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III.

HABEAS CORPUS (HC)

A Constituição dispõe em seu art. 5º, LXVIII: “conceder-se-á "habeas-corpus"


sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.

Assim, o habeas corpus é uma ação usada para proteger o direito de ir e vir, o
direito de liberdade. Os dois marcos históricos dessa ação são datados de
1215 com o Rei João Sem Terra e de 1679 com o Habeas Corpus Act.

O HC é uma ação penal (lembre-se: dentro da esfera judicial e, dentro dessa,


da área penal) e de procedimento especial. Justamente por proteger um dos
direitos mais críticos do ser humano, a liberdade, o HC é uma ação de
procedimento mais rápido do que as ações comuns (rito sumário).

Essa ação possui algumas figuras importantes:


i. Quem entra com a ação.
ii. Contra quem se entra com a ação.
iii. Em favor de quem se entra com a ação, ou seja, quero proteger a
liberdade de quem?.

Cada uma dessas figuras possui um nome diferente e algumas características e


são importantes para a sua prova. Vamos a elas.

1. IMPETRANTE

O impetrante é o nome de quem entra com a ação, é o legitimado ativo para


entrar com o habeas corpus.

Dica:

Em direito, quem pode entrar com a ação se chama legitimado ativo


e contra quem se entra com a ação se chama legitimado passivo.

Assim, pode-se entrar com habeas corpus para proteger o direito de liberdade
próprio ou de terceiros. Além disso, qualquer pessoa (é qualquer pessoa
mesmo!) pode entrar com essa ação: pessoa física, jurídica, nacional,
estrangeira, capaz ou não, Ministério Público... Assim, um menor de idade ou
um deficiente mental podem impetrar um habeas corpus.

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Na ação do habeas corpus, como o direito protegido é um direito altamente
sensível, existem exceções a algumas regras adotadas pelo Poder Judiciário.
Observe:

a) Uma regra em direito é que “o Poder Judiciário não pode dar o que a
pessoa não pede” (vinculação ao pedido). Observe o art. 2º do Código
de Processo Civil: “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão
quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.”

Assim, se alguém tem direito a 10, mas, ao entrar no judiciário, só pede


2, essa pessoa só poderá ganhar 2 (aquilo que pediu). No entanto, no
habeas corpus, o juiz pode agir de ofício (por conta própria) e
conceder o HC mesmo sem ninguém ter pedido.

b) Outra regra em direito é que as partes devem ser sempre representadas


por advogado, pois este é o único que tem a capacidade postulatória
(capacidade de agir em juízo). No entanto, para amplificar a proteção à
liberdade, no HC, não se precisa de advogado.

c) Mais uma importante regra em direito é que devem ser cumpridas várias
formalidades processuais e instrumentais. Como exemplo, observe o art.
282 do Código de Processo Civil (não precisa saber esse artigo para a
sua prova de Direito Constitucional, ok? É só para exemplificar):

Art. 282. A petição inicial indicará:


I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor
e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.

No habeas corpus, não existe qualquer formalidade processual ou


instrumental. Pode-se entrar com a petição inicial escrita em um “papel
de pão”, que ela deverá ser analisada pelo Poder Judiciário. No entanto,
o pedido deve ser escrito em língua portuguesa.

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2. PACIENTE

O paciente é a pessoa em favor de quem se entra com o habeas corpus. Como


paciente, só se admite que sejam pessoas físicas (pessoas de carne e osso).
Assim, não cabe o HC para proteger pessoa jurídica, pois o direito de
liberdade não se aplica a elas.

Exemplificando: pessoa jurídica “Coca-Cola”.


o Quem tem direito à liberdade é o “diretor” da empresa (pessoa
física) e não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica).
o Quem pode ir e vir é um “funcionário” da fábrica (pessoa física) e
não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica).

Entenderam porque o direito de liberdade / ir e vir não se aplica às pessoas


jurídicas?

Cabe ressaltar que as pessoas jurídicas podem cometer crimes (ambientais,


por exemplo), mas não podem ser apenadas com o cerceio da liberdade
(HC 92.921/BA).

