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COMPREENSÃO DO ORAL
Para responderes aos itens que se seguem, vais visionar um excerto de um documentário
sobre a tripulação de um navio dos Descobrimentos.
https://youtu.be/3RKuVUbCH_0
(até ao minuto 4:30)
1. Para cada item, seleciona a opção que completa corretamente a frase, de acordo com o
sentido do texto.
1.4. Numa embarcação, havia homens com outros ofícios não diretamente relacionados
com a navegação, tais como
(A) cuidar da saúde dos tripulantes, registar as compras e vendas e gerir os alimentos.
(B) divertir os homens, rezar pela tripulação e tratar dos dentes.
(C) aplicar implantes dentários, controlar os mantimentos e escrever o diário de bordo.
VOCABULÁRIO:
1
hospedaria: casa onde alguém se hospeda.
2
vislumbrar: ver de forma imperfeita.
3
maleita: mal-estar ou doença sem gravidade.
4
solidariedade profissional: refere-se às obrigações e deveres que os marinheiros deveriam cumprir de forma
solidária e equilibrada.
5
equipagem: tripulação do navio.
6
popa: parte traseira de um navio.
7
elementos: neste contexto refere-se a todas as forças da natureza que podiam ameaçar a embarcação: ventos,
tempestades, ondas…
1. Para cada item, escolhe a opção que completa corretamente as afirmações que se seguem,
de acordo com o texto.
1.3. A partir da descrição feita, podemos afirmar que, em geral, as condições de higiene
dos navios eram
(A) insatisfatórias e perigosas.
(B) reduzidas e desmedidas.
(C) diversificadas mas fatais.
(D) insuficientes mas inofensivas.
2. Completa a tabela com os aspetos analisados no texto para descrever as condições de vida
a bordo de um navio.
A Saga
O mar do Norte, verde e cinzento, rodeava Vig, a ilha, e as espumas varriam os rochedos
escuros. Havia nesse começo de tarde um vaivém incessante1 de aves marítimas, as águas
engrossavam devagar, as nuvens empurradas pelo vento sul acorriam e Hans viu que se estava
formando a tempestade. Mas ele não temia a tempestade e, com os fatos inchados de vento,
5 caminhou até ao extremo do promontório2.
O voo das gaivotas era cada vez mais inquieto e apertado, o ímpeto3 e o tumulto cada vez
mais violentos e os longínquos espaços escureciam. A tempestade, como uma boa orquestra,
afinava os seus instrumentos.
Hans concentrava o seu espírito para a exaltação4 crescente do grande cântico marítimo.
10 Tudo nele estava atento como quando escutava o cântico do órgão da igreja luterana5, na
igreja austera6, solene, apaixonada e fria.
Para resistir ao vento, estendeu-se ao comprido no extremo do promontório. Dali via de
frente o inchar da ondulação cada vez mais densa como se as águas se fossem tornando mais
pesadas.
15 Agora as gaivotas recolhiam a terra. Só a procelária7 abria rente à vaga o voo duro.
À direita, as longas ervas transparentes, dobradas pelo vento, estendiam no chão o caule fino.
Nuvens sombrias enrolavam os anéis enormes e, sob uma estranha luz, simultaneamente
sombria e cintilante, os espaços se transfiguravam. De repente, começou a chover.
A família de Hans morava no interior da ilha. Ali, o rumor marítimo só em dias de temporal,
20 através da floresta longínqua, se ouvia.
Mas ele vinha muitas vezes até à pequena vila costeira e, esgueirando-se pelas ruelas,
caminhava ao longo do cais, ao lado de botes e veleiros, atravessava a praia e subia ao
extremo do promontório. Ali, no respirar da vaga, ouvia o respirar indecifrado da sua própria
paixão.
25 Nesse dia, quando ao cair da noite entrou em casa, Hans curvou a cabeça. Pois aos catorze
anos já tinha quase a altura de um homem e, em Vig, as portas de entrada são baixas.
Assim é desde o tempo antigo das guerras quando os invasores que ocupavam a ilha
penetravam nas casas de cabeça erguida mas exigiam que a gente da ilha se curvasse para os
saudar. Então, os homens de Vig baixaram o lintel8 das suas portas para obrigarem o vencedor
30 a baixar a cabeça.
Sophia de Mello Breyner Andersen, Histórias da Terra e do Mar, Lisboa, Texto Editora, 1990, pp. 75-77.
VOCABULÁRIO:
1
incessante: contínuo.
2
promontório: cabo formado por uma elevada montanha.
3
ímpeto: violento.
4
exaltação: louvor, entusiasmo.
5
luterana: relativa ao luteranismo, religião protestante.
6
austera: séria, rígida.
7
procelária: género de aves palmípedes que anunciam a tempestade.
