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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA

ANDRÉ FERRAZ DE SOUZA


CARLOS WYLLIAM MONDO

SISTEMA ELETRÔNICO PARA PREVENIR CAVITAÇÃO EM SISTEMAS DE


IRRIGAÇÃO

Ponta Grossa
2010
ANDRÉ FERRAZ DE SOUZA
CARLOS WYLLIAM MONDO

SISTEMA ELETRÔNICO PARA PREVENIR CAVITAÇÃO EM SISTEMAS DE


IRRIGAÇÃO

Projeto apresentado à disciplina de Física 2 do


Curso de Engenharia Eletrônica da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, solicitado pelo
professor Mário José Van Thienen da Silva.

Ponta Grossa
2010
A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não
seremos capazes de resolver os problemas causados pela
forma como nos acostumamos a ver o mundo. (Albert Einstein)
LISTA DE TABELAS

TABELA II - CUSTOS ESTIMADOS DO SISTEMA DE MONITORAMENTO............34


TABELA III - ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO...................................35
SUMÁRIO

1.1 OBJETIVOS GERAIS..............................................................................................6


1.1.1 Objetivos específicos.......................................................................................6

2 CONTEXTO HISTÓRICO..........................................................................................7

3 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO.....................................................................................8
3.1 CAPTAÇÃO DA ÁGUA...........................................................................................8
3.1.1 Rios......................................................................................................................9
3.1.2 Lagos ou lagoas.................................................................................................9
3.1.3 Represas ou barragens.....................................................................................9
3.2 DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA....................................................................................10
3.2.1 Canais................................................................................................................10
3.2.2 Encanamentos..................................................................................................11
3.2.2.1 Perda de carga................................................................................................12
3.2.2.2 Tipos de tubulações........................................................................................12
3.3 TIPOS DE IRRIGAÇÃO........................................................................................14
3.3.1 Gotejamento......................................................................................................14
3.3.2 Aspersão convencional...................................................................................15
3.3.3 Microaspersão..................................................................................................15
3.3.4 Pivô central.......................................................................................................15
3.3.5 Canhão hidráulico............................................................................................16
3.3.6 Autopropelido...................................................................................................16

4 BOMBAS HIDRÁULICAS........................................................................................17
4.1 MÁQUINAS GERATRIZES OU OPERATRIZES..................................................17
4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS GERATRIZES OU BOMBAS......................17
4.2.1 Turbobombas e bombas especiais................................................................18
4.2.2 Classificação das turbobombas segundo a trajetória do líquido...............19
4.2.2.1 Bomba centrífuga pura ou radial.....................................................................19
4.2.2.2 Bomba de fluxo misto ou bomba diagonal......................................................20
4.2.2.3 Bomba axial ou propulsora..............................................................................20
4.2.3 Classificação das turbobombas segundo o número de rotores.................21
4.2.3.1 Bomba de simples estágio..............................................................................21
4.2.3.2 Bomba de múltiplos estágios..........................................................................21
4.2.4 Funcionamento de uma bomba centrífuga...................................................21

5 NPSH........................................................................................................................23
5.1 NPSH DA BOMBA E NPSH DA INSTALAÇÃO....................................................24

6 CAVITAÇÃO............................................................................................................25
6.1 ESCORVAMENTO................................................................................................25
6.2 VÓRTICE...............................................................................................................26
6.3 PREVENINDO A CAVITAÇÃO.............................................................................24

7 METODOLOGIA......................................................................................................29
7.1 SISTEMA DE MONITORAMENTO ELETRÔNICO..............................................30
7.1.1 Controle Lógico Programável.........................................................................31
7.1.2 Os sensores......................................................................................................32
7.1.2.1 Sensor de temperatura....................................................................................32
7.1.2.2 Sensor de pressão..........................................................................................33
7.1.2.3 Sensor de vazão.............................................................................................33
7.1.3 Custos...............................................................................................................34
7.1.4 Cronograma......................................................................................................35

REFERÊNCIAS...........................................................................................................36
6

1 INTRODUÇÃO

Os sistemas de irrigação são extremamente importantes para melhor


aproveitamento da capacidade produtiva dos cultivos de alimentos.
No entanto, muitas vezes, devido à carência de conhecimento por parte
de alguns agricultores, estes sistemas podem ser montados precariamente e sem
análise dos possíveis problemas que os mesmos podem apresentar.
É muito importante que um estudo seja realizado para verificar quais
seriam os equipamentos adequados em cada caso em particular, uma vez que cada
sistema depende de algumas variáveis que serão discutidas no presente projeto, tais
como distância do ponto de captação da água até o reservatório de distribuição da
mesma, elevação do terreno, dentre outras.
Um dos problemas mais comuns neste tipo de instalação é um fenômeno
denominado cavitação. Este fenômeno tem a capacidade de diminuir o rendimento
das bombas de distribuição de água muito rapidamente e inutilizá-la em pouco
tempo, fazendo com que elas tenham de ser substituídas com frequência, gerando,
assim, um custo desnecessário e constante se as medidas de correções não forem
tomadas.

1.1 OBJETIVOS GERAIS

Resolver e prevenir problemas relacionados à cavitação em sistemas de


irrigação.

1.1.1 Objetivos específicos

Implantar um sistema eletrônico que monitore as principais variáveis que


podem propiciar a presença de cavitação num sistema de irrigação.
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2 CONTEXTO HISTÓRICO

A história da irrigação e a utilização da hidráulica na vida humana


surgiram há muitos anos, os primeiros relatos da sua utilização foram em 3000 a.C.,
no antigo Egito, onde o faraó ordenou a construção de diques, represas e canais
que melhoravam o aproveitamento das águas do rio Nilo, estes recursos hidráulicos
possibilitavam o transporte da água para as plantações. Todas as civilizações
antigas, ao se desenvolverem, instalavam suas habitações próximas aos grandes
rios e vales, onde conseguiam aproveitar do potencial hídrico na região para manter
sua existência. Os habitantes da Mesopotâmia também aproveitavam de recursos
hidráulicos para a irrigação de suas terras aproveitando os rios que banhavam seu
terreno, no caso, o Tigre e o Eufrates.
Porém a utilização da hidráulica na vida humana foi realmente se
desenvolvendo em Roma, onde sistemas mais complexos de irrigação e de objetos
para a utilização na vida da sociedade. Após essas revoluções e desenvolvimentos
tecnológicos ocorridos, as relações para o transporte de líquidos vieram
consequentemente aprimorando-se com pensadores que tratavam do
estabelecimento de ideias e cálculos que permitiam o melhor estudo para um
sistema eficiente de transporte de líquidos.
Os estudos realizados por pensadores como Galileu, Torricelli, Pascal,
que analisaram o escoamento dos líquidos e também definindo princípios para a
distribuição das pressões a uma determinada quantidade de liquido em equilíbrio.
Em séculos seguintes, aproximadamente no século XVIII, Bernoulli demonstrou as
pesquisas de Torricelli e anunciou uma teoria que estabelecia uma relação entre
pressão, velocidade e quantidade de liquido.
O caso mais recente e eficiente da aplicação de um sistema de irrigação
está em Israel, pois sem a irrigação em seu país, a agricultura seria impossível. As
condições do solo são muito precárias, escassez de chuva e, além disso, possui
poucas fontes de água que possam ter essa finalidade. Apesar dessas pobres
características hídricas, Israel devido á sua grande tecnologia que detém é capaz de
exportar produtos vindos da agricultura, como cereja, e outras frutas diversas.
8