3. IMPETRADO

O impetrado é o legitimado passivo da ação, ou seja, contra quem se entra


com a ação. O legitimado passivo pode ser autoridade pública que cometa
ilegalidade ou abuso de poder ou o particular que cometa ilegalidade.

Assim, observe que o HC pode ser impetrado contra PARTICULAR para


cessar uma coação ilegal!

Exemplo 1: retenção ilegal de paciente em hospital particular em que se


encontra internado até que seja paga a conta. Cabe o HC, pois a retenção
é ilegal e lesa o direito de ir e vir.

Exemplo 2: retenção, pelo empregador, de trabalhador em imóvel rural


para pagamento de eventuais dívidas. Também cabe o HC, pois a
retenção é ilegal e lesa o direito de ir e vir.

Não confundir o HC impetrado contra particular com Mandado de


Segurança contra particular no exercício de função pública (a ser
estudado mais à frente).

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Esquematizando:
HABEAS CORPUS (HC)

art. 50, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

Direito protegido: Ir e vir direito de 1a geração

Origem - 1215 – Rei João-Sem-Terra


- 1679 – habeas corpus act

Natureza: Penal e procedimento especial (Alexandre de Moraes)

Impetrante - Quem entra com a ação


(Legitimado - Para si ou 3º
ativo) - Qualquer um - Pessoa física ou jurídica
- Nacional ou estrangeiro
- MP
- Capaz ou não
- Juiz concede de ofício
- Não precisa de advogado
- Não tem qualquer formalidade processual ou instrumental
- Deve ser escrito em língua portuguesa

Paciente - Pessoa em favor da qual se entra com HC


- Somente pessoa física - Não cabe HC para proteger pessoa jurídica
- Pessoa jurídica comete crime (ambiental), mas não
pode ser apenada com cerceio da liberdade (HC
92.921/BA)

Impetrado - Autoridade coatora


(Legitimado - Pode ser - Pública – ilegalidade ou abuso de poder
Passivo) - Particular - ilegalidade
Pode ser impetrado contra PARTICULAR para cessar uma
coação ilegal!!!
Ex: hospital psiquiátrico
Ex: retenção de paciente em hospital particular em que se encontra
internado até que seja paga a conta
Ex: a retenção, pelo empregador, de trabalhador em imóvel rural para
pagamento de eventuais dívidas.

Não confundir o HC impetrado contra particular com


Mandado de Segurança contra particular no exercício de
função pública

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4. OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO HABEAS CORPUS

O habeas corpus pode ser usado para proteger a liberdade de alguém antes ou
depois desse direito ser indevidamente violado. Assim, se alguém já teve sua
liberdade indevidamente restrita, o HC se chama repressivo ou liberatório.
Por outro lado, quando alguém está prestes a ter sua liberdade indevidamente
violada, o HC será chamado de preventivo ou salvo conduto. Além disso, é
cabível desistência do HC.

Para garantir uma maior proteção a esse direito sensível, o HC é sempre


gratuito e é cabível contra ato omissivo ou comissivo. Um ato omissivo é
uma omissão, um não fazer, um ato negativo. Já o ato comissivo é um agir,
um fazer, um ato positivo.

Exemplo de ato comissivo: uma ordem de prisão ilegal expedida por um


juiz;
Exemplo de ato omissivo: um juiz que deveria mandar soltar alguém e
não o faz, mantendo alguém preso ilegalmente.

Outra informação importante é que o habeas corpus é cabível contra


ofensa direta ou indireta ao direito de liberdade (lembre-se: a ideia é que
esse direito seja protegido da forma mais ampla possível).

Ofensa direta: quando um ato atenta diretamente contra a liberdade de


alguém. Ex: uma ordem de prisão irregular.

Ofensa indireta: quando um ato não restringe diretamente a liberdade,


mas pode levar, futuramente, à violação indevida. Ex: um inquérito
policial ou uma ação penal que possuem algum vício. Eles não atingem
diretamente a liberdade, mas se forem levadas adiante com o vício
podem, futuramente, atingi-la de forma indevida.

