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Documento assinado via Token digitalmente por PROCURADORA-GERAL DA REPÚBLICA RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE, em 13/12/2018 18:24. Para verificar a assinatura acesse
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
REU: MUNICIPIO DE TIANGUA/PREFEITURA MUNICIPAL e outros
ADVOGADO: Jario Mario Alves Penha Junior e outros
18ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO)
DECISÃO
S
Vieram os autos conclusos para análise da petição de id. 4058103.3802128, na qual o promovido ZUELLINGTON QUEIROGA FREIRE requer a
UE
liberação dos honorários advocatícios destacados no processo de n. 0021950-97.2004.4.05.8100 (Precatório 2015.81.00006.000361).
Determinada a realização de diligências e intimação do Ministério Público Federal, que se manifestou de forma contrária a liberação, vieram os autos
RQ
conclusos.
Inicialmente, resta incontroversa a competência deste Juízo da 18ª Vara Federal para decidir acerca da liberação dos valores.
MA
Vê-se inicialmente que decisão deste Juízo indeferiu o pedido liminar do Ministério Público Federal para bloquear os valores oriundos do
mencionado precatório, tendo o Tribunal Regional Federal da 5ª Região julgado improcedente o agravo de instrumento, mas determinado o bloqueio
cautelar dos valores, pelo prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação do acórdão, conforme informação de id. 4050000.9969176.
DO
Em consulta ao sistema PJE junto ao TRF5, pode-se destacar do andamento do agravo de instrumento 0802762-81.2017.4.05.0000, a decisão do
Exmo. Desembargador Federal Leonardo Augusto Nunes Coutinho, contida no id. 4050000.10802030, segundo a qual:
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Cuida-se de requerimento denominado de pedido de providências, em que pugnam os ora peticionantes sejam oficiados: o juízo de origem, para que
proceda à expedição dos alvarás para liberação dos honorários contratuais; bem como a Subseção de Precatórios deste Egrégio Tribunal para que
efetive a liberação dos precatórios correspondentes, sob o fundamento de que já se teria exaurido o prazo cautelar de bloqueio fixado por ocasião
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do julgamento do agravo de instrumento.
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É o breve relatório. Passo a fundamentar para, ao final, decidir.
Do minucioso exame dos autos, observa-se tratarem-se os autos originários de agravo de instrumento ao qual a colenda Quarta Turma negou
provimento, mas com a concessão, de ofício, de medida cautelar para suspender o pagamento/levantamento de valores decorrentes do precatório
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destacado a título de honorários advocatícios, pelo prazo de 30 (trinta) dias úteis a partir da publicação do acórdão.
modo que, intimado, o Ministério Público Federal apresentou Recurso Especial (4050000.10747220) e Recurso Extraordinário
(4050000.10747341), além de pedido de efeito suspensivo aos recursos (4050000.10747518).
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Diante dessas considerações, conquanto se reconheça constar, da proclamação do julgamento do agravo de instrumento, a concessão de medida
cautelar para suspender o pagamento/levantamento de valores decorrentes do precatório destacado a título de honorários advocatícios, pelo prazo
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de 30 (trinta) dias úteis a partir da publicação do acórdão, o fato é que, antes que fosse possível ao Ministério Público Federal a apresentação de
Recurso Especial/Extraordinário, não se poderia cogitar do requerimento de atribuição de efeito suspensivo ao julgado, razão pela qual, em
princípio, não se pode considerar como exaurido o trintídio fixado no acórdão resultante do agravo de instrumento.
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Ademais, havendo sido apresentado, pelo Ministério Público Federal, pedido de efeito suspensivo aos recursos especial e extraordinário
(4050000.10747518), tem-se, em princípio, competir à Vice-Presidência deste Egrégio Tribunal Federal a análise do mencionado requerimento
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apresentado pelo Parquet, nos exatos termos do que dispõe o inciso III do § 5º do art. 1.029 do Código de Processo Civil.
Este o quadro, remetam-se os autos à Secretaria para o fim de serem os recorridos intimados, facultando-lhes a apresentação de contrarrazões aos
recursos Especial e Extraordinário, no prazo de 15 (quinze) dias, com posterior conclusão ao eminente Desembargador Federal Vice-Presidente
deste Egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª Região (art. 1.030 do CPC).