3 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

A irrigação é um conjunto de técnicas utilizadas para o manejo da água


de algumas regiões em um determinado tempo e espaço que possibilitam o
desenvolvimento da agricultura na região. A finalidade da irrigação é distribuir
igualmente a água para regiões da plantação onde as chuvas não são necessárias
para o cultivo.
A hidráulica contribui essencialmente para o funcionamento de todo o
projeto, pois sem ela não seria possível realizar esse transporte, impossibilitando em
diversos lugares o cultivo de plantas.
Porém algumas características necessárias devem ser levadas em
consideração, ao analisar por completo todos os sistemas de irrigação, pois
depende de alguns fatores, que representam o caminho a ser traçado pela água, até
a lavoura. Estes processos são: Captação da água e sua distribuição.

3.1 CAPTAÇÃO DA ÁGUA

A captação da água consiste em um sistema composto por estruturas,


que tem a finalidade de retirar a água dos mananciais para abastecimento de uma
cidade, população ou outras diversas utilizações na vida humana.
Os mananciais são fontes de água, superficiais ou subterrâneas. Como
por exemplo, os rios, lagos, represas ou lençóis freáticos. Essas fontes de
abastecimento de água não podem ter deterioração, geralmente urbana, ou por
motivo de plantações ligeiramente próximas a seu curso, que com o tempo além de
poluir, causam assoreamento deste manancial.
Para resolver esse problema foram criadas leis estaduais de proteção aos
mananciais, que proíbem a construção em locais próximos aos rios ou lagos. Porém
estas leis são estaduais, tornando cada estado diferente em relação à legislação,
onde o rigor também é alterado.
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3.1.1 Rios

É uma corrente natural de água e de forma contínua que se estende por


um determinado terreno e torna as regiões por onde passa mais férteis e propícias a
um maior desenvolvimento urbano e social.
Como exemplo pode-se citar: O rio Nilo, localizado no Egito, e de grande
importância social e econômica. O rio Amazonas, localizado em dois países, Brasil e
Peru, e tem grande importância na manutenção da flora e fauna da Floresta
Amazônica localizada também nesses dois países.

3.1.2 Lagos ou lagoas

Um lago é uma depressão natural da terra e são localizados em rochas


impermeáveis, produzidas por causas diversas e sem conexão com o mar, que
contém uma quantidade de água que pode variar devido a diversos fatores, como as
chuvas, o derretimento das geleiras, de uma nascente no local, que deságuem
nessa depressão.
Alguns exemplos de lagos pelo mundo são: O lago Vostok é um lago
subglacial da Antártida, possivelmente o maior do mundo. Os grandes lagos da
América do Norte, localizados entre o Canadá e os Estados Unidos da América, que
formam o maior grupo de água doce do mundo.

3.1.3 Represas ou barragens

Uma represa ou barragem tem a necessidade de armazenar água, e


assim é de grande utilidade para as necessidades do homem. De acordo com sua
instalação, a principal utilização das represas e as barragens são para o
armazenamento da água dos rios para serem aproveitadas futuramente, porém no
caso da Represa de Itaipú, além de uma barragem para armazenar a água, ela tem
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um potencial energético muito grande, pois com as comportas que se localizam na


própria barragem, torna a represa capaz de atuar na produção de energia elétrica.
A partir do armazenamento, a finalidade da água utilizada pode ser
aplicada em diversos ramos, um deles, por exemplo, é a agricultura, em que pose-se
utilizar a agua armazenada, ou parte dela para a irrigação das plantações.

3.2 DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA

Após a captação da água, um destino deve ser selecionado para essa


água, e para levar a água até este destino, deve ter um sistema de transporte que
seja eficiente e capaz de transportar a água para o seu bombeamento ao sistema de
irrigação, ocorrendo as menores perdas possíveis, principalmente pelo material
utilizado na confecção dos canos, o que é essencial para uma maior eficiência.

3.2.1 Canais

Os canais são geralmente utilizados para a irrigação, servem para o


transporte da água para as lavouras, com finalidades diferentes além de tudo, como:
canais de condução, canais de distribuição e canais de drenagem. Os primeiros
canais são geralmente os maiores e levam a água de sua captação aos canais de
distribuição e podem se ramificar em outros canais até mesmo principais,
secundários, etc., formando então uma rede de condução por canais.
Os canais de distribuição, ou canais chamados laterais, são abertos em
direção à área a ser irrigada, e em sua superfície superior livre deve se localizar um
pouco acima do terreno para que possa receber o liquido segundo o sistema de
irrigação utilizado na plantação.
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3.2.2 Encanamentos

Os encanamentos são dutos que servem para o transporte de líquidos de


um lado a outro.

Os encanamentos, ou tubulações, são condutos fechados, de seção,


geralmente, circular, em que a água se acha sob pressão, enchendo
completamente a seção e podendo mover- se, não só no sentido
descendente, como também, dentro de certos limites, no ascendente. São,
portanto, condutos forçados, o que os distingue de canais que são condutos
livres, isto é, a água não está sob pressão, só podendo mover-se no sentido
descendente. (DAKER, Alberto; 1983, p.97).

