.555,56

Necessidade de Capital de Giro 15.004,17

Assim, ao duplicarem as vendas da empresa no ano II, praticamente dobrou o capital de giro
necessário, dado que os prazos recebidos de fornecedores concedidos a clientes e prazos de
estocagem se mantiveram constantes.

Podemos ver que no segundo ano são necessários mais R$ 9.133,11 para suportar o ativo
circulante, dos quais R$ 1.777,78 são financiados por créditos naturais (fornecedores,
obrigações fiscais e salários a pagar).

Se os R$ 7.358,34 forem financiados no curto prazo (anão ser que se tratasse de um produto
cuja a procura fosse sazonal), os recursos para o pagamento dessa dívida de curto prazo terão
de ser obtidos pela conversão de ativos circulantes. Assim, a empresa acabaria voltando ao seu
nível anterior de vendas ao saldar seu compromisso.

A necessidade de capital de giro de empresas cuja produção e venda se distribuam


uniformemente durante o ano, constitui uma imobilização permanente, devendo ser financiado
com recursos de longo prazo, sejam créditos ou capitais próprios.

2.8.2. Sazonalidade da Necessidade de Capital de Giro:

Para empresas cujas vendas sejam sazonais, isto é, em determinadas épocas do ano a
atividade cresce enquanto em outras ela decresce, os níveis de estoques e de duplicatas a
receber não são constantes e não precisam ser alimentadas o ano inteiro.

Uma empresa pode elevar suas vendas sem, no entanto, ter que elevar de forma proporcional a
imobilização de recursos para suportar o novo nível de vendas. Para isso, ela terá que alterar as
condições básicas inerentes ao negócio. Por exemplo, um maior giro nos estoques reduzirá a
necessidade de imobilização de recursos nesses itens. Quanto a duplicatas a receber, ela pode
conceder prazos menores para seus clientes.

No entanto, condições de mercado acabam limitando a liberdade de atuação da empresa no que


se refere a alterações de prazos médios.

2.8.3. Determinação da Necessidade de Capital de Giro:

Os ciclos do balanço:

As contas do ativo e passivo relacionam-se com o tempo. Certas contas apresentam uma
movimentação muito mais lenta, quando analisadas em relação a um conjunto de outras
contas. Assim, numa análise de curto prazo elas podem ser consideradas como
permanentes. Outras contas apresentam um movimento “contínuo e cíclico”. Existem
também contas que apresentam movimento “descontínuo e errático”.

Ativo operacional:

Corresponde as contas principais de investimento expontâneos feitos pela empresa. Eles


guardam relação com as atividades operacionais da empresa. As operações se repetem
constantemente num mesmo ritmo médio, a não ser que se introduzam mudanças
estruturais no processo de produção. Essas contas estão sempre girando, isto é, sua
reposição é automática, no ritmo do negócio, daí serem chamadas de operacionais.
25

Devemos observar a diferença entre a atual classificação e a tradicional. Por exemplo,


estoques e duplicatas a receber eram contas denominadas realizáveis na classificação
tradicional, isto é, suponha-se que o empresário poderia abrir mão delas a qualquer
momento. No entanto, isto só é possível com a liquidação da empresa. Quando a
empresa está em operação, ao ser retirado um item do estoque, outro deverá ser
adquirido, caso se queira manter o mesmo nível de produção. Uma vez paga uma
duplicata, outra irá tomar-lhe o lugar.

O ativo operacional depende basicamente do volume dos estoques e do saldo de


duplicatas a receber, dado que as demais contas apresentam normalmente pequenos
saldos.

O nível de estoques depende do volume das operações da empresa, isto é, o volume das
compras, produção e da duração do prazo médio de estocagem (matérias primas,
produtos em elaboração e de produtos acabados). O volume de duplicatas a receber
dependo do volume de vendas e do prazo médio concedido a clientes.

Ativo Operacional = caixa e bancos (não inclui aplicações financeiras)


+ duplicatas a receber ( - P.D.D.)
+ estoques
+ adiantamentos a fornecedores
+ adiantamentos a empregados
+ impostos a recuperar
+ despesas antecipadas

Passivo operacional:

Corresponde as contas principais de financiamento espontâneos recebidas pela empresa,


diretamente relacionados com a atividade operacional e que tem uma característica de
renovação.

O passivo operacional depende em grande parte do volume de compras e do prazo


médio de pagamento a fornecedores, dado que os demais itens costumam vencer num
curto prazo.

Passivo Operacional = fornecedores


+ despesas provisionadas (despesas ocorridas mas ainda
não pagas – salários e encargos a pagar, impostos
indiretos a recolher)
+ adiantamento de clientes

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO = ATIVO OPERACIONAL – PASSIVO


OPERACIONAL
Quando as saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa, a empresa cria uma
necessidade de aplicação permanente de fundos (necessidade de capital de giro), que é
representada pela diferença positiva entre o ativo operacional e passivo operacional.

A necessidade de capital de giro é influenciada pelos seguintes fatores:

a) NCG = (vendas)

A NCG aumenta quando as vendas aumentam, permanece constante quando as


vendas não oscilam e reduz quando as vendas decrescem.

b) NCG = (prazos concedidos)

A NCG aumenta quando a empresa concede um prazo maior e vice-versa.

c) NCG = (prazos recebidos)

A NCG aumenta quando há uma redução dos prazos concedidos por fornecedores e
vice-versa.
26

d) NCG = (política de estoques)

A NCG aumenta quando a empresa aumenta o seu volume de estoques e vice-versa.

A necessidade de capital de giro depende basicamente da natureza dos negócios (ciclo


financeiro) e do nível de atividades.

O nível de vendas afeta mais fortemente a necessidade de capital de giro das empresas
com ciclo financeiro elevado do que aquelas com ciclo financeiro reduzido.

Capital de Giro (ou capital circulante líquido):

O capital de giro representa a parcela das fontes permanentes que vão financiar os
investimentos permanentes no giro (NCG).

Necessidade de
Capital de Giro Passivo Financeiro

CDG
ELP +
RLP + Ativo Patrimônio
Permanente Líquido

Capital de giro pode ser definido como a diferença entre (patrimônio líquido + exigível a
longo prazo) e (ativo permanente + realizável a longo prazo), que de forma análoga
representa a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante.

CDG = (patrimônio líquido + ELP – ativo


permenente - RLP
A importância da análise do capital de giro é devido a existência de uma defasagem entre
os vencimentos das obrigações correntes e da realização dos ativos correntes.

Por exemplo, quando uma empresa compra a prazo, sabe-se com antecedência as
condições de crédito e as datas de vencimento das obrigações. A dificuldade existe entre
em prever quando ocorrerão as entradas de caixa. Quando mais previsíveis forem as
entradas de caixa, menos capital circulante líquido será necessário, podendo a empresa
operar com pouco ou nenhum CDG.

As empresas que possuem entradas de caixa incertas, necessitam manter níveis de


ativos circulantes adequados para suprir as obrigações correntes, isto é, essas empresas
necessitam de capital circulante líquido.

Uma empresa possui duas fontes principais para financiar seus ativos:

a) Dívidas de curto prazo (passivo circulante);


b) Recursos permanentes (exigível de longo prazo e patrimônio líquido)

Naturalmente, para uma dada necessidade de capital de giro, quanto maior o CDG da
empresa, maior será sua liquidez e menor o risco da empresa se tornar insolvente no
curto prazo.
27

2.8.4. Transações que afetam o capital de giro:

a) Aumento do capital de giro:

 Lucro líquido do exercício;


 Aumento do capital integralizado pelos acionistas;
 Obtenção do financiamento de longo prazo;
 Transformação de realizável a longo prazo em ativo circulante;
 Recursos obtidos com a venda a terceiros de bens do ativo permanente (à
vista ou a curto prazo).

b) Redução do capital de giro:

 Prejuízo líquido do exercício;


 Compra de ativo imobilizado à vista ou a curto prazo;
 Aquisição de novos investimentos permanentes em outras sociedades à vista
ou a curto prazo;
 Aplicação de recursos no ativo diferido;
 Fornecimento de empréstimo a longo prazo;
 Pagamento de dividendos;
 Resgate antecipado da dívida de longo prazo;
 Transferência da dívida de longo para curto prazo, etc...

c) Transações que não afetam o capital de giro:

 Recebimento de duplicatas a receber;


 Aquisição de mercadorias à vista ou a curto prazo;
 Conversão de uma dívida de longo prazo em outra;
 Venda de bens do ativo permanente recebível a longo prazo;
 Aquisição de bens do ativo permanente pagáveis a longo prazo;
 Integralização de capital em bens do ativo permenente;
 Conversão de empréstimos de longo prazo em capital;
 Venda de estoques de produtos acabados à vista ou a curto prazo;
 Capitização de contrato de mútuo (conversão do ELP em patrimônio líquido).

2.8.5. Saldo de tesouraria (ST):

É o indicador que sinaliza o grau de adequação da política financeira empregada pelos


administradores financeiros. O saldo de tesouraria positivo indica que a empresa dispõe
de fundos de curto prazo que poderão ser aplicados em títulos de liquidez imediata,
aumentando assim a margem de segurança financeira da empresa. Caso seja negativo,
indica que os recursos permanentes (patrimônio líquido e ELP) não são suficientes para
cobrir os investimentos no ativo permanente, realizável a longo prazo e na necessidade
de capital de giro da empresa, o que força a empresa a recerrer a empréstimos a curto
prazo.

A manutenção de saldos de tesouraria negativos e crescentes pode indicar dificuldades


iminentes para a empresa.

O saldo de tesouraria é calculado a partir da diferença entre o capital de giro (CDG) e


necessidade de capital de giro (NCG). Uma outra forma para se calcular o ST seria
através da diferença entre o ativo de tesouraria e passivo de tesouraria, onde:

Ativo de Tesouraria = corresponde a parcela do ativo circulante não relacionada com a


atividade operacional.

Ativo de Tesouraria = aplicações financeiras


+ imposto de renda restituível
+ dividendos a receber
+ empréstimos a receber de companhias ligadas
28

Passivo de Tesouraria = corresponde a parcela do passivo circulante não relacionada as


operações da empresa.

Passivo de Tesouraria = empréstimos de curto prazo


+ financiamentos bancários
+ debêntures
+ adiantamentos de contratos de câmbio
+ imposto de renda e contribuição social a recolher
+ dividendos a pagar
+ empréstimos a pagar com companhias ligadas

2.8.6. Coeficiente de Solvência:

É a relação do saldo de tesouraria em relação ao ativo total (ou saldo de tesouraria /


módulo da necessidade de capital de giro).

A existência de saldos de tesouraria negativos não implica necessariamente uma


situação financeira apertada. Na realizada, muitas empresas apresentam saldo de
tesouraria negativo. O que deve ser analisado e acompanhado com muita atenção é a
tendência do coeficiente de solvência ao longo do tempo. Se essas relações forem
negativas e crescentes, indicará que a empresa está se desequilibrando financeiramente.

Deve-se analisar também a tendência da relação NCG sobre vendas (ou sobre o ativo
total), pois quanto maior for este índice maior será o ciclo financeiro da empresa, o que
implicará num maior risco para a empresa.

Exemplo:

Com base nos dados abaixo, calcule a Necessidade de Capital de Giro, Capital de Giro e
Saldo de Tesouraria e monte o Balanço Patrimonial Ajustado para 20X0; 20X1; 20X2 e
20X3 de uma empresa do setor de varejo voltada para a comercialização de bens
populares, que trabalha com um giro rápido de estoques, recebimento rápido de vendas e
prazo elevado de pagamento a fornecedores.

20X0  Vendas = R$ 540.000

Vendas = R$ 540.000
CMV = 80% das vendas

Prazo médio de recebimento das vendas = 7 dias


Prazo médio de estoques = 20 dias
Prazo médio de pagamento = 60 dias

Patrimônio líquido no final de 20X0 = R$ 100.000


Exigível de longo prazo no final de 20X0 = R$ 20.000
Ativo permanente + RLP no final de 20X0 = R$ 140.000

20X1  vendas crescem a R$ 810.000, com um lucro líquido de = R$ 10.000

20X2  vendas permanecem consntantes, a empresa resolve realizar novas


imobilizações no ativo permanente, num total de R$ 40.000 e obtém um lucro líquido de
R$ 10.000

20X3  ano recessivo para a empresa, as vendas caem para um patamar de R$


540.000, gerando um prejuízo de R$ 10.000

Solução:

20X0

NCG0 = duplicatas a receber0 + estoques0 – fornecedores0


29

NCG0 = ((540.000 x 7)/360) + ((432.000 x 20)/360) – ((432.000 x 60)/360)

NCG0 = -37.500

CDG0 = patrimônio líquido0 + ELP0 – ativo permanente0 – RLP0


CDG0 = 100.000 + 20.000 – 140.000 = -20.000

ST0 = CDG0 – NCG0


ST0 = -20.000 – (-37.500) = +17.500
Balanço Ajustado ano 20X0

ST = 17.500 NCG = 37.500

AP = 140.000 Recursos 120.000


Permanentes =

Comentário:

Supermercados e empresas varejistas voltadas para a comercialização de bens


populares costumam trabalhar com uma necessidade de capital de giro pequena ou
mesmo negativa, isto é, ativo operacional menor do que o passivo operacional, uma vez
que compram a prazo, tem um giro de estoques rápido e vendem à vista.

Dessa forma, o ciclo financeiro (NCG / vendas diárias) pode ser muito reduzido ou
mesmo negativo, o que indicaria que a empresa recebe antes de desembolsar.

20X1  vendas = R$ 810.000 e lucro líquido = R$ 10.000

NCG1 = duplicatas a receber1 + estoques1 - fornecedores1

NCG1 = ((810.000 x 7) / 360) + ((648.000 x 20) / 360) – ((648.000 x 60) / 360)

NCG1 = -56.250

CDG1 = patrimônio líquido1 + ELP1 – ativo permanente1 - RLP1

CDG1 = (100.000 + 10.000) + 20.000 – 140.000 = -10.000

ST1 = CDG1 – NCG1


ST1 = -10.000 – (-56.250) = +46.250
30

Balanço Ajustado para 20X1

ST = 46.250 NCG = 56.250

AP = 140.000 Recursos
Permanentes = 130.000

Comentário:

Nos setores que trabalham com uma necessidade de capital de giro e ciclo financeiro
negativo, quanto maior for o nível de vendas, maior será o saldo de tesouraria.

20X2  novos investimentos em ativo permanente = R$ 40.000. Lucro líquido = R$


10.000

NCG1 = NCG2
CDG2 = patrimônio líquido2 + ELP2 – ativo permanente2 - RLP2

CDG2 = (110.000 + 10.000) + 20.000 – (140.000 + 40.000) = -40.000

ST2 = CDG2 – NCG2

ST2 = -40.000 – (-56.250) = +16.250

Balanço Ajustado ano 20X2

ST = 16.250 NCG = 56.250

AP = 180.000 Recursos
Permanentes = 140.000

Comentário:

Muitas vezes os administradores ou donos dessas empresas resolvem investir os


elevados saldos de aplicações financeiras em Ativo Permanente (expansão das lojas,
informatização, etc...) o que representa um risco, uma vez que estes elevados saldos de
tesouraria decorrem de passivos junto a fornecedores que precisam ser continuamente
renovados.
31

20X3  recessão  vendas = R$ 540.000, prejuízo líquido = R$ 10.000

NCG3 = duplicatas a receber3 + estoques3 – fornecedores3

NCG3 = ((540.000 x 7)/360) + ((432.000 x 20)/360) – ((432.000 x 60)/360)

NCG3 = -37.500

CDG3 = patrimônio líquido3 + ELP3 – ativo permanente3 – RLP3


CDG3 = (120.000 – 10.000) + 20.000 – 180.000 = -50.000

ST3 = CDG3 – NCG3


ST3 = -50.000 – (-37.500) = -12.500

Balanço Ajustado para 20X3

ST = 12.500

NCG = 37.500

AP = 180.000
Recursos
Permanentes = 130.000

Comentário:

Caso haja uma queda nas vendas, haverá uma redução nas compras, o que implicará
numa redução forte na conta de fornecedores e aumento da necessidade de capital de
giro. Consequentemente, o saldo de tesouraria declinará rapidamente, podendo até ficar
negativo, demonstrando que empresas desses setores apresentam alto grau de
sensibilidade a variação nas vendas.
32

2.9. Exercícios de fixação:


2.9.1 Calcule e explique a evolução do Saldo de Tesouraria e o balanço ajustado da
empresa ao longo dos 4 anos, considerando as seguintes premissas:

DRE Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Vendas brutas 1.000 1.500 1.500 1.000
(-) Impostos -200 -300 -300 -200
(=) Vendas líquidas 800 1.200 1.200 800
(-) CMV -560 -840 -840 -560
(=) Lucro bruto 240 360 360 240
(-) Despesas -220 -330 -330 -235
(=) Lucro líquido 20 30 30 5

Prazo médio de recebimento das vendas = 7 dias


Prazo médio de estoques = 20 dias
Prazo médio de pagamento = 60 dias
Prazo médio de pagamento das obrigações fiscais = 15 dias

RLP + ativo permanente = 540


ELP = 200
Patrimônio líquido = 300

Supondo  Compras = CMV

No terceiro ano a empresa investe R$ 90 em ativo permanente.

2.9.3. Questionário de fixação de conceitos:

1. Qual a definição de Capital Circulante Líquido?

2. O que são recursos não-onerosos? Cite três exemplos.


3. Qual o objetivo da administração do capital de giro?
4. Como podemos medir o risco e o retorno de uma empresa?
5. Porque as empresas de energia elétrica conseguem trabalhar habitualmente com capital
de giro negativo?
6. Quais os efeitos de um aumento no Passivo Circulante com conseqüente diminuição do
Patrimônio Líquido?
7. Quando o CCL é negativo como são financiados os investimentos permanentes?
8. Uma empresa com os seguintes valores e taxas para os seus grupos de contas, apresenta
que valores de Receita, Despesa, Lucro e CCL? AC = $200, 5%; AP = 300, 12%; PC =
$150, 3%; PL = $350, 8%?
9. Defina a relação entre Risco e Retorno?
10. Cite três exemplos de recursos onerosos.
11. Na administração do Capital de Giro, quais as principais contas do Ativo Circulante
observadas?
12. Porque em uma empresa industrial os Recursos de Longo Prazo são mais onerosos do
que os Recursos de Curto Prazo?
13. A administração do capital de giro abrange quais contas?
14. O que é insolvência técnica?
15. Quanto maior for a margem com a qual os ativos Circulantes de uma empresa cobrem as
suas obrigações a curto prazo ( Passivos Circulantes), o que acontece com a sua
capacidade de pagamento?
16. Cite uma maneira de se mensurar o risco de insolvência técnica?
33

17. Como evitar a insolvência técnica?


18. Porque numa empresa industrial os Ativos Permanentes são mais rentáveis do que os
Ativos Circulantes?
19. Nas empresas do tipo industrial, o que acontece com a relação risco x retorno quando
aumentamos o AC e os Recursos de Longo Prazo (PL + ELP) simultaneamente?
20. Porque podemos afirmar que o Capital de Giro Líquido também pode ser representado
pela parcela de longo prazo aplicada nos itens ativos de curto prazo?