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Posteriormente, o Desembargador Federal MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT, proferiu decisão contida do id. 4050000.11323644, in verbis
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O Particular peticionou (ID 4050000.10776446) requerendo que seja oficiado ao juízo de origem para que proceda à expedição dos alvarás para
liberação dos honorários contratuais, bem como à Subseção de Precatórios desta Corte para que efetive a liberação dos precatórios
correspondentes, uma vez que já exaurido o prazo cautelar fixado pela Turma Julgadora de suspensão do respectivo pagamento.
r: 6
Não é o caso de se conhecer do requerimento ora formulado, porque a Vice-Presidência deste Tribunal tem a competência adstrita, por delegação do
Presidente, ao juízo de admissibilidade dos Recursos Especial, Ordinário e Extraordinário e aos incidentes deles decorrentes (art. 17, § 3º, IV, "a",
po
do Regimento Interno do TRF5), cabendo ao Juízo de origem da demanda apreciar os requerimentos de medidas que impliquem o cumprimento da
decisão de mérito e seus consectários (art. 516, II, do CPC).
sso
Registre-se, por oportuno, que: 1) nada impede que o interessado extraia as cópias das peças processuais necessárias à análise de seu pleito pelo
juízo "a quo"; 2) é facultado à parte solicitar à SREEO a emissão da certidão de ausência de efeito suspensivo atribuído aos Recursos Especial e
Extraordinário, documento necessário à instauração do cumprimento da decisão de mérito; 3) cabe ao titular do direito obter, perante a primeira
pre
instância, as informações necessárias para viabilizar o cumprimento provisório do julgado (saber, por exemplo, qual a classe processual
adequada à obtenção do provimento almejado).
Recursos Especial e Extraordinário interpostos pelo MPF, com fundamento nos arts. 105, III, "a" e 102, III, "a", da Constituição Federal, em face do
acórdão proferido por esta Corte.
Foram observados os requisitos gerais de admissibilidade extrínsecos (tempestividade, regularidade formal e preparo) e os intrínsecos (cabimento,
legitimação, interesse recursal e inexistência de fato impeditivo do poder de recorrer), tendo sido prequestionada a matéria objeto dos recursos e
suscitada a repercussão geral.
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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.sea...
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A matéria suscitada na peça recursal encontra jurisprudência consolidada no colendo STJ em sentido contrário ao pretendido pelo Recorrente: "É
pacífico, no Superior Tribunal de Justiça, o entendimento de que é possível ao patrono da causa, em seu próprio nome, requerer o destaque da
verba honorária, mediante juntada aos autos do contrato de honorários, nos termos do artigo 22, § 4º, da Lei 8.906/94, até a expedição do
mandado de levantamento ou precatório" (AgRg no AREsp 447.744/RS, Segunda Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 20/3/2014,
DJe 27/3/2014).
Inclusive, em se tratando de verbas relativas ao FUNDEF, o e. STJ já assentou o seguinte entendimento: "A Segunda Turma do STJ, no julgamento
S
do REsp 1509457/PE, Rel. Min. Humberto Martins, em idêntica questão jurídica, firmou compreensão de que é legítima a retenção da verba
UE
honorária, pois a previsão constitucional de vinculação à educação da verba do FUNDEF não retira do patrono o direito de retenção dos
honorários" (REsp 1.585.265/CE e REsp 1.604.440/PE, Segunda Turma, Rel. Ministro Humberto Martins, julgados em 14/6/2016, DJe
21/6/2016).
RQ
Logo, diante da consonância da decisão recorrida com a orientação do STJ, não deve ser admitido o recurso em questão (Súmula 83 do STJ).
MA
Exame de admissibilidade do Recurso Extraordinário do MPF:
Alega a parte recorrente ofensa ao disposto no art. 60, do ADCT; e nos arts. 165, III e 167, II, da Constituição Federal.
DO
No entanto, observo que o acórdão decidiu a causa (possibilidade de retenção de honorários em processo em que se pleiteia diferenças relativas ao
FUNDEF) à luz da legislação infraconstitucional, sendo a ofensa à Constituição indireta ou reflexa, e por isso seu exame na via extraordinária
mostra-se inadmissível, conforme entendimento firmado pelo STF. Incide, portanto, o enunciado nº 636 da Súmula do STF. Precedente: ARE-AgR nº
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780.444/AP, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 24/02/2014.
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Por consequência, resta prejudicado o pedido de atribuição de efeito suspensivo aos Recursos.