São através dos encanamentos que a água á distribuída por todo o


sistema, partindo da captação e chegando ao seu destino, neste transporte, pelo
formato em que são produzidos os canos, ocorre uma pressão que age sobre esse
sistema e auxilia também na impulsão do liquido por todo o seu trajeto.
O escoamento da água por uma tubulação pode ocorrer de diferentes
formas, por exemplo, tanto pela força gravitacional, assim dependendo do local onde
foi instalada a tubulação e também por alguma força motriz, geralmente utilizadas
bombas que efetuam o transporte da água até o seu destino, aplicando-se na sua
finalidade.
O encanamento utilizado na captação da água, que liga a mesma a rede
de distribuição chama-se encanamento adutor. Para que o transporte se torne eficaz
a tubulação deverá ser a mais reta possível, apresentando somente bruscas
descidas e subidas quando for obrigada pelo terreno a fazer estas manobras. Para
isto utilizam-se registros de descarga e ventosas que atuam nos pontos mais baixos
e nos mais altos, respectivamente. Os registros de descarga permitem que se façam
descargas temporárias em toda tubulação, retirando diversos tipos de dejetos que se
depositem nos seus pontos baixos como: terra, lodo, conchas, óxidos, etc. No caso
das ventosas, que podem funcionar automaticamente ou de forma mecânica,
permitem a retirada do ar da tubulação, que por ser mais leve do que a água se
acumula nos pontos mais altos que compõe a tubulação.
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3.2.2.1 Perda de carga

Este escoamento não se faz sem certa perda de energia, que é chamada
muitas vezes de perda de carga. Podem ser considerados tipos de perda de carga:
A perda principal, as perdas secundárias ou acidentais.
A perda principal é chamada também de perda por atrito ou fricção, que
ocorrem de dois tipos diferentes: O atrito interno e o externo.
O atrito interno é o que ocorre entre as moléculas do liquido, mais
conhecido como viscosidade, esta perda depende da temperatura que se encontra o
liquido. O atrito externo é denominado o atrito do liquido em relação às paredes da
tubulação, esta perda depende da rugosidade das paredes do tubo e do material em
que o tubo é constituído.
As perdas acidentais ou secundárias são perdas que podem ou não
existir, mas não devem ser desconsideradas nos cálculos de implantação de uma
rede de distribuição de água, podem ser ocasionadas pela velocidade da água no
tubo, com a transformação da energia potencial em energia cinética, ou também
pela presença de um registro no sistema em que sua abertura com a incidência de
graus influencia na perda de uma tubulação.

3.2.2.2 Tipos de tubulações

São muitos os tipos de tubos que são utilizados na agricultura e na


distribuição de água para a sociedade. Muitos são substituídos hoje em dia pelo seu
custo elevado e baixa resistência a intervenções da natureza, como reações
químicas, desgaste ao passar dos anos. Para que seja aproveitado da melhor
maneira, deve-se fazer antecipadamente um estudo com a finalidade do
empreendimento a utilizar os tubos, a quantidade a ser utilizada e também a
composição do material, coisas que podem ser vitais para a viabilidade de qualquer
projeto relacionado com tubulações e distribuição de água.
Em seguida são citados os exemplos de tubos que são utilizados em
nosso cotidiano para as atividades supracitadas>
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Tubo de Ferro Fundido: Estes tipos de tubos são marcados por seu baixo
preço, grande resistência e durabilidade e facilidade na instalação. Por estes
motivos é largamente utilizado no serviço de abastecimento de água.
A duração dos tubos de ferro fundido supera a de todos os outros tipos de
tubo, existem casos como na França, em Versailles, que este tipo de tubo está
instalado em um sistema de distribuição de água desde 1685 e ainda estão em
funcionamento.
Os únicos contra que estes tipos de tubo contêm são que não apresentam
flexibilidade, além de não resistirem ao choque, fazendo com que o seu transporte
exija um grande cuidado e também no seu assentamento. Sendo atacado ainda por
ferrugem, que criam tubérculos que interrompem o escoamento perfeito da água.
Os tubos de ferro fundido resistem a altas pressões, sendo fabricados a
20 atmosferas (200m de coluna de água) ou mais. O comprimento tem variação de 4
a 6 metros e o diâmetro mais utilizado são de 3 polegadas para cima.

Tubo de Ferro Galvanizado: São tubos de aço recobertos por um


processo eletrolítico de galvanização e uma camada protetora de zinco. São
utilizados em sua maioria com o diâmetro reduzido, chegando no máximo a 2
polegadas. O seu comprimento varia de 4 a 6 metros.
Os tubos de ferro galvanizado alteram-se mais facilmente que os de ferro
fundido, dando origem a grandes incrustações internas com pouco tempo de uso.
Por causa da pequena espessura da parede, o ataque, somado a ferrugem faz com
que a durabilidade destes canos seja muito menor que os tubos de ferro fundido.
Porém tem a vantagem de serem mais flexíveis, detalhe que facilita na sua
instalação. São utilizados quando fica inviável a colocação de um tubo de ferro
fundido.

Tubos Plásticos: são tubos extremamente flexíveis (em forma de


mangueiras comuns) ou rígidos, ultimamente lançados no mercado por diversos
fabricantes.
Os tubos plásticos são leves e lisos interiormente e tem uma alta
resistência à corrosão, imunes a formação de tubérculos e á oxidação e de fácil
adaptação a rede domiciliar. São fabricados para suportar pressões variáveis, de
acordo com a finalidade em que é utilizado.
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São fabricados com menores diâmetros, geralmente até 2 polegadas e


raramente com 4, com diâmetro máximo. Uma das desvantagens que os canos do
tipo PVC (Cloreto de polivinil) são a necessidade de utilizar juntas de dilatação nos
trechos descobertos da canalização, pelo motivo do plástico ter um alto coeficiente
de dilatação, tendo de evitar a vizinhança de qualquer fonte de calor que tenha
temperatura superior a 60º C.

3.3 TIPOS DE IRRIGAÇÃO

Diversos tipos de sistemas de irrigação são utilizados nas plantações por


todo o planeta. Os diversos tipos de culturas necessitam de um sistema especifico
de irrigação para atuarem nas lavouras, cada sistema deve ser escolhido levando
em consideração alguns fatores que são essenciais, como a água disponível, o solo
a ser irrigado ou também o tipo de plantas que pertencem ao plantio.
Os tipos de irrigação são: Irrigação por gotejamento, aspersão
convencional, microaspersão, pivô central, canhão hidráulico e autopropelido.

3.3.1 Gotejamento

A água no sistema por gotejamento é levada por pressão com tubos até
ser aplicada no solo, e diretamente na zona da raiz da planta para obter um melhor
aproveitamento do sistema de irrigação. Neste sistema a eficiência da irrigação é de
90%, porém a implantação deste sistema tem ainda um custo muito elevado e fica
inviável em algumas situações. É a opção mais utilizada quando o local de plantação
não é provido de agua em abundancia e geralmente utilizado em culturas perenes e
na fruticultura pela reduzida necessidade de água. Para a realização desse tipo de
irrigação, o diâmetro dos canos deve ser menor, reduzindo a necessidade de
pressão na distribuição da água, e consequentemente a potência da bomba
utilizada.
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3.3.2 Aspersão convencional

Nos métodos de aspersão, a água é lançada ao ar por meio de jatos de


água e cai sobre a plantação. No sistema convencional, a linha principal é fixa e as
laterais são móveis. Este sistema requer um menor investimento de capital, como o
encontrado no sistema por gotejamento, porém necessita de uma maior manutenção
pela mão-de-obra humana para continuar em funcionamento.
Os agricultores irrigantes utilizam geralmente uma modificação da
aspersão normal, onde as linhas principais e as laterais ficam fixas e a única
movimentação do sistema ocorre por intermédio dos aspersores, e é utilizado
principalmente na cultura de café e cana-de-açúcar.