CAPÍTULO 3 – Gestão de Passivos Circulantes – fontes de financiamento


3.1 PASSIVOS ESPONTÂNEOS:

Os financiamentos espontâneos originam-se das operações normais da empresa e suas duas


formas principais mais conhecidas para o curto prazo são as duplicatas a pagar e as contas relativas a
despesas feitas e não pagas (outras contas a pagar).

Uma constatação que se faz, rapidamente analisando os números de uma empresa, é que à medida que o
volume de produção dessa empresa aumenta, as duplicatas a pagar e as outras contas a pagar também
aumentam, em conseqüência do maior volume de compras de mercadorias, assim como de salários, em
razão da maior necessidade de mão-de-obra para a produção, além de mais impostos em razão de maior
produção ou da prestação de serviços, bem como dos maiores lucros gerados.

Nào há nenhum "custo explícito" associado a qualquer um desses passivos circulantes. Ambos são também
conhecidos como financiamento de curto prazo não-garantido e a empresa deve aproveitar essas fontes de
financiamento, freqüentemente, "livre de juros", sempre que possível.

3.1.1. DUPLICATAS A PAGAR

São a principal fonte de financiamento para compra de mercadorias pelas empresas. Sua vantagem é que o
comprador não necessita de muitas formalidades para evidenciar sua obrigação para com o vendedor. Ao
aceitar a mercadoria recebida do vendedor, concorda em pagar ao fornecedor o montante exigido de acordo
com as condições de venda, à vista ou a crédito, estipuladas na fatura do vendedor (e confirmadas pela
encomenda emitida pela empresa).

A análise da fonte de financiamento "Duplicatas a pagar" será vista em nosso estudo pela lógica do
comprador.

Condições de Crédito

Estabelecem o período de crédito, o valor do desconto financeiro, caso haja, e o seu respectivo período
assim como a data em que o crédito se inicia. Os aspectos das condições de crédito são estipulados,
concisamente em expressões variadas, como, por exemplo, a seguinte:

"2/10, líquido 30 f.m."

Essa expressão sintética evidencia informações básicas, quais sejam:

- Período de crédito e sua extensão: 30 dias.


- Desconto Financeiro: 2%.
- Período do desconto financeiro: 10 dias.
- Época em que o período de crédito inicia: (f.m.), ou seja, a partir do final do mês em curso.

Assim sendo:

Período de crédito:

Ë o número de dias que decorre até que o pagamento total seja exigido. Normalmente, os períodos de
crédito vão até 120 dias, independente ou não de oferta de desconto financeiro, embora possam ser
concedidos prazos superiores.
34

Desconto Financeiro:

É uma dedução percentual sobre o preço de compra de uma mercadoria ou prestação de serviço, que se
efetiva, caso o comprador efetue o pagamento num prazo estipulado, inferior ao período de crédito.

Período de desconto financeiro:

É o número de dias, após o início do período de crédito, durante o qual o desconto financeiro pode ser
aproveitado. Normalmente é de 5 a 20 dias.

Observação: Grandes clientes de pequenas empresas aproveitam seu poder de compra como forma de
melhorar seu desempenho financeiro, obtendo descontos além do período de desconto. Essa estratégia de
negócios usada por essas grandes empresas não é incomum, embora possa ser questionada eticamente.

Início do período de crédito:

É definido como parte das condições de crédito do fornecedor. Uma das indicações do período é a data da
fatura, que define o período de desconto financeiro e o período líquido do crédito.

Para manter posição competitiva, em teoria, empresas pertencentes à mesma indústria (setor) oferecem as
mesmas condições de crédito. Na prática, acordos especiais podem ser feitos visando favorecer alguns
clientes.

É recomendável ao comprador analisar atentamente as condições ofertadas pelos fornecedores, visando a


obtenção de concessões especiais de crédito.

3.1.2. Analisando Condições de Crédito:

O crédito oferecido à empresa permite-lhe adiar pagamentos de compras efetuadas. Como o fornecedor,
provavelmente, incorporou ao preço do produto esse custo de espera, o comprador estára indiretamente
pagando por esse benefício. Uma atenta análise das condições de concessão de crédito ao comprador deve
ser feita visando determinar a melhor estratégia de negociação.

3.1.2.1. - Aceitação do desconto financeiro:

O pagamento deverá ser feito até o último dia do período de desconto, não havendo custo associado ao
aproveitamento do desconto.

Exemplo:

Uma empresa comprou R$ 1.000,00 em mercadorias em 27/02 de um fornecedor que lhe ofereceu 2/10,
líquido 30 dias f.m. Se a empresa compradora aproveitar o desconto, terá de pagar:

[R$ 1.000,00 - (0,02 x 1.000)] = R$ 980,00 até o dia 10/03

3.1.2.2. - Não-aceitação do desconto financeiro:

A empresa neste caso não aproveita o desconto e paga a compra no último dia do período de crédito.
Embora não haja um custo direto por perder o desconto financeiro, há um "custo implícito", ou o custo de
não aproveitamento do desconto financeiro, que é a taxa de juros implícita paga por se adiar o
pagamento de uma duplicata por um determinado número de dias.

Exemplo:

Considerando os dados do exercício anterior, a empresa para conservar o dinheiro por vinte dias adicionais
(de 10 a 30 de março), precisa desistir da oportunidade de pagar R$ 980,00 por sua compra de R$
1.000,00. Sendo assim terá um custo extra pelo adiamento do pagamento por 20 dias.

Para calcular o custo do não aproveitamento do desconto financeiro, o preço real da compra precisa ser
visto como o custo descontado da mercadoria.
35

Para a empresa esse custo seria de R$ 980,00. Para adiar o pagamento por 20 dias, a empresa precisa
pagar mais R$ 20,00.

Sendo assim, a fórmula para calcular o custo é:

Custo do não aproveitamento do desconto financeiro (CNADF) = [DF/ (100% - DF)] x [360/ N], onde:

DF - Desconto Financeiro, e

N - número de dias em que o pagamento poderá ser adiado, optando-se pelo não aproveitamento do
desconto financeiro.

Substituindo-se os valores na fórmula:

Custo = [2 /(100 - 2)] x [360/20] = 0,020408 x 18 = 36,73%

Uma forma para se obter o custo aproximado do não aproveitamento do desconto financeiro é:

CANADF = DF x (360/N). Logo: 2% x (360/20) = 2 x 18 = 36%

3.2. O CUSTO DO NÃO APROVEITAMENTO DE UM DESCONTO FINANCEIRO NA


TOMADA DE DECISÃO

Ë importante reconhecer que a aceitação de descontos podem representar fontes adicionais de


lucratividade para empresas que rotineiramente renunciam a eles.

Exemplo:

A empresa MX, uma empresa do setor de material de construção, dispõe de 4 fornecedores possíveis, com
diferentes condições de crédito, mas com produtos e serviços idênticos. Considerando os custos de não
aproveitamento do desconto dos 4 fornecedores dados abaixo, o custo dos fundos de curto prazo,
disponíveis num banco comercial local de 13%, e se cada um dos fornecedores (A,B,C e D) for considerado,
separadamente, de qual desconto financeiro (se houver), a empresa abrirá mão?

Fornecedor Condições de Crédito Custo aproximado de não aproveitamento

A 2/10, líquido 30 dias f.m. 36,0%

B 1/10, líquido 55 dias f.m. 8,0%

C 3/20, líquido 70 dias f.m. 21,6%

D 4/10, líquido 60 dias f.m. 28,8%

Tratando-se de A, C e D, a empresa MX aceita o desconto que é maior que o custo dos fundos de curto
prazo de 13%. Já quanto ao fornecedor B, a empresa faz bem em perder o desconto que é menor que o
custo dos fundos de curto prazo de 13%, existentes no Banco.

Efeitos de adiar o pagamento das Duplicatas a pagar

Uma estratégia freqüentemente usada pelas empresas é adiar o pagamento das duplicatas a pagar (além
do período de crédito), sem prejudicar o seu conceito. Embora essa estratégia seja financeiramente
atraente, pois reduz o custo de perder o desconto, levanta um problema ético, que é o não cumprimento do
acordo com o fornecedor (o fornecedor não encara com simpatia comprador que adia regular e
propositadamente o pagamento de suas compras).

Exemplo

A empresa Y system recebeu condições de crédito 2/10, líquido 30 dias f.m. O custo aproximado de não
aproveitamento é de 36% [2% x (360/20)]. Se a empresa pudesse estender o pagamento das duplicatas
para 70 dias, sem prejudicar seu conceito de crédito, o custo seria de quanto?
36

Custo = [2% x (360/60)] = 2% x 6 = 12%

Logo, estender o prazo de pagamento reduz o custo implícito de perder o desconto.


CONTAS A PAGAR

A segunda fonte espontânea de financiamento de curto prazo para as empresas são as contas à pagar,
resultantes dos serviços recebidos que ainda deverão ser pagos.

Os itens mais comuns são salários e impostos. Como os impostos são pagamentos ao governo, a empresa
não pode manobrar com essa obrigação. Já com os salários existe algum espaço para manobras, pois a
empresa pode financiar-se, em parte, ao pagar seus empregados somente algum tempo após terem
realizado seu trabalho.

Exemplo:

Uma construtora, a Concisa, paga, no momento, seus funcionários de forma semanal. A folha de pagamento
de salários é de, aproximadamente, R$ 500.000,00 por semana. Se a empresa estendesse o pagamento
para duas semanas, durante o ano todo, os funcionários estariam financiando quanto à empresa, caso
tivesse acesso a uma aplicação financeira que pagasse líquidos 10% ao ano? Qual seria o ganho?

Resposta 1: O financiamento seria dos mesmos R$ 500.000,00, já que na primeira semana do ano não há
pagamento de salários, pelo adiamento definido, e pela aplicação dos recursos a 10% ao ano. Daí para
frente a empresa paga semanalmente, sendo que o pagamento se refere a duas semanas anteriores.

Resposta 2: Aplicando-se R$ 500.000,00 a 10%, tem-se um ganho líquido de R$ 50.000,00, com tal
adiamento, que deverá ser parcialmente repassado aos empregados como juros de mora.

3.3. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:

3.3.1. - As condições de crédito para cada um dos quatro fornecedores são as seguintes:

FORNECEDOR CONDIÇÕES DE CRÉDITO


1 2/10, LÍQUIDO 60 f.m.
2 3/10, LÍQUIDO 30 f.m.
3 2/10, LÍQUIDO 55 f.m.
4 3/20, LÍQUIDO 55 f.m.

A - Determinar o custo aproximado de se recusar o desconto financeiro de cada fornecedor.

B - Caso a empresa tivesse acesso a um empréstimo de curto prazo com custo de 14,5%, qual (ais)
fornecedor(es) (se houver) teriam seus descontos financeiros desconsiderados ou rejeitados, se os
fornecedores fossem analisados, separadamente.

C - Se a empresa pudesse estender o prazo de sua duplicata a pagar (o período líquido apenas) ao
fornecedor 3 por mais 20 dias, sua resposta em B teria obtido alguma influência diferente com relação a
esse fornecedor?

3.3.2. - Para cada uma das condições de crédito dadas no exercício indique quando a empresa deve pagar
por compras efetuadas a partir de faturas emitidas com datas de 03 de maio de 2002. (para calcular, veja o
modo no verso da calculadora HP-12C)

A - líquido 45 dias:

B - líquido 45 dias, f.m.:

C - líquido 60 dias, data da fatura:

D - líquido 60 dias, f.m.:

3.3.3. - Determinar o custo do desconto financeiro perdido, sob cada uma das seguintes condições de
venda:
37

A - 3/10, líquido 30 dias.

B - 2/10, líquido 60 dias.

C - 4/10, líquido 75 dias.

D - 5/20, líquido 90 dias.

E - 5/15, líquido 180 dias.


38

3.3.4. - Um supervisor vem tentando mostrar a seu superior que o custo de não aproveitamento da condição
de crédito "4/10, líquido 60 dias", que os fornecedores oferecem compensam o custo do financiamento de
curto prazo de 15%, oferecido pelo banco que a empresa trabalha. Seu superior argumenta que o não
aproveitamento do desconto financeiro tem repercussão de apenas 5%. Utilizando a fórmula do custo
aproximado, calcule o efetivo custo de não aproveitamento do desconto oferecido, apresentando quem tem
razão e por quê?

3.3.5. - As compras feitas a prazo vencem inteiramente no prazo do faturamento convencionado entre as
partes. Muitas empresas oferecem descontos financeiros, nas suas vendas, caso o pagamento seja feito em
determinado momento do faturamento.
Em muitos casos, a fatura contém expressões que explicam ou sinalizam suas condições de crédito. A
seguir, são apresentados alguns casos.

Caso Desconto Prazo de desconto Prazo de crédito Início do crédito

01 1,4% 12 dias 35 dias fim do mês

02 2,5% 14 dias 28 dias data da fatura

03 3,7% 13 dias 30 dias data da fatura

04 4,1% 16 dias 40 dias fim do mês

Sendo assim, solicita-se:

A - Apresentar a expressão que explique ou sinalize cada um dos quatro casos referidos (Favor escrever a
expressão)

B - Considerando a fatura sendo emitida em 05/05/2006, calcule a data de vencimento do prazo de crédito
de cada um dos casos referidos

C - Calcular o custo de não aproveitamento do desconto financeiro de cada um dos casos referidos.

D - Se o custo dos recursos/fundos de curto prazo, disponíveis pelo banco comercial que a empresa
mantém suas transações financeiras operacionais, são de 54% ao ano, nominais e, ao analisarmos os
casos, separadamente, qual ou quais casos teriam seus descontos financeiros desconsiderados ou
rejeitados?

3.3.6. - Uma empresa de estruturas metálicas possui em seu cadastro o registro de aproximadamente 750
fornecedores. Está buscando depurar este cadastro, formando parcerias com seus fornecedores e
mantendo ativos somente aqueles que propuserem as melhores condições de crédito. Possui vários
fornecedores para o fornecimento de ferro, mas selecionou três, que apresentam as seguintes condições de
crédito para análise:

Fornecedor 1: 1,5/15, líquido 45 dias, f. m.


Fornecedor 2: 2,5/08, líquido 40 dias, f. m.
Fornecedor 3: 2,3/11, líquido 50 dias, f. m.

Solicita-se:

A - Calcular o custo de não aproveitamento do desconto financeiro dos três fornecedores.

B - Que fornecedor teria seu desconto financeiro descartado, caso a empresa tiver acesso a
recursos/fundos de curto prazo com custo na ordem de 18,6% ao ano, capitalizados semestralmente.
39

3.4. FONTES DE EMPRÉSTIMOS DE CURSO PRAZO SEM GARANTIAS:

Empresas frequentemente estabelecem linhas de crédito, que especificam o limite de


endividamento de curto prazo não garantido que os bancos deixarão disponíveis para elas num dado
período de tempo.

As empresas obtêm empréstimos de curto prazo não garantido de duas formas:

 empréstimos bancários;
 “comercial papers” ou notas promissórias comerciais

Diferentemente das fontes espontâneas de curto prazo não garantido, essas fontes são negociadas e
resultam em ações deliberadas do gestor financeiro.

Os empréstimos bancários são mais comuns porque podem ser solictados por empresas de qualquer porte,
enquanto os “comercial papers” tendem a estar disponíveis para grandes organizações. Além disso,
empréstimos internacionais poder ser utilizados para o financiamento de transações com o exterior.

3.4.1. EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS:

A principal fonte, obviamente, são as instituições financeiras conhecidas como bancos e o tipo mais
importante de empréstimo destinado as empresas é o empréstimo de curto prazo autoliquidável. O banco ao
concedê-lo, visa financiar necessidades sazonais decorrentes, por exemplo, de aumentos ocasionais de
estoques ou duplicatas a receber, ou seja, espera-se que tão logo estes ativos sejam convertidos em caixa,
os fundos gerados possam liquidar o empréstimo.

Os bancos emprestam fundos de curto prazo não-garantidos de três formas básicas:

 Através de notas promissórias (NP);


 Através de linhas de crédito (LC);
 Através de acordos de crédito rotativo (ACR).

Para discorrer sobre os três tipos de empréstimos bancários existents, é necessário abordar um pouco
sobre as taxas de juros.

3.4.2. TAXAS DEJUROS DE EMPRÉSTIMOS

Baseia-se geralmente na taxa de juros preferencial, que pode ser fixa ou flutuante. Deve ser avaliada
usando a taxa de juros efetiva, que é calculada diretamente, seja no vencimento, seja antecipadamente.

Taxa Preferencial de Juros:

É a menor taxa de juros cobrada sobre empréstimos bancários comerciais aos melhores clientes dos
principais bancos. Flutua de acordo com as variações da oferta/demanda por fundos de curto prazo.
Normalmente, os bancos determinam a taxa a ser cobrada sobre empréstimos bancários e vários
tomadores, acrescentando algum tipo de prêmio de risco as taxas preferenciais (spread), a fim de ajustá-la
a situação de risco do devedor.

O prêmio poderá variar entre zero e 4%, ou mais, embora na media o prêmio esteja na faixa de 2%.

Empresas consideradas como de “riscos questionáveis”, geralmente, tem dificuldades para obter
empréstimos de curto prazo não garantidos.

Taxas Fixas de Juros:

Estipula-se um prêmio de risco acima da taxa preferencial, invariável até o vencimento.