Por fim, consta nos autos a certidão de id. 4050000.11414936, segundo a qual:
Certifico, a pedido verbal da parte interessada, e em cumprimento ao artigo 522, parágrafo único, inciso III, do CPC/2015, que o MINISTÉRIO
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PÚBLICO FEDERAL interpôs recursos especial e extraordinário em 10/04/2018 contra acórdão proferido pela Quarta Turma deste Tribunal
14 de junho do presente ano e registrado no id. 4050000.11323644. O referido é verdade. Dou fé. Recife, 14 de junho de 2018 - José André Fonseca
Cavalcanti - Técnico Judiciário - Mat. 472 - Seção Cartorária da SREEO.
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Nessa situação, vê-se que o Egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª Região entendeu que competia a este Juízo analisar o pedido de liberação dos
valores que foram bloqueados cautelarmente no agravo 0802762-81.2017.4.05.0000, visto que este foi julgado improcedente, sem admissão dos
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Consta nos autos informação de id. 4058103.2169951 e de id. 4058103.2169950, explicitando que os valores estão a disposição deste Juízo, por
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No que se refere à probabilidade de reforma da decisão, em virtude da pendência dos agravos em recurso especial e extraordinária em relação ao
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mencionado agravo 0802762-81.2017.4.05.0000, tenho que não é óbice à liberação dos valores, visto que a sistemática processual civil exige a
concessão de tutela antecipada ou tutela cautelar para antecipação dos efeitos de uma decisão, o que não mais subsiste, conforme exaustivamente
descrito nos parágrafos anteriores.
Em relação à aplicação da Súmula Vinculante 47, o Ministério Público entendeu de forma equivocada sua aplicação. O Supremo Tribunal Federal
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entende ser inviável fracionar em RPV ou Precatórios distintos os valores principais da condenação e os valores destacados a título de honorários
contratuais, devendo assim ser expedido um único precatório, com os respectivos destaques. Essa foi exatamente a metodologia utilizada pela 6ª Vara
Federal, pois todos os valores estão condensados no Precatório nº 2015.81.00.006.000361 (PRC 134676-CE).
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Por fim, em relação ao agravo de instrumento 0801073-02.2017.4.05.0000, interposto em desfavor da decisão do Juízo da 6ª Vara Federal que
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determinou o destaque dos honorários contratuais, foi indeferido o pedido de efeito suspensivo pedido pela União, conforme decisão de id.
4050000.8731863, proferida em 16/07/2017.
po
Tem-se, então, que todas as decisões em sentido contrário já foram revertidas, não havendo qualquer empecilho ao pedido de expedição de alvará
formulado pelos promovidos.
No entanto, vê-se pela documentação oriunda do Setor de Precatórios do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que o montante referente ao
sso
aludido precatório, encontra-se bloqueado por ordem da 6ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará. Percebe-se, destarte, a incompatibilidade entre
manter os valores bloqueados e torná-los disponíveis a outro Juízo, como já foi relatado.
pre
Ante o exposto, oficie-se à 6ª Vara Federal, solicitando, com a maior brevidade possível, a efetiva disponibilização dos valores incontroversos
relativos ao Precatório nº 2015.81.00.006.000361 (PRC 134676-CE), a este Juízo, mediante comunicação ao Setor de Precatório e/ou à instituição
bancária, de forma a cessar o bloqueio atualmente existente. Encaminhe-se, em anexo, cópia do OFÍCIO Nº 2018.355 - SPRC.
Im
Após disponibilização dos valores a este Juízo, expeçam-se os alvarás para liberação exclusivamente dos VALORES INCONTROVERSOS
referentes aos honorários contratuais do Precatório nº 2015.81.00.006.000361 (PRC 134676-CE), nos exatos valores constantes da planilha de id.
4058103.2180531, oriunda da 6ª Vara Federal.
Ressalte-se que os valores controversos remanescerão bloqueados por decisão da 6ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará.
Intimem-se as partes.
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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.sea...
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Sérgio de Norões Milfont Júnior
Juiz Federal
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Processo: 0801022-63.2016.4.05.8103
UE
Assinado eletronicamente por: 18070317523023600000003886132
SERGIO DE NOROES MILFONT JUNIOR - Magistrado
Data e hora da assinatura: 03/07/2018 18:35:48
RQ
Identificador: 4058103.3880654
MA
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