3.3.3 Microaspersão

Possui uma melhor eficiência do que a aspersão convencional, pois sua


atividade atinge uma área mais localizada, porém necessitando de mais aspersores
para atingir a mesma região que a aspersão convencional. Aproxima-se muito dos
irrigadores por gotejamento, porém atinge uma área além da raiz da planta.

3.3.4 Pivô central

O sistema de irrigação de um pivô central consiste basicamente de uma


tubulação onde são instalados os aspersores, a água chega ao tubo a partir de um
ponto central chamado ponto do pivô e se apoia em torres metálicas que se
movimentam tendo base um pneu. A sistema faz um ponto fixo e gira em torno do
próprio eixo sempre em direção ao centro, irrigando totalmente a plantação.
A movimentação das torres é realizada pela eletricidade ou mesmo por
meio hidráulico. Em geral os pivôs são elaborados para irrigar uma área que vai de
16

50 a 130ha, e o custo do equipamento diminui, a medida que o equipamento


aumenta. Para aproveitar ainda mais do equipamento, pode-se também utilizá-lo
para a fertilização da plantação, utilizando os seus aspersores e aproveitando da
sua localização e movimentação por toda a plantação. A bomba utilizada nesse tipo
de sistema deve ter a capacidade de enviar água com pressão até o final do
irrigador, fazendo com que toda a plantação seja irrigada.

3.3.5 Canhão hidráulico

A irrigação por meio de canhões hidráulicos é aquela em que são


utilizados aspersores de grande porte, podendo alcançar grandes distâncias, porém
é atrapalhado em locais onde a força dos ventos for muito grande, alterando o local
onde a irrigação atinge, prejudicando assim a eficiência do equipamento.
Muito utilizado em lavouras de cana-de-açúcar para irrigação. Necessita
de uma bomba que forneça e mantenha pressão necessária para o alcance máximo
do jato na plantação.

3.3.6 Autopropelido

Sistema de irrigação composto somente de um único canhão que é


montado em um carrinho e desloca-se por um só caminho para irrigar toda a
plantação. A propulsão do carrinho é proporcionada pela pressão assumida pela
água em que a bomba impulsiona. Este sistema consome bastante energia e atinge
no máximo a áreas que cheguem a 70 ha. Não detém tanta uniformidade na
irrigação e suas gotas de tamanho maior podem causar alguns danos na plantação,
como a queda das flores, dependendo da cultura empregada.
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4 BOMBAS HIDRÁULICAS

As bombas são máquinas geratrizes ou operatrizes que é um dos grupos


das máquinas hidráulicas. Estas podem ser classificadas em três grandes grupos:
máquinas motrizes, máquinas geratrizes ou operatrizes (do qual as bombas fazem
parte) e máquinas mistas.

4.1 MÁQUINAS GERATRIZES OU OPERATRIZES

São aquelas que recebem o trabalho mecânico, geralmente fornecido por


uma máquina motriz, e o transforma em energia hidráulica, comunicando ao líquido
um acréscimo de energia sob as formas de energia potencial de pressão e cinética.
Pertencem a esta categoria de máquina todas as bombas hidráulicas.

4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS GERATRIZES OU BOMBAS

Bombas são máquinas geratrizes cuja finalidade é realizar o


deslocamento de um líquido por escoamento. Sendo uma máquina geratriz, ela
transforma o trabalho mecânico que recebe para seu funcionamento em energia,
que é comunicada ao líquido sob as formas de energia de pressão e cinética.
Também são conhecidas como máquinas operatrizes hidráulicas, porque realizam
um trabalho útil específico ao deslocares um líquido. O modo pelo qual é feita a
transformação do trabalho em energia hidráulica e o recurso para cedê-la ao líquido
aumentando sua pressão e/ou velocidade permite classificar as bombas em três
grupos: bombas de deslocamento positivo, turbobombas e bombas especiais.
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4.2.1 Turbobombas e bombas especiais

As turbobombas, também chamadas de hidrodinâmicas ou rotodinâmicas,


são caracterizadas por possuírem um órgão rotatório dotado de pás, chamado rotor,
que exerce sobre o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. Essa
aceleração, ao contrário do que se verifica nas bombas de deslocamento positivo,
não possui a mesma direção e o mesmo sentido do movimento do líquido em
contato com as pás. A descarga gerada depende das características da bomba, do
número de rotações e das características do sistema de encanamentos ao qual
estiver ligada:
A finalidade do rotor, também chamado “impulsor” ou “impelidor”, é
comunicar à massa líquida aceleração, para que adquira energia cinética e se
realize assim a transformação da energia mecânica de que está dotado. É, em
essência, uma peça de formato cônico dotada de pás. Ele pode ser aberto ou
fechado.
O rotor é fechado quando, além do disco onde se fixam as pás, existe
uma coroa circular também às pás. Pela abertura dessa coroa, o líquido penetra no
rotor. Usa-se para líquidos sem substâncias em suspensão.
O rotor é aberto quando não existe essa coroa circular anterior. Usa-se
para líquidos contendo pastas, lamas, areias, esgotos sanitários, dentre outros.
As turbobombas necessitam de outro órgão, o difusor, também chamado
recuperador, onde é feita a transformação da maior parte da elevada energia
cinética com que o líquido sai do rotor, em energia de pressão. Desse modo, ao
atingir a boca de saída da bomba, o líquido é capaz de escoar com velocidade
razoável, equilibrando a pressão que se opões ao seu escoamento. Esta
transformação é operada de acordo com o teorema de Bernoulli, pois o difusor
sendo, em geral, de seção gradativamente crescente, realiza uma contínua e
progressiva diminuição da velocidade do líquido que por ele escoa, com o
simultâneo aumento de pressão, de modo a que esta tenha valor elevado e a
velocidade seja reduzida na ligação da bomba ao encanamento de recalque. Ainda
assim, coloca-se uma peça troncônica na saída da bomba, para reduzir ainda mais a
velocidade na tubulação de recalque, quando isso for necessário.
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4.2.2 Classificação das turbobombas segundo a trajetória do líquido

Existem três principais tipos de bombas que se enquadram nesta


classificação.