Taxa de Juros Flutuantes:


40

Geralmente o adicional a taxa preferencial é menor, uma vez que o risco do emprestador é menor.
41

3.4.2.1. MÉTODO DE CÁLCULO DOS JUROS:

Se os juros forem pagos na data de vencimento, a taxa efetiva de juros para um ano será:

Taxa efetiva de juros = (Juros / Montante Capitado) x 100

A maioria dos bancos exige os juros no vencimento do empréstimo. Quanto pagos antecipdamente, os juros
são deduzidos do empréstimo solicitado. São chados de empréstimos com desconto. A taxa efetiva de
juros para um ano nas operações com desconto será:

Taxa efetiva de juros = [(Juros / (Montante Capitado – Juros)] x 100

Exemplo:

Uma padaria deseja tomar emprestado R$ 1.000.000,00 a uma taxa de juros de 10%, durante um ano.

a) Se os juros forem pagos na data do vencimento, a padaria pagará:

10% de R$ 1.000.000,00 = R$ 100.000,00 (0,10 X 1.000.000,00), portanto, a taxa efetiva de juros


anual será de:

TEJ = (100.000,00 / 1.000.000,00) x 100 = 10% ao ano

b) Se o empréstimo solicitado tiver os juros descontados antecipadamente, a empresa pagará:

10% de R$ 1.000.000,00 = R$ 100.000,00 (0,10 x 1.000.000,00), mas receberá apenas R$


900.000,00 uma vez que os juros são pagos antecipadamente. Assim a taxa efetiva de juros anual
será de:

TEJ = [(100.000 / (1.000.000,00 – 100.000,00)] x 100 = 11,1% ao ano

3.4.3. TIPOS DE EMPRÉSTIMOS DE CURTO PRAZO NÃO GARANTIDOS:

NOTAS PROMISSÓRIAS:

Esse tipo de empréstimo de curto prazo não garantido é geralmente um negócio de uma única vez, feito
quando o tomador necessita de fundos adicionais por um curto período e cuja necessidade acredita que
cessará.

A nota promissória estabelece as condições do empréstimo, variando num prazo que varia de 30 a 270 dias,
nela constando a taxa de juros prevista, que pode ser fixa ou flutuante.

Exemplo:

Uma construtora acaba de tomar dois empréstimos de R$ 100.000,00 em um banco A e em um banco B. Os


empréstimos foram feitos no mesmo dia, quando a taxa preferencial estava em 10% nominal. Cada
empréstimo envolve uma NP de 90 dias com juros pagos no vencimento. O prêmio de risco sobre a taxa de
juros foi estipulado em 2% no caso do banco A, o que indica uma taxa nominal final fixa de 12% (10% de TP
+ 2% de adicionais) durante os 90 dias, independente das flutuações da TP. Qual o custo do empréstimo
bancário junto ao banco A?

Custo efetivo = R$ 100.000,00 x (0,12 x 90/360) = R$ 100.000,00 x 0,03 = R$ 3.000,00

Taxa de juros do trimestre = [(3.000,00 / 100.000,00) x 100] = 3% ao trimestre

Caso fosse renovado o empréstimo a cada 90 dias, durante um ano, sob as mesmas condições, qual seria a
taxa de juros?

Taxa efetiva de juros anual = (1 + 0,03)4 – 1 = 12,55% ao ano


42

No banco B o prêmio de risco sobre a taxa de juros foi de 2,5%, mas na modalidade flutuante. Isto quer
dizer que a taxa a ser cobrada durante os 90 dias, irá variar diretamente com a TP. Nos primeiros 30 dias a
taxa nominal foi de 12,5% (10% da TP + 2,5% adicionais nos 30 dias seguintes a TP subiu para 10,5% o
que gerou uma taxa nominal final de 13% e nos 30 dias finais a TP foi de 9,75%, o que gerou uma taxa
nominal final de 12,25%). Quanto a empresa acabará pagando de juros no banco B?

 Primeiros 30 dias................ [(12,5% x (30/360)] = 1,0417%


 Próximos 30 dias................ [(13% x (30/360)] = 1,0833%
 Próximos 30 dias................ [(12,25% x (30/360)] = 1,0208%
 TOTAL............................... = 3,1458%

Seu custo total será de R$ 3.145,80 (R$ 100.000,00 x 3,1458%) por 90 dias.

Taxa de juros total = [(3.145,80 / 100.000,00) x 100] = 3,1458% ao trimestre.

Caso o empréstimo seja renovado três vezes, sob as mesmas condições, qual seria a taxa efetiva de juros
anual?

Taxa efetiva de juros anual = (1 + 0,31458)4 – 1 = 13,19% ao ano.

Fica evidente, neste caso, que o empréstimo de curto prazo utilizando uma taxa de juros fixa será menos
oneroso (12,55%) de que o empréstimo utilizando uma taxa flutuante (13,19%).

3.5. LINHAS DE CRÉDITO:

É um acordo entre um banco e uma empresa que determinará o montante de empréstimo de curto prazo
não garantido que o banco colocará a disposição da empresa durante um período estipulado.

É bastante similar aos acordos estabelecidos entren os emissores de cartão de crédito e os detentores dos
cartões. São normalmente celebrados por uma ano, e frequentemente, impõem-se cláusulas restritivas ao
tomador.

O montante da linha de crédito é o limite máximo que uma empresa poderá tomar emprestado do banco. O
banco poderá solicitar do tomador, orçamento de caixa, DRE, balanço patrimonial realizado e projetado,
assim como suas demonstrações financeiras recentes.

A maior vantegem de uma linha de crédito do ponto de vista do banco é que elimina a necessidade de
exame da situação de crédito de um cliente, toda vez que este pedir um empréstimo.

Taxa de Juros:

Normalmente são flutuantes, determinados por taxa preferência + percentual de prêmio de risco. O adicional
variará de acordo com a situação de crédito do cliente (melhor situação, menor percentual).

Restrições a Alterações Operacionais:

O banco pode impor cláusulas restritivas, que lhe asseguram direito a renovar a linha de crédito, caso
alterações importantes nas condições financeiras ou nas operações ocorram sem que sejam comunicadas.
Mudanças na cúpula administrativa também devem ser informadas.

Saldos Médios:

O banco a fim de asseguar que o tomador seja um bom cliente requer que o mesmo mantenha um saldo
médio em conta corrente correspondente a uma percentagem do montante emprestado (normalmente de
10% a 20%). Isto não só obriga o tomador a ser um bom cliente, como eleva o custo do empréstimo.
43

Exemplo:

Uma empresa retira um empréstimo por meio de linha de crédito de R$ 1.000.000,00. A taxa de juros
nominal anual estipulada é de 10% (juros + prêmio) e deverá manter saldo médio dos fundos emprestados
de 20%, ou seja, R$ 200.000,00 em sua conta corrente. Na realidade recebe apenas R$ 800.000,00. Qual é
efetivamente o custo do empréstimo?

Custo efetivo = 10% de R$ 1.000.000,00 = 0,10 x 1.000.000,00 = R$ 100.000,00

Taxa efetiva de juros anual = {[R$ 100.000,00 / R$ 800.000,00 (1.000.000,00 – 200.000,00)] x 100} = 12,5%
ao ano.

Zeragem Anual:

Como forma de assuguar que o dinheiro emprestado seja usado para financiar necessidades sazonais,
muitos bancos exigem uma zeragem anual das linhas de crédito, o que significa que o tomador deve ter um
saldo zero de dívidas com o banco durante certo número de dias no ano, o que impede a transformação de
empréstimos de curto prazo em empréstimos de longo prazo.

Uma forma de manter linha de crédito com boas taxas de juros é um mínimo de cláusulas restritivas é o
pagamento de tarifas em sibstituição aos saldos médios, ou seja, condições que sejam boas para o tomador
e o banco.

3.5.1. ACORDOS DE CRÉDITO ROTATIVO:

É uma linha de crédito garantida, já que o banco garante ao tomador os recursos da linha independente de
escassez de dinheiro da época. As taxas de juros e demais exigências são semelhantes as linhas de
crédito. Não é raro um acordo de crédito rotativo cobrir período superior a um ano. Pela garantia de fundos,
o banco cobra uma “taxa de compromisso” que é aplicado ao saldo médio não utilizado da linha de crédito,
e que corresponde, normalmente a 0,5%.

Exemplo:

Um empresa tem um acordo de crédito rotativo de R$ 2.000.000,00 com seu banco. No ano de 2006, o
empréstimo médio utilizado foi de R$ 1.500.000,00. Já que a parcela média não utilizada foi de R$
500.000,00 (R$ 2.000.000,00 – R$ 1.500.000,00), qual foi o custo com a taxa de compromisso durante o
ano, caso isso tenha sido estipulado em 0,5%?

Taxa de compromisso = R$ 2.500,00 (R$ 500.000,00 x 0,005)

A empresa também teve de pagar juros sobre o empréstimo médio de R$ 1.500.000,00. Caso os juros
pagos fossem de R$ 160.000,00, qual seria a taxa efetiva de juros pagos:

Taxa efetiva de juros = {[(160.000,00 + 2.500,00) / 1.500.000,00] x 100} = 10,83%

INFORMAÇÃO IMPORTANTE: Embora possa ser mais caro para o tomador, um acordo de crédito rotativo
poderá oferecer menos risco em função da garantia da disponibilidade de fundos ao tomador.

“COMMERCIAL PAPERS” OU NOTAS PROMISSÓRIAS COMERCIAIS:

É uma forma de financiamento que consiste em NPs de curto prazo não garantidas, emitidas por empresas
de elevado conceiro de crédito e que vencem no período de 30 a 270 dias.

A maior parte dos commercial papers é emitido em múltiplos de R$ 100.000,00 ou mais e as financeiras são
os emitentes mais importantes. As empresas compram esses papéis, que são retidos como títulos
negociáveis, com o objetivo de prover reserva de liquidez que lhes renda juros.
44

Juros:

São definidos e pagos pelo emitente de acordo com o valor do desconto oferecido e pelo tempo decorrido
até a data do vencimento. É vendido com deságio em relação ao valor nominal ou de face.

Exemplo:

Uma empresa de telefonia acaba de emitir CP no valor de R$ 1.000.000,00, vencimento em 90 dias e


vendido por R$ 980.000,00. Quais são os juros pagos?

Taxa de juros total = [(20.000,00 / 980.000,00) x 100] = 2,04% ao trimestre

Taxa efetiva de juros anual = (1 + 0,020408)4 – 1 = 8,41% ao ano.

Uma característica importante dos CP é que elas normalmente tem uma taxa de 1% a 3% inferior a taxa que
os bancos oferecem. A razão disso é que muitos fornecedores de fundos de curto prazo não tem a opção de
fazer empréstimos de baixo risco com base na taxa preferencial, podem investir apenas em títulos
negociáveis do governo e em commercial papers. Embora o custo aparente do empréstimo por meio de CP
seja comumente menor que a taxa preferencial de empréstimos, o custo total de um CP pode não ser menor
do que um empréstimo bancário. Podem haver custos adicionais, como taxas pagas para obter avaliações
de agências especializadas sobre a empresa para tornar os títulos mais atraentes, além dos custos de
emissão.

Venda de CP:

É feita diretamente do ambiente aos investidores ou através de intermediários (dealers) que recebem uma
comissão. A maioria das Commercial Papers é adquirida por outras empresas, bancos, companhias de
seguro, fundos de pensão, etc...

3.6. EMPRÉSTIMOS INTERNACIONAIS:

Em certos aspectos, a obtenção de financiamento de curto prazo via comércio externo não difere dos
financiamentos domésticos. Em ambos os casos, o financiamento da produção e da estocagem das
mercadorias a venda por parte dos fabricantes, assim como o financiamento das duplicatas a receber até
serem pagas são os mesmos. Em outros aspectos as diferenças são fundamentais.

Transações Internacionais:

Diferença principal: Os pagamentos são feitos em moeda estrangeira (as empresas arcam com os custos
das operações, bem como estão expostas aos riscos das variações cambiais entre a data da fatura e o
respectivo recebimento).

Financiamento do Comércio Internacional:

O veículo mais importante talvez seja a carta de crédito, emitida pelo banco da empresa compradora para
fornecedor estrangeiro, estabelecendo que o banco garantirá o pagamento da fatura desde que as cláusulas
contratuais sejam obedecidas. O banco recebe uma comissão por emitir uma carta de crédito, já que
precisa ser de boa reputação e merecedor de crédito. Empresas multinacionais financiam suas operações
através de bancos internacionais.

Transações Entre Subsidiárias:

Transações entre subsidiárias acabam envolvidas em muitas operações internacionais. Transferir um


produto de um lugar para outro gera duplicatas a receber e a pagar. Mas a matriz tem flexibilidade para
determinar como e quando os pagamentos serão feitos.
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A matriz pode minimizar o pagamento de taxas e outros encargos contrapondo as contas que suas filiadas
tem entre si (conhecido, contabilmente como “encontro de contas”), limitando os pagamentos a apenas os
valores líquidos que existirem após esse “encontro de contas”.

3.7. FONTES DE EMPRÉSTIMOS DE CURSO PRAZO COM GARANTIAS:

No momento em que qualquer empresa tiver suas fontes de financiamento sem garantia esgotadas,
poderá fazer uso de empréstimos de curto prazo com garantia. Nesse caso, são oferecidos alguns ativos
específicos como garantia da operação que se deseja realizar. Normalmente, a garantia é dada sobre um
ativo da empresa, como contas a receber ou estoque. O credor assume um direito sobre essa garantia por
meio da formalização de um acordo de garantia com o devedor, onde é especificado o ativo que está
sendo dado em garantia. Uma cópia desse acordo é registrado em cartório, sendo que esse registro fornece
informações a credores subseqüentes sobre os ativos de um futuro devedor que não estão disponíveis para
uso como garantia. A exigência do registro protege o credor, ao estabelecer legalmente o direito dele sobre
o ativo dado em garantia.

3.7.1. - Características de Empréstimo de Curto Prazo com Garantia:

Em geral, verificamos que muitas pessoas tem a opinião de que uma garantia real em um empréstimo
reduza o risco do mesmo, entretanto, os credores não vêem os empréstimos desse modo. Eles reconhecem
que uma garantia pode reduzir o risco de perda no caso de inadimplência, entretanto, não exerce nenhuma
garantia sobre o risco da inadimplência. Na verdade, o credor estabelece a exigência de uma garantia
apenas para recuper parte do empréstimos em caso de inadimplência, sendo que o desejo do credor é
sempre receber os créditos previstos de forma normal. Normalmente, os credores preferem conceder
empréstimos menos arriscados e com taxas mais baixas, a se encontrar em posição de ter que liquidar um
empréstimo fazendo uso de uma garantia dada.

3.7.1.1. Garantias e Condições:

Normalmente, os credores preferem ativos que tenham uma duração próxima do vencimento do
empréstimo. Por esse motivo, que os ativos circulantes (contas a receber e estoques) são os preferidos
para empréstimos de curto prazo, uma vez que podem ser convertidos em caixa muito mais rápido que bens
do ativo permanente.

O credor determina o percentual desejável de garantia, que geralmente fica entre 30% e 100% do valor do
empréstimo, dependendo, é claro do perfil do devedor.

É comum os juros cobrados dos empréstimos com garantia serem ligeiramente maiores do que os
empréstimos sem garantia. Isso ocorre porque os credores entendem que os empréstimos sem garantia,
tendo em vista a avaliação de crédito prévia que foi efetuada, apresentam menores riscos de inadimplência.
Além disso, a administração de empréstimos com garantias são mais trabalhosas, exigindo assim uma
espécia de compensação adicional para sua administração.

3.7.1.2. O Uso de Contas a Receber como Garantia:

Dois meios facilmente empregados para obter financiamento de curto prazo com o Contas a Receber das
empresas são o desconto de contas a receber e o factoring do contas a receber. Na verdade, somente
o primeiro gera um empréstimo de curto prazo com garantia, sendo que a operação de factoring significa a
venda do contas a receber com deságio. Embora a factoring não seja realmente uma forma de empréstimo
de curto prazo com garantia, a mesma envolve o uso do contas a receber na obtenção de fundos de curto
prazo.

3.7.1.2.1) Desconto do Contas a Receber:

O uso do contas a receber é extramamente atraente para obtenção de um empréstimo com garantia de
curto prazo, uma vez que são garantias muito líquidas.

3.7.1.2.2) O processo de desconto:


46

Quando qualquer empresa solicito empréstimos com o uso de garantia de contas a receber, o credor
inicialmente as avalia para determinar sua atratividade como garantia, verificando os clientes do devedor, os
valores e datas de vencimento.

Após selecionar os títulos aceitáveis, o credor costuma ajustar o valor monetário delas em função de
devoluções esperadas e outros ajustes. O credor sabe que qualquer devolução, por exemplo, reduzirá o
valor da garantia. Nesse caso, deverá ser previstas substituições.

Após avaliada a qualidade do contas a receber, o credor avalia o custo da operação e o valor do
empréstimo a ser concedido.

3.7.1.2.3) Notificação:

Normalmente, o cliente cuja conta foi oferecida em garantia não fica sabendo que seu título foi oferecido em
garantia pelo seu credor, ou seja, essa garantia é dada sem notificação. Nesse casos, cabe ainda ao
devedor cobrar a conta e o credor confia que na transferência dos valores na medido em que são cobrados.
Se a operação de desconto foi feita com notificação, o cliente ficará avisado de que deve fazer o pagamento
diretamente para o credor da empresa.

3.7.1.2.4) Custo do desconto:

O custo nominal de uma operação de desconto do contas a receber é normalmente de 2 a 5 pontos acima
da taxa básica. Além dessa taxa, poderá ser cobrado também uma comissão de serviço que varia em torno
de 3% para cobrir os cutos administrativos. Sem dúvida, os descontos do contas a receber representam
uma fonte de financiamento de curto prazo de alto custo.

3.7.1.2.5) Factoring:

Operações de financiamento que envolve pura e simplesmente a venda de um contas a receber com
deságio. Embora não seja o mesmo que obter um empréstimo de curto prazo, a realização de operação
com factoring é semelhante ao empréstimo de fundos usando essas contas como garantia.

3.7.1.2.5.1) Acordo de factoring:

Um acordo de factoring normalmente estipula as condições e os procedimentos exatos para a compra de


uma conta. A factoring escolhe as contas para a compra, selecionando somente aquelas que representam
riscos toleráveis, uma vez que nesse tipo de operação a factoring acaba assumindo o risco da
inadimplência. Normalmente, as operações com factoring são feitas com notificação, sendo que a factoring
acaba por receber a conta diretamente do cliente do devedor.

3.7.1.2.5.2) Custo de factoring:

Nesse tipo de operações, temos custo de comissões e juros cobrados pelo adiantamentos dos recursos,
sendo pago ao cliente o valor dos títulos menos os custos envolvidos.