8
lintel: peça, geralmente de madeira ou de pedra, que se coloca horizontalmente sobre as ombreiras de portas ou
janelas.
1. Descreve o espaço físico onde Hans se encontra no início do texto, com base nas
informações do primeiro parágrafo.
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2. Refere uma atitude de Hans que comprove que ele não temia a tempestade que se
aproximava.
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5. No fim do excerto conta-se uma breve história. O que revela ela sobre a personalidade dos
habitantes de Vig?
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1. Associa as expressões sublinhadas em cada frase da coluna A à função sintática que lhe
corresponde na coluna B.
Coluna A Coluna B
2.2. A tempestade que se formava ao longe estava, cada vez, mais perto.
3. Completa cada uma das frases seguintes com a forma adequada do verbo haver.
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ESCRITA
Escreve uma entrevista, com um mínimo de 150 e um máximo de 220 palavras, na qual
recorras aos teus conhecimentos do conto ou à tua imaginação.
COTAÇÃO DO TESTE
Item
Grupo
Cotação (em pontos) Total
Compreensão do
1.1. 1.2. 1.3. 1.4
Oral
3 3 3 3 12
1. 2. 3.1. 3.2 4. 5.
Educação
Literária
5 5 3 3 5 5 26
1. 2.1. 2.2. 3. 4.
Gramática
4 3 3 6 4 20
(4 x 1) (3 x 2)
COMPREENSÃO DO ORAL
1.1. (B)
1.2. (B)
1.3. (C)
1.4. (A)
LEITURA
1.1. (B)
1.2. (B)
1.3. (A)
2. (a) Vestuário; (b) Higiene; (c) Alojamento
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1. No início do texto, o espaço físico corresponde à paisagem da ilha de Vig, junto a um promontório, do qual se vê
o mar agitado, os rochedos, as aves e as nuvens empurradas pelo vento.
2. Hans não temia a tempestade que se aproximava, pois caminhou até à ponta do promontório, apesar da
violência dos ventos do mar.
3.1. (B)
3.2. (C)
4. Hans tinha uma enorme paixão pelo mar, facto que o levava, muitas vezes, a vir até à cidade costeira, junto ao
cais, para ver o mar, os veleiros, os botes e a praia.
5. A história revela que os habitantes de Vig eram corajosos e inteligentes. Mesmo quando
conquistados/dominados por outros povos, a sua “artimanha” em baixar a altura das portas obrigava a que os
invasores se baixassem sempre que entravam em suas casas, obrigando-os, assim, a mostrar respeito – era
imposto aos invasores fazer uma vénia ao entrar nas casas.
GRAMÁTICA
1. A – 5; B – 4; C – 2; D – 3
2.1. (C)
2.2. (B)
3. a) Havia; b) houvesse
4. A tempestade trá-las-ia.
ESCRITA
Proposta 1 – Com base no conhecimento do conto, enquanto leitura integral:
Esta entrevista foi feita a Hans, um homem aventureiro, nascido em Vig, que largou tudo para ir atrás do seu sonho –
ser capitão de um navio.
Jornalista: O seu pai não queria que fosse marinheiro. Como explica essa atitude?
Hans: O meu pai já tinha perdido dois filhos porque eram marinheiros. Naturalmente, não queria perder outro. Ele
decidiu que eu tinha de ir para Copenhaga estudar. Eu podia escolher, estudava engenharia, medicina ou leis. Mas
eu queria ser marinheiro.
Jornalista: Quando fugiu no cargueiro Agnus, iniciou a aventura da sua vida. Porque decidiu abandonar este
navio?
Hans: Cheguei a uma bela cidade e estava a trabalhar, mas fui chicoteado. Decidi tentar a minha sorte. Foi assim
que conheci Hoyle.
Jornalista: O que representou para si conhecer Hoyle?
Hans: Hoyle salvou a minha vida, foi como um pai para mim e deu-me a oportunidade de viajar por todo o mundo.
Devo-lhe tudo o que sei.
Jornalista: De tudo o que conquistou, quais os aspetos da sua vida que ainda o deixam triste?
Hans: Primeiro, ter perdido o meu primeiro filho ainda bebé. Segundo, não poder continuar a ser capitão de um
navio e, acima de tudo, não ter conseguido que o meu pai me perdoasse.
Jornalista: Obrigada pela sua disponibilidade e por nos ter contado um pouco da sua vida.
(219 palavras)
©Edições ASA | 2019-2020 – Carla Marques | Ana Paula Neves Página 9
PORTUGUÊS 8º ANO
Esta entrevista foi feita a Hans, um homem aventureiro, nascido em Vig, que largou tudo para ir atrás do seu sonho –
ser capitão de um navio.