4.2.2.1 Bomba centrífuga pura ou radial

O líquido penetra no rotor paralelamente ao eixo, sendo dirigido pelas pás


para a periferia, segundo trajetórias contidas em planos normais ao eixo. As
trajetórias são, portanto, curvas praticamente planas contidas em planos radiais.
As bombas deste tipo possuem pás cilíndricas, com geratrizes paralelas
ao eixo de rotação, sendo essas pás fixadas a um disco e a uma coroa circular ou a
um disco apenas.
Nas bombas radiais bem projetadas, a região inicial das pás pode
apresentar-se com a forma de superfície de dupla curvatura, para melhor atender à
transição das trajetórias das partículas líquidas, da direção axial para a radial, sem
provocar choques nem turbulências excessivas.
As bombas do tipo radial, pela sua simplicidade, se prestam à fabricação
em série, sendo generalizada sua construção e estendida sua utilização à grande
maioria das instalações comuns de água limpa, descargas de 5 a 500 l/s e até mais,
e para pequenas, médias e grandes alturas de elevação.
Quando se trata de descargas grandes e pequenas alturas de elevação, o
rendimento das bombas radiais torna-se baixo, e o seu custo se eleva em virtude
das dimensões que assumem suas peças, tornando-se pouco conveniente empregá-
las.
As bombas centrífugas são usadas no bombeamento de água limpa, água
do mar, condensados, óleos, lixívias, para pressões de até 16 kgf/cm² e temperatura
de até 140ºC.
20

4.2.2.2 Bomba de fluxo misto ou bomba diagonal

Existem dois tipos de bombas de fluxo misto: a bomba hélico-centrífuga e


a helicoidal.
Na bomba hélico-centrífuga, o líquido penetra no rotor axialmente; atinge
as pás cujo bordo de entrada é curvo e inclinado em relação ao eixo; segue uma
trajetória que é uma curva reversa, pois as pás são de dupla curvatura, e atinge o
bordo de saída que é paralelo ao eixo ou ligeiramente inclinado em relação a ele.
Sai do rotor segundo um plano perpendicular ao eixo ou segundo uma trajetória
ligeiramente inclinada em relação ao plano perpendicular ao eixo. A pressão é
comunicada pela força centrífuga e pela ação de propulsão das pás.
Na bomba helicoidal o líquido atinge o bordo das pás que é curvo e
bastante inclinado em relação ao eixo; a trajetória é uma hélice cônica, reversa, e as
pás são superfícies de dupla curvatura. O bordo de saída das pás é uma curva
bastante inclinada em relação ao eixo. O rotor normalmente possui apenas uma
base de fixação das pás com a forma de um cone ou uma ogiva. As bombas deste
tipo prestam-se a grandes descargas e alturas de elevação pequenas e médias.

4.2.2.3 Bomba axial ou propulsora

Nestas bombas, as trajetórias das partículas líquidas, pela configuração


que assumem as pás do rotor e as pás guias, começam paralelamente ao eixo e se
transformam em hélices cilíndricas. Forma-se uma hélice de vórtice forçado pelo
movimento das pás. Não são propriamente bombas centrífugas, pois a força
centrífuga decorrente da rotação das pás não é responsável pelo aumento da
energia da pressão.
As bombas axiais são empregadas para grandes descargas e altura de
elevação de mais de 40 metros.
21

4.2.3 Classificação das turbobombas segundo o número de rotores

Existem três principais tipos de bombas que se enquadram nesta


classificação.

4.2.3.1 Bomba de simples estágio

Nela existe apenas um rotor, e, portanto, o fornecimento da energia ao


líquido é feito em um único estágio. Estas bombas são utilizadas para alturas de
elevação baixas, em média de 50 a 100 metros.

4.2.3.2 Bomba de múltiplos estágios

Quando a altura de elevação é elevada, faz-se o líquido passar


sucessivamente por dois ou mais rotores fixados ao mesmo eixo e colocados em
uma caixa cuja forma permite esse escoamento.
A passagem do líquido em cada rotor e difusor constitui um estágio na
operação de bombeamento. O difusor de pás guias fica colocado fica colocado entre
dois rotores consecutivos e então se denomina distribuidor da bomba. As pás do
distribuidor são fundidas ou fixadas à carcaça ou ainda podem ser adaptáveis à
carcaça. O eixo pode ser horizontal ou vertical.

4.2.4 Funcionamento de uma bomba centrífuga

A bomba centrífuga necessita ser previamente enchida com o líquido a


bombear, isto é, deve ser escorvada. Devido às folgas entre o rotor e o coletor e o
restante da carcaça, não pode haver a expulsão do ar do corpo da bomba e do tubo
22

de aspiração, de modo a ser criada a rarefação com a qual a pressão, atuando no


líquido no reservatório de aspiração, venha a ocupar o vazio deixado pelo ar
expelido e a bomba possa bombear. Ela, portanto, não é autoaspirante ou
autoescorvante, a não ser que se adotem recursos construtivos especiais.
Logo que se inicia o movimento do rotor e do líquido contido nos canais
formados pelas pás, a força centrífuga decorrente deste movimento cria uma zona
de maior pressão na periferia do rotor e, consequentemente, uma de baixa pressão
na sua entrada, produzindo o deslocamento do líquido em direção à saída dos
canais do rotor e à boca de recalque da bomba. Estabelece-se um gradiente
hidráulico entre a entrada e a saída da bomba em virtude das pressões nelas
reinantes.
23

5 NPSH

A sigla NPSH vem da expressão Net Positive Suction Head, cuja tradução
literal para a língua portuguesa não expressa clara e tecnicamente o que significa na
prática. No entanto, é de vital importância para fabricantes e usuários de bombas o
conhecimento do comportamento desta variável para que a bomba tenha um
desempenho satisfatório, principalmente em sistemas onde coexistam as duas
situações descritas abaixo:

 bomba trabalhando no início da faixa, com baixa pressão e alta vazão;


 existência de altura negativa de sucção.

Quanto maior for a vazão da bomba e a altura de sucção negativa, maior


será a possibilidade da bomba cavitar em função do NPSH.
Em termos técnicos, o NPSH define-se como a altura total de sucção
referida a pressão atmosférica local existente no centro da conexão de sucção,
menos a pressão de vapor do líquido.