Embora seus custos pareçam elevados, operações com factoring oferecem algumas vantagens a seus
clientes. Uma delas é que permite converter contas a receber em caixa imediatamente. Além disso, se
forem feitas operações continuamente, a empresa pode eliminar a necessidade de departamento de crédito
e cobrança.

3.7.2 – Uso de Estoque como Garantia:

Normalmente, os estoques vem depois do contas a receber em atratividade como garantia de empréstimos
de curto prazo, sendo que seu valor normalmente é superior ao seu valor contábil.
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A facilidade de venda do estoque é a característica principal que deve ser avaliada por ocasião da
concessão do empréstimo. Por exemplo, um estoque de produtos perecíveis como pêssegos frescos pode
ser facilmente vendido, entretanto, se o custo de armazenamento e venda das frutas for muito alto, poderá
ser uma garantia não desejável. Outro exemplo, é a obtenção de produtos que possuem alta especialização
e utilização restrita. Como exemplo, veículos de circulação em solo lunar.

Nesses casos, sempre temos que pensar em garantias com mercado amplo e que não apresentem
propriedades físicas indesejáveis.

3.8. – Tipos de Garantias Reais:

As garantias reais ocorrem quando, além da promesse de pagamento, o devedor confere ao credor o direito
especial de garantia sobre uma coisa ou uma universalidade de coisas móveis e imóveis. Assim, no caso de
garantia real, o devedor destaca um bem de seu patrimônio para assegurar o cumprimento da obrigação.
Dessa forma, a garantia real assegura ao credor, entre outras vantagens, o direito preferencial de receber a
dívida, em relação aos demais credores. São garantias reais: a hipotécia, a alientação fiduciária e o penhor
mercantil.

3.8.1) Hipotéca:

A hipoteca é uma garantia real que incide sobre bens imóveis. Na hipoteca o bem hipotecado permanece
em poder do devedor. O credor não pode apropriar-se do bem hipotecado, mas tem sobre este preferência
para venda judicial, visando a liquidação da dívida. A hipoteca incide sobre bens imóveis, havendo casos
especiais de hipoteca de bens móveis, como as aeronaves e os navios.

Cabe destacar que um mesmo bem pode ser hipotecado junto a vários credores simultâneamente, havendo
preferência do credor pela ordem de registro.

A hipoteca de um bem, compreende saldo cláusula em contrário, todas as suas benfeitorias. Deve a
hipoteca ser registrada no cartório de imóveis da circunscrição de localização do bem, a fim de constituir o
gravame e possibilitar o conhecimento aos interessados de que o imóvel está hipotecado (valer contra
terceiros). A ordem de preferência dos credores hipotecários com relação a um imóvel hipotecado
determina-se pela prioridade de inscrição no cartório de imóveis.

3.8.2) Alienação Fiduciária:

A alienação fiduciária tem por objeto bens móveis e identificáveis e se opera com a transferência da posse
indireta do bem para o credor, ficando o devedor apenas com a posse direta, isto é, o devedor alienante não
é proprietário do bem alienado, tão somente faz uso dele. Uma vez liquidado o financiamento em que esta
garantia foi oferecida, a posse indireta retorna as mãos do devedor, que se torna titular do domínio pleno do
bem.

Na alienação fiduciária, o bem não incorpora o patrimônio do financiador. Caso o devedor não pague, o
credor promoverá a venda do bem para recuperar o valor da dívida mais juros, comissões e demais
despesas especificadas em contrato. A alienação fiduciária é muito utilizada para bens de consumo
duráveis, especialmente para automóveis.

A alienação fiduciária somente tem validade contra terceiros, se o instrumento de formalização da garantia
for registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos do domicílio do credor.

3.8.3) Penhor Mercantil:

O penhor mercantil é um tipo de garantia real que recai sobre bens móveis corpóreos ou incorpóreos, cuja
posse deverá ser transferida ao credor, que pode efetuar a venda judicial do bem para liquidar a dívida, da
qual o penhor é acessório.

O penhor poderá ser civil, mercantil ou cedular.


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O penhor como garantia de dívida, pode ser oferecido pelo devedor ou por terceiros, de modo que o credor
mantém a posse do bem com o propósito de garantia, sem, entretanto, ser-lhe permitido o uso. O credor,
portanto, é apenas depositário do bem que recebe. Ao mesmo tempo se o devedor não quitar a dívidas nas
condições contratadas, o credor poderá vender o bem , sendo vedado ao mesmo tempo apropriar-se do
bem.

Há duas formas básicas de constituição do gravame:

 Consensual, em que as partes definem a garantia, que frequentemente é acessória de um contrato,


isto é, de uma operação de crédito;

 Legal, que é constituída a partir de um requerimento do credor ao Juiz, para garantia.


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O penhor em que o devedor (ou terceiro) entrega ao credor (depositário) coisa móvel em garantia é
chamado penhor comum. Há também o chamado penhor especial, que compreende o penhor agrícola e o
penhor industrial, ambos recaindo sobre coisas móveis, de forma que em ambos os casos não há a
transferência de posse ao credor, ficando os próprios devedores como depositários.

3.8.2.1) Distinção entre penhor mercantil e alienação fiduciária:

Enquanto o penhor constitui-se em direito real sobre propriedade alheia, a alientação fiduciária importa na
transferência da propriedade em si, permanecendo o devedor apenas na posse do bem alienado, como
depositário. No penhor, descumprida a obrigação, a coisa é penhorada, avaliada e leiloada judicialmente
para, com o produto apurado, pagar-se o credor. Na alienação fiduciária, basta apreender-se judicialmente o
bem, sendo possível a sua venda judicial ou extra-judicial, independentemente de avaliação, destinando o
seu valor ao pagamento do credor.

3.8.2.2) Fiel depositário:

Quer nos casos de penhor mercantil, quer nos casos de alientação fiduciária, é indispensável que seja
indicado no instrumento constitutivo da garantia, e que o assine, o fiel depositário (ou depositários) dos bens
onerados, que pela guarda e conservação deles se comprometerá a zelar.

É sempre altamente recomendável que o depositário seja pessoa física e que se responsabilize, não
somente pessoas pessoas vinculadas a empresa, mas que seja diretor ou acionista que, por esse fato,
apresenta um laça com a empresa mais firme.

Desaparecendo os bens dados em garantia, o depositário, mediante ação judicial, chamada ação de
depositário, será citado a apresentá-los em juízo em 48 horas, ou a consignar (depositar em juízo) o valor
equivalente em dinheiro. Se não o fizer, o Juiz lhe decretará a prisão.

Constituição de penhor ou de alienação fiduciária sem a nomeação de depositário retira a garantia toda a
força executiva, visto que, no caso de não ser possível a apreensão dos bens alienados ou penhorados,
faltará ao credor o instrumento de pressão consistente na ameaça de prisão, não lhe restando, então, outra
alternativa que é a de cobrar a dívida por outros meior.

3.9. Exercícios de Fixação:

3.9.1. Uma Construtora tem uma linha de crédito junto a um banco A que a obriga ao pagamento de
juros de 12% ao ano sobre empréstimos (taxa efetiva), bem como a manter um saldo médio
equivalente a 20% sobre os mesmos. Caso a empresa tome R$ 950.000,00 durante o ano,
calcule a taxa efetiva de juros anual em cada uma das seguintes situações:

a) A empresa normalmente não mantém saldos bancários no banco A;

b) A empresa normalmente mantém R$ 85.000,00 de saldo no banco A;

c) A empresa normalmente mantém R$ 200.000,00 de saldo no banco A;

d) Compare e discuta suas respostas em A, B e C.

3.9.2. O commercial paper normalmente é vendido com desconto. Uma seguradora acaba de emitir e
vender commercial paper de 90 dias com valor nominal de R$ 1.000.000,00. A seguradora
recebeu, após o deságio R$ 985.000,00. Pergunta-se:

a) Qual a taxa efetiva de juros anual que a seguradora pagará pelo financiamento com commercial
paper?

b) Se foi paga uma comissão de colocação de R$ 10.500,00 do recebimento inicial a uma


corretora pela venda da emissão, qual seria a taxa efetiva de juros anual pago pela seguradora?

c) Se além da comissão de colocação, tenha a seguradora solicitado a uma conceituada empresa


de avaliação de crédito, uma carta de “rating” com a finalidade de funcionar como
50

recomendação de compra do papel e que custo R$ 9.000,00, qual seria a taxa efetiva de juros
pago pela seguradora?

3.9.3. Um banco está vendendo sua nota promissória comercial de 120 dias de prazo, renovável, e
valor nominal de R$ 1.500.000,00 por R$ 1.420.000,00. De posse dessas informações,
responda:

a) Calcule a taxa de juros que o banco pagará pelo papel para o período estipulado?

b) Qual a taxa de juros, caso o papel possa ser renovado por mais 3 (três) vezes?

c) Supondo que para colocá-lo no mercado, o banco necessite pagar uma comissão de 3%, qual
será a taxa de juros para o período do papel?

3.9.4. Uma empresa tem linha de crédito com um banco que lhe cobra juros de 13% pelo
empréstimo. Além dos juros, o banco condiciona a empresa a manutenção de saldo médio de
15% do empréstimo. Se a empresa tomar emprestado durante o ano o valor de R$
740.000,00, calcule a taxa de juros para o custo da empresa:

a) Manter saldo médio condicionado em conta corrente;

b) Manter saldo médio de R$ 65.000,00;

c) Manter saldo médio de R$ 100.000,00.

3.9.5. Uma empresa deseja obter um empréstimo com seu banco no valor de R$ 250.000,00 por um
ano. Possiu, para tal duas opções: A primeira é uma linha de crédito (LC) que tem como
encargos a TP, modalidade fixa, de 8,5% ao ano mais 3% de prêmio de risco. O período é de
120 dias, podendo ser renovado por até 360 dias. A segunda é um acordo de crédito rotativo,
também de 120 dias renovável por até 360 dias, que tem uma TP de 8,5% ao ano, no primeiro
mês, 9,25% ao ano no segundo mês, 9,75% ao ano no terceiro mês e 9% ao ano no quarto
mês, mais um prêmio de risco de 2% adicional a TP. Sendo assim, solicita-se:

a) Calcular a taxa de juros para a linha de crédito no período;

b) Calcular a taxa de juros para o acordo de crédito rotativo para o período;

c) Qual a taxa mais interessante para a empresa considerando as respostas “a” e “b” acima?

3.9.6. Uma grande empresa comercial quer tomar um empréstimo de curto prazo não garantido para
financiar suas necessidades sazonais. O valor do empréstimo de curto prazo que a empresa
necessitará é de R$ 4.800.000,00, não sabendo o tipo de empréstimo que optará. Com sua
ajuda espera descobrir qual das duas opções, a seguir, escolherá:

- uma nota promissória (NP) com 180 dias de prazo, com taxa preferencial fixa de 12% ao ano, mais
um prêmio de risco de 3%, renovável por mais um período;

- uma linha de crédito (LC) com 90 dias de prazo, com taxa preferencial fixa de 12% ao ano, mais
um prêmio de risco de 2,5% renovável por mais três períodos e um limite de crédito de R$
6.000.000,00

- um acordo de crédito rotativo (ACR) com 60 dias de prazo, com taxa preferencial fixa de 12% ao
ano, mais um prêmio de risco de 2% e uma taxa de compromisso de 0,4% sobre o saldo do limite
de crédito não utilizado e que está estipulado, também em R$ 6.000.000,00 e renovável por mais
cinco períodos. Saldo médio de 20% sobre o valor do empréstimo.

Sendo assim, solicita-se:

a) Calcular a taxa efetiva de custo do empréstimo para a NP para o período de um ano;

b) Calcular a taxa efetiva de custo do empréstimo para a LC para o período de um ano;


51

c) Calcular a taxa efetiva de custo do empréstimo para o ACR para o período de um ano;

d) Qual das três opções você recomendará para a empresa, justificando a resposta.

3.10 - FONTES DE FINANCIAMENTO:

O custo de capital é utilizado como parâmetro para as decisões de aprovação e reprovação de projetos
dentro da empresa, uma vez que devem proporcionar retornos superiores aos seus custos. Assim, o custo
de capital representa a taxa mínima de retorno que novos investimentos devem proporcionar. Desse modo,
decisões inadequadas de financiamento elevam o custo de capital, o que torna mais difícil encontrar
projetos viáveis para a empresa.
Geralmente, até um nível de endividamento moderado, o custo de capital de terceiros costuma ser mais
barato que o capital próprio. Os juros incidentes sobre o capital de terceiros implica uma obrigação
contratual de pagamentos enquanto que o capital próprio possui uma remuneração residual. Ou seja, o
custo do capital de terceiros tem um custo explicito, que consta em contrato e que deve ser pago antes da
distribuição dos dividendos aos acionistas. Em geral, atribui-se maior risco ao capital próprio em
comparação ao de terceiros, e isto representa maior custo para a empresa.
Os custos das fontes de capital estão diretamente relacionadas a suas características próprias. A seguir,
estudaremos os custos de cada uma dessas fontes.

3.10.1) Custo de capital de terceiros:

O capital de terceiros é formado por empréstimos e financiamentos contraídos em instituições


financeiras e pelas obrigações emitidas pela empresa, tais como as debêntures (conversíveis ou
não), comercial papers, etc...

Sobre o montante de empréstimos e financiamentos contraídos e o valor subscrito das debêntures,


incides períodicamente juros. Com isso, ocorre a devolução do principal para os empréstimos e
financiamentos e o resgate do valor das debêntures pelos investidores, em datas estipuladas em
contratos.

3.10.1.1) Benefício do imposto de renda:

Os juros pagos as fontes de capital de terceiros são dedutíveis da base de cálculo do


imposto de renda, o que torna o custo dessas fontes menor que os juros contratuais
correspondentes.

Para exemplificar, consideramos que a empresa X tenha, em sua estrutura de capital, R$


200 mil de empréstimos, com juros contratuais de 20% ao ano, e que a empresa Y seja
totalmente financiada com capital próprio. Os demonstrativos de resultados de ambas as
empresas no último exercício são apresentadas abaixo:

As despesas com juros, comparando as empresas X e Y, reduziram em R$ 40 mil o lucro


antes do imposto de renda da empresa X e proporcionou R$ 16 mil a menos no valor do IR.
Nessas condições, as despesas com juros líquidas totalizaram R$ 24 mil para a empresa X,
conforme o seguinte cálculo:

Despesas com juros líquidas = Despesas com juros X (1 – alíquota de IR)

= R$ 40.000,00 X (1 – 0,40)
= R$ 24.000,00
52

Assim, é possível notar que as despesas com juros líquidas da empresa X representam
uma taxa efetiva de 12% ao ano (R$ 24.000,00 : R$ 200.000,00). Essa taxa corresponde ao
custo do empréstimo e pode ser calculada pela seguinte fórmula:

Kc = J x (1 – IR)

Onde:

Kc = custo do empréstimo (taxa efetiva)


J = taxa de juros contratada
IR = alíquota do IR

Partindo dos dados da empresa X, temos:

Kc = 20% X (1 – 0,40)
= 12%

É importante observar que ao solicitar recursos em uma instituição financeira, a empresa


arca não apenas com os juros contratuais, mas também com taxas de abertura de crédito,
comissões, IOF (imposto sobre operações financeiras), etc... o que reflete no custo do
empréstimo Kc. Isso também se aplica a emissão de debêntures, como veremos a seguir.

3.10.1.2) Custo das debêntures:

Ao emitir debêntures, a empresa assume os encargos relativos as operações desse tipo,


como taxas administrativas, etc... Além disso, esses títulos podem ser negociados com ágio
ou deságio, ou seja, podem ser vendidos por valores superiores ou inferiores,
respectivamente, em relação ao valor nominal.

Para determinar o custo dessa fonte de financiamento, é necessário elaborar o fluxo de


caixa correspondente. Para exemplificar, consideraremos que a empresa Rio Grande tenha
emitido debêntures nas seguintes condições:

Valor nominal = R$ 100.000,00


(-) Deságio = R$ 2.000,00
(-) Encargos relativo a colocação = R$ 4.000,00
(=) Valor líquido recebido = R$ 94.000,00

 Prazo para resgate de quatro anos


 Taxa de juros de 20% ao ano, pagos anualmente
 Alíquota do IR da empresa de 40%.

O fluxo de caixa das debêntures é o que segue:

O custo que as debêntures representam é determinado pela TIR (taxa interna de retorno)
desse fluxo de caixa. A TIR corresponde a uma taxa de desconto que iguala o valor
presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial. Em nosso exemplo, a TIR é de
14,06%.

3.10.2) Custo dos empréstimos e financiamentos:

Os recursos de longo prazo, na forma de empréstimos e financiamentos, são obtidos em


instituições financeiras, por meio de contratos, para investimentos em ativos da empresa.
53

Esses contratos, geralmente, especificam as condições acordadas e podem envolver


garantias e cláusulas restritivas, como a manutenção de um certo nível de capital circulante
líquido, penalidades, etc.. Além disso, nesse tipo de transação, as instituições cobram taxas
e comissões, que reduzem o valor líquido recebido.

Para determinar o custo que esses recursos representam, é necessário elaborar o fluxo de
caixa correspondente, a exemplo do que fizemos para as debêntures.

Considerando que a empresa Rio Grande tenha solicitado empréstimo ao banco XYZ com
as seguintes condições:

Valor nominal do empréstimo R$ 200.000,00


(-) Taxas e comissões bancárias R$ 15.000,00
(=) Valor líquido recebido R$ 185.000,00

 Prazo do empréstimo é de 4 anos


 Taxa de juros de 20% ao ano, pagos anualmente
 Alíquota do IR da empresa é de 40%

O fluxo de caixa do empréstimo é o que consta abaixo:

O custo do empréstimo é representado pela TIR desse fluxo de caixa que é 14,61%.

3.10.3) Custo de capital próprio:

O capital próprio corresponde aos recursos investidos pelos proprietários da empresa e de lucros
retidos. Em uma definição bastante simplificada, o custo de capital próprio deve corresponder a
remuneração da melhor alternativa de investimento dos quais os investidores abriram mão ao
aplicarem seus recursos na empresa.

Diferentemente do capital de terceiros, para calcular o custo de capital próprio, deve-se considerar
que não há o benefício fiscal do IR, uma vez que os dividendos correspondem a parcela do lucro
remanescente que a empresa de capital aberto distribui a seus acionistas, e, os dividendos devem
ser tratados em uma perspectiva de perpetuidade, já que as ações constituem o capital da empresa.