Dessa forma, cabe HC para trancar ação penal ou inquérito policial; não se
depor em CPI; impugnar quebra de sigilo telefônico e de dados ou quebra de
sigilo bancário, desde que se esteja em âmbito criminal e se possa
reflexamente culminar na restrição da liberdade. Por outro lado, se a quebra
do sigilo bancário estiver em âmbito administrativo, não cabe HC uma
vez que esse procedimento não poderá atingir a liberdade de alguém.

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Esquematizando:

Espécies de HC - Repressivo ou liberatório


- Preventivo ou salvo conduto

Gratuito

Cabe contra ato comissivo ou omissivo

Cabe desistência

DIRETA

INDIRETA, - Trancar ação penal ou inquérito policial


REFLEXA OU - Não depor em CPI
POTENCIAL - Impugnar quebra do sigilo telefônico/dados
- Impugnar quebra de sigilo bancário
Âmbito criminal e puder reflexamente culminar na
restrição da liberdade: Cabe HC
Âmbito administrativo: Não cabe HC

5. LIMINAR/CAUTELAR EM HABEAS CORPUS

Meu amigo e futuro Auditor-Fiscal da Receita Federal, você concorda que, em


regra, julgar uma ação nem sempre é uma coisa rápida? Veja bem: o juiz tem
que ouvir as partes, produzir as provas necessárias, ouvir as testemunhas etc.
Uma ação no judiciário geralmente é bastante trabalhosa e demorada.

No entanto, existem situações em que a prestação jurisdicional deve ser feita


imediatamente e, se não o for, o direito vai se perder. Para esses casos, existe
o instituto da liminar ou cautelar.

Imagine a seguinte situação: um aluno que acabou de passar no vestibular


está sendo indevidamente impedido de realizar a matrícula em uma
universidade pública. Ora, se ele não realizar a matrícula imediatamente, o
semestre começará e o aluno ficará prejudicado. De nada adiantaria que o juiz
desse ganho de causa a esse aluno daqui a um ano. Mesmo tendo ganhado a
ação, ele já teria perdido um ou dois semestres de qualquer forma.

Por outro lado, o Poder Judiciário não pode julgar uma causa às pressas, sem o
devido cuidado. Nesses casos, o juiz concede a liminar (ou cautelar). É
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como se o juiz falasse assim: “vá exercendo o direito enquanto eu julgo
melhor a ação”.

Importante ressaltar que a concessão da liminar não significa que a


pessoa já ganhou a ação. O julgamento pode ser contrário ou a favor de
quem ganhou a liminar.

Importante ressaltar também que, para que seja concedida a cautelar, em


qualquer ação do judiciário, são necessários dois requisitos:

Periculum in mora ou perigo na demora: para que seja concedida a


liminar, é fundamental que haja o perigo na demora, em outras palavras,
se o judiciário não decidir agora, não adianta mais (o direito terá
perecido).

Fumus boni juris ou fumaça do bom direito: para que seja concedida
a cautelar, é necessário também que a pessoa “pareça estar certa”.
Assim, não é necessário que a causa seja julgada nos mínimos detalhes,
mas é preciso que, o ganhador da liminar aparentemente tenha razão.

Explicado o que é uma cautelar, você deve saber que é possível a concessão
de liminar na ação do habeas corpus, desde que estejam presentes os
dois requisitos: periculum in mora e o fumus boni juris.

6. HIPÓTESES ONDE NÃO CABE HABEAS CORPUS

Muitas questões de prova podem ser resolvidas com duas simples regrinhas e
que já não são mais novidade para nós:

1- Somente cabe HC para proteger o direito de liberdade e, se não


há violação ao direito de liberdade, não caberá o habeas corpus.

2- Somente cabe HC se a restrição de liberdade for irregular. Se a


prisão ou o procedimento forem legais, obviamente não caberá HC.