NPSH = (H0 - AS - PCs - R) – HV

H0 = pressão atmosférica local, em m.c.a.;


AS = altura de sucção, em metros (dado da instalação);
PCs = perdas de carga no escoamento pela tubulação de sucção, em metros;
R = perdas de carga no escoamento interno da bomba, em metros (dados do
fabricante);
HV = Pressão de vapor do fluído escoado, em metros;
24

Para que o NPSH proporcione uma sucção satisfatória à bomba, é


necessário que a pressão em qualquer ponto da linha nunca venha reduzir-se à
pressão de vapor do fluído bombeado. Isto é evitado tomando-se providências na
instalação de sucção para que a pressão realmente útil para a movimentação do
fluído seja sempre maior que a soma das perdas de carga na tubulação com a altura
de sucção, mais as perdas internas na bomba, portanto:

H0 - HV > PCs ± AS + R

5.1 NPSH DA BOMBA E NPSH DA INSTALAÇÃO

Para que se possa estabelecer, comparar e alterar os dados da


instalação, se necessário, é usual desmembrar-se os termos da fórmula anterior, a
fim de obter-se os dois valores característicos (instalação e bomba), sendo:
H0 - HV ± AS - PCs = NPSHd (disponível) que é uma característica da
instalação hidráulica. É a energia que o fluído possui, num ponto imediatamente
anterior ao flange de sucção da bomba, acima da sua pressão de vapor. Esta
variável deve ser calculada por quem dimensionar o sistema, utilizando-se de
coeficientes tabelados e dados da instalação;
R = NPSHr (requerido), é uma característica da bomba, determinada em
seu projeto de fábrica, através de cálculos e ensaios de laboratório. Tecnicamente, é
a energia necessária para vencer as perdas de carga entre a conexão de sucção da
bomba e as pás do rotor, bem como criar a velocidade desejada no fluído nestas
pás. Este dado deve ser obrigatoriamente fornecido pelo fabricante através das
curvas características das bombas (curva de NPSH);
Assim, para um bom desempenho da bomba, deve-se sempre garantir a
seguinte situação:

NPSHd > NPSHr + 0,6.


25

6 CAVITAÇÃO

Quando a condição NPSHd > NPSHr + 0,6 não é garantida pelo sistema,
ocorre o fenômeno denominado cavitação. Este fenômeno dá-se quando a pressão
do fluído na linha de sucção adquire valores inferiores ao da pressão de vapor do
mesmo, formando-se bolhas de ar, isto é, a rarefação do fluído (quebra da coluna de
água) causada pelo deslocamento das pás do rotor, natureza do escoamento e/ou
pelo próprio movimento de impulsão do fluído.
Estas bolhas de ar são arrastadas pelo fluxo e condensam-se voltando ao
estado líquido bruscamente quando passam pelo interior do rotor e alcançam zonas
de alta pressão. No momento desta troca de estado o fluído já está em alta
velocidade dentro do rotor, o que provoca ondas de pressão de tal intensidade que
superam a resistência à tração do material do rotor, podendo arrancar partículas do
corpo, das pás e das paredes da bomba, inutilizando-a com pouco tempo de uso por
consequente queda de rendimento da mesma. O ruído de uma bomba cavitando é
diferente do ruído de operação normal da mesma, pois dá a impressão de que ela
está bombeando areia, pedregulhos ou outro material que cause impacto. Na
verdade, são as bolhas de ar “implodindo” dentro do rotor. Para evitar a cavitação de
uma bomba, dependendo da situação, devem-se adotar algumas providências.

6.1 ESCORVAMENTO

Escorvar uma bomba é encher de líquido sua carcaça e toda a tubulação


de sucção, de modo que ela entre em funcionamento sem possibilidade de bolhas
de ar em seu interior. No caso de bombas com sucção positiva este escorvamento é
mantido com a utilização das válvulas de pé, principalmente em sucções com
diâmetros inferiores a 400 mm, sendo o enchimento executado através do copo de
enchimento para pequenas bombas e de by pass na válvula de retenção no
recalque. Para grandes instalações recorrem-se às bombas de vácuo ou ejetores.
Para grandes valores de NPSHr utilizam-se instalações com bombas afogadas ou
submersas, onde se tem o chamado autoescorvamento .
26

6.2 VÓRTICE

Denomina-se de vórtice o movimento em espiral gerado a partir da


superfície livre de um líquido quando este escoa por um orifício, quando este orifício
encontra-se a uma profundidade inferior a um determinado limite. Como a entrada
de água na sucção de um bombeamento assemelha-se a situação descrita, caso
não sejam tomadas precauções, poderá haver condições favoráveis ao
aparecimento do problema. O crescimento contínuo do vórtice pode dar origem à
entrada de ar no interior da bomba provocando cavitação no interior da mesma.
Portanto o dimensionamento poços de sucção deve ser efetuado de modo a impedir
a entrada de ar nas instalações. Algumas recomendações são básicas para se evitar
o fenômeno, a saber:
 o bocal de entrada da tubulação de sucção deve distar das paredes pelo menos
duas vezes o diâmetro e submerso em pelo menos três vezes (mínimo de 0,50m);
 o bocal deve ter forma alargada (boca de sino) quando não existir válvula ou crivo
e folga mínima para o fundo do poço de 0,5 a 1,5 vezes diâmetro da sucção;
 a largura (ou diâmetro) do poço de sucção multiplicada pela profundidade do
líquido acima do bocal equivale a uma área, no mínimo, 10 vezes maior que a
seção horizontal do mesmo poço;
 a velocidade de aspiração seja inferior as da Tabela I.
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Tabela I – Máximas velocidades de sucção.

Diâmetro (mm) Velocidade máxima (m/s)


50 0,75
75 1,10
100 1,30
150 1,45
200 1,60
250 1,60
300 1,70
400 1,80
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Bomb06.html

6.3 PREVENINDO A CAVITAÇÃO

Para evitar que aconteçam cavitações nas instalações de bombeamento


alguns procedimentos são elementares, tanto na fase de projetos como na de
operação, a saber:
 tubulação de sucção a mais curta possível;
 escorvamento completo;
 NPSHd > NPSHr + 0,6;
 medidas antivórtices;
 limitação da velocidade máxima de aspiração em função do diâmetro (Tabela I);
 indicação clara da posição de abertura e de fechamento das peças especiais;
 ligeira inclinação ascendente em direção à entrada da bomba nos trechos
horizontalizados (para facilitar o deslocamento das bolhas de ar na fase de
escorvamento);
 conexão da sucção com a entrada da bomba através de uma redução excêntrica
(também para facilitar o escorvamento);
 não projetar registros nas sucções positivas;
 emprego de crivos ou telas na entrada da sucção;
 emprego de válvula de retenção nas sucções positivas.
28
29