O custo de capital próprio de uma sociedade anônima de capital aberto, deve ser determinado para
as ações existentes (sejam elas ordinárias ou preferenciais), quando há o ingresso de novo capital
(pela emissão de novas ações) e quando há lucros retidos.

3.10.3.1) Custo das ações já existentes:


Um modo de se calcular o custo das ações já existentes é por meio do desconto do fluxo de
dividendos futuros esperados. Para isso, emprega-se a expressão simplificada de Gordon e
Shapiro:

P0 = D1
K-g

Onde
P0 = preço corrente da ação
D1 = dividendo por ação esperado ao final do ano 1
54

K = taxa de desconto compatível ao risco assumido pelos fornecedores de capital próprio.


Para ações ordinárias, usa-se a expressão Kao e para ações preferenciais Kap.
g = taxa anual esperada de crescimento dos dividendos das ações.

Rearranjando a fórmula para determinação de K, temos:

K = D1 + g
P0
No caso de ações ordinárias, para calcular seu custo, emprega-se a fórmula obtida a partir
da expressão de Gordon e Shapiro, considerando Kao a taxa de retorno exigida.

Para exemplificar, consideremos que as ações ordinárias da empresa Rio Grande tem sido
cotada a R$ 20,00 cada. O dividendo previsto para o próximo ano é de R$ 3,00 por ação e,
nos últimos anos, os dividendos distribuídos tem crescido a uma taxa média anual de 3,5%.
Assim, temos:

Kao = D1 + g
P0
K= R$ 3,00 + 3,5%
R$ 20,00

K = 0,15 + 0,035 = 0,185  18,5%

Já no caso das ações preferenciais, o método de cálculo do custo é o mesmo da ação


ordinária, isto é, por meio da fórmula obtida a partir da expressão de Gordon e Shapiro,
considerando Kap, a taxa de retorno exigida da ação preferencial.

No entanto, conforme a legislação brasileira, as ações preferenciais caba um dividendo fixo


ou mínimo. Isso implica que, se o dividendo for fixo, a taxa anual esperada de crescimento,
g, será igual a zero.

Consideremos então, que as ações preferenciais da empresa Rio Grande tem sido cotadas
a R$ 15,00 cada e que o dividendo fixo tem sido de R$ 2,25 por ação. Por meio da fórmula
já apresentada, temos:

Kap = D1 + g
P0
K= R$ 2,25 + 0,0%
R$ 15,00

K = 0,15 + 0,0 = 0,15  15%

Considerando, também que a empresa Rio Grande tem ações preferenciais cotadas a R$
15,00 cada, porém, com dividendo mínimo previsto para o próximo ano de R$ 1,95 por
ação. Sabe-se que nos últimos anos, os dividendos distribuídos tem crescido a taxa média
anual de 3,5%. Desse modo:

Kap = D1 + g
P0
K= R$ 1,95 + 3,5%
R$ 15,00

K = 0,13 + 0,035 = 0,165  16,5%

3.10.3.2) Custo de novas ações:


A fim de captar recursos para investimentos, uma empresa sociedade anônima de capital
aberto pode subscrever, isto é, emitir novas ações. Para calcular o custo dessas novas
ações, deve-se considerar que elas poderão ser negociadas com ágio ou deságio e que a
empresa incorre em gastos para sua colocação no mercado, representado por taxas,
comissões, corretagens, etc...
55

Para determinar o custo das novas ações, utilizamos a seguinte fórmula, também derivada
da expressão de Gordon e Shapiro:

K= D1 + g
VL

Onde:
K = custo das novas ações
Knao = custo de novas ações ordinárias
Knap = custo de novas ações preferenciais
D1 = dividendo por ação esperado ao final do ano 1
VL = valor líquido recebido pela venda da nova ação
g = taxa anual esperada de crescimento dos dividendos

Consideremos, por exemplo, que a empresa Rio Grande pretenda lançar novas ações
ordinárias, que terão valor de emissão de R$ 20,00 cada. Haverá um deságio de R$ 0,90
por ação, e, estima-se que o total de gastos com sua colocação no mercado seja de R$
0,65 por ação. O dividendo previsto para o próximo ano é de R$ 3,00 por ação e os
dividendos distribuídos pela empresa tem crescido a taxa média anual de 3,5% nos últimos
anos.

Com isso, o valor líquido recebido de cada ação será de R$ 18,45 (R$ 20,00 – R$ 0,90 – R$
0,65).

Empregando a fórmula teremos:

Knao = D1 + g
VL

Knao = R$ 3,00 + 3,5%


R$ 18,45

K = 0,1626 + 0,035 = 0,1976  19,76%

3.10.3.3) Custo dos lucros retidos:


A reserva de lucros constantes do patrimônio líquido, aqui denominada lucros retidos,
constituem a parcela do lucro da empresa não distribuída aos acionistas.

Considera-se que em empresas dinâmicas sempre haverá a possibilidade de investimentos


dos recursos disponíveis, o que significa dizer que a distribuição de lucros aos acionistas na
forma de dividendos, compete com usos alternativos dos recursos disponíveis. Seguindo
nessa linha de pensamento, a decisão da empresa em reter e reinvestir parte do lucro é
justificada quando há projetos cujos recursos são superiores ao custo de oportunidade dos
proprietários.

Do ponto de vista dos acionistas, se não houver projetos com essa possibilidade, todo o
lucro deve ser distribuído, uma vez que cada um deles terá aplicações financeiras (e
particulares) mais rentáveis.

Assim, lucros retidos não são gratuitos para a empresa e, por isso, devem ser
remunerados. Nesse sentido, eles são tratados como equivalentes ao ingresso de recursos
mediante a emissão de novas ações, mas sem incorrer em gastos com taxas, comissões,
corretagens, etc...

No cálculo do custo dos lucros retidos, K lr, é utilizada a mesma equação das ações
ordinárias existentes, de modo que Klr = Kao.

Klr = D1 + g
P0

Exercícios de fixação:

1. Analise se é mais vantajoso para a empresa FSG adquirir uma nova máquina com capital
próprio ou de terceiros. São dadas as seguintes informações: o capital próprio tem um custo
56

de oportunidade de 25% ao ano; o capital de terceiros é obtido por meio de financiamento


bancário com juros de 30% ao ano; e a empresa é tributada com alíquota de 35% de IR.

2. A empresa Delta necessita adquirir uma nova máquina e os recursos para isso serão
obtidos por meio da emissão de debêntures com resgate em cinco anos. Os dados
disponíveis para essa emissão, são:
 Valor nominal das debêntures = R$ 300.000,00
 Remuneração das debêntures = 15% de juros ao ano
 Encargos relativos à colocação das debêntures = R$ 20.000,00
 Alíquota do imposto de renda da empresa = 35%

Determine o custo das debêntures, para isso, elabore o fluxo de caixa.

3. Considerando o exercício 2 acima, supondo que não haja encargos relativos a colocação
das debêntures, recalcule o custo delas, utilizando, inicialmente, o fluxo de caixa e depois a
fórmula Kd = J x (1 – IR). Compare os resultados encontrados nesse exercício e comente.

4. A empresa Alpha pretende ampliar as instalações do setor de pintura. Os recursos


necessários serão obtidos por meio de um empréstimo junto ao banco XYZ e os dados
disponíveis são:
 Valor nominal do empréstimo = R$ 150.000,00
 Taxa de juros do empréstimo = 20% ao ano
 Taxas e comissões bancárias = 10% do valor nominal do empréstimo
 Prazo do empréstimo = 5 anos
 Alíquota do imposto de renda da empresa = 35%

Determine o custo desse empréstimo, para isso, elabore o fluxo de caixa.

5. Considerando o exercício 4 acima, supondo que o banco XYZ não cobre taxas e comissões
sobre operações de financiamento para ampliações industriais, recalcule o custo do
empréstimo, utilizando inicialmente o fluxo de caixa e depois a fórmula K e = J x (1 – IR).
Compara os resultados encontrados desses exercícios e comente.

4. Formação do Preço de Venda e do Lucro

4.1. Fatores que interferem na formação do preço de venda

 Condições de Mercado:
o demanda esperada do produto;
o existência de produtos substitutos a preços competitivos;
57

o qualidade do produto relativamente às exigências do mercado.


 Níveis de produção e de vendas (pretendidas e realizáveis)
o Custos e despesas necessários para fabricar, administrar e comercializar o
produto;
 Exigências Governamentais:
o Controle de preços;
o Impostos;
o Código de defesa do consumidor;
o Proteção / reserva de mercado, etc.

 Remuneração do capital investido:


o a partir das margens de lucro pretendidas o preço de
venda dos produtos deverá permitir a empresa:
o Maximizar seus lucros;
o Manter a qualidade do produto, atendendo aos anseios do mercado
àquele preço determinado;
o Otimizar a utilização da estrutura de produção da empresa.

Etapas a serem consideradas na formação do Preço de venda:

a) Formação do preço base desejado.


b) Crítica do preço base à luz das características do mercado:
 Controle de preços;
 Impostos;
 Código de defesa do consumidor;
Proteção / reserva de mercado, etc.
d) Teste do preço praticado frentes às reais condições do mercado.
e) Estabelecimento de estratégias de preços direcionados para:
 volumes diferenciados;
 prazos diferenciados;
 descontos por promoções especiais.
58

Necessidades:
• Avaliar o desempenho da empresa
• Foco em resultado
• Rentabilidade por produto / linha de produto
• Rentabilidade por cliente
• Rentabilidade por unidade de negócios
• EVOLUÇÃO DOS CUSTOS

SITUAÇÃO 1 SITUAÇÃO 2 SITUAÇÃO 3


CUSTOS PREÇO DE PREÇO DE
+ VENDA VENDA
LUCRO = =
= CUSTOS LUCRO
PREÇO DE - -
VENDA LUCRO CUSTOS

• A fixação do preço de vendas assume um papel muito significativo dentro da construção do


planejamento financeiro e sistema orçamentário. Muitas empresas somente acrescem uma margem
de lucro em cima do custo do produto por isso deve ser estudado cuidadosamente, pois conforme
visto temos que levar em conta um fator muito importante, que é o preço da concorrência.
• Outro ponto fundamental de analise de formação do preço de venda diz respeito a fixação da taxa
de retomo sobre o investimento (TRI) na elaboração do preço de vendas.

Fórmulas:

Mark-up Divisor  (100% - %PV)


100%

Mark-up Multiplicador  100%


(100% - % PV)

Exemplo: Custo do produto = R$ 500,00


Tributos = 17%
Comissões = 3%
Lucro = 5%

Mark-up Divisor  (100% - %PV)


100%

Mark-up Divisor  (100% - 25%) = 75% = 0,75


100% 100%

Mark-up Divisor  R$ 500,00 : 0,75 = R$ 666,67

Mark-up Multiplicador  100%


(100% - % PV)
59

Mark-up Multiplicador  100% = 100 = 1,33333333


(100% - 25%) 75

Mark-up Multiplicador  R$ 500,00 X 1,333333333= R$ 666,67

• Custo do Produto (Materia Prima + M.O.D. + CIF)

• Preço de Venda: o calculo do PV deve considerar um valor que:


1. Traga a empresa a maximização do lucro
2. Seja possível manter a qualidade do produto
3. Que atenda os anseios do mercado
4. Que melhor aproveite os níveis de produção e ociosidade

4.2. Conceitos de Custos e Terminologias

• GASTO: “Sacrifício” financeiro que arcamos para obter um produto ou serviço, sacrifício esse,
representado por entrega de ativos (dinheiro).
• INVESTIMENTO: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros
períodos.
• CUSTO: Significa quanto foi gasto para adquirir um bem ou serviço. Também são gastos, mas no
momento que o bem ou serviço são utilizados.
• DESPESA: Bem ou serviço consumidos diretamente para obtenção de receita
• CUSTOS DIRETOS - São aqueles apropriados diretamente aos produtos sem necessidade de
rateio.
• CUSTOS INDIRETOS - São aqueles incorridos dentro do processo de produção, mas que para
serem apropriados aos produtos, nos obrigam ao uso de rateios.
• CUSTOS FIXOS - São os custos que possuem determinado valor, independente do aumento ou
diminuição do volume de produção do período.
• CUSTOS VARIÁVEIS - São os que variam de acordo com a produção. Quanto maior a quantidade
fabricada maior seu consumo.
• CUSTOS SEMI-VARIÁVEIS VARIAM DE ACORDO COM O VOLUME, MAS NÃO NA MESMA
PROPORÇÃO
• CUSTOS SEMI-FIXOS PERMANECEM FIXOS DENTRO DE CERTOS INTERVALOS DE VOLUME

Exemplo 1:

• A empresa Alfa incorreu nos seguintes gastos para produzir um determinado produto:
60

• MP: R$ 700,00
• MOD: R$ 250,00
• CIF: R$ 50,00

• Taxas hipoteticas para a formacao do Mark-up:


• ICMS: 17%
• Comissoes: 6%
• Lucro Objetivo: 5%
• Desp Adm: 8%
• Desp Variaveis 4%

• Pergunta-se-. qual o preço de venda unitário do produto, mark-up, fator multiplicador e a justificativa
(ou reconciliacao) do preço?

Mark-up Divisor  (100% - %PV)


100%

Mark-up Divisor  (100% - 40%) = 60% = 0,60


100% 100%

Mark-up Divisor  R$ 1.000,00 : 0,60 = R$ 1.666,67

Mark-up Multiplicador  100%


(100% - % PV)

Mark-up Multiplicador  100% = 100 = 1,6666666667


(100% - 40%) 0,60

Mark-up Multiplicador  R$ 1.000,00 X 1,6666666667 = R$ 1.666,67

Decomposição:
PV = 1666.66
CT (1000.00)
ICMS (283.33)
Com (100.00)
Desp Ad (133.33)
Desp Var( 66.66)
= Lucro 83.34 (5%)

Exemplo 2:

• Uma loja comprou um produto por R$90,00. As despesas são as seguintes:

• ICMS: 25%
• Desp Oper: 30%
• Lucro Objetivo: 8%

• Pergunta-se-. qual o preço de venda unitário do produto, mark-up, fator multiplicador e a


justificativa (ou reconciliacao) do preço?

Mark-up Divisor  (100% - %PV)


100%

Mark-up Divisor  (100% - 63%) = 37% = 0,37


100% 100%
61

Mark-up Divisor  R$ 90,00 : 0,37 = R$ 243,24

Mark-up Multiplicador  100%


(100% - % PV)

Mark-up Multiplicador  100% = 100 = 2,702702


(100% - 63%) 37

Mark-up Multiplicador  R$ 90,00 X 2,702702 = R$ 243,24

Decomposição:
PV 243,24
CT (90.00)
ICMS (60.81)
Desp Op (72.97)
=Lucro 19.46 (8%)

4.3. Principais métodos de formação de preços de venda

A separação entre os custos pertencentes aos produtos (custos variáveis) e os


custos pertencentes à estrutura geral da empresa (custos fixos) é obrigatória para a
correta definição dos preços de venda dos produtos.

4.3.1. Métodos Baseados nos Custos dos Produtos

 Consistem na adição de uma margem fixa a um custo base: é o Mark-UP.


Partindo-se do custo base, a margem fixa servirá para cobrir os demais
gastos e gerar lucro.
 O Mark-Up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para
formação do preço de venda.
 Ex.: Uma padaria poderá aplicar um índice 2 (mark-up = 2) sobre o custo de
produção de um bolo
para formação do preço de venda. Custo Base = R$ 2,00 x 2 (mark-up) = R$
4,00 o preço de
venda.

4.3.2. Método de preço com base nos custos totais (plenos):

Custos totais de produção:


Desp. Admin.+desp.Com.+desp.Financ.+Margem de Lucro desejada = Preço
de Venda Preço de venda = Custo de produção x Mk (mark-Up)

a) Principal Vantagem:
 Ex.: Ele assegura a recuperação total dos custos e a obtenção de uma
margem planejada de lucro, o que é muito importante para formação de
preços a longo prazo.

b) Desvantagens (limitações) do método:


62

 De maneira geral, ele predetermina uma percentagem uniforme de lucro,


ingnorando que nem sempre os produtos podem auferir uma mesma taxa de
lucro.
 Ele não considera a elasticidade da procura, pois estabelece uma taxa fixa
para as despesas de estrutura da empresa.
 Por não diferenciar os custos fixos e variáveis, a empresa será
constantemente induzida a rejeitar encomendas que não cubram, pelo
menos, o custo total do produto.

4.3.3. Método do preço com base nos custos de Transformação:

Este método pressupõe que os lucros devem basear-se apenas no valor


agregado à produção (os custos de transformação) e que as matérias-primas
devem ser repassadas aos clientes sem gerar lucros. Ele é especialmente aplicável
a indústrias onde os produtos utilizam a estrutura de produção da empresa de uma
forma não muito homogénea.
Analisando a participação dos custos de transformação sobre os preços dos
produtos A e B no exemplo anterior, nota-se que a fabricação de uma unidade do
produto A utiliza proporcionalmente menos estrutura de produção da empresa do
que uma unidade do produto B.
Em razão dos custos financeiros de manutenção de estoques, algumas
empresas que utilizam esse método adicionam uma certa taxa de lucro sobre os
custos das matérias-primas.
63

4.3.4. Método com base nos custos variáveis:

Custo variável (ou marginal) é aquele custo que não seria incorrido se o
produto não fosse fabricado. Ele é apurado a partir da filosofia do custeio direto (ou
variável).
Enquanto o custeio total espera que os preços cubram a totalidade dos custos
(inclusive os
custos fixos), o custeio marginal considera que qualquer contribuição aos custos
fixos é melhor que nenhuma
Consequentemente, a formação de preços a partir dos custos marginais é
bem mais flexível do que a partir dos custos totais.
O grande perigo do uso desse método decorre do fato que a empresa poderá
concentrar a determinação dos preços apenas sobre as contribuições marginais,
desprezando a necessidade de recuperar também os custos fixos..

4.3.5. Método do preço com base no retorno sobre o capital investido:

Segundo este método, o lucro será definido a partir de uma taxa


predeterminada aplicada sobre o capital investido.

Exemplo 4:
Capital investido = R$ 5.000,00
Lucro desejado = 20% do capital investido
Volume de Vendas = 500 unidades
Custo dos Produtos = 10,00 a unidade

10  5.000 x 0,20
Pr eço  Pr eço  500
500

4.3.6. Método do preço com base no custo padrão:

A utilização de custos - padrão (tanto para os custos de produção quanto


para as despesas do período) facilita e flexibiliza o processo de formação de preços
e de tornada de decisão. Isto porque as eventuais variações entre os valores
previstos e realizados serão rapidamente localizadas, e seus efeitos sobre os
preços de venda dimensionados e corrigidos.