Assim, com essas duas regrinhas, você será capaz de resolver praticamente
todas as questões de prova sobre o cabimento ou não de habeas corpus. O
esquema abaixo traz as questões mais comuns de prova:

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- Impeachment por crime de responsabilidade – decisão política e não põe em risco o
direito de ir e vir

- Determinação de suspensão de direitos políticos – não afeta o direito de liberdade

- Decisão ADMINISTRATIVA de caráter disciplinar (advertência, suspensão...) ou para


trancar o processo administrativo (HC 100.664/DF) – não afeta o direito de liberdade

- Decisão condenatória à pena de MULTA – não afeta o direito de liberdade

- Decisão em processo criminal onde a pena de multa é a única cominada – não afeta
o direito de liberdade
- (Súmula 693)

- Quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal se NÃO puder resultar em pena


privativa de liberdade

- Condenação criminal quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula 695) – não
afeta o direito de liberdade

- Questionar - Afastamento ou perda de cargo público


- Exclusão de militar
- Perda de patente ou função pública

- Sequestro de bens imóveis

- Dirimir controvérsia de guarda de filhos menores

- Inquérito policial, desde que presentes os requisitos legais (indícios de autoria e


materialidade)

- Para tutelar direito de reunião – não afeta o direito de liberdade

- Discutir o mérito de punições disciplinares militares


- Cabe o HC para discutir a legalidade (HC 70.648/RJ)

- Como sucedâneo da revisão criminal (não pode ser usado para desfazer sentença
transitada em julgado)

- Decisões do STF (turmas ou plenário) – eles representam o próprio STF

Regra 1- Se não ameaça a LIBERDADE: NÃO CABE HC


2 - Se a prisão ou o procedimento que possa levar à
prisão forem legais / regulares: NÃO CABE HC

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7. PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS PARA JULGAMENTO DE HC

Via de regra, as competências para julgamento da ação do habeas corpus são


em razão da autoridade coatora, ou seja, quem julga a ação depende do
legitimado passivo (do impetrado).

As competências para julgamento do habeas corpus estão previstas nos


artigos. 102, 105, 108, 109 e 121 da Constituição e, infelizmente, não conheço
uma maneira diferente de estudá-las a não ser o bom e glorioso “decoreba”.
Vamos aos esquemas para facilitar a nossa vida:

Principais competências para julgamento de HC


o Regra: é de acordo com a autoridade coatora, mas há exceções
o Arts. 102 + 105 + 108 + 109 +121

- Quando o - Presidente da República


PACIENTE for - Vice-Presidente da República
- Membros do CN (deputados e senadores)
- Ministros do STF
- Pocurador-Geral da República
- Ministro de Estado ou Comandantes das Forças
Armadas
- (aqui é paciente. Se for coator será o STJ)
- Membros dos - Tribunais Superiores
- TCU
- Chefes missão diplomática de caráter permanente

- Quando o - COATOR for Tribunal Superior


- COATOR ou PACIENTE for autoridade ou
funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do STF ou se trate de crime sujeito à mesma
jurisdição em uma única instância;

HC decidido em única instância por Tribunal Superior e a


decisão for DENEGATÓRIA

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- quando o COATOR - Governador
ou PACIENTE for - Desembargador de TJ Estadual
- Membros de - TCE
- TRF
- TRE
- TRT
- TC dos M
- MPU que oficiem perante
os tribunais

- quando o COATOR - Tribunal sujeito à jurisdição do STJ


- MinE, Comandante das forças armadas
- (aqui é coator. Se for paciente será o STF)
- Ressalvada a Justiça Eleitoral

- HC decidido em única ou última instância pelos TRFs


ou TJ Estaduais, quando a decisão for
DENEGATÓRIA

quando o COATOR for Juiz Federal

decisão de Juiz Federal ou Juiz Estadual no exercício


da competência federal

Julgar HC em matéria criminal de sua competência ou quando constrangimento


vier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdição

Entre outros (art. 121, §§ 3º e 4º, V + 105, I, “c”: justiça eleitoral)

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