7 METODOLOGIA

A pesquisa aplicada á área da engenharia necessita ser direta de forma


que encontre soluções possíveis para os problemas propostos no inicio do trabalho.
A pesquisa exploratória é utilizada para realizar um estudo sobre o objeto
de pesquisa, de modo que informe conceitos que permitam um maior entendimento
do assunto a ser trabalhado no projeto. Para ser considerada exploratória, a
pesquisa deve ter referencias bibliográficas que fundamentem o trabalho,
proporcionando uma visão geral de um determinado fato. A pesquisa exploratória
avalia ainda quais os conceitos existentes que podem ser aplicadas ao projeto ou
desenvolver ainda novas técnicas e teorias provadas cientificamente que solucionem
o problema proposto.
Para o projeto a pesquisa exploratória foi utilizada de forma que os
conceitos já escritos sobre o assunto auxiliaram na fundamentação teórica do
problema e na busca de soluções para que formas de solucionar o projeto fossem
descobertas ou aprimoradas da realidade que já existem.
Neste projeto a irrigação é vista como objetivo de otimização, onde para
obter maior eficiência em relação ao bombeamento da água aos sistemas de
irrigação, beneficiando assim a agricultura de modo geral.
As bombas são extremamente importantes na agricultura, principalmente
em sistemas de irrigação que necessitam de uma grande quantidade de pressão, e
volume de água para ser distribuído à plantação. Baseando-se nessa afirmação,
podemos excluir o problema da cavitação onde a necessidade de um grande volume
de água não existe, pois neste caso as bombas não teriam um desgaste
considerável devido a este problema. Como é o exemplo dos sistemas de
gotejamento, que não necessitam de um grande volume de água. Além dele também
podemos citar a microaspersão, precisando de uma baixa quantidade de água para
irrigar toda a plantação.
Portanto para a utilização e aplicação do projeto, das medidas
necessárias de prevenção para que não ocorra a cavitação, os sistemas que
requerem um maior volume de água são os mais aptos ao problema da cavitação e
então precisam de uma solução que previna e resolva os problemas para a
durabilidade das bombas de água aumentar.
30

Para minimizar este problema que acaba por diminuir o tempo de vida das
bombas hidráulicas, a prevenção é a melhor maneira.
Deste modo, o projeto relacionado a esta área, visa encontrar soluções
que possam prevenir sem afetar diretamente o resultado final para a produção,
permitindo o uso das novas teorias e técnicas para demais localidades.
Para se considerar soluções na área da irrigação, onde o manejo da água
é essencial, precisam-se analisar as condições em que está trabalhando. Como por
exemplo, neste projeto que visa solucionar a cavitação nas bombas, resolveu-se
considerar a água utilizada na irrigação como água que já recebeu tratamento para a
correção de sua acidez quando captada da fonte e a eliminação de bactérias que
possam ser prejudiciais ao desenvolvimento das plantas. Os tratamentos podem
ocorrer de diferentes formas, sendo a mais utilizada o uso de produtos químicos
para esses processos. Como o uso de Hipoclorito de sódio (Soda Caustica) utilizada
na regulagem do pH e o uso de cloro para a eliminação de bactérias.
Para a prevenção da cavitação nas bombas hidráulicas utilizadas na
agricultura, é necessário que se analise alguns parâmetros que são importantes ao
surgimento deste fenômeno que prejudica a irrigação indiretamente. Os parâmetros
que afetam o sistema são: A temperatura dentro dos canos, a pressão que está
entro dos canos, a vazão em que a água percorre o encanamento.
Sabendo desses fatores, a irrigação necessita ser tratada como uma
forma de prevenir os gastos do agricultor com a substituição das bombas. E para
auxiliar nessa tarefa, a tecnologia se desenvolve no mesmo passo.
As tecnologias desenvolvidas por todo o mundo auxiliam na resolução de
problemas do nosso cotidiano. No sistema de irrigação elas também podem ser
utilizadas no para desvendar se a cavitação pode ocorrer nas bombas, com um
grande nível de confiabilidade, analisando os parâmetros que se relacionam
diretamente com este problema.

7.1 SISTEMA DE MONITORAMENTO ELETRÔNICO

A função de um sistema de monitoramento eletrônico é a analise de


parâmetros de um sistema, que possam ser verificados ou armazenados para um
31

uso futuro dessas informações ou auxiliar ainda na prevenção de problemas que


possam ocorrer caso estes sensores registrem alguma anomalia.
Um sistema eletrônico de monitoramento é composto por pequenas
estruturas de comando e outras de envio e captação de informações que com o
auxilio da tecnologia permitem que a prevenção ocorra não gerando problemas
futuros ao sistema.
Os sensores são parte fundamental neste sistema de monitoramento, eles
são os componentes que farão a captação dos parâmetros necessários que
influenciam no bem estar do sistema por completo. Os sensores escolhidos para o
sistema foram: sensor de temperatura, sensor de pressão e um sensor que monitore
a vazão que passa nos canos. Estes sensores devem ser instalados na entrada da
bomba para que as informações possam ser coletadas o mais próximo da bomba
possível, aumentando, assim, a precisão do sistema.
Para a composição do sistema e para zelar pelo seu correto
funcionamento, é necessário um sistema de controle que receba a informação dos
sensores e a trate de modo que envie um impulso elétrico à bomba que trave logo
em seguida, impedindo que nada de anormal ocorra em seu funcionamento.

7.1.1 Controle Lógico Programável

Para a realização do projeto a melhor escolha de um sistema de controle


foi um CLP (Controlador Lógico Programável), que é um computador especializado,
e baseado em um microprocessador atua com funções de controle no sistema. Ele é
um aparelho eletrônico programável que envia informações por meio de entrada e
saída, controlando maquinas e sistemas.
O CLP é utilizado principalmente nas áreas de controle de processo e
automação industrial.
Para a realização do projeto, um dispositivo de controle indica a
funcionalidade do sistema, com um CLP, a informação captada pelo sensor pode ser
tratada de modo que seja realmente funcional. Como por exemplo, o CLP recebe a
informação do sensor de temperatura, verifica o índice em que a temperatura se
32

encontra e toma a decisão necessária no local, para que a bomba não sofra com
essas intempéries.

7.1.2 Os sensores

Os sensores são os equipamentos onde serão coletadas as informações


as quais eles serão propostos a recolher.
Para a realização do projeto serão necessários 3 tipos de sensores
diferentes: Um de temperatura, um de vazão e outro que meça a pressão na
tubulação próximo a entrada da bomba.