4.3.7. Método do preço com base nos preços estimados:

Este método é especialmente adaptado para empresas que fabricam


produtos volumosos, caros e normalmente feitos, em quantidades variáveis, a partir
de especificações técnicas fornecidas pêlos clientes. São exemplos desse tipo de
situação a fabricação de turbinas, caldeiras, navios, estradas e obras de infra-
estrutura em geral. Para estes casos, os preços devem ser negociados e
estabeelecidos com antecedência, em função das estimativas dos custos de
produção em que vai se incorrer:
Sistemática normalmente adotada:
o Elaboração de uma lista detalhada dos materiais necessários
o Estimativa dos custos de mão de obra por atividade (operação)
o Aplicação de uma taxa predeterminada para os CIF Consideração da
margem de lucro (sobre os custos totais; ou sobre os custos de
transformação; ou sobre o capital investido).
64

o O preço do produto será, então, a soma dos valores estabelecidos nas


4 etapas da sistemática apresentada acima.

4.3.8. Método do preço com base nos preços conjuntos:

Aplicável em empresas que se caracterizam por Ter uma produção conjunta,


cuja base para formação do preço e:
 expectativas gerais de lucro da empresa;
 concorrência com produtos similares ou substitutíveis;
 condições gerais de mercado.

Nesse tipo de empresa os custos dos produtos têm pouco valor como guia para
formação de
preços, pois os métodos utilizados para obtenção desses custos são muito
arbitrários (os preços
de venda atuam nessas indústrias como um dos determinantes do custo dos
produtos em vez do
contrário).

4.3.9. Método com base nas decisões das empresas concorrentes:

Qualquer método de determinação de preços deve comparar os preços


determinados com aqueles praticados pelas empresas concorrentes. Nesse
sentido, os principais métodos de comparação são os seguintes:
a) Método do preço corrente:
É um método adotado principalmente quando os concorrentes praticam
aproximadamente o mesmo preço.
É o caso de oligopólios, de preços estabelados pelo governo, de convênios
de preços etc.
Nessas situações, a empresa vê-se obrigada a aceitar um preço que já existe,
e o qual ela
isoladamente não tem poder para alterar ou combater. Em consequência, a
otimização das margens de lucros da empresa passará, obrigatoriamente, pela
minimização de seus custos de produção e também pela criação de valor através
do departamento de marketing.

b) Método de imitação de preços:


Neste método, os preços a serem adotados são os mesmos praticados por uma
empresa concorrente previamente selecionada. Justificativas principais:
 falta de pessoal técnico habilitado para a correta fixação de preços;
 falta de informações confiáveis sobre os custos de produção.
Por estes motivos trata-se de um método muito usado por empresas de pequeno
porte.

c) Método de preços agressivos:

Esse método consiste na redução drástica dos preços até níveis pouco
superiores aos dos custos e despesas variáveis. É um método utilizado
principalmente quando:
 as empresas possuem grande proporção de ativo (as cias ferroviárias por
exemplo);
65

 as empresas que tem altos índices de rotatividade nos seus estoques (os
supermercados).;
 quando o mercado se encontra bastante recessivo.

Quanto uma empresa adota uma política de redução drástica de preços com o
objetivo de levar à ruína seus concorrentes e ter, após, à sua disposição o mercado,
configura-se a situação conhecida como “dumping”. Esse tipo de prática é
proibido, e existe legislação específica (a nível internacional) que penaliza
empresas que praticam “dumping”.
66

d) Método de preços promocionais:

Caracteriza-se pela oferta de alguns produtos a preços tentadores, de forma a


atratir os clientes.
É utilizado principalmente por empresas comerciais, pois proporciona a
intensificação do fluxo de
clientes potenciais, os quais seguidamente acabam adquirindo também outros
produtos a preços
normais.
e) Método baseado nas características do mercado:

A utilização desse método exige, por parte da empresa, um profundo


conhecimento do mercado:
 perfil dos clientes atuais (por classe, por renda, por idade, por sexo, etc);
 perfil dos clientes potenciais;
 evolução do mercado (variação do poder aquisitivo das diversas classes
(fenómenos de moda; mudança de hábitos de vida etc.). Por exemplo: A
empresa poderá, alternadamente:

o estabelecer preços mais elevados e, com isso, procurar atingir as


classes economicamente mais favorecidas (ricas);
o estabelecer preços populares, atraindo interesse das classes menos
favorecidas.

A utilização destas duas estratégias implicará, normalmente, em


modificações nascaracterísticas técnicas dos produtos e/ou nos seus custos de
produção.

f) Método misto:
Ele envolve a combinação simultânea dos seguintes fatores:
 Custos incorridos (na produção e na comercialização dos produtos);
 Decisões da concorrência;
 Características do mercado.

Tende a ser o método mais correto, pois considera implicitamente as


consequências de longo prazo da escolha dos preços sobre a saúde financeira da
empresa.

Uma metalurgica esta preparando 2 orcamentos de vendas para atender um pedido de seus clientes, cujos
dados são:

Prod A Prod B
Custos Desp Variaveis un. $1000 $1000
Impostos 20% 20%
Tempo Fabricacao 1 hora 2 horas
Prod mensal 100 un 100 un
Margem Lucro 30% 30%
CIF
67

• Pergunta-se-. qual o preço de venda unitário dos produtos A e B, justificando o porque destes não
serem iguais

Uma metalurgica esta preparando 2 orcamentos de vendas para atender um pedido de seus clientes, cujos
dados são:

Prod A Prod B
Custos Desp Variaveis un. $1000 $1000
Impostos 20% 20%
Tempo Fabricacao 1 hora 2 horas
Prod mensal 100 un 100 un
Margem Lucro 30% 30%
CIF

PV A = 1000 + 1000
1- (0.2+0.3)
PV A = 2000 / 0.5 = 4000

100 un x 1h = 100H
100 un x 2h = 200H
300Horas
$300,000 / 300H = $1000/H

PV B = 1000 + 2000
1- (0.2+0.3)
PV B = 3000 / 0.5 = 6000
68

4.4 Exercícios de Fixação - Preço de Venda –


4.4.1. Exercício Prático 1 – Complete as células escuras:

Faturamento Previsto 40.000,00 1. Qual o valor das despesas fixas em


Despesas Fixas 10.000,00 %? _________________________
Despesas Fixas em % 2. Qual o valor total em % das despesas
Despesas Variáveis variáveis? __________________
ICMS 17,00% 3. Qual o valor do Custo de Produção?
Imposto Simples 6,30% _________________
Comissões 5,00% 4. Qual o valor total dos Custos
Indiretos? ________________
TOTAL 5. Qual o valor do Lucro Desejado?
________________
Custos de Produção 6. Qual o valor do Lucro sobre o
Custos Diretos Unitários Faturamento? ________________
Matérias-Primas 8,00 sem ICMS 7. Determine o Preço de Venda do
Mão-de-Obra 4,00 produto? ___________________
8. Qual o valor das despesas Variáveis
Total
em R$ e %? __________ e ____________
9. Qual o valor do Custo Direto em R$ e
Custos Indiretos %? __________ e _____________
Supervisão 2.000,00 10. Qual o valor da Margem de
Material de Consumo 900,00 Contribuição em R$ e %? ________ e
Outros 600,00 ________
Total 11. Qual o valor dos custos Indiretos
Custos Indiretos % Fixos totais? ____________
12. Qual o valor das despesas fixas
Investimento Total 70.000,00 totais? ______________
13. Qual o valor do Lucro Total Desejado?
____________
Lucro desejado 2,00% 14. Calcule o Faturamento de Equilíbrio?
________________
Lucro sobre Faturamento 3,00% 15. Calcule a Quantidade de Equilíbrio?
______________
Preço de Venda = 16. Qual o Faturamento necessário para
o Lucro desejado? _____________
17. Qual o valor do Faturamento com o
Lucro Desejado? __________
A nova Quantidade de Equilíbrio para o
faturamento anterior? _____________
Unitário em R$ % Total em R$
Preço de Mercado
(-) Desp. Variáveis
(-) Custo Direto
Margem de Contribuição
(-) Custos indiretos Fixos
(-) Desp. Fixas
(=) Lucro Desejado

Faturamento de Equilíbrio
Quantidade de Equilíbrio

Faturamento necessário
para Lucro desejado
Faturamento com Lucro
Desejado
Quantidade de Equilíbrio
69

4.4.2. Preço de Venda – Exercício Prático 2 – Complete as células escuras:

Faturamento Previsto 80.000,00 18. Qual o valor das despesas fixas em


Despesas Fixas 20.000,00 %? _________________________
Despesas Fixas em % 19. Qual o valor total em % das despesas
Despesas Variáveis variáveis? __________________
ICMS 17,00% 20. Qual o valor do Custo de Produção?
Imposto Simples 6,30% _________________
Comissões 3,00% 21. Qual o valor total dos Custos
Indiretos? ________________
TOTAL 22. Qual o valor do Lucro Desejado?
________________
Custos de Produção 23. Qual o valor do Lucro sobre o
Custos Diretos Unitários Faturamento? ________________
Matérias-Primas 15,00 sem ICMS 24. Determine o Preço de Venda do
Mão-de-Obra 9,00 produto? ___________________
25. Qual o valor das despesas Variáveis
Total
em R$ e %? __________ e ____________
26. Qual o valor do Custo Direto em R$ e
Custos Indiretos %? __________ e _____________
Supervisão 1.500,00 27. Qual o valor da Margem de
Material de Consumo 3.000,00 Contribuição em R$ e %? ________ e
Outros 2.000,00 ________
Total 28. Qual o valor dos custos Indiretos
Custos Indiretos % Fixos totais? ____________
29. Qual o valor das despesas fixas
Investimento Total 85.000,00 totais? ______________
30. Qual o valor do Lucro Total Desejado?
____________
Lucro desejado 3,00% 31. Calcule o Faturamento de Equilíbrio?
________________
Lucro sobre Faturamento 4,00% 32. Calcule a Quantidade de Equilíbrio?
______________
Preço de Venda = 33. Qual o Faturamento necessário para
o Lucro desejado? _____________
34. Qual o valor do Faturamento com o
Lucro Desejado? __________
A nova Quantidade de Equilíbrio para o
faturamento anterior? _____________
Unitário em R$ % Total em R$
Preço de Mercado
(-) Desp. Variáveis
(-) Custo Direto
Margem de Contribuição
(-) Custos indiretos Fixos
(-) Desp. Fixas
(=) Lucro Desejado

Faturamento de Equilíbrio
Quantidade de Equilíbrio

Faturamento necessário
para Lucro desejado
Faturamento com Lucro
Desejado
Quantidade de Equilíbrio
70

CAPÍTULO 5 – Métodos de Avaliação de Investimentos

5.1 – Visão geral dos métodos de avaliação de investimentos

As empresas sempre se defrontam com oportunidades e conseguir taxas de retorno positivas sobre
seus fundos, através de investimento em projetos atraentes, em títulos ou depósitos com juros. Portanto os
fluxos de caixa de entrada e os de saída possuem relevante importância econômica, conhecida pelos
administradores como valor do dinheiro no tempo.

Antes de iniciarmos as avaliações devemos entender alguns conceitos: Valor Presente, Valor Futuro e
Linha de Tempo:

 Valor Presente – são técnicas que mensuram fluxos de caixa no início da vida de um projeto,
podemos dizer que é como dinheiro na mão;
 Valor Futuro – são técnicas que mensuram fluxos de caixa no final da vida de um projeto, podemos
dizer que é o quanto vamos receber em uma data futura qualquer.
 Linha de Tempo – descreve fluxos de caixa de investimento em uma linha horizontal na qual o
tempo zero está no final mais à esquerda e os períodos futuros são marcados da esquerda para a
direita. Os valores negativos representam fluxos de saída de caixa e os valores positivos
representam fluxos de entrada de caixa.

Normalmente utilizamos técnicas de capitalização para achar o valor futuro e técnicas de taxas de
desconto para achar o valor presente analisado com profundidade mais adiante. Os administradores
financeiros, apesar das técnicas de Valor Futuro e Valor Presente resultarem nas mesmas decisões, tendem
a se basear principalmente em técnicas de Valor Presente por tomarem decisões no tempo zero.

5.2 – O Processo Decisório de Orçamento de Capital

5.2.1 - Conceitos

Como investimentos a longo prazo representam dispêndios consideráveis de recursos que


comprometem a empresa por um determinado tempo, necessitamos de procedimentos para analisar e
selecionar apropriadamente os investimentos a longo prazo.

O administrador deve ser capaz de mensurar fluxos de caixa relevantes e aplicar técnicas de
decisão apropriadamente. O processo de avaliação e seleção de investimento a longo prazo será
consistente com a meta da empresa de maximização da riqueza do proprietários.
71

Normalmente as empresas são motivadas a efetuarem dispêndios de capital:


 Expansão – expandir o nível de operações através da aquisição de ativos imobilizados;
 Substituição – substituição de ativos obsoletos ou gastos;
 Modernização – alternativa para substituição que pode ser reconstrução, reforma ou potencialização
de ativos imobilizados existentes;
 Outros Propósitos – despesas de propaganda, pesquisa e desenvolvimento, consultoria de
gerenciamento e novos produtos.
 O processo de Orçamento de Capital segue cinco etapas distintas, mas interelacionadas:
 Geração da Proposta;
 Discussão e análise;
 Tomada de decisão;
 Implementação e;
 Acompanhamento.

Antes de desenvolvermos os conceitos, técnicas e práticas relacionados ao processo de orçamento


de capital, devemos entender alguns conceitos básicos:
 Projetos Independentes – projetos cujos fluxos de caixa não são relacionados ou são independente
uns dos outros, onde a aceitação de um não elimina os outros de futuras considerações.
 Projetos Mutuamente Excludentes – projetos que competem uns com os ouros, de forma que a
aceitação de um elimina os outros de futuras considerações.
 Fundos Ilimitados – a situação financeira na qual uma empresa é capaz de aceitar todos os projetos
independentes que proporcionam um retorno aceitável.
 Racionamento de Capital – a situação financeira na qual um empresa tem apenas um número fixo
de unidades monetárias para distribuir entre dispêndios de capital que estão competindo entre si.
 Padrão convencional de fluxo de caixa – um fluxo de saída de caixa seguido por apenas uma série
de fluxo de entrada.
 Padrão não-convencional de fluxo de caixa – um padrão no qual um fluxo inicial de saída não é
seguido por apenas uma série de fluxos de entradas

Assim, para analisar a taxa de retorno sobre o investimento, utilizaremos o modelo de fluxo de caixa
que é um objeto matemático que pode ser representado graficamente como o objetivo de facilitar o estudo e
os efeitos da análise de uma certa aplicação, que pode ser um investimento, empréstimo, financiamento,
etc... Normalmente, contém Entradas e Saídas de capital, indicadas em uma linha de tempo que tem início
no instante M=0.

 linha horizontal: representa o tempo (períodos), que pode ser expresso em dias, quinzenas, meses,
anos, etc.;

 saídas de dinheiro: indicam pagamentos e são representados por flechas apontadas para baixo e
seus valores são registrados com sinais negativos, com o uso da tecla CHS (mudança de sinal);

 entradas de dinheiro: indicam recebimentos e são representados por flechas direcionadas para cima
e seus valores terão sinais positivos.

A seguir demonstra-se um típico exemplo de fluxo de caixa:

Meses
72

A título de exemplo, demonstre como ficaria o gráfico abaixo se tivéssemos a seguinte situação:

Exemplo: - Tomada de um empréstimo de R$ 600,00


- Pagamento em 4 (quatro) parcelas mensais e sucessivas

Os valores de um fluxo de caixa são introduzidos na HP 12C através das seguintes teclas:
OBS.: As teclas Cfo, CFj e Nj são utilizadas exclusivamente para introdução de fluxos irregulares
(complexos), para cálculo do NPV (Valor Presente Líquido) ou IRR (Taxa Interna de Retorno).
73

5.3 - Tipos de Fluxo de Caixa

5.4 - Taxa de Atratividade

A taxa de atratividade de um investimento é a Taxa Mínima de Juros por que convém o investidor
optar em determinado projeto de investimento.

5.5 - Vida Econômica

É chamada Vida Econômica ou Vida útil de um investimento o intervalo de tempo entre a data do
investimento inicial e a data final do retorno do capital investido, correspondente ao tempo de depreciação
do bem do capital.

5.6 – Técnicas de análise de orçamento de capital:

Os métodos empregados na análise e comparação das alternativas são todos baseados no princípio
da equivalência dos projetos, isto é, quando é indiferente escolher entre um e outro no que concerne aos
objetivos.

Esses métodos visam determinar valores únicos, que representam cada alternativa de investimento.

5.6.1 – Período de Payback

5.6.1.1 – Conceito

Podemos conceituar o Período de Payback como o exato montante de tempo necessário para a
empresa recuperar seu investimento inicial em um projeto calculado a partir de seus fluxos de caixa de
entrada de caixa. No caso de uma anuidade, o período de payback pode ser achado ao se dividir o
investimento inicial pelo fluxo de caixa anual. O Período de Payback é geralmente visto como uma técnica
de orçamento de capital pouco sofisticada, pois ela não considera explicitamente o valor do dinheiro no
tempo.

5.6.1.2 – Critérios de Tomada de Decisões

O tamanho do período de payback máximo aceitável é determinado pela alta administração, esse
valor é estabelecido subjetivamente, o Período de Payback é usado para decisões aceitar-rejeitar, os critério
de tomada de decisão são os seguintes:

Se o período de payback é menor do que o período de payback máximo aceitável, aceitar o projeto.

Se o período de payback é maior do que o período de payback máximo aceitável, rejeitar o projeto.

5.6.1.3 – Prós e Contras dos Períodos de Payback

Prós:
 Método de fácil utilização;
 O período de recuperação do investimento também é de fácil entendimento.
74

Contras:
 Ignora completamente o valor do dinheiro no tempo;
 Não reconhecimento de fluxos de caixa após o período de payback.

EXEMPLO:

Projeto X Projeto Y
Investimento Inicial 10.000,00 10.000,00
Ano Fluxos de entrada de caixa
1 5.000,00 3.000,00
2 5.000,00 4.000,00
3 1.000,00 3.000,00
4 100,00 4.000,00
5 100,00 3.000,00
Período de Payback 2 anos 3 anos
75

5.6.2 - Método do Valor Presente Líquido – VPL na HP 12 C

O Método do Valor Presente Líquido, tem como característica principal, transpor para o Valor
Presente todos os fluxos de caixa esperados ao longo da vida útil de um projeto. É utilizado o Fator no Valor
Presente (P/F, K%, n), onde a taxa de juros “ K “ representa o custo do capital ou a taxa mínima de
atratividade.