7.1.2.1 Sensor de temperatura

Para medir a temperatura o sensor escolhido foi um TST-2, instalado no


recalque da bomba, que desliga a bomba quando a temperatura atingir a 45º C.
Após o desligamento da bomba, um diodo luminoso é acende indicando que a água
chegou a essa temperatura. Após cinco minutos, o sistema automaticamente religa a
bomba permitindo seu funcionamento. Esta temperatura identificada vai para a
memória do CLP que armazena e permite a verificação dos dados em meio a um
painel, para sua analise futura por técnicos ou pelo próprio agricultor que com um
mínimo de instrução é capaz de manipular os equipamentos. As temperaturas são
captadas de hora em hora.
Após duas instancias de temperaturas elevadas, o sistema desativa,
aguardando a religação manual do sistema.
33

7.1.2.2 Sensor de pressão

Para medir a pressão com a utilização de um sensor, foram realizadas


pesquisas, chegando à comparação entre dois tipos de sistemas que serviriam de
forma eficiente para a medição da pressão no sistema.
Os dois tipos eram o tubo de bourdon e o sensor de pressão a um
semicondutor. Para a escolha verificou-se a capacidade de medir a pressão dos dois
sensores. O primeiro sensor era mais utilizado para uma faixa de 30 a 100.000 p.s.i,
que é um sistema de pressão inglês, e convertendo para m.c.a estaria entre 42 a
140.000 m.c.a, e o sensor de pressão a um semicondutor a pressão fica entre 0 e
5.000 p.s.i, onde convertendo para o sistema usual fica entre 0 e 7.000 m.c.a, para a
utilização no sistema de irrigação, deve se considerar a pressão iniciando-se do 0
m.c.a, assim para o sistema o sensor que está melhor capacitado é o sensor de
pressão a um semicondutor, que funciona utilizando a propriedade piezoelétrica do
silício. Como por exemplo, um sensor comercial ST2000 da Sym Inc., podendo ser
utilizado para medir a pressão em fluidos, com um amplificador interno e saída em
tensão proporcional a pressão absoluta.

7.1.2.3 Sensor de vazão

Para a escolha do sensor de vazão foi necessária à análise das


condições em que o sensor iria necessitar para realizar a medição do sistema.
No caso do projeto, alguns sensores passaram pela análise para verificar
se estariam aptos a serem aplicados no sistema de irrigação. Entre eles estavam,
Tubo de venturi, sensores de vazão com turbinas e sensores de vazão magnéticos.
Os sensores de vazão por tubo de venturi, é o mais simples em
funcionamento, pois analisa a diferença de pressão no tubo fazendo uma seção
reduzir de tamanho (diminuindo a área), aumentando assim a velocidade da água na
seção do cano, porém este sensor faz com que o sistema perca muito devido à
perda de carga, onde com a redução da área e a corrosão em determinados tipos de
34

canos faz com que a quantidade de água que passe pelo cano também seja
reduzida.
Outro tipo de sensor é o de vazão por turbinas, onde uma hélice é
colocada dentro da tubulação e conforme ocorre sua rotação, a velocidade com que
a água passa pelo cano é medida, porém a hélice não é tão eficiente caso o fluido
exista alguns sólidos em suspensão e também caso o cano exista corrosões que
ocorram com o tempo e afetem a distribuição da água.
Chega-se a conclusão de que o tipo de sensor para ser mais bem
utilizado é o que detém método magnético, que funciona com eletrodos localizados
dos dois lados do tubo e permitem produzir uma tensão que seja proporcional à
vazão do fluido na tubulação. A perda de carga para a medição da tubulação é
mínima, pois não possui qualquer obstrução. É virtualmente insensível à densidade
e à viscosidade do fluido de medição.

7.1.3 Custos

Tabela II – Custos estimados dos equipamentos do sistema de monitoramento.

Equipamento Preço médio (R$)


CLP 300,00
Sensor de temperatura 400,00
Sensor de vazão 300,00
Sensor de pressão 400,00
Custo estimado total 1.400,00
Fonte: Elaboração dos autores, 2010.

7.1.4 Cronograma
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Tabela III – Etapas para implantação do projeto.

Atividade Período (meses)


1 2 3 4 5 6
Embasamento teórico X
Levantamento de dados X X
Estudo do projeto X X
Compra dos materiais necessários X
Instalação dos componentes do sistema X
Analise dos dados informados X
Aplicação das medidas anticavitação X
Correção do sistema X X
Fonte: Elaboração dos autores, 2010.
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REFERÊNCIAS

DAKER, Alberto. Hidráulica Aplicada à agricultura: A água na agricultura. 6. ed. Rio de Janeiro:
Livraria Freitas Bastos S.a, 1983. 1 v.

DAKER, Alberto. Captação, elevação e melhoramento da água: A água na agricultura. 6. ed. Rio
de Janeiro: Livraria Freitas Bastos S.a, 1983. 2 v.

MACINTYRE, Archibald Joseph. Bombas e instalações de bombeamento. 2. ed. rev. Rio de


Janeiro: LTC, 1997.

MONACHESI, Marcelo Gaio. Eficiência energética em sistemas de bombeamento: livro técnico.


Rio de Janeiro: Eletrobrás, 2005.

MONACHESI, Marcelo Gaio; MONTEIRO, Marco Aurélio Guimarães; ROCHA, Carlos Roberto.
Eficiência energética em sistemas de bombeamento: manual prático. Rio de Janeiro: Eletrobrás,
2005.

MISAWA, Tetsuaki. Construção de sistemas de distribuição de água. São Paulo: Cetesb, 1975.

História e evolução da irrigação - Disponível em:


<http://www.itograss.com.br/informativoverde/edicao62/pagina07.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2010.

Captação de águas superficiais - Disponível em:


<http://www.saneamento.poli.ufrj.br/documentos/Ernani/Aulas/04-Captacao_superficial.pdf>. Acesso
em: 01 nov. 2010.

O futuro da irrigação nos países do terceiro mundo - Disponível em:


<http://www.agr.feis.unesp.br/avp180701.htm>. Acesso em: 06 nov. 2010.

Captações de água - Disponível em:


<https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/624522/1/AG_Captacoes.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2010.

Sensores - Disponível em:


<http://www.ufsm.br/desp/geomar/dcgautomacao/Sensoresapresentacao.pdf>. Acesso em: 13 nov.
2010.

Sensores - Disponível em: <http://www.joinville.ifsc.edu.br/~jlcurzel/CLP/Sensores


%20Industriais/Sensores_Parte_2.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2010.

TST-2 - Disponível em: <http://www.texius.com.br/tst_2.htm>. Acesso em: 14 nov. 2010.

Conversão de pressão - Disponível em:


<http://www.arquiteturabrasileira.com/conversaopressao.htm>. Acesso em: 14 nov. 2010.

Medidor de vazão eletromagnético - Disponível em:


<http://www.incontrol.ind.br/downloads/catalogo2.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2010.

NPSH e cavitação - Disponível em:


<http://www.schneider.ind.br/_slg/uploads/eebbff6640467be965de604f28bf7365.pdf>. Acesso em: 14
nov. 2010.

Bombas centrífugas - Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Bomb06.html>.


Acesso em: 15 nov. 2010.

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