-J
VPL =  FJ   1  k 

VPL  Valor Presente Líquido;


n  Vida útil do investimento;
Fj  Fluxo de Caixa Líquido no período j ;
k  Taxa mínima de Atratividade.

O critério de decisão por este método implica em aceitar todos os projetos cujo o Valor Presente
Líquido seja positivo. Assim:

VPL  0  Aceitar;
VPL = 0  Indiferente;
VPL  0  Rejeitar

Na HP 12C, para introduzir os fluxos de caixa:

a) f REG
b) Montante Inicial: g Cfo  se o fluxo for negativo: CHS
c) Montantes seguintes: g CFJ  se o fluxo for negativo CHS
Caso houver repetição de algum Montante podemos utilizar: g CFj e,
o Nº de repetições: n g Nj
d) Repetir o passo “ C “ até que todos os Montantes sejam introduzidos
e) Taxa de Juros: i
f) f NPV

OBS: Os dados do Fluxo de Caixa são armazenados nas memórias 0 até 9 da HP 12C.
Portanto, até 20 fluxos.

EXEMPLO:
Projeto X Projeto Y
Investimento Inicial 10.000,00 10.000,00
Ano Fluxos de entrada de caixa
1 5.000,00 4.545,45 3.000,00 2.727,27
2 5.000,00 4.132,23 4.000,00 3.305,79
3 1.000,00 751,31 3.000,00 2.253,94
4 100,00 68,30 4.000,00 2.732,05
5 100,00 62,09 3.000,00 1.862,76
VPL (440,61) 2.881,82
TMA 10%
76

5.6.3 - Método da Taxa Interna de Retorno – TIR  NA HP 12C

O Método da Taxa Interna de Retorno procura determinar a taxa de juros que utilizada para
descontar o fluxo de caixa de uma alternativa de investimento, iguala o Valor Presente dos Dispêndios ao
Valor Presente dos recebimentos, ou seja, torna o Valor Presente Líquido do fluxo de caixa igual a zero
(VPL = 0).

A TIR nas operações de empréstimos de financiamentos ou de aplicação de recursos, nada mais é


do que a taxa de juros da operação.

É o valor atribuído a “ i ” para que satisfaça a equação:

-j
0 =  Fj  1 i
j=0

VPL = 0  Valor Presente Líquido;


FJ  Fluxo de Caixa Líquido no período j;
n  Vida útil do Investimento;
i  Taxa Interna de Retorno.

Na HP 12 C, para introduzir os fluxos de caixa:

a) f REG
b) Montante inicial: g CF0. Se o fluxo for negativo: CHS
c) Montantes seguintes: g CFj. Se algum fluxo for negativo: CHS
Caso houver repetição de algum Montante podemos utilizar: g CFj e o Nº de repetições:
N g NJ
d) Repetir o passo “ c “ até que todos os Montantes sejam introduzidos
e) f IRR.
77

5.7. EXEMPLOS:

Determinar a Taxa Interna de Retorno correspondente a um empréstimo de $ 100.000,00 a ser


liquidado em 3 pagamentos mensais de $ 30.000,00, $ 50.000,00 e $ 40.000,00. O fluxo de caixa
correspondente a essa operação, tomando-se como referência o doador de recursos, é representado como
segue:

FC2 = 50.000,00
FC2 = 40.000,00
FC1 = 30.000,00 
 
  
  
-------------------------------------------------------------------------------------------
 1 2 3

Cfo = - 100.000,00

Na HP 12C:
f REG
100000 CHS g Cfo
30000 g CFj
50000 g CFj
40000 g CFj

f IRR  9,2647%

5.8. Exercícios de Orçamento de Capital:

1. Se aplico hoje R$ 300,00 e recebo conforme cronograma abaixo, qual a minha taxa interna
de retorno:

300

100 0 120 30 0 0 30 30 30

2. Um empréstimo de R$ 1.500,00 será liquidado em 3 prestações mensais e sucessivas de


R$ 300,00; R$ 700,00 e R$ 900,00. Considerando a taxa de juros de 7% a.m., calcular o
Valor Presente Líquido da operação.
78

3. Calcule o Valor Presente Líquido (NPV) do fluxo de caixa abaixo, considerando-se a taxa de
juros de 4,5% a.m.

1000 1000 1000 1000 1000 2000 3000

4. O estudo de viabilidade econômica de um projeto apresentou o seguinte fluxo de caixa:

ANO RECEBIMENTOS ANUAIS PAGAMENTOS ANUAIS


0 0,00 2.000,00
1 500,00 200,00
2 900,00 500,00
3 1.300,00 350,00
4 2.500,00 700,00
5 3.700,00 1.900,00
TOTAL 8.900,00 5.650,00

Qual a rentabilidade (taxa interna de retorno – IRR) anual desse projeto?

5. Verifique se os fluxos de caixa A e B, da tabela a seguir, são equivalentes para a taxa de


5,00% a.m.:

ANO FLUXO A FLUXO B


0 2.177,26 0,00
1 0,00 0,00
2 175,00 391,76
3 175,00 0,00
4 175,00 431,92
5 175,00 0,00
6 175,00 0,00
7 175,00 3.253,96
TOTAL 3.227,26 4.077,64

6. Determine a taxa interna de retorno – IRR dos fluxos de caixa indicados na tabela a seguir:
79

7. Uma empresa está estudando a compra de um equipamento e para isso está analisando
dois tipos. O tipo A tem vida útil de dois anos, custa R$ 150.000,00 e dá um lucro mensal de
R$ 12.000,00. O tipo B tem vida útil de três anos, um custo de R$ 180.000,00 e dá um lucro
de R$ 14.000,00. Ambos tem valor residual nulo. Qual o equipamento que deve ser
adquirido se a taxa de atratividade é de 5,00% a.m.?

8. O objetivo é ganhar 5,00% a.a. sobre o investimento em uma máquina de R$ 50.000,00 que
irá gerar um ingresso líquido de R$ 8.000,00 por ano durante 10 anos e no final terá um
valor residual de R$ 5.000,00.

Pergunta-se:
a) É atrativo?
b) Qual a taxa interna de retorno sobre o investimento?

9. A companhia GAÚCHA está analisando um investimento de R$ 40.000,00 em novos


maquinários, o que acarretaria um aumento de sua receita operacional de R$ 8.000,00 no
primeiro ano de operação, R$ 16.000,00 no segundo e R$ 24.000,00 no terceiro. Do 4° ano
em diante, estima-se que as receitas aumentem 10% ao ano. A vida útil destes maquinários
é de 8 anos. Os custos operacionais são de R$ 7.000,00 no primeiro ano, R$ 12.000,00 no
segundo e crescem 10% ao ano daí em diante. Considerando que a companhia GAÚCHA
paga 35% de IR sobre o lucro, calcule o VPL desse projeto utilizando uma taxa de desconto
de 10% ao ano e a TIR do mesmo.

CAPÍTULO 6 – Introdução ao Sistema Orçamentário

6.1. Considerações gerais

Uma vez definidas as etapas de elaboração do planejamento financeiro e orçamento da empresa, o


comitê poderá projetar o seu sistema operacional. Na página seguinte, encontra-se disposto na forma de
fluxograma, um processo de elaboração do sistema operacional global da empresa.
Cumpre destacar que os orçamentos de vendas, produção e despesas operacionais serão
considerados como instrumentos de apoio ou auxiliares, enquanto o orçamento de caixa, o Demonstrativo
de Resultado do Exercício projetado e o Balanço Patrimonial projetado constituir-se-ão em peças essenciais
do sistema operacional da empresa.
A adoção da proposta orçamentária pela empresa pressupõe a prévia análise de todos os fatores
relevantes dos sistemas de planejamento e controle em seus níveis: estratégico, tático e operacional. Os
principais aspectos dos processos de planejamento controle financeiros deverão ser definidos, antes de
elaborar-se um programa equilibrado do plano geral de operações para o período em questão.
Todo sistema operacional pressupõe a definição de objetivos e metas da empresa para o período
projetado.

COMPONENTES DE UM SISTEMA ORÇAMENTÁRIO

OBJETIVOS
OBJETIVOS
EE METAS
METAS

ORÇAMENTO
ORÇAMENTO ORÇAMENTO
ORÇAMENTO ORÇAMENTO
ORÇAMENTO
DE
DE VENDAS
VENDAS DESPESAS
DESPESAS GERAIS
GERAIS DE
DE PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
DE
DE FABRICAÇÃO
FABRICAÇÃO
80

SEGMENTO
SEGMENTO ORÇAMENTO
ORÇAMENTO DAS
DAS ORÇAMENTO
ORÇAMENTO
DE
DE DESPESAS
DESPESAS DE
DE
MARKETING
MARKETING ADMINISTRATIVAS
ADMINISTRATIVAS MATÉRIAS-PRIMAS
MATÉRIAS-PRIMAS

ORÇAMENTO
ORÇAMENTO DAS
DAS ORÇAMENTO
ORÇAMENTO
DESPESAS
DESPESAS COM
COM DA
DA MÃO
MÃO DE
DE OBRA
OBRA
VENDAS
VENDAS DIRETA
DIRETA

ORÇAMENTO
ORÇAMENTO DAS
DAS ORÇAMENTO
ORÇAMENTO DAS
DAS
DESPESAS
DESPESAS DESPESAS
DESPESAS
TRIBUTÁRIAS
TRIBUTÁRIAS INDIRETAS
INDIRETAS DE
DE FAB.
FAB.

ORÇAMENTO
ORÇAMENTO DAS
DAS ORÇAMENTO
ORÇAMENTO
DESPESAS
DESPESAS DO
DO CUSTO
CUSTO DO
DO
FINANCEIRAS
FINANCEIRAS PRODUTO
PRODUTO
VANDIDO
VANDIDO

PLANO
PLANO GERAL
GERAL DE
DE
OPERAÇÕES
OPERAÇÕES

ORÇAMENTO
ORÇAMENTO DEMONSTRATIVO
DEMONSTRATIVO BALANÇO
BALANÇO
DE
DE DE
DE RESULTADO
RESULTADO PATRIMONIAL
PATRIMONIAL
CAIXA
CAIXA PROJETADO
PROJETADO PROJETADO
PROJETADO
Figura 57: Orçamentos do planejamento financeiro;
81

Para a implantação do orçamento operacional, a empresa deverá possuir uma estrutura


organizacional adequada, considerando os seguintes aspectos:
a) dispor de condições internas favoráveis à sua execução;
b) manter o diálogo, em caráter permanente, entre as áreas da empresa;
c) buscar o aperfeiçoamento da comunicação, seja com o corpo funcional, seja com os clientes,
fornecedores e acionistas;
d) integrar todas as áreas da empresa.

As Principais Funções

O orçamento deverá desempenhar várias funções vitais à sua correta administração, a saber:
a) elaborar o plano geral de operações ou as ações para o futuro da empresa;
b) comparar os resultados auferidos com o plano proposto;
c) dar a visão de longo prazo.
Por conseguinte, o planejamento e o controle financeiros serão funções primordiais da administração,
constituindo-se em elementos essenciais no processo de elaboração e avaliação da peça
orçamentária da empresa.
Assim, a atividade orçamentária descreverá os planos da direção, em termos quantitativos e
qualitativos, auxiliando, assim, a avaliar os mesmos.

Conclusões

O orçamento poderá ser resumido como sendo um modo de conduzir, ordenadamente, as idéias e
ações para que a empresa possa progredir passo a passo.
Até pouco tempo, o orçamento só era aplicado à Administração Pública como instrumento
fundamental para o empenho de verbas, evoluindo sobremaneira, até tornar-se um meio de aferição das
prioridades de planejamento e controle financeiros. Nos países desenvolvidos, as empresas, em razão da
crescente competitividade mercado lógica, viram-se forçadas a fixar rotinas para suas atividades
operacionais, de modo que pudessem orçar os resultados.
O orçamento será um instrumento da gestão empresarial indispensável a todas as empresas,
independente do seu porte ou tipo de atividade econômica explorada.
Destaca-se, ainda, que as empresas deverão trilhar o longo caminho curto (LCC) e não o curto
caminho longo (CCL), ou seja, investir bastante em planejamento financeiro para que seus objetivos
possam ser alcançados na íntegra e no prazo fixado.
82

6.2. ORÇAMENTO DE CAIXA

O orçamento de caixa é o instrumento utilizado pelo administrador com a finalidade de detectar se o


somatório de ingressos e o somatório de desembolsos em determinado período não irá apresentar
excedente de caixa ou escassez de recursos financeiros. A elaboração de balanços e demonstrativos de
lucros e perdas projetado habilita o administrador financeiro a analisar o efeito de diferentes políticas sobre
a situação financeira e o desempenho da empresa no futuro.

CICLO DE INGRESSOS E DESEMBOLSOS

INGRESSOS
-A ORIGENS +P
FONTES
(2) (4)

CONTAS CONTAS
DE NATUREZA DE NATUREZA
DEVEDORA CREDORA

(3)

DESEMBOLSOS (1)
+A APLICAÇÕES -P
USOS

Figura 13 - Ciclo de Ingressos e Desembolsos.

EXEMPLOS:

(1) pagamento de uma dívida


(2) redução da conta caixa
(3) aumento da conta caixa
(4) aumento de uma dívida

EXEMPLOS DE INGRESSOS, ORIGENS E FONTES:


- diminuição de qualquer ativo
- aumento de qualquer passivo
- lucro líquido após imposto de renda
- depreciação
- venda de ações

EXEMPLOS DE DESEMBOLSOS, APLICAÇÕES E USOS:


- aumento de qualquer ativo
- diminuição de qualquer passivo
- prejuízo líquido
- dividendo pago
- recompra de ações

6.3. INGRESSOS E DESEMBOLSOS DE FUNDOS

Para cada ingresso deve haver um desembolso de recursos. Em sentido amplo, os ativos de uma
empresa representam a utilização líquida de fundos; seu exigível e seu patrimônio líquido indicam os
ingressos de recursos.
O demonstrativo de fluxos de fundos é um método que nos permite estudar o movimento líquido de
fundos durante um período de tempo. Este período poderá ser um trimestre, um ano ou cinco anos, de
acordo com a relevância para a análise.
83

ATIVO PASSIVO

AC + ARLP + AP = PC + PELP PL
ONDE
AC - PC = PL + PELP - AP - ARLP

CCL = PL + PELP - AP - ARLP

INGRESSOS = REDUÇÕES NO CCL


DESEMBLOSOS = AUMENTOS NO CCL

CCL = Capital Circulante Líquido


AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante
ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo
AP = Ativo Permanente
PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo
PL = Patrimônio Líquido

Quadro Exemplos:

INGRESSOS (-) VALORES DO ATIVO REALIZÁVEL A LP


FONTES (-) VALORES DO ATIVO PERMANENTE
ORIGENS (+) OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS A LP
(+) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DESEMBOLSOS (+) VALORES DO ATIVO REALIZÁVEL A LP
USOS (+) VALORES DO ATIVO PERMANENTE
APLICAÇÕES (-) OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS
(-) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Quadro 60 - Exemolo de Ingressos e Desembolsos.
84

6.4 MÉTODOS DE ORÇAMENTO DE CAIXA:

6.4.1. O MÉTODO DIRETO se orienta pelas projeções de receitas e de custos, ou seja, as


estimativas de ingressos e desembolsos do período orçado. Este objetiva discriminar cada item de receita e
de custo individualmente, somando os valores que serão recebidos e pagos em cada período projetado.

Ao contrário do método direto, utiliza-se o MÉTODO DO LUCRO AJUSTADO nos casos


onde não há a necessidade de identificação discriminada dos ingressos e desembolsos de caixa.

6.4.2. O MÉTODO DA DIFERENÇA DO CAPITAL DE GIRO consiste no cálculo da


variação de capital circulante líquido. Este cálculo é feito através do conceito contábil de capital de giro, que
resulta da diferença positiva ou negativa entre o ativo circulante e o passivo circulante.
A apuração do capital de giro é feita tanto para o exercício encerrado como para o exercício
projetado e posteriormente por diferença calcula-se a variação de capital de giro entre os mesmos.

CG = AC - PC CGP = CGep -
CGee

CG = Capital de Giro
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante
CGP = Capital de Giro Projetado
+ CGP = aumento do Capital de Giro Projetado
- CGP = diminuição do Capital de Giro Projetado
CGep = Capital de Giro do exercício projetado
CGee = Capital de Giro do exercício encerrado

DEPRECIAÇÕES:

Como podemos ver a seguir, temos dois tipos de depreciações. Existe uma depreciação ligada
diretamente ao produto; esta depreciação está dentro do Custo do Produto Vendido. A outra depreciação
aparece no Demonstrativo de Resultado do Exercício Projetado, esta é uma depreciação indireta ao custo
do Produto. Ex. Depreciação de Móveis e Utensílios, Depreciação de Máquinas e Equipamentos,
Depreciação de Veículos. Aqui para nós vamos considerar a depreciação do Custo do Produto Vendido igual
a depreciação do Demonstrativo de Resultado do Exercício Projetado, embora saibamos que não é a
mesma.
85

6.5 EXEMPLO PRÁTICO

A Fábrica de Móveis FSG S/A elaborou seu balanço patrimonial de 31.12.08 e o demonstrativo de
resultados do exercício projetado para 31.12.2009, ambos em MR$:

A) BALANÇO PATRIMONIAL (em R$)


ATIVO PASSIVO
CAIXA 600 FORNECEDORES 2.800
DUPLICATAS A RECEBER 2.000 HONORÁRIOS A PAGAR 600
ESTOQUES 1.100 IMPOSTOS E TAXAS 250
DEVEDORES A L.P. 1.000 EMPRÉSTIMOS 500
TERRENOS 300 FINANCIAMENTO A L.P. 1.500
MÓVEIS E UTNSÍLIOS 900 CAPITAL SOCIAL 1.500
(-) DEPRECIAÇÃO MÓV.UNT. (300) RESERVA LEGAL 350
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 3.000 LUCROS RETIDOS 600
(-) DEPRECIAÇÃO DE MÁQ.EQ. (500)

TOTAL DO ATIVO 8.100 TOTAL DO PASSIVO 8.100


Quadro 61 - Exemplo prático 1.

B) DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETADO para 2009:


(em R$)
VENDAS 60.000
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (36.000)
DESPESAS OPERACIONAIS (20.000)

LUCRO OPERACIONAL 4.000

C) OUTRAS INFORMAÇÕES

- Aumento do ativo e passivo circulante em 20%;


- Compra de máquina, no valor de $ 2.000;
- Desembolso para financiamentos a LP, no valor de $ 1.000;
- Recebimento de $ 600, de devedores a LP;
- Depreciação de Móveis e Utensílios $ 200;
- Depreciação de Máquinas e Equipamentos $ 100.

NOTA:
- Os valores serão pagos e recebidos no período a ser projetado;
- Utilize o percentual de 35% para provisão de imposto de renda.

D) QUESTÃO:
- Elabore o ORÇAMENTO DE CAIXA PROJETADO, pelos métodos da diferença do capital de giro e
lucro ajustado, bem como o balanço patrimonial projetado.
86

COMO RESOLVER O PROBLEMA ANTERIOR?

Devemos seguir os seguintes passos:


10 ) Separar contas do ativo e passivo circulantes das contas não circulantes;
20 ) Ler as outras observações, do tipo aumento ou redução do ativo e passivo circulante, no nosso
exemplo aumento do ativo e passivo circulante em 20%. Calcular e lançar no Exercício Projetado ( podemos
multiplicar as contas do circulante por 1,20) ;
30 ) Compra de uma máquina, no valor de R$ 2.000 - isto significa que devemos aumentar a conta
máquinas e equipamentos em R$ 2.000. Se o problema não fala em contrapartida isto não deve ser levado
em consideração. Agora, se o problema falasse compra de uma máquina por R$ 2.000, 100% financiado, ai
sim deveríamos lançar R$ 2.000 na conta credores de máquinas e equipamentos no passivo, como
contrapartida.
40 ) Desembolso para financiamento a LP, no valor de R$ 1.000 - devemos pensar assim: Ora
financiamento a LP é conta de passivo, desembolso no passivo diminui a conta, logo devemos abater R$
1.000 na conta financiamento a LP.
50 ) Recebimento de R$ 600, de devedores a LP - se tínhamos R$ 1.000 a receber, e recebemos R$
600, restará na conta devedores a LP R$ 400.
60 ) Chegou a hora de lançarmos o Lucro Operacional, porém ele será desmembrado em duas
partes, ou seja, uma para a conta provisão para Imposto de Renda e a outra para Lucro Líquido após o
Imposto de Renda. No nosso caso o Lucro Operacional é de R$ 4.000. 35% de R$ 4.000, são R$ 1.400
(Provisão para I.R.), logo R$ 4.000 menos R$ 1.400 são R$ 2.600 (Lucro Líquido após I.R.).
70 ) Lançar todas as depreciações, normalmente nas contas depreciação de veículos, depreciação
de máquinas e equipamentos, depreciação de móveis e utensílios. Temos na conta Depreciação de Móveis
e Utensílios encerrado R$ (300), em outras informações R$ (200), logo a conta Depreciação de Móveis e
Utensílios Projetado terá uma redução de R$ (200), ficando com R$ (500) na conta Depreciação de Móveis
e Utensílios Projetado.
OBS. Até o item anterior podemos resolver os dois métodos exatamente iguais. Temos que lançar o
somatório de ingressos e o somatório de desembolsos, dependendo do método de resolução - Lucro
Ajustado, ou Diferença do Capital de Giro - faremos os lançamentos. Vejamos os dois métodos.
A) Lançamento pelo Método do Lucro Ajustado.
I - Calculamos todas as diferenças no ativo; - se Ano projetado menos
Exercício Encerrado igual a um resultado positivo então houve um aumento
no ativo, ou seja é um desembolso - se Ano projetado menos Exercício
Encerrado igual a um resultado negativo então houve uma diminuição no
ativo, ou seja é um ingresso. A conta caixa não será lançada no
demonstrativo de Ingressos e Desembolsos, uma vez que esta conta entra
no relatório final, pois é em função dela que iremos trabalhar para sabermos
se houve falta ou sobra de recursos para captarmos ou aplicarmos recursos
no mercado de capitais.
II - Calculamos todas as diferenças no passivo; - se Ano projetado menos
Exercício Encerrado igual a um resultado positivo então houve um aumento
no passivo, ou seja é um ingresso - se Ano projetado menos Exercício
Encerrado igual a um resultado negativo então houve uma diminuição no
passivo, ou seja é um desembolso.
III - Soma-se o total dos Ingressos e o total dos Desembolsos levando este
resultado ao relatório final.
B) Lançamento pelo Método da Diferença do Capital de Giro:
I - Somamos o total do ativo circulante do Ano Encerrado menos a conta
caixa e colocamos o resultado no quadro resumo do Capital de Giro (CG)
II - Somamos o total do ativo circulante do Ano Projetado menos a conta
caixa e colocamos o resultado no quadro resumo do Capital de Giro (CG)
III - Somamos o total do passivo circulante do Ano Encerrado e colocamos o
resultado no quadro resumo do Capital de Giro (CG). Não esquecer de
somar a provisão para Imposto de Renda.
IV - Somamos o total do passivo circulante do Ano Projetado e colocamos o
resultado no quadro resumo do Capital de Giro (CG)
V - No Quadro do Capital de Giro, sempre fazemos o seguinte calculo na
linha horizontal: - Ativo circulante Projetado menos Ativo Circulante
Encerrado; e - Passivo circulante Projetado menos Passivo circulante
Encerrado. Assim como na coluna vertical calculamos o Ativo circulante
Encerrado menos o Passivo circulante Encerrado; e Ativo circulante
Projetado menos o Passivo circulante Projetado.
87

Vejamos:

ANO ANO DIFER L.L.A.I.R. 2.600


2008 2008 .
AC 3.100 3.720 620 (+)INGRESSOS 2.510
PC 4.150 6.380 2.230 (-) DESEMBOLSOS 3.000
CG (1.050 (2.660 (1.610 (=)DIFERENÇA NO PERÍODO 2.110
) ) )
(+)SALDO INICIAL DE CAIXA 600
(=)DISPONIBILIDADE ACUMULADA 2.710
(-) NÍVEL DESEJADO DE CAIXA 720
(=)APLIC/EMP. MERCADO FINANC. 1.990
SALDO FINAL DE CAIXA 720

a) 3.720 - 3.100 = 620 ACP - ACE = DAC


b) 6.380 - 4.150 = 2.230 PCP - PCE = DPC
c) 3.100 - 4.150 = (1.050) ACE - PCE = CGE
d) 3.720 - 6.380 = (2.660) ACP - PCP = CGP
PROVA:
e) (2.660) - (1.050) = (1.610) CGP - CGE = DCG
f) 620 - 2.230 = (1.610) DAC - DPC = DCG

ACP = Ativo Circulante Projetado – 2001


ACE = Ativo Circulante Encerrado – 2000
PCP = Passivo Circulante Projetado – 2001
PCE = Passivo Circulante Encerrado – 2000
DAC = Diferença do Ativo Circulante
DPC = Diferença do Passivo Circulante
CGP = Capital de Giro Projetado – 2001
CGE = Capital de Giro Encerrado – 2000
DCG = Diferença do Capital de Giro

VI - Houve uma nítida redução de Capital Circulante Líquido, ou seja, de (R$


1.050) para (R$ 2.660), incorrendo numa variação de (R$ 1.610), que
deverá ser lançado positivamente no relatório de Ingressos e Desembolsos
de Recursos nos Ingressos.

OBS. Tanto no método do Lucro Ajustado, quanto no método da diferença do Capital de Giro a
Conta Lucro Líquido Após o Imposto de Renda poderá ser lançada tanto no demonstrativo de Ingressos e
Desembolsos quanto no Relatório Final. Cuidado! Não lance duas vezes a mesma rubrica contábil. Se você
lançar o Lucro Líquido Após o Imposto de Renda no demonstrativo de Ingressos e Desembolsos não lance
no Relatório Final, e vice-versa.
A conta depreciação, sempre representa um ingresso de recursos, pois sempre irá diminuir a conta
depreciação.
88

BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO – 2009


MÉTODO DO LUCRO AJUSTADO
ATIVO PASSIVO
CAIXA 600 720 FORNECEDORES 2.800 3.360
DUPLICATAS A REC. 2.000 2.400 HONORÁRIOS A PAGAR 600 720
ESTOQUES 1.100 1.320 IMPOSTOS E TAXAS 250 300
EMPRÉSTIMOS 500 600
DEVEDORES A L.P. 1.000 400
TERRENOS 300 300 FINANCIAMENTO A L.P. 1.500 500
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 900 900 CAPITAL SOCIAL 1.500 1.500
(-) Depreciação Móv.Utens. (300) (500) RESERVA LEGAL 350 350
MÁQUINAS E EQUIPAME. 3.000 5.000 LUCROS RETIDOS 600 3.200
(-) Depreciação Máq.Equip. (500) (600)
PROVISÃO PARA I.R. 1.400

APLICAÇÃO MERC.FINAN 1.990


TOTAL DO ATIVO 8.100 11.930 TOTAL DO PASSIVO 8.100 11.930

INGRESSOS - A + P DESEMBOLSOS +A - P

DEPRECIAÇÕES 300 COMPRA MÁQUINA 2.000


REC.DEV.L.P. 600 DESEMB. FIN. L.P. 1.000
FORNECEDORES 560 DUPLIC A REC. 400
HON.A PAGAR 120 ESTOQUES 220
IMPOSTOS E TAXAS 50
EMPRÉSTIMOS 100
PROV. PARA I.R. 1.400

TOTAL DOS INGRESSOS 3.130 TOTAL DOS DESEMBOLSOS 3.620

L.L.A.I.R. 2.600
(+)INGRESSOS 3.130
(-) DESEMBOLSOS 3.620
(=)DIFERENÇA NO PERÍODO 2.110
(+)SALDO INICIAL DE CAIXA 600
(=)DISPONIBILIDADE ACUMULADA 2.710
(-) NÍVEL DESEJADO DE CAIXA 720
(=)APLIC/EMP. MERCADO FINANC. 1.990
SALDO FINAL DE CAIXA 720
89

BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO – 2009


MÉTODO DA DIFERENÇA DO CAPITAL DE GIRO
ATIVO PASSIVO
CAIXA 600 720 FORNECEDORES 2.800 3.360
DUPLICATAS A REC. 2.000 2.400 HONORÁRIOS A PAGAR 600 720
ESTOQUES 1.100 1.320 IMPOSTOS E TAXAS 250 300
EMPRÉSTIMOS 500 600
DEVEDORES A L.P. 1.000 400
TERRENOS 300 300 FINANCIAMENTO A L.P. 1.500 500
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 900 900 CAPITAL SOCIAL 1.500 1.500
(-) Depreciação Móv.Utens. (300) (500) RESERVA LEGAL 350 350
MÁQUINAS E EQUIPAME. 3.000 5.000 LUCROS RETIDOS 600 3.200
(-) Depreciação Máq.Equip. (500) (600)
PROVISÃO PARA I.R. 1.400

APLICAÇÃO MERC.FINAN 1.990


TOTAL DO ATIVO 8.100 11.930 TOTAL DO PASSIVO 8.100 11.930

INGRESSOS - A + P DESEMBOLSOS +A - P

REDUÇÃO CAPITAL DE GIRO 1.610 COMPRA MÁQUINA 2.000


DEPRECIAÇÃO 300 DESEMBOLSO FINANC. L.P. 1.000
REC. DEV. L.P. 600

TOTAL DOS INGRESSOS 2.510 TOTAL DOS DESEMBOLSOS 3.000

ANO 1 ANO 2 DIFER L.L.A.I.R. 2.600


.
AC 3.100 3.720 620 (+)INGRESSOS 2.510
PC 4.150 6.380 2.230 (-) DESEMBOLSOS 3.000
CG (1.050 (2.660 (1.610 (=)DIFERENÇA NO PERÍODO 2.110
) ) )
(+)SALDO INICIAL DE CAIXA 600
(=)DISPONIBILIDADE ACUMULADA 2.710
(-) NÍVEL DESEJADO DE CAIXA 720
(=)APLIC/EMP. MERCADO FINANC. 1.990
SALDO FINAL DE CAIXA 720
90

6.7. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

6.7.1. A Indústria de alimentos "XYZ S/A" Elaborou seu Balanço Patrimonial em 31.12.08 e o Demonstrativo
de Resultados do Exercício Projetado para 31.12.2009, ambos em MR$, respectivamente, os quais seguem:

A) BALANÇO PATRIMONIAL (em R$)


ATIVO PASSIVO
CAIXA 600 FORNECEDORES 5.500
VALORES A RECEBER 280 FGTS A RECOLHER 30.000
ESTOQUES 400 EMPRÉSTIMOS 70.000
DEVEDORES A L.P. 12.700 IMPOSTOS A PAGAR 65.000
TERRENOS 113.000 CREDORES DIVERSOS 4.500
VEÍCULOS 110.000 FINANCIAMENTOS A L.P. 15.000
(-) DEPRECIAÇÃO VEÍCULOS (100) CAPITAL SOCIAL 800.000
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 260.000 RESERVA LEGAL 1.900
(-) DEPRECIAÇÃO DE MÓV.UT. (150) LUCROS EM SUSPENSO 4.600
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 500.000
(-) DEPRECIAÇÃO MÁQ. EQUIP. (230)

TOTAL DO ATIVO 996.500 TOTAL DO PASSIVO 996.500


Quadro 62 - Exemplo prático 2.

B) DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETADO: (em R$)


VENDAS 85.000
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (52.000)
DESPESAS OPERACIONAIS (24.000)

LUCRO OPERACIONAL 9.000

C) OUTRAS INFORMAÇÕES:

1) Redução do ativo circulante em 10% e aumento do passivo circulante em 5%, exceto impostos a pagar;
2) imobilização em nova unidade industrial, no valor de R$ 50.000, em que serão amortizados da
seguinte maneira: 60% no exercício projetado e saldo após o exercício de 2009;
3) venda de terreno, no valor de R$ 60.000;
4) desembolso para financiamento a LP e impostos a pagar no valor de R$ 1.000 e R$ 100,
respectivamente;
5) Depreciação de Veículos R$ 30; Depreciação de Móveis e Utensílios R$ 50 e Depreciação de Máquinas
e Equipamentos R$ 80.
6) utilizar 35% para provisão de imposto de renda;
todos os valores serão recebidos e pagos no período orçado, com exceção da nova unidade industrial
que o saldo de 40% será. amortizado após 2009.

D) QUESTÃO:
- Elabore o ORÇAMENTO DE CAIXA PROJETADO, pelo método do lucro ajustado, bem como o
balanço patrimonial projetado.
91

BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO


MÉTODO - LUCRO AJUSTADO
ATIVO PASSIVO

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

INGRESSOS -A +P DESEMBOLSOS +A -P

TOTAL DOS INGRESSOS TOTAL DOS DESEMBOLSOS

L.L.A.I.R.
(+) INGRESSOS
(-) DESMBOLSOS
(=) DIFERENÇA NO PERÍODO
(+) SALDO INICIAL DE CAIXA
(=) DISPONIBILIDADE ACUMULADA
(-) NÍVEL DESEJADO DE CAIXA
(=) APLIC/EMP. MERCADO CAPITAIS
SALDO FINAL DE CAIXA
92

6.7.2. EXERCÍCIO PRÁTICO


A "MAREPIL S/A" elaborou seu Balanço Patrimonial de 31.12.08 e o Demonstrativo De Resultados do
Exercício Projetado para 31.12.2009, ambos em MR$, respectivamente, os quais seguem:

A) BALANÇO PATRIMONIAL (em R$)


ATIVO PASSIVO
CAIXA 1.400 FORNECEDORES 5.500
VALORES A RECEBER 480 FGTS A RECOLHER 70.000
ESTOQUES 600 EMPRÉSTIMOS 90.000
DEVEDORES A L.P. 18.000 IMPOSTOS A PAGAR 80.000
TERRENOS 120.00 CREDORES DIVERSOS 5.000
VEÍCULOS 110.00 FINANCIAMENTOS A L.P. 25.000
(-) DEPRECIAÇÃO VEÍCULOS (100) CAPITAL SOCIAL 500.000
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 230.000 RESERVA LEGAL 1.900
(-) DEPRECIAÇÃO DE MÓV.UT. (150) LUCROS EM SUSPENSO 2.600
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 300.000
(-) DEPRECIAÇÃO MÁQ. EQUIP. (230)

TOTAL DO ATIVO 780.000 TOTAL DO PASSIVO 780.000


Quadro 63 - Exemplo prático 3.

B) DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETADO: (em R$)


VENDAS 250.000
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 134.000
DESPESAS OPERACIONAIS 56.300

LUCRO OPERACIONAL 59.700

C) OUTRAS INFORMAÇÕES:

1) Aumento do ativo circulante em 5% e redução do passivo circulante em 10%, exceto impostos a pagar;
2) imobilização em nova unidade industrial, no valor de R$ 100.000, em que serão amortizados da
seguinte maneira: 80% no exercício projetado e saldo após o exercício de 2009;
3) venda de terreno, no valor de R$ 200;
4) desembolso para financiamento a LP e impostos a pagar no valor de R$ 500 e R$ 100,
respectivamente;
5) Depreciação de Veículos R$ 100; Depreciação de Móveis e Utensílios R$ 200 e Depreciação de
Máquinas e Equipamentos R$ 300.
6) usar 35% para provisão de imposto de renda;
todos os valores serão recebidos e pagos no período orçado, com exceção da nova unidade industrial
que o saldo de 20% será. amortizado após 2009.

D) QUESTÃO:
- Elabore o ORÇAMENTO DE CAIXA PROJETADO, pelo método da diferença do capital de giro,
bem como o balanço patrimonial projetado.
93

BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO


MÉTODO - DIFERENÇA DO CAPITAL DE GIRO
ATIVO PASSIVO

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

INGRESSOS -A +P DESEMBOLSOS +A -P

TOTAL DOS INGRESSOS TOTAL DOS DESEMBOLSOS

L.L.A.I.R.
ANO 1 ANO 2 DIFER. (+) INGRESSOS
AC (-) DESMBOLSOS
PC (=) DIFERENÇA NO PERÍODO
CG (+) SALDO INICIAL DE CAIXA
(=) DISPONIBILIDADE ACUMULADA
(-) NÍVEL DESEJADO DE CAIXA
(=) APLIC/EMP. MERCADO CAPITAIS
SALDO FINAL DE CAIXA

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